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Direitos autorais © 2023 Rosana Lyra

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Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com
pessoas reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.

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ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10 1477123456

Design da capa por: Pintor de arte


Revisão: Rosana Lyra
Diagramação: Kallyne dos Santos
Sinopse

Para uma mulher solteira nos dias de hoje é comum sermos cantadas no
ambiente de trabalho, mas aquele homem era o demônio. Damon Belphegor,
um homem cheio de si que decidiu somente para me prender a ele que eu
seria perfeita para carregar o seu herdeiro. Eu, Sierra Malker, fui enganada e
sequestrada pelo mal encarnado.
Capítulo 1

Uma Morena Misteriosa.


Damon

Eu fui criado pelo meu pai, nunca conheci minha mãe e meu pai evita falar
dela. O problema de ser criado por um líder da máfia é que amor e carinho
não vestem e nem blindam um mafioso, para resumir o grande senhor
Belphegor me criou para ser uma arma perfeita e o mais temido mafioso do
submundo… Não é atoa que me chamam de Demônio por lá.

Tenho a mulher que eu desejar sem esforço algum, confesso que isso
começou a me deixar entediado. Pelo incrível que pareça eu não tenho um
melhor amigo… Tenho uma melhor amiga. Savannah é a melhor caçadora
de recompensas do país. Gosto do humor ácido dela, combina bem com meu
humor nada agradável… Combinamos de nos encontrar em uma cafeteria
que inaugurou há uma semana.
— Chegou atrasado, imbecil… Nada cavalheiro! — ela fala me
jogando alguns amendoins.
— Sabe que não tenho pressa para ver essa sua cara feia! — falo de
forma zombeteira.
Assim que me sento percebo que Savannah está olhando para algo
atrás de mim, curioso me viro para entender a cara que ela está fazendo,
meus olhos vão direto para uma morena baixinha de olhos cor de mel, sua
pele morena me faz queimar de desejo pelo toque, seus lábios carnudos com
batom carmim me faz desejar mordê-los suavemente apenas para apreciar
sua reação. Seus cabelos pretos caem em ondas e bate em sua cintura me
vejo segurando-os e puxando para mantê-la firme enquanto seguro sua
cintura, seu corpo parece um violão perfeito que eu desejo tocar com toda
minha intensidade e habilidades.
Merda… Que porra de sorriso lindo é esse? Essa mulher vai me
matar. Quero esse sorriso só pra mim. Sinto um chute na minha canela e olho
para Savannah que diz irritada:
— Se você se atrever arranco teu saco com a minha calibre doze! —
ela me ameaça com um sorriso no rosto.
— Mas não vejo seu nome no avental xadrez preto que ela está
usando. — falo sorrindo e voltando meu olhar para a morena linda.
— Damon, é sério, eu cheguei primeiro! Vi essa beleza rara primeiro
e você não vai empatar a minha foda! — Savannah fala me puxando para
olhar para ela.
— Você nem sabe se ela é bi ou hétero! — nós nos calamos ao ver
que a morena se aproximar com um sorriso simpático e lindo.
— Ola, boa tarde. Me chamo Sierra e irei atendê-los da melhor forma
possível. O que desejam comer ou beber? — sua voz me hipnotiza, o sorriso
dela me faz querer agarrá-la e beijá-la aqui mesmo.
— Depende, morena... Quero algo que seja quente, intenso, suave,
doce e tentador feito você! — falo enquanto analiso ela dos pés a cabeça
com meu olhar safado e sorriso descarado estampado em minha cara.
— Sinto muito, senhor! Doce, quente, intenso, suave e tentador aqui
só temos o café... — ela me ignora friamente e olha para Savannah — O que
deseja beber ou comer, senhorita?
— Me chamo Savannah, desculpe pelo meu amigo, ele ainda está na
quinta série... Pode mandar para nós dois o mesmo pedido. Dois cafés com
pouco leite e açúcar e dois sanduíches de peito de peru sem cascas.
Obrigada, linda. — Savannah pisca para a morena que se apresenta:
— Me chamo Sierra, seu pedido será entregue logo... Obrigada
Savannah.
— Eu me chamo Damon... — ela me ignora e sai para buscar nossos
pedidos.
Savannah começa a rir e eu chuto sua canela por baixo da mesa e
digo:
— Eu deveria pegar minha Glock e descarregar na sua cara feia.
— Pelo menos ela sorriu para mim e eu já ganhei meu dia.
A morena nos serviu café e sanduíche e saiu sem olhar para mim, me
ignorando por completo. Aquilo me incomodou, sendo bem sincero feriu
meu ego, sou gato pra caralho e essa morena baixinha me ignorou como se
eu fosse o salsicha do Scooby Doo. Sim, sou ruivo, tenho olhos azuis quase
cinzas, sou bem alto e tenho 1,96 de altura. Eu malho e tenho ombros largos,
não tenho pernas de frango, minhas pernas são torneadas. Tenho estilo e bom
gosto para roupas, mas uso mais preto e cinza... às vezes uso azul escuro
também.
Ainda quero saber porque aquela morena que mais parece uma deusa
africana me deu aquele gelo, se eu estivesse na Groenlândia sentiria mais
calor se for comparar com o jeito que ela me tratou. Volto para casa e decido
ir para o escritório tenho alguns relatórios para analisar. Comandamos a
máfia que vende todo e qualquer tipo de drogas, e para facilitar tudo também
temos um negócio legalizado, as boates. Decidimos batizar de Titã, temos
boates espalhadas por todo o país e às vezes sou obrigado a viajar para
fiscalizar todas.
Meu pai ainda está trabalhando no submundo, porém agora ele é um
dos anciões do tribunal da máfia e isso me irrita já que ele sempre procura
saber o que estou fazendo para não parar lá.
— Damon, precisamos conversar! — meu pai entra sem bater mais
uma vez.
— Olá pai, boa tarde! Entre, não estou nada ocupado! — falo
sarcasticamente.
— Damon, seus dois subchefes são uns imbecis! Você precisa
arrumar outros que não te leve para as mãos da morte!
— Pai, o senhor não deveria estar no tribunal da máfia mandando
algum pobre coitado para o esfolamento? — pergunto ainda olhando para a
tela do computador.
Tenho dois subchefes, Adonis cuida das boates, ele tem mais jeito
para falar com as mulheres e temos muitas trabalhando lá. Já Crowley, por
causa de seu ego e temperamento narcisista o coloquei para me ajudar com a
máfia.
— Você precisa levar nossos negócios mais a sério, Damon! Crowley
quase levou você para o tribunal da máfia por confiar em um comprador que
era um espião. O tribunal está fazendo isso com todas as máfias do nosso
Estado. Para sua sorte isso caiu nas minhas mãos e eu dei meu jeito... Já o
Adonis está vendendo nas boates para menores de idade. E o tribunal deixou
bem especificado que não vendemos mais nada para menores de idade assim
como eles não devem ter acesso a danceterias e boates que vendem qualquer
produto ilícito!
Tiro meus olhos da tela do computador e olho para o meu pai, eu não
acredito que aqueles dois imbecis me fizeram levar uma bronca do meu pai
por serem burros.
— Eu vou resolver isso, e não vai acontecer novamente... Don
Belphegor, senhor ancião do tribunal da máfia. — falo isso enquanto me
levanto, pego minhas duas pistolas às coloco no meu coldre atrás das costa,
visto minha jaqueta e saio do escritório.
Capítulo 2

Meu Destino Quem Sabe Sou Eu.


Sierra

Me casei no dia do meu aniversário de vinte anos, foi um casamento


simples, mas dos meus sonhos. Elon era o príncipe encantado perfeito
daquele tipo que abre portas, leva buquê de flores e chocolate para
acompanhar sempre uma pelúcia diferente. Nós começamos a namorar no
final do segundo ano do ensino médio da escola, nem sei o que ele viu em
mim. As outras garotas eram magras, elegantes, loiras e ele escolheu a mim.

Os pais dele haviam comprado uma casa para ele de presente de


casamento, o pai dele também deu um ótimo emprego para ele com um
salário bom. Mas a empresa do pai dele virou cinzas, literalmente, depois
que fizemos um ano de casados. Elon me disse que o pai dele não havia
colocado a empresa no seguro e eles perderam tudo, com isso Elon teve que
arrumar um emprego que não ganhava tão bem, ele virou gerente de uma
loja famosa de roupas em nossa cidade.
Mas só o dinheiro dele não estava dando, já que ele também estava
ajudando os pais. Quando completamos dois anos de casados, minha amiga,
Joan, me disse que na boate Titã estavam contratando meninas para servir
mesas e também para dançar para os clientes em uma cabine de vidro. Ela
me avisou que as cabines de vidro tinham buracos por onde os clientes
jogavam o dinheiro e que ali eu ganharia mais.
— Joan, não sei amiga... Elon pode não gostar. — falo encarando o
chão.
— Sierra, se você virar a favorita, gata do jeito que é vai ganhar mais
de cinco mil dólares por semana. Mesmo você dando a porcentagem da
boate, ainda assim você ganhará muito dinheiro. — ela insiste.
— Vou conversar com ele e te ligo! — falo me levantando.
— Vou falar com meu caso, que também toma conta do lugar para
segurar essa vaga para você. — ela beija minha bochecha e sai animada.
Sempre fui uma ótima dançarina, na verdade esse era meu sonho,
porém não dançar em uma boate semi nua para desconhecidos. Conversei
com Elon que aceitou na hora e eu não entendi bem aquilo, pensei que ele
teria ciúmes e fosse dizer que eu não iria... me equivoquei.
— Amor, eu te amo, sei que é fiel a mim... e isso será por pouco
tempo. Logo não terei mais que dar dinheiro para o meu pai e poderemos
viver como queremos. — ele diz com um sorriso no rosto.
— Você tem razão... poderemos ter nosso primeiro bebê depois que
tudo estiver mais calmo. — ao me ouvir ele faz uma cara que me deixa sem
jeito, mas não diz nada.
Como a casa dos meus pais era ao lado da minha, fui até lá dizer que
eu iria começar a trabalhar a noite e se minha mãe poderia ajudar Elon se ele
precisasse de alguma coisa. Tenho uma irmã de dezessete anos, Sofia, ela
disse que qualquer ajudaria nossa mãe para que eu ficasse despreocupada.
A minha primeira noite na Titã foi surreal. Eu parecia uma estrela
famosa que estava ali para dar autógrafos, os homens ao me verem com uma
roupa super sexy de mulher maravilha uivavam e assobiavam. Eu ainda não
tinha encostado na barra do pole dance e eles jogavam notas de cinquenta e
cem dólares por ali.
Eu pedi para tocar "Dangerous Woman" da Ariana Grande, quando
começou me senti uma dessas famosas com todos os holofotes em mim, as
luzes giratórias da boate focaram em mim. E eu apenas mergulhei na música,
deixando meu corpo sentir as vibrações dela. Foi uma experiência única, não
esperava me sentir tão sexy e quente até começar a deslizar naquela barra.
Quando a música parou não acreditei na quantidade de dinheiro que se
amontoou na minha frente, eram muitas notas de cinquenta e cem dólares.
Joan me deu um saco para colocar todas dentro.
Fui para o camarim contar aquilo tudo, tranquei a porta e comecei a
contar, fiquei surpresa ao descobrir que ali tinha quinze mil dólares. Tive que
tirar cinco mil e entregar para o Adonis, ele comanda tudo aqui... Cada valor
que recebemos uma certa porcentagem vai para a casa. Trabalhei no bar o
resto da noite para que as outras tivessem suas oportunidades também. Voltei
para casa tão feliz que tentei fazer amor com o Elon antes dele sair para o
trabalho, mas ele disse que precisava ir. Tive que me aliviar com meu
pequeno sugador de clitoris, confesso que dessa vez o usei por quase uma
hora cada vez que me imaginava dançando.
As coisas começaram a ir bem para mim, na boate eu era um sucesso,
quando fiz um ano na boate, justo nessa noite passei mal após dançar, estava
com muita falta de ar e sentia dores nas costas. Adonis me dispensou mais
cedo, ao chegar em casa decidi chegar em silêncio para não acordar o Elon,
creio que fiz certo.
A porta do meu quarto estava escancarada, eu consegui ver toda a
cena bem explícita e ouvir com clareza.
— Isso sua puta gostosa, me deixa foder essa sua bunda gostosa e
apertada. Quer tudo dentro de você? — Elon pergunta ofegante.
— Quero sim, vai me fode gostoso! Nossa, seu pau é tão grande. —
Sofia responde.
— Eu vou gozar, não contrai desse jeito! Coloca sua mão nessa coisa
gostosa e bate uma vai, vamos gozar juntos.
Meu estômago se revirou, pareciam dois cachorros cruzando, ele
estava por trás dela, ela estava de quatro para ele enquanto o mesmo fazia
sexo anal com ela. Isso me surpreendeu pois Elon dizia para mim que odiava
sexo anal por ser sujo e anti higiênico... Mas com ela estava metendo até as
bolas. Quando os dois estavam gozando e uivando feito cachorros, fui até a
cozinha e peguei a vassoura.
Voltei até o quarto e eles continuavam o ato libidinoso, desci a
vassoura nos dois, bati tanto que quebrei a vassoura. A cabeça de Elon
começou a sangrar e ele caiu tonto, a Sofia ainda estava lúcida, dei uma
surra nela com meu sinto enquanto a puxava pelo cabelo e a arrastava nua
jogando-a para fora da casa. Só parei porque estava prestes a desmaiar com
falta de ar.
Tranquei a porta e tentei recuperar o ar, minha visão embaçava, mas
me mantive firme. Elon se arrastou e começou a me xingar:
— Sua desgraçada! Maldita! Quase quebrou minha cabeça! — com
ele ainda no chão andei com dificuldade até o quarto.
Peguei as únicas duas malas que eu tinha e comecei a colocar minhas
coisas dentro, ele viu aquilo e se desesperou.
— Sierra, vamos conversar... Eu sei que errei! Mas eu... —
interrompi ele e perguntei:
— A quanto tempo? — ele abaixa a cabeça e responde:
— Na sua primeira noite fora, ela veio aqui e eu estava nu no nosso
quarto. Ela tirou as roupas dela e se deitou em nossa cama e começou a se
masturbar... Eu fui fraco, senti tesão e acabei tirando a virgindade dela. Ela
disse que a partir daquela noite também seria minha mulher... Ela é muito
gostosa, Sierra. Viciei no sexo dela. — ele confessa sem olhar na minha
cara.
— Uma última pergunta... Você gosta de sexo anal?
— Ela disse que se eu não a comesse por trás iria dar para outro...
Enlouqueci de ciúmes e acabei fazendo o que ela queria. — por ele estar de
cabeça baixa não viu que eu já tinha arrumado minhas malas.
Elon tentou me impedir de ir embora, mas o acertei com o abajur que
estava em uma mesa na sala e depois fui embora. A dor da traição estava me
matando por dentro, mas eu não iria desmoronar na frente deles.
Capítulo 3

Ela Vai Ser Minha.


Damon

Estou aborrecido, meu pai foi me encher o saco porque os dois imbecis que
coloquei para me ajudar estão querendo ferrar com a minha vida. Deixei
Adonis cuidando das boates e Crowley cuidando da máfia e acaba que os
dois estão fazendo merda. Mas não vai ser de mim que os anciãos vão
arrancar o couro, vou acabar com aqueles dois. Assim que eu cheguei no
escritório da boate principal peguei os dois fudendo com duas mulheres que
trabalham na boate.

— Não me importo nem um pouco de empatar a foda de vocês já que


acabaram com meu dia! As duas vadias fora daqui, agora! — falo enquanto
me encosto na porta para mantê-la aberta.
Elas logo saem correndo e os dois se vestem enquanto suas caras
demonstram descontentamento. Assim que estão completamente vestidos
dou um soco na cara de cada um e falo em seguida:
— Se querem fazer sexo procurem um motel! Aqui não é lugar para
isso, espero não pegar algo assim de novo.
— Tenho certeza que você não veio até aqui só para isso... Fala logo
o que está acontecendo! — Crowley fala enquanto passa a mão no queixo
onde acertei um soco.
— Calma queixinho de vidro. Eu deveria usar minha arma ao invés
do punho, vocês só não são mais burros por falta de espaço na porra do
crânio! — falo enquanto me sirvo uma bebida.
— Mas os negócios estão indo bem, Demônio! Tudo está sendo
repassado perfeitamente para você e seu pai! — Adonis se explica tentando
entender o que está acontecendo.
— Ok... — viro a dose dupla de vodca e continuo — Me respondam
uma pergunta... Qual é a idade mínima para entrar na Titã e consumir o que
"vendemos"?
— 21 anos! — ambos respondem em uníssono.
— Descobri que um adolescente entrou aqui, consumiu e ainda
transou com uma das dançarinas que passou uma dst para ele! Agora, me
respondam... O que vocês fizeram com o segurança que permitiu a entrada
dele? — pergunto irritado.
— Demônio, todos mostram as identidades na entrada e... — eu soco
a mesa de vidro com tanta força que a quebro fazendo alguns cortes em meu
punho e pergunto:
— Para quê eu pago um absurdo todo mês ao Devon? Até então ele
quem fica responsável por identificar as falsificações, ele é o melhor do país!
Eles ficam quietos e eu sinto vontade de socá-los novamente. Mas
respiro fundo e digo:
— Me escutem bem! As dançarinas não são prostitutas, não quero
elas transando com os clientes. Se vocês querem continuar comendo elas é
um problema de vocês, mas que não seja aqui, a Titã é uma boate e não um
motel. Se o meu me dizer que eu vou ser convocado para uma reunião no
tribunal da máfia pode ter certeza que vocês vão junto comigo!
Eles apenas concordam, eu os convido para ir tomar um café, quero
ver a morena de novo. Tenho que confessar, ela não sai da minha mente.
— Mas são cinco horas da tarde! Por que vamos até uma cafeteria?
— Crowley pergunta.
— Porque eu quero! — respondo para ele enquanto saio do
escritório.
Ao chegar na cafeteria falo com o gerente que quero a sala vip e
quero ser atendido por Sierra. Ele olha para mim e diz de um jeito arrogante:
— Senhor, sinto muito, mas não é o senhor que escolhe a funcionária
que irá atendê-lo! Temos um quadro de funcionários com regras a serem
seguidas.
Assim que ele termina de falar seguro ele pelo pescoço e tiro uma
das minhas armas do coldre e coloco em sua têmpora ao dizer novamente:
— Eu já estou na sala vip, agora você vai designar a Sierra para
atender essa sala! Você conseguiu me ouvir bem ou preciso ser mais claro?
Solto o homem que cai no chão segurando o pescoço e tossindo,
enquanto me sento escuto Crowley alertar o homem:
— Faça o que ele está mandando ou até o final do dia você não terá
mais cafeteria para gerenciar!
O homem sai e um minuto depois Sierra entra, mas ela não olhou
para nenhum de nós três, estava atenta ao cardápio em suas mãos que é bem
diferente do cardápio que Savannah usou da outra vez.
— Bom final de tarde, sou a Sierra e irei atendê-los... — somente
quando seus lindos olhos cor de mel pararam em mim que ela calou-se.
— Se sua memória for boa creio que já saiba o que irei querer... além
de você, é claro.
Sem me responder ou até mesmo voltar a olhar em meus olhos ela se
volta para Adonis e Crowley e pergunta:
— O que os senhores desejam comer ou beber? — sinto sua voz fria
e apática cortar o ambiente, mas não vou desistir.
Logo ela traz os pedidos, entrega primeiro o de Crowley e Adonis
deixando o meu por último. Seguro a mão dela assim que coloca tudo na
mesa e digo:
— Você poderia ser mais gentil! Estou apenas querendo me
aproximar desses seus lábios que viraram meu desejo favorito.
— E você poderia deixar de ser um babaca e soltar a minha mão
enquanto estou pedindo numa boa! — ela ainda não encara meus olhos e eu
a instigo:
— Estou ansioso para saber o que você faria se eu não soltar! — ela
me surpreende, pega um pequeno vaso que está no meio da mesa e joga a
água que está ali em minha cabeça com isso eu a solto e Adonis fala:
— Você está querendo morrer? Por um acaso sabe quem é ele? — e
ela responde antes de sair rapidamente:
— Apenas mais um tarado idiota!
Crowley se levanta para ir atrás dela e eu faço um sinal com a mão
para que ele não vá atrás dela.
— Vai deixar ela te humilhar assim, Demônio? — ele pergunta
indignado.
— Vamos esperar ela sair... Os funcionários saem pelos fundos da
cafeteria e é para lá que vamos agora.
Ficamos lá esperando por duas horas, quase todos os funcionários da
cafeteria saíram, minha ansiedade me consumia. Quando ela saiu a peguei
pelo braço e arrastei para o outro lado do beco da cafeteria onde não tem
saída.
Crowley e Adonis estavam de olho mais na frente para que ninguém
nos interrompesse. Ela me olha irritada e fala:
— Está perdendo a razão? Vou gritar e pedir socorro! — ela está tão
furiosa que olha nos meus olhos sem piscar.
— Quero o meu beijo! Se eu não provar seus lábios sinto que vou
deixar de existir. — atrevida e irritada ela responde:
— Isso não é problema meu!
Por ela ser muito baixinha acabo suspendendo ela e a beijo à força,
não tive tempo de sentir sua língua, além dela me morder ainda me deu um
chute no saco o que me fez soltá-la e ela correu fugindo de mim. Eu estava
ajoelhado no chão segurando meu saco que lateja de dor. Adonis e Crowley
chegaram perto de mim.
— Não a segurei porque você disse que iria cortar nossas mãos se a
tocarmos. — Adonis se explica.
Assim que consigo recuperar a pouca sanidade que tenho falo para
eles:
— Investigue tudo sobre ela! Quero saber até quantas vezes ela
penteia o cabelo!
Assim que consegui me colocar de pé andamos em direção ao meu
carro, a minha morena me deixou mancando de tanta dor, fora o gosto do
meu próprio sangue na boca... Mas ela vai ser minha.
Capítulo 4

Apenas Mais Um Tarado.


Sierra

Hoje acordei sentindo que meu dia não será fácil, mas acho que deve ser
porque dormi por apenas três horas. Trabalhar na cafeteria de oito da manhã
às sete da noite, depois seguir para casa descansar até às nove e meia e ir
para a boate que é meu segundo emprego e trabalhar até às quatro da manhã
não é algo bom para a saúde.

Só estou em dois empregos porque percebi que os anos passaram e


quero ter filhos depois dos trinta e se por um acaso eu estiver solteira até lá
terei meu filho sozinha, produção independente existem aos milhões.
Existem muitas mulheres que são mães e pais ao mesmo tempo e criam
filhos maravilhosos.
Encontrei uma clínica de reprodução humana perfeita chamada
Tomorrow 's Flowers, lá eu posso congelar meus óvulos e depois fecunda-
los, mas para isso preciso de dinheiro pelo menos cinco mil dólares. Por isso
trabalho na boate a noite e de dia na cafeteria, tenho aluguel e outras contas
para pagar além de me alimentar e manter minha aparência que é o que me
trás mais dinheiro a noite quando danço no pole dance.
Só que há seis meses entrou um cliente na cafeteria, lindo, porém
ordinário e tarado. Ele cismou comigo até me forçou um beijo meses atrás,
mas mordi ele e o acertei onde mais dói para ver que não iria conseguir o
que queria de mim.
Estou arrumada para ir trabalhar e alguém bate na minha porta, moro
em um apartamento de um quarto e um banheiro e isso foi escolha minha já
que também estou juntando dinheiro para comprar uma casa para mim. Ao
abrir a porta me deparo com a minha mãe.
— Vim até aqui entregar o convite para o chá de bebê da sua irmã já
que você não foi até o casamento dela. — minha mãe fala largando o convite
na mesa enquanto me viro e pego meu batom favorito e retoco em meus
lábios.
— Sério que veio até aqui esfregar na minha cara que a vadia da sua
filha está esperando o filho do canalha do meu ex-marido? Eu não fui no
casamento e não irei para chá de bebê nenhum! Pode por favor sair do meu
apartamento e não voltar nunca mais? — o estalo alto do tapa dado em meu
rosto fez eco no pequeno apartamento.
Quando dei uma surra na vadia que se diz minha irmã ao pegá-la
sendo fudida pelo meu ex-marido, minha progenitora também foi até a mim
somente para me esbofetear. Isso já virou um hábito dela em todos os nossos
encontros, mas esse foi o último tapa que ela me deu.
— Soraya, essa é a última vez que iremos nos ver! Se você se atrever
a bater em minha porta novamente irei chamar a polícia. Meu pai sempre
será bem vindo em minha vida, mas você acaba de morrer para mim! — ela
me olha furiosa e diz:
— Desejo que alguém sequestre você e te torture pelo resto de sua
vida! — dou um sorriso sarcástico para ela e respondo:
— Sério? Talvez eu considere até um upgrade na minha vida com
uma progenitora como você! — ela iria me bater novamente, mas segurei
sua mão usando toda a minha força — Saia da porra da minha vida agora,
Soraya! Você não é mais bem vinda!
Solto o braço dela e a mesma passa a mão onde apertei e sai. Dava
para ver o ódio nos olhos dela, peguei o convite que tinha a foto feliz do
casal apaixonado e joguei no lixo. Ao abrir a porta para sair para mais um
dia de trabalho, sou empurrada para dentro do meu apartamento novamente
sendo segurada firmemente por Elon, o canalha que me traiu com a vadia
irmã.
— Amor, já se passaram dois anos, não suporto mais a saudade de
você... Me aceita de volta.
Ele se joga em minha cama comigo e deitado por cima de mim tenta
ficar entre minhas pernas apenas para me segurar com mais força. Elon tenta
me beijar e eu viro o meu rosto desesperada.
— Volta para a vadia novinha da sua atual esposa e me deixa em paz,
Elon! A única coisa que sinto por você é nojo e repulsa!
— Você partiu para o litigioso, não foi justo comigo. Eu te amo
demais, largo a Sofia só para ficar com você.
— Seu maldito desgraçado, seu tarado ordinário... Ela está esperando
um filho seu! — pego algo que não sei ao certo o que é e acerto a cabeça
dele que desmaia na hora.
Puxo ele pelas pernas e o deixo caído do lado de fora do meu
apartamento, tranco a porta e chamo um carro por aplicativo para ir trabalhar
já que por causa dele e da cobra da sogra dele acabei perdendo o horário.
Uma semana se passa e consigo marcar o dia da retirada dos óvulos para os
congelar, estou feliz com essa conquista.
Tenho certeza de que aos trinta anos estarei grávida e com minha
casa própria. Não irei me casar novamente e não precisarei de homem
nenhum enquanto houver vibrador e sugadores de clitóris.
O tal Damon de repente parou de vir me procurar no café e isso para
mim foi como golpe de ar puro, ainda não acredito que posso trabalhar
tranquilamente.
O dia marcado na clínica Tomorrow 's Flowers chegou, mas o Doutor
Carryera fala algo que.me incomoda.
— Como assim, Doutor? Eu li tudo sobre isso! Não existe isso de
que eu tenha que ser sedada para que faça o procedimento de retirada dos
óvulos! — falo um pouco receosa.
— Por causa de uma paciente de status alto tivemos que mudar umas
regras e diretrizes da clínica e agora o procedimento é feito dessa maneira.
Por favor, é melhor darmos início logo pois tenho outras pacientes para
atender, senhorita Malker.
Ele coloca uma máscara de oxigênio em mim, depois disso as coisas
começaram a ficarem confusas, tenho quase certeza de que vi a porta abrir e
alguém entrar... Quem é esse homem que está entrando? Por que não está
vestindo o uniforme da clínica? Eu apago por completo em seguida e não
vejo mais nada.
Capítulo 5

O Plano Perfeito.
Damon

Continuei indo até a cafeteria apenas para observar a minha morena linda,
claro que às vezes eu precisava sentir ela um pouco mais perto de mim e
com isso levava um tapa dela. O que me surpreendeu foi que isso só me
deixou mais excitado e desejando ela cada vez mais. Se fosse qualquer outra
mulher já estaria comendo terra, mas com ela é diferente... É um desejo
selvagem que me deixa louco. Vê-la lutar e me desprezar só me deixa
querendo mais o que acho que não posso ter... É divertido ver como Sierra
me rejeita.

Estou em um dos escritórios que trabalho controlando as boates e


chega Crowley sorrindo com uma pasta em suas mãos e eu falo:
— Espero que seja tudo sobre Sierra, estou esperando por isso há
meses. Você nunca demorou tanto para conseguir algo para mim! — falo
enquanto escrevo um novo contrato com uma parceria que vai trazer mais
clientes para as boates.
— Aqui tem tudo sobre a sua nova boneca favorita! Demorei porque
sua nova preferida é muito reservada e ficaria difícil descobrir coisas sobre
ela sem que a mesma soubesse. — ele joga a pasta com o conteúdo em
minha mesa e eu logo puxo e abro, lendo tudo com atenção.
Ela mora no bairro onde comando o tráfico, que interessante. Tem
hábitos bem repetitivos... Espera.
— Ela trabalha na Titã? Quero todos os vídeos dela em uma hora
aqui no meu computador!
Li na pasta que Crowley me entregou algumas coisas interessantes
sobre Sierra, ela trabalha na Titã há dois anos, trabalha na cafeteria há pouco
mais de oito meses. Porém tem algo aqui que me chamou a atenção, ela vai
até uma clínica chamada Tomorrow's Flowers, interessante.
Depois de assistir todos os vídeos dela dançando em minha boate
pedi para Crowley sumir com cinco clientes que tentaram passar a mão nela
quando estava saindo do pole dance, ali é protegido, mas quando sai fica
exposta e não gostei do que vi.
— Crowley, chama o Adonis e mais vinte seguranças... Vamos fazer
uma visita ao Doutor Hernandes Carryera. — falo sorrindo enquanto me
levanto.
Logo chegamos a casa do médico que não está em casa, mas a esposa
e os três filhos de 16, 18 e 20 anos estão em casa. A mulher fica nervosa ao
ver a quantidade de homens que entram na casa, ao vê-la pegar o celular
logo aviso:
— Se você ligar para a polícia começo matando esse jovem rapaz de
16 anos, depois rasgo a garganta do rapaz de 18 anos bem lentamente e para
o último que tal o coração dele fora do peito? — dou uma gargalhada ao
dizer isso.
— Senhor, não temos dinheiro e o que temos de valor está nesta
casa... — eu a interrompo e pergunto enquanto me sento calmamente no
sofá:
— Tenho cara de ladrão por acaso? Um ladrão teria essa equipe
meticulosamente posta dentro da sua casa? Não ridicularize meu ego, por
favor! — ela me olha confusa e pergunta:
— Mas... Não entendo! Por que? — eu respondo:
— Quero que seu marido faça algo para mim... Mas isso não é da sua
conta!
Fico ali esperando, quando decido brincar de quem grita mais ao
olhar para os filhos do médico o mesmo entra na casa e fica sem entender
nada.
— Finalmente o grande doutor Carryera chegou em casa! — olho
para Crowley e Adonis que levam a família do médico para o segundo andar
da casa — Sente-se doutor, vamos conversar!
— Quem é você? Quem são esses homens? O que está acontecendo
na minha casa? — ele me enche de perguntas enquanto olha para a direção
em que sua família foi levada.
— Tenho cara de enciclopédia ou Google para me encher de
perguntas? Cale a boca e apenas me escute! Na próxima semana você
receberá uma paciente chamada Sierra Malker, ela irá para que retire seus
óvulos e congele... Mas você não irá fazer isso.
— Eu não irei? Mas por que não? — ele olha para minha arma que
acabei de colocar em meu colo e fica quieto.
— Você vai colocar meu esperma dentro dela, vai induzir uma
gestação... Vocês fazem isso lá e é o que eu quero. No final sua família
ganhará liberdade e você ganhará quinhentos mil dólares. Cada um fica feliz
do seu jeito.
— Senhor, estarei indo contra muitas regras do hospital, a senhorita
Malker pode processar a mim e a clínica se ela descobrir a gestação! — ele
fala aparentemente com medo.
— Com isso não precisa se preocupar, não irá acontecer! Está vendo
esses senhores atrás de mim? Eles ficarão aqui até o dia em que eu receber a
notícia que a minha morena está grávida do meu herdeiro, até lá eles farão
companhia para você e sua família.
Me levanto e mando um dos meus seguranças chamar Adonis e
Crowley, antes de sair aviso para o médico:
— Se você ligar para a polícia depois que eu sair volto aqui
pessoalmente mato seu filho caçula, seu filho do meio, seu filho mais velho,
mato sua esposa, a porra dos seus dois cachorros e seu gato. Você, levarei
para ser torturado até não restar mais nada de sua existência nesse mundo. —
dou um sorriso e saio assoviando.
O dia finalmente chega e após ele colocar a minha morena para
dormir eu entro na sala. Ele fica nervoso com a minha presença e fico ali
lembrando ele que se esse procedimento der errado coisas vão acontecer.
— Será que a sua esposa se importaria em guardar na geladeira dela
três corações humanos? Fiquei sabendo que no mercado negro coração
jovem vale mais que ouro.
O homem treme ao pegar o pote que fiz questão de encher pensando
na minha morena o tempo todo. Ele volta sua atenção para o seu trabalho
mesmo que eu esteja falando algumas coisinhas para ele. No final vi que ele
colocou o pote todo, nesse momento tem muito de mim correndo no útero da
minha morena... Ansioso para fazer um mês.
Antes de sair da sala dele por ela estar despertando eu deixo uma
última ameaça:
— Espero que daqui há um mês a resposta seja: Positivo! — saio da
sala sorrindo só de imaginar que logo terei a minha morena só para mim.
Capítulo 6

Tudo Muito Estranho.


Sierra

Quando minha consciência começa a voltar vejo alguém sair da sala, mas
não consigo ver exatamente quem é por estar com a visão embaçada.
Gaguejo, mas não sai nada da minha boca, nenhuma palavra. Quando todo o
efeito do sedativo passa olho para o doutor que parece estar nervoso, vejo ele
jogar algumas coisas na lixeira e curiosa pergunto:

— Onde está, doutor? — pergunto olhando para todos os lados.


— Onde está o que, senhorita Malker? — a pergunta dele é feita
como se realmente ele não soubesse sobre o que estou perguntando.
— Doutor, quero saber onde estão meus óvulos. — ele não me olha
nos olhos ao responder:
— Ah, sim... Já foram para a refrigeração. Senhorita, se já estiver
melhor se importa de ir agora? Tenho outra paciente esperando lá fora.
Quando chegar em casa deite em sua cama e apoie as pernas na parede,
daqui para sua casa evite qualquer movimento que a obrigue se forçar muito.
Achei estranho os conselhos dele, até porque ele disse tudo isso
abrindo a porta para que eu saísse. Outra coisa estranha, não tinha outra
paciente à espera dele... Não vou encher minha mente com isso, vou para
casa. Assim que chego no corredor do meu apartamento vejo Joan na porta à
minha espera.
— Parabéns, amiga! Mais um passo para a liberdade feminina de
decidir quando ela quer ser mãe. Trouxe aquele seu vinho favorito para
comemorarmos.
Joan me segue enquanto abro a porta do apartamento e vou direto
para minha cama e me deito cumprindo a ordem do médico. Curiosa ela
pergunta:
— O que está fazendo, Sierra? Pensei que iria tomar banho para
depois assistirmos Doramas e fofocarmos. — ela me olha curiosa.
— Ordem do médico... Pega um copo para mim e vamos beber e
fofocar.
Ela pega dois copos e depois abre a garrafa de vinho para nós duas.
Começamos a beber até que ela me conta a novidade, uma coisa que eu não
esperava.
— Adonis finalmente me escolheu! Eu sou a sua única parceira, ele
demitiu aquelas duas vadias para provar para mim que serei a única na vida
dele! — não queria estragar esse momento para ela, mas não quero minha
amiga iludida.
— Amiga, ele não as demitiu por você, ele as demitiu para continuar
comendo elas sem ter problemas com você... Eu sinto muito, mas os homens
não prestam.
— Por que está falando isso para mim, Sierra? Você realmente pensa
que todos os homens são como seu ex-marido? O Adonis me ama, prometeu
que vamos nos casar ano que vem... Ele está tão animado que disse para
mim que a primeira coisa que ele quer comigo é ter um filho.
Olho para Joan e sei que não tem o que discutir, minha amiga está
completamente iludida e não vai ouvir ninguém até que aconteça com ela o
que aconteceu comigo... E a única coisa que poderei fazer é estar ao lado
dela para que não desmorone como eu.
Alguns dias se passam e minhas duas rotinas de trabalho estão
acabando comigo. Ando com um sono mortal, estou me entupindo de café
para aguentar o dia e energético para aguentar a noite.
— Olha só se não é a preferida dos clientes... Andou percebendo que
seus clientes pararam de vir te ver? — Lola fala como se eu fosse me
importar.
— Lola, olhe para ela... Toda acabada. Se não fosse a maquiagem,
tenho certeza que nem clientes ela teria hoje. — Chloe não perde a
oportunidade.
— Pelo menos a Sierra não precisou de prótese de silicone nem nos
seios e nem na bunda para ser gostosa! Tudo nela é natural, suas mal
amadas. — Joan entra em meu camarim e repreende as duas vadias que saem
dali com raiva.
Depois que Joan virou a principal amante de Adonis nessa boate, as
mulheres que trabalham aqui evitam irritá-la. Ela se encosta em minha
bancada, hoje é minha folga do bar, então estou me arrumando para ir
embora.
— Você vai deixar essas vadias te diminuir? Não acredito nisso! A
Sierra que eu conheço daria na cara das duas e chutaria os traseiros
siliconados delas daqui.
— Amiga, acho que estou pegando algum resfriado ou algo parecido.
Preciso da minha cama. Vou pedir para a Kim me cobrir na cafeteria, ela me
deve uma folga e eu preciso disso hoje. — falo passando a mão na testa.
— Eu levo seu almoço, pode descansar tranquilamente. Mas se
persistir, vou te levar ao médico.
Dou um beijo na minha amiga e vou para casa. Mais dias se passam,
tem pouco mais de um mês que fui na clínica e agora sinto que preciso ir ao
médico. Depois de uma bateria de exames, fico na sala de espera com Joan.
— Amiga, já que precisamos esperar tenho algo para te contar...
Acho que vou deixar o Adonis.
Quando íamos nos aprofundar na conversa, uma enfermeira me
chama, já haviam passado duas horas e nem percebi. A doutora a minha
frente faz um gesto para que nós duas nos sentamos e começa a falar
enquanto seus olhos verdes opacos não saem da tela de seu computador:
— A senhorita deve cortar qualquer tipo de bebida alcoólica, espero
que não seja fumante, vou marcar seu pré natal e uma ultrassom para o
mesmo dia e... — eu a interrompo dando uma gargalhada alta e escandalosa.
— Hahahahah... Você ouviu isso, Joan? A médica gosta de pregar
peças... Hahahahah. Muito engraçado, agora vamos falar sobre coisas
sérias... O que eu tenho e qual é tratamento? — a médica me lança um olhar
sério e responde:
— Você está grávida, e normalmente leva de oito a nove meses para
nascer! Algo mais que queira perguntar?
Eu entrei em choque, fiquei congelada no lugar onde estava olhando
para o nada sentindo meu corpo esfriar rapidamente.
— Doutora, ajuda aqui! Minha amiga está pálida e gelada... Acho
que ela vai desmaiar.
Escuto Joan falar, mas não consigo entender o que é, tudo fica escuro
e calmo para mim.
Capítulo 7

Agora Ela é Só Minha.


Damon

Depois de passar dias observando Sierra de longe na minha própria boate


percebi que duas dançarinas a invejam, resolvi dar um corretivo nelas. Não
vou deixar elas desrespeitar a minha morena assim, mandei chamar as duas
enquanto um grupo de amigos mafiosos sentam em círculo em uma das salas
vips.

Assim que Lola e Chloe entraram na sala vip e observaram a


quantidade de homem bem arrumado e digamos que com uma certa beleza...
Não vou dizer que meus amigos são lindos mesmo eles sendo.
— Olá senhores. — Lola os olha com desejo.
— Dancem para eles! — ordeno — Agora!
Somente agora elas perceberam minha presença bem no canto da
sala, ali a luz quase não pega, estou sentado apenas observando. Elas ficam
nervosas com minha presença, gosto disso, não vou negar.
Elas começam a dançar e eu digo o que queriam que façam, as duas
ficam incomodadas quando começo a fazer pedidos mais ousados.
— Lola, coloque sua mão no seio de Chloe, Chloe coloque sua mão
dentro da calcinha de Lola e brinque com ela. — os meus amigos vibram
com a cena.
Fiquei ali até o amanhecer dando ordens para as duas e no final
perguntei quem dava mais por elas e dois amigos meus acabaram levando
elas. Me levanto e vou para casa, chegando lá meu pai estava à minha
espera.
— São seis da manhã, senhor Belphegor, não deveria estar na cama?
— me sirvo de uma dose dupla de conhaque enquanto falo.
— E você não acha que está cedo demais para tomar conhaque? —
ele se levanta e vem na minha direção.
— O que vai ser dessa vez, pai? Estou olhando tudo de perto, tenho
certeza que você sabe disso! — viro minha dose e dou a volta no sofá me
jogando ali colocando as mãos no rosto.
— Você vai se casar daqui há três meses! Com a filha de Deodoro!
— tiro minhas mãos do meu rosto e olho para o meu pai, começo a rir.
— Não vou me casar! E gostaria de avisar que logo o grande mafioso
Dom Belphegor terá um neto ou uma neta... Ainda não sabemos o sexo do
bebê.
— Não estou brincando, Damon! Seu casamento será daqui há três
meses! — meu pai fala impaciente.
— E se eu provar que estou dizendo a verdade? Vai cancelar essa
loucura? — pergunto controlando meu mau humor.
— Com um teste de paternidade e uma noiva pronta para casar com
você, talvez eu possa resolver isso! — a voz do meu pai sai apática.
Meu pai diz isso e sai da sala me deixando sozinho, minha morena
precisa estar grávida. Aquele médico idiota precisa ter feito o trabalho
direito. Meu pai só pode ter perdido um parafuso velho daquele cérebro
empoeirado, como arranja um casamento para mim assim?
Os dias passaram e chegou até mim a notícia de que minha morena
está grávida, acho que chegou o momento perfeito para mostrar que ela é
minha agora. Ligo para Adonis e aviso:
— "Vou fazer uma visita especial na Titã em que minha morena
trabalha hoje! Quero o caminho para os fundos da Titã onde estará meu carro
livre. Entendeu?" — pergunto e ele responde:
— "Cada vírgula! Estarei te esperando!" — desligo a chamada e vou
resolver minhas outras coisas.
Me arrumo como se estivesse indo para um grande evento, para mim
de fato é um grande evento. Sei que não será fácil, mandei preparar minha
mansão que fica no meio de uma bela floresta, é meu refúgio favorito.
Para lá enviei poucos funcionários e todos só falam pela linguagem
de sinais, ela não vai conseguir entender e vai desistir de importuná-los logo.
Já está tudo pronto à nossa espera... E agora estou indo buscá-la.
Ao chegar na boate a música me acompanha enquanto caminho na
direção do camarim da minha morena, já me disseram que ela está lá. Paro
na frente do camarim dela e ali a minha espera está Adonis que sussurra para
mim:
— Pare e escute antes de entrar! — ele abre um pouco a porta bem
devagar e começo a ouvir a conversa da minha morena com a amiga dela.
— Sierra, como você vai processar o médico se ele sumiu depois que
você quebrou tudo o que tinha na sala dele?
— Joan, o erro daquele idiota resultou em uma gravidez cujo a qual
eu não sei quem é o pai! Estou juntando dinheiro para comprar minha casa e
agora estou grávida... Logo não poderei mais dançar aqui e terei que contar
apenas com o salário da cafeteria que já não é muito. E ainda tenho que
saber quem é o pai dessa criança.
Eu empurro a porta que já estava aberta as surpreendendo, minha
morena me olha irritada enquanto eu falo:
— O pai desse bebê que está sendo gerado por você acaba de chegar
para acabar com todos os seus problemas.
Acho que ela até iria falar alguma coisa, mas provavelmente a
emoção por saber que eu sou o pai do bebê que está na barriga dela foi tanta
que desmaiou. Vou até ela e a pego no colo, olho para Adonis e aviso:
— Ninguém além de você e a sua amante podem saber quem levou
Sierra, entendeu? — a mulher olha para mim e pergunta:
— Para onde vai levar minha amiga? E por que está fazendo isso
com ela?
— A resposta da primeira pergunta é... Não é da sua conta. E da
segunda pergunta também! Adonis, acho melhor saber calar a boca da sua
amante ou ela vai acabar conhecendo o Titanic pessoalmente.
Com a minha morena nos braços saio do camarim, assim que chego
no meu carro o meu segurança abre a porta detrás para que eu a coloque lá
dentro. Depois que a prendo com o cinto de segurança vou para o banco do
motorista. Adonis bate no meu vidro, eu o abaixo e ele diz:
— Não faça nada com a Joan, ela não vai ser um problema... Eu
garanto!
— Assim eu espero, porque agora a minha morena é só minha!
Ligo meu carro e dirijo do jeito que gosto, acelero o máximo que
posso. Quero chegar no meu refúgio antes que a minha morena acorde.
Capítulo 8

A Loucura do Cretino.
Sierra

Estou no meu camarim falando com Joan até que aquele homem
desprezível entra e se identifica como o pai do bebê que está em minha
barriga. Meu ódio foi crescente nesse momento, um enjôo me atingiu como
um soco em meu estômago e me deixou sem ar.

Em minha mente eu tinha todos os xingamentos premeditados para


falar ou melhor gritar na cara desse desgraçado, mas fui derrubada por esses
hormônios idiotas de mulher grávida. A luz a minha frente virou escuridão,
fiquei esperando a pancada do meu corpo contra o chão, mas devo ter
apagado antes de sentir a dor.
Em algum momento entre o desconhecido e a realidade sinto que
estou em movimento, mas como? Luzes diversas passam pelos meus olhos
fechados até que tudo fica visualmente calmo, escuro, confortável. Meu
estômago quer expulsar algo que não tenho na barriga.
Abro meus olhos e o silêncio confortável vai embora com o som da
voz que não quero ouvir agora...
— Onde eu estou seu psicopata obsessivo? — ele está encostado na
janela e sorri ao responder:
— Morena, ficaria até ofendido se você não estivesse falando a
verdade! Você está em seu novo lar, vamos criar nosso bebê juntos. — o
jeito tranquilo dele falar me assusta, acho que ver uma garrafa de bebida na
mão dele só piora tudo.
— Você tinha que estar por trás de tudo... Qual parte do: "Eu odeio
você, fica longe de mim!" Você não entendeu? — pergunto frustrada
enquanto meu estômago revira mais uma vez.
— Nossa, o que vou dizer agora é tão clichê que me dá vontade de
vomitar, mas... A culpa é sua morena. Roubou algo do mafioso aqui que já
não tinha muito. — a gargalhada dele ao final da frase ecoa pelo enorme
quarto.
— A sanidade? Porque se for isso já vou dizendo que você não tinha
quando te conheci! Então não me culpe pela loucura já existente em sua
mente doente. — ele faz biquinho e finge se ofender colocando a mão no
peito dramaticamente, porém sua risada irônica mostra tudo o que preciso.
— Você é tão engraçada, morena. Mas o que roubou de mim foi
minha atenção e desejo de ter algo que claramente me foi negado... E agora
você é minha. Não estava em meus planos ser pai agora, devo admitir, só
que agora parece que saber que eu sou responsável pela vida de outro ser
humano faz eu me sentir importante.
Dessa vez eu que dou gargalhadas enquanto me sento na cama com
cuidado para não ver esse quarto girar mais uma vez. Ele vira a bebida,
bebendo direto do gargalo me fazendo parar de rir ao sentir seu olhar
demoníaco em mim.
— Nós não fizemos nada juntos, seu canalha pervertido! Esse bebê
foi concebido sem amor... Pensa mesmo que esse bebê será feliz?
Acho que tirei ele do sério, vejo a garrafa em sua mão voar para o
outro lado do quarto e atingir a parede fazendo o aroma da bebida exalar
pelo quarto tão rápido quanto fogo em pólvora, meu enjôo triplicou. Mas
isso não foi nada, Damon estava em cima de mim tão rápido quanto
arremessar a garrafa contra a parede distante.
Sua testa está colada na minha, os olhos dele colados aos meus, os
lábios distantes até que ele começa a sussurrar enquanto empurra sua cintura
com movimentos lentos entre minhas pernas:
— Nós podemos fazer o que deveria ser feito para que esse bebê
estivesse em sua barriga agora, sabe por que não fizemos ainda? Porque
odeio forçar algo que precisa ser prazeroso, algo que precisa ser entregue
naturalmente. Pode me chamar de psicopata, pode me chamar de obcecado
ou obsessivo... Mas nunca de abusador! Tenho princípios, morena, mesmo
que não pareça.
— Que ótimo, o coringa tem consciência agora... Pena que não
pensou antes de engravidar uma mulher que claramente tem repulsa por
você.
Acho que peguei pesado com ele agora, seu olhar louco ganha a
frieza do ártico e ele puxa sua arma apontando para minha cabeça. Vejo a
confusão brincar de pique pega nos olhos dele, Damon fecha os olhos por
um instante e ao abrir novamente tira a arma da minha têmpora e fala com
dificuldade:
— Por que você me rejeita? Sou um homem que todas as mulheres
desejam, todas as mulheres querem amar, querem se casar e ter muitos
filhos... Por que me rejeita tanto?
— Porque eu não sou igual a todas as outras mulheres e nunca serei!
Sua mãe nunca te ensinou que você não é todo mundo? A minha sim!
Nesse momento ele olha nos meus olhos novamente, mas aquela
frieza dá lugar a nuvens cinzas. Damon sai de cima de mim tão rápido
quanto chegou ali, ele olha para mim uma última vez e sai do quarto batendo
a porta com tanta força que faz a cama tremer.
Acho que toquei em uma ferida, preciso tomar mais cuidado com o
que falo para ele. Mesmo com um filho dele em minha barriga, o louco
colocou uma arma em minha cabeça.
Mesmo me sentindo mal consigo levantar da cama, vou até a janela e
vejo que estou no terceiro andar... Como fugir pulando a janela?
Meu pensamento se dissipa quando vejo os seguranças lá embaixo,
mesmo que a queda me desse uma perna quebrada acho que não vale a pena
por causa do bebê que não tem culpa de nada.
Caminho até a porta e não está trancada, ao sair escuto uma música
muito alta tocando vindo de um lado do corredor, curiosa caminho na
direção seguindo o som da música até que chego a uma porta entreaberta.
Empurro um pouco e vejo Damon, sem blusa, socando um saco de
areia. As tatuagens pelo corpo dele parecem se ligar uma à outra, seu corpo
em movimento socando aquele saco de areia, a música tocando... Meu corpo
liga, como um carro que quer aquelas mãos no volante fazendo os
movimentos certos.
Não, me recuso a ter qualquer sentimento por esse homem. Não
posso, ele estragou a minha vida, isso está errado de todos os jeitos
possíveis. Volto correndo para o quarto onde estava e tranco a porta, deito na
cama e tampo minha cabeça com o travesseiro para não ouvir a música que
está mais alta. Porém o que está gritando mais alto que essa maldita música é
o meu desejo após ver aquele homem apenas de calça com todos aqueles
movimentos.
Capítulo 9

Um Dia Juntos.
Damon

Perdi a cabeça com a morena, ela tocou em algo sagrado para mim. Não
conheci minha mãe, meu pai não me contou o que aconteceu com ela e
sinceramente depois dos doze anos parei de perguntar, mas isso não quer
dizer que eu não sinta falta ou pense nela.

Para não perder o pouco de controle que tento ter com ela decidi ir
para o meu quarto. Tenho um saco de areia ali para socar quando estou no
limite da insanidade e nesse momento estou à beira do meu precipício
infernal.
Tiro minha blusa, tiro meu tênis, pego a garrafa de vinho que deixei
pela metade ao lado da minha cama e bebo até a última gota. Coloco minha
música favorita para tocar e começo a socar o saco de areia. Para mim
parece uma dança enquanto minha mente tenta me fazer beijar a lona, mas
não será hoje.
Com o canto da minha visão vejo a minha morena de pé olhando
para mim e decidi brincar com a mente dela mudando meus movimentos,
acho que deu certo pois ela saiu correndo. Paro um pouco para respirar e
pensar num jeito de fazer minha morena se apaixonar por mim.
Preciso me casar com ela para que meu pai me deixe em paz, já pedi
ao advogado para preparar os documentos para o casório. Amanhã a minha
morena será a nova senhora Belphegor, ela estando com meu herdeiro na
barriga meu pai terá que aceita-la.
Mais tarde...
O dia amanhece e eu vou até o quarto da minha morena ver como ela
está e me surpreendo ao não vê-la na cama até que escuto ela passando mal
no banheiro. Vou até lá e a vejo vomitando, seguro seu lindo cabelo
ondulado e passo a outra mão nas costas dela.
— A culpa do que está acontecendo comigo é sua! Nossa, não comi
nada, não tenho um motivo para isso logo de manhã. — ela fala ao se
levantar e me empurrar para longe.
— Sendo sincero, não sabia que seria assim para você, mas vamos
comprar o remédio certo para cortar o que está acontecendo. Aqui você terá
duas médicas, uma obstetra e uma pediatra para quando nosso bebê nascer,
ao lado delas uma enfermeira para a obstetra e uma para a pediatra.
— Pronto, não preciso de mais nada no inferno, tem até ar
condicionado. — ela fala ironicamente.
— Não demore aqui, tem roupas para você no closet, vamos nos
casar em uma hora. — ela segura meu braço e me puxa para ela ao dizer:
— Acho melhor ser uma brincadeira de muito mal gosto! Não vou
me casar com você! Nem hoje, nem nunca! — começo a rir e ela cruza os
braços e bate o pé irritada.
— Vamos casar para cuidar do nosso bebê como se deve, prometo
não obrigar você a dormir comigo... Como eu disse antes isso é algo que
gosto que seja natural. Você vai me ajudar a dar uma lição no meu velho que
acha que pode me casar com alguém por negócios, só me caso se for com
alguém que me deixe como estou agora. — falo olhando para ela que vira o
rosto para o outro lado um pouco tímida.
Não tinha visto essa reação dela antes e me deixou ainda mais doido
nela, mas não posso ficar aqui com ela tenho outras coisas para resolver.
Quando meu advogado chega com a papelada do casamento desligo a
chamada em que estava e leio atentamente cada documento.
— Senhor, está tudo do jeito que me pediu. Em caso de morte, seu
filho e esposa herdam tudo seu até a máfia. — meu advogado fala enquanto
leio atentamente.
Esse documento não pode ter nenhuma brecha, conheço meu pai e
não quero que ele crie problemas para a minha morena e nosso filho.
Enquanto termino de assinar os documentos e meu advogado também escuto
algo vir da sala, vozes. Me aproximo da porta do escritório e abro o
suficiente para ver e ouvir bem, vejo meu pai e minha morena discutindo.
— Você é a mulher que está enganando meu filho? — vejo ele
olhando ela de baixo para cima com desdém e preconceito.
— Repete para ver se não te faço engolir essas palavras de merda
goela abaixo! Quem pensa que é para falar comigo assim? — confesso que
dou risadas ao ouvir o jeito que ela fala com ele sem saber que ele é um
homem temido e perigoso.
— Vamos ao que interessa sua pobre ignorante... Quanto você quer
para sair da vida do meu filho e nunca mais voltar? — ele não fez isso!
Quem ele pensa que é para... Sou interrompido por um estalo alto, minha
morena deu uma bofetada em meu pai.
— Use esse dinheiro para internar o psicopata do seu filho que me
sequestrou, me engravidou e quer que eu me case com ele... Não
necessariamente nessa ordem, a gravidez veio primeiro. Aliás, sobre o
casamento, o branco cai muito bem nele... Uma camisa de força, branquinha
e bem apertada. — não aguentei, dei uma gargalhada tão alta que os dois
olharam para mim ao mesmo tempo.
— Desculpem a minha intromissão, não queria interromper essa
prosa maravilhosa. Mas foi engraçado o que a minha morena disse.
— Respondendo ao que você disse, meu filho não precisa de camisa
de força ou sanatório! Ele tem a peculiaridade dele, não o considero um
louco. Damon, essa mulher claramente não o quer. Deixe-a ir, a que arrumei
para você irá lamber o chão que você pisa e te dará quantos filhos quiser. —
meu pai insiste.
— Senhor Don Belphegor, não foi legal vir até a casa da minha
futura esposa, mãe do meu primeiro filho, e insultá-la dessa forma. Ela não
precisa lamber o chão que eu piso e poderá me dar quantos filhos ela quiser.
Sou completamente louco por ela, somente ela. Será que consegue entender?
— Você não tem amor próprio? Está evidente que essa mulher te
odeia! Estar louco por ela não significa que a ama! — meu pai pergunta
intrigado.
— Creio que isso não seja da sua conta... Quanto ao que ela sente por
mim, somente ela pode dizer. — apenas para me irritar minha morena fala:
— Seu pai está certo! — ela cruza os braços e olha para mim — O
que foi? Não dá para negar que ele está certo!
Dou risadas e depois puxo ela para o escritório que olha para os
documentos assinados por mim. Meu pai entra e fala:
— Se você não assinar esses documentos, te dou uma fortuna no total
de 5 bilhões de dólares mais duas propriedades valiosas em Maldivas! Pense
bem, garota!
Golpe baixo, muito baixo... Vejo a minha morena olhar para mim e
para o meu pai.
Capítulo 10

Não Estou à Venda.


Sierra

Olho para os lados e não vejo muita opção, tomo um banho e me visto. Ao
sair do quarto me perco pelos corredores até que uma senhora simpática me
acompanha até a sala de estar. Chegando lá vejo um homem de meia idade,
ele entra na sala e sua postura exala sua riqueza e esnobismo.

Sua face está estampada com arrogância e parece que a fala dele só
sai palavras carregadas de ironia. Por um momento penso: "Se ele é algo do
Damon por que eles não se parecem?"
— Está ouvindo a minha pergunta, garota? Você por um acaso é
muda e surda? Quero saber se você é a vadia que meu filho contratou para
fingir que está grávida e dar um golpe em nós dois!
Olho para ele e a vontade de socar a cara desse velho é enorme,
porém tento manter a pose e respondo:
— Primeiro que, vadia é a senhora sua progenitora! — tudo com
classe e respeito — Segundo quê, se quiser saber algo sobre seu filho
pergunte para ele e não para mim!
Começamos a discutir até que Damon aparece dando uma gargalhada
alta depois que perdi a paciência e meti a mão na cara desse velho filho da
puta por ser um imbecil comigo. Em seguida Damon me leva para o
escritório e em cima da mesa tem uns documentos com o meu nome digitado
e um "X" onde devo assinar meu nome.
Eu até não iria assinar, mas o velho me ofereceu dinheiro e duas
propriedades caríssimas apenas para que eu não assinasse e aquilo me subiu
um ódio tão grande que fui impulsiva... Assinei todos e depois olhei para o
velho e disse:
— Faça uma rolha com tudo o que me ofereceu e enfie no rabo! Eu
não estou à venda, apesar de ter o meu valor que não é contabilizado em
dinheiro, mas sim caráter, honestidade e sinceridade!
Damon me puxa para um beijo, eu não estava esperando e por estar
com tanta raiva não tive reação ao beijo. Em seguida ele fala para o pai:
— Essa é a minha senhora Belphegor! E se prepare pois logo teremos
um bebê engatinhando por aqui... Quer participar da vida do seu neto? Seja
mais humano e menos babaca! — nesse momento o velho ia dar um tapa na
cara do Damon que não fez nenhum movimento para intervir.
Não achei aquilo justo, eu precisava intervir e foi o que fiz, entrei na
frente e segurei a mão do velho a torcendo para o lado e falei:
— Mesmo que eu odeie seu filho com todas as minhas forças por ter
caído na cilada dele por causa da minha impulsividade, não vou deixar que o
humilhe de tal forma na minha presença! Ele te deve respeito, eu não!
— Damon, eu nunca vou aceitar essa escória como uma de nós,
mesmo que esse filho seja seu de mim ele não terá nada! — o pai de Damon
fala cuspindo as palavras como uma metralhadora.
— E quem disse que eu estou te pedindo algo para o meu filho? —
pergunto cruzando os braços e batendo meu pé — Se nem minha mãe que
me colocou no mundo tem amor por mim, você acha mesmo que irei
mendigar algo a você para o meu filho? Vou dar para você o mesmo que dei
para ela... Um grande foda-se!
O velho me lança um olhar arregalado e diz antes de sair:
— Você será apenas mais uma vadia que aquece a cama do meu
filho. Ele vai perder o interesse em você logo e é para mim que ele virá
correndo quando isso acontecer!
— Tá me achando com cara de edredom para aquecer alguém, coroa?
E se o seu filho perder o interesse em mim vou continuar vivendo, passei por
coisa pior e ainda estou aqui, não vai ser o seu filho me deixando que vai me
fazer beijar a lona. Pare de inflar o ego dele, não acha que já está grande
demais não?
O velho sai batendo a porta de um jeito que deixa as dobradiças
bambas. E só agora me viro para Damon o lançando um olhar sério e falo:
— Precisamos conversar! — minha voz antes irritada agora está
séria.
— Me casei com a mulher perfeita para mim! Podemos conversar
enquanto tomamos café da manhã, você precisa se alimentar. — dá para
sentir a preocupação na voz dele.
Damon me leva para um pequeno tour pela enorme casa, me deixa
com o alerta de que mesmo que eu tente fugir não teria como pois estamos a
quilômetros de qualquer lugar com pessoas. Nos sentamos para a nossa
refeição e eu falo:
— Não vou dormir com você, não estou nem aí que assinei aquela
merda! Foi na hora da raiva, não conta. Mas também quero infernizar seu pai
por ter pensado que sou uma golpista... Depois que conseguir o que quer
precisa me deixar ir embora.
— Nós podemos tentar ser um casal, você está grávida de um filho
meu... Nós estamos casados! — os olhos dele não deixam os meus.
— Eu não amo você, Damon! Estou tão irritada com você que estou
tentada a enfiar essa faca de pão na sua mão apenas para vê-lo gritar e
sangrar!
— Por que não consegue aceitar que você agora é a porra da
Cinderela e eu sou seu príncipe encantado? Te tirei de uma vida complicada
e estou te oferecendo o céu! — ele se levanta e bate na mesa ao dizer isso.
— Porque eu até posso ser a Cinderela, mas sei me virar sozinha. O
príncipe encantado só fudeu minha vida e me mostrou que contos de fadas
só existem nos livros. O príncipe antes de você me deu uma lição que irei
carregar para vida toda. Pode ficar tranquilo príncipe, eu posso me salvar
sozinha e ainda salvar você nas horas vagas.
— Mas que inferno, Sierra! Qual foi o filho da puta que ferrou teu
psicológico? Quero matar o desgraçado, por causa dele não estou tendo o
que eu quero! — Damon fala enquanto puxa sua arma e engatilha ela.
— Damon, essa é a minha opinião, não importa quem tenha ferrado
com minhas emoções, não vou passar por aquilo de novo. Essa é a minha
sinceridade, se não consegue suportá-la então vá para longe de mim.
Ele dá um sorriso demoníaco para mim e chama seus seguranças
enquanto fala:
— Vamos, temos uma limpeza para fazer no bairro onde minha
esposa cresceu.
— Damon? O que vai fazer? Damon?
Ele não responde, sai dando sua gargalhada que já se tornou
marcante para mim.
Capítulo 11

O Presente Para Minha Morena.


Damon

Estou furioso, meu melhor combustível para o ódio. Algum filho da puta
estragou meu momento com a minha morena e agora quero descontar nele
minha frustração.

Adonis e Crowley tinham uma missão e espero que tenham realizado


com sucesso. Dirijo acelerando cada vez mais e ao meu lado uma garrafa de
cerveja vazia, preciso beber mais. Paro em um bar que somente mafiosos
podem entrar, aqui nossas armas ficam em cima das mesas para quem quiser
ver.
Me sento em uma das minhas áreas favoritas, um canto com pouca
iluminação e fico lá esperando por Crowley e Adonis. Perdi a conta de
quantas garrafas de cerveja já tomei, fui ao banheiro e quando voltei os dois
já estavam à minha espera.
— Pensei que teria que dormir aqui, demoraram tanto que já estava
querendo mudar a decoração do bar. — me jogo na cadeira, sinto que já
estou um pouco bêbado, porém quanto mais bêbado mais sedento de sangue
fico.
— Elon Salazar, ex-marido da sua diaba, casado com a irmã dela,
Sofia Malker, parece que ele estava transando com a cunhada novinha
quando ainda era casado com a sua diaba, ela chegou um dia mais cedo da
boate e deu uma surra nos dois indo embora depois. — Crowley fala
enquanto olho para o documento que me entregaram com algumas fotos.
— Temos também uma notícia bem ruim... O pai dela está
procurando por ela. Ele já foi até a delegacia e estão espalhando fotos da
Sierra pela cidade. — Adonis fala preocupado.
— Eles podem sacudir essa cidade toda que não vão encontrá-la. —
falo jogando os documentos na mesa — Agora, vamos fazer uma visita para
esse tal Elon, ele está no trabalho dele.
— Temos que esperar pelo horário do almoço dele! — Crowley me
segura quando tento levantar e Adonis aconselha também:
— Sim! Em uma hora ele irá para o restaurante onde o pessoal do
trabalho dele almoçam, será um momento perfeito.
Ficamos ali e bebemos um pouco mais, até que se aproxima da hora e
paramos o carro próximo ao beco onde é o restaurante, saio do volante e me
sento no banco de trás, vou ter uma conversa com Elon antes de colocar ele
em um lugar confortável.
Vejo Adonis e Crowley se aproximarem dele, logo Crowley acerta
um soco no estômago do infeliz e ambos o arrastam para o carro jogando o
desgraçado ao meu lado fechando a porta. Ele tenta sair, mas eu o seguro
pela blusa e acerto um soco no queixinho de vidro que desmaia.
— Sério que você colocou a bela adormecida para desmaiar agora?
— Crowley pergunta rindo.
— Ele não vai aguentar dez minutos com você, Demônio. — Adonis
fala enquanto liga o carro e saímos dali.
Já no meu galpão favorito colocamos o filho da puta sentado em uma
cadeira de aço, logo ele é algemado ali.
— Tratamento de beleza para a princesa, água com gelo para ele.
Meus subordinados jogam um balde de água com gelo no infeliz que
logo acorda gritando e tremendo.
— Olha só quem acordou, Demônio... Posso brincar com ele? —
Crowley bate palminhas e dá pulinhos como uma criança feliz.
— Q-quem s-são v-vocês? — ele pergunta enquanto treme e bate os
dentes.
— Somos os três patetas! — Adonis responde.
— Não é da sua conta quem somos... Mas você deixou a minha
morena muito infeliz. Com isso eu fiquei muito infeliz também, então... Vou
deixar você mais infeliz ainda.
Pego um taco de baseball e acerto os joelhos do homem que grita
desesperado. Pego uma adaga de ponta extremamente fina e escrevo no
braço dele "traidor".
— Eu não conheço sua mulher, não sei quem é e não pego mulher
casada! Por favor, isso é um erro, me deixe ir embora.
— Mas adora transar com a cunhada novinha quando a esposa está
ralando para te dar uma vida melhor... Não é mesmo?
Ele me lança um olhar arregalado, nesse momento começa a tentar
soltar suas mãos e eu começo a rir feito um louco.
— Sierra mandou você? Ela está transando com você? Aquela vadia
mentirosa, não acredite... — acerto um soco na cara dele por ter chamado a
minha mulher de vadia.
O sangue desceu da boca dele parecendo uma cachoeira vermelha,
acerto outro soco no olho dele e depois no estômago.
— Agora, totó, você vai ir de quatro até a minha morena e pedir
perdão para ela depois de lamber os pés dela algumas vezes... Estamos
entendidos?
Ele cospe muito sangue, mas balança a cabeça dizendo que sim. O
infeliz não consegue nem olhar para mim já que um olho está fechado por
causa do soco e outro está machucado devido a um tapa que Adonis deu.
— Depois que chegarmos na minha mansão e você fizer o que eu
mandei vou ser um pouco misericordioso e te soltar, porém, com um aviso!
Não apareça na minha frente novamente, porque cada vez que você aparecer
eu vou te dar uma surra de te deixar de molho está me ouvindo?
— S-sim... — ele responde com a cabeça baixa.
Colocamos uma coleira nele e depois seguimos para a mansão,
chegando lá ao sair do carro ordeno que ele fique de quatro igual um
cachorro. Assim que chegamos na sala vejo minha morena se levantar
colocando as mãos na boca ao ver seu ex na coleira e caminhando até ela de
quatro.
— Damon, por que fez isso? — ela pergunta espantada.
— Totó, você tem algo para latir a minha morena? Seja educado e
claro! — falo olhando para minha morena.
— S-sua... Maldita vadia... — chuto ele com força o fazendo cair
para o lado gritando de dor.
— Totó malvado! Vou ter que te ensinar como falar com a minha
morena de novo?
— Damon... Por favor, não precisa! — ela fala olhando para mim.
— Precisa sim! Ele te humilhou, te fez de boba enquanto você só
queria ajudar. Totó, estou perdendo a paciência!
— Me perdoe... Sierra! — Elon quase sussurra.
Cruzo os braços e falo:
— Ainda não me convenceu, acho que o Totó precisa ser castrado!
Capítulo 12

O Canalha do Meu Ex.


Sierra

O louco do Damon trouxe o Elon até aqui em uma coleira e de quatro feito
um cachorro. Meu ex parece ter levado uma surra daquelas e também
torturado, mas acho que o ciúme o cegou porque mesmo todo fudido teve a
coragem de me ofender e agora o psicopata do Damon quer castrar o filho da
puta.

— Vamos castrar o Totó para ver se ele perde essa coragem toda, ele
está na porta do inferno e ainda aperta a campainha. — Damon não poupa na
gargalhada sombria.
— Damon, por que você trouxe o lixo da rua para dentro da sua
mansão? — pergunto tentando evitar que esse imbecil apanhe mais.
— Morena, todos que fizeram você sofrer ao meu ver merece isso...
— ele aponta para Elon— E a morte. Esse desgraçado não fará falta no
mundo.
— Você até pode ter razão, ele não fará falta para mim... Mas ele vai
ser pai, por mais que não seja o melhor exemplo de homem do mundo, ele
precisa estar vivo para criar o filho.
Não estou querendo poupar a vida dele, mas como estou grávida tem
algo dentro de mim que grita ao dizer que é errado criar um filho sem a
presença do pai, mesmo sendo um filho da puta igual ao Elon.
— Você é só mais uma vadia interesseira, tenho certeza que foi por
causa dele que não quis voltar para mim! — esse cara quer morrer, está
implorando.
Dou uma gargalhada alta quando vejo Damon se preparar para chutar
Elon mais uma vez, fiz de propósito e quem o chuta sou eu... O chuto várias
vezes enquanto ordeno:
— Pede perdão! Pede... Per-dão! — quero acabar logo com isso e
não olhar na cara de Elon nunca mais.
— Perdão... Sua... — chuto a cara dele antes que termine a frase.
— Morena, o Totó precisa lamber seus pés! Mas agora ele está
apagado. — Damon fala um pouco decepcionado.
— Eca! Não quero saliva dele nos meus sapatos! É melhor levar ele
para um hospital.
— Adonis, Crowley, levem o Totó para a primeira lixeira que
encontrarem no centro da cidade. — ele fala rindo.
— Isso é brincadeira, né? — pergunto incrédula e ele responde rindo:
— Claro que não! Vamos devolvê-lo do lugar de onde não devia ter
saído.
Damon acompanha os dois amigos que arrastam Elon para fora da
mansão enquanto eu fico ali ainda em choque pelo que acabou de acontecer.
Esse homem está completamente fora da casinha e eu estou esperando um
filho dele, o medo de que meu filho tenha essa herança genética me tortura.
Fico impressionada ao ver os funcionários de Damon limpando o
sangue do chão na maior naturalidade. Eles não fazem perguntas, apenas
limpam sem expressar qualquer medo ou nojo... Devem estar acostumados
com esse trabalho, não vejo outra explicação.
— Morena? — Damon coloca a mão em meu ombro e me faz pular
com a aproximação repentina — Não precisa ficar aqui assistindo isso,
podemos dar uma volta pela propriedade tenho certeza que vai gostar de
conhecer o lugar.
— Daqui a pouco o sol se põe, tem certeza que quer passear comigo?
Ele apenas sorri e estica a mão para mim, um pouco insegura acabo
aceitando. Estávamos caminhando e ele me mostrou três jardins diferentes,
todos lindos. Quando a noite cobre tudo com a sua escuridão vejo as luzes se
acenderem uma a uma mostrando um lindo pomar com árvores frutíferas
diferentes.
— Por um acaso você pensou que as frutas que são consumidas na
mansão vieram do mercado? — ele pergunta e depois corre até uma macieira
e pega uma linda e enorme maçã vermelha — Pode provar, é a mais doce
que já provou em sua vida.
Eu peguei a maçã das mãos dele, por um momento lembrei que essas
mesmas mãos surraram o canalha do meu ex... Mas ignoro e mordo a maçã
suculenta. Ele está certo, essa maçã é uma delícia e após a mordida sinto um
desejo enorme de comer torta de maçã.
— Quem trabalha na cozinha sabe fazer uma boa torta de maçã sem
canela? Quero muito uma torta de maçã com uma enorme bola de sorvete de
baunilha e calda de chocolate para o sorvete.
— O seu desejo é mais que uma ordem, minha morena. Vamos levar
as maçãs.
Ele pega uma cesta que está no chão e juntos escolhemos as maçãs
mais vermelhas e bonitas. Caminhamos de volta e ele me conta porque
escolheu essa propriedade, desde pequeno ele sempre gostou de se conectar
com a natureza e esse lugar o deixa em uma vibe de paz e amor.
— Mas você trouxe meu ex até aqui, acho que esse lugar não é mais
um esconderijo para você.
— Trouxemos ele na mala, a não ser que ele consiga enxergar através
da mala... Aí terei que matá-lo pessoalmente. — é impressionante como ele
fala em matar alguém com tanta calma e tranquilidade.
Quando chegamos na cozinha decidi ajudar a cozinheira a fazer a
torta e não acreditei quando ele se ofereceu para ajudar também. Até a
cozinheira ficou paralisada olhando para ele enquanto o mesmo perguntava
como era para cortar as maçãs. Essa experiência vai ser interessante.
Capítulo 13

Encrenca Com o Sogrão.


Damon

Tive um momento muito legal com a minha morena, fizemos uma torta de
maçã juntos e foi legal demais e me deu vontade de repetir esse momento
por mais vezes.

— O aroma da torta está uma delícia, nem acredito que a geleira do


ártico quis colocar as mãos que só seguram armas e dão socos na massa,
literalmente. — ela debocha de mim o que me faz rir... Como ela não tem
medo de mim? Todos têm.
— Está desfazendo dos meus dotes culinários? Sou um master chef,
morena... Você ainda não viu nada. — pisco para ela que parece ficar tímida,
achei sua reação fofa.
Esperamos por quase duas horas, a torta estava quente demais e iria
derreter o sorvete se fosse partida no momento em que saiu do forno. Mas
logo estávamos sentados provando aquela delícia de torta com sorvete.
— Acho que somos uma boa dupla cozinhando... — ela fala
enquanto passa a colher no recheio da torta — Vou ser bem sincera... Odiei
tudo o que você fez para me manter ao seu lado, ainda odeio. Mas parece
que era para ser assim, mesmo sendo tudo do jeito errado.
— Quer dizer que me aceita como marido e que vamos mandar ver
no nosso quarto essa noite? — pergunto animado.
— O quê? Mas é claro que não! Mal te conheço, não vou dormir com
você, o único sentimento que tenho por você no momento te faria parar de
respirar. — ela suspira profundamente e olha para mim — Teremos um filho,
precisamos ser amigos pelo menos, mesmo que nosso filho não tenha sido
concebido da forma certa, ele não tem culpa de ter um pai psicopata e
obsessivo.
— Tão fofa me lançando elogios, aposto que está apaixonada e não
quer confessar. — pisco para ela e lanço um sorriso sedutor.
— É sério, já pensou em se consultar com um psiquiatra? Só uma
vezinha, tenho certeza que será o suficiente para você conseguir um quarto
branquinho e com paredes acolchoadas.
— Já fui em uma consulta uma vez... Uma pena que o matei, ele era
legal. Mas eu não podia permitir que ele me chamasse de bipolar, sou uma
pessoa que varia de humor quando quero e apenas isso.
Vejo minha morena colocar as mãos no rosto e ao mesmo tempo rir
de nervoso. Eu até estava amando essa vibe, nossa conversa... Mas, meu
telefone tocou.
— "Crowley, se não for algo realmente importante vou enfiar seu
celular no seu rabo!" — falo irritado ao atendê-lo.
— "Acho que seu sogro vai atear fogo na boate, Adonis acabou de
me pedir para ir lá contornar a situação, mas acho que deva ser algo que
você queira resolver pessoalmente." — ele desliga em seguida.
— Algo importante? — ela pergunta curiosa.
— Só a droga do meu trabalho, volto mais tarde. Sei que estará
dormindo, mas vou passar no seu quarto para ver se está bem.
Dou um beijo rápido nos lábios dela que me empurra e me xinga, sai
dando risadas. Droga, pensei que não teria problemas desse tipo já que
mandei investigar a vida da minha morena e ninguém me disse que o pai
dela era tão protetor assim.
Ao chegar na boate já escuto ao longe o barraco formado na boate,
olho para um dos seguranças e falo para aumentarem a música. Chegando no
antigo camarim da minha morena vejo Adonis e Crowley tentando conversar
com o meu sogro, mas o velho está jogando coisas neles enquanto diz:
— Eu já assisti uma novela sobre isso! Vocês pegam as dançarinas
mais linda e talentosas e vendem para o mercado negro da prostituição.
Quero a minha filha de volta inteira, se alguém tiver tocado nela irei atear
fogo nesse lugar! Quero ver vocês queimarem seus desgraçados! — ele joga
uma das decorações do ambiente na minha direção e eu desvio com a maior
tranquilidade.
— E aí, sogrão... Pode parar com seu show, sua filha está comigo.
Não precisa se preocupar, ela está sendo bem cuidada e nosso filho também.
— Filho? Que filho? Minha filha não tem um filho... Você a
sequestrou, não foi? Eu falei para aqueles desgraçados da polícia que minha
filha não tinha ido embora por vontade própria!
— É, você tem razão, ela não foi... Eu a fiz desmaiar aqui mesmo
nesse camarim e depois a peguei no colo e levei para o meu carro. Mas agora
estamos casados e felizes como aqueles casais da Disney. Não tem com o
que se preocupar.
— Não tenho? Você por um acaso caiu do berço quando era recém
nascido? Tem algum problema mental?
— Não deveria falar assim comigo... Você não me conhece e não
sabe quem eu sou!
— Estou pouco me fudendo para quem você é! Quero minha filha!
Olho para ele, com o canto do olho vejo Crowley e Adonis pegar as
armas deles, mas faço um sinal para guardarem as armas e falo calmamente:
— Minha morena tem a quem puxar... — dou risadas — Vamos lá,
você está aqui dando um show na minha boate e nem estou te pagando para
isso. Diz para mim, deve ser difícil saber que foi corno e ainda ser obrigado
a criar como sua a filha de outro homem... Sabia que sua mulher ainda
manteve o caso com o amante por três anos enquanto você criava a filha do
amante?
Dou risadas mais uma vez por achar graça da cara que ele está
fazendo.
— É normal querer por perto a única primogênita, mas agora ela está
casada comigo e você precisa saber que seu genro não vai se importar nem
um pouco em atirar na sua cabeça e fingir que foi um infeliz acidente
depois... Agora, vamos conversar. — aponto para a outra cadeira e ele se
senta olhando para mim visivelmente nervoso.
Capítulo 14

Grande Influência.
Damon

Meu querido sogro está bem a minha frente e parece não gostar muito de
mim, isso é bem estranho já que todos me amam, sou um doce. Acabo rindo
e todos me olham sem entender.

— Onde... Onde você prendeu minha filha? Ela está machucada?


Você a agrediu? — observo ele fechar os punhos ao pronunciar a última
pergunta.
— Sogrão, só bato em mulheres quando elas me pedem e precisa ser
na cama por puro prazer. Meu pai criou um homem, não um covarde. Sua
filha está bem, tem o quarto dela e todo o luxo que ela merece ter.
— Pare com isso! Minha filha jamais foi ambiciosa! Sempre trilhou
o próprio caminho com suas próprias forças, cada passo que deu em sua vida
foi com sabedoria e altruísmo. Ela nunca ficaria com você por dinheiro. —
ele fica vermelho enquanto cospe essas palavras para mim.
— Nisso você tem razão, ela é orgulhosa e não aceita nada de mais
beijadas. Mas ela está comigo e isso nunca vai mudar, para que saiba que
estou falando a verdade vou ligar para ela.
Pego meu telefone e faço uma chamada de vídeo para um dos
funcionários que sei estar acordado fazendo a ronda e ordeno que vá até o
quarto da minha morena e bata na porta e espere que ela abra. Assim que ela
abre e eu a vejo, linda como sempre, viro para o pai dela.
— Pai? Onde... Espera, o que está fazendo aí? Damon? Não
machuque meu pai!
Entrego meu telefone para Crowley e ele vira a tela para mim e o
sogrão.
— Morena, olha só quem veio fazer uma visita e queria incendiar a
minha boate... — aponto para o pai dela — Isso mesmo, o sogrão... Estamos
batendo um papo de família.
— Você não é parte da minha família! — ele fala me olhando feio.
— Damon, me escuta bem... Me escuta muito bem! Se você ousar
tocar no meu pai arranco suas bolas e faço macarrão a bolonhesa com elas
especialmente para você comer. Está me ouvindo? — minha morena me
lança um olhar de mafiosa.
— Vou só? Sua filha é perfeita para mim... Transborda amor.
— Você perdeu o juízo? Só pelo jeito dela te olhar já vejo que ela te
odeia.
— Não faz diferença, ela não é a única e não vai ser a última. — falo
dando de ombros e ele pergunta:
— Então por que está prendendo ela a você?
Eu olho para a minha morena e pergunto:
— Eu conto ou você conta, morena? — ela lança seu olhar para
baixo como se varresse o chão enquanto fala com dificuldade:
— Eu... Eu... Estou grávida de um filho dele, pai. Nós... Estamos
casados.
— Ding, ding, ding... Ela falou, senhores! Entendeu agora o motivo
para sua querida e única primogênita está em minha, ou melhor, nossa casa
agora? — ele olha para angustiado.
— Eu quero vê-la, pessoalmente. Quero abraçar minha filha e ter
certeza que ela está realmente bem.
— Tudo bem! — suspiro profundamente e depois acerta a coronha da
minha arma na cabeça do velho.
— Damon, seu desgraçado! Por que bateu nele? — minha morena
pergunta e dá para sentir a fúria em sua voz.
— Morena, ninguém além de mim e dos meus amigos, Crowley e
Adonis, pode saber onde essa casa fica.
— Vou te dar um aviso, cuidado ao passar pela porta quando chegar...
Não diga que não avisei.
Ela desliga a chamada depois disso. Crowley e Adonis olham para
mim com receio.
— Por que estão me olhando assim? — pergunto irritado e eles
respondem ao mesmo tempo.
— Não vamos comer macarrão na sua casa!
— Engraçadinhos... Peguem o velho, coloque um saco preto na
cabeça dele e joga no meu porta malas. Amanhã teremos uma reunião só nós
três no escritório do submundo.
Eles fazem o que pedi e depois me acompanham até a mansão apenas
para me ajudar a colocar o velho no sofá da sala até ele despertar da
pancada.
Assim que abro a porta da mansão vejo um vaso de flores vir na
minha direção e por ter um bom reflexo me esquivo rápido. Mas ganho um
belo tapa na cara, minha morena chegou muito rápido perto de mim e disso
não deu para esquivar.
— Aaaiii... Você tem chumbo no lugar dos ossos?
— Isso foi por bater no meu pai, e ainda estou com raiva!
Ela logo se distrai quando vê o pai sendo carregado por Crowley e
Adonis que colocam ele no sofá deitado. Ela se senta ao lado dele e fica ali
passando a mão em sua cabeça esperando ele acordar, peço um dos
funcionários para fazer um curativo na cabeça dele e ficamos ali esperando a
bela adormecida acordar... Vai ser uma longa noite.
Capítulo 15

Acalmando os Ânimos.
Sierra

Não tem como tentar entender a mente desse sádico do Damon, juro que se
eu tentar é capaz do meu cérebro virar gelatina. Ele bateu no meu pai
somente para que o mesmo não pudesse ver o caminho para essa mansão que
parece ficar no meio do nada.

Era só ele vendar meu pai que estava tudo certo, mas o sádico,
psicopata, tinha que ver vermelho. Meu pai levou um tempo para acordar,
quando finalmente abriu os olhos, me abraçou forte e chorou.
— Pai, está tudo bem... Não precisa chorar. — ele se afasta e me
encara ao perguntar:
— É verdade mesmo? Você está esperando... — ele olha para Damon
que está brincando com sua arma e depois olha para mim — Um filho desse
homem louco?
— Sogrão, não esquece que a fruta não cai muito longe da árvore...
Sem julgamentos, ok?
Reviro os olhos ao ouvir o que Damon fala e depois olho para o meu
pai e tento falar o menos possível para não assustá-lo mais.
— Pai, estou grávida, ele é o pai, sim ele é insano, mas... Parece me
amar, por mais estranho que seja ou ele é só obcecado por mim e quando
tudo isso perder a graça para ele me deixa ir embora.
— Não conte com isso, morena... Comigo é até que a morte nos
separe.
— Pode me emprestar sua arma? — pergunto para ele que a guarda
em seguida.
— Minha filha, você não precisa ficar com ele por estar grávida!
— Acho que o meu sogro não gosta de mim, morena. — Damon
finge estar decepcionado.
— Você poderia não interferir na nossa conversa? — ele levanta as
mãos como quem se rende, mas senta próximo a nós dois — Pai, ele é um
mafioso, pelo que escutei dos poucos funcionários que se atrevem a
pronunciar o nome dele sua fama no submundo procede. Então, esse bebê
que estou esperando precisa de proteção e somente o próprio pai dele pode
protegê-lo.
Meu pai olha para Damon e depois para a minha barriga, vejo seus
olhos ficarem marejados... Com um pouco de dificuldade meu pai fala:
— Posso pelo menos conviver com você? Não estou pedindo para
morar aqui, até porque não iria me acostumar com essa vida... Gosto de me
sentir útil trabalhando. Mas quero passar pelo menos uma semana por mês
com você.
— Acho que o senhor psicopata ali não vai se importar, não é
mesmo?
— Você tem noção do trabalho que vai dar para trazer ele até aqui
uma vez por mês sem que meus inimigos percebam? — ele pergunta
dramaticamente.
— Isso não é problema meu! — respondo friamente.
— Você... Aaaaaaaaahhhhhhhh! Tá! Vou dar um jeito!
— Quero minha melhor amiga aqui também! — ele bufa e olha para
mim.
— Acho que você não tem noção do perigo, morena!
— Você também não! — retruco.
— Touché... Vou dar um jeito de trazer sua amiga.
— Não bate nela como fez com meu pai, dessa vez não irei errar ao
jogar o vaso!
Ele dá risadas e nos deixa sozinhos em seguida, meu pai espera ele
sair completamente da sala para falar:
— Ele sabe que sua irmã não é minha filha, disse que sua mãe
manteve um caso com o amante por três anos. Aquela vadia mentirosa me
chifrou mesmo depois de eu aceitar a criar a filha de outro! — dou um longo
suspiro e pergunto:
— E o que vai fazer agora? Vai se amar mais que aos outros ou vai
continuar em algo que vai te levar para sete palmos de terra na cara?
— Assim que eu for embora daqui uma semana, a primeira coisa que
irei fazer é pedir o divórcio. Em seguida vou reformar a casa que era da
minha mãe e me mudar para lá.
— Eu sempre estarei aqui para você, pai.
Ficamos conversando mais um pouco até que o sono toma conta de
mim, levo meu pai até o quarto que fica ao lado do meu. Depois que o vejo
deitado saio e paro na porta do meu quarto.
Escuto um rock suave vindo do quarto de Damon e decido ir até lá,
quando bato na porta a mesma se abre por estar encostada e vejo ele com
uma guitarra tocando, acompanhando o ritmo da música.
— Talentoso... — falo o surpreendendo — Não sabia que tinha
talento para música.
— Sou um pacote completo, morena... Veio dormir com seu marido?
— Nem nos seus sonhos mais pervertidos! Vim apenas agradecer por
permitir que meu pai fique aqui comigo.
— Aceito um beijo em troca do agradecimento.
— Não dá para ser legal com você! — falo irritada — Tenta ser
adulto pelo menos uma vez e responda como um adulto.
— Sabe de uma coisa... Estou começando a ficar ansioso pelo
momento que você vai perceber que me ama e vai deixar de me tratar feito
um idiota.
Ele volta a tocar sua guitarra e me ignora, saio do quarto tão irritada
que bato a porta causando um barulho alto pelo corredor. Ele realmente
pensa que vai entrar em meu coração?
Capítulo 16

Conflitos Familiares.
Damon

Acho que minha morena deveria se permitir mais, parece que ela tem medo
de abrir seu coração... Culpa daquele imbecil. Já mandei um recado para ele,
cada vez que eu encontrar com ele na minha cidade será uma surra diferente,
cada vez que alguém me deixar de mau humor mando alguém trazer ele até a
mim e desconto nele.

Tive que pedir para o Crowley trazer Joan para a mansão ontem a
noite, achei um pouco estranho ele não trazê-la ontem mesmo... Mas ele me
avisou que já estão chegando. Ao chegar na sala de refeições vejo a minha
morena com um lindo sorriso, uma pena ser para o pai dela e não para mim.
— Bom dia, minha morena linda... Bom dia, sogrão, espero que
tenha tido uma ótima noite de sono. — me sento ao lado da minha morena e
passo a mão em sua barriga.
— Bom dia, Damon... A Joan vai chegar quando? — ela me pergunta
ansiosa.
— A qualquer momento ela pode entrar por aquela porta.
— Você está cuidando muito bem da minha filha e do meu neto...
Continue assim.
— Se eu não der minha vida por minha família, quem vai dar? —
minha morena me olha e limpa a garganta parecendo estar pensativa — Mas,
vamos conversar, sogrão... Está afim de trabalhar para mim?
— O quê? Claro que não! Não sei trabalhar na máfia, sou apenas um
contador aposentado. — ele fala balançando as mãos.
— Não precisa me dizer com o que trabalhava, sei até com quem
você foi ao seu primeiro baile no colegial... Estou precisando de um
contador de confiança. O salário para um contador que trabalha para mim
fica entre dez e quinze mil, depende da sua eficiência e inteligência.
Observo ele se engasgar com o café ao ouvir o valor do salário, dou
um sorriso de canto de lábio e espero ele pensar um pouco mais.
— Filha, o que você acha? Devo trabalhar para a máfia?
— Pai, quem sou eu para julgar? Estou casada com ele e terei um
filho dele... Não por vontade própria, claro. Enfim, o senhor tem um divórcio
para dar entrada e a casa da vovó para reformar e comprar móveis novos,
aceite o trabalho. — vejo o carinho que ambos têm um pelo outro e
fantasmas do passado sobrecarregam meu cérebro.
— Então, sogrão, vai fazer parte do meu quadro de funcionários? —
pergunto para distrair minha mente.
— Aceito, pode ter certeza que logo terá um relatório preliminar
completo. — ele responde com convicção.
— Ótimo, depois do café irei mostrar o seu novo escritório que fica
aqui mesmo na mansão. Poderá trabalhar e ficar um pouco com sua filha ao
mesmo tempo. Terei que sair depois disso, então, cuide dos meus dois
amores por mim.
Somos interrompidos por uma Joan escandalosa que entra gritando o
nome da minha morena.
— Sierra? Sierra! Amiga, que saudade! Estou tão feliz em vê-la viva
e sem nenhum arranhão.
Reviro os olhos e engatilho minha arma mostrando minha
impaciência.
— Damon, nem pense nisso! — minha morena me repreende e eu
respondo:
— Sem graça!
— Demônio, precisamos conversar! — Crowley fala me olhando
seriamente.
— Sério que não posso tomar nem um café? — e ele responde curto
e grosso:
— Don Belphegor! — me levanto e seguimos para fora da mansão.
— O que o velho está aprontando dessa vez? — pergunto irritado.
— Ele espalhou por todo o submundo que você vai se casar com a
herdeira da máfia "Serpente Negra". Já tem até uma lista de presentes
rolando em um grupo específico de aliados a máfia Serpente Negra.
Começo a rir feito um louco e ao mesmo tempo sinto vontade de
torturar uns dez imbecis só para saciar meu ódio. Aquele velho está ficando
gagá, ele sabe que estou casado e terei um filho logo... Quando ele vai
desistir?
— Crowley, descubra quem é essa mulher e onde ela está... Se o
velho quer guerra, ele terá!
— Sua mente está gritando tão alto que estou quase ouvindo seu
plano todo antes mesmo de você falar. — dou um belo sorriso e falo:
— Um pai orgulhoso provavelmente deve ter mantido a pureza da
filha amada intocada para o seu futuro genro... Mas será que essa filha
manteve suas lindas pernas fechadas? Iremos descobrir e como forma de
agradecimento pela bela noiva que me impuseram vou mandar para os
convidados seleto muitas fotos e vídeos dessa linda jovem pura e inocente.
Depois de mostrar ao pai da minha morena onde ele iria trabalhar e
todo o material para ser contabilizado dei um beijo na barriga da minha
morena e parti para mais um dia difícil na minha vida no submundo.
Como eu imaginei, a tal noiva não tinha nada de pura e inocente.
Crowley conseguiu fotografar e filmar momentos íntimos da mulher tanto
com homens quanto com mulheres. Tem um vídeo dela fazendo uma orgia,
se eu não estivesse bem casado pediria até para participar.
Convoquei uma reunião com quase todos do submundo e no meio da
pequena festa vídeos e fotos começaram a passar nas telas à nossa volta.
Logo uma confusão se formou pois o pai da mulher estava lá, ele começou a
gritar mandando desligar as televisões.
Sai de lá depois disso me fingindo de inocente, também fingi estar
insultado com tal vergonha. Quando cheguei no meu escritório principal, fui
recebido com um belo tapa na cara de me fazer cair sentado no sofá. Com a
mão no rosto falo sarcasticamente:
— Oi pai, é muito bom vê-lo também!
Capítulo 17

Não Subestime Um
Tubarão da Máfia.
Damon

Tenho que trocar as fechaduras dos meus imóveis, meu pai tem acesso a
todos. Sou recebido por ele em meu escritório com um belo tapa na cara, ele
está furioso comigo e parece querer descontar com violência física.

— Seu moleque, porque fez aquilo com aquela jovem? A expôs nua
e transando com diversos parceiros para todos do nosso meio ver, você
acabou com a reputação dela... Tenho certeza que armou tudo para cancelar
o casamento! — ele me dá outro tapa tão forte que acaba me fazendo cuspir
sangue.
— E voltamos para minha infância, não é senhor Belphegor? — tiro
a mão dele que está segurando firme meu ombro e me levanto do sofá —
Não tive que levantar um dedo para nada, ela é sexualmente liberada,
entendo... Não julgo. Mas tudo o que viu foi feito por ela sem a intervenção
de ninguém. Até curto mulheres como ela, mas não para ser a minha esposa
e carregar um filho meu.
— Você está indo contra mim por causa daquela vagabunda de quinta
que quer apenas te dar o golpe da barriga! — ele quase grita essas palavras
para mim.
— O senhor está muito enganado, ela me detesta... Mas eu tenho
quase certeza que a amo, isso é novidade para mim também.
Ele anda de um lado para o outro como se estivesse pensando em
algo importante, um plano perfeito. Não consigo ler seus movimentos, mas
dá para ver que ele está muito concentrado.
— Já veio aqui, amaciou meu rosto, acho que já pode ir embora... Já
tive muito de você para essa semana inteira.
— Você acha que tudo é uma piada, né? Tudo é ironia ou sarcasmo...
Você não vai ficar com essa mulher, isso não é uma ameaça, é uma certeza!
— ele sai da minha sala depois de dizer isso.
Ligo para Adonis e ordeno que esteja em meu escritório em dez
minutos no máximo. Preciso tirar minha morena da mansão o mais rápido
possível. Sei que amo aquele refúgio, mas senti algo sombrio na última frase
do meu pai e não vou pagar para ver.
— Precisa de algo para ontem, Demônio? Nunca vi você tão nervoso
assim antes.
Pego uma folha de papel em branco e escrevo:
— "Quero que você encontre uma casa que possa ser muito bem
protegida, reforme ela para ontem e me entregue a localização pessoalmente.
Ninguém pode saber o que vai fazer, tenta ser invisível preciso tirar minha
morena da mansão até hoje a noite. Usaremos os túneis de fuga."
Ele olha para mim e depois queima o papel com seu isqueiro
favorito. Depois que Adonis sai tento focar minha mente no que preciso
fazer no meu escritório até que recebo um convite do meu sócio mais antigo
para uma festa a fantasia, será a despedida dele do mundo da máfia após
descobrir que está com um câncer raro e quer dar a volta ao mundo antes de
morrer.
Vou levar minha morena para ele conhecer, mas antes quero me
certificar de que ele não convidou meu pai para essa festa hoje.
Depois de falar com Stan por quase uma hora e descobrir que meu
pai não foi convidado para essa festa, desligo a chamada e vou até uma loja
de fantasias. Para mim compro uma roupa do Gomez da família Addams e
para minha morena uma fantasia de Morticia Addams. Chegando na mansão
vou até a minha morena que está no jardim conversando com sua amiga
Joan.
— Preciso falar com você... — olho para Joan que cruza os braços ao
me encarar — A última pessoa que me encarou assim está dançando em um
pole dance no inferno.
— Joan, você disse que estava com fome... Pode ir comer alguma
coisa, amiga. — minha morena tenta esfriar nossos ânimos.
Assim que Joan some de perto de nós dois dou um rápido beijo na
minha morena.
— Muito adulto, Damon. Pode falar agora.
— Temos uma festa a fantasia para ir, depois da festa não voltaremos
para essa mansão.
— O quê? Por que não voltaremos para cá? — vejo preocupação no
olhar dela.
— Porque meu pai quer me punir por causa de uma travessura minha
e provavelmente vai querer usar você.
— Gosto da natureza desse lugar... Odiei o fato de me obrigar a ficar
aqui. Mas nunca tive tanto contato com a natureza antes como tenho nesse
lugar. — ela fala olhando para as árvores e flores à nossa volta.
— Prometo que voltaremos para cá assim que eu conseguir reforçar
ainda mais a segurança daqui. Agora, vamos para uma festa a fantasia,
deixei sua fantasia e a minha no meu carro, sobe que te entrego daqui a
pouco.
Sinto que ela está curiosa só pelo jeito de olhar, não demora muito
para minha deusa descer vestida de Morticia Addams, linda com sua barriga
já aparecendo sutilmente.
Quando chegamos na festa, os olhares voltados para ela me deixaram
com tanto ciúmes que usei o paletó do terno para cobrir o corpo dela. Stan
amou conhecê-la, conversamos por um bom tempo até que ela começou a se
sentir mal por causa de um imbecil que acendeu um charuto perto de nós.
Levei ela para uma linda varanda decorada com rosas de vários tipos
e cores até seu rosto que estava pálido foi voltando à cor aos poucos.
— Está se sentindo melhor? Já podemos ir embora se você quiser...
Não precisamos ficar mais, já marquei presença. — sinto seu olhar
agradecido, mas o pequeno ponto de luz vermelha no peito da minha morena
é que me chama a atenção.
— Mas que merda... Sierra, se abaixa! — abraço ela e me jogo no
chão, antes de sentir o solo algo penetra meu ombro me causando uma dor
intensa.
— Damon? Isso é sangue? — ela se desespera ao tocar no sangue
que sai do furo em minhas costas — Alguém me ajuda? Socorro!!
Os olhos dela se enchem de lágrimas, sei que não deveria curtir esse
momento pois acabei de levar um tiro... Mas não consigo evitar, ela tem
sentimentos por mim.
Capítulo 18

Minha Morena, Minha Dama Mafiosa.


Damon

Sei que não deveria me aproveitar desse momento, mas ela está tão
preocupada que não resisto em usar isso a meu favor.

— Socorro, alguém, por favor... — ela olha para mim e vejo as


lágrimas molhando seu lindo rosto — Damon, por que alguém iria querer
atirar em você na festa do seu amigo?
— Morena, não era para mim esse tiro, era para você! — respondo e
sinto o corpo dela tremer — Mas não se preocupe, sempre tem alguém
tentando me matar já virou rotina para mim.
— Era... Era para mim? Alguém queria me matar? Mas por que? Não
tenho inimigos! — ela está visivelmente preocupada.
— Você é minha dama mafiosa, morena... Minha esposa, meus
inimigos vão sempre tentar usar você para me ferir e sabe por que? — ela
nega com a cabeça — Porque você é minha perdição, você é minha razão
para cada suspiro desde que te conheci.
— Como... Como eu posso agradecer por ter levado um tiro por
mim? Por salvar minha vida.
— Salvaria sua vida com a minha mil vezes se fosse possível, não
pensaria só faria... Como agora. Mas se quiser mesmo me recompensar,
quero um beijo seu. — como eu disse, não tem como não me aproveitar um
pouco da situação.
Ela não negou, me deixando surpreso quando me puxou para um
beijo. No início seus lábios tocaram os meus e uma onda de eletricidade
percorreu meu corpo inteiro, em seguida sinto a língua dela um pouco tímida
abrir meus lábios pedindo passagem.
Nesse momento eu esqueci do tiro, da dor e de tudo a nossa volta, a
segurei pela cintura e puxei para mim. O beijo foi tão intenso e urgente que
fiquei excitado e ela sentiu, literalmente. Quando minha mão começou a
explorar o país das maravilhas, Stan aparece na varanda e minha morena se
afasta um pouco de mim.
— Me disseram que alguém aqui estava pedindo ajuda... Demônio,
você levou um tiro? Foi sua esposa?
— Como ousa pensar que foi ela? Minha morena jamais iria atirar
em mim pelas costas... Ela tem integridade moral, faria isso na minha frente
porque ela não é uma covarde!
— Foi mal, é que casais quando brigam às vezes acabam chegando
ao extremo... Mas quem fez isso com você? — ele pergunta para mim.
— Não era para mim esse tiro, tentaram matar a minha esposa
grávida! Eu quero saber quem foi... Mas, primeiro preciso cuidar disso aqui.
— aponto para o meu ombro ferido.
— Sim! — minha morena desperta de seu transe — Pode chamar
uma ambulância ou nos levar até um hospital? Ele não pode dirigir assim!
— Não vai precisar sairmos daqui, minha morena. Stan, você ainda
tem uma daquelas salas especiais aqui na sua mansão?
— Sim, tenho... Vamos, vou levar vocês até lá.
Enquanto caminhamos pelos corredores da mansão minha morena
sussurra para mim:
— Está ficando maluco, Damon? Você precisa de um hospital! — ela
aperta meu braço e eu dou risadas.
A mão dela está no meu ferimento para que não sangrar mais,
chegamos na sala e Stan fala:
— Vou chamar minha irmã, ela é enfermeira e vai cuidar disso
rapidinho.
— Não precisa, Stan. Minha morena vai cuidar disso, ela não vai
gostar de ver outra mulher tocando no seu marido.
— Ei, não! Por mim tudo bem, ela é profissional e vai cuidar de
você! Stan, pode chamar sua irmã! — sério que ela vai deixar outra mulher
tocar no marido dela?
— Stan, pode ir se nós precisarmos de algo eu te ligo. — assim que
Stan sai, minha morena surta comigo.
— Você está completamente fora da casinha! Eu não sei nem o que
fazer e você... — ela para de falar e me observa enquanto tiro a minha blusa
— O que você está fazendo?
— Tirando a blusa para que você possa olhar melhor o furo da bala.
Vou até o armário onde fica o equipamento necessário para a retirada
da bala e a sutura, coloco em cima da mesa e me sento na cadeira para que
ela possa cuidar de mim.
— Damon, não sei o que fazer! Você deveria deixar alguém
experiente cuidar de você, está sangrando muito.
— Isso significa que você precisa ser rápida ou irei desmaiar logo...
Primeiro pegue o álcool setenta e jogue na ferida, em seguida jogue um
pouco naquela pinça e enfie ela no pequeno buraco e movimente até
encontrar a bala e retirá-la, depois suture, creio que dois pontos sejam
suficientes.
— Você quer que eu faça isso sem ao menos uma anestesia?
— Ingeri álcool suficiente, não preciso de anestesia. Não tenha
medo, estou ensinando a você porque isso vai acontecer mais vezes do que
imagina e você terá a chance de salvar a minha vida... Ou me matar de vez,
fica a seu critério.
Ela não fala mais nada, volto a explicar para ela como fazer o
procedimento e fico impressionado em como a mão dela é leve para isso.
Senti dor, claro, mas dá para suportar.
— Você é louco... Mas acho que já estou começando a me acostumar
com isso.
— Somos casados... — puxo ela para o meu colo que se senta de
frente para mim — Eu ouvi uma vez alguém dizer que de tolo e louco todo
mundo tem um pouco... Acho que sou mais louco que tolo.
Beijo ela novamente que não me recusa, minha mão volta a explorar
o corpo dela ninguém vai nos interromper aqui e hoje vou testar os limites
dela.
Capítulo 19

Um Casal, Enfim.
Damon

Esse momento não deveria acontecer aqui, eu queria que fosse em nosso
quarto, nossa casa... Mas não vou bancar o exigente se a minha morena quer
se entregar para mim agora.

— Damon, por favor, você está ferido... Acho que isso pode esperar.
Esse não é o momento e aqui não é o lugar para o que queremos fazer.
— O momento e o lugar somos nós que escolhemos... Sierra, minha
morena, eu desejo você desde o momento em que te vi naquela cafeteria.
Você acha mesmo que vou desperdiçar um momento tão importante por
causa de um tiro ou por aqui não ser o nosso quarto? Você acabou de
confessar que também me quer e se o problema for uma cama aquele enorme
sofá ali no canto pode virar uma.
Ela olha para o sofá e depois olha para a porta. A observo se levantar
e ir até a porta trancando em seguida. Ela diminui a luz na sala e se vira para
mim, eu me levanto e vou até ela a beijando de novo.
As nossas roupas começaram a voar pela pequena sala de piso branco
e paredes marfim. Para mim só restava a calça, as meias e os sapatos. Deito
ela com cuidado no sofá e fico de joelhos sobre o mesmo, seguro o pé dela e
começo a beijar subindo lentamente até chegar em sua macia e tentadora
intimidade.
Beijo e uso minha língua, os gemidos da minha morena preenchem o
ambiente como música para os meus ouvidos. Cada vez que uso minha
língua no clitóris dela como pincel em uma tela em branco a escuto gemer
mais alto.
Cada vez que beijo sugando o clitóris dela para dentro da minha boca
sinto ela empurrar sua pélvis para cima me querendo cada vez mais ali. Só
para quando sinto seu orgasmo em minha boca, enquanto seu clitóris pulsava
minha língua brincava ali.
Ela me impressiona ao se levantar e me empurrar para que eu fique
de pé, ela segura meu pau com firmeza e me puxa para ela. Com seu olhar
colado ao meu, observo a língua dela brincar com a cabeça do meu pau
lambendo como se fosse um pirulito e chupando com vontade... Acabo
uivando feito um lobo no cio.
Ela passa a língua por toda a extensão do meu pau me fazendo
delirar, enlouqueço mesmo depois que ela o coloca todo em sua boca
subindo e descendo enquanto me sugava. A sensação que me trás deixaria
qualquer homem maluco de tanto tesão e a vontade de gozar vem com força,
mas me seguro e pego no cabelo dela o enrolando em meu pulso controlando
os movimentos dela indo bem devagar.
— Quero sentir seus dentes levemente, morde o que é só seu, minha
morena.
Como eu pedi, sinto seus dentes apertarem levemente todo o meu
pau, desde a cabeça até a base. Ela alterna entre a mordida e sugar-me todo
para dentro de sua boca até sua garganta, me retiro de sua boca para entrar
onde mais desejo.
A faço deitar no sofá e me encaixo entre as pernas dela, passo a
cabeça do meu pau em seu clitóris a sentindo se movimentar em minha
direção.
— Confesso que você é o primeiro homem com um pau grande desse
jeito que vai entrar em mim e me dar prazer de verdade... Não me
decepcione, Damon. — Dou risada e falo:
— Amor, vou te apresentar ao meu inferno de delírio e perdição...
Espero que esteja preparada.
Coloco a cabeça do meu pau na entrada dela que se contrai me
convidando para entrar, cada centímetro meu que entrava dentro dela era
uma parte do paraíso que eu desconhecia. Nunca me senti assim transando
com outra mulher, nunca senti tamanho prazer e desejo.
Me sinto mergulhando na luxúria e me afogando nela por vontade
própria, meu ombro me lembra que tenho um ferimento ali a cada estocada
rápida e socada forte que dou dentro da minha morena, mas não me importo.
Gozar dentro dela foi como mergulhar de cabeça em um êxtase sem
fim, gemer junto com ela foi a melhor sintonia perfeita, foi intenso, foi forte
e revigorante. Coloco meu rosto em seu pescoço tentando controlar minha
respiração, meu coração que se acelerou por ela como da primeira vez que
descobri sua existência.
— Não tem mais volta, morena, você é minha e eu sou somente seu!
Não posso e não quero ser de mais ninguém. — me levanto e olho em seus
olhos — Eu amo você, Sierra! — me declaro para ela.
— O que você está fazendo comigo, Damon? Por que estou sentindo
meu coração bater tão rápido por você?
— A resposta já está dentro de você, mas posso esperar para ouvir
dos seus lábios o que seu coração está gritando para você agora. Quando
chegarmos no novo refúgio não teremos quartos separados, durmo com você
até no chão da sala, mas passarei cada noite que vivermos, juntos daqui para
frente!
Ela sorriu para mim e após iniciarmos mais um beijo exigente
tivemos mais algumas rodadas de prazer. Se eu soubesse que levar um tiro
por ela iria trazê-la para mim de vez teria levado um tiro antes.
Mas ao lembrar o que nos levou a isso só me faz pensar em uma
pessoa que queria ela longe de mim... Don Belphegor, o senhor foi longe
demais dessa vez. Será olho por olho já que quer assim.
Capítulo 20

Novo refúgio.
Sierra

Devo ter ficado louca, me entreguei ao homem que roubou minha vida para
ele, isso não é normal... Não pode ser normal. Porém, ele salvou minha vida,
parecia que eu devia isso a ele. Se foi apenas por isso, por que meu coração
não desacelera quando olho para ele?

Acordei com ele entre minhas pernas, chupando meu clitóris me


fazendo gozar assim que desperto.
— Damon... Você é louco. — falo com dificuldade.
— Por você, sem dúvida alguma sou! Precisamos ir, o dia está
amanhecendo. — ele fala e me beija em seguida quase me tirando o
raciocínio.
— Sierra Malker, você está proibida de se apaixonar por esse
psicopata! — sussurro para mim mesma enquanto nos vestimos por perceber
que o dia está nascendo e precisamos ir embora.
Ele me disse que vamos para outro lugar porque lá precisa ficar mais
seguro para nós, não entendo, aquele lugar é uma fortaleza. Entramos no
carro e ele dirige, rápido, como sempre. Em algum momento da viagem
adormeci, cansada pela maratona de prazer.
Desperto nos braços dele que está sorrindo para mim. Olho em volta
e sinto falta da natureza que o outro refúgio oferecia, nesse aqui tem um
enorme muro cercando o lugar.
— Nós chegamos, você estava dormindo tão calma e tranquila que
preferi não te acordar.
— Obrigada, mas já pode me colocar de pé. Quero ver melhor onde
estamos. — com todo cuidado ele me coloca de pé.
Assim que coloco meus pés no chão, olho para todos os lados, aqui
tem o muro que é tão alto e não possibilita saber nem se tem árvores do lado
de fora. A casa é grande e uma linda varanda a cerca por todos os lados,
achei linda e rústica, gostei muito.
— Vamos, morena, vou te levar para o nosso quarto. — mas algo me
chama a atenção.
— Damon, onde está o meu pai? Onde está Joan? — e ele responde
enquanto me puxa para dentro da casa:
— Cada um em seu próprio quarto dormindo! Agora vamos, você
precisa fazer o mesmo.
Ele me puxa e parece saber bem para onde está me levando, depois
de passar por uma enorme sala com uma decoração bem harmoniosa e suave
seguimos pelo corredor. Passamos por algumas portas que suponho ser os
quartos até que paramos na última porta virando no corredor.
— Esse é o nosso quarto... Que tal inaugurarmos ele? — entramos no
quarto.
Damon para atrás de mim e começa a beijar meu pescoço e meu
ombro enquanto tira o meu vestido, me viro para ele e pergunto:
— Não acha que já tivemos muito um do outro por uma noite inteira?
Que tal um banho e dormir?
— Que tal um banho juntos e fazer mais do que fizemos na
madrugada? — ele é insaciável.
No banho, Damon colocou minhas pernas em seus ombros e afundou
seu rosto em minha intimidade. Ele parecia sedenta e ali a fonte mais
deliciosa encontrada por ele, meus gemidos saiam da minha boca quase
involuntários. Estava muito difícil esconder que eu estava gostando com
tantos orgasmos múltiplos e os dedos dele dentro de mim.
Eu desliguei o chuveiro, Damon me colocou de frente para a parede e
me fez inclinar para frente, logo sinto a cabeça de seu pênis entrar em mim.
Senti o quanto estava quente e pulsante. Os movimentos dele, a forma como
rebolava para me fazer sentir prazer, parecia que ele estava dançando a sua
música favorita e seus movimentos mostravam isso, a sensualidade, o prazer,
seus gemidos.
Ele me deu outro orgasmo explosivo sem nem ao menos tocar no
meu clitóris, somente com suas estocadas lentas e profundas. Me levou a
exaustão com essa última bravura, meu corpo quase foi ao chão se ele não
tivesse me segurado tão rápido.
Damon me deu um banho, cuidou de mim e me colocou na cama,
ainda nua, me cobrou e eu dormi profundamente... Não vi mais nada.
Quando despertei foi com os beijos dele, não nos meus lábios, mas eu gostei.
— São que horas? — perguntei confusa.
— Passa um pouco das quatro horas da tarde. Você precisa se
alimentar, morena. — ele fala intercalando com os beijos dados subindo pelo
meu corpo.
— Concordo... Quando posso fazer uma consulta pré natal?
Precisamos saber como andam as coisas com o bebê.
— Daqui há quinze dias... Não pode ser antes porque tenho umas
coisas importantes para resolver. Você vai ficar aqui com seu pai e sua
amiga, ligo e mando mensagem todos dias que estiver fora... Já vou ficar
sem você, não vou suportar ficar sem ouvir sua voz.
O que fizemos depois dessa curta conversa não foi muito, ele
realmente precisou ir para fazer alguma coisa. Me levantei e tomei um
banho, após me cuidar sai do quarto e fui levada pelo delicioso aroma até
uma sala com uma enorme mesa bem posta.
Meu pai e Joan estavam ali também, Joan logo veio ao meu encontro
e me abraçou. Claro que ela veio com algumas perguntas.
— Amiga, por que estamos aqui? Onde vocês passaram a noite?
Vocês estão dormindo juntos? Aceitou ser a mulher do psicopata?
— Ei... Calma! Respira, mulher do céu... Perguntas demais. Vamos
comer e depois conversamos.
Sentei ao lado do meu pai, logo começamos a conversar sobre os
motivos de Damon nos colocar aqui e meu pai ficou a favor dele dizendo
que um homem de verdade protege a família e um mafioso de verdade dá a
vida pela mesma.
Isso me causou um frio no estômago e na espinha, não quero que ele
morra por mim. A lembrança da noite passada, ele levando um tiro que
talvez pudesse me matar fez meu cérebro se acender como árvore de natal.
Estou sem meu celular, o que ele me deu, vou até um dos seguranças
e peço emprestado para enviar uma mensagem para Damon. Escrevo na
mensagem:
— "Damon Belphegor, você está proibido de voltar para esse refúgio
morto! Te tiro do inferno só para te jogar lá de novo! Sierra, aqui."
Volto para a mesa, não se passou nem um minuto e o mesmo
segurança que me emprestou o celular me entregou o meu, nele havia uma
mensagem de Damon para mim.
— "Morena, agora que tenho você para mim, me manter vivo virou
minha segunda prioridade... A primeira sempre será você e nosso filho. Te
amo, minha morena."
Eu sorri... Por que eu sorri?
Capítulo 21

O Melhor de Uma Vingança


Damon

Apesar do que aconteceu ontem, levar um tiro para salvar meu mundo, isso
acabou trazendo Sierra para mim. Sei que é errado ter desejado levar uma
bala por ela antes, mas tudo tem sua hora.

Acho que devo agradecer ao velho por nos unir mais, ele ajudou
muito. Não acredito que ele pensou mesmo que eu iria deixar ele matar a
minha morena assim tão facilmente. Chega a ser ridículo, ele me conhece
desde que nasci, não deveria me subestimar.
Dirijo para meu outro escritório, um escondido, onde Crowley e
Adonis esperam por mim. Eu só não imaginava encontrar a cena ridícula que
encontrei, ambos trocando socos por uma mulher. Eles são amigos desde a
adolescência e agora estão quase se matando por causa de uma mulher?
— Você sabia que ela era minha, Crowley e transou com ela assim
mesmo! Pensou mesmo que eu não iria colocar alguém para vigiá-la, para
segui-la? Você é apenas um maldito talarico, filho da puta!
— Não sou talarico, ela me disse que não estavam mais juntos... Joan
descobriu que você ainda está com suas amantes e deu uma casa para ambas.
Ela te odeia e eu a amo!
Olha para essa cena ridícula digna de novela mexicana e vou
perdendo a minha paciência, eles estão tão envolvidos na luta corporal e
quebrando as coisas no escritório que não me viram entrar e me sentar.
— Parem, os dois. — falo bem calmo arrumando a bagunça na minha
mesa.
Eles não me deram confiança e eu repito:
— Eu mandei parar com essa palhaçada, agora!
É, eles não me ouviram, engatilho minha arma e dou um tiro de
raspão na perna de cada um que cai para lados opostos.
— Está ficando louco, Demônio? Por que atirou em mim? — Adonis
pergunta.
— Ele atirou em mim também! O que eu te fiz? — Crowley
pergunta.
— Sério que estavam brigando por causa de uma mulher? Levei um
tiro pela minha ontem, achei que levariam um pela de vocês também. — falo
enquanto ligo o computador.
— Esse desgraçado do Crowley transou com a minha mulher e... —
interrompo ele e falo:
— Nossa, ele dormiu com a sua mulher... Qual delas? Se você pode
ter mais de uma mulher, porque ela não pode ter mais de um homem?
Hipocrisia, não acha?
— Demônio, você está do lado dele? Se ele fez comigo hoje pode
fazer com você amanhã! — dou uma de minhas famosas gargalhadas e falo:
— Ele sabe que se pensar em tocar na minha morena irei torturar ele
ao ponto de não existir mais humanidade dentro de seu ser. Quanto a você se
ela não te quer mais você ainda tem duas mulheres ao seu dispor, se a
amasse não teria amantes. Ele espera por essa chance com a Joan desde que
vocês ficaram juntos, mas te respeitou... Já que ela não está mais com você
deixe-a ser feliz com quem quiser.
Volto meus olhos para a tela e pesquiso o endereço de Paola Villare,
uma amante que meu pai ama desde a adolescência e mantém uma vida
secreta desde sempre.
— Hoje iremos comer sushi no almoço... Preciso de vocês em
harmonia para a missão de hoje. Quem aqui quer fatiar e arrancar umas
peles?
Com a mão onde levaram um tiro de raspão os dois se olham
sorrindo, não é qualquer sorriso, é satisfatório, prazeroso... Hoje nós vamos
brincar.
Fechamos um restaurante pequeno, ficou lá somente o sushiman e o
chefe da cozinha para preparar nossa refeição. Não demora muito vejo Paola
entrar no restaurante e as portas são trancadas por fora.
— O que você quer comigo, Damon? Tenho que fazer compras para
uma viagem que irei fazer no final de semana. — ela se senta e não olha para
Adonis e Crowley que estão próximos a uma enorme mesa.
— Que tal almoçarmos primeiro? — uma enorme barca de sushi é
servida para nós dois.
Ela olha e lambe os lábios, logo começa a comer e eu apenas aprecio.
A princípio pensei que ela não iria comer tudo e eu sabia que em uma dessas
iguarias havia algo especial para ela e pelo visto foi a última porção que ela
comeu.
— Tem algum problema com a sua garganta, Paola? — começo a
ouvir Crowley e Adonis amolar as facas que tilintam alto pelo ambiente.
— Huuummm... Huuummm. — ela geme desesperada.
— Sabe qual o efeito da tetrodotoxina, Paola? — vejo a agonia em
seus olhos — A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente
cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas
dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória e embora totalmente
paralisada, permanece consciente e lúcida até o período próximo da morte.
Dou uma alta gargalhada e falo o motivo para ela:
— Meu pai tentou matar meu amor, para o azar dele quem vai morrer
é você. Pode se vingar dele quando ambos estiverem no inferno. Crowley,
Adonis, vamos começar a brincadeira.
Eles a colocaram deita na mesa e eu levei a barca que foi usada para
servi-la. Fizemos um lindo trabalho que foi enviado para o meu pai logo em
seguida. Esse foi apenas um aviso para ele, claro que irei esperar o próximo
ataque bem atento. Como eu disse, agora será olho por olho... Ele tenta, eu
faço.
Como não posso deixar pontas soltas, incendiamos o restaurante
japonês quando terminamos o que fomos fazer ali... Isso faz parte do meu
mundo.
Capítulo 22

O Castigo do Papai.
Damon

Voltamos para o escritório que fica longe do radar de Don Belphegor, no


porão temos quase um lar, três quartos que cabem apenas uma cama de
solteiro e um guarda-roupas. Uma sala americana com cozinha e banheiro.
Nós nos jogamos no sofá, exausto, penso na minha morena.

— Demônio, seu pai vai revidar e ele pode ser cruel... Você nunca
bateu de frente com ele desse jeito! — Crowley fala aparentemente
preocupado.
— Concordo com o Talarico... — Crowley olha sério para Adonis —
Seu pai não vai pegar leve e sendo bem sincero acho aquele refúgio em que
sua preciosa esposa e herdeiro estão um pouco fracos.
— Mas foi você que arrumou para mim e exigi que fosse muito bem
escondido e protegido! — falo irritado.
— Eu sei... Mas não dá para subestimar seu pai! Aquele ali é
cachorro velho, tem seus truques... E hoje, você passou dos limites
estabelecidos por ele.
— Ele tentou matar a minha esposa primeiro, meu pai sabe que ela
está grávida. Fez isso por orgulho e ego! Revidei, ele precisa entender que
não pode mandar na minha vida.
Ficamos em silêncio por um tempo até que Crowley decide buscar
algo para o jantar e Adonis foi tomar um banho. Me tranco no meu quarto e
me jogo na cama de solteiro que deixa meus pés para fora da mesma. Ligo
para minha morena.
— "Graças a Deus você está vivo! Está ferido?" — acho fofo a
preocupação dela.
— "Está preocupada com seu marido mafioso, morena?" — pergunto
para provocar.
— "Você... Mas que droga, Damon! Pode pelo menos me responder
sem me provocar?" — ela pergunta irritada.
— "Você fica fofa quando está preocupada comigo... Gosto de
aproveitar o momento." — ela suspira e eu também.
— "Pode me contar o que fez hoje?" — ela pergunta curiosa.
— "Sim, posso... Mas, não devo! Você está grávida e me preocupo.
Só posso dizer que me vinguei de quem tentou tirar sua vida!" — ela fica em
silêncio por um momento depois pergunta:
— "Então você sabe quem foi? Você matou essa pessoa?" — dou
risada quase que involuntariamente e respondo:
— "Um sábio disse uma vez: Você tem que se aplaudir, porque há
sacrifícios que muitos não entendem. Por isso não posso te contar, mas
digamos que foi poético... Shakespeare ficaria com inveja." — algo surreal
aconteceu, eu a fiz rir. Não acredito nisso.
— "Meu poeta... Só você mesmo, Damon." — só para cortar meu
momento entra outra ligação que eu não queria atender.
— "Morena, preciso desligar... Mas saiba que estou ansioso para
tocar nessa perdição que é você de novo."
Desligo a chamada, quando atendendo a do meu pai escuto apenas
uma ordem... Quase como um grito e desliga na minha cara. Depois que
Adonis sai do banheiro também tomo um banho e para minha sorte depois
que estou pronto e saio do banheiro Crowley aparece com cinco pizzas e
algumas cervejas. Enquanto nos sentamos para comer e beber aviso aos dois:
— Depois dessa deliciosa refeição teremos que fazer uma visita a
mansão do velho... Ele me ligou. — Crowley engasga e depois diz:
— Nós enviamos uma barca de sushi humano para ele e você está
dizendo que vamos até a casa da morte?
— Estou jovem demais para morrer e tenho duas gostosas esperando
por mim. Você vai sozinho!
— Por um acaso eu perguntei se vocês queriam ir? — ambos se
olham e balançam a cabeça negativamente — Perfeito, agora vamos comer,
sem pressa e depois seguir para lá.
Depois de duas horas comendo pizza, bebendo e planejando nosso
próximo passo seguimos para a mansão do velho. No meio do caminho os
carros com meus seguranças fazem fila atrás do meu carro, parece uma
comitiva de alguém importante.
Chegando na mansão vejo que meu pai não lotou de seguranças tem
só os habituais. Melhor prevenir do que remediar, não posso piscar quando
se trata do meu pai. Assim que entro na sala vejo o segurança mais fiel do
meu pai próximo a porta até que meu pai fala o nome dele.
— Thunder... — não tive tempo de olhar para o desgraçado de volta e
graças aquela muralha eu estava no chão após um soco — Isso foi por ter a
audácia de enviar para minha casa algo que eu não desejaria ver até morrer.
Olho para o segurança enorme que me socou e falo para provocar:
— Você soca feito uma menina de treze anos, nem me fez sangrar...
Mas se ficar roxo vou cortar a mão que usou para me socar e servir para
você comer crua. — me levanto do chão e vejo Adonis e Crowley pegarem
suas armas — Não façam isso! O grande senhor Don Belphegor, tem as
costas pelando... Vocês não irão respirar por muito tempo se atirarem.
— Sua audácia vai custar muito caro, filho ingrato! Não irei te matar
e sabe por que?
— Tenho certeza que vai dizer de uma forma bem sinistra e maldosa.
— Vou arrancar aquele feto de dentro daquela vadia pobre, depois
vou colocá-los em cima da mesa, ao lado do bolo onde será comemorado seu
casamento. Depois que eu conseguir o que eu quero com esse casamento
mato você bem lentamente.
Quando ele fala o que vai fazer com a minha morena e meu filho faz
meu lado psico-sanguinário querer sair de onde está e fazer um estrago, mas
sei que ele não está sozinho, vi o carro dos dois amigos dele que pertence ao
tribunal da máfia lá fora e não posso fazer nada agora.
— Pai, a única coisa que posso dizer agora é... Aqui se faz, aqui se
paga!
— Claro, meu filho, por isso você vai ser castigado pela sua
travessura.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, aparecem os dois amigos
do meu pai e anciãos do tribunal. Os seguranças do meu pai nos levam para
o porão onde ficam as celas e salas de torturas. Crowley, Adonis e eu somos
jogados ali e minha preocupação com a minha morena triplica.
Capítulo 23

Os Riscos de Amar Um Mafioso.


Sierra

Não queria pensar no Damon, não queria me preocupar com ele... Então
por que minha mente está focada nele? Meu coração aperta quando penso
nele, pensei que ele iria me mandar mensagem antes que eu pegasse no sono,
só que não enviou.

Mentirosos, todos os homens são mentirosos. Ele não seria diferente,


deve estar por aí com aqueles dois patetas bebendo e fazendo algo maldoso.
Vou tentar dormir, será melhor para mim e para o bebê.
Tomo um banho para relaxar, não ajuda muito, então vou até a
cozinha comer alguma coisa e acabo encontrando meu pai, ele também está
procurando algo para comer.
— Também sem sono? — pergunto e ele se assusta.
— Sim, vou fazer meu famoso sanduíche de três queijos, peito de
peru, alface, tomate e requeijão. Quer um?
— Quero dois! — respondo animada.
Joan acaba aparecendo e meu pai faz mais sanduíches. Depois que
ele come nos deixa sozinhas para conversar, Joan parece querer me contar
algo.
— Sabe que pode falar seja lá o que estiver acontecendo com você
que nunca irei te julgar. — ela me olha e dá um sorriso forçado.
— Você estava certa sobre o Adonis, eu não deveria ter entregado
meu coração para um homem que deseja um harém. — Joan abaixa a cabeça
e chora.
— Amiga, entendo a sua dor, mas tem sempre um lado bom e seu
lado bom é não viver cega até chegar ao ponto de não ter mais volta.
Ela me olha novamente, limpando as lágrimas e parece que tem algo
mais para dizer, eu espero com paciência ela tomar um fôlego para falar.
— Sierra, acho que eu troquei seis por meia dúzia... — olho para ela
confusa — Transei com Crowley depois dele se declarar para mim e dizer
que deseja ser meu submisso... Amiga, nem levo jeito para Dom, como vou
aceitar ele como meu submisso?
— Temos internet e Cinquenta Tons de Cinza para assistir! Vamos
dar um jeito, se ele te ama e quer ser só seu aproveite!
Nós duas nos sentamos na sala de frente para uma enorme televisão e
assistimos aos três filmes de Cinquenta Tons, depois decidimos que ela
precisaria ler os livros também.
Ao perceber que já estava quase amanhecendo fui para a cama, me
deitei e logo peguei no sono... Acordei nervosa, tive um pesadelo com
Damon. Para minha surpresa acordei com ele ao meu lado na cama, mas não
tinha nada normal nessa cena.
Damon estava com sua roupa suja de sangue, não dava nem para
saber ao certo o que tinha acontecido com ele até que vi seu braço enrolado
em sua jaqueta. Com todo cuidado retirei e ele gemeu, senti algo se dilacerar
dentro de mim ao ver que o braço esquerdo dele estava quebrado e com um
corte profundo.
— Damon? Damon? Acorda!! Você precisa ir para um hospital!
Damon?
Fiz de tudo para ele acordar, começo a vasculhar seu corpo e vejo
que ele levou um tiro na perna, volto a chamar por ele muito nervosa até que
Crowley, que também não parece muito bem, entra no quarto e diz:
— Ele não vai acordar, pelo menos não agora. Demos morfina para
ele e um calmante além de duas garrafas de vodka.
— Está ficando louco? Quer matá-lo? Não se pode misturar morfina
e calmantes com bebida alcoólica! O que aconteceu com ele? O que
aconteceu com você? — pergunto como se estivesse tendo uma crise
nervosa.
— Não é a primeira e nem a última vez que fazemos isso... Ele não
vai morrer! É só para aguentar a dor até Adonis chegar com a equipe médica
de confiança que temos. Adonis só teve um corte no braço e na testa, está
bem melhor que nós dois.
Somente agora ao vê-lo se sentar é que consigo ver o enorme corte
profundo na perna de Crowley, não tinha percebido que ele estava mancando
e também está machucado demais.
— Sierra, não estou muito bem e sei que quer respostas e não é
normal para você ver o Demônio assim, mas para mim é só mais um sábado
à noite. Quando ele acordar tenho certeza que te contará tudo o que precisa
saber, mas por agora ele precisa de você calma e ao lado dele.
Suspiro por uns segundos e tento manter a calma, mas esse louco que
agora é meu marido e pai do meu filho tem muito o que me explicar depois
que cuidarem dele e estiver bem.
Estou começando a entender que tem muitos riscos de amar um
mafioso... Será que eu sou mesmo a mulher perfeita para o Damon?
Capítulo 24

Antes da Fuga.
Damon

Eu sabia que o velho iria vir com uma de suas punições e que
provavelmente iria chamar seus amigos do tribunal somente para me obrigar
a fazer o que ele quer. Digamos que fiquei um pouco decepcionado, para o
homem que me criou ele deveria saber que eu não iria simplesmente aceitar
e me deixar ser punido.

— Demônio, que horas vamos sair daqui? Esse lugar fede a inimigos
do seu pai. — Adonis pergunta.
— Adonis, você conhece o Demônio, ele vai deixar o pai dele pensar
que conseguiu o que quer e depois mostrar para ele quem manda de verdade!
— Não esqueça o plano Adonis... — me deito na cama que é super
desconfortável e me estico — Meu pai vai vir aqui e fazer um discurso
idiota, depois disso iremos sair daqui como combinamos.
Ficamos calados, não demora muito e meu pai entra, ele olha para
mim e só vejo frieza e escuridão em seu olhar até que ele começa a falar.
— Damon, você sabe por que eu te trouxe aqui, não sabe? Não posso
permitir que pense por um segundo sequer que pode passar por cima de mim
desse jeito.
— Sim, senhor Belphegor, eu sei que seu ego é do tamanho da
galáxia. Você quer que eu me case com alguém que você escolheu para mim,
como eu não quis tentou matar o amor da minha vida... Eu só devolvi o que
quis me dar, com mais vigor, claro.
— Você acha que pode desafiar a minha vontade? Você acha que
pode se rebelar contra mim? Eu permiti que você tivesse uma vida!
— Eu não me importo com a sua vontade, senhor Belphegor. Eu não
me importo com nada. Você me prendeu aqui nesse lugar imundo, longe de
tudo que eu amo pensando que irei aceitar qualquer chantagem? Não perca
seu tempo.
— Eu fiz isso por um propósito, filho ingrato. Eu fiz isso para te
ensinar uma lição... Você é um Belphegor, o herdeiro da minha fortuna, da
minha máfia e do meu poder. Você tem que se comportar como tal, ser
obediente e fiel a mim. Você tem que seguir as minhas ordens.
— As suas ordens? — dou gargalhadas — São ridículas, você quer
que eu me case com uma mulher que eu nem conheço, que nem gosta de
mim, que só quer status e dinheiro. Você quer que eu abra mão do meu único
amor, da minha única paixão, da minha felicidade e do meu filho... Isso
nunca irá acontecer!
— O amor é uma ilusão, Damon. A paixão é uma fraqueza. A
felicidade é uma mentira. O único que importa é o dinheiro, o poder, o
controle. Você tem que aprender isso, Damon. Você tem que aceitar o seu
destino.
— O meu destino é o que eu faço dele. E eu não vou me render aos
seus caprichos. Eu não vou me casar com essa vadia, prefiro morrer do que
viver uma vida imposta a mim por outros.
— Então, você prefere morrer? Pois bem, Damon, eu vou te dar essa
escolha. Mas saiba que você não vai morrer sozinho. Se você recusar o
casamento, eu vou matar os seus amigos na sua frente. Um por um. Com
muita crueldade, você me conhece bem.
— Não! Não faça isso, papai! Eles não têm nada a ver com isso! Eles
são inocentes! — falo dramaticamente e rindo debochadamente.
— Você foi mimado demais, mas tem como mudar isso! — ele sai
sem olhar para trás.
Pego o celular que escondi e aviso aos "meus" que está na hora, mas
quando pensei nesse plano não calculei o metro quadrado de cada cômodo
desse. Quando os explosivos foram colocados na galeria que fica ao lado das
celas como um enorme duto de ar, não imaginei que os estilhaços e partes de
escombros iriam ser arremessados tão longe.
A dor que sinto com o impacto é tão grande que me fez desmaiar,
acordei no carro indo para o refúgio e a dor era insuportável, percebi
também que levei um tiro, olho para Crowley que está ao meu lado já com
medicamentos e vodka.
— Apaguei por quanto tempo? — pergunto enquanto tomo os
remédios e viro a garrafa de vodka e bebo direto do gargalo.
— Deu tudo certo, mas quando estávamos arrastando você para o
carro dois seguranças do seu pai começaram a atirar e acabou que te
acertaram. Como você estava desmaiado não sentiu, você está apagado já faz
meia hora.
— Cadê o Adonis? — pergunto ao ver somente nosso piloto de fuga
com nós dois no carro.
— Ele não se machucou tanto quanto nós, aquele desgraçado se
cobriu com o colchão fino da cama e só teve dois arranhões. Ele foi buscar
nossa equipe médica de confiança.
— Filho da puta, poderia ter nos falado e não estaríamos ferrados
agora. — minha visão embaça tento manter o foco, mas não consigo —
Crowley, não conte nada para minha morena... Deixe que eu conte.
Apago depois disso, a dor ainda era insuportável, mas a escuridão era
acolhedora.
Capítulo 25

Nasce Uma Mafiosa.


Sierra

Ver Damon assim me fez refletir muito sobre o que eu quero para mim e
meu filho daqui para frente, sinto algo vibrar em meu útero, é a primeira vez
que sinto uma reação do meu bebê e ainda nem sei se é menina ou menino.

Damon está vulnerável e nesse estado seria alvo fácil para os


inimigos dele, meu coração dói só por supor que ele poderia ser... Morto. Eu
não acredito... Eu, Sierra Malker, amo Damon Belphegor.
Como isso aconteceu? Minha guarda estava alta, não é possível.
Homem que me engravidou sem o meu consentimento e depois disso me
colocou em uma gaiola de diamante agora é o ser por quem meu coração
bate mais rápido... Estou fodida de todas as maneiras possíveis.
Se é assim, se ele quer ao lado dele uma dama mafiosa, Damon terá
sua dama mafiosa. Logo Adonis chega com a equipe médica e eu vou até o
banheiro para trocar de roupa.
Coloco um vestido vermelho com um decote em formato de coração
em cima, passo um batom vermelho sangue e depois máscara de cílios, faço
um delineado perfeito. Coloco um scarpin vermelho nos pés, arrumo meu
cabelo o deixando solto e caindo em ondas. Ao sair do banheiro falo:
— Acho bom cuidar bem do meu marido, ou as coisas podem
esquentar para vocês... E não estou falando metaforicamente! — eles param
e me olham — Por um acaso eu disse que podiam parar?
Eles voltam a cuidar de Damon enquanto outros cuidam de Crowley
que apagou exausto e ferido no sofá do meu quarto.
— Tenho certeza que se o Demônio estivesse acordado agora iria
ficar orgulhoso de você! — Adonis fala ao se aproximar de mim.
Ainda olhando para os cuidados que a equipe médica está tendo com
Damon pergunto para Adonis sem deixar de olhar para o meu amor:
— Por que chama ele de Demônio? — e ele responde:
— Hierarquia... Ele é nosso chefe, seu vulgo no submundo é
Demônio. Digamos que ele faz jus ao seu vulgo quando se trata de seus
inimigos. O chamamos assim por respeito, por ser nosso chefe, para honrar
seus feitos. — por um segundo desvio o olhar para Adonis e vejo ele
olhando para Damon com respeito.
— Adonis... — ele olha para mim — Só pra te avisar, minha amiga
está com o Crowley e eu sempre fui contra seu relacionamento com ela por
saber que você é mulherengo. Se quiser continuar respirando por mais tempo
não entre no caminho deles, posso até gostar um pouco de você agora, mas
isso não vai me impedir de meter uma bala na sua testa se fizer mal para a
minha amiga.
Dou um sorriso largo mostrando todos os dentes para ele que acaba
rindo e diz:
— É, pelo visto o chefe casou com alguém igual a ele... Recado dado
e aceito, chefinha.
Ficamos ali em silêncio observando Damon e Crowley serem
cuidados pela equipe médica. Joan entrou em meu quarto e foi direto até
Crowley, Adonis olha por um momento em seguida volta seu olhar para
Damon.
O braço de Damon precisou ser imobilizado, tiraram a bala do ombro
dele e deram pontos, o corte enorme e profundo na perna dele deu um pouco
mais de trabalho para suturar, mas fizeram muito bem. Crowley também foi
muito bem cuidado, ao terminar tudo o médico veio até a mim e perguntou:
— Onde podemos ficar? Minha equipe terá que permanecer aqui até
que o senhor Belphegor e o senhor Olpher estiverem completamente bem e
recuperados.
— Adonis, mostre para o doutor onde ele e sua equipe pode ficar e
depois volte aqui para me ajudar com Damon, precisamos trocar a roupa de
cama. — Adonis sai com a equipe médica e Joan fala:
— Vou pedir um dos seguranças para me ajudar a levar o Crowley
para o meu quarto. Se precisar de mim é só me chamar.
— Não vou precisar amiga, cuida do seu namorado... Vou cuidar do
marido.
Logo um segurança entra e ajuda ela a levar o Crowley para o quarto
dela e Adonis também vem para me ajudar com Damon. Ele o coloca no
sofá e me ajuda com a roupa de cama.
— Ele vai demorar para acordar? — pergunto preocupada e Adonis
responde:
— Talvez daqui há três horas ou menos. Ele vai acordar com dor, os
remédios estão ali na mesinha. Ele precisa tomar um de cada seis em seis
horas. Agora vou dormir um pouco, estou detonado, mas se precisar de mim
estou a três portas de distância.
— Obrigada, Adonis. Pode ir, não vou precisar de você por enquanto,
porém se precisar vou chamar sim.
Depois que Adonis sai me deito ao lado de Damon e fico ali olhando
para ele até que meu pai entra com uma bandeja com algumas frutas, suco,
café com leite e sanduíche.
— Eu vi que estava uma loucura aqui e não quis ser mais um
enchendo o que já estava cheio. Como vi que não foi tomar café da manhã
resolvi trazer para você.
— Obrigada, pai... Não posso deixar de cuidar do meu bebê, ficar
sem comer não vai fazer bem para ele.
Me sento no sofá e enquanto me alimento conversamos, confessei
para o meu pai o que sinto por Damon.
— Eu amo o Damon, pai. Acabei de descobrir que nunca amei Elon
de verdade, o homem que faz meu coração acelerar e parar de bater ao
mesmo tempo... É o Damon.
— Eu devo ter morrido, devo estar no céu apesar de merecer o
inferno. Ouvir minha morena dizer que me ama é o meu desejo realizado. —
Damon nos surpreende.
— Você iria dormir por mais tempo, pensei que iria demorar para
acordar! — falo sem jeito e meu pai sai do quarto quase correndo.
— Repete para mim o que acabou de dizer, morena.
Me levanto do sofá e vou até a cama, me sento ao lado dele e inclino
meu corpo de um jeito que possibilite olhar nos olhos dele.
— Eu amo você, meu mafioso! — ele abre um sorriso lindo e se
declara mais uma vez:
— Eu amo você, minha morena!
O beijo que dou nele dessa vez mostra todo o meu sentimento que
antes era confuso, mas agora está claro como o Sol.
Capítulo 26

No Refúgio de Amor.
Damon

Despertei e mesmo ainda sonolento e letárgico consegui ouvir bem o que


minha morena disse, pensei que iria demorar mais para ter essa benção e
graças a Deus não demorou.

Tivemos um pequeno momento romântico juntos entre juras de amor


e beijos, porém, eu tentei avançar o sinal com ela mesmo estando do jeito
que estou e ela me segurou firme.
— Damon, não! Você não está bem e vou respeitar isso, se você não
se comportar como se deve vou te punir. — ela fala olhando em meus olhos.
— E qual seria essa punição? — pergunto atrevido e mordendo meu
lábio.
— Você não vai tocar em mim até o nosso filho completar três meses
de nascido!
— Você está falando sério? — pergunto enlouquecido — Não pode
fazer isso comigo! Ok... Você venceu, vou me comportar.
Falo entregando os pontos, mas não por vontade própria. Sei que ela
quer saber o que aconteceu comigo, está escrito no olhar dela.
— Meu pai armou para mim, mas como já o conheço muito bem fui
até ele com um plano em andamento. Mas toda ação tem uma reação e aqui
estou eu, ainda vivo como prometi.
— Por que seu pai fez isso com você? — ela pergunta angustiada.
— Ele não gostou da oferenda de paz que enviei para ele depois do
que fez com você... Ingrato, foi algo tão especial e ele não gostou.
— Damon, o sarcasmo exala pelos seus poros! O que você fez? —
ela pergunta cruzando os braços.
— Sushi de Paola Villare... É uma iguaria única, sabia? — ela se
levanta rápido da cama e anda de um lado para o outro.
— Você matou uma mulher e entregou para o seu pai como se fosse
sushi?
— Sabia que você está mais gostosa ainda de vermelho? Que
tentação é essa, faz um homem levantar da cadeira de rodas.
— Damon!! — ela chama minha atenção.
— Amor, ele tentou te matar sabendo que tem um filho meu na sua
barriga, mesmo sabendo que eu te amo mais que tudo. Meu pai considera o
que sinto por você uma fraqueza e quer que eu me case por conveniência...
Só paguei na mesma moeda.
Ela não responde, apenas olha para mim e coloca as mãos na barriga.
Sinto meu coração aquecer com essa cena.
— Posso colocar a mão na sua barriga? Nosso filho já está fazendo
bagunça? — ela sorri para mim e se aproxima.
— Começou hoje, parece estar bem agitado.
Ficamos ali na cama sentindo ao mesmo tempo nosso amado e
agitado filho, mas para minha tristeza acabei pegando no sono por causa dos
remédios que devem ter aplicado em mim enquanto eu estava apagado.
Quando despertei vi que minha morena deixou uma bandeja ao meu
lado com algumas coisas para comer e ouvi barulho de chuveiro. Assim que
ela saiu comemos juntos e depois da refeição pedi para ela chamar Adonis e
Crowley para mim.
— Pensei que iria acordar só amanhã. — Adonis fala enquanto se
senta no sofá.
— Vocês estão vendo que vou ficar de molho aqui por um tempo, no
momento esse é o melhor lugar para ficar já que o grande senhor Belphegor
desconhece a existência dele.
— Quer que fiquemos aqui com você? — Crowley pergunta — Sabe
que temos os negócios para cuidar enquanto você estiver aqui. Nós não
temos medo do seu pai e ele não pode nos matar só para encontrar você!
— Não conte com isso, meu pai tem seus truques na manga e pode
usar contra vocês.
— Não podemos ficar aqui, você não pode sair e nos sim! — Adonis
também se coloca a favor de sair — Eu tenho as boates e Crowley os
negócios do submundo... Podemos acionar nossos contatos.
Paro para pensar um pouco e lembro que fiz parceria com uma máfia
de assassinos bem treinados.
— Vou entregar um número para vocês, ligue e diga que preciso
cobrar o favor que ele me deve... Não precisa falar muito apenas isso. Vocês
ficarão seguros até eu estar de volta.
Gosto deles, são corajosos e fiéis, mas não podemos subestimar meu
pai. Don Belphegor está acostumado com um filho que sempre faz o que ele
quer, só que agora não quero mais.
— Outra coisa importante, chamem a Savannah! Ela vai ajudar a
manter vocês vivos, ela conhece o trabalho do meu pai vai ajudar muito.
— Amanhã bem cedo estaremos indo embora, mas nos deixe
informados de como está e quando irá voltar.
Encerramos nossa reunião e eu peço para Crowley pegar para mim o
presente que comprei especialmente para a minha morena, ele vai buscar e
ao me entregar peço para ele chamá-la para mim.
— Precisa de alguma coisa? — ela pergunta até que seus olhos batem
na caixa preta de veludo com um laço dourado decorando sua tampa.
— Esse presente é muito especial, tem seu nome escrito nele com
safiras encrustada. Espero que goste, minha morena.
Fico ansioso ao vê-la se sentar e abrir a caixa lentamente, ao ver o
conteúdo da caixa ela olha para mim e fala enquanto dá risadas:
— Tá... Até que ela é linda, mas uma arma, Damon? Normalmente as
mulheres recebem jóias em caixas assim, mas você me deu uma pistola
automática prata com meu nome escrito e lindas safiras incrustadas... Eu
amei.
— Sou bom com presentes, amor... — falo rindo — Mas falando
sério, você precisa andar com ela para onde for, como se fosse uma peça
íntima. E use sem medo, sua vida é mais importante... Sempre será!
— Acho que atirar não deve ser difícil, mas precisamos saber se sou
boa de mira.
— Amanhã, depois do café vamos usar essa belezinha na sua mão
em algumas árvores nos fundos do terreno.
Ficamos ali conversando e vou explicando para ela algumas coisas
que precisa saber sobre a arma, como limpar, desmontar, montar, carregar.
Quero que ela consiga se defender e matar se for necessário para salvar a
vida dela e do nosso bebê.
Capítulo 27

O Tempo Voa.
Sierra

Estou nervosa e ansiosa, ganhei uma arma de presente do meu amor, ele me
ensinou ontem a noite coisas que não imaginei aprender. Hoje irei aprender
outra coisa que nunca imaginei, atirar em alguém para salvar minha vida e a
do nosso filho se necessário.

Damon não está errado, não terei ele ao meu lado vinte e quatro
horas por dia já que a máfia exige muito dele é normal a esposa de um
mafioso saber usar uma arma para defender a família.
— Nervosa, morena? — ele sussurra em meu ouvido vindo por trás
de mim.
— Nossa, amor... Quase atirei em você agora! Não chega assim sem
avisar.
Fico olhando para esse monumento que aprendi a apreciar e amar, ele
está usando uma muleta por causa da perna que está com pontos até perder a
paciência com a mesma e jogá-la longe e andar mancando ao meu lado até o
lugar onde ele vai me ensinar a usar minha arma.
— Você segura firme, mira e atira... Não tem segredo, morena, mas
sempre fica preparada para o coice que a arma dá por causa do tiro.
Mantenha seu braço firme e seu olho onde quer atirar.
Ele se posiciona atrás de mim, estica meu braço e tudo isso olhando
para frente. Esse momento foi bem sensual, sentir o calor do corpo dele,
sentir seu perfume e o seu hálito mentolado me deixou excitada. Porém, sou
tirada desse momento perfeito ao ouvir ele atirar e com isso quebrar três
galhos da árvore.
— Sua vez, morena, quero ver o que consegue fazer.
Tive um certo problema nas primeiras tentativas, mas duas horas
depois me senti uma sniper. Tudo é uma questão de treino e eu consegui,
estou orgulhosa de mim.
Há um tempo atrás eu era uma dançarina de boate e garçonete em
uma cafeteria e hoje sou a esposa de um mafioso... Um pouco louco e sem
dúvidas psicopata, mas eu aprendi a amar ele intensamente.
Os meses começam a passar, descobrimos que teremos um menino
ao qual demos o nome Jayden. Voltamos para o nosso refúgio que agora está
parecendo uma fortaleza militar. Damon está preocupado, ele já se recuperou
faz dois meses e está relutante em sair de perto de mim.
— Amor, está tudo bem, estou protegida aqui. Meu pai decidiu morar
aqui, o ambiente está mais do que seguro e eu sei atirar muito bem.
— Você tem razão... Mas se acontecer qualquer coisa que você
considere estranha ou fora do normal me liga que venho de helicóptero se
for necessário! — dou risadas e concordo.
Meu pai se divorciou da minha mãe, ela ficou com tanta raiva que
queimou as coisas dele para que saísse somente com as roupas do corpo. Ele
por sua vez mandou uma mensagem para ela com o print de sua nova conta
bancária com emojis dando risadas.
Depois disso bloqueou ela em tudo, ela com ódio arrumou outro
número e ficou infernizando meu pai que trocou de número, pronto, acabou
o problema.
Damon teve que ficar por muitas semanas fora, já que o meu não
querido sogro começou a atacar algumas boates de Damon. Arruaceiros
pagos por ele começaram a quebrar tudo dentro de algumas boates tudo em
uma noite e ao mesmo tempo.
— Filha, está tudo bem? Você está próxima do nono mês e daqui
para lá pode ter o bebê a qualquer momento.
— Está tudo bem sim, pai, não se preocupe. A equipe médica está
cuidando de alguns feridos, pessoal do Damon... Mas vão estar aqui na
próxima semana à minha disposição.
Estava chovendo, ficamos na enorme varanda assistindo a chuva cair
e conversamos muito. Meu pai contou algumas coisas da minha infância que
eu não sabia, foi um momento perfeito de conexão.
Duas noites depois algo aconteceu, cinco seguranças estavam
infiltrados, mas eles não contavam com a presença do Crowley que torturou
e matou os cinco. Só que a troca de tiros e toda tensão me fez entrar em
trabalho de parto.
Crowley estava sujo de sangue, mas me colocou no carro dele e
dirigiu feito um louco. Tudo piorou quando minha bolsa estourou dentro do
carro dele, ao mesmo tempo que ele tentava falar com Damon que estava
lidando com dois incêndios provocados em duas boates também acelerava
mais para conseguir chegar na cidade.
Chegamos em uma clínica, Crowley me explicou que é uma clínica
custeada pelo submundo e que logo seria atendida.
— Vai ficar tudo bem, Sierra, vou ligar para um dos seguranças e
mandar um recado. Tenho certeza que logo ele estará aqui.
Sou levada pelos enfermeiros após Crowley me levar no colo para
dentro da clínica, ele fica na recepção para entregar meus dados. A dor
aumenta a cada segundo, sinto que Jayden vai nascer a qualquer momento,
queria Damon aqui.
Mas como imaginei, ele não chegou a tempo e nosso filho nasceu...
Ainda não acredito que meu filho é ruivo igual ao pai dele. Crowley ficou ao
meu lado o tempo todo, nos protegendo.
Depois que cuidaram de mim e de Jayden fomos levados para o
quarto, Crowley deixou dois seguranças na porta me entregou a minha arma
que coloquei embaixo do travesseiro e depois ele foi até Damon, já que não
estavam conseguindo falar com ele. Eu adormeci, quando acordei vi o diabo
perto do meu filho.
— Como você... Sai de perto do meu filho, agora!
— Não acredito que esse... Damon e ele parecem gêmeos. Ele é
igualzinho ao Damon quando nasceu... Foi assim que descobri que ele não
era meu filho.
Meu Deus, o que esse homem está dizendo? Damon não é filho dele?
Como assim? Nesse momento outra coisa me chamou atenção, Don
Belphegor segurava em sua mão uma arma com um silenciador na ponta e
seu olhar estava intenso para o meu filho.
Capítulo 28

Menos Um Filho da Puta.


Sierra

Estou em pânico, Don Belphegor está perto do meu filho segurando uma
arma com silenciador, provavelmente ele matou os seguranças que estavam
lá fora. Ele acaba de dizer que Damon não é filho dele e eu estou em
desvantagem por não conseguir me levantar rápido o suficiente para pegar
meu filho.

— Eu sei que você tem problemas com seu filho... Com o Damon.
Mas eu e meu filho não temos nada com isso! — ele olha para fora como se
estivesse lembrando de algo doloroso.
— Minha esposa era jovem e linda, só aceitei o casamento porque a
queria em minha cama. Mas eu cometi um erro, deixei meu meio irmão
conviver com a minha jovem e gostosa esposa. Eles tiveram um caso, ela
engravidou dele e tentou jogar o filho para mim. — ele volta a olhar para o
meu filho e isso me incomoda — Mas a diferença entre mim e o meu irmão
era gritante, meu era ruivo e eu como pode ver não sou.
— Damon é filho do seu irmão... Não desconte em nós a sua
tragédia! — ele me olha e ri debochadamente.
— Minha tragédia? Fui corno na minha própria casa, meu meio
irmão fudeu com a minha esposa por dois anos, teve um filho com ela... Foi
prazeroso para mim matá-la no hospital. Apertei seu pescoço até ver a luz se
apagar de seus olhos, para o traidor fui mais artístico.
— Sai de perto do meu filho, ele é inocente e não tem culpa de nada.
— estou começando a tremer, ele me ignora e continua a história de sua
vida.
— Não sou santo, tinha minhas amantes, mas nunca engravidei
nenhuma delas. Levei Damon para casa, algo dentro de mim exigia que eu
quebrasse o pescoço dele, mas não consegui. — ele levanta a arma e passa
na própria têmpora — Matei meu meio irmão rasgando a garganta dele bem
devagar na frente do filho dele, vi o brilho no olhar de Damon, vi potencial
no garoto. Mesmo com horas de vida, o moleque ficou atento ao me ver
matando o verdadeiro pai dele.
Ele se afasta de Jayden e vem na minha direção, minha arma está
embaixo do meu travesseiro... Será que eu consigo pegar e atirar sem ele me
matar primeiro?
— Por que está me contando isso com tantos detalhes?
— Querida, mortos não falam. Será que o pequeno ali tem a
personalidade do pai? Se eu matar a mãe dele, será que terá o mesmo brilho
em seu olhar? Isso irá definir se ele vai viver ou morrer! — vejo o sorriso
maligno desse velho maldito.
— Damon sabe que você não é o pai dele? Ele sabe que você matou
os verdadeiros pais dele? — tento ganhar tempo, deu certo, ele se afasta.
— Ele não precisa saber de nada, pai é quem cria! Eu fiz dele o
homem que ele é agora, só que você entrou e estragou tudo. Mas isso não
será mais um problema, hoje você deixa de respirar.
Nesse momento eu pego minha arma, miro e atiro. Fechei meus
olhos nesse momento, nunca tirei uma vida antes e agora foi necessário.
Escuto a porta do quarto abrir com violência batendo na parede, abro os
olhos a tempo de ver Don Belphegor cair lentamente com sangue saindo de
um buraco no meio da testa dele. Damon estava ali de pé assistindo.
— Amor, sinto muito, tive que matar seu pai! — ele vai na direção
do nosso filho pulando o corpo morto de Don Belphegor dando uma alta
gargalhada ao dizer:
— Ele nem era meu pai mesmo! Nossa, meu filho é a minha cara...
Perdão filho, não consegui chegar a tempo para vê-lo vir ao mundo, mas
papai já está aqui.
Enquanto Damon pega nosso filho e vem na minha direção, os
seguranças entraram e tiraram o corpo do velho Belphegor do quarto e uma
equipe de limpeza limpar o sangue do chão.
— Quando você descobriu que ele não era seu pai biológico? —
pergunto curiosa.
— Há dois meses, um velho empregado que era fiel a minha mãe me
procurou e contou a verdade, também me entregou fotos do meu pai e da
minha mãe. Mas agora posso te garantir que nossa vida será tranquila... Ou
quase. — ele dá risadas.
Passei por muita tensão, fui avaliada pela médica e ela disse que eu
precisava apenas descansar. Damon não largou mais Jayden, seus olhares
focados um no outro e assim eu adormeci, com essa cena perfeita.
Tudo o que aconteceu na minha vida desde que Damon cruzou meu
caminho seria digno de filme, mas agora eu só quero viver a nossa realidade.
Pode não ser perfeita, mas me faz sentir viva.
Capítulo 29

De Uma Obsessão a Um Grande Amor.


Damon

Quando eu vi a minha morena pela primeira vez no momento, só pensei


nela em minha cama se contorcendo de prazer, mas ela me esnobou e isso
fez algo dentro de mim enlouquecer por ela.

Eu tinha que ter essa mulher para mim, mas ela dificultou tudo tive
que recorrer aos meus meios para tê-la só para mim. O que tinha tudo para
dar errado deu certo, posso dizer que para um homem que não queria casar
com uma mulher e ter várias em minha cama hoje estou feliz por conseguir
quem meu coração escolheu por mim.
Como as coisas nunca são fáceis para mim tive que conquistá-la e
ainda brigar com meu pai que no final apenas me criou, era meu tio, matou
meus pais por terem vivido um amor proibido que gerou um fruto, eu.
Ao olhar as fotos percebi que poderia ter outra vida, com carinho,
afeto e amor familiar. Mas fui criado como uma arma para matar e um
mafioso ardiloso. Minha vida foi roubada pelo homem que me criou, me
jogou nas sombras e eu aprendi a sobreviver ali.
— Estamos aqui, Demônio... Os anciões querem te punir? —
Crowley pergunta preocupado.
— É claro, Crowley! Ele não teria como explicar a morte do pai. —
Adonis fala ansioso.
Dou risadas e me sirvo de mais uma dose de conhaque, eles me
olham, porém, não percebem nada por causa do meu humor duvidoso para
horas impróprias.
— Na verdade, a punição será para nós três... Se para se foder que tal
três caras enormes e violentos? Nós só teremos que ser gentis com eles e
deixar fluir. — me engasgo com a bebida por rir do que acabei de falar.
— Demônio, isso não tem graça! Nenhum filho da puta vai me foder!
— Adonis fala nervoso.
— Muito menos a mim, posso até cair, mas cair matando! —
Crowley faz gestos de luta.
— Estamos livres! — falo ao terminar minha dose de conhaque —
Eles acreditaram na triste história de que um inimigo meu matou meu pai
enquanto o velho tentava proteger a nora e o neto no hospital e blá blá blá
blá... Estamos livres.
Eles suspiram aliviados, se sentam no sofá e se servem de conhaque.
— Chamei vocês aqui porque agora seremos sócios! Adonis, você
será meu sócio nas boates, Crowley, você será meu sócio na máfia! —
ambos se olham e falam em uníssono:
— Você está falando sério?
— Eu brinco por acaso? Sou irônico e sarcástico... Estou falando
sério! Tenho uma família que precisa da minha presença e irei tirar... Como
dizem por aí? Ah, tá, férias. Pelos próximos seis meses ficarei com a minha
esposa e filho, caso realmente precise de mim é só me ligar.
— Perfeito, não vou te decepcionar, sócio!
— Eu também não vou te decepcionar, sócio!
Passamos o dia bebendo, comemorando e acertando os detalhes dos
contratos que assinamos para firmar a sociedade. Voltei para a mansão e
contei para minha morena a novidade.
— Você está falando sério? Vai mesmo ficar seis meses aqui
acompanhando tudo do nosso filho ao meu lado, Damon? — ela pergunta
para mim e eu respondo:
— Minha morena, você é a luz da minha vida, a razão do meu viver.
Você me faz sentir coisas que eu nunca senti antes, me faz querer ser um
homem melhor, juro que estou tentando. Você é a única que me entende, que
vai me apoiar e me amar incondicionalmente. Você é a minha rainha, a
minha parceira, a minha alma gêmea, minha dama mafiosa. Eu faria
qualquer coisa por você e nosso filho, até mesmo matar ou morrer. Vocês são
o meu tudo, e eu nunca vou deixar vocês. Eu te amo mais do que as palavras
podem expressar, minha morena. Vocês são o meu sonho realizado.
— No início eu queria te matar, te odiava com todas as minhas forças
e queria minha liberdade de volta a todo custo... Mas você conseguiu a
minha atenção, até mais do que isso. Você conseguiu o meu amor, Damon
Belphegor. E agora eu só quero viver esse amor com você e nosso filho, ser
mãe era meu sonho que parecia distante e com seu jeito todo errado acabou
antecipando esse sonho, obrigada por me amar e por fazer parte da minha
vida... Eu amo você, seu louco mafioso.
É incrível quando tudo se encaixa, não imaginei ter a vida que tenho
hoje. Minha parceria deu certo, Crowley se casou com Joan, com o jeito
deles construíram sua família.
Adonis juntou suas duas mulheres em uma mansão só, ele também
tem sua família perfeita. Não julgo, nunca irei julgar.
Meu sogro continua trabalhando para mim e meus sócios como
contador, ele disse que antes se sentia péssimo por não fazer o que gostava e
agora tem até uma namorada e uma vida confortável.
A progenitora da minha morena junto com a filha e o genro crápula
não estão mais morando na cidade, digamos que dei uma de fada madrinha
do mal e eles foram para a terra do nunca... Nunca mais inferniza.
Quando o Don Belphegor morreu por um segundo senti algo, mas
depois lembrei que ele matou meus pais a sangue frio e na minha frente,
apenas mandei cremar e deixar na mansão que ele tanto amava.
Uma vez li uma frase que pertencia a um livro: “O casamento é um
contrato sagrado entre duas famílias. Não se pode quebrar esse contrato sem
consequências. A máfia respeita o casamento, mas também exige lealdade e
obediência. Se você trair a sua família, você trairá a máfia. E isso é
imperdoável.” — Don Corleone
Concordo plenamente e seguirei como algo religioso. Meu felizes
para sempre começou em uma cafeteria quando uma mulher chamada Sierra
Malker me rejeitou e me fez ver o que é amar de verdade. Minha maior
obsessão virou meu grande e único amor.
—Fim—

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