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Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com
pessoas reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.
ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10 1477123456
Para uma mulher solteira nos dias de hoje é comum sermos cantadas no
ambiente de trabalho, mas aquele homem era o demônio. Damon Belphegor,
um homem cheio de si que decidiu somente para me prender a ele que eu
seria perfeita para carregar o seu herdeiro. Eu, Sierra Malker, fui enganada e
sequestrada pelo mal encarnado.
Capítulo 1
Eu fui criado pelo meu pai, nunca conheci minha mãe e meu pai evita falar
dela. O problema de ser criado por um líder da máfia é que amor e carinho
não vestem e nem blindam um mafioso, para resumir o grande senhor
Belphegor me criou para ser uma arma perfeita e o mais temido mafioso do
submundo… Não é atoa que me chamam de Demônio por lá.
Tenho a mulher que eu desejar sem esforço algum, confesso que isso
começou a me deixar entediado. Pelo incrível que pareça eu não tenho um
melhor amigo… Tenho uma melhor amiga. Savannah é a melhor caçadora
de recompensas do país. Gosto do humor ácido dela, combina bem com meu
humor nada agradável… Combinamos de nos encontrar em uma cafeteria
que inaugurou há uma semana.
— Chegou atrasado, imbecil… Nada cavalheiro! — ela fala me
jogando alguns amendoins.
— Sabe que não tenho pressa para ver essa sua cara feia! — falo de
forma zombeteira.
Assim que me sento percebo que Savannah está olhando para algo
atrás de mim, curioso me viro para entender a cara que ela está fazendo,
meus olhos vão direto para uma morena baixinha de olhos cor de mel, sua
pele morena me faz queimar de desejo pelo toque, seus lábios carnudos com
batom carmim me faz desejar mordê-los suavemente apenas para apreciar
sua reação. Seus cabelos pretos caem em ondas e bate em sua cintura me
vejo segurando-os e puxando para mantê-la firme enquanto seguro sua
cintura, seu corpo parece um violão perfeito que eu desejo tocar com toda
minha intensidade e habilidades.
Merda… Que porra de sorriso lindo é esse? Essa mulher vai me
matar. Quero esse sorriso só pra mim. Sinto um chute na minha canela e olho
para Savannah que diz irritada:
— Se você se atrever arranco teu saco com a minha calibre doze! —
ela me ameaça com um sorriso no rosto.
— Mas não vejo seu nome no avental xadrez preto que ela está
usando. — falo sorrindo e voltando meu olhar para a morena linda.
— Damon, é sério, eu cheguei primeiro! Vi essa beleza rara primeiro
e você não vai empatar a minha foda! — Savannah fala me puxando para
olhar para ela.
— Você nem sabe se ela é bi ou hétero! — nós nos calamos ao ver
que a morena se aproximar com um sorriso simpático e lindo.
— Ola, boa tarde. Me chamo Sierra e irei atendê-los da melhor forma
possível. O que desejam comer ou beber? — sua voz me hipnotiza, o sorriso
dela me faz querer agarrá-la e beijá-la aqui mesmo.
— Depende, morena... Quero algo que seja quente, intenso, suave,
doce e tentador feito você! — falo enquanto analiso ela dos pés a cabeça
com meu olhar safado e sorriso descarado estampado em minha cara.
— Sinto muito, senhor! Doce, quente, intenso, suave e tentador aqui
só temos o café... — ela me ignora friamente e olha para Savannah — O que
deseja beber ou comer, senhorita?
— Me chamo Savannah, desculpe pelo meu amigo, ele ainda está na
quinta série... Pode mandar para nós dois o mesmo pedido. Dois cafés com
pouco leite e açúcar e dois sanduíches de peito de peru sem cascas.
Obrigada, linda. — Savannah pisca para a morena que se apresenta:
— Me chamo Sierra, seu pedido será entregue logo... Obrigada
Savannah.
— Eu me chamo Damon... — ela me ignora e sai para buscar nossos
pedidos.
Savannah começa a rir e eu chuto sua canela por baixo da mesa e
digo:
— Eu deveria pegar minha Glock e descarregar na sua cara feia.
— Pelo menos ela sorriu para mim e eu já ganhei meu dia.
A morena nos serviu café e sanduíche e saiu sem olhar para mim, me
ignorando por completo. Aquilo me incomodou, sendo bem sincero feriu
meu ego, sou gato pra caralho e essa morena baixinha me ignorou como se
eu fosse o salsicha do Scooby Doo. Sim, sou ruivo, tenho olhos azuis quase
cinzas, sou bem alto e tenho 1,96 de altura. Eu malho e tenho ombros largos,
não tenho pernas de frango, minhas pernas são torneadas. Tenho estilo e bom
gosto para roupas, mas uso mais preto e cinza... às vezes uso azul escuro
também.
Ainda quero saber porque aquela morena que mais parece uma deusa
africana me deu aquele gelo, se eu estivesse na Groenlândia sentiria mais
calor se for comparar com o jeito que ela me tratou. Volto para casa e decido
ir para o escritório tenho alguns relatórios para analisar. Comandamos a
máfia que vende todo e qualquer tipo de drogas, e para facilitar tudo também
temos um negócio legalizado, as boates. Decidimos batizar de Titã, temos
boates espalhadas por todo o país e às vezes sou obrigado a viajar para
fiscalizar todas.
Meu pai ainda está trabalhando no submundo, porém agora ele é um
dos anciões do tribunal da máfia e isso me irrita já que ele sempre procura
saber o que estou fazendo para não parar lá.
— Damon, precisamos conversar! — meu pai entra sem bater mais
uma vez.
— Olá pai, boa tarde! Entre, não estou nada ocupado! — falo
sarcasticamente.
— Damon, seus dois subchefes são uns imbecis! Você precisa
arrumar outros que não te leve para as mãos da morte!
— Pai, o senhor não deveria estar no tribunal da máfia mandando
algum pobre coitado para o esfolamento? — pergunto ainda olhando para a
tela do computador.
Tenho dois subchefes, Adonis cuida das boates, ele tem mais jeito
para falar com as mulheres e temos muitas trabalhando lá. Já Crowley, por
causa de seu ego e temperamento narcisista o coloquei para me ajudar com a
máfia.
— Você precisa levar nossos negócios mais a sério, Damon! Crowley
quase levou você para o tribunal da máfia por confiar em um comprador que
era um espião. O tribunal está fazendo isso com todas as máfias do nosso
Estado. Para sua sorte isso caiu nas minhas mãos e eu dei meu jeito... Já o
Adonis está vendendo nas boates para menores de idade. E o tribunal deixou
bem especificado que não vendemos mais nada para menores de idade assim
como eles não devem ter acesso a danceterias e boates que vendem qualquer
produto ilícito!
Tiro meus olhos da tela do computador e olho para o meu pai, eu não
acredito que aqueles dois imbecis me fizeram levar uma bronca do meu pai
por serem burros.
— Eu vou resolver isso, e não vai acontecer novamente... Don
Belphegor, senhor ancião do tribunal da máfia. — falo isso enquanto me
levanto, pego minhas duas pistolas às coloco no meu coldre atrás das costa,
visto minha jaqueta e saio do escritório.
Capítulo 2
Estou aborrecido, meu pai foi me encher o saco porque os dois imbecis que
coloquei para me ajudar estão querendo ferrar com a minha vida. Deixei
Adonis cuidando das boates e Crowley cuidando da máfia e acaba que os
dois estão fazendo merda. Mas não vai ser de mim que os anciãos vão
arrancar o couro, vou acabar com aqueles dois. Assim que eu cheguei no
escritório da boate principal peguei os dois fudendo com duas mulheres que
trabalham na boate.
Hoje acordei sentindo que meu dia não será fácil, mas acho que deve ser
porque dormi por apenas três horas. Trabalhar na cafeteria de oito da manhã
às sete da noite, depois seguir para casa descansar até às nove e meia e ir
para a boate que é meu segundo emprego e trabalhar até às quatro da manhã
não é algo bom para a saúde.
O Plano Perfeito.
Damon
Continuei indo até a cafeteria apenas para observar a minha morena linda,
claro que às vezes eu precisava sentir ela um pouco mais perto de mim e
com isso levava um tapa dela. O que me surpreendeu foi que isso só me
deixou mais excitado e desejando ela cada vez mais. Se fosse qualquer outra
mulher já estaria comendo terra, mas com ela é diferente... É um desejo
selvagem que me deixa louco. Vê-la lutar e me desprezar só me deixa
querendo mais o que acho que não posso ter... É divertido ver como Sierra
me rejeita.
Quando minha consciência começa a voltar vejo alguém sair da sala, mas
não consigo ver exatamente quem é por estar com a visão embaçada.
Gaguejo, mas não sai nada da minha boca, nenhuma palavra. Quando todo o
efeito do sedativo passa olho para o doutor que parece estar nervoso, vejo ele
jogar algumas coisas na lixeira e curiosa pergunto:
A Loucura do Cretino.
Sierra
Estou no meu camarim falando com Joan até que aquele homem
desprezível entra e se identifica como o pai do bebê que está em minha
barriga. Meu ódio foi crescente nesse momento, um enjôo me atingiu como
um soco em meu estômago e me deixou sem ar.
Um Dia Juntos.
Damon
Perdi a cabeça com a morena, ela tocou em algo sagrado para mim. Não
conheci minha mãe, meu pai não me contou o que aconteceu com ela e
sinceramente depois dos doze anos parei de perguntar, mas isso não quer
dizer que eu não sinta falta ou pense nela.
Para não perder o pouco de controle que tento ter com ela decidi ir
para o meu quarto. Tenho um saco de areia ali para socar quando estou no
limite da insanidade e nesse momento estou à beira do meu precipício
infernal.
Tiro minha blusa, tiro meu tênis, pego a garrafa de vinho que deixei
pela metade ao lado da minha cama e bebo até a última gota. Coloco minha
música favorita para tocar e começo a socar o saco de areia. Para mim
parece uma dança enquanto minha mente tenta me fazer beijar a lona, mas
não será hoje.
Com o canto da minha visão vejo a minha morena de pé olhando
para mim e decidi brincar com a mente dela mudando meus movimentos,
acho que deu certo pois ela saiu correndo. Paro um pouco para respirar e
pensar num jeito de fazer minha morena se apaixonar por mim.
Preciso me casar com ela para que meu pai me deixe em paz, já pedi
ao advogado para preparar os documentos para o casório. Amanhã a minha
morena será a nova senhora Belphegor, ela estando com meu herdeiro na
barriga meu pai terá que aceita-la.
Mais tarde...
O dia amanhece e eu vou até o quarto da minha morena ver como ela
está e me surpreendo ao não vê-la na cama até que escuto ela passando mal
no banheiro. Vou até lá e a vejo vomitando, seguro seu lindo cabelo
ondulado e passo a outra mão nas costas dela.
— A culpa do que está acontecendo comigo é sua! Nossa, não comi
nada, não tenho um motivo para isso logo de manhã. — ela fala ao se
levantar e me empurrar para longe.
— Sendo sincero, não sabia que seria assim para você, mas vamos
comprar o remédio certo para cortar o que está acontecendo. Aqui você terá
duas médicas, uma obstetra e uma pediatra para quando nosso bebê nascer,
ao lado delas uma enfermeira para a obstetra e uma para a pediatra.
— Pronto, não preciso de mais nada no inferno, tem até ar
condicionado. — ela fala ironicamente.
— Não demore aqui, tem roupas para você no closet, vamos nos
casar em uma hora. — ela segura meu braço e me puxa para ela ao dizer:
— Acho melhor ser uma brincadeira de muito mal gosto! Não vou
me casar com você! Nem hoje, nem nunca! — começo a rir e ela cruza os
braços e bate o pé irritada.
— Vamos casar para cuidar do nosso bebê como se deve, prometo
não obrigar você a dormir comigo... Como eu disse antes isso é algo que
gosto que seja natural. Você vai me ajudar a dar uma lição no meu velho que
acha que pode me casar com alguém por negócios, só me caso se for com
alguém que me deixe como estou agora. — falo olhando para ela que vira o
rosto para o outro lado um pouco tímida.
Não tinha visto essa reação dela antes e me deixou ainda mais doido
nela, mas não posso ficar aqui com ela tenho outras coisas para resolver.
Quando meu advogado chega com a papelada do casamento desligo a
chamada em que estava e leio atentamente cada documento.
— Senhor, está tudo do jeito que me pediu. Em caso de morte, seu
filho e esposa herdam tudo seu até a máfia. — meu advogado fala enquanto
leio atentamente.
Esse documento não pode ter nenhuma brecha, conheço meu pai e
não quero que ele crie problemas para a minha morena e nosso filho.
Enquanto termino de assinar os documentos e meu advogado também escuto
algo vir da sala, vozes. Me aproximo da porta do escritório e abro o
suficiente para ver e ouvir bem, vejo meu pai e minha morena discutindo.
— Você é a mulher que está enganando meu filho? — vejo ele
olhando ela de baixo para cima com desdém e preconceito.
— Repete para ver se não te faço engolir essas palavras de merda
goela abaixo! Quem pensa que é para falar comigo assim? — confesso que
dou risadas ao ouvir o jeito que ela fala com ele sem saber que ele é um
homem temido e perigoso.
— Vamos ao que interessa sua pobre ignorante... Quanto você quer
para sair da vida do meu filho e nunca mais voltar? — ele não fez isso!
Quem ele pensa que é para... Sou interrompido por um estalo alto, minha
morena deu uma bofetada em meu pai.
— Use esse dinheiro para internar o psicopata do seu filho que me
sequestrou, me engravidou e quer que eu me case com ele... Não
necessariamente nessa ordem, a gravidez veio primeiro. Aliás, sobre o
casamento, o branco cai muito bem nele... Uma camisa de força, branquinha
e bem apertada. — não aguentei, dei uma gargalhada tão alta que os dois
olharam para mim ao mesmo tempo.
— Desculpem a minha intromissão, não queria interromper essa
prosa maravilhosa. Mas foi engraçado o que a minha morena disse.
— Respondendo ao que você disse, meu filho não precisa de camisa
de força ou sanatório! Ele tem a peculiaridade dele, não o considero um
louco. Damon, essa mulher claramente não o quer. Deixe-a ir, a que arrumei
para você irá lamber o chão que você pisa e te dará quantos filhos quiser. —
meu pai insiste.
— Senhor Don Belphegor, não foi legal vir até a casa da minha
futura esposa, mãe do meu primeiro filho, e insultá-la dessa forma. Ela não
precisa lamber o chão que eu piso e poderá me dar quantos filhos ela quiser.
Sou completamente louco por ela, somente ela. Será que consegue entender?
— Você não tem amor próprio? Está evidente que essa mulher te
odeia! Estar louco por ela não significa que a ama! — meu pai pergunta
intrigado.
— Creio que isso não seja da sua conta... Quanto ao que ela sente por
mim, somente ela pode dizer. — apenas para me irritar minha morena fala:
— Seu pai está certo! — ela cruza os braços e olha para mim — O
que foi? Não dá para negar que ele está certo!
Dou risadas e depois puxo ela para o escritório que olha para os
documentos assinados por mim. Meu pai entra e fala:
— Se você não assinar esses documentos, te dou uma fortuna no total
de 5 bilhões de dólares mais duas propriedades valiosas em Maldivas! Pense
bem, garota!
Golpe baixo, muito baixo... Vejo a minha morena olhar para mim e
para o meu pai.
Capítulo 10
Olho para os lados e não vejo muita opção, tomo um banho e me visto. Ao
sair do quarto me perco pelos corredores até que uma senhora simpática me
acompanha até a sala de estar. Chegando lá vejo um homem de meia idade,
ele entra na sala e sua postura exala sua riqueza e esnobismo.
Sua face está estampada com arrogância e parece que a fala dele só
sai palavras carregadas de ironia. Por um momento penso: "Se ele é algo do
Damon por que eles não se parecem?"
— Está ouvindo a minha pergunta, garota? Você por um acaso é
muda e surda? Quero saber se você é a vadia que meu filho contratou para
fingir que está grávida e dar um golpe em nós dois!
Olho para ele e a vontade de socar a cara desse velho é enorme,
porém tento manter a pose e respondo:
— Primeiro que, vadia é a senhora sua progenitora! — tudo com
classe e respeito — Segundo quê, se quiser saber algo sobre seu filho
pergunte para ele e não para mim!
Começamos a discutir até que Damon aparece dando uma gargalhada
alta depois que perdi a paciência e meti a mão na cara desse velho filho da
puta por ser um imbecil comigo. Em seguida Damon me leva para o
escritório e em cima da mesa tem uns documentos com o meu nome digitado
e um "X" onde devo assinar meu nome.
Eu até não iria assinar, mas o velho me ofereceu dinheiro e duas
propriedades caríssimas apenas para que eu não assinasse e aquilo me subiu
um ódio tão grande que fui impulsiva... Assinei todos e depois olhei para o
velho e disse:
— Faça uma rolha com tudo o que me ofereceu e enfie no rabo! Eu
não estou à venda, apesar de ter o meu valor que não é contabilizado em
dinheiro, mas sim caráter, honestidade e sinceridade!
Damon me puxa para um beijo, eu não estava esperando e por estar
com tanta raiva não tive reação ao beijo. Em seguida ele fala para o pai:
— Essa é a minha senhora Belphegor! E se prepare pois logo teremos
um bebê engatinhando por aqui... Quer participar da vida do seu neto? Seja
mais humano e menos babaca! — nesse momento o velho ia dar um tapa na
cara do Damon que não fez nenhum movimento para intervir.
Não achei aquilo justo, eu precisava intervir e foi o que fiz, entrei na
frente e segurei a mão do velho a torcendo para o lado e falei:
— Mesmo que eu odeie seu filho com todas as minhas forças por ter
caído na cilada dele por causa da minha impulsividade, não vou deixar que o
humilhe de tal forma na minha presença! Ele te deve respeito, eu não!
— Damon, eu nunca vou aceitar essa escória como uma de nós,
mesmo que esse filho seja seu de mim ele não terá nada! — o pai de Damon
fala cuspindo as palavras como uma metralhadora.
— E quem disse que eu estou te pedindo algo para o meu filho? —
pergunto cruzando os braços e batendo meu pé — Se nem minha mãe que
me colocou no mundo tem amor por mim, você acha mesmo que irei
mendigar algo a você para o meu filho? Vou dar para você o mesmo que dei
para ela... Um grande foda-se!
O velho me lança um olhar arregalado e diz antes de sair:
— Você será apenas mais uma vadia que aquece a cama do meu
filho. Ele vai perder o interesse em você logo e é para mim que ele virá
correndo quando isso acontecer!
— Tá me achando com cara de edredom para aquecer alguém, coroa?
E se o seu filho perder o interesse em mim vou continuar vivendo, passei por
coisa pior e ainda estou aqui, não vai ser o seu filho me deixando que vai me
fazer beijar a lona. Pare de inflar o ego dele, não acha que já está grande
demais não?
O velho sai batendo a porta de um jeito que deixa as dobradiças
bambas. E só agora me viro para Damon o lançando um olhar sério e falo:
— Precisamos conversar! — minha voz antes irritada agora está
séria.
— Me casei com a mulher perfeita para mim! Podemos conversar
enquanto tomamos café da manhã, você precisa se alimentar. — dá para
sentir a preocupação na voz dele.
Damon me leva para um pequeno tour pela enorme casa, me deixa
com o alerta de que mesmo que eu tente fugir não teria como pois estamos a
quilômetros de qualquer lugar com pessoas. Nos sentamos para a nossa
refeição e eu falo:
— Não vou dormir com você, não estou nem aí que assinei aquela
merda! Foi na hora da raiva, não conta. Mas também quero infernizar seu pai
por ter pensado que sou uma golpista... Depois que conseguir o que quer
precisa me deixar ir embora.
— Nós podemos tentar ser um casal, você está grávida de um filho
meu... Nós estamos casados! — os olhos dele não deixam os meus.
— Eu não amo você, Damon! Estou tão irritada com você que estou
tentada a enfiar essa faca de pão na sua mão apenas para vê-lo gritar e
sangrar!
— Por que não consegue aceitar que você agora é a porra da
Cinderela e eu sou seu príncipe encantado? Te tirei de uma vida complicada
e estou te oferecendo o céu! — ele se levanta e bate na mesa ao dizer isso.
— Porque eu até posso ser a Cinderela, mas sei me virar sozinha. O
príncipe encantado só fudeu minha vida e me mostrou que contos de fadas
só existem nos livros. O príncipe antes de você me deu uma lição que irei
carregar para vida toda. Pode ficar tranquilo príncipe, eu posso me salvar
sozinha e ainda salvar você nas horas vagas.
— Mas que inferno, Sierra! Qual foi o filho da puta que ferrou teu
psicológico? Quero matar o desgraçado, por causa dele não estou tendo o
que eu quero! — Damon fala enquanto puxa sua arma e engatilha ela.
— Damon, essa é a minha opinião, não importa quem tenha ferrado
com minhas emoções, não vou passar por aquilo de novo. Essa é a minha
sinceridade, se não consegue suportá-la então vá para longe de mim.
Ele dá um sorriso demoníaco para mim e chama seus seguranças
enquanto fala:
— Vamos, temos uma limpeza para fazer no bairro onde minha
esposa cresceu.
— Damon? O que vai fazer? Damon?
Ele não responde, sai dando sua gargalhada que já se tornou
marcante para mim.
Capítulo 11
Estou furioso, meu melhor combustível para o ódio. Algum filho da puta
estragou meu momento com a minha morena e agora quero descontar nele
minha frustração.
O louco do Damon trouxe o Elon até aqui em uma coleira e de quatro feito
um cachorro. Meu ex parece ter levado uma surra daquelas e também
torturado, mas acho que o ciúme o cegou porque mesmo todo fudido teve a
coragem de me ofender e agora o psicopata do Damon quer castrar o filho da
puta.
— Vamos castrar o Totó para ver se ele perde essa coragem toda, ele
está na porta do inferno e ainda aperta a campainha. — Damon não poupa na
gargalhada sombria.
— Damon, por que você trouxe o lixo da rua para dentro da sua
mansão? — pergunto tentando evitar que esse imbecil apanhe mais.
— Morena, todos que fizeram você sofrer ao meu ver merece isso...
— ele aponta para Elon— E a morte. Esse desgraçado não fará falta no
mundo.
— Você até pode ter razão, ele não fará falta para mim... Mas ele vai
ser pai, por mais que não seja o melhor exemplo de homem do mundo, ele
precisa estar vivo para criar o filho.
Não estou querendo poupar a vida dele, mas como estou grávida tem
algo dentro de mim que grita ao dizer que é errado criar um filho sem a
presença do pai, mesmo sendo um filho da puta igual ao Elon.
— Você é só mais uma vadia interesseira, tenho certeza que foi por
causa dele que não quis voltar para mim! — esse cara quer morrer, está
implorando.
Dou uma gargalhada alta quando vejo Damon se preparar para chutar
Elon mais uma vez, fiz de propósito e quem o chuta sou eu... O chuto várias
vezes enquanto ordeno:
— Pede perdão! Pede... Per-dão! — quero acabar logo com isso e
não olhar na cara de Elon nunca mais.
— Perdão... Sua... — chuto a cara dele antes que termine a frase.
— Morena, o Totó precisa lamber seus pés! Mas agora ele está
apagado. — Damon fala um pouco decepcionado.
— Eca! Não quero saliva dele nos meus sapatos! É melhor levar ele
para um hospital.
— Adonis, Crowley, levem o Totó para a primeira lixeira que
encontrarem no centro da cidade. — ele fala rindo.
— Isso é brincadeira, né? — pergunto incrédula e ele responde rindo:
— Claro que não! Vamos devolvê-lo do lugar de onde não devia ter
saído.
Damon acompanha os dois amigos que arrastam Elon para fora da
mansão enquanto eu fico ali ainda em choque pelo que acabou de acontecer.
Esse homem está completamente fora da casinha e eu estou esperando um
filho dele, o medo de que meu filho tenha essa herança genética me tortura.
Fico impressionada ao ver os funcionários de Damon limpando o
sangue do chão na maior naturalidade. Eles não fazem perguntas, apenas
limpam sem expressar qualquer medo ou nojo... Devem estar acostumados
com esse trabalho, não vejo outra explicação.
— Morena? — Damon coloca a mão em meu ombro e me faz pular
com a aproximação repentina — Não precisa ficar aqui assistindo isso,
podemos dar uma volta pela propriedade tenho certeza que vai gostar de
conhecer o lugar.
— Daqui a pouco o sol se põe, tem certeza que quer passear comigo?
Ele apenas sorri e estica a mão para mim, um pouco insegura acabo
aceitando. Estávamos caminhando e ele me mostrou três jardins diferentes,
todos lindos. Quando a noite cobre tudo com a sua escuridão vejo as luzes se
acenderem uma a uma mostrando um lindo pomar com árvores frutíferas
diferentes.
— Por um acaso você pensou que as frutas que são consumidas na
mansão vieram do mercado? — ele pergunta e depois corre até uma macieira
e pega uma linda e enorme maçã vermelha — Pode provar, é a mais doce
que já provou em sua vida.
Eu peguei a maçã das mãos dele, por um momento lembrei que essas
mesmas mãos surraram o canalha do meu ex... Mas ignoro e mordo a maçã
suculenta. Ele está certo, essa maçã é uma delícia e após a mordida sinto um
desejo enorme de comer torta de maçã.
— Quem trabalha na cozinha sabe fazer uma boa torta de maçã sem
canela? Quero muito uma torta de maçã com uma enorme bola de sorvete de
baunilha e calda de chocolate para o sorvete.
— O seu desejo é mais que uma ordem, minha morena. Vamos levar
as maçãs.
Ele pega uma cesta que está no chão e juntos escolhemos as maçãs
mais vermelhas e bonitas. Caminhamos de volta e ele me conta porque
escolheu essa propriedade, desde pequeno ele sempre gostou de se conectar
com a natureza e esse lugar o deixa em uma vibe de paz e amor.
— Mas você trouxe meu ex até aqui, acho que esse lugar não é mais
um esconderijo para você.
— Trouxemos ele na mala, a não ser que ele consiga enxergar através
da mala... Aí terei que matá-lo pessoalmente. — é impressionante como ele
fala em matar alguém com tanta calma e tranquilidade.
Quando chegamos na cozinha decidi ajudar a cozinheira a fazer a
torta e não acreditei quando ele se ofereceu para ajudar também. Até a
cozinheira ficou paralisada olhando para ele enquanto o mesmo perguntava
como era para cortar as maçãs. Essa experiência vai ser interessante.
Capítulo 13
Tive um momento muito legal com a minha morena, fizemos uma torta de
maçã juntos e foi legal demais e me deu vontade de repetir esse momento
por mais vezes.
Grande Influência.
Damon
Meu querido sogro está bem a minha frente e parece não gostar muito de
mim, isso é bem estranho já que todos me amam, sou um doce. Acabo rindo
e todos me olham sem entender.
Acalmando os Ânimos.
Sierra
Não tem como tentar entender a mente desse sádico do Damon, juro que se
eu tentar é capaz do meu cérebro virar gelatina. Ele bateu no meu pai
somente para que o mesmo não pudesse ver o caminho para essa mansão que
parece ficar no meio do nada.
Era só ele vendar meu pai que estava tudo certo, mas o sádico,
psicopata, tinha que ver vermelho. Meu pai levou um tempo para acordar,
quando finalmente abriu os olhos, me abraçou forte e chorou.
— Pai, está tudo bem... Não precisa chorar. — ele se afasta e me
encara ao perguntar:
— É verdade mesmo? Você está esperando... — ele olha para Damon
que está brincando com sua arma e depois olha para mim — Um filho desse
homem louco?
— Sogrão, não esquece que a fruta não cai muito longe da árvore...
Sem julgamentos, ok?
Reviro os olhos ao ouvir o que Damon fala e depois olho para o meu
pai e tento falar o menos possível para não assustá-lo mais.
— Pai, estou grávida, ele é o pai, sim ele é insano, mas... Parece me
amar, por mais estranho que seja ou ele é só obcecado por mim e quando
tudo isso perder a graça para ele me deixa ir embora.
— Não conte com isso, morena... Comigo é até que a morte nos
separe.
— Pode me emprestar sua arma? — pergunto para ele que a guarda
em seguida.
— Minha filha, você não precisa ficar com ele por estar grávida!
— Acho que o meu sogro não gosta de mim, morena. — Damon
finge estar decepcionado.
— Você poderia não interferir na nossa conversa? — ele levanta as
mãos como quem se rende, mas senta próximo a nós dois — Pai, ele é um
mafioso, pelo que escutei dos poucos funcionários que se atrevem a
pronunciar o nome dele sua fama no submundo procede. Então, esse bebê
que estou esperando precisa de proteção e somente o próprio pai dele pode
protegê-lo.
Meu pai olha para Damon e depois para a minha barriga, vejo seus
olhos ficarem marejados... Com um pouco de dificuldade meu pai fala:
— Posso pelo menos conviver com você? Não estou pedindo para
morar aqui, até porque não iria me acostumar com essa vida... Gosto de me
sentir útil trabalhando. Mas quero passar pelo menos uma semana por mês
com você.
— Acho que o senhor psicopata ali não vai se importar, não é
mesmo?
— Você tem noção do trabalho que vai dar para trazer ele até aqui
uma vez por mês sem que meus inimigos percebam? — ele pergunta
dramaticamente.
— Isso não é problema meu! — respondo friamente.
— Você... Aaaaaaaaahhhhhhhh! Tá! Vou dar um jeito!
— Quero minha melhor amiga aqui também! — ele bufa e olha para
mim.
— Acho que você não tem noção do perigo, morena!
— Você também não! — retruco.
— Touché... Vou dar um jeito de trazer sua amiga.
— Não bate nela como fez com meu pai, dessa vez não irei errar ao
jogar o vaso!
Ele dá risadas e nos deixa sozinhos em seguida, meu pai espera ele
sair completamente da sala para falar:
— Ele sabe que sua irmã não é minha filha, disse que sua mãe
manteve um caso com o amante por três anos. Aquela vadia mentirosa me
chifrou mesmo depois de eu aceitar a criar a filha de outro! — dou um longo
suspiro e pergunto:
— E o que vai fazer agora? Vai se amar mais que aos outros ou vai
continuar em algo que vai te levar para sete palmos de terra na cara?
— Assim que eu for embora daqui uma semana, a primeira coisa que
irei fazer é pedir o divórcio. Em seguida vou reformar a casa que era da
minha mãe e me mudar para lá.
— Eu sempre estarei aqui para você, pai.
Ficamos conversando mais um pouco até que o sono toma conta de
mim, levo meu pai até o quarto que fica ao lado do meu. Depois que o vejo
deitado saio e paro na porta do meu quarto.
Escuto um rock suave vindo do quarto de Damon e decido ir até lá,
quando bato na porta a mesma se abre por estar encostada e vejo ele com
uma guitarra tocando, acompanhando o ritmo da música.
— Talentoso... — falo o surpreendendo — Não sabia que tinha
talento para música.
— Sou um pacote completo, morena... Veio dormir com seu marido?
— Nem nos seus sonhos mais pervertidos! Vim apenas agradecer por
permitir que meu pai fique aqui comigo.
— Aceito um beijo em troca do agradecimento.
— Não dá para ser legal com você! — falo irritada — Tenta ser
adulto pelo menos uma vez e responda como um adulto.
— Sabe de uma coisa... Estou começando a ficar ansioso pelo
momento que você vai perceber que me ama e vai deixar de me tratar feito
um idiota.
Ele volta a tocar sua guitarra e me ignora, saio do quarto tão irritada
que bato a porta causando um barulho alto pelo corredor. Ele realmente
pensa que vai entrar em meu coração?
Capítulo 16
Conflitos Familiares.
Damon
Acho que minha morena deveria se permitir mais, parece que ela tem medo
de abrir seu coração... Culpa daquele imbecil. Já mandei um recado para ele,
cada vez que eu encontrar com ele na minha cidade será uma surra diferente,
cada vez que alguém me deixar de mau humor mando alguém trazer ele até a
mim e desconto nele.
Tive que pedir para o Crowley trazer Joan para a mansão ontem a
noite, achei um pouco estranho ele não trazê-la ontem mesmo... Mas ele me
avisou que já estão chegando. Ao chegar na sala de refeições vejo a minha
morena com um lindo sorriso, uma pena ser para o pai dela e não para mim.
— Bom dia, minha morena linda... Bom dia, sogrão, espero que
tenha tido uma ótima noite de sono. — me sento ao lado da minha morena e
passo a mão em sua barriga.
— Bom dia, Damon... A Joan vai chegar quando? — ela me pergunta
ansiosa.
— A qualquer momento ela pode entrar por aquela porta.
— Você está cuidando muito bem da minha filha e do meu neto...
Continue assim.
— Se eu não der minha vida por minha família, quem vai dar? —
minha morena me olha e limpa a garganta parecendo estar pensativa — Mas,
vamos conversar, sogrão... Está afim de trabalhar para mim?
— O quê? Claro que não! Não sei trabalhar na máfia, sou apenas um
contador aposentado. — ele fala balançando as mãos.
— Não precisa me dizer com o que trabalhava, sei até com quem
você foi ao seu primeiro baile no colegial... Estou precisando de um
contador de confiança. O salário para um contador que trabalha para mim
fica entre dez e quinze mil, depende da sua eficiência e inteligência.
Observo ele se engasgar com o café ao ouvir o valor do salário, dou
um sorriso de canto de lábio e espero ele pensar um pouco mais.
— Filha, o que você acha? Devo trabalhar para a máfia?
— Pai, quem sou eu para julgar? Estou casada com ele e terei um
filho dele... Não por vontade própria, claro. Enfim, o senhor tem um divórcio
para dar entrada e a casa da vovó para reformar e comprar móveis novos,
aceite o trabalho. — vejo o carinho que ambos têm um pelo outro e
fantasmas do passado sobrecarregam meu cérebro.
— Então, sogrão, vai fazer parte do meu quadro de funcionários? —
pergunto para distrair minha mente.
— Aceito, pode ter certeza que logo terá um relatório preliminar
completo. — ele responde com convicção.
— Ótimo, depois do café irei mostrar o seu novo escritório que fica
aqui mesmo na mansão. Poderá trabalhar e ficar um pouco com sua filha ao
mesmo tempo. Terei que sair depois disso, então, cuide dos meus dois
amores por mim.
Somos interrompidos por uma Joan escandalosa que entra gritando o
nome da minha morena.
— Sierra? Sierra! Amiga, que saudade! Estou tão feliz em vê-la viva
e sem nenhum arranhão.
Reviro os olhos e engatilho minha arma mostrando minha
impaciência.
— Damon, nem pense nisso! — minha morena me repreende e eu
respondo:
— Sem graça!
— Demônio, precisamos conversar! — Crowley fala me olhando
seriamente.
— Sério que não posso tomar nem um café? — e ele responde curto
e grosso:
— Don Belphegor! — me levanto e seguimos para fora da mansão.
— O que o velho está aprontando dessa vez? — pergunto irritado.
— Ele espalhou por todo o submundo que você vai se casar com a
herdeira da máfia "Serpente Negra". Já tem até uma lista de presentes
rolando em um grupo específico de aliados a máfia Serpente Negra.
Começo a rir feito um louco e ao mesmo tempo sinto vontade de
torturar uns dez imbecis só para saciar meu ódio. Aquele velho está ficando
gagá, ele sabe que estou casado e terei um filho logo... Quando ele vai
desistir?
— Crowley, descubra quem é essa mulher e onde ela está... Se o
velho quer guerra, ele terá!
— Sua mente está gritando tão alto que estou quase ouvindo seu
plano todo antes mesmo de você falar. — dou um belo sorriso e falo:
— Um pai orgulhoso provavelmente deve ter mantido a pureza da
filha amada intocada para o seu futuro genro... Mas será que essa filha
manteve suas lindas pernas fechadas? Iremos descobrir e como forma de
agradecimento pela bela noiva que me impuseram vou mandar para os
convidados seleto muitas fotos e vídeos dessa linda jovem pura e inocente.
Depois de mostrar ao pai da minha morena onde ele iria trabalhar e
todo o material para ser contabilizado dei um beijo na barriga da minha
morena e parti para mais um dia difícil na minha vida no submundo.
Como eu imaginei, a tal noiva não tinha nada de pura e inocente.
Crowley conseguiu fotografar e filmar momentos íntimos da mulher tanto
com homens quanto com mulheres. Tem um vídeo dela fazendo uma orgia,
se eu não estivesse bem casado pediria até para participar.
Convoquei uma reunião com quase todos do submundo e no meio da
pequena festa vídeos e fotos começaram a passar nas telas à nossa volta.
Logo uma confusão se formou pois o pai da mulher estava lá, ele começou a
gritar mandando desligar as televisões.
Sai de lá depois disso me fingindo de inocente, também fingi estar
insultado com tal vergonha. Quando cheguei no meu escritório principal, fui
recebido com um belo tapa na cara de me fazer cair sentado no sofá. Com a
mão no rosto falo sarcasticamente:
— Oi pai, é muito bom vê-lo também!
Capítulo 17
Não Subestime Um
Tubarão da Máfia.
Damon
Tenho que trocar as fechaduras dos meus imóveis, meu pai tem acesso a
todos. Sou recebido por ele em meu escritório com um belo tapa na cara, ele
está furioso comigo e parece querer descontar com violência física.
— Seu moleque, porque fez aquilo com aquela jovem? A expôs nua
e transando com diversos parceiros para todos do nosso meio ver, você
acabou com a reputação dela... Tenho certeza que armou tudo para cancelar
o casamento! — ele me dá outro tapa tão forte que acaba me fazendo cuspir
sangue.
— E voltamos para minha infância, não é senhor Belphegor? — tiro
a mão dele que está segurando firme meu ombro e me levanto do sofá —
Não tive que levantar um dedo para nada, ela é sexualmente liberada,
entendo... Não julgo. Mas tudo o que viu foi feito por ela sem a intervenção
de ninguém. Até curto mulheres como ela, mas não para ser a minha esposa
e carregar um filho meu.
— Você está indo contra mim por causa daquela vagabunda de quinta
que quer apenas te dar o golpe da barriga! — ele quase grita essas palavras
para mim.
— O senhor está muito enganado, ela me detesta... Mas eu tenho
quase certeza que a amo, isso é novidade para mim também.
Ele anda de um lado para o outro como se estivesse pensando em
algo importante, um plano perfeito. Não consigo ler seus movimentos, mas
dá para ver que ele está muito concentrado.
— Já veio aqui, amaciou meu rosto, acho que já pode ir embora... Já
tive muito de você para essa semana inteira.
— Você acha que tudo é uma piada, né? Tudo é ironia ou sarcasmo...
Você não vai ficar com essa mulher, isso não é uma ameaça, é uma certeza!
— ele sai da minha sala depois de dizer isso.
Ligo para Adonis e ordeno que esteja em meu escritório em dez
minutos no máximo. Preciso tirar minha morena da mansão o mais rápido
possível. Sei que amo aquele refúgio, mas senti algo sombrio na última frase
do meu pai e não vou pagar para ver.
— Precisa de algo para ontem, Demônio? Nunca vi você tão nervoso
assim antes.
Pego uma folha de papel em branco e escrevo:
— "Quero que você encontre uma casa que possa ser muito bem
protegida, reforme ela para ontem e me entregue a localização pessoalmente.
Ninguém pode saber o que vai fazer, tenta ser invisível preciso tirar minha
morena da mansão até hoje a noite. Usaremos os túneis de fuga."
Ele olha para mim e depois queima o papel com seu isqueiro
favorito. Depois que Adonis sai tento focar minha mente no que preciso
fazer no meu escritório até que recebo um convite do meu sócio mais antigo
para uma festa a fantasia, será a despedida dele do mundo da máfia após
descobrir que está com um câncer raro e quer dar a volta ao mundo antes de
morrer.
Vou levar minha morena para ele conhecer, mas antes quero me
certificar de que ele não convidou meu pai para essa festa hoje.
Depois de falar com Stan por quase uma hora e descobrir que meu
pai não foi convidado para essa festa, desligo a chamada e vou até uma loja
de fantasias. Para mim compro uma roupa do Gomez da família Addams e
para minha morena uma fantasia de Morticia Addams. Chegando na mansão
vou até a minha morena que está no jardim conversando com sua amiga
Joan.
— Preciso falar com você... — olho para Joan que cruza os braços ao
me encarar — A última pessoa que me encarou assim está dançando em um
pole dance no inferno.
— Joan, você disse que estava com fome... Pode ir comer alguma
coisa, amiga. — minha morena tenta esfriar nossos ânimos.
Assim que Joan some de perto de nós dois dou um rápido beijo na
minha morena.
— Muito adulto, Damon. Pode falar agora.
— Temos uma festa a fantasia para ir, depois da festa não voltaremos
para essa mansão.
— O quê? Por que não voltaremos para cá? — vejo preocupação no
olhar dela.
— Porque meu pai quer me punir por causa de uma travessura minha
e provavelmente vai querer usar você.
— Gosto da natureza desse lugar... Odiei o fato de me obrigar a ficar
aqui. Mas nunca tive tanto contato com a natureza antes como tenho nesse
lugar. — ela fala olhando para as árvores e flores à nossa volta.
— Prometo que voltaremos para cá assim que eu conseguir reforçar
ainda mais a segurança daqui. Agora, vamos para uma festa a fantasia,
deixei sua fantasia e a minha no meu carro, sobe que te entrego daqui a
pouco.
Sinto que ela está curiosa só pelo jeito de olhar, não demora muito
para minha deusa descer vestida de Morticia Addams, linda com sua barriga
já aparecendo sutilmente.
Quando chegamos na festa, os olhares voltados para ela me deixaram
com tanto ciúmes que usei o paletó do terno para cobrir o corpo dela. Stan
amou conhecê-la, conversamos por um bom tempo até que ela começou a se
sentir mal por causa de um imbecil que acendeu um charuto perto de nós.
Levei ela para uma linda varanda decorada com rosas de vários tipos
e cores até seu rosto que estava pálido foi voltando à cor aos poucos.
— Está se sentindo melhor? Já podemos ir embora se você quiser...
Não precisamos ficar mais, já marquei presença. — sinto seu olhar
agradecido, mas o pequeno ponto de luz vermelha no peito da minha morena
é que me chama a atenção.
— Mas que merda... Sierra, se abaixa! — abraço ela e me jogo no
chão, antes de sentir o solo algo penetra meu ombro me causando uma dor
intensa.
— Damon? Isso é sangue? — ela se desespera ao tocar no sangue
que sai do furo em minhas costas — Alguém me ajuda? Socorro!!
Os olhos dela se enchem de lágrimas, sei que não deveria curtir esse
momento pois acabei de levar um tiro... Mas não consigo evitar, ela tem
sentimentos por mim.
Capítulo 18
Sei que não deveria me aproveitar desse momento, mas ela está tão
preocupada que não resisto em usar isso a meu favor.
Um Casal, Enfim.
Damon
Esse momento não deveria acontecer aqui, eu queria que fosse em nosso
quarto, nossa casa... Mas não vou bancar o exigente se a minha morena quer
se entregar para mim agora.
— Damon, por favor, você está ferido... Acho que isso pode esperar.
Esse não é o momento e aqui não é o lugar para o que queremos fazer.
— O momento e o lugar somos nós que escolhemos... Sierra, minha
morena, eu desejo você desde o momento em que te vi naquela cafeteria.
Você acha mesmo que vou desperdiçar um momento tão importante por
causa de um tiro ou por aqui não ser o nosso quarto? Você acabou de
confessar que também me quer e se o problema for uma cama aquele enorme
sofá ali no canto pode virar uma.
Ela olha para o sofá e depois olha para a porta. A observo se levantar
e ir até a porta trancando em seguida. Ela diminui a luz na sala e se vira para
mim, eu me levanto e vou até ela a beijando de novo.
As nossas roupas começaram a voar pela pequena sala de piso branco
e paredes marfim. Para mim só restava a calça, as meias e os sapatos. Deito
ela com cuidado no sofá e fico de joelhos sobre o mesmo, seguro o pé dela e
começo a beijar subindo lentamente até chegar em sua macia e tentadora
intimidade.
Beijo e uso minha língua, os gemidos da minha morena preenchem o
ambiente como música para os meus ouvidos. Cada vez que uso minha
língua no clitóris dela como pincel em uma tela em branco a escuto gemer
mais alto.
Cada vez que beijo sugando o clitóris dela para dentro da minha boca
sinto ela empurrar sua pélvis para cima me querendo cada vez mais ali. Só
para quando sinto seu orgasmo em minha boca, enquanto seu clitóris pulsava
minha língua brincava ali.
Ela me impressiona ao se levantar e me empurrar para que eu fique
de pé, ela segura meu pau com firmeza e me puxa para ela. Com seu olhar
colado ao meu, observo a língua dela brincar com a cabeça do meu pau
lambendo como se fosse um pirulito e chupando com vontade... Acabo
uivando feito um lobo no cio.
Ela passa a língua por toda a extensão do meu pau me fazendo
delirar, enlouqueço mesmo depois que ela o coloca todo em sua boca
subindo e descendo enquanto me sugava. A sensação que me trás deixaria
qualquer homem maluco de tanto tesão e a vontade de gozar vem com força,
mas me seguro e pego no cabelo dela o enrolando em meu pulso controlando
os movimentos dela indo bem devagar.
— Quero sentir seus dentes levemente, morde o que é só seu, minha
morena.
Como eu pedi, sinto seus dentes apertarem levemente todo o meu
pau, desde a cabeça até a base. Ela alterna entre a mordida e sugar-me todo
para dentro de sua boca até sua garganta, me retiro de sua boca para entrar
onde mais desejo.
A faço deitar no sofá e me encaixo entre as pernas dela, passo a
cabeça do meu pau em seu clitóris a sentindo se movimentar em minha
direção.
— Confesso que você é o primeiro homem com um pau grande desse
jeito que vai entrar em mim e me dar prazer de verdade... Não me
decepcione, Damon. — Dou risada e falo:
— Amor, vou te apresentar ao meu inferno de delírio e perdição...
Espero que esteja preparada.
Coloco a cabeça do meu pau na entrada dela que se contrai me
convidando para entrar, cada centímetro meu que entrava dentro dela era
uma parte do paraíso que eu desconhecia. Nunca me senti assim transando
com outra mulher, nunca senti tamanho prazer e desejo.
Me sinto mergulhando na luxúria e me afogando nela por vontade
própria, meu ombro me lembra que tenho um ferimento ali a cada estocada
rápida e socada forte que dou dentro da minha morena, mas não me importo.
Gozar dentro dela foi como mergulhar de cabeça em um êxtase sem
fim, gemer junto com ela foi a melhor sintonia perfeita, foi intenso, foi forte
e revigorante. Coloco meu rosto em seu pescoço tentando controlar minha
respiração, meu coração que se acelerou por ela como da primeira vez que
descobri sua existência.
— Não tem mais volta, morena, você é minha e eu sou somente seu!
Não posso e não quero ser de mais ninguém. — me levanto e olho em seus
olhos — Eu amo você, Sierra! — me declaro para ela.
— O que você está fazendo comigo, Damon? Por que estou sentindo
meu coração bater tão rápido por você?
— A resposta já está dentro de você, mas posso esperar para ouvir
dos seus lábios o que seu coração está gritando para você agora. Quando
chegarmos no novo refúgio não teremos quartos separados, durmo com você
até no chão da sala, mas passarei cada noite que vivermos, juntos daqui para
frente!
Ela sorriu para mim e após iniciarmos mais um beijo exigente
tivemos mais algumas rodadas de prazer. Se eu soubesse que levar um tiro
por ela iria trazê-la para mim de vez teria levado um tiro antes.
Mas ao lembrar o que nos levou a isso só me faz pensar em uma
pessoa que queria ela longe de mim... Don Belphegor, o senhor foi longe
demais dessa vez. Será olho por olho já que quer assim.
Capítulo 20
Novo refúgio.
Sierra
Devo ter ficado louca, me entreguei ao homem que roubou minha vida para
ele, isso não é normal... Não pode ser normal. Porém, ele salvou minha vida,
parecia que eu devia isso a ele. Se foi apenas por isso, por que meu coração
não desacelera quando olho para ele?
Apesar do que aconteceu ontem, levar um tiro para salvar meu mundo, isso
acabou trazendo Sierra para mim. Sei que é errado ter desejado levar uma
bala por ela antes, mas tudo tem sua hora.
Acho que devo agradecer ao velho por nos unir mais, ele ajudou
muito. Não acredito que ele pensou mesmo que eu iria deixar ele matar a
minha morena assim tão facilmente. Chega a ser ridículo, ele me conhece
desde que nasci, não deveria me subestimar.
Dirijo para meu outro escritório, um escondido, onde Crowley e
Adonis esperam por mim. Eu só não imaginava encontrar a cena ridícula que
encontrei, ambos trocando socos por uma mulher. Eles são amigos desde a
adolescência e agora estão quase se matando por causa de uma mulher?
— Você sabia que ela era minha, Crowley e transou com ela assim
mesmo! Pensou mesmo que eu não iria colocar alguém para vigiá-la, para
segui-la? Você é apenas um maldito talarico, filho da puta!
— Não sou talarico, ela me disse que não estavam mais juntos... Joan
descobriu que você ainda está com suas amantes e deu uma casa para ambas.
Ela te odeia e eu a amo!
Olha para essa cena ridícula digna de novela mexicana e vou
perdendo a minha paciência, eles estão tão envolvidos na luta corporal e
quebrando as coisas no escritório que não me viram entrar e me sentar.
— Parem, os dois. — falo bem calmo arrumando a bagunça na minha
mesa.
Eles não me deram confiança e eu repito:
— Eu mandei parar com essa palhaçada, agora!
É, eles não me ouviram, engatilho minha arma e dou um tiro de
raspão na perna de cada um que cai para lados opostos.
— Está ficando louco, Demônio? Por que atirou em mim? — Adonis
pergunta.
— Ele atirou em mim também! O que eu te fiz? — Crowley
pergunta.
— Sério que estavam brigando por causa de uma mulher? Levei um
tiro pela minha ontem, achei que levariam um pela de vocês também. — falo
enquanto ligo o computador.
— Esse desgraçado do Crowley transou com a minha mulher e... —
interrompo ele e falo:
— Nossa, ele dormiu com a sua mulher... Qual delas? Se você pode
ter mais de uma mulher, porque ela não pode ter mais de um homem?
Hipocrisia, não acha?
— Demônio, você está do lado dele? Se ele fez comigo hoje pode
fazer com você amanhã! — dou uma de minhas famosas gargalhadas e falo:
— Ele sabe que se pensar em tocar na minha morena irei torturar ele
ao ponto de não existir mais humanidade dentro de seu ser. Quanto a você se
ela não te quer mais você ainda tem duas mulheres ao seu dispor, se a
amasse não teria amantes. Ele espera por essa chance com a Joan desde que
vocês ficaram juntos, mas te respeitou... Já que ela não está mais com você
deixe-a ser feliz com quem quiser.
Volto meus olhos para a tela e pesquiso o endereço de Paola Villare,
uma amante que meu pai ama desde a adolescência e mantém uma vida
secreta desde sempre.
— Hoje iremos comer sushi no almoço... Preciso de vocês em
harmonia para a missão de hoje. Quem aqui quer fatiar e arrancar umas
peles?
Com a mão onde levaram um tiro de raspão os dois se olham
sorrindo, não é qualquer sorriso, é satisfatório, prazeroso... Hoje nós vamos
brincar.
Fechamos um restaurante pequeno, ficou lá somente o sushiman e o
chefe da cozinha para preparar nossa refeição. Não demora muito vejo Paola
entrar no restaurante e as portas são trancadas por fora.
— O que você quer comigo, Damon? Tenho que fazer compras para
uma viagem que irei fazer no final de semana. — ela se senta e não olha para
Adonis e Crowley que estão próximos a uma enorme mesa.
— Que tal almoçarmos primeiro? — uma enorme barca de sushi é
servida para nós dois.
Ela olha e lambe os lábios, logo começa a comer e eu apenas aprecio.
A princípio pensei que ela não iria comer tudo e eu sabia que em uma dessas
iguarias havia algo especial para ela e pelo visto foi a última porção que ela
comeu.
— Tem algum problema com a sua garganta, Paola? — começo a
ouvir Crowley e Adonis amolar as facas que tilintam alto pelo ambiente.
— Huuummm... Huuummm. — ela geme desesperada.
— Sabe qual o efeito da tetrodotoxina, Paola? — vejo a agonia em
seus olhos — A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente
cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas
dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória e embora totalmente
paralisada, permanece consciente e lúcida até o período próximo da morte.
Dou uma alta gargalhada e falo o motivo para ela:
— Meu pai tentou matar meu amor, para o azar dele quem vai morrer
é você. Pode se vingar dele quando ambos estiverem no inferno. Crowley,
Adonis, vamos começar a brincadeira.
Eles a colocaram deita na mesa e eu levei a barca que foi usada para
servi-la. Fizemos um lindo trabalho que foi enviado para o meu pai logo em
seguida. Esse foi apenas um aviso para ele, claro que irei esperar o próximo
ataque bem atento. Como eu disse, agora será olho por olho... Ele tenta, eu
faço.
Como não posso deixar pontas soltas, incendiamos o restaurante
japonês quando terminamos o que fomos fazer ali... Isso faz parte do meu
mundo.
Capítulo 22
O Castigo do Papai.
Damon
— Demônio, seu pai vai revidar e ele pode ser cruel... Você nunca
bateu de frente com ele desse jeito! — Crowley fala aparentemente
preocupado.
— Concordo com o Talarico... — Crowley olha sério para Adonis —
Seu pai não vai pegar leve e sendo bem sincero acho aquele refúgio em que
sua preciosa esposa e herdeiro estão um pouco fracos.
— Mas foi você que arrumou para mim e exigi que fosse muito bem
escondido e protegido! — falo irritado.
— Eu sei... Mas não dá para subestimar seu pai! Aquele ali é
cachorro velho, tem seus truques... E hoje, você passou dos limites
estabelecidos por ele.
— Ele tentou matar a minha esposa primeiro, meu pai sabe que ela
está grávida. Fez isso por orgulho e ego! Revidei, ele precisa entender que
não pode mandar na minha vida.
Ficamos em silêncio por um tempo até que Crowley decide buscar
algo para o jantar e Adonis foi tomar um banho. Me tranco no meu quarto e
me jogo na cama de solteiro que deixa meus pés para fora da mesma. Ligo
para minha morena.
— "Graças a Deus você está vivo! Está ferido?" — acho fofo a
preocupação dela.
— "Está preocupada com seu marido mafioso, morena?" — pergunto
para provocar.
— "Você... Mas que droga, Damon! Pode pelo menos me responder
sem me provocar?" — ela pergunta irritada.
— "Você fica fofa quando está preocupada comigo... Gosto de
aproveitar o momento." — ela suspira e eu também.
— "Pode me contar o que fez hoje?" — ela pergunta curiosa.
— "Sim, posso... Mas, não devo! Você está grávida e me preocupo.
Só posso dizer que me vinguei de quem tentou tirar sua vida!" — ela fica em
silêncio por um momento depois pergunta:
— "Então você sabe quem foi? Você matou essa pessoa?" — dou
risada quase que involuntariamente e respondo:
— "Um sábio disse uma vez: Você tem que se aplaudir, porque há
sacrifícios que muitos não entendem. Por isso não posso te contar, mas
digamos que foi poético... Shakespeare ficaria com inveja." — algo surreal
aconteceu, eu a fiz rir. Não acredito nisso.
— "Meu poeta... Só você mesmo, Damon." — só para cortar meu
momento entra outra ligação que eu não queria atender.
— "Morena, preciso desligar... Mas saiba que estou ansioso para
tocar nessa perdição que é você de novo."
Desligo a chamada, quando atendendo a do meu pai escuto apenas
uma ordem... Quase como um grito e desliga na minha cara. Depois que
Adonis sai do banheiro também tomo um banho e para minha sorte depois
que estou pronto e saio do banheiro Crowley aparece com cinco pizzas e
algumas cervejas. Enquanto nos sentamos para comer e beber aviso aos dois:
— Depois dessa deliciosa refeição teremos que fazer uma visita a
mansão do velho... Ele me ligou. — Crowley engasga e depois diz:
— Nós enviamos uma barca de sushi humano para ele e você está
dizendo que vamos até a casa da morte?
— Estou jovem demais para morrer e tenho duas gostosas esperando
por mim. Você vai sozinho!
— Por um acaso eu perguntei se vocês queriam ir? — ambos se
olham e balançam a cabeça negativamente — Perfeito, agora vamos comer,
sem pressa e depois seguir para lá.
Depois de duas horas comendo pizza, bebendo e planejando nosso
próximo passo seguimos para a mansão do velho. No meio do caminho os
carros com meus seguranças fazem fila atrás do meu carro, parece uma
comitiva de alguém importante.
Chegando na mansão vejo que meu pai não lotou de seguranças tem
só os habituais. Melhor prevenir do que remediar, não posso piscar quando
se trata do meu pai. Assim que entro na sala vejo o segurança mais fiel do
meu pai próximo a porta até que meu pai fala o nome dele.
— Thunder... — não tive tempo de olhar para o desgraçado de volta e
graças aquela muralha eu estava no chão após um soco — Isso foi por ter a
audácia de enviar para minha casa algo que eu não desejaria ver até morrer.
Olho para o segurança enorme que me socou e falo para provocar:
— Você soca feito uma menina de treze anos, nem me fez sangrar...
Mas se ficar roxo vou cortar a mão que usou para me socar e servir para
você comer crua. — me levanto do chão e vejo Adonis e Crowley pegarem
suas armas — Não façam isso! O grande senhor Don Belphegor, tem as
costas pelando... Vocês não irão respirar por muito tempo se atirarem.
— Sua audácia vai custar muito caro, filho ingrato! Não irei te matar
e sabe por que?
— Tenho certeza que vai dizer de uma forma bem sinistra e maldosa.
— Vou arrancar aquele feto de dentro daquela vadia pobre, depois
vou colocá-los em cima da mesa, ao lado do bolo onde será comemorado seu
casamento. Depois que eu conseguir o que eu quero com esse casamento
mato você bem lentamente.
Quando ele fala o que vai fazer com a minha morena e meu filho faz
meu lado psico-sanguinário querer sair de onde está e fazer um estrago, mas
sei que ele não está sozinho, vi o carro dos dois amigos dele que pertence ao
tribunal da máfia lá fora e não posso fazer nada agora.
— Pai, a única coisa que posso dizer agora é... Aqui se faz, aqui se
paga!
— Claro, meu filho, por isso você vai ser castigado pela sua
travessura.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, aparecem os dois amigos
do meu pai e anciãos do tribunal. Os seguranças do meu pai nos levam para
o porão onde ficam as celas e salas de torturas. Crowley, Adonis e eu somos
jogados ali e minha preocupação com a minha morena triplica.
Capítulo 23
Não queria pensar no Damon, não queria me preocupar com ele... Então
por que minha mente está focada nele? Meu coração aperta quando penso
nele, pensei que ele iria me mandar mensagem antes que eu pegasse no sono,
só que não enviou.
Antes da Fuga.
Damon
Eu sabia que o velho iria vir com uma de suas punições e que
provavelmente iria chamar seus amigos do tribunal somente para me obrigar
a fazer o que ele quer. Digamos que fiquei um pouco decepcionado, para o
homem que me criou ele deveria saber que eu não iria simplesmente aceitar
e me deixar ser punido.
— Demônio, que horas vamos sair daqui? Esse lugar fede a inimigos
do seu pai. — Adonis pergunta.
— Adonis, você conhece o Demônio, ele vai deixar o pai dele pensar
que conseguiu o que quer e depois mostrar para ele quem manda de verdade!
— Não esqueça o plano Adonis... — me deito na cama que é super
desconfortável e me estico — Meu pai vai vir aqui e fazer um discurso
idiota, depois disso iremos sair daqui como combinamos.
Ficamos calados, não demora muito e meu pai entra, ele olha para
mim e só vejo frieza e escuridão em seu olhar até que ele começa a falar.
— Damon, você sabe por que eu te trouxe aqui, não sabe? Não posso
permitir que pense por um segundo sequer que pode passar por cima de mim
desse jeito.
— Sim, senhor Belphegor, eu sei que seu ego é do tamanho da
galáxia. Você quer que eu me case com alguém que você escolheu para mim,
como eu não quis tentou matar o amor da minha vida... Eu só devolvi o que
quis me dar, com mais vigor, claro.
— Você acha que pode desafiar a minha vontade? Você acha que
pode se rebelar contra mim? Eu permiti que você tivesse uma vida!
— Eu não me importo com a sua vontade, senhor Belphegor. Eu não
me importo com nada. Você me prendeu aqui nesse lugar imundo, longe de
tudo que eu amo pensando que irei aceitar qualquer chantagem? Não perca
seu tempo.
— Eu fiz isso por um propósito, filho ingrato. Eu fiz isso para te
ensinar uma lição... Você é um Belphegor, o herdeiro da minha fortuna, da
minha máfia e do meu poder. Você tem que se comportar como tal, ser
obediente e fiel a mim. Você tem que seguir as minhas ordens.
— As suas ordens? — dou gargalhadas — São ridículas, você quer
que eu me case com uma mulher que eu nem conheço, que nem gosta de
mim, que só quer status e dinheiro. Você quer que eu abra mão do meu único
amor, da minha única paixão, da minha felicidade e do meu filho... Isso
nunca irá acontecer!
— O amor é uma ilusão, Damon. A paixão é uma fraqueza. A
felicidade é uma mentira. O único que importa é o dinheiro, o poder, o
controle. Você tem que aprender isso, Damon. Você tem que aceitar o seu
destino.
— O meu destino é o que eu faço dele. E eu não vou me render aos
seus caprichos. Eu não vou me casar com essa vadia, prefiro morrer do que
viver uma vida imposta a mim por outros.
— Então, você prefere morrer? Pois bem, Damon, eu vou te dar essa
escolha. Mas saiba que você não vai morrer sozinho. Se você recusar o
casamento, eu vou matar os seus amigos na sua frente. Um por um. Com
muita crueldade, você me conhece bem.
— Não! Não faça isso, papai! Eles não têm nada a ver com isso! Eles
são inocentes! — falo dramaticamente e rindo debochadamente.
— Você foi mimado demais, mas tem como mudar isso! — ele sai
sem olhar para trás.
Pego o celular que escondi e aviso aos "meus" que está na hora, mas
quando pensei nesse plano não calculei o metro quadrado de cada cômodo
desse. Quando os explosivos foram colocados na galeria que fica ao lado das
celas como um enorme duto de ar, não imaginei que os estilhaços e partes de
escombros iriam ser arremessados tão longe.
A dor que sinto com o impacto é tão grande que me fez desmaiar,
acordei no carro indo para o refúgio e a dor era insuportável, percebi
também que levei um tiro, olho para Crowley que está ao meu lado já com
medicamentos e vodka.
— Apaguei por quanto tempo? — pergunto enquanto tomo os
remédios e viro a garrafa de vodka e bebo direto do gargalo.
— Deu tudo certo, mas quando estávamos arrastando você para o
carro dois seguranças do seu pai começaram a atirar e acabou que te
acertaram. Como você estava desmaiado não sentiu, você está apagado já faz
meia hora.
— Cadê o Adonis? — pergunto ao ver somente nosso piloto de fuga
com nós dois no carro.
— Ele não se machucou tanto quanto nós, aquele desgraçado se
cobriu com o colchão fino da cama e só teve dois arranhões. Ele foi buscar
nossa equipe médica de confiança.
— Filho da puta, poderia ter nos falado e não estaríamos ferrados
agora. — minha visão embaça tento manter o foco, mas não consigo —
Crowley, não conte nada para minha morena... Deixe que eu conte.
Apago depois disso, a dor ainda era insuportável, mas a escuridão era
acolhedora.
Capítulo 25
Ver Damon assim me fez refletir muito sobre o que eu quero para mim e
meu filho daqui para frente, sinto algo vibrar em meu útero, é a primeira vez
que sinto uma reação do meu bebê e ainda nem sei se é menina ou menino.
No Refúgio de Amor.
Damon
O Tempo Voa.
Sierra
Estou nervosa e ansiosa, ganhei uma arma de presente do meu amor, ele me
ensinou ontem a noite coisas que não imaginei aprender. Hoje irei aprender
outra coisa que nunca imaginei, atirar em alguém para salvar minha vida e a
do nosso filho se necessário.
Damon não está errado, não terei ele ao meu lado vinte e quatro
horas por dia já que a máfia exige muito dele é normal a esposa de um
mafioso saber usar uma arma para defender a família.
— Nervosa, morena? — ele sussurra em meu ouvido vindo por trás
de mim.
— Nossa, amor... Quase atirei em você agora! Não chega assim sem
avisar.
Fico olhando para esse monumento que aprendi a apreciar e amar, ele
está usando uma muleta por causa da perna que está com pontos até perder a
paciência com a mesma e jogá-la longe e andar mancando ao meu lado até o
lugar onde ele vai me ensinar a usar minha arma.
— Você segura firme, mira e atira... Não tem segredo, morena, mas
sempre fica preparada para o coice que a arma dá por causa do tiro.
Mantenha seu braço firme e seu olho onde quer atirar.
Ele se posiciona atrás de mim, estica meu braço e tudo isso olhando
para frente. Esse momento foi bem sensual, sentir o calor do corpo dele,
sentir seu perfume e o seu hálito mentolado me deixou excitada. Porém, sou
tirada desse momento perfeito ao ouvir ele atirar e com isso quebrar três
galhos da árvore.
— Sua vez, morena, quero ver o que consegue fazer.
Tive um certo problema nas primeiras tentativas, mas duas horas
depois me senti uma sniper. Tudo é uma questão de treino e eu consegui,
estou orgulhosa de mim.
Há um tempo atrás eu era uma dançarina de boate e garçonete em
uma cafeteria e hoje sou a esposa de um mafioso... Um pouco louco e sem
dúvidas psicopata, mas eu aprendi a amar ele intensamente.
Os meses começam a passar, descobrimos que teremos um menino
ao qual demos o nome Jayden. Voltamos para o nosso refúgio que agora está
parecendo uma fortaleza militar. Damon está preocupado, ele já se recuperou
faz dois meses e está relutante em sair de perto de mim.
— Amor, está tudo bem, estou protegida aqui. Meu pai decidiu morar
aqui, o ambiente está mais do que seguro e eu sei atirar muito bem.
— Você tem razão... Mas se acontecer qualquer coisa que você
considere estranha ou fora do normal me liga que venho de helicóptero se
for necessário! — dou risadas e concordo.
Meu pai se divorciou da minha mãe, ela ficou com tanta raiva que
queimou as coisas dele para que saísse somente com as roupas do corpo. Ele
por sua vez mandou uma mensagem para ela com o print de sua nova conta
bancária com emojis dando risadas.
Depois disso bloqueou ela em tudo, ela com ódio arrumou outro
número e ficou infernizando meu pai que trocou de número, pronto, acabou
o problema.
Damon teve que ficar por muitas semanas fora, já que o meu não
querido sogro começou a atacar algumas boates de Damon. Arruaceiros
pagos por ele começaram a quebrar tudo dentro de algumas boates tudo em
uma noite e ao mesmo tempo.
— Filha, está tudo bem? Você está próxima do nono mês e daqui
para lá pode ter o bebê a qualquer momento.
— Está tudo bem sim, pai, não se preocupe. A equipe médica está
cuidando de alguns feridos, pessoal do Damon... Mas vão estar aqui na
próxima semana à minha disposição.
Estava chovendo, ficamos na enorme varanda assistindo a chuva cair
e conversamos muito. Meu pai contou algumas coisas da minha infância que
eu não sabia, foi um momento perfeito de conexão.
Duas noites depois algo aconteceu, cinco seguranças estavam
infiltrados, mas eles não contavam com a presença do Crowley que torturou
e matou os cinco. Só que a troca de tiros e toda tensão me fez entrar em
trabalho de parto.
Crowley estava sujo de sangue, mas me colocou no carro dele e
dirigiu feito um louco. Tudo piorou quando minha bolsa estourou dentro do
carro dele, ao mesmo tempo que ele tentava falar com Damon que estava
lidando com dois incêndios provocados em duas boates também acelerava
mais para conseguir chegar na cidade.
Chegamos em uma clínica, Crowley me explicou que é uma clínica
custeada pelo submundo e que logo seria atendida.
— Vai ficar tudo bem, Sierra, vou ligar para um dos seguranças e
mandar um recado. Tenho certeza que logo ele estará aqui.
Sou levada pelos enfermeiros após Crowley me levar no colo para
dentro da clínica, ele fica na recepção para entregar meus dados. A dor
aumenta a cada segundo, sinto que Jayden vai nascer a qualquer momento,
queria Damon aqui.
Mas como imaginei, ele não chegou a tempo e nosso filho nasceu...
Ainda não acredito que meu filho é ruivo igual ao pai dele. Crowley ficou ao
meu lado o tempo todo, nos protegendo.
Depois que cuidaram de mim e de Jayden fomos levados para o
quarto, Crowley deixou dois seguranças na porta me entregou a minha arma
que coloquei embaixo do travesseiro e depois ele foi até Damon, já que não
estavam conseguindo falar com ele. Eu adormeci, quando acordei vi o diabo
perto do meu filho.
— Como você... Sai de perto do meu filho, agora!
— Não acredito que esse... Damon e ele parecem gêmeos. Ele é
igualzinho ao Damon quando nasceu... Foi assim que descobri que ele não
era meu filho.
Meu Deus, o que esse homem está dizendo? Damon não é filho dele?
Como assim? Nesse momento outra coisa me chamou atenção, Don
Belphegor segurava em sua mão uma arma com um silenciador na ponta e
seu olhar estava intenso para o meu filho.
Capítulo 28
Estou em pânico, Don Belphegor está perto do meu filho segurando uma
arma com silenciador, provavelmente ele matou os seguranças que estavam
lá fora. Ele acaba de dizer que Damon não é filho dele e eu estou em
desvantagem por não conseguir me levantar rápido o suficiente para pegar
meu filho.
— Eu sei que você tem problemas com seu filho... Com o Damon.
Mas eu e meu filho não temos nada com isso! — ele olha para fora como se
estivesse lembrando de algo doloroso.
— Minha esposa era jovem e linda, só aceitei o casamento porque a
queria em minha cama. Mas eu cometi um erro, deixei meu meio irmão
conviver com a minha jovem e gostosa esposa. Eles tiveram um caso, ela
engravidou dele e tentou jogar o filho para mim. — ele volta a olhar para o
meu filho e isso me incomoda — Mas a diferença entre mim e o meu irmão
era gritante, meu era ruivo e eu como pode ver não sou.
— Damon é filho do seu irmão... Não desconte em nós a sua
tragédia! — ele me olha e ri debochadamente.
— Minha tragédia? Fui corno na minha própria casa, meu meio
irmão fudeu com a minha esposa por dois anos, teve um filho com ela... Foi
prazeroso para mim matá-la no hospital. Apertei seu pescoço até ver a luz se
apagar de seus olhos, para o traidor fui mais artístico.
— Sai de perto do meu filho, ele é inocente e não tem culpa de nada.
— estou começando a tremer, ele me ignora e continua a história de sua
vida.
— Não sou santo, tinha minhas amantes, mas nunca engravidei
nenhuma delas. Levei Damon para casa, algo dentro de mim exigia que eu
quebrasse o pescoço dele, mas não consegui. — ele levanta a arma e passa
na própria têmpora — Matei meu meio irmão rasgando a garganta dele bem
devagar na frente do filho dele, vi o brilho no olhar de Damon, vi potencial
no garoto. Mesmo com horas de vida, o moleque ficou atento ao me ver
matando o verdadeiro pai dele.
Ele se afasta de Jayden e vem na minha direção, minha arma está
embaixo do meu travesseiro... Será que eu consigo pegar e atirar sem ele me
matar primeiro?
— Por que está me contando isso com tantos detalhes?
— Querida, mortos não falam. Será que o pequeno ali tem a
personalidade do pai? Se eu matar a mãe dele, será que terá o mesmo brilho
em seu olhar? Isso irá definir se ele vai viver ou morrer! — vejo o sorriso
maligno desse velho maldito.
— Damon sabe que você não é o pai dele? Ele sabe que você matou
os verdadeiros pais dele? — tento ganhar tempo, deu certo, ele se afasta.
— Ele não precisa saber de nada, pai é quem cria! Eu fiz dele o
homem que ele é agora, só que você entrou e estragou tudo. Mas isso não
será mais um problema, hoje você deixa de respirar.
Nesse momento eu pego minha arma, miro e atiro. Fechei meus
olhos nesse momento, nunca tirei uma vida antes e agora foi necessário.
Escuto a porta do quarto abrir com violência batendo na parede, abro os
olhos a tempo de ver Don Belphegor cair lentamente com sangue saindo de
um buraco no meio da testa dele. Damon estava ali de pé assistindo.
— Amor, sinto muito, tive que matar seu pai! — ele vai na direção
do nosso filho pulando o corpo morto de Don Belphegor dando uma alta
gargalhada ao dizer:
— Ele nem era meu pai mesmo! Nossa, meu filho é a minha cara...
Perdão filho, não consegui chegar a tempo para vê-lo vir ao mundo, mas
papai já está aqui.
Enquanto Damon pega nosso filho e vem na minha direção, os
seguranças entraram e tiraram o corpo do velho Belphegor do quarto e uma
equipe de limpeza limpar o sangue do chão.
— Quando você descobriu que ele não era seu pai biológico? —
pergunto curiosa.
— Há dois meses, um velho empregado que era fiel a minha mãe me
procurou e contou a verdade, também me entregou fotos do meu pai e da
minha mãe. Mas agora posso te garantir que nossa vida será tranquila... Ou
quase. — ele dá risadas.
Passei por muita tensão, fui avaliada pela médica e ela disse que eu
precisava apenas descansar. Damon não largou mais Jayden, seus olhares
focados um no outro e assim eu adormeci, com essa cena perfeita.
Tudo o que aconteceu na minha vida desde que Damon cruzou meu
caminho seria digno de filme, mas agora eu só quero viver a nossa realidade.
Pode não ser perfeita, mas me faz sentir viva.
Capítulo 29
Eu tinha que ter essa mulher para mim, mas ela dificultou tudo tive
que recorrer aos meus meios para tê-la só para mim. O que tinha tudo para
dar errado deu certo, posso dizer que para um homem que não queria casar
com uma mulher e ter várias em minha cama hoje estou feliz por conseguir
quem meu coração escolheu por mim.
Como as coisas nunca são fáceis para mim tive que conquistá-la e
ainda brigar com meu pai que no final apenas me criou, era meu tio, matou
meus pais por terem vivido um amor proibido que gerou um fruto, eu.
Ao olhar as fotos percebi que poderia ter outra vida, com carinho,
afeto e amor familiar. Mas fui criado como uma arma para matar e um
mafioso ardiloso. Minha vida foi roubada pelo homem que me criou, me
jogou nas sombras e eu aprendi a sobreviver ali.
— Estamos aqui, Demônio... Os anciões querem te punir? —
Crowley pergunta preocupado.
— É claro, Crowley! Ele não teria como explicar a morte do pai. —
Adonis fala ansioso.
Dou risadas e me sirvo de mais uma dose de conhaque, eles me
olham, porém, não percebem nada por causa do meu humor duvidoso para
horas impróprias.
— Na verdade, a punição será para nós três... Se para se foder que tal
três caras enormes e violentos? Nós só teremos que ser gentis com eles e
deixar fluir. — me engasgo com a bebida por rir do que acabei de falar.
— Demônio, isso não tem graça! Nenhum filho da puta vai me foder!
— Adonis fala nervoso.
— Muito menos a mim, posso até cair, mas cair matando! —
Crowley faz gestos de luta.
— Estamos livres! — falo ao terminar minha dose de conhaque —
Eles acreditaram na triste história de que um inimigo meu matou meu pai
enquanto o velho tentava proteger a nora e o neto no hospital e blá blá blá
blá... Estamos livres.
Eles suspiram aliviados, se sentam no sofá e se servem de conhaque.
— Chamei vocês aqui porque agora seremos sócios! Adonis, você
será meu sócio nas boates, Crowley, você será meu sócio na máfia! —
ambos se olham e falam em uníssono:
— Você está falando sério?
— Eu brinco por acaso? Sou irônico e sarcástico... Estou falando
sério! Tenho uma família que precisa da minha presença e irei tirar... Como
dizem por aí? Ah, tá, férias. Pelos próximos seis meses ficarei com a minha
esposa e filho, caso realmente precise de mim é só me ligar.
— Perfeito, não vou te decepcionar, sócio!
— Eu também não vou te decepcionar, sócio!
Passamos o dia bebendo, comemorando e acertando os detalhes dos
contratos que assinamos para firmar a sociedade. Voltei para a mansão e
contei para minha morena a novidade.
— Você está falando sério? Vai mesmo ficar seis meses aqui
acompanhando tudo do nosso filho ao meu lado, Damon? — ela pergunta
para mim e eu respondo:
— Minha morena, você é a luz da minha vida, a razão do meu viver.
Você me faz sentir coisas que eu nunca senti antes, me faz querer ser um
homem melhor, juro que estou tentando. Você é a única que me entende, que
vai me apoiar e me amar incondicionalmente. Você é a minha rainha, a
minha parceira, a minha alma gêmea, minha dama mafiosa. Eu faria
qualquer coisa por você e nosso filho, até mesmo matar ou morrer. Vocês são
o meu tudo, e eu nunca vou deixar vocês. Eu te amo mais do que as palavras
podem expressar, minha morena. Vocês são o meu sonho realizado.
— No início eu queria te matar, te odiava com todas as minhas forças
e queria minha liberdade de volta a todo custo... Mas você conseguiu a
minha atenção, até mais do que isso. Você conseguiu o meu amor, Damon
Belphegor. E agora eu só quero viver esse amor com você e nosso filho, ser
mãe era meu sonho que parecia distante e com seu jeito todo errado acabou
antecipando esse sonho, obrigada por me amar e por fazer parte da minha
vida... Eu amo você, seu louco mafioso.
É incrível quando tudo se encaixa, não imaginei ter a vida que tenho
hoje. Minha parceria deu certo, Crowley se casou com Joan, com o jeito
deles construíram sua família.
Adonis juntou suas duas mulheres em uma mansão só, ele também
tem sua família perfeita. Não julgo, nunca irei julgar.
Meu sogro continua trabalhando para mim e meus sócios como
contador, ele disse que antes se sentia péssimo por não fazer o que gostava e
agora tem até uma namorada e uma vida confortável.
A progenitora da minha morena junto com a filha e o genro crápula
não estão mais morando na cidade, digamos que dei uma de fada madrinha
do mal e eles foram para a terra do nunca... Nunca mais inferniza.
Quando o Don Belphegor morreu por um segundo senti algo, mas
depois lembrei que ele matou meus pais a sangue frio e na minha frente,
apenas mandei cremar e deixar na mansão que ele tanto amava.
Uma vez li uma frase que pertencia a um livro: “O casamento é um
contrato sagrado entre duas famílias. Não se pode quebrar esse contrato sem
consequências. A máfia respeita o casamento, mas também exige lealdade e
obediência. Se você trair a sua família, você trairá a máfia. E isso é
imperdoável.” — Don Corleone
Concordo plenamente e seguirei como algo religioso. Meu felizes
para sempre começou em uma cafeteria quando uma mulher chamada Sierra
Malker me rejeitou e me fez ver o que é amar de verdade. Minha maior
obsessão virou meu grande e único amor.
—Fim—