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LIS
Para aqueles que conhecem o verdadeiro amor e
não tem medo, que amam sem restrições e sem
amarras. Se você ainda não conhece, sua vez vai chegar!
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o
essencial é que saiba amar.
Machado de Assis
22 ANOS
― Eu estou me sentindo uma grande gostosa! ―Emmy, grita no
meu ouvido se fazendo ouvir acima do volume altíssimo da música.
Olho para a minha amiga com a sobrancelha arqueada conforme um
sorriso malicioso se abre em meus lábios, viro minha dose de tequila
junto dela e quando bato o copo na mesa em que estamos, sorrimos
cúmplices.
― Isso é porque você é uma grande gostosa, mas hoje em especial
atingiu um nível altíssimo. ― Grito de volta e ela joga os cabelos para
trás piscando um olho para mim.
Ela está usando um vestido tomara que caia que o tecido é um tipo
de camurça ou algo parecido, de um amarelo que destaca ainda mais
sua pele morena. A parte de cima é um corselete que destaca sua
cintura fina e os enormes seios e a saia em formato sereia tem uma
fenda enorme em sua coxa direita e a morena usa uma maquiagem
simples que se destaca pelos cabelos castanhos.
É, uma grande de uma gostosa.
Demoramos muitos meses para encontrar os vestidos perfeitos para
usarmos na nossa formatura, mas olhando para nós hoje sei que valeu
a pena cada tarde maluca que passamos indo de loja em loja.
Já eu acabei optando por um vestido verde escuro com alças finas e
justo na cintura, apertando meus seios, os destacando também e a
saia cai se ajustando perfeitamente no meu corpo, abrindo uma fenda
no topo da minha coxa e se não fosse o meu salto altíssimo que abraça
meus tornozelos o vestido arrastaria mais do que o necessário no
chão. Provavelmente se não fosse todo o brilho que ele tem, seria
simples, mas é magnífico. Deixei meus cabelos preso em um rabo de
cavalo para destacar ainda mais o meu colo e optei por uma
maquiagem básica também.
― Você também não está nada mal. ― Ela chama a minha atenção
e eu gargalho, batendo meu ombro no dela.
― Ei, eu estou uma grande gostosa também.
Nós rimos e em seguida viramos outra dose de tequila que ainda
estava sob a mesa.
A batida de Only Girl da Rihanna chama a minha atenção e me faz
pular rapidamente da cadeira, puxando Claire comigo até a pista de
dança e a morena vem me acompanhando na dança até que
estejamos no meio de muitos corpos já suados e bêbados que dançam
sem parar.
Meu corpo se mexe sensualmente aumentando o ritmo junto com a
música, sem me importar com as pessoas que nos observam. Ergo
meus braços, com os olhos fechados deixando que a batida animada
me envolva por completo.
Se tem algo que eu amo tanto quanto amo pintar é a música. A
forma como meu corpo é completamente envolvido ao ponto de se
esquecer do mundo ao meu redor e como sempre foi o meu refúgio. É
quase como se as letras tivessem o poder de falar por mim quando as
coisas se tornam demais. E mais uma vez eu simplesmente me
esqueço do restante das pessoas ao nosso redor, apenas me deixo
levar pelas batidas agitadas e animadas e minha amiga me
acompanha.
Desde que me entendo por gente eu sei o que quero ser. Uma
pintora famosa e reconhecida, quero que as pessoas olhem para os
meus desenhos e sintam tudo o que sinto, queria que se sentissem
representadas quando não soubessem o que dizer e foi assim que vim
parar em Berkeley e conheci Emmy, que se tornou minha melhor amiga
desde o primeiro dia em que chegamos.
Lembro-me até hoje do dia em que cheguei e fiquei completamente
perdida, quando entrei para a minha primeira aula e conheci a única
aluna que já estava lá antes mesmo de mim, que diga-se de passagem
já estava meia hora adiantada. Nos demos bem logo de cara e desde
então criamos uma amizade muito forte e como tínhamos os mesmos
objetivos foi tudo mais fácil. Passamos os quatros anos sem querer
chamar muita atenção, estudando tanto quanto podíamos, mas
também aproveitando uma festa ou outra e tivemos êxito em tudo o
que nos propomos.
Mas hoje eu realmente não me importava com nada. Eu quero que
as pessoas me olhem, quero que gravem bem o meu rosto para
futuramente quando me encontrarem em alguma galeria de arte
famosa se lembrem do quão duro eu dei para chegar ali.
Ouço o grito de Emmy quando Obsessed da Mariah Carey começa a
tocar e então logo estamos as duas cantando a plenos pulmões
acompanhando a letra da música, enquanto me movo lentamente,
aproveitando, passando minhas próprias pelo meu corpo.
Sinto quando braços fortes rodeiam minha cintura e me puxa para
trás, colando minhas costas em um peito muito duro. Nossos corpos
estão tão colados que posso jurar que sinto cada musculo forte dele. O
cheiro amadeirado que vem, me deixa inebriada ao ponto de me perder
na dança e ele soltar uma risada baixa.
Abro meus olhos e encontro minha amiga dançando com um sorriso
satisfeito no rosto enquanto olha para nós dois, e eu fico ainda mais
curiosa para saber quem é, porque mesmo quando vamos a festa eu
não saio beijando todas as bocas possíveis, mas não quer dizer que eu
deixe de aproveitar algumas bocas e corpos.
Viro para trás e quase caio para trás durinha no chão, chocada com
o homem que me agarrou.
― Prazer, Liam. ― O homem abre um sorriso tão largo que tenho
quase certeza que nunca vi alguém sorrir desse jeito para mim. Seus
olhos castanhos claros são tão calorosos quanto o sorriso. ― Seu
futuro marido. ― Sua voz soa um pouco arrastada e risonha,
provavelmente pela bebida, enquanto ele pisca repetidamente os cílios
para mim.
Ai, merda.
Adeus calcinha!
É óbvio que eu sei quem é Liam Sanders, o cara é praticamente um
deus grego e não teria como qualquer pessoa normal não o conhecer.
Quando entrei em Berkeley ele já estava no segundo ano da
faculdade de direito e junto com seu melhor amigo, Noah, os dois
eram, sem dúvidas, os caras mais cobiçados da faculdade toda. Por
onde passavam só faltavam as meninas jogarem suas calcinhas nos
dois e é óbvio que eles aproveitavam essa fama, mas nunca, em meus
quatro anos aqui, eles me deram um segundo olhar. Nem um primeiro,
para falar a verdade.
Preciso erguer o pescoço para conseguir olhar para ele, porque
mesmo com meu salto altíssimo, Liam ainda é muito mais alto que eu.
Talvez 1,80 ou algo assim.
Ele tem um rosto anguloso, com o maxilar perfeitamente delineado
coberto por uma fina barba bem-feita, seus olhos são pequenos e
reluzentes, sedutores, que me aquecem com toda a sua atenção
concentrada no meu rosto, se destacam com os cílios claros e cheios e
pelas sobrancelhas loiras e espessas. Seus cabelos lisos são bem
ordenados, talvez pelo uso de gel, mas são de um loiro escuro que
combinam tanto com ele.
Mas ele não é só um rostinho bonito, não.
Ele também é um corpo gostoso, ombros largos cobertos pelo terno
que cobre uma camisa branca com os três primeiros botões abertos,
mostrando um pouco do peito onde tem uma fina camada de pelos
discretos e sem dúvidas é bem forte, testado e aprovado pelas minhas
próprias costas e enquanto desço meu olhar, confirmo que ele todo é
forte e torneado, provavelmente devido a muito tempo perdido em
academias.
Mas bom, isso eu já sabia, já perdi a conta de quantas vezes me
toquei pensando nele.
Sim, uma grande safada, que nunca trocou uma palavra com o cara,
contudo o dedicou muitos orgasmos dados por mim mesma.
Quem poderá me julgar?
Eu disse que eles não me olharam e não que eu não os olhei.
― Aprovado? ― A voz grossa chama a minha atenção e quando
ergo o olhar para ele, percebo que sorri descaradamente. Seu corpo se
inclina para alcançar meu ouvido e falar baixo. ― Qual o seu nome?
― Ariela, mas meu futuro marido deveria saber disso. Já começou
me decepcionando. ― Finjo um bico exagerado e ele gargalha,
jogando a cabeça para trás.
― Desculpe-me, futura esposa, estive muito distraído durante esse
tempo.
― Ah, claro. Pegando a mulherada e todas essas coisas que
gostosos fazem na faculdade. ― Mexo as mãos desdenhando e ele ri
ainda mais.
― Eu fico mais do que lisonjeado por você me achar gostoso. ―
Pisca um olho para mim, me obrigando a morder o lábio inferior para
conter que meu sorriso se expanda mais.
É só então que percebo que Liam está segurando a minha mão
enquanto me puxa para fora da pista de dança. Minha mão pequena é
praticamente engolida pela imensa do homem e é impossível deixar de
notar o quão certo parece isso, mesmo o mínimo contato.
― Liam, eu estava te procurando... ― Um homem tão alto e tão forte
quanto Liam surge ao lado dele e quando seus olhos recaem sobre
mim, eles passeiam pelo meu corpo e eu sinto como se um rastro de
fogo fosse acompanhando seu olhar.
― Eu estava conhecendo o amor da minha vida. ― Liam diz
divertido e nem olha para o amigo que continua me devorando com os
olhos.
Não preciso pensar muito para saber quem é, porque se algumas
horas de orgasmos foram destinados ao Liam, outras tantas foram para
o moreno delicioso que está a minha frente. Noah Evans.
Ah, não me julgue!
Que culpa eu tenho se os dois amigos são gostosos?
O homem tem os cabelos tem um corte um pouco mais longos do
que o do amigo, porém mais escuros e estão sempre desgrenhados,
em uma bagunça perfeita, sobrancelhas grossas e escuras, assim
como os cílios que destacam seus olhos que são tão escuros que se
aproximam do preto, ele tem um olhar intenso, como se pudesse ver
através da minha alma e isso me deixa ainda mais ligada. A boca
perfeitamente desenhada é rosada e o maxilar é coberto pela barba
escura.
O corpo é tão largo e alto quanto de Liam, os braços são enormes e
estão cobertos pela camisa preta que está com a manga dobrada até o
cotovelo, deixando á vista as veias um pouco saltadas, a calça agarra
suas coxas e o volume entre elas...
― Noah, essa é a Ariela. ― Liam me apresenta e quando o olho
sinto meu rosto esquentar.
Será que eu fiquei muito tempo secado o gostoso? Digo, o Noah.
O moreno tira minha mão do loiro e beija o torso, um beijo longo
demais que envia uma onda de eletricidade por todo o meu corpo e eu
quase pulo quando sinto sua língua se arrastar no local onde beijou.
― Prazer, Ari. ― Cumprimenta, abrindo um sorriso de lado que o
deixa com a cara ainda mais safada.
Se Liam tem cara de playboy, Noah, sem dúvidas, é o bad boy da
dupla.
A música é quase inexistente para mim agora, porque meu corpo
está consciente demais dos dois homens que estão na minha frente e é
estranho, porque eu já tive uma cota de sexo o suficiente para garantir
que eu nunca me senti nem mesmo perto disso com outros. Só que o
que realmente me assusta é que não é só um que causa esse reboliço
todo em mim.
São os dois.
Já ouvi histórias sobre eles dividirem algumas mulheres, mas não
passava de boatos.
Mas se eles quiserem me dividir, eu quero também!
― Oi, Noah! ― Abro meu sorriso mais inocente para ele, piscando
meus cílios, ignorando completamente minha mente safada.
― Está acompanhando alguém?
― Agora, só o seu amigo. ― Aponto o queixo para o Liam, soltando
uma risada baixa. ― Mas, antes disso estava apenas curtindo a
formatura com minha amiga.
― Está se formando em que? ― É o loiro quem pergunta agora,
interessado.
― Arte. Vocês como advogados são muito desatentos viu? ― Brinco
e os dois me olham com os olhos estreitos.
― Como você...
― Ah, por favor, me diga a mulher nessa faculdade que não conhece
vocês dois?! ― Dou de ombros, rindo.
― Ainda bem que sempre me comportei muito bem. Deus me livre
minha futura esposa achar que sou um galinha. ― Liam brinca, arqueio
a sobrancelha para ele, que dá risada. ― Em minha defesa, eu
prometo que a partir de agora é só você que brincará nesse corpinho.
― Você está levando muito a sério esse negócio de casamento. ―
Acerto um tapa leve no seu rosto quando me aproximo, ficando na
ponta dos pés para chegar perto de sua boca, percebo quando ele olha
de soslaio para o amigo com um pequeno sorriso de lado em sua boca
bonita. ― Nem me perguntou se eu quero brincar só no seu corpinho.
Sinto quando uma mão agarra meu rabo de cavalo e meus olhos
quase saltam para fora do meu rosto quando percebo que é Noah
quem segura. Mantendo meu rosto próximo do amigo, mas se
aproximando para alcançar meu pescoço, onde sinto sua respiração
quente arrepiar todo meu corpo, me obrigando a segurar na lapela do
blazer do loiro para não perder o equilíbrio. Minha própria respiração
encurtada agora conforme meu coração bate fora do ritmo.
― Pode brincar no meu também, se quiser.
Os dois riem, mas logo o loiro fica sério, deixando seu olhar percorrer
todo o meu rosto, parando por um tempo em minha boca entreaberta,
por onde forço o ar ir para os meus pulmões, antes de segurar meu
pescoço e me puxar para um beijo.
Um beijo calmo, explorador, como se estivéssemos conhecendo um
ao outro. Sua boca suave se move tranquilamente contra a minha com
a língua pedindo passagem para me invadir e eu dou, aproveitando
para explorar com a mesma calma que ele. Envolvendo nossas línguas
em um impasse onde as duas estão ávidas para ter mais do outro.
Mesmo durante o beijo a boca no meu pescoço não me deixa quieta,
trabalha em mim com afinco, me arrancando baixos gemidos que o
loiro engole.
Liam morde meu lábio inferior e demoro alguns segundos antes de
finalmente abrir os olhos para o encontrar me encarando com uma
intensidade assustadora, seus cílios sombreando a profundidade dos
olhos que agora eu mal enxergo.
―Se você não quiser... ― Ele murmura rouco.
Nem dou tempo para que ele termine, apenas viro o meu rosto o
suficiente para que Noah perceba minha intenção e eu consigo ver
uma sombra de um sorriso antes de ele tomar a minha boca em um
beijo faminto.
Tão diferente do Liam, Noah toma tudo de mim no beijo. Me devora
com a boca e a língua ávida que não dá tempo para a minha, apenas
me invade e deixa que eu sinta seu gosto delicioso dentro da minha
boca, sua saliva se misturando com a minha, enquanto sua mão
segura firmemente meu rabo de cavalo.
UMA GRANDE GOSTOSA SAFADA!
Deus que me perdoe por isso, mas eu não iria perder a oportunidade
de ter esses dois. E se alguém me achar uma vagabunda por isso, eu
pouco me importo, duvido a mulher, ou até mesmo o homem, que não
fosse querer ter um pouco disso também.
Quando finalmente o moreno me libera do seu beijo, olho para frente
e encontro Liam com um sorriso satisfeito no rosto.
Passamos um tempo ainda nessa pegação desenfreada, com beijos
esfomeados e calmos, mãos em todos os lugares, corpos se
esfregando um no outro e provavelmente algumas pessoas chocadas
vendo isso, porque nem nos escondemos. Mas em algum momento
Noah precisou ir embora porque iria viajar em poucas horas e mais
tarde eu fui embora com Liam.
Foi assustador a ligação que tive com os dois e mesmo quando
continuei saindo com Liam, nunca escondi dele meu desejo por seu
amigo e ele nunca se incomodou com isso.
Eu não sabia ainda, mas o loiro iria cumprir sua promessa e se
tornaria meu melhor amigo, confidente e marido.
É engraçado você ver sua vida tomando os rumos que sempre quis.
Na verdade, o engraçado é o sentimento de estar vivendo tudo o que
sempre sonhou e mesmo assim não parecer real.
Óbvio que eu batalhei para caralho para chegar até onde estou, nada
foi dado de mão beijada, apesar de que poderia ter sido, já que meus
pais têm muito dinheiro e me ofereceram inúmeras vezes para abrirem
um escritório de advocacia só meu, contudo, eu precisava sentir que
tudo o que eu tinha foi mérito meu, das minhas lutas e eles entenderam
e me apoiaram mais do que achei que fossem fazer.
Foi árduo o meu caminho até aqui, os cincos anos de faculdade
foram a parte mais difícil. Várias vezes durante esse tempo eu me
perguntei se era realmente o que eu queria para a minha vida, se eu
realmente seria capaz de passar por tudo aquilo, mas sempre que
visualizava o meu futuro e me via advogando eu tinha a completa
certeza de que era sim. O resto eu corri atrás, conquistei meus
primeiros clientes e dei o meu melhor para que o meu nome fosse
reconhecido e depois que conheci, Mike Carter e tivemos a ideia de
abrir nosso próprio escritório foi quando minha carreira realmente
alavancou. Tanto por termos juntado nossos sobrenomes que por si já
eram reconhecidos, quanto por nos mostrarmos ainda mais
competentes.
Nossa primeira cede fica em Santa Mônica e suamos muito para
alcançarmos o nível onde nossos nomes fossem referências, cada um
em sua área. Eu sou muito grato por tudo o que aquilo me
proporcionou, mas quando decidimos expandir, não pensei duas vezes
antes de me oferecer a ser quem cuidaria da outra cede, tanto pelo
meu amigo, que agora tem uma família para cuidar, quanto por mim
mesmo.
Odeio me sentir parado no tempo.
Gosto do novo. Gosto de estar em constante mudanças e explorar
meus limites.
Depois de alguns meses pesquisando bons lugares, buscando
clientes, espaço e principalmente funcionários, optamos por Aspen e
assim que foi decidido, eu não pude deixar de pensar em Liam
Sanders, um amigo de faculdade e um dos melhores advogados do
estado do Colorado e desde a faculdade é um dos meus melhores
amigos e confio plenamente nele para o colocar para trabalhar
conosco, tanto que o deixei responsável por tudo o que envolvia a
Evans&Carter na cidade até que eu finalmente me mudasse. O
escritório já estava aberto, funcionando e atendendo normalmente, mas
deixamos para fazer agora a inauguração porque eu precisava estar
presente e tinha algumas coisas para resolver antes.
Claro que Mike no início ficou receoso, pois apesar de conhecer
Liam, os dois se viram poucas vezes para que o homem confiasse
nele, mas depois de eu garantir que poderíamos acreditar, ele acabou
cedendo.
Liam me acompanhou nas mais loucas aventuras da faculdade,
fizemos tudo e muito mais que queríamos, ao fim dos cinco anos
tivemos a certeza de que vivemos nossos melhores anos juntos e foi
por isso que mantivemos contato todo esse tempo. Hoje ele é casado,
quero dizer, tem uma união estável com Ariela e mesmo assim não
perdeu seu espírito aventureiro e apesar de ter se tornado
praticamente o cachorrinho da loira ele, com certeza, leva a vida que
qualquer homem invejaria.
Ah, Ariela... Porra, aquele demônio loiro da mulher dele e nem é no
sentido ruim da palavra. É porque a mulher é o pecado encarnado.
Tá bom, porra! eu sei que é mulher do meu amigo e que para mim
deveria ser homem, mas é difícil olhar para a loira e a imaginar como
tal. Todas as vezes em que nos encontramos preciso me obrigar a não
ficar babando nela, por isso agradeço muito por ter encontrado mais
vezes ele sozinho, do que com a mulher.
Mesmo depois de tanto tempo nunca me esqueci de quando a beijei.
Ah, sim!
Eu beijei aquela boca carnuda e gostosa, tão boa que até hoje não
fui capaz de esquecer aqueles beijos. A única coisa que me deixa um
pouco sem jeito é que até Liam as vezes traz à tona aquela noite
durante nossas conversas, lembrando de como nos revezamos para
beija-la. Claro que depois daquilo Liam se amarrou à mulher e nunca
mais largou. Cara esperto. O maldito adora se gabar do quão sortudo
ele é.
Os dois fazem um casal excepcional e por isso não pensaram duas
vezes antes de me oferecer a casa deles para passar um tempo até
que eu conseguisse um apartamento para mim. Estávamos tão
envolvidos com as coisas da Evans&Carter que acabei deixando para
última hora isso e até agora não encontrei nada que me agradasse.
É por isso que agora estou em um dos quartos de hóspedes da casa
gigante deles, terminando de me vestir para correr para a inauguração
que acontecera daqui há quarenta minutos.
Enquanto visto o meu terno preto a porta do quarto é aberta e Liam
surge com um sorriso pequeno, vestindo também um terno, mas
diferente do meu que é todo preto, o dele é cinza claro, combinando
com seus cabelos loiros perfeitamente penteados. Um playboyzinho
metido.
― Ari vai demorar um pouco ainda, por isso vou passar no salão
para pegá-la e iremos direto.
― Tudo bem, vou indo para garantir que estará tudo em ordem.
Ele me olha de cima a baixo, arqueando a sobrancelha.
― Se eu não te conhecesse diria que está nervoso com o evento.
―Na verdade eu achei que estaria mesmo, mas estou bem tranquilo.
― Dou de ombros e ele ri baixo.
― Claro que está, sua autoconfiança não se abala facilmente.
Abro um sorriso convencido para ele, passando minha mão entre
meus fios escuros, ajeitando-os como consigo. Sei que um advogado
tem uma imagem a zelar, tem que ter cara de sério e estar sempre
arrumado, mas fiz meu nome sendo quem eu sou, com meus cabelos
bagunçados e meus ternos escuros, por isso nem me preocupo mais
com os cabelos.
― Não posso fazer nada se sou bom demais para ficar nervoso com
qualquer coisa.
Liam gargalha alto, se encostando na porta.
― Ariela está tão ansiosa com essa inauguração quanto a gente. ―
Conta, sorrindo feito um bobo como sempre acontece quando fala da
mulher.
― Pelo que me lembro, Ari sempre gostou de qualquer tipo de
comemoração.
― Isso é verdade.
Trocamos olhares cúmplices enquanto ele sorri.
Sobre a inveja que qualquer um sentiria dele, preciso dizer que a
beleza está incluída nisso. Sou hétero para caralho, gosto de mulher,
todo os tipos de mulheres, mas sei assumir quando um homem é
bonito, mesmo que não fale isso em voz alta. Liam é um cara boa pinta
com seu jeito de playboy, cabelos loiros, olhos castanhos e o rosto de
mocinho de filme.
Já vi o cara pelado vezes o suficiente para saber que ele tem um
corpo legal e as mulheres que dividimos na faculdade não se
cansavam de endeusa-lo.
― Bom, vou indo. Não demore porque logo os convidados chegarão.
― Pode deixar, vou só pegar Ari e chegaremos logo.
Pego meu sobretudo, que não posso esquecer de forma alguma
devido à baixa temperatura e passo por ele, mas paro ao seu lado
sorrindo.
― Obrigado por me deixar passar uns dias aqui. Estou atrás de um
apartamento e assim que conseguir...
― Não se preocupe com isso! Ariela está eufórica por você passar
alguns dias aqui e doida para te ver e eu também fico feliz de te
receber. Nossa casa é grande demais para nós dois, as vezes. ― Dá
de ombros como se não fosse nada.
Apenas assinto antes de sair para a garagem, passando pela imensa
sala de estar que é tão organizada que mal parece que mora gente
nessa casa. O sofá branco é gigante e fica em frente a uma televisão
que está numa parede preta acima de uma lareira, o tapete felpudo
deixa o cômodo aconchegante apesar do tamanho. Nem perco muito
tempo olhando, apenas saio pela porta sentindo o ar frio tocar meu
corpo e me fazer estremecer levemente, sigo para o meu BMW X6.
Meu xodó esse carro!
Entro e imediatamente ligo o aquecedor, depois coloco uma música
baixa, antes de finalmente o ligar e me deliciar com o ronco do motor,
um lento sorriso orgulhoso se arrasta em meus lábios quando coloco o
veículo em movimento nas ruas que já estão cobertas pela neve e
enfeitada com muito pisca e outras coisas, deixando tudo em clima de
Natal.
Com certeza essa é a minha data favorita no ano e por isso estar
aqui nessa época é ainda mais empolgante. Claro que minha mãe não
gostou nem um pouco quando precisei vir para cá logo agora que é
quando ela adora reunir toda a família, mas depois de eu a subornar
prometendo passar alguns dias com ela depois que tudo estivesse
certo por aqui, ela acabou aceitando melhor.
Depois de dez minutos finalmente chego na Evans&Carter, o muro é
todo branco, com a nossa logo em dourado sendo iluminada por
pequenas lâmpadas que ficam no pequeno quadrado abaixo cobertas
por pedras brancas também, e a única entrada que tem está com
alguns enfeites natalinos discretos que combinam com o resto da
decoração. Após a entrada já consigo notar o pátio imenso que leva
finalmente a porta de vidro, vejo também algumas plantas enfeitando
cantos do pátio e não consigo conter meu sorriso que se alarga ainda
mais.
Desço do carro e percebo que até mesmo um fotografo já está
ocupando o espaço a frente, cumprimento com um aceno e vou para
dentro, entro no pátio onde tem algumas pessoas andando de um lado
para o outro com taças, bebidas e comidas. Uma loira sorridente se
aproxima de mim antes que eu perceba.
― Boa noite, senhor Evans. ― Sua voz é baixa e suave enquanto
ela estica a mão para que eu a pegue. ― Sou Callie Norton, serei sua
secretária e do senhor Sanders.
― Mas não era Nora? ― Pergunto confuso, vendo um rubor subir
pelas bochechas da loira que abaixa a mão colocando-a em suas
costas.
― Ah, não sei muito bem o que houve, mas Nora teve que um
imprevisto e acabou precisando viajar e a Ari me disse que não
poderiam ficar sem uma secretária, por isso conversou com o Liam e
acabei ficando no lugar dela. ― A loira despeja palavras ansiosas e me
sinto um idiota pôr a deixar nervosa assim.
― Liam não me informou. Mas tudo bem, se os dois te contrataram
sei que podemos confiar em você. ― Abro um sorriso amigável, e
dessa vez sou eu quem estendo a mão para ela que a pega
imediatamente. ― Quando não estivermos com clientes podem me
chamar de Noah.
― Darei o meu melhor!
Callie solta minha mão e se coloca ao meu lado, me deixando voltar
a olhar para a decoração simples que fizeram e mesmo que não fosse
nada extremamente extravagante, um orgulho infla meu peito e um
sorriso ainda maior rasga meus lábios.
― Ari foi quem cuidou dessa parte de decoração, tanto do evento de
hoje quanto do próprio escritório. ― A loira chama minha atenção me
fazendo voltar a olhar para ela, notando nossa diferença de tamanho
mesmo que ela esteja de salto. Seus cabelos estão presos em um
coque baixo, deixando seu rosto ainda mais visível e preciso dizer, a
mulher é linda demais. ― Já está tudo organizado por aqui, cheguei
mais cedo para me certificar de que nada sairia do controle. O buffet já
chegou e já estão organizando os aperitivos e as bebidas, os garçons
já chegaram também. Separei alguns nomes de clientes que são os
que Liam me disse que precisariam uma maior atenção nessa noite.
Ela me entrega o tablete que até então eu não havia notado e
realmente tem uma lista com cinco nomes, sobrenomes e mais dois
separados com nomes de empresas.
― Porque esses estão separados? ― Pergunto apontando para os
nomes.
― Peter Shawm é dono da Pride Tech, uma empresa de tecnologia
que vem crescendo muito no estado do Colorado e que provavelmente
não ficará só por aqui. Peter é um homem muito ganancioso para se
manter em apenas um lugar e tem uma fama... ― A mulher aperta os
lábios um contra o outro procurando uma palavra para usar, o que já
me faz pensar que não deve ser coisa boa. ― De ser um pouco
complicado.
― Complicado como? ― Pergunto arqueando uma sobrancelha.
― Ele já tem alguns processos de ex-funcionários alegando que a
empresa não pagou todos os benefícios e nem cumpriu com tudo o que
estava no contrato.
― Mas se a empresa dele é tão grande, cadê o advogado desse
cara? ― Olho para a loira que arqueia a sobrancelha segurando um
sorriso. ― Ah, claro. Um pouco complicado.
― Isso, Noah. E se conseguirmos fazer com que ele contrate a
Evans&Carter seria ótimo para nós. ― Assinto, mas logo ela aponta
para o outro nome separado. ― Alexander Dawson, da Dawson’s
International Realty. Está expandindo cada vez mais o negócio da
família e há uma semana atrás abriu a primeira aqui do Colorado,
aproveitei que ele estaria por aqui e deixei um convite pessoalmente
com o homem. Ele não tem nada que precise de uma imediata
contratação, mas acho que seria muito importante conquista-lo,
principalmente porque há pouco menos de um mês o homem descobriu
o caso da mulher dele com o advogado.
― Porra! ― Murmuro e ela ri baixo.
― Como você é especializado na área da família achei que fosse se
interessar por esse. ― Dá de ombros e se eu já tinha gostado dela,
agora então eu daria um beijo nela. ― Até onde eu sei, ele ainda não
havia conseguido outro advogado, por isso separei o nome dele para
você dar uma atenção maior a ele. Liam irá focar mais em Shawn. Os
outros são um pouco mais maleáveis, apesar de tão importante quanto
os dois.
― Fez o dever de casa direitinho.
Seu sorriso se alarga ainda mais como se eu tivesse dado um
diamante gigantesco para ela e os olhos castanhos brilham como os
pisca da rua.
Ela é fofa.
― Fiz o meu trabalho. ― Ergue um ombro e olha no relógio do
tablete. ― As pessoas já estão começando a chegar. Vou dar uma
última conferida em alguns detalhes.
Assinto e saio em direção à entrada onde já vejo algumas pessoas
tirando fotos e conversando entre si. Um casal está parado em frente a
logotipo dourada tirando fotos sorridentes, quando o homem olha para
o lado e me vê, abre um sorriso largo, me fazendo assentir apenas por
educação. Não faço ideia de quem seja, porém logo se aproxima
segurando a loira pela cintura que me olha de cima a baixo. Abro um
sorriso de lado para a mulher, deixando claro que notei sua inspeção,
ela nem se abala, continua com sua postura ereta e os olhos brilhando
de luxuria enquanto me seca.
― Boa noite, você deve ser Noah Evans. ― O homem diz
estendendo a mão para mim. ― Sou Peter Shawn e essa é Tiffany
Barker.
Ok, isso foi rápido. Olhando para a cara dele nem parece o homem
complicado que Callie retratou, seus óculos grandes demais para o
rosto quadrado e fino em conjunto com seu cabelo penteados para trás
e a postura desajeitada, dão a impressão de um cara completamente
inofensivo, contudo, aprendi a nunca julgar alguém pela sua aparência.
― Boa noite, Shawn. ― Aperto sua mão e em seguida da mulher ao
seu lado. ― Fico feliz em ter o CEO da Pride Tech em pessoa na nossa
inauguração.
O sorriso do homem se alarga com a minha fala e ele infla o peito,
como se estivesse orgulhoso por eu saber de sua empresa.
O fotografo se aproxima pedindo para tirar uma foto nossa e me
coloco ao lado da loira que não se faz de rogada ao segurar meu braço
e o do seu acompanhante.
Depois de tirar mais algumas fotos com outros convidados e com
alguns advogados que trabalhariam junto com a gente, começo a ficar
incomodado com a demora de Liam. Ele sempre foi muito pontual, e
até irritante, quer controlar tudo ao seu redor.
Me afasto das pessoas e vou para um canto escuro onde terei
privacidade e pego meu celular para discar o número dele, mas antes
que eu aperte para chamar um Porsche branco chama a minha
atenção e prendo a respiração quando longas pernas surgem saindo
de dentro dele e ao se levantar o tecido brilhante do vestido cai no
chão formando um tipo de calda ao redor dos seus pés que estão
calçando sandálias altíssimas que agarram seu tornozelo.
Meus olhos sobem pela abertura do vestido destacando sua perna
direita, alcançando a parte mais alta da sua coxa, o suficiente para me
deixar salivando e continuo minha inspeção pelo corpo da mulher sem
pressa, sentindo meu pau pulsar dentro da calça enquanto vejo como o
vestido se aperta em sua cintura e tem um decote em V nos seios
grandes, mas por ela estar com um casaco por cima não consigo ver
mais que isso, quando alcanço seu rosto sinto o ar ser puxado para
fora dos meus pulmões.
O próprio demônio loiro.
Eu disse!
Porra, Ariela está ainda mais linda. Seu rosto delicado parece que
ficou congelado no tempo continuando com aquele ar de menina sem
vergonha e ao mesmo tempo angelical, os lábios grossos estão
pintados de vermelho, chamando ainda mais atenção. O nariz fino com
um pequeno brilho do piercing nele, tão discreto que mal se nota. Os
olhos, que eu sei que são castanhos estão com uma leve maquiagem
apenas um brilho e os cabelos loiros estão presos em um rabo de
cavalo alto.
Inferno! Eu nunca tive problema nenhum em desejar uma mulher,
tive em minha cama todas aquelas que eu quis e até mesmo as que
nem imaginava que teria, contudo, nunca olhei com segundas
intenções para mulher de amigo meu, mas a ver assim, depois de tanto
tempo é difícil de controlar meu próprio corpo.
― Noah. ― Ela sussurra, mas estou com o olhar fixo na boca dela o
suficiente para ser capaz de conseguir distinguir o que diz e mais uma
vez, meu pau pulsa ao notar ela sorrindo lindamente para mim.
Saio de onde estou no momento em que Liam se coloca ao lado dela
e sorri para mim. A mulher nem me esperar chegar onde estão, vem
até mim o mais rápido que consegue devido aos saltos e se joga em
meus braços, me abraçando com força, retribuo imediatamente sem
tirar os olhos do meu amigo que não parece se incomodar nem um
pouco com o rompante da sua mulher.
Vi poucas vezes Ariela depois da faculdade, apesar de estarmos
sempre nos falando quando Liam me ligava ou eu ligava para ele, mas
todas as vezes ela me recebia sempre com esse carinho, por isso não
é estranho. Mas graças a maldita ereção que ela mesmo me causou
agora estou desconfortável
― Olá Ariela. ― Murmuro, agradecendo por minha voz ter saído
normal. Estranhamente seu corpo tão pequeno comparado ao meu
parece se encaixar.
Só consigo pedir a Deus para que ela não perceba que meu pau esta
duro feito pedra agora.
― Olá? Me cumprimente direito, Noah. ― A baixinha se afasta, já
brigando comigo e ouço meu amigo rir atrás dela. ― Você já entrou?
Gostou de tudo? Já conheceu Callie? Espero que esteja em ordem, ela
disse que cuidaria de tudo. Contratamos um fotografo porque achei que
seria muito legal guardamos e faria os convidados se sentirem
importantes.
― Ari, respira. ― Peço, segurando uma risada e o sorriso que ela
abre para mim me faz solta-la imediatamente. ― Eu gostei de tudo.
Não consegui passar do pátio, mas aposto que você deixou tudo
perfeito.
― Callie me ajudou em quase tudo e óbvio que Liam autorizou antes
que fizéssemos.
Ari me olha de cima a baixo antes de segurar minha gravata e a
arrumar, sem desfazer o sorriso. Percebo um flash ao nosso lado e
sinto meu sangue gelar imediatamente arregalando os olhos para Liam
que parece imperturbável, não se importando com o que isso pareça
aos olhos dos outros convidados e talvez ele não se importe mesmo,
ele a ama o suficiente para saber que ela nunca faria nada que
pudesse o magoar e ela o ama com a mesma intensidade. É foda ver
isso, mesmo sem querer me relacionar, acho isso a coisa mais
fascinante do mundo. Esse amor singelo e puro.
― Amor, deixa o Noah respirar. ― Liam chama a atenção da mulher
que se afasta sorrindo sem graça e se encosta no namorado. ― Vamos
lá para dentro?
― Desculpa. ― A loira murmura, abro um sorriso para ela...
― Vamos.
Caminhamos até a entrada com Ariela andando entre nós dois e
paramos para fazer uma foto quando ela nos puxa. A loira se coloca
um pouco a nossa frente ainda no nosso meio, Liam e eu sorrimos
enquanto um flash quase nos cega.
Antes de eu me afastar vejo quando meu amigo se curva um pouco
para a frente e puxa a mulher pela cintura, fazendo-a soltar uma risada
baixa quando deixa um beijo no pescoço dela. Saio de perto o mais
rápido que posso, deixando os dois aproveitarem um pouco para
tirarem fotos só deles.
As mãos de Liam me puxam de volta para si quando dou um passo
longo, quando ele se curva sobre mim e meu corpo se inclina para trás,
automaticamente minha perna se enrosca na dele e um sorriso rasga
meu rosto. Nossos olhos conectados enquanto o flash da câmera
dispara várias vezes e o fotografo incentiva a cena carinhosa com
palavras, apenas o faz sorrir ainda mais antes de deixar um beijo casto
nos meus lábios.
― Já te falei quão linda você está hoje? ― Sua voz soa rouca com o
sussurro, me obrigando a segurar na lapela do seu blazer.
― Algumas vezes durante o caminho. ― Respondo sorrindo.
Nos afastamos para finalmente entrarmos no pátio onde está
acontecendo o evento de inauguração, com Liam segurando
firmemente minha mão. Assim que entramos perco alguns segundos
passando meus olhos pelo local que eu fiz questão de cuidar de toda a
decoração e o silêncio do meu homem me faz olhar para ele, temendo
que ele não tenha gostado, mas encontro seus olhos brilhando
lindamente e o sorriso tão grande em seu rosto que quase me faz ter
ciúmes.
Depois da nossa formatura, onde ele disse que seria meu marido,
nunca mais nos desgrudamos. Passamos alguns anos apenas
namorando, indo com calma e construindo nossas carreiras. Liam
nunca apressou nossos passos mesmo quando dizia que não via a
hora de dividirmos uma casa, ele teve paciência e sabia o quanto era
importante para mim focar em minhas pinturas. Decidimos nos mudar
para Aspen depois que ele já tinha uma boa cartela de clientes por aqui
e até mesmo em outros estados, e assim fizemos depois de comprar
nossa casa, que ele fez questão de me deixar escolher e participar de
tudo, desde a escolha do nosso sofá à escolha do que colocaríamos no
nosso quarto e a cada passo dado em direção ao nosso futuro juntos,
só me fazia o amar ainda mais.
Nosso relacionamento começou de um jeito nada convencional, até
um pouco estranho para algumas pessoas, contudo, fomos construindo
a base de uma confiança sólida, uma parceria onde compartilhávamos
todo e qualquer pensamento ou sentimento. Nós construímos um amor
tão puro onde a felicidade do outro estava sempre diante de todas as
decisões que tomamos, a base de muita sinceridade e apoio em tudo.
O respeito que temos um pelo outro é uma coisa que até mesmo
estranha para quem vê de fora, porque não havia espaço para ciúmes,
não havia espaço para deixar o outro inseguro e eu amo isso em nós,
como podemos falar qualquer coisa sem o medo do julgamento ou de
uma catástrofe que abale o relacionamento.
Eu me apaixonei perdidamente pelo homem mais doce e gentil que
já conheci na minha vida e a cada dia que passo ao lado dele, me
apaixono ainda mais.
Óbvio que nem tudo são flores, ainda temos discussões e
discordamos de várias coisas, mas somos maduros o suficiente para
saber o momento em que devemos dar o braço a torcer ou quando
temos que parar.
―Está feliz? ― Pergunto, quando apoio minha mão em seu peito,
colando minha frente em seu braço, erguendo a cabeça para conseguir
olhar em seus olhos.
Ele vira para mim e inclina a cabeça, seu sorriso não desliza nem por
um segundo.
― Estou. Eu sei que ainda não tenho nome naquela placa na
entrada, mas sinto como se isso fosse um pedaço meu.
― E é, amor. É um pedaço do seu sonho e não demora até ter seu
nome ali, se for isso o que quer. ― Digo, o alisando, sentindo seus
músculos duros.
Eu sei bem, quão duro esse homem é por baixo desse terno cinza.
Mordo meu lábio com a imagem que se forma em minha mente e
seus olhos se apertam como se ele soubesse o que estou imaginando,
o sorriso se tornando lascivo imediatamente quando sua mão desliza
da minha coluna direto para a minha bunda.
― Não faça uma cena aqui. Se comporte. ― Repreendo, segurando
um sorriso.
― Eu sempre me comporto, amor.
Meu homem pisca um olho para mim, ficando ainda mais lindo com o
sorriso iluminando seu rosto. Sua mão volta a subir para a minha
coluna assim que ele deixa um beijo nos meus lábios.
― Vou falar com a Callie, ver se está tudo certo por aqui.
― Tudo bem, também vou falar com Noah. Não tinha avisado ele
que trocamos a secretaria. ― Ele coça a nuca parecendo
desconfortável, me fazendo sorrir mais uma vez.
Nos afastamos e passo por algumas pessoas, sorrindo
cumprimentando-as.
Sei quão importante é para Liam e Noah estarem aqui hoje, por isso
não deixei meu namorado colocar outra pessoa para cuidar das coisas
referente a decoração, eu mesma escolhi uma decoradora e falei tudo
o que queria, como achei que os dois gostariam e não deixei que ela
fizesse nada diferente do que mandado, apenas quando ela me
mostrava que outra coisa poderia ser melhor e mesmo assim, tudo
passou por mim e Liam antes.
Não posso deixar de sentir o orgulho inflar meu peito. Poucas vezes
eu vi Noah nesse tempo em que ele esteve em Santa Monica, mas
nunca deixamos de ter contato e eu o adorava. Na verdade, adorava
até demais.
É obvio que saber como é beija-lo não facilita para mim, porque o
homem é lindo, com toda sua prepotência e arrogância, ele sabe disso,
que é impossível olha-lo e não o desejar.
Liam sabe o que acho do nosso amigo, nunca precisei esconder isso
dele, até porque eles praticamente me compartilharam uma noite e
meu namorado não se preocupa ou se incomoda com isso. Nada seria
feito em relação a isso, é claro.
De repente uma loira enroscada no braço de um homem
desengonçado está a minha frente, ela sorria para mim com desdém
conforme descia os olhos pelo meu corpo e isso só me fez empinar o
nariz e dar o mesmo olhar para ela.
― Ariela, que prazer te ver por aqui. ― Tiffany cumprimenta com
aquela voz fina irritante e tenho que me segurar para não fazer uma
careta.
― Olá Tiffany. ― Abro meu melhor sorriso para ela e estendo a mão
para o homem ao seu lado. ― Peter, espero que esteja se divertindo.
― Acabamos de chegar, mas está tudo ótimo até agora. Conheci o
famoso Noah Evans e isso já fez valer a pena perder meu tempo vindo
aqui. ― O arrogante diz e uma súbita raiva esquenta meu sangue
imediatamente com a forma que fala, como se fosse mais importante
para a Evans&Carter tê-lo aqui, do que para ele estar aqui.
Mordo minha língua, me segurando para não falar algo errado e puxo
minha mão da dele tão rápido que percebo as sobrancelhas dele
franzirem.
― Fico feliz que estejam gostando.
― Cadê o Liam? Eu não o vi até agora.
Olho para a loira assim que ela solta a pergunta e seguro minhas
mãos uma na outra antes que eu aperte o pescoço dessa ordinária que
nunca fez nada para disfarçar os olhares que dá para o meu homem.
Tiffany é uma influenciadora muito famosa e por isso acaba sempre
comparecendo em vários eventos importantes, sua fama não se atém
apenas a internet, também é conhecida na cidade por estar sempre
com homens famosos e que podem proporcionar o melhor a ela. Não a
julgo por isso, se é como ela gosta de levar a vida, eu não tinha nada a
ver com isso. O meu problema com ela é como me olha com desdém
apenas por viver de arte e principalmente por ela olhar para Liam como
se pudesse o devorar se ele desse a mínima abertura, mesmo quando
ele não lhe dá nem mesmo um segundo olhar.
― Liam está com Noah, os dois não tiveram muito tempo para
conversar porque Noah chegou na cidade e já teve que vir para cá.
― Claro. Eles são muito amigos? ― Pergunta interessada, enquanto
Shawn está mais preocupado em esvaziar seu segundo copo de
whisky desde que eles me pararam.
― São sim, fizeram faculdade juntos e eram muito unidos.
― Devem ter feito muito sucesso na faculdade. Os dois são lindos.
Ai meu Deus! Quão desastroso seria um assassinato na inauguração
de um escritório de advocacia?
― Sim, eles são! ― Praticamente rosno, mas Tiffany nem se abala
com meu tom, continua com o sorriso irritante na cara. ― Preciso ir
encontrar Callie. Aproveitem a festa.
Viro as costas, me afastando dos dois, sentindo como se ela
houvesse estragado toda a minha festa.
Não é uma pessoa que me abalava com facilidade, mas sempre sou
muito intensa, sempre fui de deixar que o meu sentimento tome conta
de mim e me levasse com facilidade, seja bom ou ruim. E Tiffany tem o
dom de tirar o pior de mim.
Sorte a dela que hoje era o dia de Liam e Noah e eu não estragaria
isso de jeito nenhum.
Encontro Callie parada ao lado da porta, olhando em seu tablet
concentrada.
― Ei, você. ― Digo, parando ao seu lado.
Seus olhos castanhos se erguem e encontram os meus, abrindo um
sorriso para mim antes de me dar um beijo na bochecha.
― Oi Ari, não te vi chegar.
― Cheguei agora há pouco. Como estão as coisas por aqui?
― Está tudo perfeito. Os poucos convidados já chegaram todos e
Noah já está por dentro de todos os que ele não conhecia. ― Ela volta
o olhar para o tablet.
― Então, a senhorita já conheceu Noah Evans? ― Questiono em
tom de brincadeira.
Callie é uma loira linda, com curvas acentuadas e um sorriso
angelical. Os olhos castanhos tem um brilho de inocência. A conheci
quando nos mudamos para cá, em uma das minhas exposições e
desde então nos tornamos muito amigas.
― Ah! Conheci sim, ele parece ser uma boa pessoa. ― Suas
bochechas tem um tom avermelhado e seguro uma risada ao perceber
que ele já a afetou.
― Ele é e é um gato né? ― Cutuco suas costelas fazendo-a se
esquivar rindo baixo.
― Sim, ele é gato. ― Me olha mais uma vez com os olhos
apertados. ― Deixa Liam te ouvir falando que acha o amigo dele um
gato.
Dou de ombros, sorrindo abertamente agora, sentindo a raiva que
Tiffany me fez se esvair.
― Vai por mim, ele sabe.
― Ariela! ― Quase grita, me fazendo gargalhar.
― O que? Meu relacionamento é sólido o suficiente para não se
abalar por eu achar o amigo dele um gato. ― Me abaixo um pouco
para contar um segredo. ― E beija deliciosamente bem.
― Ai meu Deus! Como você sabe disso? ― Seus olhos arregalados
quando ela pergunta em um sussurro.
― Lembra o amigo que eu disse que estava com Liam no primeiro
dia em que nos beijamos?
Ela assente e leva alguns segundos para entender o que estou
falando, quando finalmente entende seus olhos saltam ainda, mais
deixando-a muito engraçada.
― Eu não sei se estou te achando muito sortuda ou muito sem
vergonha. ― Diz rindo agora que o choque parece ter passado. ―
Liam não liga para isso? Não tem ciúmes?
― Não. Na verdade, ele lida muito melhor com isso do que eu. Ele
sabe o que eu penso sobre o Noah e não se importa, porque ele
também sabe que nada muda. Ainda sou dele, ainda o amo com tudo
de mim e o respeito acima de qualquer pensamento ou desejo que
possa ter por seu amigo.
E era uma verdade indiscutível.
Eu poderia olhar para Noah e o achar lindo, lembrar dos beijos que
trocamos naquela noite a tantos anos atrás, pensar em como teria sido
se ele não tivesse ido embora e mesmo assim, no final, eu ainda
pertenceria a Liam. Meu coração ainda seria dele. Meu maior desejo
ainda seria ele. Minha felicidade estaria ao lado dele. Meu último
pensamento ainda seria quão sortuda eu era por ter Liam dormindo ao
meu lado todas as noites.
― A Callie tinha me alertado sobre Peter Shawn, mas não achei que
quando ela disse que ele era complicado, na verdade queria dizer um
arrogante pé no saco. ― Noah reclama enquanto desfaz o nó da
gravata.
A inauguração foi um sucesso, assim como imaginei que seria.
Acabamos de chegar em casa e estamos os três sentados na sala,
conversando e bebendo vinho.
Os dois por serem os principais advogados da Evans&Carter tiveram
que ficar até o final e era nítido para mim quão cansado eles estavam
quando os últimos convidados foram embora. Como esperado não
foram muitas pessoas, porém, as poucas que foram tiveram toda a
atenção que sabíamos ser necessárias.
― Ainda bem que Callie foi ao meu socorro quando eu estava
prestes a enfiar meu punho na cara do idiota. ― Noah resmunga e
Liam ri, balançando a cabeça.
― Se ele contratar a Evans&Carter será um negócio excelente, mas
ter que lidar com ele vai ser o mais difícil. ― Meu namorado termina de
beber a segunda taça de vinho assim que fala.
― Eu vou precisar transar muito depois de cada reunião com ele.
Assim que termina de falar, Noah desvia o olhar para mim como se
pedindo desculpa pela sua fala, me obrigando a dar de ombros como
se estivesse realmente prestando atenção em sua conversa.
Isso é uma coisa impossível quando se tem dois exemplares de
gostosura na sala e ainda por cima, vestidos em ternos que parecem
deixá-los ainda mais tentadores.
Olho para Liam que está rindo, mas não incomodado. A risada dele
volta a reacender meu corpo, e juro que estou a ponto de pular em seu
colo e pedir para me tomar aqui mesmo, como estive durante a noite
toda.
Em vários momentos me peguei babando por Liam, em sua pose
imponente de advogado, o semblante fechado, os ombros largos
sempre eretos sem abaixar a guarda por um segundo. Seus cabelos
loiros no final da noite já estavam uma bagunça de tanto que ele
passava a mão enquanto conversava.
Noah não estava muito diferente, parecia tão exausto quanto ele.
Muita testosterona para eu lidar agora que me sinto queimar de
vontade de ter um momento a sós com meu namorado.
O moreno ri de algo que Liam falou, chamando minha atenção
novamente para a conversa deles.
Viro o restante do meu vinho, tentando aplacar o fogo dentro de mim
e afogar a imagem de um possível sanduíche de Ariela entre eles dois.
Pulo assustada quando a mão quente de Liam toca minha coxa
exposta acariciando para cima e para baixo, completamente alheio ao
que está me causando. Uma corrente elétrica passa da pele direto para
a minha, que corre diretamente para o meu centro que contraí. Mordo
meu lábio para conter o gemido, mas talvez não tenha funcionado
porquê de repente dois pares de olhos castanhos me encaram, cada
um demonstrando um sentimento diferente.
Liam abre um sorriso safado, se recostando sofá e sua mão sobe
para a minha nuca, me puxando direto para a sua boca. Antes de
iniciar o beijo ainda consigo olhar para o moreno sentado na poltrona
de frente para nós dois e o vejo se remexer desconfortavelmente, seus
olhos encontrando os meus e posso jurar que vejo desejo neles.
― Quer ir para o quarto, amor? ― Questiona contra a minha boca,
com a voz rouca.
Movida pelas taças de vinho e as outras de champagne e minha fiel
amiga ousadia, puxo meu vestido para cima e monto o colo do meu
namorado que dá uma risada baixa. Sua mão segurando minha nuca
apenas para não me deixar desviar os olhos dos dele e como sempre,
seus olhos castanhos tem um efeito calmante em mim.
Coloco minha língua para fora alcançando seu lábio inferior onde
sinto o gosto do vinho, arrancando outro gemido baixo de mim. Sinto
seu membro já rígido entre nós dois.
― Eu... Hum... Vou para o quarto. ―Ouço a voz de Noah.
Viro meu rosto para o encarar e abro um sorriso lascivo, deixando
meus olhos percorrerem todo seu corpo grande, que agora parece
tenso. Minhas mãos coçam com a vontade de tocar seus ombros e
massagear até ele finalmente relaxar.
― Você já foi mais divertido, Noah. ― Franzo o nariz e um bico se
forma nos meus lábios.
Ele arqueia a sobrancelha em minha direção, quando se curva para
a frente por um segundo acho que vai tentar me tocar, mas ele apenas
deixa a taça na mesa de centro e se levanta, parando ao nosso lado.
― Você não era mulher do meu amigo.
E com isso ele sobe as escadas como se fugisse do próprio Lúcifer.
Olho para Liam que tem um sorriso no rosto e faço um carinho em
sua barba, recebendo um beijo no meu queixo.
― Você queria o assustar? ― Pergunta risonho.
Conheço-o suficiente para saber que ele não está bêbado, que seus
olhos pesados e vidrados são de puro tesão.
― Descul...
― Não, amor. Você sabe que não precisa se desculpar comigo por
querer algo. ― Murmura, colocando com delicadeza uma mecha do
meu cabelo, agora solto, atrás da orelha. ― Se você deseja algo, é só
me pedir. Sabe disso.
Sim, eu sei.
Quando tive vontade de conhecer um clube de sexo, ele me levou
sem questionar nada, apenas fomos. Quando li sobre cenas BDSM e
fiquei com vontade de assistir uma, ele não poupou esforços para
arrumar um lugar para me levar. Eu acho que esses são os mais loucos
até agora e os que mais me mostraram o quanto esse homem confia
em mim e me ama. Ao ponto de colocar minha felicidade como sua
própria prioridade.
― Você... Você... ― Mordo meu lábio, tentando recuperar a voz e
parar de gaguejar, ele ri baixo.
― Eu?
― Você deixaria que Noah me tocasse?
― Você quer que ele te toque? ― Sua voz suave encontra meu
ombro, onde ele deixa um beijo.
― Eu... Não sei... ― Porque diabos estou gaguejando assim?
Sua mão que segurava minha cintura escorrega pela abertura do
meu vestido até alcançar minha calcinha encharcada. Um gemido
escapa dos meus lábios e preciso fechar os olhos, quando seu polegar
faz pressão contra o meu clitóris. Minha cabeça caída em seu ombro,
sentindo minha respiração cada vez mais pesada.
― Você está molhada por pensar nele te tocando? ― Balanço a
cabeça negando, mas quando ele força mais, afirmo rapidamente,
fazendo-o rir. ― Vamos lá amor, me fala o que você quer. ― Sinto seu
dedo médio esfregar até minha entrada, deixando o tecido fino da
minha calcinha ainda mais melada. ― Você quer que ele te toque
assim?
― Liam... ― Ronrono seu nome, quando ele beija meu pescoço.
Sinto quando o tecido da calcinha é afastado e ele brincar na minha
entrada, colocando apenas a ponta do dedo. Meu cérebro mal está
funcionando à essa altura, apenas ligado nas sensações que seus
dedos e sua boca me causam.
― Você quer que ele te foda?
Seus dentes fisgam meu lábio inferior e puxa, me obrigando a colar
ainda mais nossos corpos, porém sua boca continua a explorar meu
pescoço e meu rosto, como se fosse uma novidade para ele. Sua mão
livre amassa meu peito ainda coberto pelo vestido. Sua respiração está
tão densa quanto a minha e os sons que ele solta são baixos, mas
sensuais o suficiente para aumentar meu tesão.
Meu corpo toma vida própria enquanto me movimento para frente e
para trás, correndo atrás do meu orgasmo. E quando estou na beirada
sou invadida por dois dedos ao mesmo tempo que seu polegar coloca
uma pressão maior nos movimentos circulares no meu clitóris, me
fazendo estilhaçar em um orgasmo intenso. Gozando em seus dedos
tão forte que preciso me segurar em seus ombros para não tombar
para o lado.
Quando finalmente consigo abrir os olhos, encontro Liam me
encarando com um sorriso satisfeito no rosto. Ele volta a acariciar meu
rosto, sem desviar os olhos dos meus.
― Você vai me deixar por ele?
― O que? ― Quase grito, me empertigando imediatamente. ― De
onde tirou isso, Liam? Eu não te deixaria, nunca!
― Eu sei amor. ― Me puxa novamente para mais perto.
― Você sempre soube que eu o acho bonito, mas eu nunca faria
nada a respeito disso. Eu amo você e nunca colocaria ninguém entre
nós que pudesse nos afastar. ― Afirmo, fitando-o com firmeza.
― Eu posso conversar com ele e...
― Liam! ― Tampo sua boca imediatamente, franzindo meu nariz.
Ele ri e me pega no colo, me obrigando a abraçar sua cintura com as
pernas. Com certa dificuldade ele nos leva direto para o nosso quarto e
entramos no banheiro, tiro meu vestido e ele seu terno. Minhas pernas
doem por ter passado a noite toda com o salto alto, por isso deixo que
ele vá tomar banho sozinho antes de mim.
Enquanto estou na frente do espelho tirando minha maquiagem,
suas palavras rondam minha mente. A imagem de Noah sentado na
poltrona, nos olhando, enquanto nos beijávamos...
Viro meu rosto para o box embaçado por causa da água quente e
vejo apenas a forma do corpo largo de Liam que me faz suspirar.
― Amor?
― Oi? ― Ele abre o box, colocando a cabeça para fora e agora
parece muito pateta com os cabelos cheios de espuma que escorre
pelas laterais do rosto e apenas um olho aberto.
― Você sabe que eu... ― Pigarreio. ― Eu não estava pensando nele
quando gozei.
Seu sorriso de menino travesso se alarga.
― Eu sei que não.
Os músculos das minhas pernas doem, o suor escorre pelo meu
rosto e preciso erguer minha camiseta para o secar.
Mesmo com o frio de Austin decidi manter minha rotina de corrida
matinal e é por isso que já faz mais de quarenta minutos que estou
correndo no Paepcke Park. A neve dificulta minha corrida, mas não me
importo. Gosto da sensação que isso me traz, de ter um momento onde
minha mente fica focada apenas no vento que acerta meu corpo e na
música que explode nos meus fones de ouvido.
Já faz duas semanas que estou morando aqui e ainda não achei um
apartamento decente e por isso estou ficando na casa de Liam. E
mesmo que ele ou Ari não demonstrem estar incomodados com minha
estadia sem tempo determinado, eu sei que eles precisam de
privacidade. Eu preciso da minha privacidade.
A falta de pudor dos meus amigos também não me ajuda muito.
A primeira vez que vi os dois se beijando, quando chegamos da
festa, tive que obrigar meu corpo a se levantar e sair da sala. Fiquei tão
hipnotizado na cena que eu simplesmente não conseguia, até que se
tornou demais, meu pau já estava dolorido dentro da minha calça e
antes de fazer alguma merda que afetasse nossa amizade me obriguei
a subir as escadas e bater uma punheta como um adolescente.
Depois disso por várias vezes os peguei em cenas tão ou mais
comprometedoras. Não que me incomode assistir, o que me incomoda
é não poder participar.
Tudo bem, um grande filho da puta mesmo!
Mas é hipnotizante para caralho, ver Ari se derreter contra Liam, é
uma cena foda.
Um toque no meu braço me faz virar a cabeça para o lado,
encontrando uma loira ao meu lado. Meus olhos são imediatamente
atraídos para os seios que quase saltam para fora do top de corrida
cobertos por uma blusa de zíper.
Tiro os fones, retribuindo seu sorriso.
― Bom dia. ― Cumprimento-a.
― Bom dia, Noah. ― Seu sorriso se alarga, mas devo estar com
uma cara de confuso, porque ela ri baixo. ― Sou Tiffany. Estive na
inauguração do seu escritório.
Puxo na memória e me lembro que ela estava acompanhada do
insuportável Peter Shawn.
― Claro. Desculpe. Não sou bom fisionomista. ― Me desculpo.
Desacelero os passos para a acompanhar.
― Te vi correndo e parecia tão solitário. ― Diz manhosa, jogando os
cabelos loiros para trás.
― Gosto de correr sozinho.
― Aquele dia queria poder ter conversado melhor com você, mas
parecia muito ocupado.
― É, foi uma loucura. Você estava com Peter Shawn, não estava? ―
Pergunto apenas para confirmar.
Mas pelo jeito desejoso que me olha e os pequenos sinais, como a
mordida no lábio, a jogada de cabelo, sei que mesmo que estivesse
com ele, ela também está bem a fim de uma aventura.
― Ele me pediu para o acompanhar. ― Fala forçando uma falsa
vergonha, que eu realmente não me importo.
― Achei que fosse namorada dele. ― Comento, apenas testando-a.
Ela dá uma risada alta, chamando a atenção de algumas pessoas.
Seus dedos agarram meu bíceps para se equilibrar e suas unhas
vermelhas se afundam na minha pele levemente.
― Não! Como eu disse, estava apenas o acompanhando. ―Seus
olhos encontram os meus e meu corpo que precisa de alivio em outro
corpo, já esquenta com a visão dos peitos apertados no top. ―Está
gostando da cidade?
― Na verdade, estou passando mais tempo trabalhando do que
conhecendo a cidade. Mas o pouco que vi até agora parece muito... ―
Deixo meus olhos vagarem mais uma vez para o volume do top e
passo a língua nos lábios, sem vergonha alguma de demonstrar
interesse. ―Agradável.
De alguma forma ela mexe o braço, praticamente espremendo ainda
mais os seios.
― Fico feliz que esteja do seu agrado. ― Sua palma acaricia meu
bíceps suavemente, apertando com leveza. ― Se quiser posso te levar
para conhecer alguns lugares bem interessante.
― Um deles seria o seu quarto?
Arqueio a sobrancelha, abrindo um sorriso lascivo. Suas unhas me
apertam até que eu pare e seus peitos encostem onde ela segura. Sua
pele parece macia e quente mesmo com o pouco contato.
Seus dentes brancos e retos fisgam o lábio inferior quando ela ergue
a cabeça para me olhar.
― Hoje à noite? ― Pergunta baixo.
Penso por um minuto, tentando me lembrar se tenho algum
compromisso, mas nada me vem na mente.
Ela é linda e muito gostosa, só recusaria se estivesse muito louco.
― Claro. Me passa o seu número e nos falamos para combinar
melhor.
Entrego meu celular para ela que anota rapidamente o número e vejo
que ela faz uma ligação para ele, me devolvendo o aparelho.
― Meu celular está em casa, mas agora tenho o seu número
também. Te mando mensagem mais tarde.
A mulher se estica e me dá um beijo no canto da boca antes de sair
correndo na minha frente, exibindo uma bunda de respeito apertada
dentro da calça legging.
Abro a porta da entrada, encontrando a sala vazia. Devido ao frio o
aquecedor está sempre ligado, por isso tiro minha camiseta e limpo
meu rosto, caminhando até a cozinha para pegar um copo de água,
mas antes que eu chegue no cômodo um gemido me alcança. Paro um
momento, tentando me concentrar no som e percebo que além dos
gemidos tem de algo que conheço bem. Muito bem.
Meu cérebro me manda recuar imediatamente, porque é óbvio o que
está acontecendo ali, mas meus pés não me obedecem e me levam
até lá.
Se tem algo nessa vida que eu não sou é tímido. Principalmente
quando o assunto é sexo. Eu gosto de sexo sem pudor, ser livre para
se entregar ao prazer cru e delicioso. Já fiz de tudo o que poderia fazer
nesse quesito de orgias até apenas assistir pessoas transando.
Mas assistir meus amigos fazendo isso me parece tão errado.
Só que a cena me hipnotiza, enquanto Ari esta curvada em cima da
mesa e Liam atrás dela. Ele veste um terno e ela está usando um
vestido que está todo enrolado em sua cintura. As mãos dele seguram
firmemente a cabeça dela contra a madeira grosa e escura por isso
não consigo ver sua feição, mas pelos gemidos altos e satisfeitos ela
está tão excitada quanto ele.
Liam está com a cabeça para trás, murmurando algo que não
consigo ouvir, mas seus movimentos se intensificam, aperto a camiseta
em minha mão com mais força e Liam parece ir ainda mais forte contra
ela e então seus olhos encontram os meus.
Aprumo os ombros, pronto para que ele me xingue e me mande
embora, mas o idiota apenas sorri de lado e olha para onde os dois
corpos se conectam e meus olhos o acompanham, vendo a forma de
coração que a bunda de Ariela tem e como ela rebola contra ele. Meu
pau baba dentro da calça, dolorido.
Meu amigo urra no momento em que ergue a cabeça dela pelos
cabelos e os olhos castanhos da loira encontram os meus. Minha
mandíbula tão apertada que posso jurar que vou quebrar os dentes.
Vejo um lampejo de choque passar por eles, mas então sua boca se
abre em um grito mudo e seu corpo tremendo, gozando com o
namorado, enquanto me encara.
Viro as costas indo diretamente para o meu quarto.
Apesar da cara de menino bonzinho, Liam nunca tem vergonha
quando se trata de sexo. Pelo contrário, ele é tão permissivo nessa
parte quanto eu. A prova disso são nossas aventuras da faculdade, que
variaram de todas as formas e o filho da puta nunca fez questão de
esconder.
Mas porra, é a mulher dele!
Na noite da formatura, achei que seria mais uma para a nossa lista
infinita de mulheres que dividimos e se soubesse que os dois ficariam
juntos nunca teria me metido entre eles. Eu não sei se eles costumam
procurar aventuras a mais, se eles vão para a cama com uma terceira
pessoa, mas eu sou amigo dos dois, tenho muito apreço por ambos e
por isso essa pegação desenfreada e sem vergonha dos dois tem me
deixado confuso.
Tomo um banho gelado, me negando a bater punheta pensando na
cena que presenciei. Não farei essa merda com Liam. O respeito pra
caralho e mesmo que ele não se intimide com a minha presença
nesses momentos com a sua mulher, não me sinto à vontade para me
entregar a essa merda de tesão que sinto.
Noah:
Você é um idiota.
Liam:
Posso saber o motivo dessa mensagem
carinhosa à essa hora da noite?
Noah:
Não. Só saiba que eu você é um idiota.
Quando o motorista que pedi pelo aplicativo chega, peço para que
pare em um restaurante e pego comida o suficiente para três pessoas.
Quando sai do escritório há quarenta minutos atrás Noah ainda
estava em reunião, mas ainda assim pego comida para nós três,
porque mesmo que ele não nos faça companhia, pode comer depois.
Depois da nossa conversa, não nos falamos mais durante o dia,
cada um enfiado em sua sala e em seus próprios documentos.
Também não falei com Ari durante o dia, apenas recebi sua mensagem
dizendo que iria almoçar com suas amigas e depois iria para a casa.
O cara estaciona em frente a minha casa e desço, me despedindo.
Ao entrar em casa o calor vindo do aquecedor abraça meu corpo
imediatamente de uma forma muito bem-vinda, encontro Ari saindo da
cozinha com um copo de água na mão, vestindo uma calça de moletom
e uma blusa enorme preta, seu corpo pequeno sendo engolido para as
roupas imensas e mesmo assim ela é linda.
― Oi, amor.
― Oi, amor. O que trouxe de bom aí nessas sacolas? ― Pergunta
vindo até mim.
Se coloca na minha frente, ficando na ponta dos pés para alcançar
minha boca. Seus lábios suaves tocam os meus, apenas roçando um
no outro. Solto um suspiro. O cheiro do seu shampoo pinica meu nariz
de um jeito gostoso.
― Comida italiana. ― Respondo quando se afasta e pega as
embalagens da minha mão, já se afastando.
― É por isso que você é o melhor.
― Sua interesseira. ― Reclamo, fazendo-a rir. Grito quando ela
entra na cozinha. ― Vou tomar um banho antes de comermos.
Subo para o meu quarto e tiro a blusa e o terno assim que entro no
banheiro. Tomo um longo banho quente, deixando a água relaxar meus
músculos.
Eu amo o que faço, sempre quis ser advogado e me preparei muito
para isso, batalhei muito por isso e fiz todos que duvidaram de mim,
engolir cada palavra de desmotivação que foram ditas. Porém isso não
faz ser o trabalho ser mais fácil, não deixa os dias mais calmos e os
clientes menos descomplicados.
Meus pais foram os primeiros a me dizer isso, a me falarem todos os
contras de seguir essa profissão. Óbvio, o sonho do meu pai era que
eu seguisse seus passos e tomasse conta da construtora da nossa
família, mas não era o que eu queria, nunca quis e eles demoraram a
entender isso, mas compreenderam quando eu passei em Berkeley e
Harvard, duas faculdades que são destaques para quem quer fazer
direito. Apesar de não ser o que queriam, eles fizeram questão de
mostrar seu orgulho pelas minhas conquistas sempre que podiam.
Saio do banho e visto uma cueca, uma calça de moletom e uma
camiseta. Graças ao aquecedor não preciso me empacotar para ficar
dentro de casa.
Encontro Ari sentada na cama, mexendo em seu celular, rindo de
algo.
― O que é tão engraçado? ― Pergunto, ao me aproximar e apoiar
as mãos em sua perna e me inclinar para alcançar seu pescoço,
aspirando seu cheiro gostoso.
Ouço seu gemido baixo quando passo meu nariz em sua pele e abro
um sorriso com sua reação. Ari é muito receptiva e sensível, qualquer
toque leve em sua pele já a deixa em combustão.
― Você fica tão gostoso quando sai do banho. ― Ronrona, me
dando mais acesso ao pescoço que trilho um caminho de beijos até
sua mandíbula.
― Você é gostosa sempre.
Ela dá uma risada, me obrigo a me afastar dela, mas mantenho
minhas mãos em suas coxas.
― Estou faminto. Noah chegou?
― Chegou, disse que ia tomar banho e descia para jantar com a
gente.
― Então vamos descer.
Me afasto, puxando-a comigo enquanto descemos. Nós dois vamos
para a cozinha, arrumando a mesa com a comida e pratos e talheres,
Ari pega um vinho e serve uma taça, dando um gole. Solta um gemido
baixo, me fazendo rir.
― Você e sua tara por vinho.
― Meu amor, a delícia que é beber isso aqui, só perde para os
orgasmos que você me dá. ― Pisca um olho para mim, sorrindo sem
vergonha.
Ouvimos um pigarro e olho na direção encontrando Noah vestindo
apenas uma calça de moletom cinza.
― Sério, quando não estão transando, estão falando sobre sexo.
Qual o problema de vocês comigo?
― Ah, desculpa, menino puritano. Estamos te incomodando com
nossa vida sexual ativa e gostosa? ― Ari pergunta debochada.
Seguro a risada quando vejo Noah estreitar os olhos na direção dela.
Vejo-o me olhar por alguns segundos e dar um passo à frente. Sua
mandíbula endurecida e os olhos ainda mais escurecidos, indicam que
ele está se segurando por algo, por isso aceno para ele, como se o
desse permissão para agir se quiser.
Minha mulher parece alheia ao conflito do meu amigo quando se
virar de costas e se estica para alcançar outra taça no armário. Noah
se aproxima dela a passos largos, segurando-a pela cintura, fazendo-a
arfar assustada. Vejo-o aproximar a boca de sua orelha e falar alto para
que eu ouça.
― Puritano? Consigo pensar em outros adjetivos para você se referir
a mim.
Me encosto no balcão, apenas os observando, vendo Ariela derreter
contra o corpo dele e só isso já me deixa muito duro.
― Com você reclamando e nos evitando assim, só consigo pensar
nisso. Ou talvez você só tenha se tornado um daqueles chatos que não
gostam de ouvir uma mulher ser sexualmente satisfeita. ― Ari retruca,
soltando a taça no balcão a sua frente. ― E te garanto, eu tenho uma
vida sexual tão gostosa. Você iria querer participar se soubesse. ―
Ronrona a última frase.
Noah segura seus cabelos loiros, fazendo um rabo de cavalo, com
força o suficiente para inclinar a cabeça dela para trás.
― Não me teste Ariela, não sou tão bom quanto Liam.
― Ei! ― Reclamo, fazendo meu amigo me olhar sorrindo.
Mostro o dedo para ele, quando gira os corpos, deixando Ari de
frente para mim. Vejo seus olhos cor de mel sendo engolidos pelas
pupilas dilatadas, a boca entreaberta com a respiração rasa. Seu peito
coberto pela blusa sobe e desce pesadamente e percebo-a apertando
as coxas uma na outra.
― Ele é bom mesmo, você nem imagina o quanto. ― Percebo que
ela o está provocando, enquanto seus olhos continuam presos nos
meus. ― Liam é maravilhoso com a língua, enquanto lambe minha
boceta e me fode com os dedos. E com o pau? Deus...
Noah dá um tranco leve em seus cabelos, obrigando-a se calar. Meu
sorriso para a cena é enorme, meu pau latejando dentro da calça, mais
do que pronto para começarmos a brincadeira.
― Você é uma demônia, Ariela. ― Noah resmunga e então vira o
rosto dela, tomando a boca da minha mulher em um beijo bruto.
Minha mão alcança meu pau, esfregando-o sob a calça, preciso
aperta-lo para tentar acalmar a vontade de gozar.
Porra, havia me esquecido como eu gosto dessa merda.
Vejo Ari erguer um braço e me chamar, para me juntar a eles. Nem
penso, em poucos passos estou apertando-a entre nós dois. Seu corpo
pequeno quase sumindo entre os nossos corpos grandes.
Agarro a barra da blusa dela, puxando-a para cima, obrigando-os a
pararem o beijo apenas para tirar a peça que logo está no chão quando
voltam a se beijar. Seus peitos estão livres agora, nem mesmo usava
um sutiã, um gemido rouco escapa da minha garganta.
Passo minha língua no mamilo rígido, sugando-o para dentro da
minha boca. Ari geme entre o beijo e sinto seu corpo ser mais
pressionado contra o meu.
― Porra, Liam, ela é muito gostosa.
Ergo meus olhos, apenas para encontrar Noah lambendo o lábio da
minha mulher, se deliciando com o sabor dela.
Puxo-a, girando entre nós, deixando as costas dela contra o meu
peito. Passo meus braços pelo seu tronco, segurando seus peitos,
oferecendo-os ao meu amigo.
― Ela é! ― Confirmo, sorrindo quando ele se curva um pouco,
apenas para dar beijos em seu colo até alcançar o peito.
Ari virar a cabeça para mim, alcançando minha boca. O beijo é
calmo, mas faminto. Sua língua invade minha boca, brincando. Nossas
salivas se misturando conforme aprofundamos o beijo. Quando
escorrego minha mão para sua cintura, aperto-a contra mim. Sinto
quando ela remexe a bunda pressionada no meu pau, ela deve estar
na ponta dos pés agora.
Ela geme em minha boca e não sei mais se é por meu corpo
pressionado no dela ou por algo que Noah fez.
― Oh... Deus... ― Murmura em minha boca.
Meu amigo se levanta novamente, abandonando os seios da minha
mulher. Olho para frente e ele me olha de volta, um pequeno sorriso
em seus lábios, me fazendo sorrir de volta.
― Estou com fome. ― O idiota fala, dando um passo para trás.
Sinto Ariela retesar o corpo contra o meu e olha feio para ele.
― Eu estou seminua aqui e você vem dizer que está com fome?
Qual o seu problema? ― Reclama, colocando as mãos na cintura.
Noah se inclina, alcançando a boca dela.
― Vamos comer, linda. Você vai precisar de muita energia para
aguentar dois paus hoje.
Nada aconteceu.
Depois do que aconteceu na cozinha, jantamos e fomos para a sala
assistir a bendita série que Ari gosta e a senti ansiosa durante todo o
tempo, me olhando sempre e se remexendo no sofá. Liam apenas ria e
se concentrou em assistir também.
Quando me despedi deles para ir para o meu quarto, não resisti e
acabei beijando-a deixando Ariela ainda mais ansiosa. Ouvi a mulher
reclamar quando subi as escadas e fui direto para o banheiro bater
uma maldita punheta, pensando que poderia muito bem-estar
comendo-a naquele momento.
Gosto da antecipação, de jogar e testar limites, até os meus. Por isso
não fiz nada, mesmo que fosse a porra de uma tortura.
Meu amigo sabe que me decidi, sabe que vou transar com a mulher
dele.
Caralho, pensar assim parece errado até mesmo para mim.
Hoje quando fui correr ainda podia sentir a sensação do peito dela
em minha boca, o gosto dela se misturando com o meu. Ainda ouvia
seus gemidos baixos e a respiração pesada, conforme a apertava
contra nós dois. Eu nem me lembrava mais que era tão bom beijar ela,
mas agora que a beijei de novo, tenho medo de me viciar nela e isso
sim, seria uma merda ainda maior.
Assim que entro em casa, vejo-a descendo as escadas, vestindo um
de seus enormes moletons.
O sorriso que se abre em meus lábios é inevitável, quando ela cerra
os olhos para mim.
― Babaca. ― Resmunga, indo para a cozinha.
Dou alguns passos, alcançando-a rapidamente, seguro seu moletom,
puxando seu corpo contra o meu.
― Linda, não precisa guardar rancor. ― Falo, rindo quando ela tenta
me acertar uma cotovelada.
― Eu estou brava, Noah! Você não quer lidar comigo agora.
Deixo um beijo em seu pescoço, vendo sua pele arrepiar com o
contato. Um pequeno sorriso curva meus lábios quando me afasto.
― Você fica ainda mais linda quando esta brava. ― Provoco quando
ela vira apenas a cabeça, me olhando por cima do ombro.
― Eu vivo falando isso para ela. ― A voz de Liam chama a minha
atenção, me obrigando a olhar para ele que para ao meu lado. ― Bom
dia.
― Bom dia. ― Respondo.
Trocamos um sorriso cúmplices.
Por um momento pensei que tivesse feito merda por me aproximar,
mas me surpreendendo mais uma vez, Liam parece não se importar
com isso. Menos ainda quando se aproxima dela e enlaça a cintura
fina, deixando um beijo em sua boca.
― Você já viu com sua convidada sobre ir para o chalé?
Assim que ele faz a pergunta, a loira se vira abruptamente para mim,
me encarando com os olhos levemente arregalados.
― Você vai levar alguém? ― Pergunta e dou de ombros.
― Ainda não sei se realmente irei chamar. Hoje resolvo isso, ainda
temos alguns dias, não?
― Claro, temos sim. ― Liam responde, observando a reação de sua
mulher.
Sem falar nada, Ari se vira e finalmente vai para a cozinha.
― Acho que ela não gostou muito. ― Comento, passando a mão
pelo cabelo.
― Ela ainda está brava com você por não ter feito nada ontem e a
notícia pegou ela de surpresa. Eu não havia falado nada ainda.
Assinto para ele e me viro para ir tomar meu banho, mas assim que
piso no primeiro degrau da escada um sentimento estranho toma conta
de mim ao lembrar que Ariela está realmente brava comigo.
Só preciso de alguns segundos para decidir que não deixarei isso
acontecer.
Me viro e encontro Liam ainda parado, concentrado em algo no seu
celular.
― Liam. ― Chamo e ele ergue a cabeça para me olhar. ― Tem que
ir agora para a Evans&Carter?
― Tem algumas coisas para resolver lá, mas posso ver isso mais
tarde. Porque? ― Pergunta confuso. Me mantenho parado ainda no
mesmo lugar, apertando o corrimão e tentando entender se realmente
estou indo fazer isso. Talvez entendendo o que quero, o idiota sorri
para mim e dá um passo para o lado, como se me desse passagem. ―
Não pense muito, Noah. Se realmente quer isso...
Passo por ele a passos rápidos, invadindo a cozinha e indo
diretamente até Ariela que está em frente ao balcão, olhando
firmemente para a cafeteira. Colo meu corpo ao dela e seguro seus
cabelos, levando a mão livre diretamente para os seios cobertos pelo
moletom. Ela arfa assustada.
― O que... Noah...
O canto do meu lábio se curva, puxando um sorriso.
― Como sabe?
Puxo sua cabeça para trás, deixando seu pescoço livre para que
minha boca o alcance. Coloco a língua para fora e lambendo sua pele,
sentindo o sabor doce que ela tem.
― O seu cheiro. ― Murmura em um fio de voz, conforme vou
distribuindo beijos e mordidas. ― Não faça isso...
― Porque?
― Porque você vai começar e não vai terminar.
Ainda segurando seus cabelos, empurro com delicadeza sua cabeça
para a frente, até a ter curvada sob o balcão e seu moletom subindo
um pouco, deixando sua bunda completamente a vista. Reparo que
entre as bandas de sua bunda tem um fio de renda preta, sendo
engolida pela bunda grande e redonda. Um gemido rouco escapa dos
meus lábios.
Sem pensar, acerto um tapa forte na pele branca e imediatamente
vejo a marca perfeita da minha palma.
― Você é muito bocuda, para o seu próprio bem. ― Resmungo.
Olho para o lado e vejo Liam encostado na mesa, já sem o blazer do
seu terno e o botão de sua calça aberto, suas mãos escondidas no
bolso, mas não disfarça o volume já crescendo. Ele pisca para mim, me
incentivando a continuar.
Meu pau lateja quando volto a olhar par a mulher curvada a minha
frente que rebola quase em desespero, pedindo por mais contato. Abro
suas pernas com a minha, acerto mais um tapa, mas dessa vez
acertando diretamente em sua boceta e o rápido contato me faz sentir
que ela já está molhada.
Curvo meu corpo sob o dela, alcançando seu ouvido para sussurrar.
― Fique assim! Não se mexa, ou eu realmente irei parar.
Ela resmunga, mas quando solto seus cabelos, fica parada do jeito
que a deixei. Com o rosto pressionado contra o mármore escuro do
balcão.
Me ajoelho, descansando minhas mãos em sua panturrilha, subindo-
a em uma caricia leve até alcançar as laterais de sua calcinha. Antes
que eu a tire do seu corpo, ergo meu olhar, passando por ela e por
Liam, com a sobrancelha arqueada. Minha mandíbula chega a doer
com a força que faço para pronunciar as próximas palavras.
― Eu juro que se um de vocês me mandar parar agora, vou virar as
costas e fingir que isso nunca...
― Não se atreva, Noah. ― Ariela quase grita e fica ereta.
Mordo meu lábio, segurando um sorriso e olho para Liam que
continua parado encarando a cena e mesmo de longe, seus olhos
brilham de pura luxúria.
― Ouviu minha mulher, Noah. Não se atreva a parar. ― Diz
tranquilo.
A antecipação me queimando de dentro para fora, me deixando em
completo estado de êxtase. Meu pau tão duro dentro da minha calça de
corrida, que chega a doer.
Já me senti alto de tesão muitas vezes, mas isso... Meu coração
palpitando enlouquecido dentro do peito, meu sangue correndo feito
larva dentro das veias queimando-me de uma forma completamente
nova, a sensação de estar pronto para saltar de um precipício e que
vou fodidamente adorar essa queda... Isso é completamente novo.
Minha visão turva e me sentindo como louco para finalmente provar
dela, puxo com brutalidade as laterais da sua calcinha, rasgando a
renda em seu corpo. Ariela geme pelo ato, mas antes que reclame
desço mais um tapa em sua bunda branca já marcada da minha mão.
― Eu lembro de ter mandado você ficar curvada na porra do balcão.
― Você é muito mandão. ― Reclama e mesmo assim, volta a
posição que mandei.
Ouço a risada de Liam, mas não o olho, estou concentrado demais
em acariciar a pele macia das pernas longas de Ari e em ouvir seus
gemidos baixos apenas com o contato leve. Seguro suas coxas,
apertando meus dedos com força o suficiente para marca-la e afasta-
las ainda mais e logo a tenho completamente exposta para mim.
Ela é linda pra caralho!
Minha boca enche d’agua enquanto olho sua boceta babando sua
excitação. Ergo minha mão, passando meu dedo indicador do seu ânus
até a entrada de sua boceta encharcada. Ari geme e se remexe,
rebolando contra o meu dedo e reclamando quando o afasto e levo
para minha boca, chupando-o para sentir o sabor dela.
Ai merda, ela é deliciosa também.
― Porra, esse seu gosto é bom pra caralho.
Cansado de torturar a nós dois coloco minha língua para fora e
lambo sua boceta, tomando seu sulco diretamente da fonte. E é a porra
da melhor coisa que já senti na vida.
Meu corpo inteira vibra com o gosto agridoce que ela tem.
― Oh... Noah... ― Ari geme meu nome e isso só me incentiva ainda
mais, beijando sua boceta como se beijasse sua boca, lambendo e
chupando-a por inteiro.
Me enfiando ainda mais entre suas pernas para alcançar seu clitóris,
sugo o pontinho duro e latejante e seu corpo se remexe, esfregando-se
em todo o meu rosto, me lambuzando com sua própria excitação.
Sinto o corpo de Ariela tremer acima de mim quando mordo o
pontinho e então brinco em sua entrada com meu dedo indicador,
apenas ameaçando entrar e isso a faz resmungar em protesto.
―Por favor... Ah... Meu Deus...
De soslaio vejo Liam parar ao lado de Ari e esticar o braço para a
tocar, o corpo esguio da loira tampa minha visão do que ele está
fazendo, mas pelos sons de saliva e arquejos ele deve estar beijando-
a.
Alcanço os lábios maiores de sua boceta, chupando e raspando
meus dentes em cada um deles, arrancando gemidos abafados dela e
então a mulher está gritando, suas coxas ao meu redor vibram junto do
resto do seu corpo enquanto seu gozo jorra diretamente na minha
língua. Minhas bolas doem pra caralho a essa altura, a vontade de
gozar me faz tirar meu pau ereto para fora e me tocar, para cima e para
baixo, correndo atrás da minha própria liberação que não demora a vir.
Minha coluna formiga e minhas bolas encolhem enquanto eu gozo na
minha própria mão, minha respiração pesada tocando a boceta
sensível dela.
Não gosto de comparar nenhuma das minhas aventuras sexuais,
mas porra, isso aqui foi muito melhor do que qualquer outra coisa que
eu tenha feito até hoje.
Minha língua continua lambendo cada gota que ela me oferece
enquanto seu corpo não para de tremer e seus gemidos ecoam pela
cozinha.
Quando ela se acalma, saio de baixo dela e me levanto, encontrando
Liam parado ao lado dela e seu pau em suas mãos, a lateral do corpo
de Ariela marcado com o gozo dele e o corpo pequeno da loira
completamente relaxado, ainda deitada no balcão.
Um sorriso curva meus lábios e Liam não está diferente de mim, com
um sorriso fácil nos lábios.
― Isso aqui foi ― Passo minha mão na bunda exposta e marcada
pelos meus tapas enquanto falo. ― Delicioso pra caralho.
― Ah... foi mesmo... ― Ari ronrona com a voz mole, me fazendo
sorrir ainda mais.
Liam se mantem calado ainda, mas está com uma cara tão satisfeita
quanto a minha deve estar, por isso estou tranquilo. Mesmo sentindo
que algo mudou dentro de mim a partir de agora e que resistir a Ariela
será um inferno.
Me inclino o suficiente para alcançar o rosto dela e tiro os fios loiros
grudados ali pelo suor, deixo um beijo abaixo do lóbulo de sua orelha e
ela solta um muxoxo. Liam toca o rosto dela também, descendo os
dedos até seu lábio que está curvado em um pequeno sorriso.
― Precisamos ir para o escritório agora, mas vamos voltar assim que
possível. ― Ele fala para ela, mas seus olhos estão em mim, aceno
concordando com ele. ― O que acha de um banho rápido agora?
Sim, porra, sim!
Meu pau já volta a dar sinal de vida só de pensar em um banho com
ela agora.
― Eu preciso de uma hora inteira na banheira para acalmar meu
corpo. ― Ela fala baixo.
Eu olho para o meu amigo mais uma vez e nós dois rimos baixo,
então a loira se levanta rapidamente e olha feio para nós dois.
― Só pelas risadas, estou indo sozinha.
E assim ela se vira e sai andando rebolando aquela bunda gostosa e
nua para fora da cozinha. As marcas da minha mão em sua bunda
ficariam lindas em uma de suas pinturas, se ela quiser eu faria
novamente e fotografaria para que ela pudesse pintar.
― Ei, foi ele quem riu, amor. ― Liam grita e pisca para mim antes de
sair correndo atrás dela como um maldito cachorrinho.
― Seu filho da puta. ― Reclamo e vou atrás também.
Porque ter só um cachorrinho quando se pode ter dois?
Subimos as escadas pulando os degraus e assim que passo pela
porta do meu quarto, freio meu impulso de seguir Liam e ele olha para
trás, me olhando com os olhos cerrados.
― Vou tomar banho no meu quarto. É melhor vocês terem um
momento para vocês agora.
Meu amigo não fala nada, apenas assente e entra em seu quarto.
Entro no meu e tão rápido quanto a porta se batendo atrás de mim o
arrependimento me inunda. Sei que fiz certo em deixar os dois ter um
momento só deles, depois do que acabou de acontecer, realmente
acho que eles precisam. Mas também iria adorar assistir Liam dar
prazer para ela ou apenas assisti-la tomar seu banho relaxante.
Tiro minha calça e ligo o chuveiro, entrando debaixo d’agua, sentindo
a água quente escorrer pelo meu corpo e apesar de ter gozado há
poucos minutos atrás ainda sinto meus músculos tensos, nem mesmo
os longos minutos que passo na água quente me fazem relaxar.
Termino meu banho e me seco, indo para o meu guarda-roupas,
escolhendo um terno preto. Me visto rapidamente e pego mais um
casaco grosso da mesma cor. Essa porra desse frio está acabando
comigo.
O tempo todo que estou me arrumando as imagens do corpo de
Ariela sob meu toque não sai da minha cabeça, ainda consigo sentir
seu gosto na minha língua e a textura deliciosa que ela tem. Muito
provavelmente seus gemidos vão me atormentar por muito tempo
ainda.
Apesar do que Liam deixou implícito nas nossas conversas, sei que
nada além de sexo pode acontecer entre nós três. Até porque, como
funcionaria? Como seria um relacionamento com três pessoas? Seria
horrível ter que lidar com os julgamentos das pessoas, mas o pior
ainda seria ver Ari ser julgada e rechaçada por um relacionamento não
convencional, ver as pessoas olhando-a com menos do que respeito
me deixaria insano.
E mesmo sabendo de tudo isso, me conheço o suficiente para saber
que algo dentro de mim mudou. O que me faz pensar que se com um
oral eu já me sinto fora de órbita e entregue a ela, quando realmente
formos para os finalmente como eu ficaria...
No final do dia estamos deitados na minha cama dessa vez, com Ari
entre nós mais uma vez, assistindo novamente à Friends. Ela está
deitada de lado, sua bunda colada em mim, enquanto descansa a
cabeça no peito de Noah. Quando ela deitou assim, percebi meu amigo
ficar tenso, mas ele não fez nenhum movimento para ela se afastar.
Noah e eu tiramos um tempo só para ver se Callie mandou algo para
nós e resolvemos o que tínhamos que resolver antes de voltarmos para
Ari.
Um telefone toca no quarto e pelo canto do olho vejo Noah se esticar
e alcançar o aparelho ao seu lado.
― Alô. ― Ele fala baixo. Um pouco de silêncio e então ele volta a
falar. ― Sim, nós viajamos amanhã à noite. Passo ai para te pegar. ―
Sinto o corpo de Ari tensionar e ela levanta a cabeça do peito dele,
olhando dele para mim. ― Isso, vamos ficar uma semana. Até amanhã.
Com isso ele desliga o telefone e só então olha para Ari que está
completamente encostada em mim a essa altura.
― Você ainda vai levar alguém? Eu pensei... ― Ari se perde no que
ia dizer e percebo que seu corpo teme de leve.
― Eu já havia falado que iria levar alguém. É uma viagem de casal e
eu não vou ficar atrapalhando vocês dois. ― Noah se defende.
Minha mulher senta na cama tão rápido que seguro seu braço
apenas por reflexo. Também me sento e acaricio onde segurei.
― Amor... ― Tento falar, mas ela me corta.
― Não seja babaca, Noah! Por favor, só não seja um babaca. ― Ela
fala, se alterando. ― Já deixamos mais do que claro que queremos
você com a gente. Eu achei que depois de ontem...
― Depois de ontem o que, Ariela? Viraríamos um tipo de trisal? ―
Pergunta com escárnio, me fazendo olhar feio para ele.
― Cuidado, Noah! ― Alerto e ele me encara.
― O que foi, Liam? Eu só quero entender o que ela achou que
mudaria. ― Grita, já se levantando.
― Fale direito...
― Não, Liam! Ele está certo! ― Ari fala com a voz embargada, suas
mãos tremem quando alcançam meu peito. ― Eu não sei o que eu
achei que mudaria. Talvez eu tenha pensado demais e visto demais,
sendo que não é nada.
― O que aconteceu foi só por um desejo que vocês tinham, não dá
para ser mais do que isso, Ariela. Não tem como funcionar, entende?
Não posso ir em uma viagem com vocês e fingirmos que é a coisa mais
normal do mundo.
Enquanto assisto aos dois discutirem, sinto meu sangue ferver,
sentindo uma vontade quase insana de estrangular Noah por estar
sendo um idiota. Claro que eu entendo o que ele quer dizer, mas isso
não dá o direito de ele falar assim com minha mulher.
― Noah, acho melhor você ir para o seu quarto. ― Ordeno.
Meus dentes doem com a força que os aperto um contra o outro,
minhas mãos em punho, segurando o corpo pequeno no meu.
Ele apenas assente e se vira, parando por alguns segundos na porta
antes de se virar.
― Ari...
― Não! Está tudo bem. Você pode levar quem quiser, pode fazer o
que quiser. Você é solteiro e o que aconteceu entre nós ontem e hoje
foi só um desejo. Eu que pensei demais e devo ter criado expectativa
onde não cabia. ― A loira fala, se encolhendo contra o meu corpo.
Noah abre a boca para responder, mas seus olhos caem em mim
mais uma vez e o que vê parece o calar.
Odeio brigas, sempre odiei. Me envolvendo ou não.
Mas não me importo de gritar com ele ou até mesmo dar uns socos
no babaca agora. Meu desejo só aumenta quando sinto Ari tremer um
pouco antes de voltar a se deitar, dando a conversa por encerrada.
Noah ainda olha para ela por um segundo antes de sair batendo a
porta.
Deito-me atrás dela, tocando seu braço com meus dedos, fazendo
um carinho de leve.
― Amor, olha para mim. ― Peço baixo e ela se vira.
Os olhos cor de mel estão cheios de lágrimas não derramadas, seu
lábio rosado treme levemente em mais um sinal de choro e só não
levanto para ir dar um soco na cara do filho da puta do meu amigo,
porque minha mulher precisa muito mais de mim agora.
― Me desculpa, eu não queria...
― Porque está se desculpando? ― Pergunto.
― Porque eu estou chorando por outro homem, porque sou uma
idiota e achei que talvez... Eu não sei, Liam... ― Ela reclama baixinho,
segurando o choro. ― Eu senti que algo mudou, eu senti uma ligação
com ele e achei que ele também tivesse sentido. Não estou falando
que viveríamos um romance, sei que as coisas não são assim, mas...,
mas... Eu não sei, não sei o que pensar agora. Eu estou me sentindo
decepcionada quando não deveria, nada foi prometido não é mesmo?
― Não, não foi. Mas você pode ficar triste e não tem que se
desculpar por isso. Ele está assustado, eu acho e Noah não lida muito
bem com sentimentos.
Ela assente para mim, seus olhos caem para o meu peito coberto
pela camiseta. Seus dedos brincam desenhando círculos sob o tecido.
Deixo-a ter um tempo para pensar, enquanto tento acalmar meus
próprios pensamentos.
Ari é uma pessoa que sente demais, seja qual for o sentimento ela é
intensa em tudo, e por isso não me assusta ouvir dela que sentiu uma
ligação com Noah depois de ontem.
Na segunda vez em que ficamos juntos nós dois já nos sentíamos
tão apegados um no outro que não conseguimos nos desgrudar. O
coração dela funciona assim, se apega rápido demais em qualquer
mínima demonstração de carinho e isso pode ser tanto uma benção
quanto uma maldição.
No meu caso com ela, uma benção.
No de Noah com ela, uma maldição.
― Você sabe quem ele vai levar? ― Pergunta depois de um tempo
em silêncio.
Pigarreio, querendo ganhar tempo.
Inferno, esse filho da mãe quem deveria contar e não eu.
Ariela e Tiffany não tem um bom histórico, por isso já espero um
pequeno surto.
― Tiffany. ― Respondo sucinto.
Olho para o rosto delicado dela, suas bochechas salientes estão
rosadas e ela morde o lábio com força, enquanto seus dedos alcançam
a orelha, mexendo nela como sempre faz quando fica nervosa.
― Não acredito. ― Resmunga.
― Ari, amor... Ele só precisa de um tempo ok? Deixe-o pensar e se
ele quiser levar ela, vamos aproveitar nossa viagem do mesmo jeito.
― Aquela loira falsa. É bom ela evitar cruzar comigo para eu não
afogar ela.
Dou risada do jeito dela.
― Você não pode. É escolha do Noah a levar e precisa aceitar isso.
― Eu saber que preciso fazer algo, não quer dizer que eu vou. ― Dá
de ombros, fazendo birra. Olho com os olhos apertados para ela. – Não
adianta me olhar assim. Se ela olhar para você por um segundo mais
que o necessário vou arrancar os olhos dela.
Gargalho ainda mais alto dessa vez antes de deixar um beijo em sua
testa, sentindo seu corpo tremer com a risada também.
― Eu te amo, Ari.
E eu amava.
Não me importava de ela estar triste com outro homem, chorando
por ele ou se sentindo apegada de alguma forma a ele.
Eu a amaria acima de tudo isso!
Eu odiava Noah!
Nesse instante, enquanto olho para o teto branco do meu quarto,
tudo o que eu conseguia pensar era no quanto eu o odiava.
Depois do sexo de duas noites atrás eu senti algo mudar dentro de
mim, enquanto ele tocava a minha pele como se fosse algo precioso e
me fodia com urgência ao mesmo tempo, um sentimento forte se
enraizou no meu coração, fazendo-o bater tão descontrolado quanto
era possível. Eu já havia sentido aquilo, eu sabia o que era.
Eu me sentia da mesma forma com Liam.
Meu namorado se infiltrou no meu coração, apertou-o e preencheu,
me fez sentir como se ele estivesse por debaixo da minha pele. Invadiu
minha mente de uma forma absurdamente possessiva, fazendo
morada ali, enchendo-me de tanta esperança e amor que eu nem sabia
poder sentir. Era quase como se eu pudesse explodir a qualquer
momento com tantos sentimentos embaralhados e intensos mesmo
que calmos.
Com Noah não foi diferente, à não ser pela parte pacífica. Apenas
uma noite foi necessária para sentir que ele era como um furacão que
começou na minha mente calma e saiu arrastando tudo e qualquer
coisa dentro de mim, lançando-me em um espiral confuso de
sentimentos, destruindo tudo que eu tinha total controle e que me
mantinha em pé.
Eu sabia que não deveria me permitir sentir isso, era para ser
apenas sexo em uma noite ou duas, mas foi difícil me desligar desse
sentimento quando ele se deitou ao meu lado e me fez carinho até que
eu adormecesse, foi difícil me manter sã quando passamos um dia
quase inteiro nos divertindo, nos conhecendo e nos construindo.
O rosto bonito de Liam surge em minha visão, me fazendo piscar
algumas vezes para focar em seus olhos castanhos com arcos ao seu
redor dourados, fazendo-os ainda mais brilhantes.
― Não fique pensando muito, amor. ― Fala com a voz rouca.
Ergo minha mão, alcançando seu rosto marcado pela barba rala,
acaricio lentamente, dedilhando como se estivesse conhecendo-o.
Liam tem uma beleza suave.
Ele é lindo de uma forma absurda, mas seus traços de menino
serviriam para um modelo perfeito. O nariz anguloso, os olhos claros
com sombras feitas pelos cílios curvados e claros junto de suas
sobrancelhas do mesmo tom de loiro escuro dos cabelos.
Olhar para ele é como olhar para o meu ponto de paz. Acalma toda e
qualquer confusão dentro de mim.
― Eu posso te contar uma coisa?
― Claro. Sempre. ― Responde rápido.
Liam se joga ao meu lado, me puxando para o seu peito. Minha mão
voa direto para o seu peito, passando minha unha para cima e para
baixo, com suavidade, ao mesmo tempo em que ele infiltra os dedos
entre meus cabelos e acaricia meu couro cabeludo.
Não vou me sentir bem enquanto não falar para Liam como me senti,
mesmo que isso nos leve a um caminho pelo qual eu não queria
passar, preciso conversar com ele como sempre que fizemos com tudo
o que é importante e sendo sobre o que é, sinto que se fizer isso
aninhada ao seu peito será muito mais fácil.
― Ontem quando falei para ele que senti que algo havia mudado
entre nós, eu não falei da boca para fora. ― Falo baixo, respirando
fundo, deixando seu cheiro entrar no meu nariz e diminuir as batidas do
meu coração. ― Acho que naquele momento as coisas se misturaram
muito mais do que deveria e agora estou me sentindo uma bagunça
completa, todos os sentimentos emaranhados em uma teia tão
aprofundada que eu simplesmente não vejo uma forma de desfazer.
Sinto uma lágrima deslizar pelo canto do meu olho, caindo em seu
peito que sobe e desce com calma, sem perder seu ritmo. As batidas
calmas do seu coração enchem meus ouvidos, tão diferente do meu
que bate enlouquecido, o medo como uma nuvem negra pairando sob
minha cabeça como uma ameaça a tudo o que construí até agora,
como se eu estivesse pestes a arruinar a melhor coisa da minha vida.
― Olhe para mim, amor...
Nego com a cabeça.
― Eu não quero estar nem minimamente perto de te perder, eu não
posso e talvez tenhamos errado em envolvermos Noah entre nós dois,
porque agora parece tudo embaralhado, tudo confuso demais. Eu te
amo tanto, você está em minha pele, minha mente, tão cravado ali que
nada te arranca de mim. ― Minha voz embarga e sinto minha
respiração se tornar pesada, quase difícil. ― Mas naquela noite eu o
senti se rastejar para dentro de mim também, se infiltrar junto de você,
quase colado de onde você está. Eu odeio...
― Ari, olhe para mim. ― Ele pede, mas dessa vez sua mão alcança
meu queixo e ergue meu rosto, para olhar diretamente em seus olhos
calmos. Preciso morder o lábio tentando conter a explosão dentro de
mim. ― Quando decidimos o envolver, sabíamos que tudo poderia
acontecer. Eu sabia disso e amor, se você falar para mim que não
pensou por um segundo que algo mudaria, você estaria sendo inocente
demais.
― Mas...
― Nós não mandamos em nossos sentimentos, não temos controle
sobre como vamos nos sentir. O que podemos controlar é como
lidaremos com isso. ― Seu indicador desliza pelo meu rosto com
carinho. ― Eu não vou a lugar nenhum a não ser que você me mande
sair.
― Eu nunca te mandaria sair.
― Então me diga, como você quer lidar com esse sentimento?
― Sinceramente? ― Pergunto baixo, encarando seu queixo apenas
para evitar seus olhos. ― Eu não sei. Na verdade, não faremos nada.
Noah deixou claro que não foi além de sexo e ele não precisa saber o
que foi para mim.
― Vou usar o meu privilégio de participante ativo dessa relação e te
falar o que eu acho. ― Assinto e só então olho em seus olhos. ― Noah
é um idiota na maioria das vezes porque ele simplesmente não sabe
lidar com sentimentos, já te falei isso e muitas das vezes isso o leva a
falar coisas das quais ele se arrepende depois. Mas mesmo que para
ele tenha sido só sexo, acho que ele merece saber o que se passa aqui
― Ele bate o indicador duas vezes na altura do meu coração. ― Não
garanto que ele vai lidar bem com isso, eu realmente não sei como ele
vai reagir a isso, mas tenho certeza que se fosse eu, iria querer saber
para ter uma escolha e se você escolher não falar, estará tirando a
escolha dele.
Enquanto observo seu rosto, procurando por qualquer indicio de
desconforto, seu lábio sobe em apenas um lado, um pequeno sorriso
se mostrando. Seus olhos não piscando mais do que o necessário, me
encarando com firmeza. Sinto meu corpo derreter contra o dele,
respirando aliviada como se ele estivesse assoprando o ar diretamente
nos meus pulmões.
― Qual escolha amor? ― Pergunto, encostando a ponta dos meus
dedos em queixo, brincando com sua barba. ― Não te incomoda?
Você não está bravo? Com ciúmes?
― Para ser sincero? Não estou bravo e nem com ciúmes, se fosse
para me sentir assim, deveria ter me sentido quando propomos o sexo.
― Ele puxa uma mecha do meu cabelo para enrolar em seu dedo. ―
Não me incomoda porque, como eu falei, entramos nessa sabendo que
as coisas poderiam mudar e para falar a verdade, estou em paz por
saber que se você gosta de outro homem é alguém que te respeita e
que vai cuidar de você.
Suas palavras rodam dentro da minha mente, girando e se
assentando lentamente em mim.
Eu seria uma namorada horrível poro amar ainda mais, por ele ser
tão compreensivo e me entender sempre?
― Vou pensar sobre o que fazer. Acho que preciso de um tempinho
para lidar com isso tudo, antes de conseguir falar com ele.
― Leve o tempo que precisar, amor. Mas não deixe que isso
estrague nossa viagem.
― Eu já falei, se aquela vaca olhar para você eu vou arrancar os
olhos dela e dar para o Noah comer só por ter levado ela com a gente.
― Dou de ombros e ele ri baixo.
― Essa sua carinha de anjo, esconde uma sanguinária, hein. ―
Brinca ainda rindo.
Faço careta para ele e dou um selinho em sua boca, deixando-o
aprofundar o beijo ao tocar sua língua na minha e as envolver em uma
dança, provocando e se envolvendo. Meu corpo ganhando vida própria
ao me esfregar contra ele, meus seios em sua lateral firme. Seus
longos braços se enrolam em minha cintura, apertando-me ainda mais.
― Não seja boba, amor. ― Digo rindo, ergo a mão para acariciar seu
rosto, sorrindo para tentar a acalmar um pouco. ― Ele será rápido e
você o ouviu ontem, ele está nessa com a gente e nunca faria nada
para te magoar.
Ela parece ponderar o que digo por alguns segundos, antes de
assentir e suas feições relaxarem, voltando a deitar a cabeça em minha
barriga.
Ontem Noah me surpreendeu muito quando disse que queria ser pai.
Nunca imaginei Noah sendo namorado ou marido, quem dirá sendo
pai. Mas sei que ele jamais diria algo apenas para agradar Ariela, se
ele falou que quer isso, que quer estar nessa com a gente, então é
porque é isso que ele realmente sente.
Meu amigo pode ter muitos defeitos, mas mentiroso nunca foi um
deles. Já nos metemos em muita confusão por sua sinceridade
exagerada.
E pude ver em seus olhos quão determinado ele estava, vi a paixão
que ele olhou para Ariela e isso tranquilizou meu coração.
― O que foi aquilo de pedir para ele te conquistar? ― Pergunto rindo
ao me lembrar da sua condição.
Ari ri junto comigo, mexo meu corpo, me deitando confortavelmente e
ela se deita em cima de mim, com as mãos no meu peito e o queixo
encostado nelas.
― Eu sou genial, não sou? ― Se gaba.
Meu corpo chacoalha com a gargalhada alta que escapa de mim ao
notar sua expressão de orgulho do seu feito.
― Ah, você é má, isso sim! ― Retruco ainda rindo.
― Ele que se esforce para me convencer nesses próximos dias. ―
Dá de ombros, mordendo o lábio. ― E você nem pense em ficar de
complô com ele. Deixe-o sofrer um pouquinho.
Ergo minhas mãos em rendição, sorrindo de lado.
― Nem passou pela minha cabeça isso, amor. ― Minto.
Noah entende de como flertar, entende de como fazer para levar
uma mulher para a sua cama e depois dispensar, contudo ele nunca
realmente namorou, acho que ele terá um pouco de dificuldade em
entender como funciona o romantismo.
Hoje eu o acordei e dei a ideia do café da manhã, mas deixei que ele
entregasse como se a ideia genial fosse dele.
― Como se eu não te conhecesse. ― Retruca batendo a ponta do
dedo no meu peito em repreensão.
Pego seu pulso, trazendo seu dedo para a minha boca, deixo uma
mordida na pele quente e ela reclama, puxando o dedo.
― Deixe de ser mandona, amor.
Antes que ela responda, entrelaço meus dedos em seus cabelos e a
puxo para cima, trazendo sua boca para a minha. Assim que nossos
lábios se encostam um no outro ela já da passagem para a minha
língua, mas contorno seu lábio inferior lentamente, sentindo quão
macio seu lábio é e só então invado sua boca, enroscando-a com sua
própria língua.
Seu corpo pequeno pressionado contra o meu, seus seios grandes
apertados no meu peito sobem e descem com força pela respiração
que vai ficando cada vez mais pesada.
Minha mão livre desliza pela lateral do seu corpo descansando em
sua cintura. Aperto-a, fazendo ela gemer baixo em minha boca entre o
beijo que começou calmo, se tornando faminto, como se há muito
tempo não nos beijássemos.
Seu quadril encaixado no meu, sua boceta encostada na minha
ereção. Enquanto suas mãos brincam com meus fios de cabelo.
Ari suga minha língua, me arrancando um grunhido rouco.
A cama afunda ao nosso lado e um bufo alto chama a nossa
atenção, Ari apenas sorri contra a minha boca e eu reviro os olhos.
― Cara, não podia esperar um pouco? ― Reclamo, virando a
cabeça para olhar para ele.
― Se eu não vou transar, você também não vai. ― Diz
simplesmente, dando de ombro.
― Vai sonhando com isso.
― Liam, cadê a parceria, porra? Estamos nisso junto e se essa
demônia loira vai me deixar de castigo sem sexo, você tem que me
fazer companhia.
Ariela esconde o rosto no meu pescoço, abafando sua risada. Sua
respiração quente na minha pele envia um arrepio por todo o meu
corpo até o meu pau que pulsa, seu quadril se remexendo como se
procurasse mais contato, mas então Noah ergue a mão e acerta um
tapa em sua bunda, fazendo-a resmungar e erguer a cabeça para olhar
para ele.
― Porque fez isso? ― Ela pergunta, brava.
― Você está provocando-o porque sabe que a carne é fraca. Mas ele
é meu amigo e vai me acompanhar nesses dias de sofrimento.
― Não vou. ― Retruco, deslizando minhas mãos até a bunda de
Ariela, apertando-a. ― Não vou mesmo.
― Vai sim, Liam! Eu vou estar grudado em vocês o dia todo para o
obrigar a me acompanhar. ― Dá de ombros e coloca os braços atrás
de sua cabeça, parecendo bem confortável em sua posição.
― Cara...
Um telefone toca e antes que eu me mova Ari se estica até a mesa
de cabeceira e alcança o meu telefone, o nome do meu pai piscando
na tela.
Atendo e então sua voz rouca pelos seus anos de fumantes
preenche a linha.
― Oi, filho.
― Oi pai, tudo bem? ― Pergunto um pouco curioso com sua ligação.
― Tudo sim. E vocês, como estão?
― Tudo certo, estamos nos chalés, passando uns dias.
Meu pai nunca foi de jogar conversa fora, por isso também não tento
estender muito o assunto. O homem é meio estúpido muitas das vezes,
sem paciência para enrolação, mas tem um dos corações mais puros.
― Sua mãe pediu para te avisar que não vamos a casa da sua tia
mais, por isso iremos para a sua casa na noite de réveillon. ― Ele fala
rapidamente.
Ari e eu sempre fazemos um jantar em nossa casa na noite de
réveillon com nossos pais e amigos e esse seria o primeiro ano que
meus pais não viriam porque a irmã da minha mãe queria que ela fosse
para lá por algum motivo que eu não sei. Mamãe realmente cogitou ir,
tanto que eu já tinha me conformado que não os veria, por isso
estranho a novidade.
― Aconteceu algo, pai? ― Pergunto e Ari me olha, seus olhos
castanhos mel levemente arregalados e mesmo sem olhar para o lado
sei que Noah está prestando atenção em mim também.
― Sua mãe e sua tia brigaram, depois que sua tia disse algo sobre o
padre Jordan. ― Ele conta como se não fosse nada demais e não
consigo segurar a risada alta que me escapa. ― Eu juro, se o cara não
fosse um padre e eu não soubesse que sua mãe me ama, ficaria com
ciúmes de como ela defende o velho.
Continuo rindo, com a atenção de Ari e Noah em mim ainda. A loira
leva sua mão para a minha barba e acaricia com cuidado. Levo sua
mão até minha boca, depositando um beijo.
― Que ela não te ouça falar assim dele. ― Ele concorda com um
murmuro. ― Então fica certo, pai, nos vemos daqui há alguns dias.
Nos despedimos e desligo o telefone, colocando-o de volta na mesa
de cabeceira, antes de voltar a olhar para Ari que continua deitada no
meu corpo e conto para os dois o que meu pai falou, vejo que Noah se
remexe um pouco desconfortável, mas não fala nada, apenas ri baixo.
Depois de mais alguns minutos conversando, Ariela pula para fora da
cama, com as mãos na cintura e olhando para nós dois com um sorriso
enorme e brilhante. E assim, com a claridade iluminando-a por trás,
seus fios loiros quase brilhando, suas bochechas altas pelo tamanho
do seu sorriso e os olhos quase fechados, ela parece genuinamente
feliz e tenho certeza de que nunca a vi tão linda assim.
Um suspiro ao meu lado chama a minha atenção e viro para o lado,
vendo Noah soltar a cabeça com força no travesseiro, seus olhos
fechados conforme ele suspira alto.
― Porra, ela é linda pra caralho. ― Ele diz em tom de reclamação.
Olho para Ari que está nos olhando com a cabeça inclinada, meu
coração batendo tão forte no peito que ouço suas batidas em meus
ouvidos e posso jurar que eles também ouvem.
― Ela é. ― Concordo.
― Ok, ok. Vocês também são lindos, mas agora levantem e vamos
aproveitar o resto do dia. Quero caminhar na floresta. ― Fala animada
e antes que possamos responder ela sai quase pulando do quarto.
― E mandona pra caralho também. ― Noah bufa, mas se levanta.
Faço o mesmo, gargalhando dele, passando ao seu lado e batendo
meu ombro no seu.
― Acostume-se com a coleira.
― Hoje o frio esta pior, não acha que seria melhor ficarmos aqui
dentro? Podemos fazer um chocolate quente e ligar a lareira. ― A voz
de Noah me alcança assim que termino de descer as escadas.
Me viro vendo os dois descendo logo atrás de mim.
Acho que nunca vou me acostumar com quão lindos eles são. Cada
um com a sua beleza particular.
Liam tem uma beleza mais suave, feições de um menino e um
sorriso quase inocente.
Noah já tem uma beleza mais bruta, seu rosto com traços mais
marcantes, olhos mais profundos e um sorriso canalha que desfaz
minha calcinha.
Coloco as mãos na cintura, mordendo o lábio enquanto os encaro.
― Vocês tinham que ser tão lindos assim? ― Pergunto, soltando um
gemido baixo.
O sorriso dos dois aumentam quase em sincronia e pronto, posso
jogar fora minha calcinha.
Meu corpo se acende, minha boceta pulsa já completamente
encharcada. É impossível olhar para eles e não sentir borboletas no
estômago.
Os dois juntos são uma mistura perfeita para acabar com a minha
sanidade. E o meu estoque de calcinhas.
― Você dificulta a minha vida, me olhando dessa forma, linda. ―
Noah reclama.
Liam da risada do amigo e vem para o meu lado, dando a volta no
meu corpo e me abraçando por trás, deixa um beijo no meu pescoço
que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem imediatamente.
― Amor, eu apoio a ideia do Noah. ― Sussurra.
― Nós vamos ficar trancados todos os dias dentro desse chalé? ―
Externo minha indignação e os dois rapidamente assentem, quase
como se fosse combinado.
― Eu apoio a idéia.
― Eu também.
Acerto um tapa no braço de Liam que apenas ri.
Apesar disso, também não me oporia a ficar presa com esses dois o
dia todo.
Sei que pedi para Noah me provar que ele quer mais do que sexo de
mim, porém, não disse que isso não aconteceria durante esses dias,
ele tirou sua própria conclusão e eu não discordei, porque quero
realmente ver até onde ele agüenta. E isso me deixa brecha para
provoca-lo bastante.
― Tudo bem, mas vocês que vão fazer o chocolate quente. ― Aviso,
já me virando para ir para o sofá.
Me sento no sofá enorme, tirando minha blusa mais grossa, jogando
no chão ao meu lado. Reviro as almofadas procurando pelo controle da
lareira enquanto ouço os dois bonitinhos discutindo sobre quem fará o
chocolate quente.
Apesar de ter um restaurante incluso na pousada, podemos trazer
nossa própria comida então temos tudo o que precisamos aqui mesmo
no chalé.
― Cara, você que me ensinou fazer. ― Liam fala exasperado.
― Então! Preciso saber se você aprendeu. ― Noah debocha e
mesmo sem vê-lo posso imaginar perfeitamente o sorriso em seus
lábios.
― Nem vem com isso, Noah. Você vai fazer bem melhor.
― Eu sou realmente melhor em tudo o que eu faço...
― Não comecem com isso de novo. ― Grito. Acho o controle no vão
do sofá e me viro para os dois, apontando para eles. ― Será que eu
vou ter que dar uma de mãe com vocês dois e coloca-los de castigo?
― Você pode ir treinando, amor. ― Liam fala, piscando um olho.
Jogo uma almofada nele que pega antes que acerte seu rosto. Noah
gargalha, jogando a cabeça para trás.
Assim que se recompõe vem até mim e me da um selinho, antes de
ir para a cozinha.
Meu namorado aproveita e corre para o sofá, se jogando no mesmo
e colocando a cabeça no meu colo quando me sento. O sorriso que ele
abre para mim faz meu coração pular dentro do meu peito. Meus dedos
se enroscam em seus cabelos macios, acariciando-os enquanto
observo seus olhos castanhos claros.
Seu rosto relaxado coberto por uma barba que parece estar bem
maior do que o normal, deslizo meus dedos tocando seus olhos
fechados, por seu nariz e então seus lábios, sentindo como eles são
macios. Minha própria boca parece formigar com a vontade de toca-los
então faço isso, me inclino um pouco e roço nossos lábios.
Um suspiro escapa dos seus lábios quando ele sente o toque e
quando menos espero sua mão está em meus cabelos e ele me segura
firme, aprofundando o beijo. Sua língua invade minha boca, envolvendo
a minha, me fazendo sentir seu gosto maravilhoso.
Sugo sua língua, raspando meus dentes nela e dessa vez é ele
quem geme. Beijar Liam nunca perderia a graça, é sempre algo
maravilhoso, quase como estar chegando ao paraíso e me deixava em
chamas. O beijo é calmo, apenas exploratório.
Uma dança sensual e quente, que atinge diretamente o ponto no
meio das minhas pernas que pulsa com o toque quente de sua língua
no meu lábio inferior. Gemo baixo e sinto quando ele sorri contra a
minha boca.
― Amor... ― Murmuro.
Desço meu lábio para o seu queixo, dando uma leve mordida por sob
a barba. Faço um rastro pela mandíbula até alcançar sua orelha,
deixando uma mordida no lóbulo que o faz estremecer levemente.
Solto uma risada junto com ele.
Eu amo saber o que posso causar nele. É uma das melhores coisas
do mundo ter poder sob um homem tão controlado como Liam.
― Você gosta de me torturar. ― Ele reclama, me arrancando outra
risada.
― Eu amo te torturar.
Liam bufa.
Dou um selinho nele e volto a me sentar confortavelmente no sofá,
antes de finalmente ligar a lareira e procurar pelo controle da televisão.
Assim que encontro, ligo e enquanto procuramos por um filme ouço
alguém bater na porta e como é de vidro consigo ver Tiffany parada,
vestido em uma legging preta e uma jaqueta Pink grossa com uma
touca de pelos.
Suspiro alto e então Liam ergue a cabeça apenas para ver quem é,
voltando a se deitar.
― Deixa que Noah lide com ela. ― Comanda.
Cerro os olhos para ele, contudo ele apenas me ignora, fechando os
olhos e puxando minha mão para voltar a fazer carinho em seus
cabelos.
― Noah, tem visita para você. ― Liam grita.
Olho para o lado vendo Noah surgir na sala e quando olha para a
porta, seus olhos se arregalam levemente e logo caem em mim, ele
pisca algumas vezes antes de finalmente ir até a porta, abrindo-a e
saindo, fechando a porta logo atrás.
Minha frustração aumenta por não saber o que ela quer, me remexo
no meu lugar e Liam resmunga algo ininteligível, mas não se move,
continua deitado no meu colo.
― Preciso de bebida. ― Murmuro e os olhos claros de Liam
encontram os meus.
Sua boca em uma linha reta de desgosto, sabendo que estou ficando
nervosa por não saber o que está acontecendo lá fora, mas ele não
fala nada apenas se levanta e vai para a cozinha, voltando com três
taças na mão e uma garrafa de vinho.
Cerro meus olhos para ele, encarando a garrafa de vinho cara.
― Essa é a garrafa que estamos guardando para a ceia de natal?
Trouxemos duas garrafas de vinho com a gente para bebermos na
ceia, porque sabíamos que poderíamos comprar mais vinho pelo
serviço do chalé.
― Na verdade é sim, mas depois podemos comprar outra. ― Ele da
de ombros e se senta ao meu lado, abrindo a garrafa com facilidade
antes de servir nossas taças e me entregar uma. ― Um brinde às
coisas novas.
Brindamos nossas taças e então viro a minha em um gole só,
fazendo meu namorado me olhar feio.
Meu coração pesando a cada segundo que passo olhando para a
porta, encarando apenas as costas de Noah. Ele parece tenso
enquanto fala baixo com a loira em sua frente, devido ao seu tamanho
não consigo ver Tiffany, mas consigo imagina-la com aquele sorriso
cheio de dentes para o meu homem.
Quando estou na terceira taça um toque de celular no quarto chama
a minha atenção, encaro Liam que olha para mim e abre um sorriso de
lado.
― Deve ser o seu, o meu está aqui. ― Aponta para o aparelho na
mesa de centro.
― Vou atender.
Me levanto e encho minha taça, antes de correr escadas acima,
segurando para não derrubar nem uma gota de vinho. Ao chegar na
cama, me sento antes de achar meu celular embaixo do travesseiro e
vejo que é uma ligação de video de Emmy.
Um sorriso involuntário se abre em meus lábios.
― Ei, você.
― Ei, você.
Sorrimos com a troca de cumprimentos.
Emmy é uma morena estonteante que mesmo com o passar do
tempo parece nunca envelhecer. Talvez tenha algo a ver com a sua
alegria inabalável, porque ela está sempre sorrindo, sempre
espalhando felicidade e amor por onde passa e seus olhos castanhos
nunca perderam o brilho de inocência.
Seus cabelos encaracolados caem em cascata pelos ombros magros
cobrindo parcialmente seu pescoço. Seus lábios cheios brilham pelo
gloss, e o nariz fino é harmonioso com o restante do rosto, até mesmo
com suas sobrancelhas escuras e bem delineadas.
― Como estão as coisas aí? ― Pergunto, me ajeitando no meio da
cama.
― Tudo certo. Acabei de finalizar um quadro e estou enviando para
Sam. ― Conta animada, a imagem fica borrada como se ela estivesse
se mexendo e então percebo que ela estava apoiando o aparelho em
algum lugar enquanto come algo que parece sopa. ― Ela esta muito
animada para a próxima exposição, disse que já tem alguns
compradores que estarão presentes e nomes importantíssimos apenas
para ver nossos quadros.
Meu coração pula com a informação, sentindo uma pontada grossa
de ansiedade.
Não será minha primeira exposição, óbvio, mas é sempre a mesma
coisa. Sempre me sinto ansiosa, nervosa e até mesmo um pouco
insegura, mesmos sabendo que darei conta como todas as vezes.
Essa será a terceira exposição que faremos na nossa própria galeria
e talvez por isso parece que a pressão para sair tudo perfeito é ainda
maior.
― Precisamos resolver o que falta da decoração, para podermos
organizar todos os quadros.
― Ah, sim. O buffet, Sam disse que pensou em contratar o mesmo
das outras vezes. Gostamos deles.
― Claro, por mim, perfeito. ― Sorrio de lado.
― Na verdade só o que falta mesmo é resolvermos as disposições
das peças, mas quando você chegar podemos ir na galeria e
resolvemos isso. ― Assinto para ela, concordando. ― Mas, e como
está a viagem?
E aí esta.
Eu sabia que ela não me ligou apenas para falar sobre a exposição.
Emmy é muito curiosa e desde o nosso almoço em que contei a ela e a
Sam sobre a proposta que Liam fez à Noah, não tivemos
oportunidades de conversar melhor sobre esse assunto e talvez na
cabeça dela poderia acontecer algo agora. O que não deixa de ser
verdade, porque realmente, depois desse natal algo, definitivamente,
irá mudar.
Solto uma risada baixa observando sua expressão ansiosa.
― Está tudo bem. Tirando o fato de Tiffany estar aqui.
― Tiffany Barker? ― Pergunta curiosa e assinto. ― O que essa vaca
loira está fazendo aí? Meu Deus, essa mulher é insuportável. Parece
estar em todos os lugares.
― Noah trouxe ela.
― Ah.
E assim seus ombros caem, quase decepcionados.
― Pergunte, Emmy.
― Perguntar o que? ― Coloca a mão no peito, se fazendo de sonsa.
Arqueio a sobrancelha e ela ri, dando de ombros. ― Então, nada
aconteceu?
Solto um suspiro alto, de repente me sentindo cansada demais de
pensar em tudo. Precisando realmente conversar com alguém que não
seja um dos homens envolvidos na história acabo contando tudo para
ela, desde as coisas que sentia quando via Noah de longe, até o dia de
hoje.
Em alguns momentos não consigo segurar a risada com as caretas
que minha amiga faz, mas ela me ouve o tempo todo, sem me
interromper nenhuma vez. As lembranças dos momentos que tive com
os dois causa um reboliço no meu estômago, mesmo com o medo de
como seria, eu sabia que éramos para ser nós três e agora que eu tive
o gosto disso, simplesmente sei que não posso deixar ir, contudo, não
estou disposta a machucar meu coração durante esse caminho.
― Meu Deus, Ari! ― Emmy parece atordoada quando finalmente
paro de falar, dando um gole no meu vinho que há essa altura já está
no final. ― Eu não sei nem por onde começar. Não, esquece isso. Na
verdade, eu sei sim. PORQUE ELE LEVOU ESSA VACA LOIRA?
― Eu não entendi muito bem, acho que estou envolvida demais para
conseguir dar razão à ele. Mas ele me disse que seria como um tipo de
escudo, porque ele ainda estava receoso com tudo.
― E o que mudou em tão pouco tempo?
Dou de ombros.
Olhando para a minha amiga que tem os olhos arregalados,
curiosos, sei que ela esta perdendo tempo tentando entender algo que
até agora eu mesma não consegui entender. Passei horas pensando
em como Noah passou de “não sei o que eu quero” para “eu quero
você” em tão poucas horas e não cheguei a nenhuma conclusão. O
homem é uma incógnita.
Uma linda incógnita.
Gemo só de lembrar do rosto bonito do sem vergonha e minha amiga
ri.
― E Liam?
― Liam esta ciente de tudo o que estou sentindo, você sabe que eu
nunca escondi nada dele. E por ele está tudo bem. Acho que ele está
tão afim quanto eu de entrarmos nessa relação entre nós três.
― Os dois...
― Não! ― Respondo rindo. A imagem dos dois homens se beijando
se forma em minha mente por um momento, mas some imediatamente.
― Os dois são apenas amigos e mesmo durante o sexo nada acontece
entre eles. Mas é que acho que até mesmo a amizade dos dois mudou
sabe? É estranho de explicar algo por eles, mas sinto como se eles
tivessem passado a se gostar mais e confiar um no outro ainda mais
também.
Não é exagero. É nítido para mim como a amizade dos dois mudou e
mesmo que eu tenha ficado com medo de que os dois acabassem se
afastando, aconteceu completamente o contrário, eles parecem mais
unidos, mais parceiros e enche os meus olhos e meu coração ver como
a diferença entre os meus dois homens os une ainda mais.
― Eu só não sei como vai ser para o meu coração, sabe? ―
Murmuro e minha amiga assente, como se entendesse o que digo. Dou
um ultimo gole no meu vinho, colocando a taça no chão ao meu lado e
me deito na cama.
Emmy já se apaixonou uma vez, por um cara que conheceu em um
bar. Os dois se envolveram e depois de três meses se conhecendo ele
foi morar com ela e antes de completarem um ano juntos, ela foi visitar
a empresa dele e pegou o cretino comendo sua secretaria na sua sala.
Depois disso minha amiga fechou seu coração para todas as outras
oportunidades da vida e ninguém pode julga-la, porque só quem viu o
quanto ela sofreu sabe como foi um período difícil em sua vida.
Contudo, ela tem um coração puro e inocente, que é capaz de sentir
tudo o que pessoas próximas à ela sentem e isso é sua maior
qualidade e seu pior defeito. Por isso ela entende o meu medo, ela
sabe do que estou falando.
O único que teve acesso ao meu coração até agora foi Liam. Noah
estava cravado de alguma forma junto dele ali, mas eu simplesmente
decidi ignorar isso por todos esses anos e agora é assustador
finalmente me permitir e pensar que talvez ele não queira isso.
― Pelo que você me disse ele está com medo porque também sentiu
que algo mudou, então, acho que agora você só precisa deixar ele usar
esses dois dias até o natal para te provar que vai além de sexo.
― Não acha que isso foi bobagem? ― Pergunto, roendo a unha.
― Claro que não. Você só quer ter certeza de que seu coração
estará seguro e tudo bem, se você pensa que isso vai te ajudar e te dar
segurança, não é bobagem! ― Afirma.
Passamos mais um tempo conversando, entre o assunto Liam e
Noah e o carinha que ela está saindo agora nem vejo o tempo passar e
nem estranho o fato de que nenhum dos dois veio aqui conferir o que
estou fazendo. Liam deve ter ouvido que era Emmy e não deve ter
deixado Noah subir.
Mesmo tendo tomado pouco vinho sinto meu corpo leve e minhas
risadas são altas e frouxas, me divertindo com tudo o que minha amiga
fala. Eu também não me incomodo em me apressar para desligar,
preciso distrair minha mente com algo que não envolva estar entre
esses dois que vão acabar com a pouca sanidade que eu tenho.
É só quando meu estômago ronca que eu olho a hora e percebo que
já são três horas da tarde e eu nem almocei ainda.
― Vou almoçar, amiga.
Pulo da cama, levando o celular comigo e quando chego na sala vejo
Liam e Noah sentados no sofá, assistindo um jogo de futebol, em
completo silencio.
Mesmo estando de costas para mim consigo imaginar perfeitamente
seus rostos concentrados, os olhos cerrados e as sobrancelhas
franzidas. Noah esfregando o polegar no queixo como faz quando está
ansiosa e Liam estralando seus dedos.
Sons suaves de estralos me faz sorrir.
Viro a câmera para os dois mostrando as costas largas para Emmy e
ela escancara a boca, como se eu tivesse mostrado os dois
completamente nus.
― GOSTOSOS. ― Ela mexe a boca sem emitir som.
Sem me segurar dou risada alta, fazendo os dois virarem
imediatamente para mim.
― Emmy, pare de roubar minha mulher. ― Liam fala alto, olhando
diretamente para a câmera como se soubesse que esta virada para ele
e minha amiga gargalha alto.
― Nunca! ― Ela retruca, fazendo-o fazer uma careta para ela.
Noah cerra os olhos para a voz, mas eu apenas o ignoro. Vou para a
cozinha e quando penso em fazer apenas um sanduíche encontro um
prato com macarrão com queijo, apenas esquento antes de me sentar
na mesa e começar a comer, enquanto ainda converso com a minha
amiga.
Ela parece querer perguntar algo, mas como sei que, provavelmente,
será porque estou aqui falando com ela ao invés de estar com eles,
apenas ignoro e continuo jogando conversa fora. Quando ela
finalmente precisa desligar, nos despedimos e ela me faz prometer que
iremos almoçar juntas assim que eu voltar.
Lavo meu prato e vou para o quarto, quando estou subindo as
escadas pego Noah me encarando com as sobrancelhas franzidas.
― Vou deitar um pouco. Estou sentindo um pouco de dor de cabeça.
― Precisa de remédio? Deite-se vou levar para você.
O homem se levanta antes que eu possa recusar e então quando
deito na cama, ouço passos na escada e Liam surge no quarto,
deitando ao meu lado. Uma de suas mãos descansa na minha cabeça,
me fazendo um leve carinho.
Noah chega logo depois e me faz tomar o remédio, antes de se
deitar do meu outro lado.
O sono embala meu corpo, o cheiro dos dois entorpecendo meus
sentidos me fazendo flutuar diretamente para o mundo dos sonhos.
― O que ela queria? ― Pergunto meio sonolenta.
Sinto dedos tocarem minha bochecha, quando ele sussurra.
― Durma, linda. Conversamos depois.
Noah beija minha testa e Liam meu pescoço e finalmente me entrego
ao cansaço.
Uma caricia leve é feita no meu peito. Quase como se alguém
tivesse passando uma pena para cima e para baixo, arrepiando minha
pele.
Mesmo tão suave minha pele sente perfeitamente a quentura do
toque, esquentando todos os lugares em que toca. Uma corrente
elétrica passando por debaixo da minha pele, indo diretamente para o
meu pau que pulsa, quase que pedindo por atenção também.
Sinto quando uma boca quente e úmida encosta no meu ouvido, me
deixando arrepiado imediatamente com a sensação da respiração dela
em mim.
― Acorde, preguiçoso. ― A voz baixa é rouca e suave,
provavelmente devido ao sono.
Mesmo no limbo entre o sono e finalmente acordar, as sensações do
toque de Ariela são completamente vividas e posso jurar que sinto as
ondas de calor saindo do corpo pequeno colado ao meu.
Em algum momento enquanto velava o sono da minha mulher devo
ter apagado e ela se virado para mim, porque agora estou com meu
braço formigando por estar de baixo da sua cabeça e ela está
praticamente em cima de mim, completamente colada em mim. Suas
curvas se moldando perfeitamente na minha lateral, consigo sentir os
bicos dos seus seios cutucando-me suavemente e sua coxa
pressionando minha barriga ao mesmo tempo em que o calor do meio
das suas pernas parecem passar nossas roupas e me alcançar.
Gemo baixo com a percepção de que ela está muito excitada e em
um movimento rápido e inesperado por Ariela a puxo para cima de mim
fazendo-a soltar um gritinho e uma risada baixa, colocando-a sentada
diretamente no meu pau já completamente duro.
Seguro seus cabelos puxando seu rosto para o meu, tomando sua
boca em um beijo faminto e sensual, envolvendo sua língua com a
minha, sentindo seu sabor doce. Ela solta um gemido abafado,
rebolando lentamente no meu pau.
Ariela apoia as duas mãos no meu peito antes de ficar ereta no meu
colo e se esticar para tirar sua blusa, me dando a visão perfeita dos
seus seios redondos. Passo minha língua em meus lábios, sentindo-os
secos só com a visão perfeita que é minha mulher.
Desde a primeira vez em que estive com ela soube que nunca me
cansaria de vê-la assim, nua e entregue para mim. Ariela é perfeita em
tantos níveis que é muito difícil de explicar.
Seus seios são redondos e durinhos, os bicos rijos apontando
diretamente para mim, como se implorasse para que eu coloque minha
boca neles. Sua cintura fina e a barriga plana com a pele pálida, se
abre em um quadril um pouco largo.
―Você é deliciosa demais. ― Murmuro, erguendo minha mão para
segurar seu peito.
Ela geme quando torço o bico, jogando a cabeça para trás, se
oferecendo ainda mais para mim.
De repente um movimento no colchão chama a minha atenção e
quando olho para o lado, encontro Noah dormindo, completamente
apagado, com sua boca entreaberta e o rosto amassado no
travesseiro.
Tinha me esquecido completamente que ele estava aqui com a
gente. O tempo que passei acordado olhando Ariela dormir não
trocamos nenhuma palavra, ficamos calados, apenas observando a
loira.
Volto a olhar para Ariela que sorri abertamente e morde o lábio, sua
cara deixando claro que ela não está nem um pouco incomodada por
ele estar ali dormindo ao nosso lado.
E se a minha mulher não está incomodada, quem sou eu, não é
mesmo?
― Você é realmente uma demônia, como ele diz, não é? ― Brinco,
beliscando mais uma vez o bico rosado dos seus seios.
― Shiu, você quer acordar ele? ― Sussurra, sorrindo como uma
criança fazendo arte.
Acerto um tapa em sua bunda, fazendo-a pular no meu colo,
mordendo o lábio. Me levanto com ela em meu colo e coloco-a no
chão, antes que eu possa vira-la para deita-la sob a cama, ela cai de
joelhos na minha frente, seus peitos pulando levemente com o
movimento bruto.
Seus cabelos loiros estão soltos, uma bagunça linda devido ao seu
sono e eles caem por seus ombros, cobrindo seus seios. O rosto
delicado está corado e seus olhos cor de mel encontram os meus,
conforme sua língua passa pelos seus lábios meu pau pulsa dentro da
calça, chamando sua atenção.
Enquanto ela desabotoa minha calça sem tirar os olhos de mim,
piscando os cílios algumas vezes, a claridade do por do sol iluminando-
a suavemente conforme entra pelo quarto, deixando seus cabelos
ainda mais claro, dourados como o ouro. Tenho absoluta certeza de
que nunca vi nada tão lindo quanto ela assim.
Finalmente ela abaixa minha calça e minha cueca, alargando seu
sorriso quando meu pau pula para fora e mesmo de onde estou,
consigo ver seus olhos brilharem de luxuria e mais uma vez a língua
dela sai para fora, molhando seus lábios carnudos.
Uma gota de pré gozo brilha na cabeça rosada do meu pau e sem
perder tempo Ariela a lambe lentamente, fazendo uma cena
extremamente sexy ao lambuzar-me com sua língua.
― Caralho, amor... ― Gemo, jogando minha cabeça para trás
quando ela cobre a cabeça do meu pau com sua boca quente.
Meu corpo estremece sentindo-a me engolir cada vez mais, me
levando até o seu próprio limite. Babando todo o meu cumprimento em
seus movimentos de ir e vir.
Sinto quando ela toca meu saco, acariciando-o com cuidado
enquanto sua boca continua me engolindo.
― Merda... Ari... ― Grunho.
Meu corpo tensionando a cada vez que a cabeça do meu pau toca
sua garganta e um som de ânsia vibra em mim. Ariela me tira
completamente da sua boca, quando olho para baixo a encontro
encarando meu pau em admiração, seus lábios inchados e mais
vermelhos que o normal. Seguro-me pela base sentindo sua saliva no
meu membro, acerto o mesmo em seu lábio pedindo passagem mais
uma vez e ela ri baixinho antes de abrir completamente a boca e
colocar a língua para fora, um sorriso se abre em meu rosto mesmo
que minha mandíbula esteja dura, me controlando.
― Você é uma boa menina, não é? ― Murmuro sorrindo.
Ela assente, mas não a deixo falar nada, empurro meu membro em
sua boca mais uma vez vendo-a segurar o ar quando chego no limite e
me seguro ali por alguns segundos, me retiro quando vejo que é
demais para ela, deixando-a respirar um pouco, voltando a fazer o
mesmo mais algumas vezes.
Minhas bolas doem para gozar e meu corpo estremece quando
minha coluna formiga, travo meus dentes um no outro, controlando-me.
Levanto-a pelo braço e ela nem protesta, seu corpo parece mole
mesmo que ainda nem tenha tocado nela ainda. Tiro sua calça e sua
calcinha com pressa e viro-a de costas para mim, empurrando seu
tronco para a cama.
Assim que ela se ajeita olho para Noah e vejo-o se remexer, me
fazendo sorrir.
― Alguém tem o sono pesado. ― Ari sussurra me fazendo rir baixo.
Me abaixo atrás dela, deixando uma mordida em uma das bandas da
sua bunda, arrancando uma reclamação dela. Seu quadril se remexe
de um lado para o outro como se quisesse levar sua boceta para o meu
rosto.
Meus olhos passam por suas pernas onde meus dedos tocam
suavemente, apenas as pontas dos dedos subindo até alcançar sua
bunda. Sua boceta brilha completamente encharcada, coloco a língua
para fora lambendo do seu clitóris até o seu ânus e ela estremece,
soltando um gemido baixo.
Se Noah não havia acordado, agora ele vai, porque Ariela pode ser
um pouco barulhenta quando quer e tenho quase certeza de que ela o
quer acordado.
Beijo sua boceta como se estivesse beijando sua boca, abrindo os
lábios para melhor acesso enquanto lambo e chupo, sugando sua
lubrificação, sentindo seu gosto delicioso encher minha boca.
Com minhas mãos em seu quadril, ergo-a um pouco fazendo-a ficar
na ponta dos pés para conseguir alcançar seu clitóris e assim que
minha língua toca o pontinho duro latejante ela geme alto e se contorce
em minha de mim.
― Monta minha cara, amor. ― Murmuro abafado.
Ela me obedece imediatamente, se ajeitando melhor em meu rosto e
esfregando sua boceta em meu rosto todo, melando-me com sua
lubrificação e cavalgando em mim em busca do seu orgasmo.
Meu pau pulsando louco para tomar o lugar da minha boca. Com
uma das minhas mãos seguro-o, apertando-o com força, tentando
controlar a vontade insana de gozar.
― Ahh... meu Deus... Liam...
― Brincando sem mim? ― Ouço a voz rouca de Noah e sorrio contra
a boceta da minha mulher.
Sugo seu clitóris, raspando meus dentes em uma mordida leve e
então ela força seu quadril mais para baixo, gritando enquanto seu
corpo treme em cima de mim, se desfazendo por completo, gozando na
minha boca. Tomo tudo o que me da, molhando todo o meu rosto com
seu gozo e me deliciando com o sabor.
Quando me levanto olho para Noah que ainda esta deitado, mas
suas calças estão em seus joelhos, seu pau para fora enquanto ele se
toca, olhando para o rosto corado de Ariela. Ela tem um sorriso
satisfeito no rosto, uma camada fina de suor brilha em seu pescoço
exposto por ela estar com a cabeça deitada no colchão. Seu corpo todo
mole e entregue aos resquícios do orgasmo.
― Achei que não fosse acordar. ― Brinco com meu amigo que ri
baixo.
Ele está concentrado demais para falar algo, tocando seu próprio
membro com uma mão enquanto leva a outra para o pescoço da minha
mulher, tocando-a com carinho e possessividade, puxando-a para cima
e se curvando para alcançar sua boca. Os dois se beijam com fome,
como se estivessem necessitados desse contato.
Me ajeito atrás dela roçando a cabeça do meu pau em sua boceta
molhada, brincando com ela que resmunga abafado na boca do meu
amigo e rebola contra mim, implorando-me para entrar nela e não
continuo nossa tortura, apenas a invado de uma vez, sentindo o aperto
de sua boceta me esmagar.
Um gemido escapa dos meus lábios, me apoio em sua cintura,
segurando-a com força.
Fico parado por alguns momentos, apenas olhando os dois ainda se
beijando enquanto Ari desce a mão para o membro do meu amigo e
assim que ela o toca Noah solta sua boca, jogando a cabeça para trás
com um grunhido quase como se estivesse ferido.
Ariela se ajeita, apoiando-se em um de seus braços e empinando a
bunda ainda mais para mim. O movimento faz com que meu pau se
afunde ainda mais nela, melhorando o ângulo em que estava e nós
dois gememos com o movimento, a safada ainda rebola pedindo por
mais.
― Aí porra, essa boca sua é muito gostosa. ― Noah geme quando
Ari aumenta a sucção em seu pau.
Tiro todo meu pau e volto de uma vez, empurrando-a levemente para
frente, sua boceta contrai, apertando-me ainda mais. Gemo com o
aperto e passo a me movimentar mais rápido, fodendo-a com força.
Me inclino sob ela, deslizando uma de minhas mãos até o seu
cabelo, segurando-o para forçar seu rosto contra o pau de Noah. Sem
parar de meter, mas agora com movimentos mais curtos e mais
profundos, atingindo um ponto que ela geme abafado e eu sinto toda
sua boceta me esmagando.
― Oh... Isso... Isso... ― Ela geme quando puxo sua cabeça,
desafogando-a do membro do meu amigo.
Meus movimentos se tornando ainda mais frenéticos, buscando meu
prazer dentro dela e quando ela rebola em mim, apertando meu pau
dentro dela praticamente urro, sentindo-me chegando no limite.
― Porra... ― Noah reclama.
Ele também segura os cabelos loiros dela e seu membro, levando a
cabeça dela diretamente para ele e geme alto mais uma vez quando
ela o engole todo. Por algum motivo ele acaba soltando os braços para
o lado, parecendo entregue ao prazer que ela esta dando à ele e por
isso passo a comandar os movimentos não só das minhas metidas
furiosas mas também do boquete que ela faz no meu amigo.
Estamos os três gemendo, suando e apreciando um ao outro,
entregues às sensações causadas e os sons que torna tudo ainda mais
intenso.
― Caralho, eu vou gozar. ― Meu amigo murmura e seu corpo se
inclina para frente.
Seguro a cabeça de Ariela, fazendo-a engolir os jatos de sêmen que
meu amigo despeja em sua boca e quando sua boceta pulsa e seu
corpo vibra, sei que ela vai gozar e aumento meus movimentos me
tornando ainda mais implacável. Me abaixo um pouco, mordendo suas
costas e acertando um ponto dentro dela que a leva ao limite, fazendo-
a gozar. Sua boceta piscando e sugando meu pau, como se quisesse
chupar a minha vida por ele.
Puxo sua cabeça para cima e quando ela se vira de lado visualizo o
liquido branco e espesso escorrer pelo seu queixo e ela passar a língua
pelos lábios, alcançando os resquícios do gozo de Noah ali e então me
gozo dentro dela, sem conseguir me conter. Todos os ossos do meu
corpo parecem tremer dentro de mim quando minha visão embaça com
a força que o orgasmo me atinge.
Minhas pernas instáveis me obrigam a me jogar para o lado, caindo
no colchão para não jogar meu peso sob ela. Fecho meus olhos,
esperando minha respiração voltar ao normal. Sinto quando Ari deixa
um beijo no meu peito, sorrio para ela.
― Isso foi...
― Foi. ― Noah e eu dizemos em uníssono.
Ari solta uma risada baixa e quando abro meus olhos, encontro-a
deitada com a cabeça na barriga de Noah, um sorriso satisfeito nos
lábios, suas bochechas coradas e os olhos turvos pelo prazer.
Meu amigo faz carinho nos cabelos dela, com um sorriso leve nos
lábios também, seus olhos concentrados na mulher a sua frente quase
hipnotizados.
― Na próxima me acordem antes. ― O idiota reclama fazendo Ari rir.
― O que foi? Não gostou de ser acordado com um gemido? ―
Pergunta para provoca-lo e deixa um beijo em sua barriga.
Me levanto e vou para o banheiro colocar a banheira para encher.
Não é muito grande, mas o suficiente para nós três.
Volto para o quarto e vejo os dois rindo de algo, Ari está olhando
para ele relaxada, suas pernas dobradas em cima da cama, me
impedindo de ver sua boceta. Contudo ela está completamente linda,
irradiando uma plenitude e felicidade que parece ilumina-la por
completo.
Caminho até a cama, puxando-a pela perna e ela grita assustando-
se e então gargalha quando a puxo para o meu colo.
― Vamos tomar banho, delicia. ― Digo rindo dela quando abraça
meu corpo com suas pernas e braços. ― Vem você também, babaca.
Olho por cima do ombro encontrando Noah sentado na cama,
assistindo nossa interação. Ele abre um sorriso sarcástico e sei que ele
vai falar merda antes mesmo de abrir a boca.
― Ah, só se você encheu a banheiro com sais de banho e deixo tudo
bem romântico. ― Diz, fingindo jogar os cabelos por cima do ombro.
Ari gargalha jogando a cabeça para trás.
― Cala a boca, Noah Evans e venha logo. ― Ela fala entre as
risadas.
Ando com ela até a banheira, sentindo seu corpo roçando no meu
suavemente, despertando-o mais uma vez. Coloco-a no chão e a ajudo
entrar na banheira, um sorriso enorme se espalha em seus lábios e
seus olhos se fecham, deixando-a com uma cara de menina inocente
que me faz sorrir junto com ela.
Me junto a ela, sentando atrás do seu corpo e dobrando minhas
pernas para dar espaço para Noah sentar na nossa frente e dobrar as
pernas como eu.
Ari encosta suas costas no meu peito e estica as pernas, apoiando
os pés no peito de Noah que não perde tempo em pegar um deles e
começar a massagear, arrancando um gemido dela, que atinge direto
no meu pau.
Beijo seu ombro com carinho, jogando seus cabelos para o outro
lado.
― Não faça isso, amor. ― Murmuro e ela ri, mexendo seu quadril
contra mim. ― Torturadora.
Sua cabeça vira para o lado, me olhando por cima do ombro. Estou
tão perto dela que consigo ver perfeitamente as sardas que pingam por
cima do seu nariz e se espalham até suas bochechas salientes. Os
olhos castanhos claros têm um brilho lindo de ternura agora, sem nem
um pingo de luxuria, mesmo que estejamos os três pelados agora. É
possível notar algumas partículas quase amarelas perdidas no
castanho dos olhos e com a longa camada de cílios que os cobre toda
vez que ela pisca.
Eu sou loucamente apaixonado nessa mulher!
Dou um selinho rápido nela, pegando-a de surpresa e ela alarga o
sorriso voltando a se recostar em mim e descansar a cabeça no meu
ombro.
― O que Tiffany queria aquela hora? ― Pergunta para Noah e vejo o
momento em que ele tensiona o corpo só com a menção da outra
mulher.
Ele me olha como se procurasse por ajuda e apenas dou de ombros.
Sei o que ela queria, enquanto Ari conversava com Emmy, Noah me
contou o que conversou com a loira e mesmo que seja uma coisa boa,
ele está se sentindo culpado demais por tê-la trazido e isso o deixa
desconfortável para falar sobre qualquer assunto que a envolva.
― Ela foi embora. ― Ele solta de uma vez e sinto quando Ari solta
uma longa respiração, aliviada.
― Porque?
― Isso importa? ― Pergunto baixo e ela assente.
― Claro que importa.
― Ela só disse que precisava ir e que não queria mais ficar aqui. ―
Noah conta dando de ombros.
― Vocês ficaram muito tempo conversando.
― Eu tinha que me desculpar. Não deveria ter trazido ela aqui e a
envolvido na minha própria confusão. Ela passou seus dias aqui
sozinha simplesmente porque eu estava com medo de estar
justamente aqui, onde estou agora.
Ari assente e então muda de assunto, dando por encerrado a
conversa.
Passamos um bom tempo imersos na banheiro conversando e rindo,
até a água começar a esfriar e então vamos para a ducha e Noah e eu
nos revezamos em esfregar o corpo de Ari, lavando-a com carinho e
cuidado e depois tomamos nossos banhos. Jantamos e passamos o
resto da noite assistindo Friends, enrolados em uma coberta grossa
com a lareira ligada nos aquecendo.
E a cada risada de Ariela sei que tudo o que eu quero para minha
vida está exatamente aqui, nessa sala.
Os dias passaram voando e finalmente chegamos à noite de natal.
Ocupamos nossos dias fazendo a caminhada que Ari tanto queria na
floresta, fizemos fogueira com o pessoal que estava por aqui e fizemos
até amizade com muitos deles descobrindo que eram de várias partes
do mundo e mesmo que eu não tenha tocado em Ariela como queria
senti que nos conectávamos cada dia mais, principalmente quando
assisti os dois transando na noite passada e gozei em minha própria
mão, me sentindo ansioso.
Liam e ela me chamaram para participar, mas preferi esperar, como
ela havia dito, queria provar para ambos que para mim essa relação é
muito mais do que sexo.
Não voltei para o chalé que eu tinha alugado, trouxe minhas coisas
para cá e passei a dormir com eles, mesmo que apertados, a minha
mulher fazia questão de ter nós dois com ela há todo momento.
Hoje passamos o dia presos no chalé porque segundo Ariela
deveríamos fazer nossa própria ceia e como ela trouxe tudo o que
queria fazer imaginei que esse tinha sido seu plano desde o inicio, só
Liam e eu que não sabíamos.
Tomei meu banho e em seguida Liam, deixando Ari por ultimo porque
ela queria se preparar sozinha e agora estamos nós dois sentados no
sofá bebendo nossas cervejas enquanto assistimos um jogo de futebol
que passa na televisão.
― Alexander me enviou um email pedindo uma reunião após o natal.
― Ele confirmou se iria mesmo te contratar para cuidar do divórcio?
― Ele pergunta, sem tirar os olhos da televisão.
― Na verdade não. Quando almocei com ele falei que iria estudar o
caso e ver a melhor forma para o divórcio não chegar ao litigioso. Pode
ser prejudicial à imagem dele.
Realmente, depois da conversa que tive com Alexander Dawson
reuni tudo o que eu consegui sobre o casamento dele e a separação e
estudei a melhor forma de resolver antes que chegue ao litigioso e na
correria para fechar o escritório acabei deixando para conversar com
ele quando voltasse da viagem, mas algo deve ter acontecido porque
ele seu email deixou claro que ele precisava urgentemente me
encontrar.
― Você já leu sobre o caso dele? Pelo que eu soube a mulher o traiu
mais de uma vez e agora está com seu último amante tentando
arrancar o que pode do cara. ― Diz dando um gole em sua cerveja.
― Ele me contou que descobriu mais de um mesmo e que tem
provas de todas e testemunhas, isso o ajudara muito caso o acordo
não dê certo. Mas eu queria mesmo era dar o mínimo possível a ela. O
cara parece muito gente boa.
Ele ri balançando a cabeça quando me olha.
― Qual regime do acordo pré nupcial deles?
Dou uma risada amarga antes de virar o resto da minha cerveja.
― Divisão parcial de bens.
― O advogado que o instruiu é o mesmo que ela teve um caso? ―
Aceno concordando e quando ele me olha com a sobrancelha
arqueada, percebo algo que nem havia passado pela minha cabeça
antes. Ele da um gole em sua cerveja antes de voltar a falar. ― Será
que esse caso dos dois é mais antigo?
― Não havia pensado nisso antes, mas sinceramente, não acho que
seja impossível. Pelo que me falou ele era muito apaixonado por ela e
pode não ter percebido os sinais antes.
― Acho que podemos dar um jeito de investigar isso e confirmar,
mas é uma hipótese que não pode ser descartada. Isso pode ajudar
ainda mais no caso dele se for verdade.
― Conversarei com ele. Amanhã vamos embora, então marco um
almoço com ele no dia seguinte, vou falar sobre isso com ele e ver
como reage.
Liam assente e então voltamos a prestar atenção no jogo.
Mas minha cabeça não está nem um pouco afim de se concentrar na
televisão, apenas em tentar entender como alguém que tinha um
casamento aparentemente perfeito joga tudo para o alto apenas por um
caso. Dawson parecia realmente apaixonado pela mulher, mesmo
agora que ela chifrou ele diversas vezes ainda era possível perceber o
brilho nos olhos do homem quando falava dela e eu nem posso julga-
lo.
Agora que sinto que alguém entrou no meu coração, não consigo
imaginar como será meu futuro sem te-la comigo. É complicado
explicar o sentimento doloroso que aperta o meu coração, mas ao
mesmo tempo me faz sentir livre, mais complicado ainda é explicar
para o próprio coração que não se deve amar aquela pessoa.
Sei disso porque tentei, por muitos dias eu tentei explicar para o
órgão idiota que amar Ariela era algo impossível, fora do nosso
alcance. Não podíamos amar alguém que já tinha alguém à quem
amar, quem protege-la e cuidar dela, ama-la como se deve. Contudo,
Ariela me mostrou que ela pode ter espaço em seu coração para mim.
Me mostrou que para o amor não existe limites ou uma forma certa de
amar, contanto que fosse puro e real, podemos sim nos amar e passar
por cima dos tabus e julgamentos impostos pelas pessoas.
Liam também me ensinou muito nesse pouco tempo. Enquanto olho
para o meu amigo concentrado na televisão percebo que da nossa
forma também podemos respeitar e amar um ao outro, não de forma
romântica, mas sim como parceiros, como dois homens que amam e
que estão dispostos a tudo pela mulher que ama.
Hoje, olhando para a nossa curta história até aqui, entendo todas as
vezes que ele me disse que seu relacionamento era construído a base
de respeito e de amor e que ele não se sentia ameaçado por mim,
porque eu me sinto da mesma forma. Sinto que estamos construindo
uma relação baseada em confiança e no amor em sua forma mais pura
e crua e me sentir assim é surreal demais para encontrar uma palavra
que possa descrever com perfeita exatidão.
― Porque você e Ari nunca se casaram? ― Pergunto de repente,
chamando sua atenção.
Ele me olha com as sobrancelhas franzidas, estranhando minha
curiosidade, mas então um sorriso pequeno se abre em seus lábios.
― Ela não quer casar. ― Da de ombros.
― Toda mulher quer casar, cara. Com vestido de noiva e toda aquela
merda.
É verdade, não me lembro de conhecer nenhuma mulher que não
queira casar com tudo o que tem direito. Mas pensando bem, é
realmente a cara de Ariela ser diferente até nisso.
― Ariela sempre teve outras prioridades em sua vida e se casar
nunca esteve entre elas. Tentei convence-la a nos casarmos uma vez e
ela foi irredutível. Fizemos um contrato de união estável, apenas
porque eu disse a ela que seria uma garantia para qualquer coisa que
pudesse nos acontecer futuramente.
Assinto, digerindo sua fala e de repente a imagem de Ariela vestida
de noiva surge em minha mente, com um vestido enorme de princesa,
andando lentamente direto para Liam e eu enquanto uma melodia toca
ao fundo, o sol invadindo a igreja beija seus cabelos dourados soltos e
é uma das visões mais lindas da minha vida.
― E quando conversaram sobre filhos?
― Na verdade, eu sempre quis e ela sabia disso. Só queria deixar as
coisas irem no tempo dela.
― Ela te controla em tudo. ― Comento rindo e ele ri junto,
balançando a cabeça.
― Com você não é diferente, idiota. Você vai ver que daqui em
diante tudo o que fizer será pensando nela e com ela. ― O idiota bate
seu ombro no meu, rindo. ― Mas respondendo a sua pergunta, ela me
falou no dia em que chegamos aqui que tinha pensado nisso e que
estava pronta.
Fico em silencio por alguns segundo, digerindo a informação e aos
poucos outra imagem se forma em minha mente.
Ariela carregando um bebê, seus olhos brilhando de amor enquanto
sua barriga parece que vai explodir de tão grande e eu e Liam
conversamos com o bebê em seu ventre, brigando por quem será o
preferido mesmo que saibamos que nosso amor por ele seria algo que
não tem espaço para algo assim.
Liam deve entender errado o meu silêncio porque ele suspira.
― Cara, você não precisa se envolver na gravidez, se não quiser.
Podemos dar um jeito de fazer as coisas funcionarem...
― Cala a boca, Liam! ― Bato em sua cabeça, fazendo-o ficar quieto.
― Eu não sabia que queria isso, até realmente querer, sabe? Vi meus
amigos se tornarem pais e apaixonarem e nunca olhei com inveja ou
com desejo para a vida que eles levavam, mas agora que tenho Ariela,
sinto como se tivesse nascido para isso.
Ele ri mais uma vez e ergue a garrafa da cerveja, como se fosse um
brinde e apenas bato a minha na dele, rindo junto.
Eu nunca tinha pensado em me amarrar ou ter uma família, mas
agora eu só consigo pensar em ter isso com Ariela e Liam, por mais
louco que isso possa parecer, para mim parece bem simples na
verdade. E eu tenho certeza que carregando o meu sangue ou o
sangue de Liam, nós dois o amaríamos da mesma forma.
Antes que possamos continuar nossa conversa barulhos de passos
chamam a nossa atenção e viramos em total sincronia em direção às
escadas, vendo Ariela descer como uma deusa perfeita usando um
vestido vermelho soltinho que alcança até o meio de suas coxas
grossas e macias, a parte da frente é completamente coberto, apenas
o desenho dos seios redondos, deixando o decote todo para as costas
nuas. Seus cabelos metade soltos em ondas e a outra metade preso
em uma trança. A maquiagem simples, apenas o batom da mesma cor
do vestido.
― Porra.
― Caralho.
Percebo que ela está andando um pouco estranho, mas pode ser por
estar usando salto alto, por isso prefiro não comentar.
Ela sorri quando finalmente para atrás do sofá, nos olhando com
carinho e tenho certeza que estamos os dois com cara de idiotas
olhando para ela agora. Tenho certeza também que estou babando na
minha camisa vermelho escuro, porque a mulher está tão perfeita que
eu simplesmente não consigo piscar enquanto olho para ela.
É quase doloroso perceber a beleza dela e como ela tem a porra do
meu coração em suas mãos bem feitas.
― Eu... Eu... ― Gaguejo procurando uma palavra para descrever ela
agora.
― Você está deslumbrante, amor. ― Liam elogia.
― Obrigada, amor. ― Ela fala, se curvando para dar um beijo em
sua boca.
Seu rosto se vira para mim o sorriso que ela me da é caloroso e sem
resistir por muito mais tempo seguro em seu pescoço e a puxo para um
beijo faminto, bruto, chupando e lambendo sua língua, devorando-a
com a minha boca e tomando tudo que ela me da.
Um gemido baixo escapa da sua boca diretamente para a minha
quando chupo seu lábio inferior e meus dedos pressionam mais seu
pescoço, mantendo-a cativa em nosso beijo.
Só nos largamos quando precisamos de ar e ela se afasto, limpando
os cantos dos lábios onde o batom borrou e meu sorriso aumenta
quando percebo que ela não consegue limpar tudo.
― Acho que posso entender isso como um elogio também? ―
Pergunta rindo.
― Ah, com certeza, linda. ― Me remexo, arqueando meu quadril
para mostrar minha ereção cutucando minha calça.
Sua língua sai para fora, lambendo os lábios lentamente,
provocativamente e meu pau pulsa, antecipando o momento em que
terei sua língua nele.
― Nem pensar garotão, nós vamos comer toda aquela comida que
fizemos e só depois você poderá apontar essa ereção para mim. ― Diz
sorrindo e então sai andando rebolando a bunda em direção à cozinha.
Liam e eu trocamos olhares rápidos antes de levantar e segui-la,
encontrando-a arrumando as coisas na mesa em perfeita ordem e logo
ela está mandando-nos ajudar com tudo.
O cheiro da comida esta delicioso, fazendo meu estômago roncar e
Ari rir do barulho alto. Apesar de sermos apenas nós três Ari fez
questão de deixar a mesa perfeita, com o arroz a grega, o cordeiro ao
molho que optamos para o lugar do peru com batatas duchesse.
Quatro velas decoram a mesa junto com pequenos vasos de flores
vermelhas e brancas que eu não faço idéia de onde ela arrumou isso.
Assim que nos sentamos com Ari na ponta da mesa e Liam e eu
sentados um de frente para o outro.
Percebo que ela se remexe parecendo desconfortável na cadeira,
mas então começamos a comer e acabo mais uma vez não falando
nada. A conversa é leve, com risadas e brincadeiras como se sempre
estivéssemos feitos isso e a sensação disso enche meu coração de
uma forma inexplicável.
O frio da madrugada castiga nossos corpos, mas há essa altura
nenhum de nós três está realmente incomodado com isso, apenas
continuamos sentados no deck do fundo do chalé, conversando e
bebendo.
Ariela esta deitada no chão, sua cabeça no colo de Liam e seu
vestido apenas cobrindo sua intimidade enquanto ela gargalha
livremente, parecendo tão feliz quanto jamais a vi antes. Meu amigo
também ri e há essa altura eu já não sei mais do que estamos rindo de
tanta besteira que já falamos, apenas continuamos a nos divertir e ter
conversas aleatórias.
Ao fundo da nossa própria conversa é possível ouvir as conversas
das outras pessoas do outro lado.
Quando Ari ergue a perna para apoia-la na hidromassagem minhas
mãos coçam com a vontade de toca-la e não me faço de rogado, estico
meu braço e toco sua panturrilha, dedilhando sua pele macia e pálida
que se arrepia imediatamente com o meu toque.
Meus olhos descem pelo comprimento de sua perna até chegar em
sua cintura onde seu vestido esta todo embolado agora e por estar ao
seu lado não tenho uma visão melhor dela, mas me contento em ver a
pele arrepiada.
― Você é linda pra caralho. ― Murmuro.
― Vocês me falaram isso muitas vezes essa noite. ― Ela diz rindo,
encostando a ponta dos dedos do pé no meu peito.
Liam toca o braço dela e seu sorriso provavelmente reflete o meu,
como dois idiota bobões que babam em sua mulher.
― É porque você é linda, mas hoje você está acima de todas as
expectativas.
Ela olha para cima, encarando o namorado em silencio por alguns
segundos e mesmo sem me olhar seus pés me tocam, cutucando meu
peito como se precisasse me sentir.
― Quando voltarmos isso aqui...
― Nada mudará, amor. ― Liam a corta e olha para mim, como se eu
tivesse que confirmar.
Me ajoelho e me deito na barriga plana de Ari, seus olhos encontram
os meus e eu abro um sorriso apaziguador, tentando acalmar seu
coração.
― Nada mudará, linda. Seremos nós três contra qualquer um que
tiver alguma opinião para dar sobre isso. ― Afirmo e beijo sua barriga.
― Eu não estou indo a lugar nenhum sem vocês dois.
― Quando voltarmos quero ir na minha ginecologista ver sobre a
gravidez, fazer os exames e o que precisar para podermos começar a
tentar. ― Ela fala com cuidado sem deixar de me olhar. ― Você sabe
que não precisa...
― Ari, linda, eu quero, ok? Eu quero você, quero essa relação, quero
o bebê que vier seja ele de Liam ou meu. Quero qualquer coisa que
você me oferecer.
― E Tiffany?
― Não existe Tiffany, linda. Somos apenas nós três. Acho que já é o
suficiente para uma relação né?
Liam da risada, concordando comigo. Mas então seus olhos ficam
sérios novamente quando me encara e antes que ele fale eu já sei que
lá vem sermão.
― Eu não preciso te falar que sempre escolherei ela, não é? ― Olho
para ele, balançando a cabeça. ― Espero não precisar, Noah, espero
muito não precisar fazer essa escolha. Mas se você fizer qualquer
coisa para magoa-la eu vou te dar a surra que eu nunca dei.
― Gostaria de ver você tentar, babaca. ― Retruco, revirando os
olhos, mas sorrio para ele. ― Mas não vai precisar, eu não farei nada
voluntariamente para magoa-la e se fizer prometo que deixo você me
bater.
― Ai, Deus, eu mesma posso te bater caso isso aconteça.
E ela acerta um soco em meu braço apenas para mostrar seu ponto
e Liam segura uma risada, olhando nós dois.
Então Ari ergue os olhos para ele e toca seu rosto com carinho,
acariciando sua barba bem feita.
― E você, sabe que as coisas vão ficar difíceis não sabe?
― Sei, amor e não estou me importando com isso. Tudo o que me
importa é que estaremos felizes e Noah e eu não deixaremos que nada
te afete ou que as pessoas te insultem.
Ela apenas assente e então ficamos em silencio por um tempo,
apenas curtindo o momento de uma decisão mais do que importante
em nossas vidas.
Hoje estamos dando um passo importantíssimo para as nossas
vidas, estamos dando o primeiro passo para o nosso futuro juntos e
mais do que nunca estou sentindo meu coração bater desenfreado,
sentindo que tomei a melhor decisão da minha vida.
Estar com Ariela é tudo o que eu mais quero e mesmo sabendo que
as coisas serão difíceis pela forma como decidimos levar nossas vidas,
estou mais do que pronto para qualquer coisa que vier daqui em diante.
Enquanto eu tiver Ariela e Liam comigo sei que seremos capazes de
qualquer coisa juntos.
E esse natal marca o começo de nossas vidas.
A noite de hoje foi mais do que especial para nós três.
Era o começo da nossa relação, o primeiro passo para um futuro em
que a única certeza que tínhamos era que nós três lutaríamos contra o
mundo se fosse preciso, o primeiro passo para uma relação que aos
olhos do mundo poderia ser promiscua, mas para nós era o amor na
sua mais pura forma.
Minha relação com Ariela sempre foi maravilhosa e agora com Noah
para somar com a gente eu sabia que tudo seria ainda melhor.
Não que eu fosse cego para os julgamentos que viriam, para o
apedrejamento moral que sofreríamos e até nossas carreiras estão em
risco, mas sei que faríamos tudo o que podemos para que isso nos
afetasse o mínimo possível.
Sinto que agora as coisas parecem mais encaixadas, mais certas e é
estranho, porque eu sei que também não deveria deixar isso acontecer
com o meu relacionamento, éramos só eu e ela e agora temos uma
outra pessoa junto com a gente e agora tudo mudaria e daqui há pouco
tempo teríamos uma pequena pessoinha para cuidarmos também e
mesmo sabendo que esse bebê que vamos planejar poderá ser de
Noah, mas pensar nisso não me deixa nada menos do que em êxtase,
porque eu o amarei da mesma forma.
Ariela ainda esta deitada na minha barriga, olhando para o céu em
silencio e Noah olhando para ela, os olhos do meu amigo brilham como
se ele tivesse vendo a jóia mais linda e rara do mundo e isso só me da
mais certeza de que tomamos a decisão certa.
Nosso destino foi interligado na nossa noite de formatura e hoje eles
finalmente se juntaram e é como se tudo o que passamos até aqui nos
levou diretamente à esse momento.
A maluca da nossa mulher se levanta, colocando a cabeça de Noah
no chão com cuidado e vai para dentro em silencio, deixando nós dois
olhando embasbacados para ela. Ouvimos seus saltos batendo nas
escadas e demoramos alguns segundos para nos levantar em pulo,
seguindo atrás dela como dois cachorrinhos bem treinados. Pulo os
degraus de dois em dois alcançando o quarto rapidamente,
encontrando-o vazio e a porta do banheiro fechada.
― Amor, tudo bem aí?
― Tudo ótimo. Fiquem sentadinhos aí na cama. ― Ela grita e mais
uma vez a obedecemos sem pensar duas vezes.
Cada um sentando de um lado da cama, estico minhas pernas no
colchão depois de tirar meus sapatos e abro os primeiros botões da
minha camisa, ficando confortável enquanto espero para ver o que Ari
está aprontando.
― O que ela está fazendo? ― Noah pergunta baixo enquanto fica
confortável também.
― Não faço ideia. ― Digo rindo baixo.
De repente a porta se abre e Ariela sai do banheiro usando uma
lingerie de renda vermelha, o sutiã transparente com desenhos de
flores delicados nos da a visão perfeita dos mamilos eriçados, a
calcinha pequena sendo praticamente engolida pelos grandes lábios de
soa boceta e uma cinta liga fina enroscada em uma fita em suas coxas.
― Porra. ― Noah murmura ao meu lado.
Estou tão absorto na imagem dela que não consigo esboçar
nenhuma reação agora que não seja babar por ela. Meu pau pula
imediatamente dentro da calça apertada e preciso aperta-lo tentando
conter a reação.
Ariela caminha com passos leves até o seu celular colocando uma
musica baixa que eu não consigo entender de imediato, mas então as
batidas sexys de Crazy in Love da Beyoncé alcançam meus ouvidos e
meu cérebro entorpecido processa finalmente sua intenção.
Ela está de costas para nós dois e seu quadril se remexe de um lado
para o outro entrando em acordo com as batidas da musica, seus
braços se erguem e ela se toca, descendo seus dedos pela pele
sedosa com suavidade, uma caricia quase inexistente conforme seu
corpo balança, jogando a bunda redonda de um lado para o outro.
Por estar de costas para nós só conseguimos ver seus braços
descendo, tocando seus seios e então sua barriga plana até que ela vai
descendo e empina a bunda para nós, grunho quando vejo uma pedra
vermelha brilhar entre suas nádegas que ela faz questão de abrir para
nos dar uma melhor visão. O fio da calcinha atrapalha um pouco a
visão, mas ainda sim é delicioso ver aquele plug enfiado no rabo da
minha mulher. Meus dentes rangem com a força que aperto minha
mandíbula.
Meu pau baba com a visão. E enquanto ela dança tenho certeza que
ela está fazendo isso apenas para nos torturar, porque ela se mantem
afastada da cama e a cada movimento nosso ela lança um olhar feio
em nossa direção.
Estamos os dois sentados na beirada da cama agora, minha calça
aberta enquanto aperto meu pau sob a cueca e quando a musica
chega ao fim sinto que estou a ponto de explodir e pelos sons que
Noah faz ele se sente da mesma forma.
― Foda-se ― Digo, pulando para fora.
Jogo o corpo de Ariela contra a parede e ela geme quando me sente
colado atrás dela, seu cheiro entorpecendo meus sentidos que já estão
fracos pelo tesão que está me consumindo.
― Gosta de torturar a gente, amor? ― Pergunto baixo em seu
ouvido, sentindo sua pele se arrepiar.
Minha mão segurando firmemente sua cabeça contra a parede fria,
puxo-a um pouco para o lado me dando melhor acesso ao pescoço
onde passo minha língua, deixando um rastro úmido até sua orelha.
― Aham... ― A safada murmura, esfregando a bunda no meu pau.
― Está ouvindo, Noah? Ela disse que gosta de brincar com a gente.
― Falo alto para o meu amigo.
Não ouço sua resposta, apenas sua respiração tão alta e acelerada
quando a minha e de Ari, meu coração bate desenfreado dentro do
peito bombeando meu sangue quente feito lava nas veias, aquecendo-
me com a mais pura luxuria.
Viro nossos corpos, me encostando na parede e suas costas no meu
peito, dando uma visão para Noah de todo o corpo da nossa mulher.
― Acho que deveríamos brincar com ela também. ― Ele finalmente
responde com um sorriso de lobo mal em seu rosto.
Sorrio contra a pele macia de Ariela e ela se contorce, tentando mais
contato com o meu pau.
― O que acha, amor? Quer brincar?
Ela geme em resposta, pressionando-se contra mim. Minhas mãos
deslizam pela sua barriga subindo até alcançar seus seios que, pode
ser o tesão falando, mas parecem estar maiores agora olhando de
perto. Aperto, rodando o mamilo por cima do sutiã e ela arfa com a
força que aplico.
― Oh... Deus...
Vejo Noah se levantar e vir para a nossa frente, caindo de joelhos
aos seus pés. Por ser bem mais alto que Ariela consigo ver meu amigo
olhando para ela, seus olhos famintos fazendo promessas muito sujas.