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MINHA MENINA MÁ

Autora: Edna Moreno


Gênero: Romance/ Hot
Classificação: 18 anos

Biografia:
Edna Moreno dos Santos, nordestina, filha e mãe da bebê mais
linda do mundo. Escritora por amor a leitura. Autora das séries
Minha Submissa e Uma Vez expostas no Wattpad.

Trecho orelha:
Bianca é uma menina má que sempre está metida nas piores
confusões. Sua postura forte e decidida fez da sua relação com o
pai conturbada, e por temor a ele e amor a sua irmã se vê obrigada
a casar com um dominador árabe que nunca viu na vida. O que ela
não esperava era nessa terra distante de casa encontrar o seu
grande amor... Ela não é a mocinha frágil e indefesa, é a porra da
vilã, e seu amado Dylan Holffman aprenderia da pior maneira que
subjuga- la lhe custaria bem mais que um coração.
Agradecimento:

Obrigada à meus familiares e amigos que me apoiaram. Obrigada


também aos meus seguidores, ao Wattpad que proporciona a
descoberta de tantos autores.

Dedicatória:
À todas vocês que não se contentam com o morno, que não aceitam
menos do que merecem e que precisam falar alto e chamar a
responsabilidade, às donas de seus corpos e seus destinos, às que
não tem seus esforços e sua voz reconhecida, às que lutam
diariamente por um mundo melhor e não aceitam injustiças, às que
por estes motivos são taxadas de malvadas.
À todas meninas más.

Sinopse:
Tudo começa quando sua irmã, Beatrice foge com sua ajuda para
viver seu grande amor. Mas seu ambicioso pai tem um acordo a
cumprir com a família Hoffman e não lhe resta outra opção senão
enviar sua odiada filha mais nova Bianca para cumpri- lo.

O problema é que Bianca não é uma mocinha, é uma vilã, e tem o


dom de se meter nas piores encrencas... desobediente, destemida,
atrevida, Bianca é uma menina muito má e que não se curva a
ninguém...

Dylan apesar de ter uma submissa que ama profundamente e que


moveria terra e céus para não magoa-la, no entanto, é obrigado a
casar com a escolhida do avô. Instruído a ser um dominador desde
cedo, papel que ocupa com prazer já que é fanático por disciplina.

Ela é uma brasileira opiniosa que jamais se submeteria a ninguém,


e Dylan não aceita desatinos...
Ele um árabe lindo, rico, mimado e dominador até o último fio de
cabelo loiro...

Ela não tem escolha e ele não tem outra opção. Para conquista-lo
ela precisa se submeter e ele para conquista-la lhe custará bem
mais que um coração...

Como o amor pode brotar em solo tão infértil?!

PRÓLOGO

(Brasil, Fazenda Berenice- Ceará)

Um mês antes...

Bianca

— COMO VOCÊ OUSA FALAR COMIGO NESSE TOM,

MENINA? — Meu pai grita e sinto todo o meu corpo estremecer,


mas não ficaria calada nem se pudesse, minhas respostas são
automáticas e antes de pensar elas já me escaparam...
— A BEATRICE NÃO PODE SER VENDIDA COMO UM
PARA ODUTO QUE SE COMPARA NO SUPERMERCADO, PAPAI

— Rebato.

— ELA NÃO TEM ESCOLHA! ENQUANTO VIVEREM


SOB MEU TETO E AS MINHAS CUSTAS, AS DUAS IRÃO ME

OBEDECER E FAZEREM O QUE EU MANDAR— Ele devolve


descontrolado, dá as costas e sai deixando a mim e minha pobre
irmã aos prantos na sala...

— Eu não posso casar com este homem, Bia! Eu não

posso! — Ela chora e sinto meu coração apertar a cada lágrima


que cai de seus lindos olhinhos claros...

Meu pai negociou o casamento da minha irmã com o filho de


um amigo seu há anos atrás, desde que nasceu ela estava ‘noiva’
de Dylan Hoffman.

Papai a obrigou a aprender seus costumes, sua língua, até o


modo de se vestir. Ele sempre foi muito detalhista em tudo e a
Beatrice sempre foi sua filha favorita, talvez por ela ser sempre
submissa a ele ou porque não ‘matou minha mãe' como ele alega
que eu fiz...

Eu, ao contrário da Beatrice sempre fui rebelde.

Meu pai sempre diz que sou uma menina má e que meu
comportamento é inaceitável. Eu me importo com o que ele pensa?
Nenhum pouco! Foda-se o que ele pensa!

Eu sempre fui o oposto da minha irmã. Beatrice era uma


perfeita esposa e dona de casa, era culta, elegante, era gentil com
todos e nunca se aventurou a sair da nossa fazenda. Já eu consegui
construir uma pequena escola num terreno perto da fazenda onde
dou aula ao menos três vezes por semana as crianças dos
trabalhadores da redondeza, já que a escola fica há mais de 200
quilômetros de distância, e estes não tem condições de leva- los até
lá, mas isso não é o que mais irrita meu pai e sim o fato de estar
concluindo direito na UFCE.

Sim, meu pai acha que mulher deve ser apenas uma boa
esposa obediente ao marido e nada mais, assim como seu ancestral
árabe que habitou essas terras décadas atrás e construiu um
império hoje comandado por meu pai. A minha formatura será daqui
há dois dias, um dia antes do casamento forçado da minha irmã que
parece desesperada agora...

—Eu... eu não posso fazer isso Bia, me ajuda... pelo amor

de Deus me ajuda! — Ela implora entre soluços e isso me assusta


um pouco.

Oxente!

O que há de errado? Ela sempre foi submissa as vontades do


papai afinal...

— Beatrice você está me assustando. Você sempre aceitou


esse casamento desde que me entendo por gente e agor...— Tento,
mas ela interrompe.

— Eu estou grávida, Bia! Eu estou grávida do Fernando, o


capataz da fazenda e eu amo ele e ele me ama. Aconteceu, eu não
sei como, mas acontec...—

— Não sabe? Pois eu sei bem como isso aconteceu,


Beatrice!— Resmungo ainda incrédula com sua declaração!

—Pare de fazer gracinhas Bianca isso não é hora! Eu amo


ele! E quando o papai e meu futuro marido descobrirem... o papai
vai me matar e ao Fernando também!— Pisco várias vezes tentando
assimilar a informação.

Deus! Ela está certa, não sei quanto mata- la. Será que alguém
sobreviveria ao ser descapelada viva?

Mas o Fernando com certeza meu pai o mataria!

—Deus, Beatrice!... O que faremos agora?— Pergunto


andando de um lado para o outro...

—Não sei!... eu estou desesperada Bia, eu não sei o que


fazer!— Ela chora, paro e a encaro...

—O Fernando sabe que será pai?—

—Não! Ainda não tive coragem de contar para ele! Eu estou


perdida, não sei o que fazer!— Responde timidamente...

— Pois eu sei! Você vai subir e arrumar suas coisas numa


pequena mala, ponha apenas o básico e numa das minhas malas. O
papai com certeza está se embriagando no escritório e só sairá de
lá amanhã, isso nos dará algum tempo... Ande logo Beatrice, me
encontre no jardim, vá pelos fundos e tome cuidado para que
ninguém a veja, se apresse!— Ela assente e sai em disparada para
o quarto.

Vou até a cozinha e dispenso os empregados, menos o Jairo


e Fernando que mando me esperarem no jardim, confiro se papai
está no escritório pelo buraco da fechadura e este está tomando
vinho na boca da garrafa com uma música melancólica como
sempre e uma foto da mamãe nas mãos.

Ok, vamos ao plano!

Vou até o quarto e pego meus documentos, passaporte e o


cartão de uma conta secreta que mantenho algumas economias
para emergência.

Lembram que papai sempre fala que sou uma menina má?

Pois é, isso porque ele não sabe ainda que descobri a senha
do cofre que está atrás de um quadro no seu quarto e que todo mês
retiro uma pequena quantidade de dinheiro do montante que tem lá
dentro há anos, com o que você acha que mantenho a escolinha
dos meus pequenos? Meu pai não nos dá mesada, prefere controlar
nossos consumidos e saber em que gastamos cada centavo ao ter
de pedir a ele...

Vou até o quarto do papai e abro o cofre, ponho bastante


dinheiro numa mochila e no corredor me deparo com minha irmã
com uma pequena mala pequena minha na mão.

—Vamos!— digo já a puxando pelas escadas.


A fazenda que moramos é enorme, se chama Fazenda
Berenice- o nome da minha falecida mãe. É uma das muitas
fazendas do meu pai, esta é de açúcar, mas ele também tem de
gado e milho no Tocantins e Minas Gerais... A casa tem três
andares, 15 quartos, piscina, sala de jogos e uma vista maravilhosa
para o grande rio e para o canavial se estendendo até a divisa com
outros estados...

No jardim encontro Fernando que se surpreende ao ver a Beatrice


com uma mala.

—Vai viajar senhorita Beatrice?— Pergunta confuso e tímido.

—Eu não sei Fernando, na verdade ainda não entendi,


Bianca.— Ela diz constrangida me encarando.

—Fernando, você ama minha irmã?— Pergunto indo direto


ao ponto.

Inicialmente ele se assusta, olha para Jairo que está de olhos


arregalados para mim, mas recebe uma aceno afirmativo da minha
irmã e responde nervoso falando como uma matraca.

— Sim senhorita Bianca! Eu amo sua irmã, olha eu seu que


ela está para ometida a outro e sei que não sou ninguém, mas eu a
amo mais que tudo e juro q...—

O corto —Espero que a ame mesmo e cuide bem dela,


porque se eu sonhar que machucou ela ou o meu sobrinho eu
arranco suas bolas fora e o empalo vivo, está me entendendo?
— Ameaço e ele afirma com a cabeça amedrontado, é eu tenho
esse poder de amedrontar os homens...
—Sim senh...— Ele para e encara a Beatrice —Sobrinho?
Mas que sobrinho?— Pergunta confuso...

—Eu estou grávida Fernando, nós vamos ter um bebê!— Ela


diz emocionada e ele a encara embasbacado...

—Um... um bezerrinho meu?— Pergunta e ela acena


afirmando com a cabeça, ele a abraça emocionado.

—Um bezerrinho nosso Beatrice, eu vou ser pai... meu Deus,


um filhote meu!— Diz com todo aquele sotaque caipira que todos os
presentes tem, até eu...

Fernando é enorme, minha irmã se torna pequenina ao seu


lado. Moreno de cabelos pretos e pele bronzeada por causa do
trabalho árduo, mas o conheço a bastante tempo para saber que
apesar de ter músculos maiores que o incrível Huck é a pessoa
mais dócil do mundo...

—Ok! Já basta! Não podemos perder tempo! — Digo os


afastando e me olham confusos.

—Beatrice leve essa mochila com você e tome muito


cuidado para ninguém notar o que há dentro dela, na rodoviária
você divide o dinheiro entre as duas bolsas e Fernando, você está
com seus documentos?— Ele afirma com a cabeça — Pois bem,
antes de irem para a rodoviária vocês vão até a casa da minha
amiga Lauren em Palmas (TO), o endereço está na memória do
celular clandestino que tem no bolço da mochila—

Ela me interrompe —Isso tudo que tem nessa mochila é


dinheiro?—
—Sim!— Reviro os olhos impaciente...

—Aonde conseguiu tanto dinheiro Bia? E Porque tem um


celular clandestino?— Pergunta desconfiada...

— O dinheiro é do cofre do papai e eu comprei telefone para


dar a senhora Telma que precisava falar com a filha que mora em
São Paulo, mas agora calada irmãzinha, se atenha ao que estou
instruindo... nós não temos a noite inteira!— A repreendo e ela abre
um sorrisinho de desculpas, eu continuo —A Lauren vai ajuda- los a
retirar os passaportes que precisam e ajuda- los a chegarem na
fronteira com a Argentina, lá minha amiga Ana estará esperando por
vocês, Ana vai ajuda-los a se acomodarem e aplicar o dinheiro da
poupança que economizei esses anos por aplicativo. A grana que
está na mochila já dá para começarem uma vida nova... Não se
preocupem que com o papai eu me entendo. O Jairo vai levar vocês
até a rodoviária no carro dele para não levantar suspeitas e no
máximo daqui há três dias estarão na Argentina, tome meus
documentos e peça a Lauren para comparar passagens aéreas para
Nova York, precisamos despistar o papai... Agora vão!—

—Obrigada irmã!— diz Beatrice ao me dar um abraço forte.

—Cuide do meu sobrinho e não me ligue, eu ligarei para


você!— Digo e sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, minha
mana está indo embora mas estará segura e feliz...

—Obrigada cunhada!— Sussurra Fernando ao me abraçar.

—Já sabe, se maltrata- la eu tiro fora suas bolas e arranco


seu coro— Sussurro de volta e ele me solta amedrontado —Cuide
bem dela e do meu sobrinho cunhado!— Digo e ele sorri, pegam as
malas e se vão...

1. Capítulo- Honra.
22 de Janeiro 2015, Dubai/Emirados Árabes Unidos (EAU).

Dylan

O jardim da minha avó estava a cada primavera mais florido.

Rosas e flores de tonalidades fortes em contraste com a


grama verdinha e o céu azul impecável do domingo. Minha avó
nunca gostou de cores amenas, na verdade ela nunca gostou de
nada ameno, 'quanto mais forte, melhor' ela diz... Acho que somos
parecidos em tudo, principalmente nisso!

Como sempre, aos domingos almoçamos em família, apesar


de sempre terminar em confusão nunca faltei a nenhum, não por
vontade própria, claro! Aquela era uma exigência precisa do meu
avô. Não me atrevo a desobedecer minha avó e muito menos meu
avô, por respeito e principalmente por não querer decepcioná-los.

Sento a enorme mesa de jantar da vovó e vejo que todos já


estão aqui, meu pai Ali, minha madrasta Sheila, minha avó
Samantha e meu avô Salim...

— Bem, eu queria comunicar a vocês que eu liguei hoje para


o Tom e finalmente marcamos a data do casamento do Dylan com
sua filha mais nova, a Bianca — Anuncia meu avô.
Porra!

Eu temia que esse dia chegaria, sabia que eles iam dar um
jeito de refazer o acordo, mas não pensei que fosse tão rápido...

— Como? Ainda insiste com isso papai? — Meu pai estava


indignado.

— Palavra é uma coisa que se dá apenas uma vez, meu

filho! É a honra da família que está em jogo! — Vovô responde


ríspido.

— Isso era no século passado sogrinho, hoje ninguém

casa pelo cabresto. — Bufa Sheila.

— Deve ser por isso que o mundo está essa bagunça,


nora! Meu filho casou com você contra a minha vontade e de sua
mãe, está deserdado por este motivo. Deseja o mesmo para seu

filho Ali?! — Desdenha meu avô e meu pai baixa a cabeça...

— Esqueceu de perguntar a mim se quero casar com uma


desconhecida para honrar a ‘sua’ palavra vovô! — Digo raivoso.

— Não perguntei, meu querido neto, porque já sei qual a


resposta, você não tem escolha. Eu dei minha palavra ao Tom e é
graças à nosso acordo que conseguimos reerguer nossa empresa e
sermos uma das famílias mais ricas do mundo, portanto você
honrará o compara omisso que seu avô fez em nome da nossa

família com ele e ponto final! —Esbravejou.

— Pois então se você fez o compara omisso, acho que


você deveria cumpri- lo e casar- se com a garota. A outra eu ainda
tinha ao menos uma foto, mas a irmã dela eu nunca vi. Além disso

eu amo a Rachel e é com ela que irei casar! —Tentei ser firme.
Meu avô me olhou friamente.

— Nunca te impedi de casar com Rachel, sabe que pode


ter quantas esposas puder sustentar, Dylan, e dada nossa fortuna
pode montar um harém. Mas sua primeira esposa será a filha do
Tom. O casamento será no Brasil daqui há uma semana, e casará
segundo a tradição da família dela, assim como também da nossa,
claro! E isso já está decidido! Mande Abu preparar o jato, iremos um
dia antes. Não podemos abandonar os negócios por uma semana
inteira.

— Como pode obrigar nosso neto a casar sem amor,

Salim? Isso não é just...! — Minha avó Samantha tentou, mas o


tom do meu avô foi cortante...

— Chega! — Gritou socando a mesa fina que vovó havia


comparado durante uma de suas visitas ao Egito.
Eu conhecia aquele tom, o casamento estava decidido.

Meu avô apontou para minha avó esbravejando a todos

pulmões — Seu neto vai casar e honrar o nome da família e ponto


final, Samantha! Quem não gostar da minha decisão pode dar meia
volta e sair, mas eu garanto que esse caminho não terá volta!

— Então é isso? Toma suas decisões em benefício próprio


à custa da felicidade dos outros?! Está parecido cada dia mais com

nossos pais Salim, e quer saber do que mais? FODA- SE! — Esta
é a minha avó rebatendo...

Sim! Minha avó tem um vocabulário chulo, na verdade


mandar se foder é o menor palavrão que ela fala quando está
irritada. Minha avó não foi criada nos costumes, ela era uma
ocidental que foi obrigada a largar seus estudos e carreira para
casar com o meu pai assim como os tios dela e os pais do meu avô
instruíram, na verdade os obrigaram.

Ela sai da sala deixando meu avô sem reação, como


sempre...

É difícil entender a situação por este ângulo, como poderia


explicar a vocês?

Bem...

Depois que casaram, meus avós foram morar em outro país


porque meu avô se apaixonou perdidamente e ela não conseguir se
adaptar aos costumes aqui no Oriente. Nós morávamos nos EUA
quando minha mãe, a primeira esposa do meu pai, engravidou de
mim e faleceu quando eu vim ao mundo. Logo depois papai casou-
se com a Sheila, sua secretária, e tudo na família mudou, meu pai
foi deserdado, e eu fui criado por meus avós.

Minha madrasta não era um doce, mas se era uma briga


contra meu avô estávamos do mesmo lado, ela faz de tudo para
contraria-lo, até mesmo me defender...

Pensei que a vovó conseguiria fazê-lo desistir da ideia desse


casamento ridículo, mas nem ela conseguiu.

Quando minha mãe estava grávida de mim, meu avô


juntamente com Tom, um amigo seu brasileiro, negociaram meu
casamento com a sua primogênita. Ele ajudou a empresa da família
financeiramente quando meu avô estava praticamente falido, isto foi
há 30 anos. A primogênita de Tom chegou 7 anos depois de mim.
Mês passado, alguns dias antes do casamento, Tom ligou dizendo
que a garota fugiu de casa, claro que fiquei aliviado e a Rachel,
minha namorada, mais ainda...

Mas agora a situação agravou ainda mais, porque se antes


eu achava minha noiva desconhecida por só conhecer uma foto sua
de quando tinha apenas 13 anos de idade, agora sua irmã nunca vi,
nem por foto.

Meu avô quer me obrigar a casar com uma pirralha, o pior


ainda não é isso, minha religião permite casamentos com mulheres
(ou crianças) bem mais novas que ela, o problema é que estou
completamente apaixonado pela Rachel, uma americana arquiteta
que trabalha na minha empresa. A única exigência para minha
amada aceitar ser minha esposa é ser a 'única esposa', não tiro
suas razões, pois sua cultura é completamente diferente da minha.
Rachel foi a única submissa que tive em toda minha vida que me
tirou o chão e que me leva ao sétimo céu de prazer.

Eu não posso casar com essa garota e perder o grande amor da


minha vida!

— Eu não entendo como você pode preferir o bem-estar


de meras formalidades ao invés da felicidade do seu próprio neto,

papai! — Meu pai tentou intervir.

— Eu não vou casar com essa menina vovô! —Fui


firme.

— Eu já tomei minha decisão e você irá cumpri-la Dylan!


Dei asas demais para sua mãe ao escolher nome americano para
você, a sua avó por criar você e seu pai com costumes estrangeiros,
olhe no que deu com seu pai! Não vou cometer o mesmo erro com
você! Vai casar com Bianca próxima semana e se ousar me
desacatar será deserdado, assim como seu pai e a linhagem
Hoffman morrerá comigo, assim como todo o nosso patrimônio e
nossa honra!

Como sempre, nos encaramos como dois inimigos, onde eu


com um tempo aprendi a me manter firme, mas nunca consegui
ganhar do seu olhar penetrante, ninguém nunca ganha.

Devem estar pensando como um dominador não consegue


vencer um simples concurso de encarada e a resposta é simples:

Uma coisa é dominar uma mulher e outra completamente


diferente é dobrar meu avô.

Tradicionalmente os homens da nossa família são


dominadores natos, mas com um tempo meu avô afrouxou com
minha avó (o grande amor da sua vida), papai era dominador com a
mamãe, mas depois que ela morreu não conseguiu se manter na
linha, apesar de nossa palavra ser lei, a palavra dos
homens Hoffman é mais que lei, é honra...

Quando finalmente eu desvio o olhar a sala se mantém em


silêncio e começamos a almoçar em silêncio sem encarar uns aos
outros, como sempre depois de uma discussão rotineira da família.

Agora a pergunta é: Como malditamente irei contar a minha


amada que vou casar próxima semana com uma brasileira que nem
conheço?

Uma coisa é fato: Nunca vi essa garota na vida, mas já a odeio


profundamente.

Bianca

Como era de se esperar, meu pai pirou quando descobriu a


fuga da minha irmã e como sempre abateu tudo em mim, era
sempre assim quando Beatrice ou eu fazíamos algo errado,
descontava apenas em mim e me surrava até cansar, dessa vez
resultou num braço quebrado e vários machucados pelo corpo.
Apesar de tudo, me alegro ao saber que minha irmã, Fernando e
meu sobrinho estão felizes e longe das garras do meu pai.

Não consegui ir na minha formatura porque estava quebrada


da surra que meu pai me deu por 'desafia- lo’, como ele falou. No
fundo sei que ele sabe que foi tudo graças a mim de Beatrice estar
longe, o casamento foi adiado e o acordo do casamento já era... ou
assim eu pensava até agora...

—Eu estava te procurando menina Bianca!— Diz Jairo me


assustando enquanto eu estava sentada embaixo da minha árvore
preferida no quintal de casa com os pés dentro do lago...

—Que medo Jairo! Quer me matar, homem?!— Digo com


uma mão no peito.

Jairo é um bom homem baixinho e gordinho, ele tem cinco


filhos pequenos e o menor ainda é um bebê, o conheço desde que
me entendo por gente, sempre posso contar com ele para tudo,
claro, escondido do papai, senão seria capaz de despedir o
coitadinho...

—Menina Bia agora lascou tudo! — Ele fala parecendo aflito.

—O que aconteceu Jairo? Está me deixando assustada!


— Digo já me pondo de pé.

—Seu pai menina, ele descobriu que fui eu quem levou sua
irmã e Fernando para rodoviária e eu não sei do que ele é capaz!
— Realmente agora lascou tudo!
—Porra! Fodeu! Agora estamos perdidos de vez!— Digo mais
aflita do que ele.

Conhecendo meu pai ele mandaria tocar fogo na casinha e


pequena plantação do Jairo, depois quebraria as pernas dele, mas
não sem antes torturar sua família inteira! Sim meu pai é um
carrasco! Não seria a primeira vez que ele faria algo para machucar
alguém...

— E agora menina? O que será de mim? — Pergunta com os


olhos lacrimejando.

—Eu vou dar um jeito nessa merda, Jairo! Mas agora vá para
casa, leve meu carro e pegue seus filhos e o que der, vá para casa
do Armindo, diga- lhe que eu pedi que o esconde- los lá e não saia
de lá até eu mandar te buscar... Vá logo homem ande!— Ele dá a
volta e sai apressado.

A casa do Armindo era outra fazenda, Armindo era um amigo,


filho rico de um fazendeiro que faz fronteira com a fazenda do papai
e eu ganharia tempo até conseguir acalmar a fera ou como sempre
chamar sua atenção para mim... não vou permitir que encoste um
dedo no Jairo ou sua família...

Encontro meu pai dando ordens ao Pedro no escritório, outro


capataz da fazenda.

— Quero que bote fogo naquele barraco e depois segure o


homem e sua família lá, vou resolver uns problemas aqui e já chego
para dar um bom corretivo naquele traidor! — Ele esbraveja.
— Está enganado papai, não foi o Jairo que levou a Beatrice
ao aeroporto, fui eu! — Afirmo adentrando no recinto...

Como pedi a Lauren para comparar passagens aéreas para


despistar meu pai ele pensa que Beatrice fugiu para New York
(EUA), o plano deu certo...

Eles param de conversar e me encaram, meu pai com mais


fúria do que antes devo salientar.

— Está tentando desviar meu foco, mas não vai conseguir


dessa vez.... Não tinha como você dirigir tão rápido daqui a capital e
chegar a tempo de me dar a notícia da fuga de sua irmã pela tarde!

Naquele dia eu sai bem cedo de casa para disfarçar e ele


achar que tínhamos saído para o vilarejo vizinho, o que evitou as
buscas por minha irmã em 1 dia...

— Da mesma forma que seria impossível eu descobrir que a


senha do cofre que esconde atrás daquele quadro no seu quarto é
9965302? — O provoco sorrindo travessa, e sei que agora me ferrei
de vez, ele prprovavelmente vai me matar já que eu não
sobreviveria a outra surra...

Ele vem até mim com a velocidade da luz e aperta minha


garganta com força —Eu deveria te matar! Você é a menina mais
má que conheço no mundo! Matou sua mãe e agora me fez perder a
minha filha que eu tanto amava!— Apesar de estar sendo sufocada
sorrio, não daria esse gostinho a ele de me ver chorar com suas
palavras duras de desprezo...
— Senhor, vai matar ela!— Diz Pedro agoniado atrás dele,
mas não se atreve a se aproximar- ninguém era capaz de desafia-lo,
apenas eu, e todos sabiam disso- eles sabem do que meu pai é
capaz...

A vista começa a ficar turva quando ele me solta me jogando


no chão.

—Não vou mata-la porque infelizmente só me restou esta


miséria no Mundo, Pedro! E eu tenho planos para essa infeliz! —

Caio no chão tossindo e Pedro me ajuda a levantar, mas a


maneira como falou 'planos' me deu calafrios.

—Que.… que planos são esses?!— Pergunto quando


consigo respirar de novo.

Ele sorri abertamente para mim.

—Vai se casar daqui há uma semana com o ex noivo da sua


irmã! — Responde sorrindo...

Primeiramente fico sem reação, mas depois começo a rir.

—Muito engraçado... eu não vou casar com nenhum idiota


por causa de um pacto que fez com outra família no século passado
papai, nem em sonho! — O desafio ainda rindo, mas o sorriso que
ele abre para mim faz o meu riso morrer e minha espinha gelar...

—Ah, mas vai casar com ele sim, criança. Apesar de achar
que Dylan merecia coisa melhor que uma peste como você, não
tenho outra opção. Terá que se contentar, afinal, deserdei sua irmã e
retirei seu nome da linhagem Pari Gonçalves o que a torna minha
primogênita Bianca. Portanto terá que casar e honrar a palavra que
dei a Salim, vai casar com Dylan! — Ele diz.

—NUNCA! Está me ouvindo?! Nun- ca, e se me obrigar a


subir no altar vai ouvir o sonoro NÃO na hora do sim— Despejo.

Ele ri alto o que faz meu corpo estremecer de medo, mas não
vou baixar a guarda, não caso nem morta!

—Vai casar sim, ou então eu mando matar o Jairo e sua


família inteira depois que atear fogo naquela sua escolinha ridícula
com todos aqueles mortos de fome dentro!— Ele esbraveja se
aproximando em mim de novo, meus olhos estão arregalados de
medo assim como os de Pedro que está petrificado ao meu
lado... — Quando você casar, vou ser o acionista majoritário
daquela empresa, você será dona de 10% dela. Nós dois teremos
um montante de 45% e os Hoffman tem apenas 35% assim como eu
tenho agora, como vê, preciso daquelas ações custe o que custar,
então pense muito bem na hora do sim, menina má. Afinal o que
são duas dúzias de corpos pestilentos de pobretões em meio a
presidência da maior empresa têxtil do mundo?!— Após seu
ameaçador discurso sai da sala me deixando de pernas bambas e
mãos trêmulas...

—Ele vai matar eles menina Bia, ele é capaz de cumprir o


que diz! — Pedro sussurra...

—Eu sei Pedro!... Eu sei !— murmuro com a voz falhada...

Merda! Eu vou ter que casar com um total desconhecido,


prprovavelmente da laia do meu pai, visto que minha irmã foi
treinada a vida inteira para ser uma perfeita submissa...

Definitivamente estou ferrada!...

2. Capítulo- Revelação
Dylan

Chego em casa à noite bastante cansado e estressado do


trabalho. Algumas coisas não saíram como eu queria, e saber que
casarei daqui há uns dias com uma estranha não melhorou meu
humor... Para completar, ainda não consegui dar a notícia a Rachel.

Que Alah me para oteja!

Conheci Rachel há dois anos quando meu avô a contratou


para construir a nova sede da empresa no centro de Dubai, me
interessei por ela assim que pus meus olhos no seu lindo corpo. Até
então só tive mulheres por uma noite ou no clube seleto que
dominadores como eu frequentamos. Desde pequeno meu avô
instruiu minha educação como um dominador—é como se fosse
uma tradição familiar- Mas o mundo árabe em si em relação ao
âmbito feminino é muito restrito, e algumas práticas DS
(Dominação/Submissão) são mais comuns do que se pensa.

Em resumo nossas mulheres são ensinadas desde cedo


como serem boas mulheres e agradarem seus esposos, em outras
palavras como ser uma boa submissa e foi assim desde sempre.

Rachel apesar de ter sido criada em outra cultura rodeada de


ideais e outros costumes foi até hoje minha melhor submissa. Posso
afirmar que domino cada passo que ela dá, desde o que usar, como
se portar até nossa prática sexual, e tenho que enfatizar que ela é
perfeita! O único empecilho é seu ciúme excessivo.

Ela não aceita me dividir com mais ninguém, e desde que nos
conhecemos realizo seus caprichos, mas agora não tenho outra
opção a não ser acatar o que meu avô ordena por dois motivos:

O primeiro é que se eu cumprir o acordo serei o dono


maioritário da empresa já que obrigaria minha digníssima esposa a
passar suas ações para mim, assim eu poderia finalmente romper
essa merda de aliança com Tom Pari. Meu pai está deserdado,
portanto, não tem poder nenhum sobre os bens da família e eu seria
o único herdeiro. Isso significa simplesmente que eu seria o homem
mais rico do mundo árabe visto que a multinacional têxtil da minha
família hoje é a maior do mundo...

Segundo, porque enfim eu definitivamente seria livre para


tomar toda e qualquer decisão sem precisar da permissão e do
controle do meu avô —coisa que sonho desde muito tempo-
portanto terei que aceitar este casamento, não apenas por
convenção ou por honra da família, mas por algo que eu ambiciono
mais que tudo isso: poder.

Sendo assim, minha submissa terá que entender de uma


forma ou de outra...

Abro a porta do meu apartamento que fica próximo a


empresa e antes de fecha-la sinto a atmosfera do apartamento
mudar. Não preciso virar para saber que ela está nua e sobre os
joelhos ansiosa e à minha espera...
—Sabe, não lembro de te- la autorizado a me esperar
Rachel! — Murmuro compassadamente.

Fecho a porta, retido meu paletó devagar sem olha-la... A


conheço o suficiente para saber que está molhada em antecipação.

—Não mereço um pedido de desculpas pelo inconveniente


de te- la nua, prostrada aos meus pés na sala da minha casa,
mesmo sem ter te convidado a isso? — Pergunto me aproximando
calmamente.

Ela continua de cabeça baixa como eu a ensinara.

Sua submissão é tão sublime que faz meu pau se contorcer


de desejo.

Agacho atrás de seu pequeno corpo pálido e sussurro

—Responda-me Rachel! —

Vejo-a por inteiro se arrepiar e a ouço gaguejar.

—N-não pensei que estaria sendo inconveniente m-mestre!


—Claro que não pensou! Não acha que eu deveria puni- la


por sua ousadia, querida? — Pergunto levantando e ficando a sua
frente.

—Sim mestre! — Ela responde.

Abro um enorme sorriso.

—Olhe para mim Rachel! —


Ela me fita com seus longos cílios e olhos azuis. Seu cabelo
loiro é num tom dourado bem claro e seu rosto pequeno bem
emoldurado, boca esculpida e suas bochechas sempre ficam num
tom rosado quando excitada...

—Jantou antes de vir? —

—Sim mestre! — Ela diz me olhando atentamente.

—Que pena! — Lamento já abrindo o zíper da minha calça


trazendo meu pau inteiro para fora —Porque terei que te alimentar
outra vez! —

Rachel me olha desejosa e lambe os lábios encarando meu


pau ereto.

—Engula por completo, e quando eu não puder mais irá


beber toda minha porra, entendeu Rachel? — Ordeno.

Ela acena afirmando com a cabeça —Como quiser mestre! —

Me aproximo e seguro seus cabelos firmemente com as duas


mãos, ela abre sua boca rosada engolindo meu pau por inteiro,
enfiando- o até a garganta,

Alah! Sua boca é divina!

—Ohhh! Assim, engole tudo! — Gemi.

Deixo escapar grunhidos de satisfação e logo depois estoco


repetidas vezes meu pau em sua boca a fazendo engasgar. O
prazer que sinto é inebriante e quando já não aguento mais derramo
tudo na sua boca, e esta, por sua vez engole até a última gota.
—Que bom que veio amor, preciso te contar uma coisa
— Murmuro logo que meu fôlego ressurge.

Saio da sua boca e guardo meu pau de volta nas minhas


calças.

—Sim mestre! — Ela diz manhosa com um sorriso satisfeita.

Ok! Se é para contar que seja de uma vez...

—Me casarei daqui há uma semana, seis dias para ser mais
exato! — Solto num fôlego só.

Rachel rapidamente levanta e me encara enfurecida.

—Mas você falou que o casamento tinha sido desfeito, me


assegurou que casaríamos em breve!—

Explico pacientemente.

—Sim, o casamento havia sido desfeito, tendo em vista que


a primogênita de Tom Pari desapareceu Deus sabe para onde. Mas
infelizmente o homem é astuto o suficiente para deserdar a primeira
filha e tornar a mais nova sua primogênita, e sendo assim o pacto
terá que ser cumprido 'uma vez que tiver uma filha primogênita' para
me oferecer. Meu avô me informou que daqui há seis dias
viajaremos ao Brasil e quando voltarmos terei que traze- la comigo.

—Mas... mas... e eu?... Eu não aceito isso Dylan! Eu não


aceito te dividir com outra e muito menos ser a segunda esposa ou
sua amante. Você prometeu casar comigo! — Diz alterada.
Suspiro cansado me controlando para não soltar os leões.

Um bom dominador nunca perde o controle...

—Nada me impede de casar com você Rachel e


providenciarei isso assim por meus pés de volta em Dubai. Mas há
muito em jogo nesse casamento e eu não posso virar as costas para
isso simplesmente para acatar seus caprichos!— Sento no sofá
enquanto tento dialogar enquanto ela anda de um lado para o outro
descontrolada...

— Porque não coloca os pingos nos ís Dylan? Porque não diz


de uma vez que não recusa esse maldito casamento? Porque não
me ama o suficiente para mandar tudo para os ares?!— Esbraveja
com as mãos na cintura parando na minha frente.

Alah!

—CHEGA! — Grito perdendo as estribeiras e ela me olha


amedrontada —Eu vou me casar daqui há seis dias você aceitando
isso ou não e ponto final—

Levanto e continuo apontando para ela.

—O que você está pensando hã? Que eu queria casar com


uma desconhecida? Que está sendo fácil para mim acatar a vontade
do meu avô? Pois não está! E a única maneira dele parar de me
usar como marionete é casando com essa maldita garota e
assumindo de vez a presidência da empresa.

Vou até o frigobar e me sirvo uma dose de uísque enquanto


ela me olha ainda com ares de desapara ovação.
—Já te falei que te amo e que casarei com você e cumprirei
minha palavra, que importa se será a primeira ou segunda esposa?
O importante é que poderá ser a única se assim o quiser, mas
primeiro eu preciso cumprir esse acordo dos infernos e é o que farei,
e se você não estiver disposta a aceitar isso então pode dar meia
volta e sair da minha frente! — Digo cansado da milésima discussão
sobre esse dito assunto enquanto sirvo outra dose.

A vejo vestir a roupa rapidamente.

—Você já fez a sua escolha Dylan, e agora eu estou fazendo


a minha! — Apanha a bolsa e sai batendo a porta com força.

Sabia que ia ser assim, sabia que ela não entenderia e que
poria contra a parede para eu desistir do casamento, mas eu não
posso e eu não vou ceder!

Agora estou por um fio de perder a mulher que amo por


causa de um casamento de merda com uma menina—com a porra
de uma menina- que nem conheço...

Jogo o copo com força que se estilhaça em vários pedaços


na porta.

—Menina desgraçada! Se eu perder a Rachel por sua culpa eu


juro que irá me pagar... e bem caro! — Digo entre os dentes.

************

Cinco dias depois minha família viajou para o Brasil afim


acertarem os últimos detalhes do casamento enquanto eu ainda
tenho duas reuniões importantes e embarco só amanhã.
Prprovavelmente conhecerei minha noiva horas antes do
casamento.

Rachel não voltou a falar comigo.

Ela não atende minhas ligações e me evita a todo custo. Hoje


terei uma reunião com a empreiteira e consequentemente ela terá
de estar presente para instruções das novas repartições da fábrica
matriz que precisa ser expandida.

Chego a reunião e todos já estão presentes.

Zayn, meu melhor amigo e dono da maior empreiteira, além


de herdeiro do melhor escritório de arquitetura dos Emirados
Árabes- também é um dos integrantes do clube 'Dominion' no qual
eu frequentava antes de conhecer a Rachel- Estão também o
representante do setor de criação da minha empresa e o do setor de
finanças, Rachel e um rapaz que eu não conheço que está sentado
ao seu lado.

Sento na cabeceira da mesa e cumprimento a todos.

—Boa tarde a todos e... toda!— Digo fitando Rachel.

Esta responde acompanhando o coro um uníssono 'boa


tarde'. Começamos a reunião, e durante esta descubro que o rapaz
desconhecido é o que está encarregado do para ojeto juntamente
com ela, ou seja, irão trabalhar juntos. Confesso que isso não me
despertou nenhum ciúme...

Um homem firme de suas convicções sabe que deve confiar


no seu taco...
—Ah! Quase esqueci. Hoje à noite organizei uma festinha
para comemorar sua despedida de solteiro, amigo...Será apenas
uma pequena comemoração e estão todos convidados! Claro que
como não vamos poder ir ao casamento no Brasil ficamos felizes em
saber que você dará uma festa para apresentar sua noiva assim que
chegar aqui— Zayn murmura ao darmos a reunião por encerrada.

Olho desconfortável para Rachel que me abre um sorriso frio


e fala indiferente —Infelizmente eu já tenho compara omisso com o
Carlton, mas desde já parabéns, senhor Holffman!—

Sua frieza me desarmou um pouco, no entanto se ela acha


que cairei no seu joguinho de ciúmes está bem enganada! Não vou
mais correr atrás dela e muito menos rastejar sua compreensão, se
me quiser já sabe as condições...

Pensando bem uma noite com os amigos poderia me trazer


algum alívio...

Zayn me olha interrogativamente por saber do nosso caso...

—Obrigada senhorita Rachel. Bem, então a noite nos vemos


Zayn!—Murmuro e saio da sala rapidamente.

Ainda tenho outra reunião antes da festa e amanhã bem cedo


embarcarei para o Brasil.

Na cobertura de Zayn o que era uma pequena comemoração


ligeiramente se transformou numa enorme festa com bebida a
vontade, velhos amigos e muitas mulheres. Depois de muitas doses
e alguns discursos embriagados dos meus amigos vejo alguém
muito conhecida adentar o local e passar horas me esgueirando
escorada a uma parede.

Rachel.

Não me apara oximei!

Ela que se foi, então é ela quem deve dar o primeiro passo!

Depois de conversar com algumas pessoas a vejo sair e noto


que está se despedindo...

Ela vai embora?

Ok! Eu darei o maldito primeiro passo...

Me apresso em segui- la até a garagem e a puxo em meus


braços a pegando de surpresa.

A prensei contra um carro —Não vai se despedir do noivo?


— Pergunto beijando seu pescoço.

—Me solta Dylan! — Ela pede.

—E se eu não quiser soltar? O que vai fazer?!— Pergunto


levantando uma perna sua para me encaixar direito entre suas elas.

—EU FALEI PARA ME SOLTAR DYLAN! — Grita me


empurrando.

Me afasto a conta gosto.

—Droga Rachel! Você veio até aqui por mim, sabe disso!
Não vou ficar de joguinhos de gato e rato com você! — Digo irritado
com seu comportamento.
Porra! Isso já esgotou minha paciência e apesar de ser calmo
o álcool já me alterou o suficiente.

—Você não vai me ter mais Dylan! Não se casar com essa
mulher! — Ela se apara oxima de mim murmurando —Eu vim até
aqui para te pedir pela última vez para jogar tudo isso para o alto,
amor. Nós podemos ser felizes! Casa comigo, deixa essa maldita
para lá e fica comigo! — . Pede acariciando meu rosto com olhos
marejados.

—Não Rachel! Eu já tomei uma decisão e se você me quiser


será assim! — Afirmo.

Não vou ser conivente com suas vontades.

Eu que sou o dominador da porra toda e não ela!

— Então adeus Dylan! — Diz brava entrando no seu carro e


sai cantando pneu.

— Droga! — Rosno.

Após mais algumas doses de uísque dirijo até meu


apartamento onde desabo no sofá mesmo e só acordo com o
barulho do despertador me avisando que vou me atrasar para o voo.

Não vai dar tempo tomar um banho, então apenas escovo os


dentes e molho o rosto, pego minha mala e saio correndo até meu
carro. No aeroporto o comandante já me aguardava há quase duas
horas.

Merda!
Há duas horas meu despertador tocava e eu não escutei?!

Mas que merda Zayn colocou na minha bebida ontem?!

Meu avô vai me matar e se antes eu não tinha muito tempo


para conhecer minha noiva antes do casório, agora tampouco.

No momento em que desembarco do jatinho particular 17


horas depois em algum lugar no fim do mundo, me deparo com meu
pai aflito já arrumado para o casório.

—Está atrasado! — Ele murmura.

Entro no carro a minha frente.

— Agora me diga algo que eu já saiba! — Resmungo.

A viajem foi uma eternidade, mais de duas horas para ser


mais exato.

O calor é insuportável e o sol já está perto de se pôr quando


chegamos numa belíssima fazenda de aparência elegante.

Vejo uma enorme tenda montada no jardim, várias pessoas já


estão sentadas, inclusive reconheço meus avós e com certeza
aquele velho sentado sorridente sentado ao lado do meu avô deve
ser meu futuro sogro, o Tom.

—Você tem dois minutos para trocar esse terno! — Meu pai
murmura.

Desço e o acompanho até um quarto onde tomo um banho


rápido e visto um smoking que já me aguardava em cima de uma
cama, depois praticamente corro até o local onde será a cerimônia.
Muitos desconhecidos me cumprimentam, inclusive Tom que
me abraça como se eu o conhecesse a vida toda.

—Meu genro! Seja bem-vindo! — Tom murmura sorrindo


depois de me soltar de um forte abraço de urso.

—Obrigado! — Murmuro sério.

Meu avô se apara oxima e sussurra —Está atrasado! —

—Tive um pequeno contratempo! — Resmungo.

—A contar pelo cheiro de álcool ainda impregnado em você


imagino quais contratempos sofreu! — Ele rebate.

—Ah não enche vovô! — Tomo meu posto no pequeno palco


quando ouço a marcha nupcial.

Me surpreendo ao ver entrar alguém coberta por um vestido


justo que emolda todas as belíssimas curvas de um corpo
escultural, cabelos negros lisos até a cintura, seu vestido é branco e
simples com detalhes de renda em alguns lugares. Porém, o que
mais me chama atenção são um par de seios grandes que parecem
perfeitos e um véu que cobre todo seu rosto sendo difícil identificar
seus traços.

Seguro minha ansiedade de retirar aquele véu e revelar sua


face...

Realizamos o casamento civil celebrado por um juiz de paz e


depois o casamento católico —onde simplesmente não tive tempo
de beijar a noiva e retirar aquele véu ridículo- porque por fim ainda
tivemos a cerimônia árabe.
Depois do casamento, muitas pessoas nos cercaram para
nos parabenizar e começou uma festa... Foi um tumulto dos
infernos até que somos chamados para a dança dos noivos.

Assim que piso no salão impara ovisado no jardim daquela


enorme mansão noto que minha queridíssima esposa está nervosa!
Sua respiração está alterada e ela engole seco, me apara oximo
devagar enquanto toca uma música romântica, todos a nossa volta
estão nos admirando... Até agora não escutei uma única palavra
dirigida a mim por ela, ouvi apenas singelos 'sins' e para onto!

Ela põe suas pequenas mãos no meu peito e eu enlaço sua


cintura com uma mão aproximando nossos corpos e com a outra
mão, retiro véu compassadamente enquanto nos movimentamos ao
som da música...

Primeiro aprecio a vista de seus seios fartos, depois surge


um queixo fino delicado acompanhado de uma boca com lábios
volumosos bastante apetitosos pintados de rosa, um nariz fino
arrebitado perfeitamente afilado e finalmente seus olhos... dois
pares de olhos da cor de mel fitam atentamente meus olhos com
admiração posso presumir.

Meu primeiro instinto foi acariciar seu belo rosto emoldurado


por uma tiara de rosas antes coberta pelo véu e seus cabelos de
ébano, sua face mais parecia uma pintura e tive que me refrear o
segundo instinto que era de para ovar aqueles lábios que pareciam
tão suculentos...

Nada foi dito, apenas respiração e admiração...


Quando a música acaba nos afastamos e vejo meu pai tomar
meu lugar numa dança com minha surpreendentemente belíssima
esposa...

Talvez esse casamento não seja de todo mal!

Eu poderia me divertir um pouco com minha esposinha, afinal


depois que ela assinar toda papelada e me entregar suas ações na
empresa não terá mais serventia para mim e a enviarei de volta no
primeiro voo Dubai— Brasil. Em seguida tomarei minha amada
Rachel como esposa. Mas enquanto isso, um pouco de diversão
não mata ninguém!

Ri com o pensamento enquanto me sirvo de champanhe


admirando aquela menina linda dançar pelo salão- Poderia dizer
que para um primeiro encontro não nos saímos tão mal quanto
pensei que seria...

Eh menina! Hoje à noite será a primeira vez que a tomarei para


mim...

3. Capítulo- Despedida.
Bianca

—Essa merda de vestido não serve em mim! Está ridículo,


não está vendo? — Resmungo pela trigésima vez.

—Mas é claro que este vestido não caberia em você, não tem
as formas adequadas de uma mulher para usa- lo. Sua irmã sim era
uma menina delicada assim como sua mãe, por isso o vestido de
sua mãe foi ajustado para ela e não para alguém sem classe feito
você! — Meu pai me oprime também pela milésima vez me fitando
depreciativo como de costume.

Estou experimentando meu vestido de noiva —se é que isso


pode se chamar de vestido. O mesmo está muito apertado em mim,
quase não consigo respirar nele e sem contar que meus seios
parecem que irão saltar a qualquer momento.

—Tem que mandar aumentar isso. Eu não vou entrar numa


igreja vestida assim, é capaz do padre Marciano me excomungar!
— Reclamo.

A Maria e o Pedro riem.

—O casamento será aqui e não irá modificar nada no vestido


que era de sua mãe, nenhuma linha sequer. Faça regime para
entrar nele! — Papai murmura.

No momento estou no meu quarto no vestido que foi da


mamãe e papai está recostado na porta com aquele ar arrogante
desaprovando tudo em mim, enquanto Maria está me ajudando a
encontrar um sapato que caiba no meu pé e combine com o vestido
e Pedro ao lado do papai aguardando ordens.

—Não vou fazer regime coisíssima nenhuma! Não vou passar


fome somente para caber num vestido velho! — Alfineto.

—Pois então irá com ele assim parecendo uma baleia orca!
— Recebo outra patada.

Me calo dando o assunto por encerrado senão passaríamos o


resto do dia feito cão e gato. O meu enxoval de casamento já está
para onto, bem como todo o demais, cerimônia, padrinhos, convites,
convidados, buffet, arranjos de flores, banda, músicas, minha irmã
planejou tudo nos mínimos detalhes durante anos e tudo isso já
estava preparado há exatamente cinco anos atrás.

Beatrice respirou este casamento desde que nasceu, nós


aos sete anos tínhamos aulas particulares de inglês, espanhol e
árabe com um para ofessor que o papai fez questão de trazer do
Rio de Janeiro. Tivemos aulas de etiqueta —que eu não aprendi
nada- de dança —que também não aprendi nada- e de
comportamento —você deve estar se perguntando que diabos de
aula é essa de comportamento? Simples, aula de como ser uma boa
submissa- Parece que lá onde meu ex- cunhado- futuro-marido
mora as mulheres tem que ser submissas aos maridos, minha irmã
Beatrice encantou a instrutora de comportamento e eu por minha
vez a aterrorizei... Papai me obrigava a participar das aulas
simplesmente porque não me queria jogando futebol ou nadando
pelada no lago com Lauren e com o Armindo, dizia que isso não era
comportamento para uma boa menina, eu fugia mesmo assim e ia
brincar com meus amigos, foram incontáveis vezes que durante as
fugas quebrei braços e pernas pulando janelas, subindo ou caindo
de árvores, e até levando surras do meu pai—que vez ou outra me
prendia no porão durante dias sem comida- graças a Deus tinha a
Maria e o Jairo que me alimentavam escondidos...

É! Minha infância foi conturbada, a de Beatrice ao contrário


sempre foi mais fácil, sempre foi tratada como a princesinha da casa
por meu pai e por todos, ela era tímida e submissa por natureza
sempre obedeceu ao papai em tudo e das raras vezes que
aprontava meu pai sempre me culpava e me batia no lugar dela. Por
outro lado, ela era triste, retraída, entendo que o que papai fazia
comigo era um exemplo para que ela não cometesse os mesmos
erros que eu, então ela não brincava com ninguém além de suas
bonecas, nunca teve amigos, nunca soube o que era um banho
pelada no lago ou comer uma goiaba da goiabeira sentada lá no
último galho, nunca cavalgou pelos campos sentindo o vento bater
em seu rosto, traduzindo minha irmã nunca soube o que era viver...

Suspiro com o pensamento e sou retirada de meus


pensamentos ao escutar o barulho de um carro parando em frente à
casa —Vista algo menos vulgar e desça, seu noivo chegou! — Meu
pai ordena desgostoso e sai para receber as visitas.

—Inferno! — Rosno.

Eu tentei pensar numa saída para me livrar dessa merda de


casamento, mas meu pai colocou capangas trás de mim como uma
sombra, até enquanto eu dormia, por Deus! Eu só pensei em fugir à
noite umas duas vezes—e teria conseguido se aqueles brutamontes
não estivessem um na minha porta do quarto e outro embaixo da
minha janela, ou se meus seios não ficassem entalados na pequena
janela do banheiro- a segurança foi redobrada e o medo de que ele
fizesse mal as crianças filhos dos trabalhadores que eu ajudava a
manter na escolinha e Jairo com sua família me fizeram retroceder
toda vez que eu elaborei um plano de fuga.

Maria santíssima!

Eu jamais dormiria a noite sabendo que sangue foi


derramado por minha causa, eu preferia casar com este maldito
homem desconhecido que ver inocentes pagando por um erro que
eu cometi, entretanto, não me arrependo de ter ajudado minha irmã,
afinal meu pai mataria ela Fernando e meu sobrinho se pusesse as
mãos neles e descobrisse que minha irmã estava grávida de
Fernando- o capataz da fazenda!...

—Vamos menina, se avexe, sabe que seu pai num gosta de


esperar! — Maria exclama me ajudando a retirar o vestido.

—Oxente Maria, ele que espere! — Resmungo de volta.

Depois de pôr um vestido folgado e uma sapatilha branca,


passo as mãos nos meus cabelos de qualquer forma e estou pronta.

—Deveria se arrumar mais menina, vai conhecer seu noivo,


entonce devia ir formosa!— Maria diz sonhadora.

Maria é minha anja da guarda como a chamo, ela tem uns 40


anos de idade, é rechonchuda e tem cabelos longos, sua pele é
negra e seus olhos são pretos como jabuticaba, eu amo essa
mulher! Mas ás vezes sua mania de romantizar tudo me irrita.

—Formosa o escambal! Eu quero mais é que ele se foda


Maria! — Retruco irritada passando por ela.

Se benzendo ela me repreende como sempre quando solto


um palavrão.

— Credo em cruz menina! se ocê fosse pequena eu lavaria


essa sua boca com sabão até ocê aprender a num dizer nome feio!

Bufo e desço as escadas me deparando com uns dois
homens vestidos em ternos imponentes e duas mulheres vestidos
elegantes de alguma marca que para mim tanto faz, um casal é
mais idoso e outro nem tanto, o homem mais novo me olha
apreciativo e a mulher mais nova me olha com desdém —juro que vi
ela torcendo o nariz para mim- A mulher mais velha me olha
docemente encantada e o homem mais velho é difícil decifrar já que
não deixa transparecer nenhuma expressão.

—Esta é Bianca, minha filha! — Acho que todos notaram o


desgosto com que papai fala filha sem nem ao menos me olhar.

A senhora mais velha é a primeira a se aproximar, ela é


mediana de olhos azuis, cabelos brancos e me surpreende com um
abraço que retribuo prontamente.

— Muito prazer minha querida, eu sou Samantha, a avó do


Dylan e sua avó também se quiser! —

Ao nos separarmos vejo que ela tem um sorriso sincero nos


lábios. É bom saber que terei alguém bondosa assim perto de mim,
e eu nunca tive uma avó, adoraria que ela fosse a minha.

—Eu adoraria! — Respondo retribuindo o sorriso.

—Eu sou Sheila, a esposa de Ali, seu sogro e madrasta de


seu noivo— diz a mulher mais nova inspecionando a casa com ar de
desaprovação.

Ela é loira e extremamente magra, olhos verdes e parece que


fez Botox várias vezes.
Foda- se! Não gostei dela.

—Encantado minha querida, eu sou Ali, mas pode me


chamar de sogrinho! — Diz o homem mais novo.

Ele tem cabelo grisalho, barrigudo, de sobrancelhas grossas


e olhos azuis assim como os da Samantha, se apara oxima de mim
e me abraça.

Devo dizer que apesar da sua cara de safado eu gostei dele,


rio antes de responder

—Obrigada Ali, quer dizer, sogrinho! — Ri mais um pouco e


ele me acompanha na risada.

Quando nos separamos ele diz—Este aqui é o meu pai, se


chama...— Ali tenta me apresentar, mas me adianto.

—O famoso Salim, avô do meu noivo! — Falo friamente ao


lembrar que toda esta merda é culpa dele, se ele não tivesse
inventado essa droga de pacto agora eu poderia estar formada e
exercendo meu ofício longe daqui e minha irmã não precisaria se
esconder para ter meu sobrinho nem para viver seu grande amor...

O homem mais velho com sobrancelhas grossas e olhos


castanhos, alto e robusto de cabelos brancos apenas acena com a
cabeça sem nenhuma expressão facial identificada ainda.

—E onde está o noivo? — Papai pergunta ansioso, parece


que é ele quem vai casar, arre!...

—Ah! Ele teve que ficar na empresa até amanhã, já que tinha
uns compara omissos inadiáveis!— Ali explica apressadamente.
—Certo! Venham, mostrarei onde são os quartos!— Diz e o
acompanham, eu por minha vez vou para cozinha beliscar algo
enquanto Maria prepara o jantar.

O sol já está quase se pondo quando os convidados do papai


começam a chegar, não faço questão de conhecer nenhum, prefiro
ficar no meu quarto tentando imaginar como será tudo daqui para
frente, em um país que eu não conheço ao lado de um homem que
não conheço, o que será de mim?

Sou subitamente interrompida de meus pensamentos quando


ouço uma voz gritar.

—QUERIDA, CHEGUEI!— Viro rapidamente para me


deparar com Lauren linda como sempre e Armindo um pedaço de
mau caminho adentrando no meu quarto.

Corro até eles e os abraço forte, meus amigos amados.

—Pensei que vocês não viriam mais! — Resmungo dando


uma tapinha nas costas deles.

—Não perderíamos esse babado por nada nesse mundo... o


nosso Athos (dos três mosqueteiros) se casando antes de mim, isto
é surpreendente! — Murmura Lauren.

Suspiro fundo antes de responder —Nem eu mesma credito


nisso! — Respondo.

Eles me olham com pesar por alguns segundos.

Sim! Eles sabem de tudo, claro que eu liguei para contar os


acontecimentos, acho que se eu não contasse a alguém explodiria.
Armindo murmura —Vem, vamos sair daqui! Afinal hoje é sua
despedida de solteira e nós como bons melhores amigos que somos
vamos fazer tudo o que temos direito! —. Ri, sei bem o que eles
querem dizer com isso.

—Onde você escondeu? — Cochicho assim que fugimos pela


porta da cozinha antes que algum capanga do papai nos seguisse.

—Debaixo da árvore, na beira do rio! — Armindo responde —


Caraca! Você sabe como foi fácil conseguir isso por aqui?! Eu estou
surpreso até agora! Tenho pena das minhas orelhas se minha mãe
me pega fazendo isso! — Eu e Lauren não conseguimos segurar a
gargalhada.

Dona Linda o mataria com certeza...

Sentados na beira do rio que corta os arredores da fazenda—


onde nós brincávamos quando criança- onde eu quebrei braços e
pernas algumas vezes. Nós, 'os três mosqueteiros' estamos
completamente chapados, primeiro ascendemos dois cigarros de
maconha que Armindo conseguiu, depois tomamos três garrafas
especiais de cachaça do finado pai do Armindo que enterramos aqui
perto há anos atrás, a cachaça, não o velho, pelo amor de Deus
meninas os chapados aqui somos nós...

Esse foi o nosso modo de extravasar, segundo Armindo e


Lauren riu da cara dele...

Armindo é um típico homem do campo, moreno, olhos


castanhos, corpo bem definido por músculos demolidores, alto,
resumindo ele é um gato, o homem dentro de uma bota com um
Jens surrado e uma camisa de botões aberta deixaria qualquer ser
vivo babando, menos eu e Lauren que somos como suas irmãzinhas
e dentre nós mosqueteiros o temos como Porthos, forte e
destemido...

Lauren é Aramis, a força da natureza, a mais experiente em


qualquer assunto dentre nosso bando. Ela é morena, alta, de
cabelos lisos e curvas de derrapar carroça, carro, caminhão, avião e
até submarino, olhos azuis de deixar qualquer marmanjo arrastando
os quatro pneus mais o estepe por ela, inteligente e namoradeira,
praticamente um manual de sexo ambulante, já experimentou de
tudo um pouco segundo ela...

Eu era Athos, mais na minha, a que sempre era mais


estrategista e aprontava todas, sempre me meti em todos os tipos
de para oblemas- sem querer o que é pior- a mais amiga pronta
para ajudar a qualquer momento lugar ou hora do dia e a mais
afobada que nunca levou desaforo para casa...

Nós três fizemos faculdade na mesma universidade, Armindo


agronomia, Lauren Ciência da tecnologia e eu Advocacia, eles
tiveram a oportunidade de comparecerem à cerimônia de entrega do
diploma, eu não.

—Lembra quando a gente era bem pequenininho e tomava


banho pelado aqui e seu pai ficava furioso e já vinha gritando de
longe? Acho que era para dar tempo a gente vestir a roupa!
— Lauren diz para mim rindo.

Todos nós rimos e Armindo solta —Daquela vez que


roubaram nossas roupas eu levei uma surra tão grande do meu pai
por chegar em casa nú que até hoje sinto dores nas costas!
— Rimos outra vez.

—Você passou uma semana sem poder sentar também! Eu


lembro disso! — Eu digo rindo mais ainda.

Lauren completa —Eu fui a mais esperta, entrei pelo quintal e


roubei uma roupa do filho da empregada, mamãe até hoje jura que
perdi a virgindade naquele dia e com aquele garoto! — Rimos.

Solto um longo suspiro deitando no chão olhando a enorme


lua cheia que paira sobre nós e um lindo céu estrelado.

—Tenho medo do que me espera! —

Lauren deita ao meu lado e murmura.

—Se preocupa não! Ouvi dizer que os árabes são bem-


dotados e todo mundo sabe que um marido com um pinto enorme é
mil vezes melhor que um 'felizes para sempre’! —

Gargalhamos.

—Você precisa se tratar garota, não é normal alguém gostar


tanto assim de sexo! — Afirmo.

—Eu concordo! — Diz Armindo cúmplice deitando a minha


esquerda.

—Anormal são vocês! — Ela exclama fingindo estar


ofendida — Você Bia aos vinte e dois é virgem e ainda por cima BV,
acorda garota! Hoje as meninas de 15 já nem sabem mais como
perderam a virgindade do lacre que dirá dos lábios! — Lauren
retruca e Armindo gargalha, eu não.

Ela aponta para Armindo —E você gostosão, esse negócio


de ser Dominador também não é normal porra nenhuma, andar por
aí surrando as mulheres não é legal!— Agora eu rio e Armindo a
olha embasbacado, ele pensava que nós não sabíamos de seu
segredo, mas nada referente a sexo passa despercebido
por Aramis (Lauren).

—Eu não ando surrando mulheres por aí Aramis, eu pratico


alguns joguinhos com as que gostam disso e ao contrário do que se
pensa não precisa ser perturbado da cabeça para gostar de DS!
— Ele resmunga.

—Pois trate de me ensinar como ser uma boa submissa


porque é isso que meu marido espera de mim e o que minha irmã
foi instruída a vida toda para ser dele.! — Murmuro voltando toda
atenção para mim novamente.

Em resposta todo mundo gargalha de novo... ok estamos


bastante doidões, admito! Ainda tomamos mais uma garrafa de
cachaça e por fim tomamos um banho no rio pelados como
fazíamos quando crianças, em meio a risos e papo furado.

Nos despedimos quando já eram cinco da manhã e Lauren


foi para casa do Armindo, já que segundo ela tolerar uma ressaca já
era difícil, mas tolerar uma ressaca tendo que aturar o idiota do meu
pai aí já era demais, eu concordei com ela, mas não tinha outra
escolha a não ser voltar para o meu quarto completamente bêbada
e para lá de chapada.
Acordo tarde do dia desorientada com minha cabeça
estrondando e uma voz conhecida me chamando e me sacudindo.

—Mas que diacho! Acorda menina, teu pai já perguntou por


tu umas mil vezes e eu num tenho mais desculpa para dar a ele!
— Maria continua a me sacudir e eu tento abrir os olhos, mas é
difícil.

Maria continua a tentativa.

—Anda logo menina, ocê só tem uma hora para se aprontar


para o casamento e ainda num comeu nada hoje! —

Resmungo e viro para o outro lado.

Ela bufa e perde a paciência —Bianca Pari Gonçalves se ocê


num levantar dessa cama em um minuto vai se arrepender! — Maria
ameaça.

Confesso que até hoje não sei o que ela poderia fazer
comigo, mas sempre tive medo dessa sua ameaça....
Imediatamente eu acordo e sento na cama desolada e com uma
ressaca do cão.

—Eu não quero casar, Maria! — Resmungo rouca.

—Nem sempre nois tem tudo o que nois quer minha menina,
agora levanta daí e vai tirar essa catinga de cachaça dos infernos
que tá em ocê!— Ela diz.

Cheiro minha blusa e franzo o cenho, ela tem razão, eu estou


podre a cachaça!
Vou para o banheiro e tomo um belo banho, escovo os
dentes, hidrato meu corpo, depois visto uma lingerie branca que faz
par com o vestido da mamãe que Beatrice escolheu. Não fica tão
apertada para minha surpresa, é um espartilho branco com uma
calcinha fio dental e meias que vem até o topo de minhas pernas,
calço os sapatos e entro no vestido. Lauren chega ainda de ressaca
como eu e me ajuda com a maquiagem, deixo meu cabelo solto e
natural, ponho a tiara de flores e o véu, pronto! Estou pronta para ir
a forca...

Quando termino de me aprontar Armindo entra trajado num


belo smoking e eu e Lauren assoviamos para ele que adentra com
um sorriso enorme murmurando.

—Tenho uma boa e má notícia! —

—Você arrumou uma nova cadelinha para adestrar?!


— Lauren alfineta fingindo tentar adivinhar.

—Não! Você é a única cadelinha que conheço e pelo que sei


não gosta de ser adestrada! — Ele retruca e depois os dois riem.

—Ok! 1 a 0 para você seu tosco! — Lauren se rende —Fala


logo! —

—Parece que para infelicidade de seu pai, Bia, o noivo deu


no pé! — Ele diz prendendo o riso.

—Não brinca! Pelo amor de Deus! Ai meu Jesus Cristinho


obrigado! Obrigado! Obrigado! — Digo beijando um crucifixo que
tenho na parede.
Depois de muita algazarra e especulação de que meu noivo
não viria e de qual teria sido o motivo resolvi tirar o vestido de noiva,
estava quase terminado de tirar quando Pedro adentra o quarto e
diz que infelizmente o noivo chegou.

—Dizem que cantar vitória antes do tempo dá azar! Talvez


tenha sido isso! — Diz Lauren com pesar me ajudando a tentar
caber naquele vestido de novo.

—Minha santa! Você consegue respirar dentro disso?


— Armindo pergunta.

—Quase! — Respondo com dificuldade.

Descemos ao saber que o noivo já estava me esperando no


altar armado no jardim da casa. Armindo e Lauren foram meus
padrinhos, os do noivo não faço ideia de quem sejam, acho que
nem ele sabe...

Caminho para o altar sozinha, meu pai disse que não me


acompanharia, que na verdade só compareceria ao casamento por
causa unicamente do seu pacto, eu também não o queria comigo
nesse momento, ele nunca foi um pai a vida inteira e não era agora
que fingiria te- lo como um...

No altar um homem lindo me espera, presumo ser meu noivo,


ele surpreendentemente é o homem mais lindo que já vi... Loiro e
tem olhos azuis da cor dos do seu pai e avó, é alto, forte e me
encara bastante sério. Confesso que no meio do caminho olhei para
os lados para ter certeza se eu não poderia fugir dali correndo, mas
vi que o local estava completamente cercado de capangas que hoje
estavam vestidos de terno... Mesmo em pânico voltei a me
concentrar no meu noivo lindo e quando cheguei perto dele me senti
mais incomodada ainda, a incerteza do que estava por vir me dá
calafrios.

Pulamos de uma cerimônia para outra e quando terminou


tudo fomos cercados por um mundaréu de gente e não tivemos
oportunidade de trocarmos nenhuma palavra.

Lauren logo me aborda junto com Armindo num abraço de


urso e ela diz baixinho de maneira que só nós três possamos
escutar. —Aposto que o pau do seu marido deve ser uma delícia!
— E gargalhamos.

—Sabe que se precisar é só ligar e nós vamos te resgatar


onde quer que você esteja, não sabe? — Armindo murmura agora
sério quando nos desenroscamos.

—Sim! Vocês são os melhores amigos do mundo! — Digo.

Depois receber os parabéns de muitas pessoas eu e Dylan


somos chamados para fazer a primeira dança, toca a música All of
me, lembro de alguém sempre canta-la nos pátios da faculdade em
rodas de violão.

Ele vem até mim a passos largos como se estivesse


esperando muito tempo para fazer algo, me parece confiante e eu
estou... Nervosa?...

Algo nele me desconcerta, talvez sejam esses seus olhos...


Minha respiração está alterada e engulo seco quando ele
está bem próximo, todos a nossa volta estão nos olhando, ele
também me olha com desejo desde o momento em que adentrei na
cerimônia —o que me deixa mais nervosa ainda. Não nos falamos,
é tudo muito.... Estranho...

Ponho minhas mãos no seu peito forte e ele enlaça minha


cintura com uma mão unindo nossos corpos e com a outra começa
a retirar o véu compassadamente enquanto nos movimentamos ao
som da música...

Ele bebe a visão primeiro dos meus seios, depois aprecia


meu queixo, minha boca com desejo evidente e quando finalmente
seus olhos alcançam os meus ele solta meu véu que voa para longe
devido ao vento forte dessa época do ano... admiro seus olhos azuis
que mais parecem a profundeza de um oceano, ele acaricia meu
rosto ainda admirado e depois fita minha boca...Não dissemos nada
um ao outro ,mas creio que nossas respirações alteradas e nossos
olhares minuciosos já falaram muita coisa por nós...

4. Capítulo- Despedida.
Bianca

—Concede uma dança a este pobre homem velho?


— Pergunta meu sogro estendendo a mão em minha direção.

Não poderia dizer não e menos ainda depois que meu marido
me largou sozinha aqui no salão...

Abro um sorriso e respondo —Claro!—


Após dançar com o senhor Ali uma música saio em busca de
distração, Lauren está paquerando com um moreno filho do prefeito
da cidade vizinha, Maria está sentada numa mesa ao lado de Pedro
e de vários outros funcionários que eu não poderia deixar de
convidar –mesmo contra a vontade de meu pai- caminho para mesa
onde estão e sem querer começo a girar a aliança no dedo, a merda
da aliança é um pouco folgada e acaba caindo no chão, droga! Será
que nessa porcaria de casamento nada vai me servir?! Primeiro o
vestido, depois o sapato e agora até a aliança vai querer implicar
comigo?!

Me abaixo rapidamente para apanhar a aliança e me assusto


ao ouvir um estalo, não! Não pode ser! Apanho a dita cuja sem mirar
o estrago no vestido... não quero nem imaginar, seria falta de sorte
demais Senhor!

Suspiro derrotada e baixo o olhar para ver uma fenda que vai
até minha coxa do meu bendito vestido que se rasgou...

—Caramba! Eu disse que isso ia acontecer, mas alguém


escuta a Bianca? Nãããão! Foda- se a Bianca!— Resmungo
baixinho.

Quase tenho um treco quando escuto Maria me repreender


se benzendo como sempre —Virgem santíssima! Menina, ainda te
lavo essa boca com sabão!—

—Ai Maria, me ajuda aqui! Não falei que essa droga ia


rasgar?!— Murmuro segurando a fenda com as duas mãos.
Não havia o que fazer! Não tínhamos como costurar,
emendar ou colar, o jeito era sentar e esperar todo mundo ir embora
para eu poder levantar, meu pai me mataria se soubesse que o
vestido que foi da mamãe rasgou, e pior ainda me deixando com
uma abertura comprometedora na coxa esquerda que mostrava
completamente a meia branca que vinha do pé até o topo da minha
calcinha e o pior- dava para ver a liga que prendia minha cinta a
meia... ok Bianca, só respira e nada vai dar errado...

E tudo deu muito certo mesmo, de repente todo mundo


apareceu na mesa dos empregados e começou a bebedeira, eu me
reservei a tomar apenas vinho —a cachaça do dia anterior ainda
estava impregnada até a alma- Lauren e seu paquera se juntaram a
nós assim como Armindo

—Merda de músicas chatas!— Lauren diz já um pouco alta,


mas quem sou eu para medir alcoolismo de alguém? Até acho que
ela está melhor que eu...

Não costumo beber vinho, mas depois de algumas disputas


do vira- vira até Maria hoje perde o caminho de casa, e cai entre
nós: amanhã à tarde estarei partindo para algum lugar
desconhecido com muita gente que nem conheço também, então
nada mais que justo esquecer e extravasar um pouco hoje não é?!

Ao me levantar e tentar ir ao banheiro sinto meu braço ser


puxado de repente, me choco com dois olhos azuis intensos.

Dylan!

—O- oi!— digo desnorteada.


Deus! É até pecado chamar uma criatura gostosa dessa de
homem, ele parece mais uma miragem...

—Já encerramos a noite por hoje! Agora suba, tire a roupa e


me espere! — Ele murmura, eu nem sabia que ele falava português!

Espera um pouco, é embriaguez minha ou ele está me


ordenando se preparar para ele? Eu tomo vinho e quem se
embebeda é ele?

—Como é que é? — Pergunto aturdida.

—Escute bem menina, porque eu não gosto de me repetir...


quero que você suba para seu quarto agora, tire a roupa e me
espere! — Ordena parecendo o papai.

Rio alto me soltando de seu aperto.

—Nem que Madre Tereza se materializasse e me pedisse de


joelhos em pessoa eu iria obedece- lo! Escuta qual é o seu
problema? Nós não trocamos uma palavra sequer e já acha que irei
acatar suas ordens? Negativo lindinho! Quem você pensa que é? —

Ele bufa segurando meus pulsos com força e me puxa para


próximo de si.

—Para o seu bem é melhor me obedecer, afinal é para isso


que você convém, para me servir! E a partir de hoje não me chame
mais de pejorativos vulgares, eu sou seu mestre e é como tal que
deve me chamar. —

—NUNCA, está ouvindo? Você não é meu dono, que dirá


mestre! E nunca que encostará um dedo sequer em mim!
— Esbravejo segurando seu olhar.

—Algum problema aqui?— Armindo pergunta fazendo Dylan


soltar meus pulsos e o olhar interrogativamente.

Dylan encara Armindo com as mãos nos bolsos calmo como


se nada tivesse acontecido, é impressão minha ou ele é bipolar?!

—Eu estava tentando ter uma conversa particular com minha


esposa, algum problema nisso? — Ele pergunta a Armindo, apesar
do seu tom eu não acho que ele gostou muito da intromissão.

—Não, nenhum! — Dylan estende a mão para me segurar


outra vez, mas Armindo é mais rápido e me puxa junto de si.

—A menos que ela não queira! — De bom grado eu me


aconchego a ele, nada como uma muralha de músculos e
testosterona para te defender.

Eu estava me sentindo como a mocinha do King Kong com


aqueles braços enormes do Armindo em volta do meu corpo para
me proteger do menino malvado...

—Você quer conversar com ele, Bia?— Armindo pergunta


ainda encarando Dylan que lhe lança um olhar mortal.

—Não! — Digo com um sorrisinho vitorioso para Dylan que


bufa e vira sobre os calcanhares me deixando ali, protegida pelo
meu melhor amigo.

—Está tudo bem? — Armindo me pergunta logo que Dylan


sai.
—Está sim! — Respondo.

Ele me olha avaliando a resposta por uns segundos.

—O que ele queria? Você não estava muito satisfeita com o


que ele falou pelo que eu notei. —

—Queria que eu subisse para o quarto, tirasse a roupa e


esperasse por ele, e ainda o chamasse de mestre, vê se pode isso?
— Digo apressadamente.

Armindo respira fundo e discursa —Escuta Bia, seu marido


me parece ser um dominador tradicional que não gosta de ser
contrariado e não consegue separar o domínio na hora do sexo ao
domínio na vida fora das quatro paredes, eu te protegi aqui, mas
você sabe que amanhã quando partirem estará nas mãos dele,
então eu acho melhor você obedecer ao que ele te ordenar quando
estiverem lá, não quero que se machuque! —

—Obedecer uma ova que eu vou! N.U.N.C.A. NUNCA!


NUNQUINHA que eu vou obedecer a esse babaca. Oxente
Armindo, até parece que você não me conhece! E não se preocupe,
se eu fui capaz de sobreviver até hoje ao lado do papai, não será o
idiota do meu marido que vai me dobrar! — Digo.

Ele rir alto —É! Acho que você tem razão! — Diz entre os
risos. Ele deposita um beijo na minha testa e voltamos para mesa.

O resto da noite passa tranquila, em meio a conversas e


discursos dos meus amigos e Maria de como sentirão saudade e
como serei obrigada a ligar toda semana para cada um deles, a
Lauren estava grudada ao filho do prefeito que de quebra trouxe o
imbecil do seu primo Diogo, este não parava de me lançar olhares
furtivos —babaca!- Odeio ele desde a 2ª série quando pregou
chiclete no meu cabelo e eu tive que praticamente raspar a cabeça,
depois disso ele sempre me cobiçou com os olhos e sempre foi
cheio de gracinhas para meu lado, eu por outro lado sempre o
esnobei...

Dylan não se aproximou mais de mim pelo resto da noite,


estava sentado numa mesa mais adiante com sua família e meu pai
que não parou de paparicar o avô do meu esposo um só minuto.
Para minha surpresa depois de uma ida ao banheiro rápida todos
sumiram...

Maria já foi embora com o Pedro e os demais empregados


convidados da fazenda, Lauren sumiu com seu paquera e Armindo
está perdido em algum lugar por aí, tomo mais uma taça de vinho e
levanto um pouco titubeante da mesa, de repente sinto duas mãos
envolverem minha cintura e meu corpo automaticamente enrijece

— Maria santíssima! De novo não! —...

—Epaa! Parece que a noiva está um pouco bêbada!

Ora! ora! Se não é o Diogo, o insuportável sobrinho do


prefeito...

—Me solta! — Ordeno, mas ele continua a me segurar pela


cintura, agora aproximando mais nossos corpos.

—Eu já falei para me soltar Diogo! — Minha voz sai um


pouco embargada por causa da bebida. Eu tento empurra-lo, mas é
em vão, ele tem mais força que eu...
—Marrenta que só mula brava como sempre não é Bia?
— Ele pergunta me virando aproximando mais seu rosto do meu.

—Mula é a sua madrinha! Se você não me soltar eu vou gritar


garoto! — Digo entre os dentes.

Diogo solta uma risada debochada.

—Grita! Estamos um pouco distante dos outros e eu tenho


certeza que com esse furdunço de gente e de música ninguém vai
te ouvir! —

Desgraçado!

—Eu acho melhor você me soltar ou vai se arrepender!


— Ameaço.

—Quero provar o gosto do seu beijo, vamos Bianca só um


beijo! Você sabe que sempre fui afim de você, mas você nunca me
deu bola, sempre se fez de difícil! — Ele murmura se aproximando
cada vez mais da minha boca.

Levanto uma sobrancelha divertida —se eu fosse você eu


não tentaria isso! — Digo e ele apenas sorri.

Quando sua boca chega a centímetros da minha dou uma


joelhada no meio das suas pernas e Diogo cai no chão segurando
suas bolas e gemendo.

— Sua filha de uma égua! Desgraçada, você me paga! — Ele


pragueja enquanto eu ri.

Dou-lhe um chute nas costelas e ameaço.


—Isso é para você aprender a nunca mais encostar suas
patas numa mulher sem permissão e isso...— dou-lhe outro chute
nas costelas que acertei ainda a pouco e ele se encolhe de dor
gemendo como uma menininha — É por ter xingado minha mãe seu
babaca! —

Quando levanto a vista vejo que virei a atração da festa, todo


mundo me encara, papai me fita furioso, a família de Dylan
assustado assim como as demais pessoas da festa, Armindo com
um sorriso orgulhoso —já que foi ele que me ensinou como me
defender de brutamontes como Diogo- e Dylan não deixa
transparecer nenhuma expressão conhecida assim como seu avô
estão com cara de paisagem, como se nada estivesse acontecido.

Levanto uma sobrancelha para Dylan em desafio e abro meu


melhor sorriso de menina má lhe indicando que o próximo a ir ao
chão se tentar me tocar será ele...

Dou as costas e subo para meu quarto, tranco a porta na


chave para garantir que não serei perturbada pelo meu lindo esposo
e todo aquele papinho de me chame de mestre, ah! Eu quero que
ele e seu mestre vá para puta que pariu, isso sim —mentalmente
estou sendo repreendida pela Maria, parece que estou até vendo
ela fazer o sinal da cruz prometendo lavar minha boca suja com
sabão.

O fato é: eu nunca me dobrei aos mandos e desmandos do


meu pai—um verdadeiro ditador- então não vai ser agora que
alguém me fará se curvar, não me curvo a ninguém! Ele pode até
tentar, mas garanto que ele não vai conseguir...
Acordo de manhã bem cedo como de costume com Maria me
sacudindo.

—Acorda menina! Se não se levantar teu pai vai vir e te


arrastar ele mesmo! — Maria diz.

—Inferno Maria, me deixa dormir! — Resmungo cobrindo


meu rosto com as cobertas.

Não estou vendo, mas sei que ela está fazendo o sinal da
cruz agora mesmo.

—Virgem Maria! Essa menina e essa boca suja. Eu...! — Ela


me repreende puxando meus lençóis...

A corto resmungando e sentando na cama derrotada.

—Vai lavar minha boca com sabão, eu já sei Maria, você


sempre diz isso!

Maria choraminga.

— Pois intonce ocê tá errada! Eu ia dizer que eu num sei o


que há de ser de mim sem ouvir essas heresia que ocê diz todo dia,
minha menina!— Levanto os olhos para encontra- la chorosa.

—Ohh! Minha Maria! — A abraço forte e distribuo beijos no


seu rosto cansado —Você não vai se ver livre de mim assim tão fácil
não, viu? Eu vou ligar para você todos os dias até você cansar de
mim! —

—Ocê é minha menina, eu nunca vou cansar de ocê!— Ela


diz se debulhando em lágrimas...
Depois de muito consolar a Maria decido me despedir do
Trovão e dos meus amigos que disseram me esperar no rio ás nove
horas. Parece que só vamos viajar a tarde, porque alguns
documentos do casório precisam ser registrado e meu marido e seu
avô fazem questão de acompanhar o registro, segundo a Maria meu
pai mandou me chamar para ir com eles —o que imagino que deva
ter mais papéis para assinar, mas eu me recuso a ir...

—Vou dar uma volta com o trovão e encontrar com meus


amigos lá no rio Maria, diga a meu pai que eu não vou coisíssima
nenhuma com eles! — Digo entonada num vestido soltinho branco
estampado na parte de baixo que vai apenas até minhas coxas e
cabelo solto como de costume.

—Eita que teu pai vai ficar com a mulesta! E tu vai assim?
Descalça? Quantas vezes vou te falar que faz mal andar descalça
nessa época menina? É outono, tá tudo moiado e depois pega um
bicho de pé aí quer...— Interrompo o discurso da Maria.

— Tanto faz Maria!— Reviro os olhos já saindo do quarto.

—Num revire esses olhos de jabuticaba pra mim não, sua


muleca abusada! Eu deveria te dar umas palmadas pra aprender a
respeitar os mais véio, quem já se viu isso?! Essa menina não tem
jeito...— Ela me repreende, mas desço as escadas a deixando falar
sozinha como sempre faço...

Ri ao perceber o quanto sentirei saudade de seus cuidados e


suas repreensões...
Maria é a mãe que conheci e eu a amo, como eu amo tudo
aqui, e vou sentir tanta saudade... –com exceção do meu pai, claro-
saudade dos meus amigos, do Jairo e sua família, de cavalgar com
meu cavalo Trovão, dos trabalhadores e seus filhos, das prosas na
fogueira de noitinha, da roda de viola aos sábados, da missa no
domingo de manhã na capela da cidade vizinha, do racha de futebol
com os filhos dos empregados de terça a sexta no campinho do
outro lado do rio, de tomar banho pelada no rio, de comer goiaba
nas galhas da goiabeira, de andar descalça por todos os cantos, de
deitar na grama e observar o céu estrelado e a lua surgindo enorme,
dos animais, do cheiro da mata, tudo aqui é único, é minha casa...
meu lar...

Na frente de casa me deparo com o Ali —meu sogro, Salim-


avô de Dylan, Dylan e papai que estão entrando no carro
prprovavelmente para ir à cidade.

Ao me ver me aproximando do Pedro que está terminando


com os arreios do cavalo meu pai desce e se aproxima —mandei te
buscar para me acompanhar a cidade, tenho alguns papéis para
você assinar! — Ele murmura com cara de poucos amigos.

—Eu sei, e eu mandei lhe avisar que não ia com você... e


quanto a assinar só o farei depois que ler do que se trata!
— Devolvo fria no mesmo tom.

—Não pense que porque casou está longe do meu domínio


sua atrevida, vai assinar o que eu lhe mandar assinar e pronto!
— Ele berra.
—Acho que está enganado papai, vou assinar o que apenas
me convir e nem pense em me ameaçar ou tocar um dedo em
alguém, porque se o fizer eu anularei esta merda casamento mais
rápido que um estalar de dedos! — Digo o encarando.

Ele rir desdenhoso.

—Você não pode fazer isso! Quais argumentos usaria? Que


foi obrigada? Quem iria acreditar? —

Abro um enorme sorriso e seu riso morre lentamente.

—Não! Não esqueça que sou formada em advocacia e conheço


todos os meus direitos papai, então eu não sou estúpida de usar tais
argumentos! — Provoco.

—E então? O que alegaria para anular o casamento?


— Pergunta com um pequeno sorriso vitorioso.

— Que ele nunca foi consumado! — Dou de ombros


respondendo, o vejo surpreso e.… amedrontado?... Não tenho
certeza em relação ao amedrontado, mas certamente tenho em
relação ao furioso...

Abro um sorriso vitorioso enorme ao ver bufar e entrar no


carro pisando firme.

— Ele tá soltando fogo pelas venta, menina Bia! — Pedro diz


terminando de afivelar a sela do cavalo.

— Eu sei... e você não sabe como estou feliz com isso!


— Digo rindo, Pedro rir também e vejo o carro arrancar pela estrada.
— Que tal pôr mais lenha na fogueira, Trovão? — Pergunto
ao meu cavalo que relincha e baixa a cabeça para eu alisar.

—Bom menino, vamos nos divertir? — Meu cavalo arrasta


uma pata no chão duas vezes e eu ri, ás vezes acho que ele é
gente... meu trovão, como sentirei sua falta...

Subo no cavalo e sussurro para ele.

—Vamos lá trovão, vamos mostrar a eles! Um último


galope... sentirei sua falta meu menino, pronto? — Espero ele
relinchar em resposta e depois dou o comando —iaah— O atiço
segurando suas rédeas e ele dispara.

Cavalgamos em disparada pelo aceiro do rio, já que a


pequena estrada estava ocupada pelo carro que papai dirigia. O
trovão é um puro sangue que chega até 80 km por hora, papai não
passaria dessa velocidade também já que o terreno tem várias
elevações e ele não queria assustar os 'convidados', então estamos
lado a lado com o carro, a água do rio respinga em mim molhando
meus cabelos ao vento e meu vestido e a sensação da adrenalina
que ultrapassa por meu corpo é inebriante, como sempre que
cavalgo no Trovão.

Logo chegamos a porteira e o carro diminui a velocidade, eu


e o trovão aumentamos e antes que o Jurandir consiga abrir a
porteira saltamos sobre esta, nem espero para ver a cara de
espanto da minha futura família nem os praguejamentos do meu pai,
continuo minha cavalgada até o rio onde passo o resto da manhã
inteira me despedindo dos meus amigos e do Jairo que até agora
chorou mais que a Maria. Armindo prometeu cuidar e proteger ele e
sua família, assim como cuidar para que a escolinha continue
funcionando, eu garanti que assim que der deposito uma boa
quantia para continuar mantendo- a também. Lauren chora bastante
me dando vários conselhos sexuais e fazendo o Jairo ficar mais
vermelho que pimentão, ri de suas loucuras e juro me comunicar via
redes sociais com ela e Armindo. Entrego meu celular ao Jairo para
que eu possa manter contato com ele assim como umas economias
para que ele faça uma casinha e recomece sua vida.

Em casa me despeço do Trovão prometendo que volto para


cavalgarmos mais cedo do que ele pensa.

Ao chegar na fazenda o Pedro desce com as minhas malas,


infelizmente as roupas chiques de marca da minha irmã não cabem
em mim, então terei que levar as minhas mesmas. Vesti uma calça
jeans e uma blusa de alças brancas—que por mais que eu tente
nunca cobre totalmente meus seios enormes— um lápis, brilho
labial e uma bota mais casual, deixei meus cabelos soltos e peguei
meu casaco no braço, e então eu desci para me deparar com uma
enorme surpresa...

Os filhos dos trabalhadores, o Juca, Tadeu, Larinha, Cabeça,


Mariana, Cascão, Sergio e todos os 32 meninos que mantenho na
escola estavam me esperando, assim como os pais de alguns e o
padre Bonifácio, cada um me dá um abraço e todos eles me trazem
um presente, simples mas que faz meu coração derreter, queijo,
goiabada, doce de jaca, imagem de santos, flores, sementinhas de
plantas, fotos, terços, litros de pinga de cana de açúcar e caju,
fitinha de São Sebastião que todos fizeram questão de colocar uma
em meu braço e quando num não coube mais passaram para o
outro, depois de muitos agradecimentos e abraços e choro dos
meus meninos me afasto...

—A tia Bia mesmo longe nunca vai esquecer ou desamparar


vocês, eu prometo! — E todos eles consentem.

—A gente vai morrer de saudade, dinda! — Pedrinho diz


chorando.

—E eu de vocês meus anjos! — Digo o abraçando e beijando


seus cabelos encaracolados.

—Nós temos que ir!— Dylan diz atrás de mim lindamente


vestido numa calça jeans e camiseta preta. Sua família já foi em
outro carro e só ficamos eu e ele para ir em outro já que o carro não
caberia tanta gente.

Aceno afirmando com a cabeça e me volto para Pedro —


Cuide bem do Trovão, Pedro, por favor, e o deixe cavalgar livre
todos os dias! E também cuide da Maria para mim—

Ele me abraça —Pode deixar menina Bia, eu vou cuidar bem


deles até a senhora voltar! —

—Obrigada Pedro! — Digo me afastando e virando minha


atenção para melhor pessoa do mundo que não parou de chorar
nenhum segundo desde que desci do meu quarto.

—Maria! — Digo sorrindo para ela que chora ainda mais.

—E- eu vou m- morrer d- de tristeza menina!— Ela


choraminga e eu a abraço.
— Não vai não sua boba, eu vou te ligar todos os dias para te
ouvir me repreendendo— Digo rindo e ela rir.

—Que Deus te abençoe minha fia, que minha virgem Maria te


proteja sempre! Vá com Deus, menina! — Ela diz carinhosamente.

Me afasto e seguro seu rosto em minhas mãos, enxugo suas


lágrimas e beijo suas bochechas redondas.

—Obrigada por tudo Maria, você foi a melhor mãe que eu


poderia ter, eu te amo muito! —

—Também amo ocê, minha menina! — Ela diz.

Me afasto dela e para minha surpresa ela abraça Dylan que


retribui ao abraço um pouco relutante, quando se separam a escuto
pedir.

— Cuide bem da minha menina seu Dylan! —

— Eu vou cuidar, senhora!— Ele diz esboçando um pequeno


sorriso, o que me faz ficar ainda mais pasma.

—Vamos! — Ele diz pondo uma mão na parte inferior das


minhas costas.

Dentro do carro eu aceno para meus meninos e Maria ainda


chorosos que acenam e mandam beijos.

—Se cuida Maria, e se comportem meninos!— Grito.

Cada um responde uma coisa e eu sorrio apesar de não


distinguir o que eles falam, fecho a porta e o carro dá partida.
Quando o carro se afasta eu finalmente deixo as lágrimas caírem e
o choro que estava segurando desabar em silêncio, aliso o vidro do
carro sentindo meu peito se apertar a cada quilômetro rodado. Dylan
está sentado ao meu lado, ele não fala nada apenas me estende um
lenço que aceito relutante em silêncio.

No aeroporto o jato particular nos espera e papai—que veio


no primeiro carro- se despede de seus convidados, eles agradecem
e depois de amenidades trocadas ele se vira para mim.

—Nos veremos em breve Bianca! — Diz friamente.

Devolvo mais fria que ele — A mim não fará falta alguma te
ver papai, da mesma forma que ver a mim também será um alívio
para você! No demais já estamos conversados.

Ele abre um pequeno sorriso com ar de superior e todos me


encaram com olhos arregalados, até Salim e Dylan parecem
surpresos com nosso delicado tratamento de pai e filha.

—Pela primeira vez na vida concordamos em alguma coisa!


— Ele responde.

Sorrio triste —Passar mal, papai! — O cumprimento dando as


costas a ele indo para o jato sem esperar sua resposta aterradora
que sempre parece ter preparada quando se trata de mim.

Pouco tempo depois todos se acomodam e depois de


apertarmos os cintos o avião finalmente decola.

Olho o laranja amarelado e com resquícios vermelhos do sol


se pondo pela pequena janela a minha direita e não consigo segurar
uma lágrima solitária que escorre por meu rosto...
Estou deixando a minha vida para trás, tudo o que amo e
tudo o que sempre fui rumo ao desconhecido a partir de agora, e o
que é mais aterrorizante é saber que todos esperam algo de mim,
algo que minha irmã passou uma vida inteira se preparando para
ser e eu com certeza nunca serei capaz dar-lhes, não porque eu
não queira e sim porque é assim que eu sou, não consigo ser
diferente...

Sinto uma mão em meu ombro e uma voz doce me acalmar.

—Vai dar tudo certo, minha querida! — Samantha diz.

Respiro fundo fechando os olhos depois de enxugar a lágrima


fujona.

—Assim espero Vovó, assim espero! —

Ela acaricia meu rosto docemente e eu deixo o cansaço


enfim me levar.

Uma despedida é sempre dolorosa e o medo do


desconhecido me inquieta, é como preparar o terreno e plantar as
sementes— se chover colheremos o bastante para sobrevivermos
tempo por suficiente, mas se a seca predominar poderá ser o fim-
De qualquer forma, terei que estar preparada para o que vier, e
tenho a impressão de que não serão poucas coisas...

5. Capítulo- Minha esposa


Dylan
Não sei qual cena que fodeu mais os meus neurônios —eu
não poderia afirmar que foi daquela morena deliciosa com aquele
vestidinho branco justo com aquela meia branca até o topo de sua
belíssima coxa torneada exposta em conjunto com seus seios fartos
me enfeitiçando na festa de casamento inteiro, ou aquelas malditas
pernas e bunda molhadas com aquele vestidinho transparente
durante sua cavalgada hoje cedo- Ainda não me decidi por
nenhuma das duas já que para meu pau todas são bastante
instigantes.

Confesso que achei impressionante sua maneira de lidar com


homens inconvenientes, o golpe que ela acertou naquele pobre
homem no meio da festa de casamento ainda me deixa
amedrontado. Ontem quando estava tentando a pôr no seu lugar de
esposa e seu amiguinho interferiu, me irritei bastante com aquele
idiota, mas hoje se eu o visse seria capaz de agradece-lo por salvar
minhas bolas.

E ainda teve aquele salto, Deus! A forma com que cavalgou


ao lado do carro do pai hoje pela manhã quase me enlouqueceu,
além do seu vestido molhado delineando as suas curvas perfeitas —
deixando meu pau aflito entre minhas pernas- ainda teve aquele
salto, o que diabos foi aquilo?

Quando seu pai diminuiu a velocidade para o funcionário abrir


o portão a menina galopando simplesmente saltou com o cavalo
sobre ele. Quando vi sua intenção fiquei apreensivo, mas seu salto
foi fantástico, ela continuou cavalgando enquanto meu pai aplaudia,
meu sogro praguejava e meu avô assim como eu não
acreditávamos no que ela acabara de fazer... uma menina
verdadeiramente fascinante e que me faria muito feliz prostrada com
toda sua rebeldia diante dos meus pés, de preferência nua, de olhos
baixos e principalmente me chamando de mestre como se recusara
ontem.

Não me vem outros pensamentos além de fode-la suspensa


no meu play ground, na minha cama vendada e presa por minhas
algemas de aço, ou totalmente vulnerável amarrada a minha cadeira
de punições... O fato é que eu não consigo olhar para aquele corpo
tentador com aquela carinha de anjo sem que uma cena dessas não
me desturve meus pensamentos, e esses anseios são de alguma
forma inquietantes...

Pelo que notei a garota não foi devidamente educada a se


submeter ao seu marido, e eu sinto que esta não será uma tarefa
fácil, já que ontem durante a festa do casamento tive em primeira
mão duas amostras intoleráveis de seu comportamento. A primeira
foi sua recusa e petulância ao não acatar minhas ordens de subir
para o quarto e me esperar da forma que dispus, a segunda foi de
atacar aquele homem e me lançar aquele olhar desafiador.

Apesar de um nunca ter tido paciência de treinar uma


submissa vejo que terei de faze- lo com essa menina...

Algumas coisas nela não pude deixar de notar, ela é rebelde


—isso é evidente- destemida, arrogante, parece ter um mundo de
admiradores —notei isso pela sua despedida nada convencional de
uma multidão de gente que surgiram do nada apenas para agracia-
la e da dedicação que esta demonstrou ao cumprimentar cada um
deles, o tratamento foi desigual apenas com seu pai —.... Voltando a
lista, ela é intrigante, sensual, e profundamente bela...

O que me surpreende ainda mais!

Há algo de diferente nessa nela, algo preocupantemente


desconfortante para mim, já que não me interessava por outra
mulher desde que conheci Rachel.... Sou trazido de volta a
realidade quando escuto...

—Pare de olha-la com tanta volúpia meu filho, está me


constrangendo! — Vovó murmura me encarando com um pequeno
sorriso diabólico.

É! Minha avó é uma bruxinha ás vezes!

Eu estou sentado ao lado do vovô, em frente a Bianca que


dorme profundamente e minha avó está ao lado dela no voo de volta
para Dubai.

— É impressão sua vovó— Não consigo evitar o tom de


repreensão em minhas palavras.

Minha avó ri e continua.

—Eu conheço esse olhar meu querido, e ele pode enganar


todos, menos a mim!

Ela respira fundo e fita Bianca dormindo tranquila com os


cabelos sobre o rosto e boca entreaberta —Você sabe que terá de
treina-la, não sabe? Precisa ter muita paciência, meu querido. Sua
jovem esposa é apenas uma menina no corpo de uma mulher, o que
é uma lástima, já que o mundo em que vivemos é completamente
diferente do seu!— Solta um longo suspiro —Vai ser bastante difícil!

—Eu sei vovó... eu sei! — Digo mudando a vista para


escuridão do lado de fora da janela.

A viajem foi longa e chegamos a Dubai quase ás oito da


manhã, apesar do cansaço não consegui dormir e vez ou outra me
pegava encarando aquela linda menina que dormia tão serena na
minha frente. A vovó graças aos céus não voltou a encher minha
mente com suas repreensões descabidas...

—Acorde sua esposa, Dylan!— Vovô ordena ao levantar de


seu acento e amparar vovó desnorteada em seus braços.

Suspiro cansado e sento no lugar que minha avó estava, toco


de leve seu ombro desnudo pelo casaco fino caído por seu braço e
sinto sua pele macia por entre meus dedos, acaricio de leve ali
novamente e vejo como sua pele se arrepia ao meu toque, é
simplesmente fascinante... automaticamente surge um pequeno
sorriso em meus lábios, mas que inferno!

Para com isso Dylan!

Desde quando se comporta como um maricas? Seja homem


porra!

Com a censura da minha mente perante meu sorriso


infundado sacudo de leve seu ombro esquerdo e Bianca resmunga
algo inteligível virando o rosto para o outro lado, suspiro e volto a
sacudi-la de leve...
—Hei acorda, menina! — Sussurro em português.

—Me deixa em paz Maria! — Ela resmunga e continua a


dormir.

—Bianca? Bianca acorda! Chegamos! — Sussurro outra vez,


mas agora ao invés de sacudi-la tiro os cabelos do seu rosto.

—Mas que inferno Maria, só mais cinco minutos! — Ela pede


dengosa.

Meu pau lateja nas minhas calças ao ouvir sua voz rouca
manhosa assim, torno a ter pensamentos impróprios ao imagina-la
sobre a cadeira de punições completamente nua agradecendo cada
um dos açoites deferidos na sua bundinha arredondada...

Balanço a cabeça afastando esses pensamentos


inconvenientes.

—Acorda Bianca, nós já chegamos, vamos menina, acorde!


— Murmuro sem paciência voltando a sacudi- la dessa vez um
pouco mais forte.

—Inferno Maria, eu diss...— Ela para no meio da frase ao


abrir os olhos e se deparar comigo a encarando já muito bravo, não
por sua demora em acordar, mas por estes pensamentos que me
sondam quando a vejo.

Nos encaramos por um momento, seus olhos são da cor de


mel, são tão profundos que eu diria que ela pode me decifrar
apenas com esse olhar...
Digo irritado —Chegamos! — A soltando como se ela
estivesse em chamas em seguida.

Ela parece desnorteada e demora uns minutos para se


recompor.

—Ok! — Ela diz e depois de levantar e se espreguiçar


finalmente descemos do avião, meus avós nos esperam na
limusine, não me surpreendo ao ver o espanto que a garota encara
o carro...

—É uma limusine? — Ela pergunta surpresa e ainda


sonolenta.

—Não! É uma bicicleta, não está vendo? — Confesso que


saiu mais rude do que eu pretendia ter falado.

—Grosso! — Ela resmunga e eu dou dois passos na sua


direção, mas antes de conseguir alcança-la para repreende-la esta
abre a porta do carro se enfiando dentro dele, suspiro irritado e
entro no carro também.

O caminho para mansão do vovô foi silencioso, depois que lá


chegamos eu mandei o motorista levar minhas malas para meu
apartamento, tomo um banho rápido e visto meu habitual terno
cinza, uma gravata preta e estou pronto!

Ao terminar de me arrumar fui direto para o escritório, a


manhã se passa rápido, um pouco depois já é hora do almoço,
decido por comer alguma coisa no restaurante da esquina, é
requintado e a comida é de qualidade, além de muito bem
frequentado, claro!
Saio da minha sala e aviso a secretária que vou para o
almoço, ao entrar no elevador dou de cara com a única mulher que
pensei que fosse capaz de me fazer ter pensamentos impróprios
apenas ao olha-la, Rachel.

—Olá! — Digo me aproximando mais dela.

—Oi! — Ela diz me deixando acariciar seu rosto suavemente

—Como foi o casamento? — A maneira como ela


fala casamento me faz lembrar que ainda estamos brigados.

—Precisamos conversar e se acertar, meu amor!— Digo a


prendendo contra a porta depois de apertar o botão parando o
elevador.

—Ok, onde podemos nos encontrar? — Ela aceita depois de


alguns segundos pensativa.

—No local de sempre... meu apartamento, oras! — Digo


dando de ombros como se isso fosse a coisa mais normal do mundo
e beijo seu pescoço lhe arrancando pequenos suspiros.

—E sua esposa não vai estar lá? — Ela pergunta, também


notei a ênfase de desprezo que deu a palavra esposa.

—Eu já te falei que esse casamento é apenas por


conveniência amor, é claro que ela não vai morar no meu
apartamento, ela vai continuar na casa dos meus avós! — Explico
ainda pregado ao seu pescoço deferindo beijos e mordidas.

Ouço seu gemido e meu pau começa a inchar


instantaneamente, ela confirma —Depois do trabalho então? —
—Sim! Você pode ir diretamente para o meu apartamento...
vou dar uma passada na casa dos meus avós para deixá-los cientes
de algumas disposições referente a este casamento. — Digo me
afastando e apertando o botão do elevador para que possamos
continuar a descer.

—Vou preparada como sempre, mestre? — Rachel pergunta,


a encaro e ela assente entendendo perfeitamente a repreensão

—Perdão mestre, claro que devo ir preparada! — Ela


sussurra arrependida baixando o olhar para os próprios pés.

As portas se abrem e saio do elevador, depois do almoço


volto ao meu escritório e a tarde passa rapidamente comigo imerso
no trabalho, quando dou por mim já está na hora de sair, vou até
meu carro e sigo para mansão de meus avós.

—Onde está o vovô? — Pergunto assim que me deparo com


minha avó sentada na sala tomando uma xícara de chá.

—Aqui! — O ouço murmurar da escada, ele vem até mim e


beija minha face dos dois lados.

—O que está fazendo aqui? Pensei que iria direto para sua
casa! — Ele diz sentando ao lado da minha avó.

—E vou! Só passei aqui para avisa-los que a partir de hoje


Bianca vai morar aqui com vocês, minha parte era casar e eu já
cumpri, portanto agora ela é problema de vocês! — Digo.

—Está enganado, meu querido neto! A Bianca é


responsabilidade inteiramente sua, Como você mesmo disse casou
com ela! — Meu avô retruca calmamente.

Rio e continuo —Acho que o senhor não entendeu vovô!... Eu


não a quero! —

É então que tudo começa, Vovô começa e esbravejar.

—Eu não tenho nada a ver com isso Dylan, vai ficar com sua
esposa e fim de conversa, se a quer ou deixa de querer é problema
seu! O que me importa são os 10% que ela detém e que terão de
ser nossos daqui há 6 meses quando ela puder tomar posse destes,
portanto trate de domar aquela fera o mais rápido possível! —

— Vocês falam daquela pobre menina como se estivessem


falando de um objeto, se controlem! Estamos falando de sua neta
agora Salim, e de sua esposa Dylan! — Vovó nos repreende.

—Desculpe minha querida. Você tem razão a menina é da


família agora! Ela é esposa do meu neto e deve ser tratada como
tal, não é Dylan?— vovô pergunta retoricamente.

Conheço esse tom irredutível do meu avô, tão quanto eu


mais cedo eu aceitar melhor para mim... Começo no embate de
encarada e depois de alguns minutos suspiro derrotado e desvio o
olhar, ele ganhou!

Ele sempre ganha, Porra!

Como diabos eu vou explicar aquela tentação morando no


meu apartamento para Rachel? Ela vai ficar furiosa, parece que já
estou vendo outra discussão daquelas...
— Você deveria ter vergonha dessa atitude, Dylan! Casou
com Bianca, trate- a com respeito, é o mínimo que exijo de todos
vocês, que a tratem com respeito que lhe é devido! — Vovó
continua. —E sim! Estou de acordo com seu avô. O que falarão de
você se sua esposa não morar no mesmo teto que você? Que é um
fraco! Que não consegue manter uma mulher ao seu lado! —

Assinto me dando por vencido.

Respiro fundo e pergunto — Então, onde a menina está?


Preciso falar com ela primeiro e lhe explicar algumas coisas! —

Meu avô abre um sorriso vitorioso e responde.

—Já despachei a garota para sua casa desde que você saiu
pela manhã... ela já está no seu apartamento!

Fodeu!

—Merda!— Praguejo e saio apressadamente para o meu


carro, não dou ouvidos a minha avó me chamando apreensiva a
perguntar o que está acontecendo, acelero o carro e ultrapasso
alguns sinais, não quero nem imaginar a Rachel chegando antes de
mim e dando de cara com a Bianca...

Deixo o meu SUV preto na garagem e subo imediatamente,


no apartamento, me confundo com as chaves até finalmente achar a
certa, porém a porta está destrancada.

Quando abro a porta me deparo com a cena inusitada,


Bianca sorrindo descalça, enrolada apenas numa toalha que mal
cobre suas pernas e seios, de cabelos molhados e com a mão
estendida em direção a uma Rachel muito irritada vestida apenas
num sobretudo e usando uma coleira com minhas iniciais e botas
como sempre da maneira como lhe ordenei...

Engulo seco quando Rachel murmura.

—Prazer em conhece-la! Eu sou a amante e futura segunda


esposa de seu marido! —

Bianca me lança um olhar indecifrável e eu simplesmente não


sei o que fazer!

Droga vovô, isso tudo é culpa sua!

6. Capítulo- A amante do meu marido


Bianca

Acordar com aquele par de olhos azuis a me encarar quase


me deixou em coma, pelo amor de Deus! Quem em sã consciência
desejaria ser acordada por uma coisa tão linda? É pecado o
primeiro pensamento do dia ser voltado a atos impuros, Senhor!

Seus cabelos dourados, sua boca vermelhinha é um convite


para beijar e seus olhos são uma verdadeira perdição!

Hoje pela manhã, quando fui acordada de maneira nada


carinhosa por meu querido marido com sua linda boca e seus olhos
perfeitos praticamente grudados a minha cara foi a primeira vez em
toda minha vida que desejei ser beijada por um homem.

Sim! Como a Lauren mesmo diz: eu ainda tenho lacre, para


falar a verdade são apenas dois, o da boca e o do resto do corpo...
Porque nunca beijou? Você pode estar se perguntando....

Bem, a resposta é simples: os homens são uns babacas e


não tenho inclinações ao homossexualismo, então acabou que fui
levando. Não que os meninos nunca tenham tentado romper meu
lacre da boca –com intenção de obter o outro lacre, mas eu nunca
quis ser beijada por nenhum, sempre imaginei que meu primeiro
beijo seria o primeiro passo para um relacionamento, algo a mais,
entende? Mas confesso que sentimentalismo nunca foi o meu forte,
então nunca me apeguei a ninguém ao ponto de querer ter algum
relacionamento.

Não é porque tenho esse jeito 'durão' que muitos veem que
não penso em beijos e homens, tá bom?! Mas tenho medo de não
ser correspondida, eu passei boa parte da vida em busca da
aceitação de um homem —meu pai. No entanto, a única coisa que
consegui foi seu desprezo, e eu não vou passar por isso nunca
mais, nenhum homem merece tal comoção, e por minha parte
nenhum a terá. Então nada de beijos, o beijo é o início do caralho
todo por isso quanto mais longe eu estiver disso menos riscos eu
corro de ser machucada...

Me perdi, onde eu parei?

Ah sim, no aeroporto...

Mas então a realidade me bate como um soco no estômago


quando Dylan age grosseiramente comigo, primeiro para que eu
acorde e possamos descer do avião, depois quando sem querer
indago a respeito da limusine que está a nossa espera, santo Deus!
Uma limusine, eles usam uma limusine como um carro cotidiano, dá
para acreditar nisso?

Ah Foda- se!

O fato é que meu marido me deu a última patada do dia —ou


assim eu pensava- Mas então quando cheguei na mansão dos seus
avós e sua atenciosa avó me convidou para tomar café com ela fui
de bom grado, Dylan saiu sem nem ao menos se despedir, não que
isso me importasse, mas ele é a pessoa mais próxima a mim nesse
momento, ele poderia ser um pouco delicado, não? Pensando bem,
acho que o máximo de delicadeza que terei de sua parte é ser
sacolejada de maneira nada cortes para ser despertada...

Bem feito para você Bianca, essa é para você se ligar e parar
de pensar em beijar esse otário!...

—Então? Me conte um pouco mais sobre você minha querida


Bianca!—

Sou trazida a realidade que me rodeia : Samantha, uma


mansão que mais parece um castelo, sala de jantar enorme com
pelo menos 20 lugares, uma mesa oval de vidro, um quadro de
prprovavelmente alguém famoso por sobre uma bancada de
madeira negra, um banquete como café da manhã e várias
empregadas com os rostos cobertos por véus por toda espaçosa
sala...

Samantha é uma senhora muito elegante e seus vestidos são


impressionantes, a exemplo disto é este vestido longo azul em um
decote discreto reto e de mangas requintado como ela, seus olhos
azuis transmitem um misto de ternura e aconchego e sua voz doce
e calma é um verdadeiro alento, penso que ela e Maria seriam
ótimas amigas... ah minha Maria! Nem bem cheguei e já estou
morrendo de saudade...

Suspiro pesarosa.

—Não há muito o que falar sobre mim. Nasci e me criei na


fazenda que conheceu, tenho 22 anos, sou formada em direito, e
tenho um cavalo chamado Trovão. Adoro cavalgar, jogar futebol,
tomar banho de rio e fim... eu acho! — Digo dando de ombros.

—Então você é formada em direito e gosta de cavalgar?


— Ela pergunta.

—Sim! — Respondo.

—Sabe, ainda não te dei o meu presente de casamento e


este fim de semana vamos resolver isso, vou te levar a um lugar e
você escolherá seu presente! — Ela diz.

Sorrio, mas antes que eu possa dizer algo somos


interrompidas pelo Sr Salim.

— Já enviei sua bagagem para o apartamento de Dylan


menina, quando terminar seu café se quiser já pode ir conhecer seu
novo lar! — Ele diz entrando na sala em seu terno azul marinho
discreto e sem gravata.

O Sr Salim é difícil de se decifrar em alguns momentos, ele é


bastante sério e seus olhos são bastante avaliadores —não tanto
quanto os meus, claro! - Ele senta à mesa e a conversa nesta se
acaba.

—Gostaria sim, senhor!— Respondo firme, porém


educadamente avaliando sua postura moderada e minuciosamente
séria.

Após do café a Samantha me promete um tour pela sua casa,


depois então nos despedimos, e ah cara! Eles mandaram
a limusine ir me deixar no meu novo lar, isso que é uma verdadeira
ostentação. Para todos aqueles moleques que acham que cacarejar
alguma merda e andar com a cueca a mostra e correntes de ouro
pendurados no pescoço é ostentação aprendam: ostentação é ter
um castelo desse como casa, é em pleno dia de quinta- feira de
manhã você usar uma limusine como se estivesse usando um
Classic 2015 para ir para casa simplesmente por ele ser um
transporte comum no seu dia- a- dia...

O motorista me acompanha até a porta do apartamento e a


empregada me olha surpresa ao me ver chegar com duas malas
grandes

—Em que eu posso ajudar senhora? — A mulher de idade


aparentemente uns 40 anos de idade trajando um vestido longo
preto de mangas compridas e véu preto em volta de seus cabelos
pergunta.

—Está é a esposa do senhor Hoffman, senhora! — Diz o


motorista e ela rapidamente me faz entrar no apartamento.
Meu novo lar é um verdadeiro luxo. A sala é ampla e
moderna, com aparelho de som embutido de última geração, a tv é
enorme e quase tenho um infarto quando ela surgiu de algum lugar
na parede a apenas um apertar um botão de um pequeno controle
que Ajade- a empregada que abriu a porta- me entregou. Após um
banho, troquei de roupas e escovei os dentes resolvi conhecer a
casa e ela ao me entregar o pequeno controle disse que eu poderia
começar pela sala—gostei da Ajade- E já apertei quase todos os
botões do controle. Um é do som, outro botão é da TV, outro é para
ascender a lareira, outro para ativar o alarme de segurança do
apartamento, outro é para baixar as luzes e outro é do controle da
temperatura, um sofá em L enorme e confortável, e um quadro
elegante acima da lareira, vasos com pinta de caros no recanto de
uma parede e a outra parede é revestida de um vidro transparente
do teto ao chão, daqui eu vejo toda a vista da cidade encantadora e
só... Foda! Acho que se tivesse mais alguma coisa nessa sala com
essa sofisticação eu seria capaz de ter um ataque cardíaco, porra!
Esse cara é podre de rico mesmo!

Há dois corredores e uma escada na sala, um pequeno


corredor dá para uma senhora cozinha, moderna toda moldada em
aço inox com vários objetos que eu não faço a mínima questão de
saber para que serve. Sigo para o outro corredor e dou de cara com
um escritório elegante , uma mesa elegante com uma cadeira
giratória, prateleiras enfileiradas devidamente ornamentadas com
livros por ordem alfabética, poltronas confortáveis e mesa de leitura,
a verdadeira surpresa vinham nas portas adiante, a porta seguinte
era uma sauna, a próxima uma academia equipada com aparelhos
de última geração, uma piscina em área aberta rodeada por uma
enorme varanda era o último cômodo daquele andar... Me restava
agora subir as escadas, assim o fiz e quando cheguei ao topo dou
de cara com uma ampla sala de vídeo aberta, poltronas e um sofá
enorme cheio de almofadas, uma TV tão grande quanto a da sala, e
uma pequena mesa de centro, ao todo a sala era rodeada por seis
portas, três de cada lado, três quartos grandes com banheiros que
mais pareciam uma dádiva do lado esquerdo, a direita dois eram
quartos e outro não pude saber o que era já que a porta estava
trancada.

Ajade chega com comparas e diz que vai começar a fazer o


almoço, também diz que já guardou todas as minhas roupas.
Almoço e depois tiro um cochilo no sofá da sala de vídeo, acordo
desnorteada e com frio. Tomo um banho quente num dos quartos e
procuro minhas roupas nos closets e não encontro, assim como não
encontro em nenhum dos outros quartos, inferno!

Onde diabos Ajade pôs minhas roupas? Me enrolo numa


pequena toalha e vou em busca da mulher que enfiou minhas
roupas em algum lugar desconhecido por mim...

—Ajade onde você colocou minhas roupas?— berro do topo


das escadas mas não escuto respostas, desço e quando estou
passando em direção a cozinha estanco no lugar ao me deparar
com uma mulher loira, magra e de cabelos longos encaracolados.
Ela está usando um sobretudo preto com botas de saltos agulha
altíssimos, por uns segundos inspecionamos uma a outra até que
tomo a iniciativa.

—Olá?— digo.
—Olá!— ela diz com cara de poucos amigos e com uma
sobrancelha delicada arqueada —Quem é você?— pergunta
torcendo o nariz para mim, acho que deve ser alguma amiga de
Dylan ou de Ajade, minha é que não é!

Não gostei dessa mulher...

Estendo uma mão para ela.

—Meu nome é Bianca, sou a esposa de Dylan, prazer!—

Antes que ela pudesse responder escuto a porta sendo


aberta abruptamente, mas me atenho a mulher que me olha com
puro ódio estampado em seu rosto e seus punhos fechados

—Prazer em conhece- la! Eu sou a amante e futura segunda


esposa de seu marido!— Ela cospe friamente e esboça um pequeno
sorriso desdenhoso.

Me abstraio de expressões que transmitam raiva ou decepção, é


claro que ele tinha uma vida antes de casar, mas ter essa mulher
prprovavelmente nua por baixo desse sobretudo lhe esperando
chegar do trabalho no teto que prprovavelmente dividiremos por
muito tempo me decepciona um pouco... Porra! Acabamos de casar
e esse idiota já traz mulheres para cá? Sei que não sente nada por
mim e nem sinto nada por ele, mas devemos pelo menos respeito
um ao outro, não?

Viro o rosto a tempo de vê- lo engolir seco, cretino!

Engulo a raiva que estou sentindo nesse momento e coloco


minha máscara fria que sempre usei com o papai.
Ele quer jogar? Então vamos jogar...

— Trouxe companhia para nossa lua de mel querido? Sabe


que não curto ménage a trois, mas se insiste, acho que devemos
tentar já que dividiremos nossa cama futuramente com ela também,
não é? — Digo calmamente indo até ele que continua parado como
uma estátua na porta e desvia o olhar de mim para mulher parada
no meio da sala que aperta os punhos cada vez mais forte.

Ouço a mulher ranger os dentes quando me vê se aproximar


dele.

Ciumenta hein? Bem, vamos ver como posso me aproveitar


disso!?

Paro na frente de Dylan e este parece que viu um fantasma


de tão pálido, seus olhos estão na mulher com um pedido de
desculpas silencioso, não me pergunte porque, mas não gostei do
pensamento dele com ela!

Acaricio seu rosto de leve e ele volta sua atenção para mim,
aproximo meu corpo do seu e continuo.

—Devemos começar então, amor? Ainda estou bastante


dolorida de todo dia de ontem, mas adoraria te- lo dentro de mim a
noite inteira hoje novamente!...— Viro o rosto para ela, a olho
desdenhosa e volto minha atenção para Dylan novamente, este
parece não acreditar no que estou fazendo...

—.... Terá que se acostumar a ser a segunda a ser tomada


querida, como sou a primeira esposa, é claro que ele me tomará
primeiro e então depois -se ele puder, é claro- que tomará você.
Aposto que você sabe contar, mas se não souber eu te explico: o 1
sempre vem antes do 2! — Ao terminar abro a toalha que cai aos
meus pés e depois dele inspecionar cada milímetro do meu corpo
com o olhar e engolir seco várias vezes finalmente chega a meus
olhos, é claro que estou dando- lhe meu melhor sorriso de menina
má...

Ouço a vadia que se auto intitula amante bufar, na minha


terra isso se chama rapariga- segundos depois a vejo puxar a porta
para sair...

—Já vai tão cedo, querida? Eu pensei que ficaria para o


ménage! — Digo ainda encarando os inebriantes olhos azuis e
Dylan que até agora me encara e não se pronunciou.

Ela bufa e sai batendo a porta, amplio meu sorriso e apanho


minha toalha do chão me enrolando.

Dylan parece ter acordado do transe já que o ouço praguejar.

—Puta merda! Rachel! — O vejo sair em disparada no


encalço da Segunda-Esposa-Amante-Vulgo-Rapariga-Rachel.

Em seguida sento no sofá e não consigo mais prender a


gargalhada que se formou em minha garganta desde que a ouvi
rosnar feito uma cadela...

Vejo Ajade entrar na sala e me olhar como se eu fosse louca.

—Está se sentindo bem senhora?—

Respondo segurando minha barriga que começa a doer de


tanto rir.
—Mais que bem Ajade, me sinto revigorada! — me contenho
um pouco mais —Onde você colocou minhas roupas Ajade?—

—No quarto do senhor Hoffman senhora, aqui as chaves!

Ela me entrega um chaveiro brilhante com duas chaves, acho


estranho, mas minha única vontade agora é me vestir e esperar o
piti do meu querido esposo —se ele voltar, claro!- porém eu acredito
que seu humor não vai ser dos melhores já que duvido que aquela
vadia petulante queira saber dele tão cedo, agora é esperar e ver
logo de uma vez o que de pior posso esperar do Dylan, confiança
com certeza ele não terá mais...

Agradeço a Ajade e subo para o quarto, visto uma lingerie


vermelha e um vestido de alcinhas e preto, penteio os cabelos,
passo meu desodorante e perfume e espero pacientemente.

Apanho um livro da minha mala e deito na cama, estava na


segunda página quando escuto o estrondo na porta.

Dylan.

—O QUE INFERNOS VOCÊ ACHOU QUE ESTAVA


FAZENDO?— Ele grita se escorando na porta, vestido apenas com
sua calça do terno e camisa branca —onde será que ele perdeu o
resto das roupas?-

Apenas o olho com uma sobrancelha levantada por uns


instantes, ele realmente parece estar transtornado... não sei se é
uma boa ideia atiça- lo, mas foda- se! Ele iria comer aquela puta
aqui, na minha casa! Desde quando é minha não sei e não me
importa, só sei que é aqui que viverei e aqui ele deve ao menos
respeitar.

— Nada! Só pondo aquela vadia no lugar dela! — Respondo


calmamente.

—NÃO A CHAME DE VADIA, SUA DESGRAÇADA. ELA


VALE MUITO MAIS QUE VOCÊ—

jura que ele acaba de berrar isso para mim?

Salto da cama e o enfrento —V.A.D.I.A. VADIA! É ISSO QUE


ELA É! E VOCÊ É UM VERDADEIRO FILHO DA PUTA, SEU
CRETINO! COMO VOCÊ OUSA TRAZER UMA PUTA PARA MINHA
CASA, SENDO QUE NÓS AINDA ESTAMOS NA PORRA DA LUA
DE MEL? —

O vejo abrir um sorriso dissimulado e murmurar baixo de uma


forma que me causa arrepios até na alma.

—Ah! Então é isso? Você quer me ter na lua de mel? Então


você terá! —

Me assusto quando ele se aproxima rápido tirando a camisa,


me pegando nos braços e me jogando na cama, em um movimento
rápido me aprisiona com seu corpo sobre o meu...

—O- o que você está fazendo? Me solta seu babaca! — Digo


entre os dentes e tento empurra-lo em vão, ele prendeu minhas
pernas e um chute nas suas partes baixas está fora de cogitação.

—Te dando o que você pediu! — Ele diz rasgando meu


vestido apenas num puxão.
—Não! Eu não pedi nada me solta! — Digo apavorada.

Dylan solta uma risada e depois de destroçar todo meu


vestido me deixando apenas de sutiã e calcinha vermelha rendada
ele mira meus seios com admiração.

—Me solta! Dylan para com isso e me solta, por favor!


— Peço esgotada de tentar tira-lo de cima de mim, caralho de
homem pesado!

Ele sobe o olhar para encontrar meus olhos e fita minha boca
com desejo, antes que eu pudesse lhe pedir para parar novamente
ele toma minha boca, tento desviar o rosto, mas ele consegue
prende- lo com uma mão na minha nuca, minhas mãos empurram
em vão seu peito e suas pernas estão enroscadas as minhas me
prendendo no lugar, sinto que agora lascou tudo!

Sua língua invade minha boca sem permissão e explora


minha com experiência, depois de alguns segundos não consigo
mais resistir, seu gosto de menta e seu cheiro amadeirado me
sondam e a eficiência com que chupa minha língua...

Minha língua adentra sua boca da mesma forma que ele o fez
na minha, e ao invés de continuar a empurra- lo eu enrosco minhas
mãos em seus cabelos e os puxo mais para mim, Dylan geme na
minha boca e começa a esfregar seu pau duro no meu quadril, num
balanço que aos poucos vai me tirando o juízo, suas mãos seguram
meus quadris firmemente enquanto ele se encaixa entre minhas
pernas e se esfrega na minha boceta por sobre a calcinha fazendo
com que esta fique molhada...
— Ohh porra!... Bianca... Bianca! — Ele geme, no quarto só
conseguimos ouvir nossas respirações alteradas e os seus e meus
gemidos de prazer angustiante.

— Dylan! — Sussurro na sua boca.

—Você me quer? — Ele pergunta ao se afastar um pouco da


minha boca, o sinto se afastar somente o suficiente para sua mão
me alisar por cima da calcinha e subo meu quadril indo de encontro
a sua mão num gesto automático.

—N- Não! — Gaguejo.

Dylan abre um sorriso de lado, safado!

— Oohh! Eu acho que quer sim, minha menina má! Diga que
me quer! — Ele diz prendendo meu lábio inferior entre os dentes e
mordiscando, Deus! Sua voz rouca e sua mão vão me fazer ter um
troço!

Minha voz sai como um gemido baixinho.

—N- não!—

Vejo sua mão invadir minha calcinha e ele acompanha meu


olhar que está compenetrado onde ele está enfiando a mão neste
momento.

—Mentirosa! Veja como está encharcada? Está sedenta pelo


meu pau enfiando fundo na sua bucetinha— ele sussurra.

—Ahhh!— Gemi quando seus dedos encontram meu clitóris.


Senhor amado! Que sensação é essa? Parece que eu vou
explodir a qualquer momento!

—Ahhh! Para Dylan, está... es- está quente!... ahh— Grito.

Meu cérebro parou de funcionar, minhas unhas se enfiam


automaticamente em suas costas enquanto a outra mão puxa seus
cabelos, não consigo pensar em mais nada além do fogo
descomunal se formou em meu ventre...

Dylan lambe meu pescoço e morde o nódulo da minha orelha


aumentando a velocidade de seus dois dedos que insistem em me
levar a loucura...

—Dylan! Dylan, eu... eu vou... ahhhh!— Grito sentindo


pequenos tremores tomarem conta do meu corpo.

—Deixe vir Bianca! Goze nos meus dedos! — Ele rosna se


apossando da minha boca outra vez.

—Dylan, p- para!... Ahhhhhhh!— Tenho certeza que o edifício


inteiro escutou meus gritos, não consegui mais aguentar e gozei nos
seus dedos como ordenado com ele tomando meus gritos com seus
beijos selvagens.

Porra! Gozar é bom, bom não a palavra mais apropriada,


acho que seria extraordinário o mais correto para descrever a
sensação...

Separa sua boca da minha quando volto a respirar melhor e


aos poucos retira a mão da minha calcinha e a segue direto para
sua boca, soltando um gemido rouco e fechando os seus lindos
olhos azuis a enfiar os dois dedos a pouco dentro de mim na boca e
chupa- los com devoção, nunca vi nada tão sexy em toda minha
vida...

— Primoroso o seu gosto baby!— Ele sussurra e abre os


olhos, retira os dedos da boca e pondo-os na minha.

—Prove seu delicioso sabor!— seu tom me diz que não


aceita recusa, e nem eu seria louca de recusar a porra mais sensual
que já me aconteceu na vida-

Fecho os olhos e abocanho timidamente seus dedos com


meu gosto salgado e chupo um dedo de cada vez, depois abro os
olhos e continuo o processo encarando suas safiras com pupilas
dilatadas enfiando os dois na boca de uma só vez.

—Porra de menina! — Ele xinga e toma minha boca outra


vez, mas dessa vez dura menos tempo do que eu queria —venha!
— Ele diz já levantando e me puxando para ir com ele.

O sigo sem entender e entramos num quarto ao lado do seu.

—Esse será seu quarto, Bianca!...— Me surpreendo com sua


voz fria, nem parece que estava me beijando e me fazendo gozar
neste instante.

Dou uma olhada no quarto e suspiro adentrando mais no


cômodo enquanto Dylan segue parado na porta.

—Seu treinamento para se tornar uma boa submissa


começa a partir de hoje!— Sua voz me faz virar e o encarar sem
entender.
—Você já jantou? — Ele pergunta com o olhar frio sobre mim
que estou apenas de sutiã e calcinha— já que ele rasgou meu
vestido- apesar de que do jeito que ele aparenta estar duvido que
ele lembre mais desse fato.

Lembro todo o treinamento no qual Beatrice foi submetida e


me dou conta do que ele está falando.

—Eu não vou me submeter a você Dylan! Não vou ser sua
cadelinha de estimação! — Respondo firme.

—Jantou ou não? — Ele insiste.

—Não! — Ele abre um pequeno sorriso que me dá calafrios,


engulo seco e torno a repetir —Eu não vou ser sua submissa! — O
desafio.

—É o que veremos minha menina má!... É o que veremos...


— Diz dando as costas e saindo do quarto e até aí tudo bem, o
problema foi ouvir também dois cliques na porta.

Porra! Esse desgraçado me trancou!

Me aproximo da porta rapidamente e bato nela com força


quando confirmo que está trancada.

—Abre essa porta Dylan! Abra agora! — Grito enfurecida,


como ele ousa?

O ouço murmurar alto do outro lado —Lição número Um,


Bianca: A partir de hoje só sairá do seu quarto quando eu achar que
merece... tenha uma boa noite, baby! —
—Abra essa maldita porta Dylan ou eu juro por Deus que vai
se arrepender quando eu sair daqui! — Grito batendo na porta com
força.

—Seu babaca, abra a porta! Eu vou te matar, Dylan!


— Esbravejo dando chutes na porta que continua intacta.

Bem feito para você aprender, Bianca!

Quem manda ser uma estúpida!

Eu te disse para não ceder, para não confiar, que os homens


são babacas, como pode ser tão ingênua? Achou o que? Que
depois de lhe proporcionar um orgasmo fabuloso iam se acertar
como um casal normal?— uma vozinha irritante do meu
subconsciente me repreende- É! Acho que foi exatamente isso que
pensei, e o pior, me entreguei ao seu beijo— que querendo ou não
teria acontecido pelo simples fato daquele troglodita ser mais forte
que eu- O fato é: Perdi o caralho do lacre da boca, o que tanto
protegi para acabar rompendo com um filho da puta igual esse, não
é justo!

—MAS QUE PORRA!— Grito por fim sentando no chão e


desistindo de tentar abrir a merda da porta.

Ah! Mas quando eu sair daqui você irá se arrepender Dylan,


vou fazer você se arrepender disso, há se vou...

Nunca mais vou permitir que me toque! Maldito, mil vezes


maldito! Acho que ele não percebeu com quem está lidando, se
acha que vou me curvar está muito enganado! Vou fazer você pagar
com tantos juros e correções que o valor arrecadado vai suprir a
crise da Grécia inteira, eu garanto! Vou virar seu mundinho de
cabeça para baixo...

Se acha que o jogo está ganho se enganou meu querido,


pois ele está apenas começando...

7. Capítulo- Cativa.
Bianca

Sabe qual a pior parte de estar presa? O sentimento de


impotência, você se sente vulnerável e indefesa e seu único
pensamento é: sair dali...

A primeira fase é o desespero, você não quer acreditar que


realmente está trancada, então você bate na porta, xinga, promete
nunca mais cometer o mesmo erro, chora e implora para abrirem a
porta, é a fase da desesperança.

A segunda fase eu chamo de fase da aceitação, você já


entende que tão cedo eles não abrirão a porta, que você está presa
porque o que fez foi realmente algo grave e que não deve ser
cometido outra vez jamais, e você já aceita que errou e está
disposto a pedir perdão por isso se for preciso para sair dali.

A terceira fase é um pouco mais complicada, nos sentimos


claustrofóbicos e achamos que nos esqueceram naquele lugar,
então se não arrumarmos um jeito de sair ficaremos presos para
sempre, começamos a tentar abrir a porta de algum jeito e sempre
pensamos que as merdas que vemos nos filmes irão funcionar,
então grampos na fechadura são o de menos, esta é a fase James
Bond.

Como já tenho experiência desde meus quatro anos no


assunto eu parto diretamente para a quarta e última fase que chamo
atenciosamente de fase Iluminista, isso mesmo, aquele Iluminismo!
Um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na
Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime
(trevas) e pregava maior liberdade econômica e política, aquela era
famosa por seus grandes pensadores como Voltaire e Rousseau...

No meu caso a clareza com que eu teria de ver os fatos e


lutar por minha autonomia era evidente, já que estava num país
desconhecido e sozinha. O fato é: Eu estou num jogo onde minha
principal finalidade é apenas sobreviver, e de quebra não matar
ninguém pelo percurso... Então vejamos, para eu- a luz- conseguir
minha alforria eu terei um empecilho chamado unicamente Dylan
Hoffman- neste caso as trevas- considerando o fato de eu estar
presa num quarto há dois dias sem ser alimentada, tenho a
impressão que expulsar aquela vadia da minha própria casa tenha
sido uma falta gravíssima e não podemos deixar de perceber a
fraqueza do inimigo diante do caso, o que nos leva ao ponto crucial
do raciocínio lógico em prol da minha autonomia política e
econômica contra o antigo regime. Evidentemente, terei que vencer
o jogo e abater meu oponente, e qual a melhor maneira de abalar as
forças do inimigo? Isso mesmo! Atacando sua principal fraqueza, e
a fraqueza de Dylan Holffman se chama Rachel.

Mas o que sabemos sobre Rachel?


Ainda muito pouco, preciso de mais informações. Mas colhi
algo muito importante durante sua inesperada visita, a garota é
ciumenta, o que me põe na vantagem para destruí-la. Dylan
querendo ou não eu sou sua esposa e consequentemente dividimos
o mesmo teto enquanto que Rachel é apenas o que ela mesma
mencionou, amante.

Eu só preciso de uma oportunidade, um pequeno escorrego


para dizimar esse casinho dos dois que parece ser tão frágil, e
quando esta chance surgir eu saberei aproveita-la...

—Vejo que alguém está refletindo suas faltas, o que quase


três dias sem comida e água não fazem, hã?— Escuto Dylan
murmurar ao adentrar o quarto com uma bandeja repleta de comida.

Eu estou deitada na cama e nua já que não tinha roupas


minhas no quarto e eu não poderia ficar com aquele sutiã e calcinha
durante dois dias não é?! Então aqui estou eu, com fome, pouca
sede, já que tomei água da torneira do banheiro, nua e fraca deitada
na cama, apenas o observo sem dizer nada, até porque não tenho
forças para isso...

—Vejo que minha querida esposa perdeu a língua afiada!


— Ele murmura satisfeito.

Eu apenas o observo.

Dylan está vestido num terno cinza sob medida com uma
gravata azul listrada muito elegante, seu cabelo devidamente
bagunçado e seus olhos azuis completam um conjunto realmente
impecável.
—Levante-se e coma! Teremos que sair em uma hora e você
virá comigo— Ele diz friamente deixando a bandeja e saindo.

Babaca!

Quando ele sai eu sento na cama e como um pouco, não


posso comer toda quantidade que tenho vontade ou então passaria
mal, como já disse tenho experiência no assunto...

Dez minutos depois ele entra no quarto outra vez com uma
caixa grande nas mãos —Aqui está o que terá que usar, você tem
40 minutos para ficar pronta!—

Deixa a caixa sobre a cama e sai novamente, levanto


devagar ainda me sentindo um pouco tonta, tomo um banho e
enxugo meus cabelos, dentro da caixa encontro um conjunto de
lingerie vermelha com cinta liga e meias 7/8, visto e depois retiro um
logo vestido da mesma cor da peça íntima, fica justo no meu busto
como sempre. Passo o desodorante e perfume que estavam dentro
de uma caixinha menor e calço os sapatos que estavam dentro de
outra caixa, na pequena caixa encontro ainda maquiagem, passo
lápis de olho, rímel e um batom clarinho. O problema estaria com o
cabelo agora, decido por um penteado, prendo algumas mechas e
com o secador e escova cacheio as pontas e pronto!

Você deve estar se perguntando o porque vou com ele.

Bem, a resposta é simples, esta pode ser minha oportunidade


tão aguardada... sorrio para minha imagem e saio do quarto. Desço
as escadas e encontro Dylan lindo como sempre, trajado num
smoking preto com gravata borboleta, o idiota parece satisfeito com
o que vê já que sorri depois se um olhar avaliativo que durou alguns
minutos...

—Faltou apenas um detalhe! — Ele diz abrindo uma caixa


azul pequena e retirando um longo e véu azul com brilhos
cravejados em detalhes dourados de dentro. Ele o toma nas mãos e
põe sobre meus cabelos e busto deixando apenas meu rosto a
mostra.

—Agora sim está pronta—

Durante todo o caminho Dylan me informa sobre o evento,


uma recepção de boas-vindas para mim na mansão de seus avós.
Estarão presentes amigos e empresários importantes, bem como
funcionários da empresa, e adivinha o primeiro rosto conhecido que
encontro assim que adentramos na mansão, isso mesmo! Meu alvo,
Rachel.

Logo que me vê abre um sorriso desdenhoso no rosto e eu


abro meu melhor sorriso feliz para ela...

—Querida! — Samantha me abraça apertado.

—Olá! — Digo retribuindo o abraço.

Depois de trocarmos amenidades Samantha volta para sala


onde vejo muitas mulheres com véus nos cabelos reunidas, num
canto mais à esquerda os homens conversam, fumam e bebem à
vontade.

—Você pode ir ficar com a Samantha e as demais mulheres


— Dylan diz saindo para onde o grupo seleto está mais reservado
no canto direito da sala, dois morenos, a vadia da Rachel e um
homem loiro.

—Boa noite!— Dylan diz se aproximando.

Eu observo o grupo por um tempo até decidir me aproximar, a


Rachel está com um vestido bege e cabelo preso num coque alto e
o véu caindo até seus ombros, os homens estão todos vestidos em
smolkins elegantes assim como o de Dylan.

—Olha se não é a anfitriã da noite!— O moreno murmura e


os demais voltam a atenção para mim.

—Boa noite! — Digo com um pequeno sorriso, todos


respondem ao cumprimento, menos Rachel é claro.

—Não vai me apresentar aos seus amigos? — Pergunto

Dylan parece desconfortável, mas me apresenta.

—Éee... rapazes esta é a Bianca, Bianca estes são Zayn,


Calton, Gutierrez e a Rachel você já conhece!—

—Sim, já tive o desprazer!— Provoco e esta sorri debochada


para mim, mas antes que possa dizer alguma coisa Dylan se
encosta mais a mim e sussurra do meu ouvido.

—Vejo que o castigo não a fez tomar juízo, não foi? Se acaso
não se comportar é para lá que voltará— Ele ameaça.

Continuo encarando a Rachel que parece saber exatamente


o que Dylan está me dizendo já que seu sorriso se amplia, continuo
sorrindo friamente sem perder a pose.
— Do que estavam falando? — Pergunto.

—Não creio que você entenderia nada a respeito do que


conversávamos, querida! — Rachel alfineta.

—Não acho que seria tão difícil já que alguém como você
parecia entender do que se tratava— Retribuo e ela bufa.

Dylan põe uma mão na minha cintura discretamente e aperta


com força, mas eu continuo sorrindo debochada para loira aguada
sem resposta a minha frente.

—Conversávamos sobre jurisdição, temos um projeto em


desenvolvimento nos EUA e as normas ambientais lá são um pouco
mais complicadas do que aqui— Zayn fala.

—Aqui praticamente não há prática jurídica em relação a


isso, você quer dizer! — Eles riem e adentramos no assunto, como
uma boa estudante de direito é claro que eu entendo de leis
ambientais e depois de alguns minutos Dylan parece bastante
surpreso com meu desempenho.

— Parece que você fez a lição de casa! Não sabia que


entendia de práticas jurídicas tão bem— Ele comenta divertido.

—Grande coisa! Ela fala meia dúzia de palavras e vocês já


rastejam aos pés dela? Homens! — Ela diz com desprezo, eu não
me digno nem a ouvir seu comentário invejoso.

—Eu sou formada em direito, então é meio que uma


obrigação saber! — Respondo.
Ele me olha mais surpreso ainda —É formada em direito?
— Zayn pergunta.

—Sim! — Digo.

—Sua esposa além de extremamente bela, é inteligente


Dylan, você é fodido de sorte! — Zyan diz fazendo todos rirem.

—Linda e inteligente, uma encantadora combinação!


— Gutierrez murmura me encarando de uma maneira que eu diria
por um milésimo de segundo me senti completamente nua...

Dylan não parece ter gostado do elogio direcionado a mim já


que rapidamente o corta.

—Linda, inteligente e comprometida Gutierrez! — Ele diz


encarando o amigo com cara de poucos amigos.

Zayn gargalha com a atitude dele e comenta —Linda,


inteligente e com um marido bastante ciumento, pelo visto! —

Dylan não desmente, apenas continua encarando Gutierrez


que apenas sorri despreocupado para mim.

Será que eles sabem que meu casamento é apenas por


conveniência?

Estou começando a achar que sim...

—Com licença rapazes, já volto— Digo me retirando para ir


ao banheiro.

Quando me afasto um pouco sinto um braço na minha


cintura.
—Onde vai? — Dylan pergunta.

—Ao banheiro— Resmungo revirando os olhos.

—Não demore! — Ele diz me soltando.

No banheiro depois de jogar um pouco e água no pescoço e


respirar fundo tento lembrar como Dylan arrumou este maldito véu
nos meus cabelos, mas uma pancada da porta fechando me chama
atenção e surge uma Rachel parecendo nada satisfeita.

Então começa o que parece ser o seu habitual tom de


desdém...

—Vejo que já conquistou os amigos do Dylan! O que


pretende garota? Acha que ele vai reparar em você? Se apaixonar
por você? — Solta uma risada —NUNCA, está me ouvindo? Ele me
ama e jamais se apaixonaria por um tipinho igual você! —

—Então porque está tão insegura, querida? — Pergunto a


desafiando e esta toma o véu de minhas mãos bruscamente.

—Eu não estou insegura! — Ela rasga o véu e eu apenas


assisto o seu descontrole divertida —Você que é uma vadia e não
sabe seu lugar sua idiota! Ele me ama, eu sei que me ama! — Ela
rosna e ri dissimulada —Aposto que quando chegar em casa te
trancará novamente! —

Fico sério com sua menção, ele contou para ela?

Aquele desgraçado contou que me castigou por causa dela?

Mas é claro que ele contou Bianca, não seja estúpida!


Ela pareceu perceber que me desarmou momentaneamente.

—Ohh sim! Ele me contou que te castigou querida, e sabe


onde ele me contou? — Ela se aproxima de mim e joga os restos do
véu no chão —Na minha cama! — Ela termina com um sorriso
vencedor.

Me recomponho atempo de perceber minha oportunidade ali,


bem diante de mim.

—Ele também contou como me fez gozar na cama dele?


— Pergunto e seu rosto feliz se desfaz, amplio meu sorriso.

—Oh ele não contou, não foi? Pois saiba que apesar dele se
divertir com você é comigo que ele dorme todas as noites, é a mim
que ele toma na sua cama e me faz gozar enlouquecida, e com
cadelinhas de estimação como você ele apenas se diverte...
querida! — A empurro e saio do banheiro.

Muitas pessoas me olham surpresas, é então que eu me toco


que estou sem véu, outra vantagem que pretendo usar...

Me aproximo do grupo de antes e Dylan me olha sério.

—Onde está seu véu Bianca? — Ele pergunta irritado.

—A sua querida Rachel me abordou no banheiro de maneira


nada cortes e simplesmente o despedaçou! — Digo dando de
ombros.

—Ela não fez, você está inventando isso! — Ele esbraveja


baixinho, mas eu diria que já chamamos a atenção de bastante
gente.
—Olha as vestígios nas mãos dela, então! — Digo e ele olha
para minhas mãos que estão delicadas e sem nenhum vestígio de
destruição e sem nenhum brilho do véu.

Segundos depois a dita cuja aparece descomposta, sua


maquiagem está um pouco borrada e seu véu fora do lugar.

—Me deixe ver suas mãos Rachel! — Dylan diz e ele nem
termina e ela as mostra com marcas finas em alguns lugares –na
qual usou para rasgar o véu- e o melhor, suas mãos estão repletas
de brilho como quem esfregou as mãos com bastante força no
tecido dourado.

—Porque fez isso? Porque rasgou o véu da Bianca? — Ele


pergunta bravo.

—Eu não fiz nada Dylan, ela me provocou e eu revidei


apenas iss...— ela tenta se justificar e ele a corta.

Eu me recosto onde os meninos estão admirando a cena —


Maquiavélica! Gostei de você, garota! — Zayn sussurra no meu
ouvido e eu prendo o sorriso.

Dylan a corta —Deixando-a exposta? Prejudicando a minha


imagem?— Ele passa as mãos por entre os cabelos e continua —
Olha Rachel, é melhor você ir embora!—

—O- o que? Você está me mandando embora, é isso Dylan?


— Ela esbraveja alto e todos voltam a atenção dada aos meus
cabelos para briga do casal.
—Modere seu tom Rachel e saia daqui imediatamente!
Amanhã teremos uma conversa! — Dylan rosna baixinho.

Depois de olhar em volta e bufar Rachel sai pisando firme.

—E ponto para você, diabinha! — Zayn sussurra novamente


e dessa vez não consigo segurar o sorriso vitorioso.

Mas logo o escondo quando Dylan se volta para nós.

—Vamos, o jantar será servido! — Ele diz tomando meu


braço e caminhamos até a sala de jantar, na enorme sala estava
uma mesa maior que abrigava quase cem lugares, nos sentamos à
direita do seu avô que me olha com desaprovação, acho que por
causa do meu véu...

Dylan pediu a sua avó um véu emprestado inventando uma


desculpa esfarrapada de que o fecho quebrou.

Depois do discurso de boas-vindas para mim do Sr Salin e do


meu sogro começamos o jantar, depois que este termina, todos se
dirigem a sala onde haverá uma apresentação de dança, uma
dançarina vestida tipicamente, algo como dança do ventre
desconhecida por mim. Os homens batem palmas e conversas
paralelas continuam pela sala. Estou escorada na parede mais
afastada de todos onde tenho uma visão privilegiada da dança, até
que eu ouço...

—Seus cabelos são lindos!— Gutierrez murmura no meu


ouvido levando uma mexa de meu cabelo ao nariz e espirando
profundamente.
—Obrigada!— digo sem jeito me afastando.

Me pergunto como uma mulher árabe deve agir nesses


casos?

Tento sair dali, mas ele segura firme meu braço.

—Não precisa fugir minha deusa, todos nós já sabemos


sobre seu casamento e eu queria te dizer que pode contar comigo
para o que precisar. Eu sei que nossas tradições são bastante
peculiares e algumas pessoas podem ter dificuldades em se
adaptar, então, se precisar de ajuda..!—

—Já ajuda bastante tirando suas mãos de cima da minha


mulher Gutierrez, se quer realmente ajuda-la, é o que recomendo!
— Dylan esbraveja atrás de mim e o homem imediatamente me
solta.

—Vamos embora! — Dylan diz me puxando pela mão.

—Vou me despedir da sua avó! — Digo, mas ele continua me


arrastando para fora.

—Não precisa! — Ele corta.

—Mas, mas Dylan...— Tento e ele me corta mais uma vez...

—Já falei que não precisa! — Ele ruge.

Eu respiro fundo para não ter que mandar ele se foder, e


apenas o sigo, por hora é melhor assegurar o terreno já
conquistado...
Assim que entramos em casa ele me segura pela cintura
abruptamente e me beija, um beijo urgente e necessitado. Eu tento
me afastar, porém ele é mais forte que eu, quando termina se
separa de mim e solta furioso

—Nunca mais ouse tentar seduzir meus amigos, está me


ouvindo? —

Limpo seu gosto da minha boca com as mãos e grito no


mesmo tom.

—Você está louco? Eu não tentei seduzir ninguém seu idiota!


—Você ficou jogando charme para o Gutiérrez que eu vi!


— Ele grita mais alto que eu passando as mãos elos cabelos.

—Pois então precisa usar óculos, porque eu não joguei


charme para ninguém. Pouco me importa seus amigos ou você seu
troglodita! — Rebato.

Ele me toma nos braços outra vez antes que eu consiga


desviar me beija novamente.

—Me solta! — Digo na sua boca tentando empurra-lo o que


o faz me segurar mais apertada e seu corpo.

Depois que solta meus lábios segura meu rosto com uma
mão e me força a olha-lo.

—Você é minha, está me ouvindo? Minha! — Me solta


novamente e começa a subir as escadas.
—Arrume suas coisas, amanhã iremos para Boston, eu
preciso resolver alguns negócios! Suas roupas estão no quarto em
frente ao meu, e Bianca? — Ele para quase no topo e me encara —
Não cometa o mesmo erro de hoje, não ouse tentar me trair, porque
você não sabe do que eu sou capaz! — Diz entre os dentes e
continua.

Eu estou sem palavras, mas o que infernos deu nele?

De qualquer forma não importa, hoje à noite ocorreu às mil


maravilhas para eu me preocupar com um ataque de histeria desse
idiota. Um veneninho aqui e outro ali e daqui a pouco esse
relacionamento da Rachel com o meu marido será resumido a pó, a
oportunidade de hoje foi apenas um aperitivo para o que está por vir,
me aguarde Dylan Hoffman...

8. Capítulo- O plano.
Bianca

Arrumei minha mala ontem à noite ainda e pus de tudo um


pouco. Dylan não me disse quantos dias passaríamos em Boston e
pela sua reação ontem preferi não incomoda-lo.

Antes de dormir comi bastante para suprir todos os dias que


passei trancada com fome naquele quarto e depois de um banho
rápido, visto uma camiseta grande e um shortinho minúsculo para
dormir e quando desabo na cama capoto profundamente.

Acordo ao ouvir vozes alteradas no andar de baixo.

Rachel e Dylan.
Decido verificar- espiar na verdade- paro ao lado das
escadas e escuto a discussão que estão tendo...

— Se você ousar tentar me envergonhar mais uma vez diante


de alguém você dar adeus a nossa relação Rachel, minha imagem é
algo intocável e você sabe disso. Como diabos em meio a
extremistas do islã você simplesmente decide deixar os cabelos da
minha mulher a mostra? Isso foi uma afronta! Sabe como foi difícil
fazer negócios com aqueles homens? Sabe quanto tempo eu e o
vovô passamos tentando ter acesso a eles e agora tudo pode ir por
água abaixo porque aqueles malditos são minimalistas e não
admitem uma má conduta nem de uma mosca, que dirá sobre a
porra de um véu sobre os cabelos, sabe que faz uma diferença dos
infernos!— Dylan grita furioso enquanto anda de um lado para o
outro na sala e Rachel tenta se defender...

—Ela quem provocou! Dylan, ela inventou mentiras para mim


dizendo que você a tinha tocado e eu perdi o controle! — Ela
pronuncia com aquela voz irritantemente fina e chorosa.

Dylan para e a encara —Eu estou pouco me lixando para o


que ela disse, deveria ter se controlado, deveria ter descontado sua
raiva em outra coisa e não em algo que pudesse me afetar! — Dylan
rosna.

Vejo a cadelinha de estimação baixar a cabeça e murmurar.

—Desculpa mestre!—

Depois de mais algumas voltas pela sala Dylan vão até ela e
beija seus cabelos trazendo-a junto de si.
—Não faça mais isso Rachel, eu te amo e você sabe disso.
Mas não tolero que tente passar por cima de mim. Você conhece
todas as regras daqui, tem que entender que por mais que eu não
queira, agora eu sou casado com ela e afetando-a estará me
afetando também—

—Não vou me descontrolar com ela de novo, eu prometo!


— Ela diz.

Mas que porra!

Vejo que esse babaca parece realmente gostar dessa vaca. É


hora de um plano bem elaborado, mas antes, um pouco de
provocação...

Baixo um pouco mais a camiseta a fim de mostrar mais o


decote e tiro meu short ficando apenas de calcinha por baixo e
desço as escadas bocejando alto e espreguiçando como se nada
tivesse escutado daqueles que me olham espantados do meio da
sala...

—Bom dia amante-futura-segunda-esposa, bom dia


maridinho— Digo passando por eles indo direto para cozinha, mas
deu para escutar o rosnado da cadela...

—Você a vê todos os dias nua assim, Dylan? Disse que ela


estava presa no quarto de castigo! — Ela diz furiosa.

—Não começa Rachel! — Dylan rebate sem paciência.

Então uma ideia me ocorre, será que ela vai conosco para
Boston? Não a vi com nenhuma mala.
Será que ele contou que vamos viajar?

Seria sorte demais ele não ter contado ainda, não custa
tentar, não é mesmo?

Encho uma xícara de café na cozinha e volto a sala onde ela


ainda o interroga irritada e ele parece que vai estourar a qualquer
momento...

—Não admito que ela ande nua assim na sua presença...


— ela está reclamando quando interrompo...

Faço minha melhor carinha de anjo e pergunto parando ao


lado do sofá os encarando ainda abraçados.

—Onde está sua mala? Pensei que iria conosco para Boston
hoje! —

Ela me fita surpresa e furiosa no momento seguinte, mas


apesar de me olhar direciona a pergunta a Dylan que também me
olha furioso...

Owww! Na mosca! Ele ainda não tinha contado que


iremos juntos viajar...

Prendo meu sorriso quando ela indaga rosnando baixo.

—Porque não me contou que vai levar ela? —

Depois de respirar fundo e olhar para ela ele responde —


Achei que não precisasse, sabe que terei reuniões importantes e
que terei de ir acompanhado a alguns eventos então...—
—Então decidiu levar ela e não a mim! — Ela completa a
frase se soltando dele e antes de sair batendo a porta com força diz
entre os dentes —Boa viajem Dylan! —

Putz!

A mulher é ciumenta para burro, pelo amor de Deus!

Não que eu ache isso de todo ruim, já que amplia meu campo
oportunidades de terminar de vez com esse romancezinho de
merda, desestabilizar esse idiota e dar o fora daqui...

—Merda! Fez de propósito, não foi? — Ele se dirige a mim


irritado passando as mãos pelo cabelo.

—Euuuu? O que eu fiz? — Pergunto batendo os cílios


inocentemente e tomo um gole de café para esconder um sorrisinho
involuntário que tento prender...

Depois de me olhar dos pés descalços a cabeça demorando


bastante tempo nos meus seios me encara olho no olho e solta.

—Fique pronta. Estaremos partindo em 20 minutos e acho


bom estar preparada neste tempo... odeio atrasos! — Diz entre os
dentes e sobe as escadas para seu quarto e bate à porta com
força...

Finalmente deixo meu enorme sorriso transparecer e depois


de deixar a xícara na pia subo a escada saltitante para me aprontar,
Deus me livre de desobedecer ao meu doce maridinho...

O voo foi calmo.


Dylan estava irritado e mudo como sempre num assento e eu
cochilei bastante no meu. Assim que chegamos em terra firme uma
limusine nos esperava para nos levar ao hotel, porra! Será que é um
padrão os Hoffmam, só andarem de limusine?!

A suíte em que ficamos era bastante luxuosa, uma cama


enorme, divã, escrivaninha no quarto, um espelho que cobria boa
parte da parede, e uma varanda que dava para a vista da cidade
movimentada, um banheiro com Jacuzzi enorme, uma sala com
sofás e uma TV gigantesca, som embutido, e um bar ao lado da
sala, uma porra que isso não me impressionou...

Eu conheci apenas a fazenda que vivi e a capital Fortaleza


porque cursei minha graduação lá, conheci cidades vizinhas e só, a
fazenda, apesar de ser enorme e decorada de maneira luxuosa não
se comparava ao mundo de ostentação desde que casei, mansões,
hotéis de luxo, jatinho particular e limusines não faziam parte do
meu mundo...

Dylan sai assim que chegamos e antes de sair pede minha


refeição, ele não me diz para onde vai e nem eu pergunto nada,
foda-se ele!

Eu pego o telefone do quarto e ligo para fazenda, falo com


Maria durante horas e ela me conta as mesmas da fazenda, ligo
para Lauren e Armindo para anunciar que ainda estou viva e contar
como anda o maldito casamento.

Armindo diz que tenho que proceder com calma e obedecer


Dylan já que não tenho muita escolha, Lauren diz para eu chutar a
bunda do filho da puta e mandar ele se foder no quinto dos infernos,
Deus! Que saudade deles...

Depois de horas pendurada ao telefone me despeço de todos


e prometendo entrar em contato em breve, tomo banho e deito No
sofá enrolada na toalha, ligo a TV e como o que Dylan pediu, decido
me trocar só depois de comer, sou uma desastrada e trouxe poucas
roupas, não posso me dar ao luxo de suja-las e ter que voltar pelada
para casa. Não sei em que momento peguei no sono, mas sinto dois
braços fortes me erguerem e me depositar na cama com cuidado e
logo em seguida me enrolar, durante a noite sinto um corpo quente
se aconchegar ao meu e não sei se porque o cheiro é delicioso ou
porque está um pouco frio, mas acabo me enroscando no corpo que
me envolve mais a ele e continuo a dormir tranquilamente.

Acordo com muito calor e sentindo um peso sobre meu


corpo, abro os olhos e me deparo com Dylan com a cabeça no meu
pescoço e seus braços musculosos em volta da minha cintura e a
outra mão segurando meu seio esquerda com posse, sua perna
direita sobre meu quadril e sua respiração quente na curva de meu
pescoço completa o conjunto e me fazem entender porque meu
corpo está arrepiado e quente...

Um caralho se esse homem não é gostoso!

Dylan está vestindo apenas uma cueca boxer preta e seus


músculos dos braços e costas, assim como sua barriga e peitoral
definido e liso é desconcertante, suas pernas firmes e pesadas e
seu rosto lindo emoldurado com uma boca vermelhinha parecendo
deliciosa, nariz afilado e esses cabelos dourados são uma
tentação...

Deus! Como alguém parece der tão perfeito tão cedo do dia?

Ele movimenta a mão no meu seio em uma carícia lenta e


estimulante fazendo meu mamilo se ouriçar por baixo da toalha que
envolve meu corpo, solto o ar que eu nem sabia que estava
prendendo e suspiro pesadamente, e controlando para não soltar
um gemido, vejo suas pálpebras abrirem devagar e quando suas
safiras abrem estão escuras e fitam diretamente aonde sua mão
estão acariciando meu seio, acompanho o seu olhar e ele para a
carícia de repente e se afasta de mim como se estivesse pegando
fogo.

—Prepare-se, a noite temos um jantar importante na casa de


um novo cliente! — Diz de costas para mim sentado na cama antes
de levantar e sair para o banheiro.

—Bom dia para você também, grosso! — Bufo e volto a me


enrolar, assisto ele ir até sua mala e depois de tirar um terno cinza e
escolher uma gravata vermelha volta para se trocar no banheiro,
depois de vestido vem até o quarto e senta na cama de costas para
mim e calça suas meias e sapatos.

— Preciso de dinheiro, tenho que comprar umas coisas!


— Resmungo irritada.

Odeio ter que pedir dinheiro a alguém e a última coisa que eu


queria era ter que fazer isso, mas minhas últimas economias eu dei
ao Jairo para que reconstruísse sua vida com sua família, eu o meti
numa encrenca e por isso ele perdeu tudo que tinha, não seria justo
não ajuda-lo...

—Eu tinha esquecido de te dar o cartão de crédito e da conta


que depositarei uma mesada para você — Vai até sua mala e retira
um envelope —Aqui está, compre o que precisar e se a mesada não
for o bastante me avise!— Diz me entregando o envelope que tirou
da mala.

—O jantar de hoje é informal, e o cliente que nos convidou


não é árabe, então não precisa usar véu. Escolha o que quiser para
vestir e depois eu planejo passar numa boate que um amigo
inaugurará hoje, então use algo adequado para os dois! — Diz
ajeitando alguns papéis em sua pasta.

—Ok, Obrigado! — Falo levantando e passando para o


banheiro depois de me espreguiçar.

Noto com um canto de olho que ele parou de observar os


papéis e me observa atentamente até eu fechar a porta.

Depois que saí do banheiro Dylan já havia evaporado, me


visto numa calça Jens e camisa sem mangas de botão, um sapato,
pego minha bolsa e saio, depois de me informar com a recepcionista
sobre algumas lojas —e mentalmente agradeço as aulas de inglês,
árabe e espanhol que meu pai me obrigava a assistir quando menor
e as únicas que me empenhei em aprender.

Resolvo comprar as coisas que em faltam, comprar o um


celular novo, e um notebook, depois de almoçar num restaurante
dentro do próprio shopping resolvo ir a algumas lojas. Comprei um
vestido adequado para sair à noite e em todas as lojas que passei
todos os que experimentei ficavam apertados nos meus seios,
merda de peitos grandes! Na décima quinta loja desisto de
encontrar algum que não fique apertado ou que deixe um decote
muito aparente e resolvo trazer um com o cumprimento maior, pelo
menos em baixo estaria vestida, pensei. Encontrei uma sandália
para combinar e voltei para o hotel.

A noite depois que Dylan chega toma banho e veste uma


camisa branca de botões e calça Jens e resolve caçar os sapatos
na sala enquanto eu tomo banho e me arrumo.

Depois de banho tomado e pele hidratada escovo o cabelo e


deixo alguns cachos nas pontas, faço uma maquiagem clarinha e
passo um batom mais escuro, tento arrumo meus seios no vestido
tentando deixa-los pouco a mostra em vão e finalmente calço
minhas sandálias de tiras que vem até metade dos meus joelhos,
passo meu perfume com essência de rosas e saio.

Dylan estava de costas na sala falando ao telefone e quando


escuta a porta abrir resmunga virando para mim.

—Até que enfim! Pensei que teria que arrasta-la daquele


quart...— Ele para quando me vê.

Seu olhar me inspeciona do dedo mindinho do pé até o último


fio de cabelo embasbacado- sei que ele tem desejo por mim, apesar
de maluca não sou cega, mas nada que possa me comover quanto
a meu plano de me livrar dele- quando se recupera desliga na cara
de alguém o telefone e vem até mim, para bem perto e fita meu
decote.
—Se não tinha algo decente para vestir deveria ter comprado
alguma coisa! Está vestida indecentemente— Resmunga ainda de
olhos fixos no meu decote.

—E não tinha, por isso comprei esse vestido, mas não achei
nenhum que escondesse meus seios adequadamente, parece que
não existe vestido para peitudas em lojas caras, só há vestido para
modelos e palitos de fósforos! — Resmungo.

Cruzando os braços, o vejo engolir seco e sussurrar mais


para si mesmo —É que seus seios estão ... eles estão... estão—

—Quase saltando do vestido? Eu sei Dylan, mas acredite em


mim quando digo que eu procurei um vestido que não ficassem
assim, mas não encontrei. Por Deus! É mais fácil achar uma agulha
no palheiro que encontrar um vestido que cubra isso tudo! — Me
justifico um pouco sem jeito.

—Isso tudo...— Ele repete num sussurro ainda compenetrado


no meu decote.

Afinal, o que há entre os homens e seios?...

Babaca!

Estreito meus olhos e murmuro me irritando — Foi o que eu


disse, vamos logo antes que faça buracos no meu decote e acabe
deixando-os a mostra de verdade! Que foi? Nunca viu seios na sua
vida?—

Ele acorda de seja lá qual tenha sido a fantasia que teve com a
visão dos meus seios e resmunga.
—Não seja ridícula, claro que já vi seios na minha vida, para
falar verdade muitos deles eram mais belos que os seus... Vamos
logo antes que eu me arrependa e te deixe trancada no quarto!—

Me apresso quando ele abre a porta, não quero voltar a ficar


trancada, seria jogar um balde de água fria nos meus planos...

O jantar foi na casa do cliente de Dylan e ele também achou


a visão dos meus seios interessante já que não parou de admira-los
um só segundo durante o jantar e pela cara do meu querido esposo
ele não ficou nem um pouco satisfeito com isso, protetoramente
passou a noite inteira com um braço sobre meus ombros e até
beijos no meu rosto e pescoço ele dava de vez em quando, e
embora o seu cliente disfarçasse, poucos minutos depois retornava
sua vista ao meu decote.

Quando o jantar terminou nos despedimos e fomos para a


boate que ele mencionou, na portaria ele implicou com o segurança
que fitou meus seios e bunda.

—Está aqui para trabalhar ou ficar embasbacado com o


decote das mulheres alheias?— Dylan pergunta nada gentil ao
pobre segurança que logo se recompõe e abre espaço para
entrarmos. Eu continuo achando divertido ve-lo enciumado assim,
claro que sei que o faz porque me considera um mero objeto, porém
um objeto que lhe pertence... é igual a um menino mimado que pode
ter milhares de brinquedos novos, mas se outra criança pede um
brinquedo que ele nem brinca se sente enciumado, o brinquedo
apesar de não usa-lo é dele e apenas dele, é assim que Dylan se
sente agora, não obstante de não termos nenhum envolvimento
emocional ainda sou titulada sua esposa...

—Uma porra que você vai vestir esse vestido nunca mais na
sua vida! — Ele rosna assim que chegamos ao camarote onde todo
percurso prendeu em seus braços a minha cintura.

Sentamos numa mesa e eu retruco. —Não sei porque está


tão irritado! —

— PORQUE VOCÊ É MINHA! — Ele esbraveja e eu reviro os


olhos me segurando para não manda-lo se foder no quinto dos
infernos como Lauren recomendou. Deve ser o saquê se
manifestando nele, já que não parou de tomar um segundo no
jantar.

O babaca tem uma amante-cadelinha-futura-esposa com a


qual estava lidando apaixonadamente hoje pela manhã e agora quer
pagar de louco porque alguns caras me olham com desejo? Foda-se
ele!

Seus amigos logo sentam a mesa de onde temos a visão


privilegiada da boate e da pista de dança lá embaixo e graças ao pai
do céu não ficam babando em mim, não sei se aguentaria o humor
desgraçado de Dylan no meu encalço se isso acontecesse...
Aproveito para me distrair e beber alguns drinques observando a
conversa nada inteligente das patricinhas que acompanham seus
amigos. Uma loira com pernas bem longas e Botox até nas orelhas
em um vestido minúsculo e uma morena cheia de plásticas com
uma micro-saia e blusa com um decote até o umbigo, ambas lindas
e ambas com no mínimo com uns cinco litros de silicone em cada
seio, acho que por isso os dois amigos de Dylan não prestaram
muita atenção ao meu decote, já que eles tem peitos para secarem
até o resto dos seus dias naquelas duas...

As mulheres conversam sobre roupas de grife, sobre bolsas,


sapatos e joias, quais os melhores restaurantes e melhores
cabeleireiros de Boston, os homens falam sobre empreendimentos
novos de sucesso da cidade, não sei se estou tonta de tanto tédio
de escuta-los ou de entonar tantos drinques que chegam
incessantemente a cada vez que seco meu copo...

O Dj começa a tocar uma música animada e as mulheres


levantam entusiasmadas.

—Vem, vamos dançar Bianca! — A loira diz me puxando pela


mão.

Como boa menina que sou olho para meu esposo esperando
seu aval e este apesar de estar com um semblante bravo concorda
afirmando com a cabeça, então eu acompanho as peruas até a pista
de dança no andar abaixo...

Recebo vários olhares pelo caminho e na pista de dança as


peruas apesar de peruas sabem como remexer o esqueleto, eu
danço junto com elas e requebramos até o chão, depois de algumas
músicas entonamos mais uns drinques no bar e voltamos para pista
–confesso que álcool já domina meu corpo- levanto minhas mãos
para o ar, fecho os olhos e danço sensualmente como Lauren me
ensinou enquanto cursávamos a faculdade. Sinto duas mãos
envolverem minha cintura e apertarem com uma força precisa que
faz meu corpo estremecer, continuo dançando e um sussurro quente
no meu ouvido faz minha pele inteira arrepiar...

—Vai me enlouquecer se continuar dançando indecente


assim, diabinha! — Dylan sussurra e me vira de frente para ele,
enlaça minha cintura e me puxa para ele, sinto sua ereção na minha
barriga e me aperto mais a ele que solta um gemido sensual no meu
pescoço —Está me provocando, menina!— Diz com sua voz
extremamente rouca.

Abro os olhos e os fixo nos seus com um sorriso malicioso —


Nem comecei ainda! — Respondo.

Não deu chance para responder e antes que eu me dê conta


do que estou fazendo ele toma minha boca num beijo quente e
delicioso que nem na baixa da égua eu recusaria...

9. Capítulo- Diabinha
Dylan

Aquela menina atrevida estava dançando daquele jeito de


propósito, eu sei que estava!

Seu vestido não era tão curto como as acompanhantes do


Marques e do Luigi, mas de longe ela era a mais provocante e
também a mais bela...

Deixar Bianca durante dois dias trancadas sem se alimentar


foi o primeiro passo de seu treinamento como submissa, algumas
passam até uma semana sem comer para aprenderem a obedecer,
porém de alguma forma vê-la faminta e debilitada me deixava uma
sensação inquietante de culpa. A garota é petulante, irritantemente
desobediente e sei que mais dia, menos dia terei de ser mais
irredutível com ela.

Não me entendam mal.

Exerço uma autoridade nata, mas sou adepto ao princípio de


que para ser dominador não necessariamente tenho que ser
perverso ou não demostrar meus sentimentos, pelo contrário, ser
dominador requer muito cuidado e zelo, para possuir o poder da
entrega total de uma submissa se necessita primeiramente do auto-
controle e principalmente de carinho e dedicação por parte do
dominante.

Mas no caso de Bianca eu diria que meus métodos carecem


ser tradicionais ao extremo, apesar do rostinho de menina, ela tem
uma aura forte que indica resistência ao que pretendo com ela. No
mundo em que vivo, uma mulher como Bianca tem que aprender a
obedecer o marido terminantemente, já vi muitas desafiarem as leis
e terem fins lastimáveis... A sociedade em que convivo em parte é
injusta com as mulheres, eu não nego isso, mas tradição é tradição
e não sou hipócrita em dizer que não aprovo isso. Por outro lado
minha cultura parte do pressuposto de que a mulher que ama o
marido deve ser tratada como rainha, e assim são, fazemos todas
as suas vontades e em troca elas só nos devem amor e
obediência... O que não é o meu caso com a Bianca...

Eu estou parecendo um maldito adolescente desde aquele


dia em que por pouco não a tomei para mim. Seu beijo quente, seu
corpo desejoso, seus seios despertos por minhas carícias e seu
gosto é a porra mais deliciosa que já provei e Alá sabe o quanto eu
tive que me controlar para não me enterrar nela. Mas isso seria
inescrupuloso demais, eu não sou assim, eu não poderia transar
com ela— mesmo estando casado- porque a única coisa que
preciso dela é apenas a procuração de sua porcentagem na
empresa para que eu possa ser o dono absoluto da maior empresa
têxtil do mundo, todos esperam isso, meu avô, meu pai, mas
ninguém esta mais interessado nisto do que eu mesmo, posso
garantir! Então por mais que eu quisesse- e eu quero muito- tomar a
Bianca como minha, não poderia faze-lo, pois irei me desfazer dela
assim que tiver sua assinatura em mãos. Eu seria um crápula acaso
além de tomar o que é dela por direito ainda me aproveitar da
menina, iludi-la, não! Eu não o farei, mas para isso acontecer ela
tem que parar de me provocar como está fazendo agora rebolando
aquela bela bunda até o chão.

Eu preciso domina-la, preciso que se prostre


terminantemente diante de mim, pois só assim poderei finalmente
ter o que preciso: poder!

Observo como ela dança sensualmente no salão. Seios


fartos, pernas torneadas, cabelos pretos que já notei ficar castanhos
escuros quando refletidos no sol, seu rostinho de boneca, olhos cor
de mel, sua boca que parece implorar beijos ardentes, cintura fina e
uma sensualidade abrasadora.

—Ela é encantadora! — Marques murmura, noto que ele


também está centrado na Bianca dançando no centro do salão, seus
olhos cobiçadores em cima dela não me agradaram...
—Sim ela é! — Falo com cara de poucos amigos para ver se
ele se toca, porra! Ele está olhando assim para minha mulher...

—Aqueles belíssimos seios dela são naturais ou silicone?


— Ele pergunta.

—Sai a tanto tempo com mulheres entupidas de tanto silicone


que se esqueceu como uma sem isso é? Claro que são naturais.
— Luigi debocha de Marques.

Os encaro incrédulo por suas ousadias, o que há com esses


bastardos? Primeiro o Sr Clinton passou o jantar inteiro babando por
ela, depois o segurança da boate quase perfura os seios da menina,
o barmen desejou toca-los que eu vi e agora esses dois idiotas?!

Inferno!

Porque todos parecem querer o que é meu? Sim! Desde que


ela disse sim ela é minha sim, e não! Nada do que disserem me fará
mudar de ideia sobre isso...

Quando percebem que não gostei nada, do que acabaram de


perguntar tentam se redimir...

—Desculpa cara, saiu da minha boca antes que eu


conseguisse segurar! — Diz parecendo envergonhado.

Eu conheci esses dois panacas na faculdade aqui nos EUA,


eles foram meus colegas de quarto além do Zayn...

—Pois então controle a porra da sua língua antes que fique


sem ela! — Resmungo irritado.
Luigi se mete — merda cara, você nunca foi ciumento! —

—Não é ciúme, é respeito, creio que não me recordo de


cobiçar a mulher de nenhum de vocês! — Rebato irritado.

—Elas não são nossas mulheres cara, apenas diversões,


você sabe como é neh?!— Luigi emenda.

Uma merda que eu sei como é! No meu país não é assim que
tratamos as mulheres, apesar de nos deverem obediência nós lhes
devemos amor, não nos envolvemos com uma e com outra como os
ocidentais.

—Não, eu não sei! E fiquem bem longe da minha mulher!


— Esbravejo levantando, jogo algumas notas em cima da mesa e
vou em busca da Bianca no salão.

Ao me aproximar noto que ela é o centro das atenções aqui


em baixo também, vários homens a olham enfeitiçados assim como
algumas mulheres. Fico perto observando a desenvoltura de seus
quadris em se mexerem de maneira provocante. Sei que ela está
um pouco embriagada porque a vi indo até o bar e bebendo mais
alguns drinks além dos que já entonou lá em cima, vi o jeito com
que o barman admirou seus seios, uma merda se não a observei,
para ser sincero eu não desgrudei os olhos dela momento algum
desde que saímos do hotel, mas ela pareceu absorta a tudo isso...

Noto quando um filho da puta se aproxima dela e faz menção


de tocar em seu rosto, rapidamente a puxo contra meu peito e
aperto sua cintura encarando o desgraçado que apenas me lança
um olhar de desculpas e sai.
Bianca continua a se mover no compasso da música
enquanto apenas sigo seus passos embriagado por seus
movimentos perturbadores e meu pau, que já estava ereto desde
que começou a dançar, agora sentindo o calor de seu corpo e suas
curvas deliciosas pulsa ao me imaginar possuindo cada pedacinho
seu...

—Vai me enlouquecer se continuar dançando indecente,


assim diabinha! — Sussurro em seu ouvido e sinto sua pele
responder a mim se arrepiando.

A viro de frente para mim, enlaço sua cintura outra vez a


puxando até que nossos corpo fiquem colados, ela permanece de
olhos fechados e ao sentir como estou duro se aperta mais a mim
fazendo-me soltar um gemido no seu pescoço, porra! Ela está
tentando me fazer cometer uma loucura.

—Está me provocando, menina!— Digo expirando seu cheiro


doce de mulher e fasto um pouco o rosto mirando aqueles lábios
carnudos que sonhei tomando meu pau inteiro durante semana ...

Bianca abre os olhos e fixa nos meus com um sorriso de


menina travessa

—Nem comecei ainda!— Diz maliciosa...

Foi o que precisava para eu me perder naqueles lábios


possuindo-os avidamente com os meus, ela responde ao beijo se
esfregando mais em mim e devorando minha boca com volúpia...
minha intenção? Leva-la imediatamente para aquele quarto de hotel
e fode-la até eu perder minhas forças, e que se foda se depois me
achar um maldito sem escrúpulos por isso.

Vou tomar o que é meu, e essa diabinha indecente


decididamente me pertence!

Bianca

Suas mãos apertam com força minha bunda me fazendo


querer mais contato com o membro duro interposto entre minha
barriga e ele, nossas bocas de devoram avidamente e quando nos
faltou ar, nos separamos.

—Vamos sair daqui! — Dylan diz me puxando pela mão.

Acho que com o fogo que estou sentindo no meu ventre ele
poderia me chamar para cruzar o oceano atlântico a nado e está
aqui quem vai sem nem pestanejar...

Saímos rapidamente do salão e quando entramos dentro da


limusine alugada especialmente para servir o Dylan enquanto ele
estiver aqui, Dylan me puxa para mais um beijo quente assim que
entramos e quando me solta murmura antes que o motorista
coloque o carro em movimento.

—Vem cá, senta aqui no meu colo Bianca! — Sussurra.

Em menos de segundos já estou montada nele e quando


sinto o atrito pervertido do seu pau de encontro com a minha
calcinha molhada, gemo baixinho.

—Dylan!—
—Vem... assim Bianca! — Diz me ajustando melhor no seu
colo, minhas pernas estão em cada lado do seu corpo e ele me
segura pela bunda firmemente tomando minha boca outra vez e me
aperto a ele cada vez mais.

—Porra menina! — Exclama na minha boca, ele desce beijos


por meu pescoço e mordisca minha orelha.

—Ahh Dylan!— Gemo alto e recebo uma palmada na bunda


que me encharca ainda mais entre as pernas.

—Baixinho Bianca, não seja escandalosa! — Pede.

Sua boca desde aos poucos e quando dou por mim ele já
está com um mamilo sugando como se sua vida dependesse disso.

—Deliciosa! — Diz baixando meu vestido até meus dois seios


estarem completamente a mostra —Tão perfeitos! — Murmura
admirado.

—Cala a boca e chupa! — Mando rebolando os quadris no


montante duro que estou sentada.

Sinto suas mãos descerem apertando meus quadris


enquanto força o contato de nossas intimidades outra vez
murmurando — Alá! Bianca!... Sabe o quanto eu vou chupar, morder
e foder duro você, diabinha?!—

—Ahh! — Gemi e jogando a cabeça para trás quando ele


abocanha meus seios outra vez, mas quando ele faz menção de
repetir a sucção no meu seio esquerdo o carro para.

Droga! Já chegamos.
Sim, pareço uma louca sedenta por alguma coisa que nem
sei ao certo o que é, nunca pensei sentir prazer com uma boca
sobre meus seios.

—Vamos! — Ele solta ajeitando meu vestido sobre meus


ombros e escondendo meus seios que até a pouco ele se fartava.

Resmungo baixinho e desço, percebo a magnitude da minha


bebedeira assim que coloco meus pés para fora do carro e tento
ficar de pé. O mundo gira em trezentos e sessenta graus, e eu me
apoio na porta para tentar me situar. Dylan dá a volta e enlaça
minha cintura me ajudando a entrar. Passamos pelo hall e
arrancamos olhares, pergunto o que um descarado está olhando
quando ele sai do elevador e mira meus seios, povo depravado!

Parece que nunca viram seios na vida!

—Calada Bianca! — Dylan me repreende antes de entramos


no elevador, entra uma senhora e duas mulheres conosco. As
mulheres não param de encarar Dylan e isso –não me pergunte por
que- me deixa irritada.

Me aproximo mais dele que até então estava de lado a lado


comigo e num movimento rápido capturo sua boca para demarcar
meu território.

—Bianca, para com isso! — Dylan sussurra nos meus lábios,


mas em momento algum se afasta.

—Te desejo! — Digo enfiando uma mão por sua calça e


apertando sua bunda colando nossos corpos, e sentindo seu pau
duro na minha barriga.
—Puta que pariu! — Ele diz entre os dentes antes de me
prensar na parede e tomar minha boca vorazmente, devolvo o beijo
ardente como o dele.

A senhora desce abismada e resmungando que somos dois


indecentes, as mulheres param do olhar para Dylan e também
descem em seguida, para nós ainda temos mais 10 andares para
seguir e isso nos dá mais oportunidade para seguir nos amassando
contra parede do elevador, suas mãos deslizam por minhas coxas e
apertam minha bunda por baixo do vestido, sua boca nunca deixa a
minha e eu instintivamente abro um pouco as pernas onde ele mais
que imediatamente enfia uma perna entre elas me obrigando
praticamente a monta-la, uma mão sua se mantém presa a minha
cintura me segurando no lugar enquanto a outra desliza bem no
meu monte e um grunhido de satisfação sai de sua boca depois que
sua mão adentra minha calcinha me encontrando molhada.

—Porra Bianca, assim fica difícil me controlar! — Sibila sem


desgrudar seus lábios dos meus.

Seus dedos encontram meu clitóris me fazendo estremecer


com seu toque preciso.

—D- Dylan— Gaguejo sentindo meu corpo se deliciar com a


sensação prazerosa, mas ainda é pouco, eu quero mais, muito
mais...

—Quero você— Sussurro na sua boca.

Dylan se afasta um pouco e noto seus olhos escurecidos,


suas pupilas dilatadas e sua respiração ofegante assim como a
minha.

—Você é uma verdadeira diabinha, eu não poderia te negar


de me ter aqui...— Ele diz enquanto acaricia com um dos dedos
minha entrada —Nem se eu quisesse, hoje você será minha e nada
no mundo me impedirá de tomar o que é meu e isso...— Diz
enfiando um dedo dentro de mim e me arrancando um gemido
alto —É meu!—

— Dylan! — Gemo alto ao sentir seu dedo bombeando dentro


de mim —puta merda Dylan, devagar! — Peço.

Mas não obtenho uma resposta já que as portas finalmente


se abrem e ele toma minha boca outra vez retirando o dedo de
dentro de mim e segurando minha cintura ao me guiar até a porta,
enquanto Dylan procura o cartão de acesso ao quarto nos bolsos
apressadamente eu beijo seu pescoço e mordisco sua orelha, ele
solta um gemido, porém ainda não o tenho onde eu quero. Após
conseguir abrir a porta entramos aos tropeços e no percurso até o
quarto meu adorável marido alterna entre beijar, morder e lamber
meu pescoço, quando vi já estávamos deitados na cama e o homem
mais lindo que já conheci retira meu vestido sobre minha cabeça e
me observa por alguns minutos quase salivando, depois começa a
tirar suas roupas bem rápido, mas é quando vai tirar a camisa que
me apresso em pegar meu celular da mesinha de cabeceira e deixa-
lo embaixo do travesseiro rapidamente, quando finalmente se
encontra apenas de cueca boxer vem sobre mim parecendo uma
pantera...
—Eu vou te devorar por inteiro Bebê— Diz se aproximando e
depois de trocarmos saliva num beijo quente desce beijos e caricias
ao meu pescoço e seios e continua seu tour pelo meu corpo, eu
estou apenas com minha calcinha preta rendada fio dental e quando
ele finalmente topa com ela primeiro morde meu monte por cima da
calcinha.

—Ahh! — Gemi.

—Quer minha boca aqui, Bianca? — Pergunta acariciando


por cima da calcinha.

—A b- boca? — Gaguejo desejosa.

Sorri diabolicamente para mim e solta —Você já provou meus


dedos, mas garanto que minha boca é bem melhor! —

Não consigo evitar de soltar um gemido —Por Deus, Dylan!


Ele aplica um tapa forte na lateral da minha bunda —Quer


minha boca sugando sua boceta ou não? Responda! — Diz
rispidamente.

—Sim! — A resposta sai instantaneamente — Quero, eu


quero! —

Seu sorriso se amplia e retorna a murmurar.

—Peça, menina! — Ordena.

Analiso a situação — Oxente! E eu tenho que pedir é? —


Morde meu monte mais uma vez e me acaricia ali
arrancando-me mais suspiros enquanto responde.

—Sim! Agora diga: Dylan por favor foda minha boceta com
sua boca. Se pedir terei o maior prazer em sugar até o último
resquício do seu gozo! —

Uma porra se isso não me convenceu!

Pelo amor do meu Cristinho amado!

Teria que pedir e pediria sim, é uma questão sobrevivência,


preciso proteger o mundo de uma catástrofe, já imaginaram o tanto
de geleiras que derreteria com o fogo que estou sentindo? Melhor
sucumbir ao desejo que sinto entre minhas pernas do que sermos
submersos pelo nível elevado do mar, não é?

— Dylan, p-por favor foda minha boceta com s-sua boca!


— Gaguejo mais uma vez sentindo minhas bochechas arderem.

—Isso mesmo minha pequena diabinha! — Diz.

Não tenho muito tempo de analisar seu sorriso satisfeito já


que logo depois de pedir ele simplesmente rasga minha calcinha
num só puxão e arreganha minhas pernas para ele, sua língua me
invade abruptamente e me perco nas sensações.

Fecho os olhos com força e meus suspiros altos se tornam


gemidos a medida em que sinto meu orgasmo chegando, sua língua
reveza entre estar na minha entrada e morder e sugar meu clitóris.

—Dylan, está... ahhh minha nossa... ele está! Está saindo


Ahhhh— Grito antes de me deixar derramar na sua boca.
—Porra de boceta gostosa, Bianca! — Murmura antes de
mordiscar meu clitóris pela última vez e subir até a minha boca.

—Sinta seu gosto baby! — Diz capturando minha boca outra


vez e esta é a deixa que eu precisava, sinto seus dedos brincarem
com meu clitóris outra vez e os gemidos que ele profere me dizem
que está distraído o bastante.

Pego meu celular vagarosamente e sem que ele perceba e


adivinha qual o primeiro ícone que eu deixei na tela sutil do mesmo?
Sim! A câmera que já está programada automaticamente para tirar
fotos, o anúncio quando eu a comprei dizia que ela conseguia
capturar 10 fotos por segundo, clico no ícone e a deixo ali por pelo
menos uns cinco segundos antes de deixa-lo cair no tapete aos pés
da cama.

Perfeito.

Adoro tecnologia de ponta!

Sinto um dedo me invadir outra vez.

—Devagar Dylan! — Peço e antes que possamos dar


continuidade seu telefone toca.

Dylan se afasta de mim um pouco contrariado resmungando


baixinho.

— Não atende, continua! — Peço me sentindo uma devassa.

— Pode ser importante, estou esperando a resposta de um


novo cliente, é apenas um segundo! — Diz tentando levantar, mas o
impeço agarrando seus quadris com as pernas, Dylan estica o braço
esquerdo e consegue pegar o celular da mesa de cabeceira, vira
para mim beijando meu pescoço outra vez enquanto em sua outra
mão seu dedo entra e sai da minha abertura me tendo mais sedenta
por ele, põe o telefone no ouvido atendendo sem nem olhar quem
é...

— Dylan falando! —

Gemo baixinho e ele congela quando uma voz estridente


emana do aparelho.

— Porque não respondeu minhas mensagens, amor? —


Droga! Rachel.

Porque essa maldita parece sempre atrapalhar no momento


certo?! Vaca dos infernos!

Levanto meus quadris para encontrar o dedo que ainda


permanece em mim enquanto Dylan está mudo, apreensivo com o
telefone na outra mão.

—Eu não as vi, me desculpa! — Ele diz suspirando após se


afastar um pouco de mim retirando seu dedo de dentro de mim,
virando para deitar ao meu lado.

Merda. Merda. Merda! Odeio essa garota!

—E onde está? — A ouço perguntar já que agora estamos


lado a lado e nossas orelhas estão praticamente coladas.

—transand...— Tento dizer quando sou impedida por uma


grande mão que tapa minha boca me lançando um olhar mortal.
Filho da puta!

—Estou em uma reunião de negócios amor, não dá para falar


agora, então depois te ligo, tchau, beijos te amo! — Diz
apressadamente enquanto tento em vão me desvincular de sua
mão.

Após deligar o celular ele solta sua mão de minha boca e eu


levanto furiosa me envolvendo num lençol, ainda bastante alterada
pelo álcool.

Noto que larga seu telefone na cama antes de tentar se


explicar.

—Bianca, entenda qu...—

O corto esbravejando —Que não pode contar a sua amante


que estava fodendo com sua esposa? Eu entendo sim Dylan,
entendo mais do que imagina! —

Ele tenta se aproximar de mim, mas ligeiramente me


afasto —NÃO OUSE TOCAR EM MIM!—

—Bianca não faz assim! Escuta, eu e a Rachel nós nos


conhec...— tenta passando as mãos por entre os cabelos.

O lanço um olhar de reprovação, mas me contenho em gritar


com ele e manda-lo a puta que pariu.

—Eu não quero ouvir! Eu só quero que saia da minha frente


agora mesmo e cale a porra da sua boca para não piorar essa
merda ainda mais! —
Depois de um longo suspiro ele assente.

—Eu vou dormir lá no sofá! — Diz por fim a sair me olhando


por cima do ombro várias vezes antes de fechar a porta do quarto.

Desgraçado!

Pego seu celular que deixou no quarto, apanho o meu do


chão e me tranco no banheiro, Apenas quatro fotos ficaram
verdadeiramente boas, uma com nossas bocas coladas e nossos
olhos fechados que pega parte do meu rosto e ombro de Dylan,
outra capturou o momento em que ele se afastou um pouco de
meus lábios e ficou um seio meu exposto, mais uma agora com uma
mão sua indo aos meu seio e grudando nossas bocas outra vez mas
pega somente uma pequena parte do meu rosto, a última capturou o
momento nossos rostos nitidamente com bocas coladas e uma mão
sua apertando um seio meu, definitivamente a escolhida foi a última.
Gravo meu número no celular de Dylan antes que trave e precise de
senha para destrava-lo, depois que adiciono meu número passo
minha foto para seu telefone e a coloco como foto do meu contato,
assim toda vez que eu ligar para ele estará a nossa foto estampada
na tela nada discreta de seu celular caríssimo.

Já mencionei como amo a tecnologia? Sim? Pois deixa eu


enfatizar que realmente adoro o quanto pode nos ser útil, em mãos
conscientes, é claro.

Ao terminar apago os vestígios da transferência e saio


devagar do banheiro, depois de me certificar que estou só no recinto
eu ponho no mesmo lugar que ele deixou, visto uma calcinha e um
sutiã com alguma dificuldade e desmorona na cama.
A armadilha já foi preparada, agora é só esperar!

Com esse pensamento abro um pequeno sorriso perverso


antes de deixar me levar completamente embriagada pelo cheiro e
pelas lembranças maravilhosas que o homem a que ainda a pouco
quase me possuiu, por fim sou vencida pelo sono...

10. Capítulo- A armadilha


Bianca

Em meio aos leões.

Foi assim que eu aprendi a viver, talvez me julguem pelo que


faço ou talvez como eu faço, mas quando se aprende desde cedo
que defender-se por si só é uma questão de sobrevivência tudo
parece simples.

Quando eu tinha dez anos eu lembro de uma vez em que


meu pai deu ordem para surrar o Miguel— filho de um trabalhador
da fazenda- porque o garoto tinha roubado uma saca de milho da
plantação de um das inúmeras que ele tinha por ali. O garoto tentou
justificar que era porque sua família estava faminta e o pouco que
ele pagava não poderia sustentar seus 7 irmãos, mas meu pai não
deu ouvidos. Eu estava voltando do rio quando vi a cena e quando o
falecido Antônio levantou o chicote de açoitar o gado para bate-lo eu
intervim... Naquele dia foi a primeira vez que intervim nos 'assuntos'
do papai, eu me abracei ao garoto que tremia de medo, e meu pai
mandou seu capanga continuar os açoites que acertavam a mim.
As pessoas que estavam ao redor ficaram abismadas pela
cena, mas ninguém interpôs, ninguém poderia pois isso era assinar
um decreto e se meu pai não aliviou nem num castigo a própria
filha, que dirá a um deles...

Eu me manti firme já que ser açoitada por ele nessa época


para mim já era quase normal, e quando os vinte açoites terminaram
ele disse que me esperava em casa.

Eu mal pude me mover, mas o menino depois de agradecer


muito me levou de volta para casa, quando eu entrei temi que fosse
açoitada outra vez, porém meu pai disse que só não o faria porque
eu já estava machucada e que somente por isso me livraria de sua
ira, o que aconteceu serviria para não afronta-lo nunca mais, mas
não serviu! Eu sempre me metia nesse tipo de 'assuntos' dele,
abominava vê-lo castigando os outros assim como fazia comigo e
ele sentia prazer em me fazer sentir mais dor por isso. Minha irmã
enquanto cuidava das minhas costas brigava dizendo que era para
aprender a obedecer ao papai. Mas ali, bem naquele dia eu aprendi
uma lição fundamental: Não se pode machucar o que já está
machucado, e hoje nada faz mais sentido para mim do que isso...

No outro dia bem cedo já estávamos de pé, ontem à tarde


Dylan já tinha resolvido todos as negociações na qual foi incumbido.
O jatinho já estava pronto e a nossa espera, dormi a maior parte da
viajem e um pouco mais depois que eu cheguei.

O resto da semana se passou rápido, Dylan chegava tarde


quando eu já estava dormindo no meu quarto e saia cedo para
trabalhar, não nos vimos até que sábado de manhã sou desperta
por sua ilustre presença.

—Levanta daí, Bianca! — Alguém diz abrindo as cortinas do


meu quarto e deixando a luminosidade entrar.

—Só mais cinco minutos Maria! — Peço enrolando minha


cabeça com os lençóis.

—Anda logo garota, levanta daí agora! — Diz bravo puxando


os lençóis e me deixando apenas vestida numa camiseta apertada
minúscula que não cobria nem minhas coxas- e minha calcinha
short branca.

Merda!

Sento irritada.

—Mas que inferno! O que foi agora? Onde é o maldito


incêndio? — Resmungo.

Me deparo com seus olhos azuis que mais parecem safiras


brilhantes famintos a avaliar meu corpo da cabeça aos pés e
voltando para mirar exclusivamente meus seios, não sei se porque
convivi com o Armindo tão livremente desde a infância, mas eu
realmente não sinto pudor algum em estar seminua ou na frente de
um homem, o Armindo nunca se incomodou com isso, o que não me
fez dar importância ao fato.

Bufo irritada com seu embasbacamento ao me ver assim...

Homens, são mesmo uma espécie muito babaca.


—Vai ficar me olhando aí com essa cara de Aladim que
descobriu a lâmpada mágica ou vai me responder?—

Ele recobra os sentidos finalmente me olhando nos olhos


enquanto responde —Tem meia hora para estar pronta, iremos a um
leilão numa cidade aos arredores, Vovó insiste em dar-lhe um
presente especial que goste—

—Leilão de que? — Pergunto curiosa.

—De cavalos! — Ele diz antes de voltar por onde entrou.

Me animo com a possibilidade e em meia hora já estou na


cozinha tomando meu café da manhã e ela fala em árabe por
telefone, confesso que é uma língua complicada e que reconheci o
que proferia.

—Bisbilhotando a conversa dos outros? — Dylan pergunta


me fazendo saltar da cadeira com o susto.

—Que susto, quer me matar do coração? — Respondo com a


voz alterada e a mão direita sobre o peito.

—Desculpa, não pensei que estivesse tão distraída assim!


— Diz me passando um copo com suco.

Bebo alguns goles e sinto meu coração desacelerar


aos poucos.

—Não estava bisbilhotando, apenas tentando entender


algumas palavras em árabe, mas é uma língua complicada demais
para mim! — Minto sentando na cadeira outra vez.
—Sei que foi sua irmã quem foi instruída durante toda a vida
para estar aqui e não você, não se sinta pressionada! — Ele
murmura despreocupado se servindo de suco.

Terminamos o café em silêncio e depois partimos para


mansão dos Holffman, Samantha como sempre me recebeu
adoravelmente, ela me mostrou todas as dependências da casa
enorme, porra! Eles tinham até piscina aquecida ali dentro.
Samantha ainda me presenteou com alguns véus coloridos e feitos
de material caro, estávamos sentadas na sua cama enquanto
conversávamos até que de repente entramos num assunto não tão
agradável.

—Você tem que obedecer ao seu marido Bianca, sei que veio
de um mundo completamente diferente do nosso, mas tem que se
habituar a ele agora, pois querendo ou não faz parte dele. — Ela diz
segurando minhas mãos.

Fui firme ao responder —Oxe! Eu não vou me submeter a


homem algum Samantha, e eu não passei uma vida inteira de
martírio tentando ser domada? Não é agora que vão me por de
joelhos vice?!—

Ela suspira e volta a me alertar —As coisas aqui são bem


diferentes minha querida, não pense mal, muitas de nós somos
felizes em cuidar do lar e dos filhos e dos nossos amados maridos.
Somos idolatradas por eles, mas entenda que a cultura aqui é
diferente e nós mulheres não temos tanta liberdade quanto os
homens ao nos portar e se expressar, quanto mais cedo aceitar isso
melhor será!—
Não entendi muito o que ela quis dizer, mas no momento em
que chegamos ao tal leilão pude ter uma pequena noção do que ela
estava falando.

Eu estava vestindo uma calça jeans, um sapato fechado


preto e uma blusa de mangas e botões branca que estava dobrada
até os cotovelos, meus dois primeiros botões da blusa estava aberta
e Dylan se apressou em virar para mim no banco da limusine e
fecha-los antes de sair.

—Porte-se bem Bianca! — Terminou de fecha-los me


entregou um dos véus que Samantha havia me prestigiado.

—ok! — Resmungo revirando os olhos.

O avô de Dylan, o senhor Salin me repreende secamente.

—Não deveria revirar os olhos para seu esposo!—

O encaro com cara de : quem te perguntou?!

—Nunca ouviu falar no ditado 'em briga de marido e mulher


ninguém mete a colher?'—

Dylan quase engasgou, o velhote continuou a me encarar e


eu virei de frente para ele para nos encararmos melhor, sempre
adorei um belo concurso de encarada- e a maioria destes se dava
com a pessoa que mais temia do mundo: meu pai- porém nunca
perdi nenhum, apesar do pai ser um intimidador dos infernos!

—Para com isso Bianca! — Dylan ordena, eu continuo no


concurso sem titubear em nenhum momento.
—Nunca ouviu dizer que não devia desrespeitar os mais
velhos, menina mal criada?!— Ele continua a me fitar furioso.

—Bianca?!— Dylam me chama a atenção mais uma vez, mas


não vou dar o braço a torcer para esse velhote intrometido.

Retruco sem desviar o olhar —Nunca ouvi dizer que mandar


os outros cuidarem da sua própria vida fosse desrespeito, sempre
achei que desrespeito fosse se meter na vida alheia! —

Ele range os dentes e continuo a encara-lo sem pestanejar,


ele franze o cenho tentando parecer intimidador e eu apenas
arqueio a sobrancelha em um desafio silencioso, não sei quantos
minutos se passaram até que parecendo revoltado o velhote desvia
o olhar resmungando algo baixinho.

—O que foi? — Viro o rosto para Dylan que olha de mim para
o avô incrédulo e apenas nega com a cabeça como se não
acreditasse em algo.

A tarde foi agradável, o leilão dos cavalos foi num belíssimo


aras, vi a diferença de culturas na hora em que tivemos que nos
manter com as outras mulheres dentro da casa tomando um chá
enquanto os homens participavam do leilão.

—Não se preocupe, quando o leilão terminar posso mostrar o


aras a você! — Disse uma mulher aparentemente com uns 40 anos
e trajando um véu azul e vestido refinado da mesma cor.

Agradeço a mulher e continuo observando o teor de suas


conversas que variam o tema entre maternidade, viagens, negócios
dos maridos, formação dos filhos, puta que pariu! Pelo amor de
Deus, eu não poderia estar mais entediada.

No fim da tarde quando todos foram embora Dylan me


chamou para mostrar o presente que a avó o incumbiu de arrematar
no leilão, era um cavalo bonito, puro sangue, de pelos negros e
veloz.

—Posso dar uma volta com ele? — Perguntei assim que o vi.

—Não sei Bianca, ele não está acostumado com você, pode
te machucar!— Dylan recomenda.

—Por favor, Dylan! — Peço com as mãos em prece —Eu não


quero voltar para sala—

Se eu entrasse naquela sala e as poucas mulheres que ainda


estavam lá mencionasse a palavra casa, filho ou marido eu
cometeria um assassinato.

Depois de um suspiro pesado ele acena que sim e em menos


de um minuto depois eu já estou em cima do meu mais novo
amiguinho. A tarde se passou e eu nem vi, só notei quando
Samantha me prometeu guardar meu cavalo em um local especial
que ela reservou no enorme terreno de sua mansão, segundo ela eu
poderei visitar meu cavalo e escolher o nome que eu quiser.

Pouco tempo depois que chegamos em casa vejo Dylan


receber um telefonema, fico atenta ao que diz e pelo jeito deve ser a
vaca da Rachel, reviro os olhos para ideia do que estão
conversando, vamos ver até onde vai o entusiasmo daquela idiota...
—Vou ter que sair, não voltarei para casa hoje então qualquer
coisa me ligue! — Dylan diz antes de atravessar a porta sem nem
olhar para mim.

Babaca!

Tomo um banho rápido, visto uma camisola de cetim preta


que era da minha irmã e faço uma contagem mental, duas horas
depois desço do quarto e resolvo pôr meu plano em ação. Primeiro
eu vou para cozinha e quebro um copo de vidro no chão, depois —
mesmo muito receosa e a contragosto- piso sobre eles e sinto meus
pés receberem cortes, não fundos, apenas que dê para pensarem
que está machucado de verdade.

Eu não tenho outra escolha senão sobreviver ao caos,


aprendi com meu pai como ser ardilosa, suas exigências, seus
castigos cruéis e as inúmeras vezes que usei de artimanhas
pesadas para me livrar de sua fúria, era melhor um corte no braço
do que ele quebrado de uma surra, não é? Pois foi assim que
aprendi de muito cedo naquele maldito dia que mencionei
anteriormente, dos males o menor—como minha Maria sempre diz-
não que meu pai sentisse pena de mim ou me ajudaria em nada,
mas pelo menos achava que já era um castigo merecido e não me
batia, não naquele momento, o que me daria tempo para pensar
num segundo plano para ele esquecer o que quer que eu tenha
feito.

—Porra! — Resmungo quando o sangue começou a escorrer


e saio de cima dos cacos do copo quebrado, rapidamente pego meu
telefone e tento soar a mais nervosa possível.
Se acaso for a Sirigaita da Rachel a atender o telefone eu sei
que esta deve estar rompendo o relacionamento frágil que mantém
com meu marido. Caso seja Dylan a atender estará bravo quando
tiver se dado conta do meu plano, de uma forma ou de outra eu
estar machucada é uma desculpa bem fundamentada, tanto para
sua fúria quando seu caso for rompido por minha causa, quanto por
eu ter aprontado e talvez uns machucados e algumas lágrimas
sejam suficiente para acalma-lo e eu escapar de ser castigada com
mais alguns dias sem comer trancada no meu quarto. Eu sei, devem
estar me achando uma maluca, mas daqui a pouco verão se tive ou
não razão para isso...

A merda dos machucados estão doendo de verdade agora e


já escorre um pouco mais de sangue de cada um, sou distraída da
dor quando escuto a porta da sala abrir num estrondo, esfrego meus
olhos com força para parecer que estava chorando...

A armadilha deu certo!

—BIANCA! EU VOU TE MATAR MENINA DOS INFERNOS!


— Dylan grita possesso assim que adentra o apartamento.

Viram?... Bem, é hora do show...

—Dylan, me ajuda! — Peço fazendo-me desesperada e


abrindo a pia e molhando um pouco meu rosto para parecerem
lágrimas, depois rapidamente assumo a posição de menina
indefesa...

—EU VOU TE MANDAR PARA O QUINTO DOS INFERNOS


SUA DEMÔNIA! — Ele berra descontrolado e sua voz se aproxima
cada vez mais da cozinha —VOCÊ É UMA DESGRAÇ...— Ele
estanca no lugar quando vê a cena.

Estou sentada no chão e recostada no balcão, meus pés


estão sujos de sangue que ainda desponta dos cortes, minhas
pernas estão um pouco sujas também e realmente estou com o
rosto molhado parecendo que chorei bastante.

—Me ajuda Dylan! — Enceno um choro e ele corre na minha


direção poucos segundos depois.

Homens!

Não conseguem lidar com mulheres fortes e é só se fazer de


menininha frágil que logo se derretem, idiotas!

—Mas que porra foi essa, Bianca? O que diabos aconteceu?


— Pergunta me pondo no seu colo.

—E- eu, estava bebendo água e o copo escorregou e quando


eu tentei limpar me cortei... está doendo Dylan! — Choramingo,

Uma porra se ele não acreditou.

Depois de ligar para um amigo médico vir até o apartamento


Dylan me leva até o quarto, me coloca na cama com cuidado e me
diz frases feitas para tentar acalmar, finjo um suposto descontrole
por ter me cortado.

—Está doendo, Dylan!— Digo apertando sua mão.

Ele senta ao meu lado e me puxa para seus braços, sinto o


perfume enjoativo da vadia da Rachel nele e isso me irrita, acho que
agora é a hora de continuar jogando.

—E- eu liguei para você, me desculpa, eu não queria


atrapalhar mais eu estava desesperada e eu só tenho você Dylan!
— Digo entre o choro falso.

—Depois discutiremos sobre isso, mas agora se acalma que


o meu amigo já está quase chegando! — Diz me apertando mais
nos braços.

Depois de cinco minutos eu estava com os pés com curativos


e sendo sedada pelo médico para que me tranquilizasse mais um
pouco, ele deixa o quarto e Dylan o acompanha.

Após alguns minutos ele entra novamente no quarto —Nós


vamos ter uma conversa séria amanhã Bianca, é melhor que seda
ao calmante, durma de uma vez! — Ele diz, mas seus olhos me
fitam preocupados.

—Meu amigo disse que estava tudo bem, agora durma!


— Fala sentando na cama.

Olho para ele com aquele olhar pidão.

—Fica comigo, eu estou com medo Dylan, eu me machuquei


e tinha sangue e você não atendia, por favor fica aqui comigo!
— Peço.

Ele não reponde durante alguns minutos e por fim solta um


longo suspiro e tira a camisa, deita do meu lado e puxa as cobertas
limpas que trocou depois dos poucos pontos que meus pés levaram,
aprecio sem moderação alguma seu abdômen sarado e sua pele
dourada...

Oh Meu padre Cícero, poderia ser menos cruel comigo, não


é? Porque minha liberdade tinha que estar nas mãos do homem
mais lindo do planeta? E porque eu gostei tanto quando ele me pôs
entre os braços me aconchegando ao seu peito quente?

—Durma bem, Bianca! — Diz apagando o abajur da


cabeceira e me apertando mais nos seus braços.

Minutos depois estou no décimo sono, sonho com duas mãos


quentes que me aproximam ao seu corpo forte e abrasador, solto
algumas frases sem nexo e depois posso jurar como ouvi a voz de
Dylan sussurrando ao meu ouvido

—O que eu devo fazer com você, pequena diabinha? — Sinto


seus lábios quentes na minha nuca, mas o cansaço me faz
continuar a sonhar...

11. Capítulo- Menino mau.


Bianca

Acordo sentindo uma vontade tremenda de beber água, abro


os olhos apressadamente baixando meus pés ao chão e quando
tomo impulso para levantar a dor dos meus pés me fazem vir ao
chão.

—Aiiii...caralho! Ai! Ai! Ai... aiiii! Meus pezinhos! — Resmungo


com lágrimas nos olhos e logo dois braços quentes e fortes me
erguem do chão.
Dylan.

—Droga Bianca!— Ele esbraveja.

Sinto meus pés umedecerem e sei que é sangue que escorre


por eu ter posto todo meu peso e os machucado.

Tento segurar as lágrimas de dor.

—Merda! Dylan está doendo! — Choramingo e sinto meu


rosto se encharcar, droga! Odeio chorar.

Não imaginei que quando me cortei ontem tivesse sido tão


fundo assim! Agora uma surra ou ficar trancada em um quarto por
mais dois dias sem comida não me parecem uma ideia tão má...

Dylan me põe na cama com cuidado e depois de ir ao


banheiro quase voando volta com um kit de emergência além de
uns comprimidos em outra mão.

—Toma, engole isso! — Ele ordena.

Não seria estúpida de discutir, as dores nos meus pés


chegam a latejar no meu cérebro.

Tomo o comprimido nas mãos e depois de engolir tomo um


gole de água do copo que estava na mesa de cabeceira ao meu
lado, gemo de dor quando Dylan tira as ataduras dos meus pés
depois de ter acendido a luz do quarto, ele observa os machucados
por alguns instantes e depois de molhar um líquido num algodão
começa a limpá-lo.

—Merda! Isso arde Dylan! — Reclamo.


—É bem menos do que você merece! — Ele rebate sem nem
tirar os olhos de sua tarefa.

Resolvo me calar, não sei até onde ele desvendou minha


jogada...

Gemi algumas vezes nas quais ele entrou em contato


diretamente com o líquido ardente nos ferimentos, mas decido que
não é hora de reclamar. Depois de limpar tudo com cuidado Dylan
passa uma pomada gelada que acalma a dor e me faz suspirar de
alívio, depois ele começa a enfaixar os meus pés outra vez da
maneira em que se encontravam antes de eu desastradamente
tentar levantar de supetão...

Me atenho a tarefa de observar o homem que


atenciosamente cuida de meus pés...

Seus cabelos dourados se tornam ainda mais claro sob a luz


do quarto. Suas mãos grandes firmemente se atem a função que
ocupa delicadamente, suas duas safiras não desviaram a atenção
em momento algum e seu peito nu completamente liso assim como
sua barriga cheia de gominhos musculosos me deixa
inquietantemente curiosa quando acaba por findar dentro da calça
de moletom folgada que traja. Seus pés estão descalços, seus
cabelos estão bagunçado e creio que seja devido ao seu sono de
agora a pouco, seu cheiro apesar de um pouco distante invade
minhas narinas, seu perfume é um misto de masculinidade
amadeirado com um toque de ar puro e sua boca vermelhinha é a
verdadeira encarnação do pecado...
Por um momento imagino como seria ser tocada por essas
mãos tão grandes outra vez, penso como seria ter seus olhos
vidrados em mim enquanto seu peito e abdômen musculosos estão
grudados a minha pele completamente nua e sedenta, o que teria
por dentro dessa calça de moletom onde o caminho lisinho acaba,
como seria enfiar os dedos por entre esse cabelo dourado enquanto
me delicio com esse cheiro bom duma porra! E como poderia
chupar essa boca tão perfeita até perder o fôlego.

Oxe!

De onde veio esses pensamentos tão inquietantes?

Me assusto com a proporção que minha imaginação me


levou a alcançar, mas que eu queria fazer tudo o que estou
imaginando com esse moço lindo que está ali cuidando dos meus
pés ah! Isso eu faria sem dúvida alguma...

Que? Vão me dizer que resistiriam a essa gostosura toda?!

Pois é! Vocês que estão aí babando mesmo estando longe


estão assim, imagina como eu me encontro tão perto, ao alcance de
um braço...

Será que o que está coberto por este moletom me satisfaria


melhor do que seus dedos já o fizeram?

Isso me faz abrir um sorriso malicioso e encarar sua calça


com más intenções...

Desperto de meus sonhos eróticos quando uma voz firme me


repreende.
—Pare de me olhar assim menina! —

Bufo irritada —Não sou mais uma menina! —

Finalmente seu olhar encontra o meu quando Dylan resolve


levantar o rosto e depois de uma inspeção minuciosa pelo meu
corpo coberto apenas com minha pequena camisola de cetim—
demorando nos meus seios como sempre- volta a encarar meus
olhos enquanto murmura irritado.

— Gostaria que sua mentalidade de mulher fosse tão grande


quanto seu par de seios! —

—E eu gostaria que fosse menos estúpido do que os dois


centímetros de masculinidade que possui dentro das calças!
— Replico.

Depois de estreitar os olhos faiscantes em minha direção


parecendo ter perdido seu último resquício de controle ele para de
envolver meu pé direito nas ataduras, e neste instante eu me
arrependo de ter uma língua tão solta e provoca-lo da mesma forma
que estou acostumada a provocar o Armindo, afinal tenho o Armindo
como irmão e o Dylan é... bem, Dylan é o Dylan mesmo!

Ele levanta devagar e subindo na cama vem até bem próximo


de mim engatinhando pela cama sobre meu corpo que se encontra
recostado nos travesseiros e de pernas estendidas.

—Garanto que é bem maior que dois centímetros baby! Ao


toma-lo por inteiro nessa boquinha petulante chegaria ao fundo da
sua garganta, e na sua boceta te arrancaria bastante gritos— Diz.
Uma porra se isso não me assustou.

Até hoje nada do tipo passou por ali em nenhum dos dois
lugares mencionados, aliás, acho que até uma agulha doeria no
processo do segundo caso que se referiu, que dirá tudo isso que ele
assegura ter...

—Ehh... desculpa, é que quando percebo a merda tem


escapado dos meus lábios! — Peço recuando rapidamente afetada
por sua proximidade.

Algo me diz que cutuquei a onça com um palito de dentes...

Vejo um sorriso malvado se abrir em seus lábios


desejosos — Quer dizer que quando estava encarando minhas
calças não estava imaginando que tamanho seria meu pau? —

Engulo seco por ter sido flagrada cobiçando-o e por seu tom
irônico.

—Bem eu... ehh... eu... não, eu não estava... imaginando!


— Gaguejo nervosa.

Dylan senta sobre minhas coxas e me analisa atentamente,


seu cheiro me embriaga momentaneamente, porra! Que merda está
acontecendo comigo doce Jesus?

Seu abdômen tonificado me faz engolir várias vezes seco,


aquele caminho liso é tão envolvente que não consigo fitar seus
olhos, estou concentrada demais me imaginando lamber toda
aquela extensão e desvendar se o que há escondido nas suas
calças é realmente conivente com sua pabulagem...
Então ele começa com sua voz calma e moderada
interrompendo meu raciocínio depravado.

—Sabe, eu estive pensando, o que acha que eu devo fazer


com você depois do que aprontou hoje Bianca?—

Deus sabe que meu coração parou neste instante, minha


respiração se estagnou na minha garganta e a atmosfera do quarto
de uma hora para outra estava tão fria que fez um calafrio que mais
parecia uma pedra de gelo percorrer minha espinha de cima a
baixo.

De repente seu caminho lisinho e amoral da felicidade não


parecia mais tão interessante...

Subi meus olhos bem devagar até fitar suas safiras


escurecidas do que imagino ser raiva, minha voz soa trêmula
quando pergunto.

—O- o que você d-disse?—

Meus temores se concretizam quando o ouço escarninho.

—Você acha mesmo que sou estúpido garota? Claro que sei
que se machucou de propósito para tentar se livrar do castigo que
lhe daria, mas agora pensado bem, acho que encontrei uma punição
a altura de sua travessura! —

Me ponho em alerta sem tentar deixar transparecer receio


algum da minha parte.

—Que seria? — Pergunto atrevidamente.


O sorriso diabólico que ele me deu me fez repensar se o que
fiz teria realmente valido a pena, juro que me imaginei agora
amarrada em um tronco de árvore depois de violentamente
chicoteada e deixada numa estrada abandonada para morrer de
fome e sede.

Misericórdia!

Desfaz seu sorriso ao falar aterrorizantemente baixinho


fazendo meu corpo estremecer gradativamente a cada palavra
mencionada.

—Como tanto tentou que conseguiu me separar da minha


submissa, nada mais justo que a partir de agora ocupe o seu lugar!

Certamente meus olhos estão esbugalhados e minha


expressão não deve transparecer nem mais, nem menos do que
medo, quando encontro minha voz me vejo pronunciar...

—Como? — Pergunto para ter certeza se entendi bem ou se


meu juízo não se esvaiu junto com o sangue dos meus pés quando
levantei a pouco tempo...

Esbraveja.

— Será a minha nova submissa, Bianca! Começaremos


agora mesmo seu maldito treinamento e não pense em nenhum
momento que aliviarei um décimo de nada para você, o que me fez
perder hoje foi algo insubstituível e garanto que a farei pagar bem
caro! —
Escuto meu coração palpitar nos meus ouvidos por alguns
minutos, mas não irei me amedrontar, é isso que ele quer e eu não
vou dar-lhe esse gostinho de me ver com medo.

—Nem morta serei sua cadelinha de estimação, seu babaca!


— Cuspo.

Dylan solta uma risada arrepiante antes de murmurar.

—Quando eu terminar com você realmente irá implorar para


ser tratada ao menos como uma cadelinha de estimação, menina!

Em um segundo o vejo prender minhas mãos com apenas


sua mão direita, foi tão rápido que não consegui desviar...

—Me solta Dylan, está me machucando! — Berro tentando


em vão me soltar de seu aperto.

Vejo que com a outra mão segura um grande pedaço de


atadura e aperta-o em torno de meus punhos...

Continuo a manda-lo me soltar quando ele envolve várias


vezes meus punhos em volta da atadura e por fim amarra na
cabeceira da cama, no momento de desespero começo a espernear
e meus pés inutilmente—pois já que este está sentado sobre
minhas coxas- as solas de meus míseros pés esbarram em algo que
me faz grunhir de dor e em seguida soltar um palavrão...

—Uhhh! Puta que pariuuu!—

—Se eu fosse você não resistiria Bianca, poderá ficar me pior


que isso! — Ele murmura e logo depois se afasta um para minha
direita e me vira na cama me deixando de bruços no colchão.

—ME SOLTA DYLAN! JURO QUE QUANDO EU


CONSEGUIR SAIR DAQUI IREI PARTIR SUA CARA— Eu grito.

Com apenas dois puxões ele rasga minha camisola me


deixando apenas com minha delicada calcinha preta de renda fio
dental, meu corpo se enrijece automaticamente e agora sim o
pânico começa a tomar conta de mim...

—O que você vai fazer comigo? — Pergunto baixinho e


apreensiva.

—Te mostrar como eu também posso ser um menino muito


mau! — Ele responde e levanta da cama.

Alguns momentos depois que ele saiu do quarto o vejo voltar


com um chicote de couro feito com alguns entraves que mais
parecem espinhos nas suas várias tiras, uma porra se isso não vai
doer. Mas eu vou aguentar firme e se ele pensa que pedirei
clemência está muito enganado...

Sinto os flagelos do chicote arranhando meu corpo e tento


me encolher, mas não consigo...

—Serão dez Bianca...— Ele avisa enquanto percorre com o


chicote por toda minha espessura —... E irão doer bastante... sabe,
eu sempre fui um dominador carinhoso e sempre prezei o
companheirismo e doação entre mim e minhas submissas, mas com
você será diferente, terei prazer em mostra-la o quão árduo e
doloroso poderá ser se meter em meu caminho. Pode chorar e gritar
a vontade enquanto te castigo, adorarei ouvir você implorar para
que pare enquanto eu me divirto sendo o marido que eu deveria ter
sido desde que casei com você! —

Ele mal termina de despejar suas palavras duras de ódio


quando o primeiro açoite vem.

Seco. Brutal. Dorido.

Sinto que deve ter arrancado sangue fora já que praticamente


rasgou minhas nádegas cruelmente. Meus olhos lacrimejaram, mas
eu não soltei nenhum ruído, não irei pedir clemência e muito menos
lhe dar a satisfação de me ver gritar ou chorar...

O segundo veio ainda mais forte e eu estremeci quando as


travas acertaram o topo minhas costas e nádegas ferida novamente,
porém continuei sem emitir sons...

A terceira foi verdadeiramente pior, a ardência queimava de


tal maneira que uma lágrima escorreu por minha bochecha antes
que eu pudesse controla-la.

A quarta.

A quinta.

A sexta.

E na sétima não consegui conter um soluço que escapou dos


meus lábios.
—Vejo que não é tão durona assim não é, minha menina?
— Ele profere sarcástico, mas não alivia no golpe seguinte nas
minhas costas.

Novamente um soluço me escapa.

O nono açoite me fez estremecer novamente com a dor


intensa que se aferiu.

Finalmente depois do décimo deixo meus tremores se


apossarem de mim, minhas costas e bunda sangram, ardem e
devem estar em carne viva.

Dylan foi seco quando esboçou —Espero ter aprendido a


primeira lição hoje Bianca, não entre jamais no meu caminho outra
vez ou irei faze-la pagar! Agora vou te desamarrar e cuidarei de
seus machucados e espero que não se oponha, acaso se recusar
não terei receio alguma em fazer mais dez machucados iguais a
estes! —

Confesso que mal ouvi o que ele falou, as aflições que sentia
nas minhas costas e bunda esmagando meu corpo dilacerado não
me deixou assimilar suas palavras coerentemente.

Não sei em que momento eu apaguei, mas também não acho


que isso faria alguma diferença agora!

Creio meu plano escorreu e se esborrachou ladeira abaixo


junto com minhas reles esperanças de voltar para o meu mundo, de
retornar a minha terra e seguir minha carreira, assim como
prosseguir minha vida longe desse inferno no qual fui submetida
contra minha vontade e longe do meu maldito pai...
De todas as burradas que já fiz esta foi a pior, no entanto a
lição realmente me fora aprendida: subestimei o inimigo sem me
tocar que eu nem ao menos o conheço de verdade e agora estou
simplesmente...

lascada!

Dylan

Possesso.

Essa é a palavra exata para descrever a fúria que senti da


Bianca.

Assim que saí do meu apartamento a deixando segura em


casa peguei meu carro e dirigi até o apartamento da minha amada
submissa.

Rachel.

A porta estava destrancada como sempre, Rachel de longe


sempre foi minha submissa mais perfeita, ela nunca se esquece do
que eu gosto, quando e como eu gosto. Logo que entro sei
exatamente onde ela se encontra, virada para parede, nua e
sentada sobre os calcanhares de cabeça baixa.

Abro um pequeno sorriso satisfeito com sua postura correta


para me receber, tranco a porta na chave e viro lentamente
murmurando compassadamente.

–—Como se comportou na minha ausência? —

–—Bem, mestre! — Ela responde obediente.


Estava com saudade de ouvir sua voz, e juro que estou me
controlando para toma-la neste exato momento e matar a saudade
que também sinto de sua pele, de seu toque...

Ando alguns passos e paro atrás de suas costas, abaixo e


pergunto em seu ouvido sem toca-la.

–—Deixou separado tudo como que te ordenei Rachel?—

–—Sim, mestre! — Responde ofegante.

Sorrio satisfeito e deposito um beijo rápido na pontinha de


sua orelha, em resposta seu corpo inteiro se arrepia afirmando a
reinvindicação que possuo sobre seu corpo.

Me afasto e vou até a mesa de centro da ampla sala.


Comprei este apartamento assim que começamos a sair, é um local
seguro e confortável numa das maiores coberturas de Dubai, não
maior que a que eu moro, porém semelhante.

Encontro todos os objetos que a mandei separar quando


liguei avisando que viria, uma pá, três pares de algemas, um par
solto de metal e duas do mesmo material acopladas a um extensor,
por fim uma mordaça com uma bola mediana vermelha que a
presenteei em nossa sessão passada.

Perfeito.

–—Sabe, você mentiu para mim quando respondeu que se


comportou bem Rachel! Não esqueça que ligou inúmeras vezes
durante minha pequena estadia nos Estados Unidos, desconfiou de
mim, e acredito que isso é uma falta grave não acha? — Pergunto
analisando-a atentamente.

Seu corpo se enrijeceu e sua voz sai tremula ao responder.

–—Como quiser, Senhor! —

Claro que não vou contar-lhe que aquela fedelha que tenho
por esposa quase me fez perder o juízo e toma-la na nossa última
noite de viajem, seria uma catástrofe se a Rachel descobrisse, a
conheço o suficiente para saber que seu ciúme faria de minha vida
um inferno, e como nada de fato aconteceu, prefiro não mencionar,
apesar de ter que deixar claro que ela não pode cobrar o que
definitivamente não estou disposto a dar-lhe...

–—Sabe que a submissa aqui é você, não sabe Rachel?


— Pergunto.

Depois de engolir seco responde –—Sim, senhor! —

–—Então compreende perfeitamente que se acaso eu tivesse


tocado em minha primeira esposa não te deveria satisfações, você
aceitou desde o início tudo isso e eu nunca te obriguei a nada. Não
se iluda pelo fato de eu ser apaixonado por você, pois isso não quer
dizer que posso fugir de minhas obrigações matrimoniais, você
conhece as regras nas quais vivo e sabe que não posso quebra-las,
não sabe? — Assunto.

–—Sim, mestre! — Diz com a voz embragada.

Droga!
Odeio faze-la chorar, mas preciso deixar tudo às claras.
Aquela tentação que tem por nome Bianca está mexendo cada vez
mais com meus instintos e não sei até quando poderei me controlar.

O que?

Eu não serei hipócrita de negar a mim mesmo o que está


bem na minha cara, eu sou apaixonado pela Rachel, mas aquela
menina tira meu chão quando estamos muito próximos, e não! Não
me sinto um canalha por isso! Afinal todas duas sabem bem o que
tenho uma com a outra e sabem também que minha lista de
amantes pode aumentar o quanto eu desejar, basta apenas eu
querer.

Meus sentimentos quanto a isto são bem claros, sou


apaixonado pela Rachel e sinto uma puta atração pela Bianca,
enquanto uma me agrada de todas as formas possíveis a outra me
enlouquece ao me desafiar sempre, uma loira refinada com curvas
de modelo e traços delicados bem como uma postura submissa,
Bianca é uma morena de traços fortes possuidora daqueles olhos
cor de mel e suas curvas matadoras, seios fartos e boca
tentadoramente suculenta e seu modus operante é tão dominante
tanto quanto o meu –o que me faz querer domá-la inteiramente-
Como já mencionado, não sou nenhum pouco confuso a tudo isso,
irei sim usufruir dos dotes de minha esposa, e logo depois de
conseguir o que pretendo : suas ações e seu adorável corpo, irei
manda-la de volta de onde veio e poderei enfim ser dono de mim
mesmo, casarei com Rachel e fim.
–—Isso não quer dizer que fui para cama com a Bianca
Rachel, quer dizer apenas que se eu o fizer não lhe darei satisfação!
— Maneio.

O sorriso é palpável em sua voz quando esta, depois de


soltar um suspiro aliviado assente –—Sim, mestre! —

–—Levante-se e venha a mim querida! — Ordeno.

Ela faz como mando –—Olhe para mim! — Exijo.

Suas pupilas já estão dilatadas e aposto que sua excitação já


a deixou molhada por antecipação.

–—Como punição pela sua atitude inconcebível para com seu


mestre hoje está proibida de gozar, e se o fizer será castigada com
rigor, entendeu querida? — Pergunto.

–—Sim, mestre! — Ela responde obediente.

–—Também não poderá me tocar! — Ordeno.

–—Mas mestr...!?— ela tenta retrucar e eu a corto.

–—Calada! Você só está autorizada a falar quando eu


mandar! — Esbravejo.

Ela abaixa o olhar para seus pés descalços e assente com a


cabeça.

–—Muito melhor!— Explano.

Algemo suas mãos e a levo até o sofá, a faço ficar de pé com


as mãos apoiadas no encosto enquanto abro minha calça
lentamente, tiro minhas chaves e celular dos bolsos e jogo por sobre
o sofá, a sua excitação agora já escorre por suas pernas
branquinhas e torneadas, após retirar meu pau para fora enfio-o
sem dó na sua boceta tudo de uma vez.

Rachel suspira alto e eu sorrio.

–— Lembre- se, nada de gemidos para você! —

Sua respiração está ofegante, bombeio meu pau com força


todo para dentro dela apertando sua cintura, após uma mordida ela
deixa escapar um pequeno gemido.

Paro imediatamente.

–—Oww baby! Porque não conseguiu controlar-se? Agora


terei que puni-la! —

Os pelinhos de seu corpo estão eriçados com a possibilidade


de ser açoitada, sei que isto a excita tanto quando a estimula.

Depois de pôr o extensor em suas pernas deixando-as


bastante abertas, seguro a pá com minha mão direita e acaricio
Rachael com ele por todo seu corpo.

–—Vão ser dez açoites e espero não ouvir nenhum ruído sair
da sua boca outra vez ou triplicarei o castigo! — Aviso.

Não espero sua resposta e aplico o primeiro, sua pele branca


logo se mostra marcada num tom avermelhado, e assim foram os
dez, ela não emitiu nenhum som como eu ordenei e assim que
termino sua bunda parece uma pintura de tom vermelho e rosa em
alguns lugares, não acaricio os hematomas, faz parte de seu castigo
hoje ser um dominador menos amoroso que o costume. Amordaço
sua boca e a posiciono de maneira que apoie os cotovelos no sofá e
seu quadril se dobre pelo braço do mesmo, fazendo sua bunda
empinar completamente para me receber.

Enfio meu pau brutalmente na sua boceta latejante.

–—Ohh céus! Você está tão receptiva querida! —

Seus suspiros inundam a sala e eu seguro em seus ombros


para me aprofundar mais ainda em seu interior.

–—Porra Rachel! — Gemi alto.

Bombeio meu pau com força num vai e vem delicioso por sua
boceta macia e escorregadia até começar a me derramar nela.

–—Tão quente... ohhhh Rachellll— Rujo gozando em cima de


seu lindo traseiro avermelhado.

Quando termino e recupero meu fôlego visto as calças e


retiro sua mordaça, destranco suas algemas de seus belos e
delicados tornozelos no extensor, beijo cada tornozelo acariciando-
os com as mãos.

–—Boa menina, você foi excepcional querida! —

–—Obrigada, mestre! — Ouço sua voz entrecortada


murmurar.

–—Agora eu vou cuidar de você! — Digo arrumando os


objetos em cima da mesa de centro outra vez enquanto ouço meu
telefone vibrar...
–—O que é isso? — Escuto Rachel perguntar e quando me
viro em sua direção outra vez seus olhos estão arregalados
extremamente pálida e suas mãos trêmulas seguram o celular...

–—isso o que? — Pergunto com um sorriso satisfeito que


logo desaparece quando esta vira o telefone para mim.

O sangue foge de meu rosto e tento me controlar para não


quebrar nada.

Porra!

Uma foto minha beijando a Bianca que está com os seios à


mostra e um dos tais eu seguro com avidez, uma ova que isso não é
fodidamente fodido.

O que você aprontou Bianca?

–—Você disse que não tinha transado com ela! — Rachel diz
entre os dentes assumindo uma postura rígida e ereta.

–—E não transei! — Asseguro.

–—Então o que é isso? — Ela pergunta e sei que não


demora até ela explodir, seus ataques de ciúmes sempre são
assim...

–—Uma armação, aquela louca deve ter feito isso para nos
separar, será que você não vê isso? — Enfatizo severamente.

–—Quer dizer que este aqui amassando um seio dela e com


a língua no meio da sua garganta não é você? — Pergunta
calmamente e sinto um pouco de esperança em sua voz.
Droga!

Nunca menti para essa mulher e não será agora que irei
começar...

–—Sim, este sou eu! — Assumo e vejo a fúria tomar conta de


seus olhos mansos até a pouco.

–—Mas eu posso explicar Rachel! Não aconteceu nad...


— Tento emendar rapidamente, mas sou cortado.

–—SAI DA MINHA FRENTE DYLAN! — Ela grita enfurecida


depois de espatifar meu celular na parede a sua direita.

–—Rachel, se acalma... me escuta...! — Tento outra vez.

–—EU DISSE SAI DAQUI! EU NÃO QUERO VER SUA


CARA NUNCA MAIS NA MINHA VIDA DYLAN, ACABOU! — Ela
berra.

Sinto um aperto no peito por suas palavras duras.

–—Me deixa explicar, acredita em mim, eu não transei com


aquela garota! — Afirmo, sem perder a compostura calma e
acometida apesar da raiva que sinto.

Inferno!

Eu nunca menti para esta mulher, nunca tive segredos com


ela, então porque ela não confia no que digo, e antes que você
julgue, não! Eu disse que não tinha transado com Bianca, e não que
não tinha tentado...
Sou crápula? Talvez, mas Rachel sabe que não posso voltar
o fato de que tenho uma esposa agora e preciso leva-la para cama
e consumar esta merda de casamento uma hora ou outra, ela
querendo ou não!

–—A.C.A.B.O.U Dylan, sai daqui!— Ela me expulsa outra vez


indo até a porta e abrindo-a.

Me irrito com sua atitude pouco racional e declaro.

–—Se eu sair por esta porta Rachel, eu não voltarei! Sua


desconfiança foi o maior erro que cometeu até hoje, e ao contrário
do que pensa saiba que não voltarei na minha palavra por você, eu
nunca neguei minhas intenções com este casamento e sempre
respondi o que me perguntou claramente, mas se me expulsar outra
vez eu atravessarei esta porta e por mais que me doa, este será um
ponto final para nós dois, não haverá perdão e muito menos
segunda chance! —

–—SAIA! — Ela diz entre os dentes.

Sei que quando eu atravessar essa porta ela se arrependerá,


mas minha palavra já foi dada e um Hoffman não volta atrás.

Nunca.

Apanho minhas chaves de cima do sofá e atravesso a porta a


passos largos sem olhar para trás. Ela decidiu de cabeça quente
sem me dar nem ao menos o benefício da dúvida, e os anos que me
dediquei a confiar cegamente nela? E todas as vezes que passei
por cima do meu orgulho por causa de suas crises de ciúmes
doentias? Ao tempo que dediquei somente a ela com meu corpo e
alma? Nada disso ela considerou! Pois bem, agora chega!

Entro no elevador e ao passar pela recepção o porteiro me


avisa –—Sr Hoffman, a senhorita Rachel pediu que o senhor
aguardasse um momento, ela está descendo e precisa falar algo
com o senhor! —

Ela já está arrependida, eu sei!

Mas como eu disse, um Hoffman não volta atrás.

–—Diga a ela que acabou, a decisão foi dela e eu não


voltarei atrás!— Digo passando pelo homem.

Abro meu carro, o ligo e depois de esmurrar a direção por


duas vezes arranco dali, agora irei acertar as contas om uma certa
diabinha dos infernos que ousou me desafiar, por culpa dela perdi a
única paixão que já tive até hoje e eu garanto que a farei pagar bem
caro.

Nem sei como subi até meu apartamento, minha visão está
tão turva tomado por uma raiva descomunal que quando abro a
porta e a fecho num baque já começo a rugir.

—–—BIANCA! EU VOU TE MATAR MENINA DOS


INFERNOS!—

–—Dylan, me ajuda!— Ouço uma voz desesperada vinda da


cozinha.

Realmente deveria estar desesperada baby, porque quando


eu por minhas mãos no seu lindo pescoço se arrependerá de ter
entrado em meu caminho, penso.

–—EU VOU TE MANDAR PARA O QUINTO DOS


INFERNOS SUA DEMÔNIA...!— Berro indo em direção a cozinha –
— ...VOCÊ É UMA DESGRAÇ...— Começo, mas a frase fica presa
na garganta e estanco no lugar quando a vejo.

Ela está sentada no chão e recostada no balcão, seus pés


estão sujos de sangue que não para de fluir, suas pernas estão um
pouco sujas também de sangue e com o rosto molhado pelo choro.

Mas o que?

Posso dizer que senti meu coração se apertar com aquela


cena, minha raiva se esvaiu no momento em que fitei aquelas
lágrimas, minha vontade? De abraça-la e cuidar da minha menina...

–— Me ajuda Dylan!— Ela pede chorando me acordando


para a realidade, porra!

Corro em seu socorro –—Mas que porra foi isso Bianca? O


que diabos aconteceu? — Pergunto a pondo no meu colo.

–—E- eu, estava bebendo água e o copo escorregou e


quando eu tentei limpar me cortei... está doendo Dylan!
— Choraminga,

Caralho! —Não me pergunte porque- apesar de desconfiar


que ela já esperava esta reação de mim, eu simplesmente me
desmonto, não consigo parar a dor em meu peito ao vê-la chorar e
machucada, tão... indefesa...
Ligo para um amigo médico vir até o apartamento e a levo até
o quarto, a coloco na cama com cuidado e tento acalma-la de seu
surto de choro.

–—Calma, vai passar neném! — Digo acariciando seus


cabelos escuros —O médico já está chegando, e vai ficar tudo bem!
Só... por Deus Bianca! Pare de chorar! — Peço desesperado.

—Está doendo Dylan! — Diz apertando minha outra mão que


está em seu colo.

Sento ao seu lado e a puxo para meus braços enquanto a


escuto murmurar entre soluços.

—E- eu liguei para você, me desculpa! Eu não queria


atrapalhar, mas eu estava só e eu só tenho você Dylan! —

Droga!

Se antes desconfiava que ela tivesse armado o incidente


agora consigo ligar os pontos, ela armou tudo nos mínimos
detalhes...

Caramba Bianca!

Você está numa bela enrascada, porque apesar de estar


calmo agora te vendo frágil assim, me conheço e sei que no
momento em que demostrar estar forte o suficiente minha ira
despertará e eu não tenho certeza se conseguirei me controlar.

—Depois discutiremos sobre isso, mas agora se acalma que


o meu amigo já está quase chegando! — Digo a apertando mais nos
meus braços.
Sinto seu cheiro doce com um toque de aroma do campo,
sua pele é macia e tem um tom um pouco bronzeada e seus
cabelos castanhos escuros tem cheiro de chocolate, adoro o
contraste do mel de seus olhos com sua boca vermelhinha.

Alguns minutos depois meu amigo Ryan finalmente chega,


depois de examinar e limpar seus pequenos pezinho ele faz
curativos e a seda para que se tranquilizasse, depois do serviço
feito a deixo no quarto por alguns minutos enquanto levo Ryan até a
porta e tento lhe pagar, mas este recusa terminantemente, não me
resta outra alternativa a não ser agradece-lo e me despedir. Vou ao
meu quarto e tomo um banho rápido, visto uma calça de moletom e
uma camiseta.

Momentos depois entro novamente no quarto onde ela está


lindamente deitada, troco as roupas de cama manchadas pelo seu
sangue a removendo nos braços quando preciso.

Após retirar seu vestido de dormir sujo de sangue a visto com


outro. Uma coisa que me intriga desde o começo sobre ela, ao
contrário de muitas mulheres não tem pudor algum em trocar de
roupa na minha frente, não parece ter vergonha de sua nudez. Faço
uma anotação mental para perguntar o porquê depois, não gosto de
pensar que já esteve nua na frente de outro homem...

–—Nós vamos ter uma conversa séria amanhã Bianca, é


melhor que ceda ao calmante durma de uma vez! — Digo
preocupado.

Ela me olha sonolenta por alguns instantes, a garota é dura


na queda, o calmante já deve estar fazendo efeito, mas ela insiste
em continuar acordada.

—Meu amigo disse que estava tudo bem agora, durma!


— Falo sentando na cama ao seu lado.

Ela me desarma mais uma vez quando me olha parecendo


uma menininha com medo do escuro e pede.

–—Fica comigo, eu estou com medo Dylan, eu me


machuquei e tinha sangue e você não atendia, por favor fica aqui
comigo! —

Durante alguns minutos avalio se é mais um truque, mas


seus olhos cor de mel me parecem sinceros, me dizem que ela
realmente está com medo de ficar só.

Será que ela não planejava se machucar tão profundamente?


Parece que sim.

Solto um longo suspiro e retiro a camisa vencido, deito do


seu lado e puxo as cobertas limpas, vejo um sorriso bobo aparecer
em sua linda boca quando a ponho entre os braços a aconchegando
ao meu peito desnudo.

–— Durma bem Bianca! — Pronuncio apagando o abajur da


cabeceira e a apertando mais nos meus braços.

Seu cheiro é embriagador, seu corpo quente e delicado ao


mesmo tempo enlouquecedor me faz desejar tê-la para mim, meu
pau duro é um lembrete claro do quanto a desejo e quando a ouço
sussurrar com aquela vozinha sonolenta.

—Dylan... quero você!—


Não controlo a vontade insana que tenho de acariciar seu
corpo, seu pequeno vestido de dormir está levantado até acima de
seu umbigo por ela se mover, acaricio sua pele macia da coxa
subindo passando para seus quadris e me demorando um pouco em
sua calcinha de renda e minha mão coça para invadi-la e sentir seu
gosto e cheiro nos meus dedos outra vez, sua cintura fina me causa
uma aspiração tremenda de aperta-la com força...

Sua barriga sequinha é uma perdição, minha mão para, ao


me deparar com o topo de seus seios, sei que se eu tentar acariciar
ali estou perdido... Baixo seu vestidinho preto cobrindo até suas
coxas outra vez.

–—Dylan... faz beijar...! — Ela geme suspirando e fecho os


olhos com força, a cubro com o lençol e me afasto dela depois de
sussurrar em seu ouvido.

—O que eu devo fazer com você, pequena diabinha? — Tiro


uma mexa de cabelo em seu pescoço e deposito um beijo
demorado naquela pele cheirosa e delicada...

Me afasto e vou ao banheiro me aliviar, depois de um banho


demorado volto a deitar entre os lençóis quentes de Bianca, mas
desta vez mantenho um pouco mais de distância para não cair em
tentação...

Acordo ás três da manhã com um sonoro xingamento,


rapidamente vou ao seu socorro quando observo seus pés
machucados, vou no banheiro e cuido de seus ferimentos com o kit
de primeiros socorros, claro que quando ela voltasse ao seu normal
arrogante e atrevida de sempre eu iria me descontrolar e lembrar de
toda merda que ela fez.

–—E eu gostaria que fosse menos estúpido do que os dois


centímetros de masculinidade que possui dentro das calças!
— Replica atrevida.

Foi o bastante para eu querer voltar a torcer seu pescoço,


estreito os olhos em sua direção parando de cuidar de seus
machucados e levantando devagar ao subir na cama indo até
próximo dela engatinhando pela cama sobre seu corpo recostado
nos travesseiros, sento em suas pernas estendidas.

–—Garanto que é bem maior que dois centímetros baby!...


Ao toma-lo por inteiro nessa boquinha petulante chegaria ao fundo
da sua garganta, e na sua boceta apertadinha te arrancaria
bastantes gritos— Digo.

Notei que isto a assustou.

–—Ehh... desculpa, é que quando percebo a merda tem


escapado dos meus lábios! — Se desculpa com a respiração
ofegante.

Sorrio desdenhoso –— Quer dizer que quando estava


encarando minhas calças não estava imaginando que tamanho seria
meu pau? —

–—Bem eu... ehh.. não, eu não estava... imaginando!


— Gagueja nervosa.

Bingo.
Descanso todo meu peso sobre suas coxas e me dou conta
que seu castigo pelo que fez estava bem diante do meu nariz...

–—Sabe, eu estive pensando, o que acha que eu devo fazer


com você depois do que aprontou hoje Bianca? — Pergunto
analisando-a.

Seus olhos param de percorrer meu corpo desnudo sem


camisa me fitando.

–—O- o que você disse? — Gagueja.

Oh sim! Eu sei que você foi muito má, menina! Penso.

Escarninho –—Você acha mesmo que sou estúpido garota?


Claro que sei que se machucou de propósito para tentar se livrar do
castigo que lhe daria... mas agora pensado bem, acho que encontrei
uma punição a altura de sua travessura! —

De repente volta a ser a Bianca destemida.

–— Que seria? — Pergunta descaradamente.

Sorrio diabolicamente ao articular qual sua punição.

–—Como tanto tentou que conseguiu me separar da minha


submissa, nada mais justo que a partir de agora ocupe o seu lugar!

Seus olhos estão arregalados e um pouco dilatados de


medo –—Como? — Pergunta receosa e bastante pálida.

É quando perco o resto da paciência –—Será a minha nova


submissa Bianca! Começaremos agora mesmo seu maldito
treinamento e não pense em nenhum momento que aliviarei um
décimo de nada para você, o que me fez perder hoje foi algo
insubstituível e garanto que a farei pagar bem caro! —

Me olha desafiadora –—Nem morta serei sua nova cadelinha


de estimação, seu babaca! — Cospe.

Solto uma risada, agora sim fora de mim murmurando.

–—Quando eu terminar com você realmente irá implorar para


ser tratada ao menos como uma cadelinha de estimação, menina!

Não dou tempo para sua resposta, prendo suas mãos e


apesar de seus apelos malcriados e ameaças continuo, a amarro na
cama, viro seu corpo deixando sua bunda empinada, rasgo sua
camisola a deixando apenas de calcinha

—O que você vai fazer comigo? — Pergunta amedrontada.

O que eu já deveria ter feito a muito tempo Bianca, submete-


la a mim!

—Te mostrar como eu também posso ser um menino muito


mau! — Respondo ríspido.

Vou até o quarto ao lado e trago meu chicote de traves feito


de couro do meu arsenal, apesar de seus soluços não paro de
açoita-la, minha raiva me dominou de tal maneira que só me dou
conta que passei dos limites quando noto que ela adormeceu
exausta.

Merda Dylan! Você nunca se descontrolou assim...


Ela mereceu!

Devem estar pensando que porque assumi que passei dos


limites me arrependi, mas não! Não me arrependi porra nenhuma,
Bianca também passou de todos os limites, ela me fez perder minha
Rachel, a mulher na qual eu esperei casar por muito tempo, a
mulher a quem entreguei meu coração e graças a ela eu tive que
dizer adeus para tudo isso.

Ela queria minha atenção, agora conseguiu toda ela.

Limpo suas costas e bunda machucados, passo pomada para


amenizar as dores e noto algumas marcas que ela tem nas costas,
algumas devem ter sido de lesões graves, acrescentei a minha
agenda mental de pergunta-la como as adquiriu. Depois de cuidar
das suas costas volto minha atenção para seus pés outra vez, limpo
o sangue que acabou saindo graças a sua relutância durante seu
corretivo e os enfaixo outra vez.

A enrolo até o topo de sua bunda, seu corpo está


praticamente coberto apenas por sua delicada calcinha preta...
Depois de guardar tudo deito ao seu lado acariciando seus longos
fios por baixo de seus ombros delicados...

–—Eu tenho que dobra-la Bianca, se você continuar insolente


assim será um perigo para nós dois! Tenho que controla-la, que tê-
la, possui-la neném! ... você será minha estando preparada para
isso ou não! Não vou ceder, não posso...— Suspiro–— Sei que no
fundo você não faz por maldade, é uma menina ainda, não poderia
ter tanta perversidade assim dentro de si, mas temo até onde possa
ir essa cabecinha maquiavélica e isso pode ser tanto o seu quanto o
meu fim. Não estou disposto a correr riscos, não agora estando tão
perto de conseguir o que quero...—

Beijo seus cabelos com cheiro de chocolate e sussurro –—


Durma diabinha, amanhã será outro longo dia!—

12. Capítulo- Entrega.


Bianca

As dores nas minhas costas me fazem gemer e tentar abrir


os olhos sem sucesso, já que estes mais parecem terem sido
grudados com cola quente...

Me sinto exausta! Numa análise sucinta pelo meu corpo


posso diagnosticar que minha cabeça está em frangalhos de tão
dolorida, minhas costas estão fodidas, minha barriga está faminta, e
para acabar de completar minhas pernas não querem obedecer ao
meu comando de se moverem.

Mas irei sobreviver...

Eu já sobrevivi a catástrofes piores, acreditem!

Pela minha experiência com vilões eu deveria ter percebido


que não seria tão fácil assim, nunca é tão fácil assim Bianca!

Droga!

Agora minha única solução é mudar de tática, posso ter


perdido território no tabuleiro, porém nada que uma nova estratégia
não possa dar conta, a pergunta é: qual?
Abro os olhos devagar, estou deitada de bruços, um lençol
fino que cobre a parte inferior do meu corpo que imagino estar
desnuda assim como se encontra a parte superior, viro o rosto
devagar para o outro lado na tentativa de destravar ao menos esta
parte da carcaça que me restou e dou de cara com dois pares de
safiras me analisando atentamente.

Dylan.

Franzo a testa e estreito meus olhos tentando parecer


ameaçadora, não pense ele que me amedrontou por causa do que
aconteceu ontem, nem morta serei sua submissa...

–—Bom dia para você também neném! — Ele diz com uma
voz sexy e rouca.

Foda-se ele!

–—Vá para o inferno seu filho da puta! — Rosno.

Ele abre um sorriso lindo como se já esperasse uma resposta


mal-educada, mas estou decidida que sua beleza não me encantará
novamente, nem em mil anos, nem depois que civilização for
dizimada por meteoros e tsunamis...

Brava?

Quem eu?

Acho que nunca me viram verdadeiramente possessa, não é?


Pois bem, quando estou neste estado de descontrole hormonal e
com a adrenalina galopando feito o trovão- meu veloz cavalo- de
forma que chega a tinir no meu juízo —ou o que sobrou dele
também- e acelerar minha respiração de tal maneira que parece que
vou sufocar prefiro ser definida como minha Maria bem o diz que
pareço: Virada no cão!

É assim que estou me sentindo em relação a esse filho da


puta.

Um filho da puta lindo e gostoso que está sem camisa


tentando desviar minha atenção com seu peitoral e braços
musculosos bem como esse maldito caminho lisinho que sei que
finda no pote de ouro no final do arco-íris, mas ainda assim um filho
da puta!

–—Não esperava menos de você! — Ele diz.

–—Foda- se! — Digo virando meu rosto para o outro lado,


pelo estalo que meu pescoço esboçou nessa hora creio que nem
pescoço inteiro tenho mais.

–—Inferno! — Resmungo subindo a mãos para meu pescoço


alisando-o.

Ouço seu suspiro alto e a cama remexe um pouco quando


ele sai do meu lado, vai para meu banheiro e se mantém lá até sair
com os cabelos molhados e penteados, lembram daquele maldito
caminho? Pois é! Ele está exposto quase até... Jesus!...

–—Não tem banheiro no seu quarto não? E vista uma droga


de uma roupa! — Destilo meu veneno.
Mas que porra! Precisava sair só de toalha do banheiro só
para provocar? Bicho gostoso filho da puta cretino de uma figa! É
isso que ele é...

–—Que foi? Com medo de não resistir? — Ele pergunta vindo


em minha direção.

–—Poderia ter razão nisto até ontem, seu filho de uma égua!
Mas hoje, depois do que me fez ontem nem daqui a milésima da
minha geração haverá qualquer resquício de eu querer saber o que
tem por baixo dessa toalha!— Resmungo.

–—Então quer dizer que quer saber o que tem por baixo da
minha toalha?— Diz maliciosamente.

Me arrasto tentando sentar no meio da cama puxando o fino


lençol para cobrir meus seios nus.

–—Mas que diabos Dylan! Dá para sair daqui e me deixar em


paz? Não foi o suficiente esfolar minhas costas ontem?... Se te faz
feliz saber ainda está doendo bastante, conseguiu me ferir! Então
sai! — Digo chateada.

Dylan senta ao meu lado e suspira pesado antes de começar.

–—Você também me feriu Bianca e garanto que igualmente


está doendo, você me afastou de alguém que eu amava, e
considere-se feliz porque seu plano funcionou perfeitamente...— Diz
me encarando seriamente ressentido –—.... Eu não sei o que estava
passando pela sua cabeça quando fez esta merda, mas saiba que
conseguiu, então não me venha dar uma de menina frágil que
precisa que eu me sinta mal pelo que fiz a você sabe porquê? Eu
não sinto! Nenhum pouco neném, espero que realmente esteja
doendo e que enquanto sentir as dores em suas costas lembre-se
que não pode entrar no caminho dos outros e sair atropelando tudo
o que encontrar! —

Levanta e continua enquanto eu apenas o observo.

–—Não pode agir estupidamente como se estivesse num


jogo de damas e depois de fazer uma bela jogada achar que
ninguém irá reagir, porque eu vou! E saiba que não me importo
nenhum pouco se te machuquei, estou mais machucado que você e
sabe porquê? —

Aceno negativamente com a cabeça e ele prossegue mais


bravo a cada palavra.

–— Porque os ferimentos que causei terão solução, eles irão


sarar, você vai esquecer quando parar de doer, mas o que me fez
perder ontem não terá volta, foi o fim de um relacionamento de mais
de dois anos e nem sei se um dia isso irá passar, então está
satisfeita? Você também conseguiu me ferir! —

Ele me encara por alguns segundos até que eu abro um


sorriso satisfeito.

–— Maria sempre diz que se perdeu algo é porque nunca


realmente o teve para começar, ela não confiou em você não foi? —
Ele apenas me encara ofegante com as mãos se fechando em
punho.

Não sei se é a melhor hora de afronta-lo, mas ele queria


saber se estou satisfeita, não foi? Então ele que aguente, como eu
aguentei sua agressão ontem...

Ri alto.

–—Você é um idiota Dylan! Ela nunca confiou em você


enquanto você viveu para ela todo este tempo, não foi? Entregou o
mundo aos seus pés e em troca ela te chutou porque a única coisa
que cobrou em troca da sua devoção foi sua confiança e ela não
pôde te dar isso, não seja tolo! Não fui eu que frustrei suas
expectativas e destruí os planos de vocês dois, foi ela, ela não
confiou em você, ela preferiu acreditar numa maldita foto do que em
suas palavras e até aposto que você nunca havia mentido para ela,
não é mesmo? — Desdenho.

–—CALA ESSA BOCA BIANCA!— Ele grita.

Ri de seu descontrole e ele se aproxima de mim


ameaçadoramente.

–—Você sabe que eu estou falando a verdade Dylan! Foi ela


quem fodeu tudo, eu apenas apressei o fim eminente de seu
romancezinho de merda! E quer saber se estou satisfeita porque
consegui afasta-la de você? Sim estou! Eu estou bastante satisfeita
com isso, seu babaca!— Assim que termino suas mãos voam em
meu pescoço e ele aperta forte me fazendo perder o ar.

Empurro suas mãos em vão enquanto tento puxar ar de


alguma forma.

—CALA.ESSA.MALDITA.BOCA SUA FEDELHA! OU EU


MESMO A CALO—
Começo a fazer ruídos angustiados, mas ele continua
apertando minha garganta.

–—Foda-se, idiota! — Sussurro com o fôlego que me resta


enquanto tento bater em seu peito e afasta-lo de mim.

–— Sua desgraçada! — Ele rosna antes de afastar suas


mãos e tomar minha boca com a sua, tento respirar, mas não
consigo e empurro seu peito o fazendo se afastar.

Começo a tossir alisando meu pescoço e puxando o ar com


força para os meus pulmões ardidos.

Dylan deixa seu corpo cair sobre a cama respirando fundo


enquanto passa as mãos pelo rosto freneticamente.

–—Você será o meu fim Bianca! Você consegue me


descontrolar como ninguém já o fez, me leva de fascinado a irritado
e de excitado a transtornado em segundos! — Ele resmunga bravo,
acho que mais com ele do que comigo.

Uma merda se eu não vou dar um jeito de me livrar desse


filho da puta!

–—Desculpa! Eu não queria te machucar de novo! — Diz


parecendo arrependido.

–—Agora que quase conseguiu me sufocar quer desculpas?


Você é um doente Dylan! — Constato.

Depois de suspirar fundo ele levanta –—Vou pedir para


empregada te ajudar no que precisar! — Diz antes de sair do quarto.
************

Um mês se passou desde de que Dylan quase me sufocou,


dos ferimentos ficaram na minha bunda e costas agora apenas
pequenas marcas que se juntaram as outras que já tinha... Nestes
dias meu marido tem saído cedo para o trabalho e chegado tarde
quando eu já estou dormindo, nos fins de semana ele passa o dia
trancado no escritório e eu também o evito me resguardando no
meu quarto— não que eu esteja com medo dele, não é isso!- Estou
sendo prudente e por enquanto pretendo deixar a poeira abaixar
para avançar com o próximo passo.

Ele nunca mais tocou no assunto 'submissa' comigo e eu não


sou nem besta de ir perguntar –acho que porque também nem o
vejo- não que eu me importe muito com sua ausência, passo o dia
assistindo um filme qualquer em inglês, alugando a empregada com
perguntas e questionando algumas coisas em sua cultura estranha,
ou pendurada no telefone falando com a Maria, com o Armindo, a
Lauren ou com minha irmã que está morando no Texas (EUA) onde
o Fernando comprou uma pequena fazenda e criam animais— estão
todos muito bem obrigado!

Estou ficando louca com essa falta do que fazer.

Já é noite e a Ajade já foi para casa, antes de sair ela


comentou algo sobre um tal jogo de Dylan, mas eu não entendi
muito bem, estava muito focada assistindo a parte do filme de
Cinquenta Tons de Cinza em que o Sr Grey enfiava duro na
Anastácia —como diabos ela queria que eu raciocinasse vendo uma
cena dessas?!- a pobre Ajade ficou constrangida o suficiente para
sair de fininho da sala se mal dizendo de alguma coisa que nem
liguei em saber o que era....

Depois do filme— como sempre- o tédio me faz refém, os


filmes seguintes estão uma chatice, meus óculos de leitura não
achei, e ninguém atende a merda do telefone no Brasil.

O que eu vou fazer agora?

Suspiro desanimada.

Ando pela casa procurando o que fazer, escritório não tem


nada para fazer! Academia não é o meu forte, só de ver aqueles
pesos e aquele monte de equipamentos que nem sei para que é me
dá preguiça! E assim caminho abrindo porta em porta até dar de
cara com a enorme piscina no terraço, um banho de piscina, claro!

Corro até o quarto e visto o biquíni que ganhei de presente de


casamento da louca da Lauren, ele era preto com tiras de amarrar
na parte de baixo douradas, seu material era bonito e a vista parecia
ser feito de couro, bem saliente nas minhas curvas ala brasileiras,
pequeno e acentuado.

Bem que Lauren disse que ficaria bom!

Agradeço minha depilação estar em dia, visto que a


Samantha cotidianamente me leva ao salão, parece ser lei estar
sempre agradável aos homens por aqui...

Pego uma toalha e vou até a piscina, deixo a toalha numa


das cadeiras e dou um longo mergulho, isso é tão relaxante! A água
está perfeita, fria como a do rio perto da fazenda que eu me
esbaldava sempre que podia, sorrio com as lembranças dos
mergulhos que eu e os demais mosqueteiros fazíamos desde
pequenos, bons tempos...

Sou tirada de meus devaneios enquanto boio na água


quando a companhia toca, merda!

Me enxugo rapidamente e corro para atender ainda molhada


e descalça.

No relógio do meu celular marcam dezoito horas, Dylan está


chegando aproximadamente ás vinte e três, quando já estou
deitada.

Será que o maldito esqueceu a chave? Se for, terei prazer em


deixa-lo do lado de fora eternamente. Sorrio com esse pensamento.

Mas não o acho idiota o suficiente para esquecer a chave de


casa— e eu não teria tanta sorte! - Então quem será?

Ninguém nunca a visita...

A não ser... Não, a vaca da Rachel não seria louca o


suficiente para vir até aqui. Mas se for é hoje que eu a toro na
porrada, não vou aguentar seus desaforos nem fodendo!

Espio pelo olho mágico em busca de respostas e me deparo


com rostos conhecidos: Zayn, Gutiérrez e Paul, os amigos de Dylan.

Será que eles vieram à procura dele? Eu sei, foi uma


pergunta idiota! Por quem mais eles poderiam vir?!

–—olá? — Digo assim que abro a porta.


Eles estavam conversando algo, mas quando me olham
ficam mudos apenas me olhando embasbacados como se eu fosse
o monstro do lago Ness, que será que deu neles?!...

Ahhh, sim, abri a porta vestida apenas de biquíni, deve ser


isso.

Meus cabelos estão molhados apesar de eu ter me esforçado


para tentar enxuga-los na toalha, meu corpo este sim eu consegui
deixar seco...

Me pergunto se há algo de estranho em mim, mas numa análise


geral na passada de olhar que dei pelo meu corpo, está tudo
normal, um pouco mais de quadril do que há dois meses atrás,
confesso, mas ficar em casa sem nada para fazer engorda sabia?

–—Então... o Dylan não está! — Digo sorrindo.

Zayn é o primeiro a falar, ele arranha a garganta antes.

–— Oi diabinha! Nós sabemos que ele não está, falamos com


ele mais cedo. É que hoje é jogo da final da NBA e sempre
assistimos na casa dele então...— Faz uma pausa e me encara sem
jeito trocando o peso de perna antes de continuar. –— ... Mas acho
melhor voltarmos daqui a pouco quando ele chegar. —

–— Ah tá, mas não precisam ir, entra aí! Podem ligar a TV e


esperar por ele aqui! — Digo simpática.

Zayn passa as mãos entre os cabelos e suspira –—Não acho


uma boa ideia, nós volt...—
Gutiérrez o corta rapidamente –—Eu fico, quer dizer, eu
prefiro esperar pelo Dylan aqui mesmo, se não for nenhum
problema!—

Rio –—E porque seria um problema? Vamos entrem logo de


uma vez! — Falo abrindo a porta dando passagem para entrarem.

Gutiérrez se apressa em entrar e Paul me cumprimenta com


um sutil aceno com a cabeça, Zayn também parece incerto, mas
logo acompanha os amigos.

Eles sentam no sofá e eu entrego o controle a Zayn.

Zayn ainda está desconfortável quando pergunta –—Estava


tomando banho de piscina a essa hora?—

O olho sem entender e ele aponta para meu corpo, ah claro!


Ainda estou só de biquíni.

–—Ah, sim! Estava sem nada para fazer então decidi tomar
um banho de piscina! — Responso.

–—Ahh, ok! — Ele diz ligando a TV e pondo no canal do jogo.

–—Então, vocês querem cerveja, ou um suco, refrigerante?


— Tento ser atenciosa.

–—Cervejas, se não for muito incômodo! — Gutiérrez- que


até agora nem piscou me comendo com os olhos- pede.

O que diabos deu nele? Nunca viu uma mulher de biquíni na


vida?
Não me incomodo de estar com pouca roupa na frente de um
homem, sempre fiquei de calcinha e sutiã na frente do Armindo e ele
nunca se incomodou com isso. No Brasil usamos biquíni nas praias
e piscinas e ninguém se incomoda, não é? Será que as pessoas
aqui usam aquela roupa estranha até para tomar banho?

Vou lembrar de perguntar isso a Ajade amanhã...

–—Não é incômodo! Já trago! — Aviso indo em direção a


cozinha.

Pego as cervejas na geladeira e as abro, depois as levo para


sala entregando a eles. Zayn parece resmungar algo a Gutiérrez
que responde com um sorriso debochado, Paul me olha avaliativo
algumas vezes, e Zayn conversa comigo normalmente.

Volto a cozinha e preparo um balde com gelo onde ponho


várias cervejas dentro e deixo na mesa de centro assim como um
abridor e vários saquinhos de castanha que meus amigos me
presentearam no dia em que parti do Brasil.

Os meninos parecem ter gostado do aperitivo e elogiaram


bastante, conto a eles como foram produzidos e eles me perguntam
coisas sobre o Brasil. Nem vou contar a cara de espanto que
fizeram quando eu abri uma cerveja e os acompanhei bebendo na
boca da garrafa enquanto conversávamos.

Depois de alguns momentos dialogávamos já descontraídos,


eles sentados no sofá maior e eu na poltrona ao lado enquanto
tentavam me fazer entender a dinâmica do jogo...
–—Acho que prefiro futebol! Não me entendam mal, esse
esporte é interessante, mas futebol é muito melhor! — Afirmo já
sorridente por causa do álcool.

Até agora já foram sete cervejas e estou passando para


oitava, já está na metade do jogo e os meninos já estão bastante
alterados também, menos Zayn que veio como o motorista de todos.

–—Não me venha com essa Bianca! Futebol é perigoso


demais, violento demais e além do que você só diz isso porque são
os melhores no esporte! — Gutiérrez diz tropeçando em algumas
palavras.

Ri dele –—Já fomos os melhores querido, hoje nem tanto! E


não é por causa disso, é que é mais envolvente, mais divertido,
mais... difícil, entende?!— explico.

Zayn revira os olhos –—Mulheres! Vocês sempre vão preferir


o que é mais complicado, afinal, combina com vocês complicadas!

Rimos e eu levanto para pegar mais cerveja quando escuto


alguém rugir atrás de mim.

–—Mas o que inferno está acontecendo aqui?!—

Dylan.

Larga seu paletó preto em cima da poltrona onde eu estive sentada


anteriormente ficando apenas com a camisa de botão preta e calça
de linho da mesma cor.

Lindo! E parecendo fodidamente zangado.


Aqueles olhos azuis estão malditamente mais azuis que o
normal, sua testa está franzida e seu maxilar cerrado.

Porque ele tem que ser tão sexy quando está com essa cara
de mau parecendo que quer me comer viva?!

Porque tanta coisa irresistível num homem só, Deus?

Me surpreende ao perceber que passaram-se mais de dois


minuto e ninguém o respondeu nada, então dou uma olhada para os
meninos que até a pouco riam e todos estão apreensivos.

Mas porquê?

Dou de ombros e respondo por eles –—O que parece que


estávamos fazendo? Estávamos assistindo ao jogo oras! —

–—Você bebeu Bianca? — Esbraveja irritado.

–—Um pouco, mas o que isso tem haver? — Murmuro sem


compreender a gravidade que ele encontra.

Ele vem até bem próximo a mim incrédulo e para na minha


frente –—Você... você estava mesmo bebendo? Nua assim e
assistindo jogo com um bando de homens?!— Ele berra
descontrolado.

Cruzo os braços sobre o peito e devolvo no mesmo tom.

–—Em primeiro lugar não grite comigo, Dylan! Segundo é


claro que eu bebi e eu não estou nua, estou de biquíni porque os
meninos chegaram quando eu estava dando um mergulho na
piscina, queria que eu tomasse banho de burca por um acaso?
E esses homens que você está falando são seus amigos, seu idiota!

–—Não ouse levantar o tom comigo sua insolente! Suba


agora para o seu quarto Bianca! Antes que eu perca o que me resta
de juízo— Rosna com as mãos fechando em punho.

–—Você que começou, babaca! E não! Não vou subir, você


não manda em mim. — Retruco atrevida.

–—Éee... nós já estamos indo! E para de ser infantil cara,


estávamos apenas assistindo ao jogo e a Bianca foi apenas cortês
em nos acompanhar! — Zayn tenta conciliar levantando do sofá
completamente envergonhado.

–—Cortês? Muito cortês da parte dela servir cervejas no meio


de um monte de marmanjo pelada! O que mais ela serviu a vocês,
hein? Talvez uma chupada durante o intervalo? — Pergunta fora de
si.

Isso me doeu.

Puta que pariu! Isso foi pior que um soco no estômago em


mim.

Ele me chamou de puta, é isso mesmo que ele pensa de


mim?

Não pensei duas vezes antes de enfiar a mão na sua cara


acertando- o com um tapa em sua face esquerda.

–—NUNCA.MAIS. Ouse falar comigo dessa forma, seu


estúpido! Eu não sou uma puta— Digo entre os dentes.
Zayn assim como os outros estão estáticos de pé no meio da
sala com uma cara de assombro nunca vista.

Dylan me olha com fúria em seus olhos azuis agora mais


tumultuados.

Se ele pensa que me ofenderá e eu aceitarei calada está


bem enganado. Não é porque meu coração quase parou quando o
vi tão lindo nesse terno, e tão fodidamente sexy com esse ar de
bravinho, e tive vontade de subir no seu colo e beijar sua boca até
perder o ar de meus pulmões que aceitarei que faça o que quer de
mim.

Foda-se!

Acho que estou ficando maluca.

Ódio e desejo na mesma proporção, é dessa forma como


descrevo o que sinto por ele.

Como posso odiar e desejar tanto uma pessoa em igual


medida, mesmo ele sendo um estúpido filho da puta?

13. Capítulo- Plenamente minha


Bianca

Não me pergunte como aconteceu.

Ainda estou muito inebriada por tudo e não medirei na


balança agora o que estou sentindo, porém o que posso dizer é que
foi mágico. Bom não existe no dicionário desse homem a palavra
certa para descrevê-lo seria incrível.
Se foi certo me entregar a ele?

Ainda não sei a resposta.

Mas quer saber de uma coisa? Foi muito bom, bom demais
para eu sequer cogitar a ideia de me arrepender. Meu estado?
100% satisfeita.

Quer me julgar? Me julga então. Isso não me fará mudar de


ideia! Só senti e fiz. Se há mal nisso? É o que vamos descobrir
depois...

Ansiosa para saber como foi, hã? Pelo visto não sou apenas
eu que sou uma menina má.... Mas vamos ao que interessa.

Estávamos discutindo certo? Certo.

Recapitulando...

Eu estava de biquini e ele especialmente gostoso de camisa


de botões preta e calça do terno que usara, ele estava possesso e
eu possuída, ele me xingou e eu dei um senhor tapa na sua cara
que ficou todos os meu dedinhos desenhados em seu lindo rosto.
Os frouxos dos amigos dele ainda me olhavam como se eu fosse
uma extraterrestre e Dylan me fitava com puro ódio.

Tô nem aí, também estou com ódio dele...

–—NUNCA.MAIS. Ouse falar comigo dessa forma seu


estúpido! Eu não sou uma puta— Digo entre os dentes.

Dylan acaricia o lado onde eu bati em seu rosto e pergunta


ameaçadoramente baixo.
–—E o que mais eu deveria pensar de uma mulher que está
nua e servindo bebidas para um bando de homem babando por seu
traseiro?—

Rosno –—Que ela não foi criada numa cultura estranha onde
mulher se submete a homens machistas como você!—

–—ISSO NÃO JUSTIFICA O QUE EU VI BIANCA!— Ele grita


outra vez passando as mãos nervosamente por entre os cabelos.

–—Para o inferno o que você viu Dylan, não estávamos


fazendo nada demais! — Digo entre os dentes.

–—Já fomos! — Escuto Zayn murmurar fechando a porta


atrás de si.

Continuamos a nos enfrentar.

–—VOCÊ NÃO ENTENDE, NÃO É? MAS QUE PORRA!


MALDITA HORA QUE TE CONHECI, MALDITO ACORDO DOS
INFERNOS QUE ME FEZ CASAR COM UMA IRRESPONSÁVEL
COMO VOCÊ. EU TENHO VONTADE DE TE ESGANAR, GAROTA!
— Grita comigo novamente jogando um objeto na parede a
esquerda.

–—VOCÊ QUE TENTE ME MACHUCAR DE NOVO E VERÁ


O QUE ACONTECE, IDIOTA! — Rebato.

–—NÃO ME DESAFIE BIANCA! EU TENHO VONTADE DE...


DE...— Esbraveja arfando avaliando meu corpo milimetricamente,
mas não termina a frase.
–—TEM VONTADE DE QUE IMBECIL? — Desafio com as
mãos na cintura e queixo erguido.

Não tenho tempo de discernir o que aconteceu, só vi quando


seus braços atacaram minha cintura me jogando no sofá grande e
seu corpo cobriu o meu.

Sua boca estava a milímetros da minha quando ele


respondeu o que perguntei.

–—Disso! — Sussurrou antes de sua boca devorar a minha.

Tentei me afastar, mas não consegui e quando abri os lábios


para manda-lo parar sua língua invadiu minha boca varrendo cada
canto da minha boca, suas mãos desvendavam minhas curvas e
quando uma delas pousou dentro da minha calcinha, droga! Como
isso pode ser tão bom? Gemi e me deixei levar.

Não havia como pensar com aqueles dedos esfregando meu


clitóris freneticamente enquanto suas mãos esquerda continuava
sua exploração subindo da minha bunda aos meus seios, apertou
meu seio direito com uma mão e afastou o tecido rudemente e
soltou minha boca para abocanha-lo com fome.

Me contorci embaixo de seu corpo me sentindo mais quente,


minha boceta palpitava molhada e os tremores do meu orgasmo
começaram a me invadir.

–—ohh meu Deus, Dylan! — Gemi alto jogando a cabeça


para trás e com as mãos por entre seus cabelos dourados macios.
Ele esfregava seu pau duro na minha coxa e seus dentes
apertaram meu mamilo com precisão, gemi mais alto extasiada
naquela sensação deliciosa.

–—Porra Bianca! — Sussurra no meu seio.

–—E- eu... não consigo parar, preciso ter você! Preciso estar
dentro de você!... Vem para mim, goza para mim neném! — Articula
arfante aumentando o ritmo de seus dedos e abocanha meu mamilo
de novo.

–—Dylan... DYLANNN! — Sussurro e logo depois grito seu


nome enquanto gozo nos seus dedos.

Nem bem parei de tremer e seus dedos hábeis já tinham se


livrado da minha parte de baixo do biquini e senti sua boca quente
na minha entrada –—Para Dylan! Por favor para! — Peço cansada.

Cristo. Não para! Não para! Era o que pedia por dentro.

–—Não posso Bianca, não consigo! — Responde.

Não consegui processar mais nada depois que sua língua me


envolveu, primeiro ele lambeu toda minha fenda molhada e eu gemi
arrebatada pelo prazer que isso me proporcionou, depois ele
mordeu cada milímetro da minha boceta, sugou forte todas as
partes que mordeu e lambeu-as em seguida...

–—Ohh— Ele geme –—Você está tão encharcada neném!...


Adoro seu gosto, é doce e azedo ao mesmo tempo...—

–— Cala a porra da boca e me chupa, Dylan! — Esbravejo


impaciente levantando o quadril para encontrar com sua boca outra
vez.

Ele lambe meu clitóris e sorri satisfeito.

Me suga intensamente –— Puta merda! Você é deliciosa,


garota. — Sussurra.

Sua língua macia entra no meu núcleo e seus dedos


perturbam meu clitóris outra vez, ao trocar os dedos pela língua me
faz revirar os olhos assim que suga meu clitóris fortemente, seus
dedos vão para minha entrada e um dedo aos poucos é introduzido
em mim.

–— Gostosa para caralho! —

–—Dylan, eu acho que eu vou.… eu v- vou gozar de novo! —


Gaguejo quando algo se aperta na minha barriga.

–—Goza na minha língua, quero sentir seu gozo escorrendo


na minha boca. — Geme.

–— Mas que porra, Dylan! — Choramingo e me deixo ser


levada outra vez...

Seus dentes mordiscam meu clitóris uma última vez antes


dele subir e tomar minha boca de novo, encontro meu gosto na sua
língua, ele enrosca minhas pernas em sua cintura e meus braços
em seu pescoço, me ergue com as mãos espalmadas na minha
bunda como se eu fosse uma pena de tão leve.

Seguro seu pescoço e aperto minhas pernas em sua cintura


mais ainda quando o sinto esfregar seu pau em mim com
sofreguidão.
Não paramos de nos beijar em momento algum. Eu estou
arfante, ele está arfante, nós estamos suados e de repente sinto o a
maciez da cama dele nas minhas costas, ele desgruda sua boca da
minha e se afasta para tirar sua roupa...

Recobro um pouco da minha sanidade e consigo gaguejar.

–—O- o que está fazendo D-Dylan? —

Me embriago quando abre a calça e seus dedos ágeis abrem


os botões da camisa deixando a mostra aquele maldito caminho
lisinho...

–—primeiro eu vou lamber seu corpo por inteiro, cada


lugarzinho dele! — Diz com a voz rouca retirando o cinto.

Engulo seco.

Depois tira camisa –—Depois de te fazer gozar na minha


boca outra vez eu vou enfiar meus dedos na sua boceta, um depois
o outro...—

Juro que se ele continuar falando compassadamente e


infernalmente sexy dessa forma eu vou gozar sem precisar que me
toque...

Aperto minhas pernas uma na outra suspirando e ele


continua.

Logo é a vez dos sapatos e suas calças.

–—Quando estiver bem lubrificada para receber meu pau, eu


vou enfiá-lo em você de uma só vez! Vai ser bom, acredite. Depois
de tempo você vai gemer embaixo de mim e pedir mais—

Como estou? Me sinto dividida, metade de mim me diz para


correr sem olhar para trás, mas a outra metade quer fazer tudo o
que ele está dizendo, quer recebe-lo em mim, quer se entregar logo
e acabar com essa vontade demente que palpita entre minhas
pernas.

Homens pensam com o pau, não é? Porque uma vez na vida


uma mulher não pode pensar com a boceta?

Engulo seco várias vezes ao ver o volume dentro da sua


cueca branca, e agilmente ele já está entre minhas pernas.

Analisando bem o tamanho e largura de seu pau eu me


arrependi de não correr quando tive a chance...

–—Droga! Isso não vai caber em mim Dylan! — Digo com


medo.

Ele rir já se esparramando em cima de mim e beijando meu


pescoço.

–—Vai sim! Vou te deixar bem lubrificada para caber por


inteiro na sua bucetinha suculenta—

Gemo excitada com a sua boca suja.

O sinto lamber do meu pescoço aos meus seios, ele se


afasta e os aperta com as duas mãos em cada um deles.

–—Caralho! Eles são tão perfeitos! —


Um segundo depois o sutiã do biquíni estava em algum lugar
pelo chão do quarto. Rosna antes de atacar com ímpeto os dois,
seus beijos, chupões e mordidas me deixaram mais excitada ainda
e sua boca desvendou todo meu corpo como ele prometeu. Minhas
costas e bunda quando me virou de bruços, meus seios novamente
quando me fez retomar minha antiga posição, minhas curvas da
cintura, barriga, coxas, panturrilhas, pés e depois voltou a minhas
coxas enfiando a boca na minha boceta outra vez, eu me remexi na
cama enlouquecida com suas palavras picantes e com seus toques
nada sutis, gritei seu nome quando meu fez gozar na sua boca e me
bebeu até que meus tremores passassem.

Cristo! Como posso odiar tanto alguém com a mesma força


que o desejo?

Introduz um dedo dentro de mim fazendo movimentos


circulares enquanto murmura com a voz entrecortada.

–—Adoro o cheiro de sua excitação, é um bálsamo sentir sua


pele escorregadia e quente clamar por mim!—

–—Eu não aguento mais Dylan, eu... eu...—

–—Calma minha diabinha! Calma, você vai me ter enterrado


aqui...— enfia mais um dedo e eu grito –—... eu vou comer essa
boceta lisinha bem gostoso! — Rosna.

–—Aiiii... Dylan, ahh! — Gemo alto.

–—Peça Bianca! Peça por meu pau aqui, fodendo você! —


Ordena.
Seus dedos entram e saem forte e fundo agora trazendo uma
sensação de ardência e prazer deliciosa.

Não consigo responder nada, não consigo processar nada e


piora tudo quando ele belisca meu clitóris me arrancando mais um
grito.

–—Ahh! Dylannn... preciso de você! —

–—Peça! — Ordena retirando os dedos da minha boceta que


lateja por ele e bate na lateral da minha bunda.

–—Por favor, preciso do seu pau em mim! — Choramingo.

–— Você vai aguentar leva-lo todinho bem fundo não vai? —


Provoca.

Aperto minhas pernas uma na outra em busca de atrito.

Eu estava excitada.

Eu estava faminta por ele.

Eu estava perdida de desejo.

Eu estava simplesmente... entregue...

–— S-sim! — Gaguejo.

–—Boa menina! — Pronuncia com um sorriso satisfeito.

Seu sorriso é enorme quando ele retira a cueca boxer


rapidamente, abre minhas pernas escancaradas de joelhos a minha
frente e se posiciona na minha entrada, com uma mão segura seu
membro rijo a me provocar subindo-o e descendo-o por toda minha
excitação, sustenta todo seu peso no outro braço.

–—Vai doer neném, mas vai passar e logo você vai gostar! —
Afirma me olhando.

Suas pupilas dilatadas e brilhantes da mesma forma como as


minhas devem estar, nos encaramos e ele continua se jogo
excitante segurando seu pau e esfregando-o por toda minha
abertura, e quando eu relaxo o corpo sentindo-o pressionando meu
clitóris inchado ele pousa o pau na minha entrada me distraindo
novamente, só que desta entra em mim todo de uma vez, forte e
preciso.

Senti quando algo em mim se rompeu e alguma coisa quente


escorreu, o cheiro metálico misturado ao cheiro de sexo pairou no
quarto enquanto eu lamentava gritando como uma louca...

–—Aiiiiiiiii!...—

–— Agora você é inteiramente minha, neném, só minha! —


Murmura com a voz entrecortada ofegante assim como eu.

–— Aiii... merda! Isso dói, tira Dylan... tira isso de mim! —


Grito sentindo seu pau parado alargando meu interior.

Uma porra se isso não me rasgou.

Aperto minhas unhas em seus ombros.

–— Porra! É tão apertadinha neném!...! — Grunhiu.

–—Ahhh... Dylan, eu não quero mais, dói! — Choramingo.


Ele desce sua boca bem devagar e me beija suavemente
antes de estocar em mim outra vez, abafa meus grito com seu beijo
e aos poucos com suas arremetidas fortes e duras começo a sentir
um prazer inigualável...

–—Isso minha menina... relaxa e dá essa boceta gulosa para


mim... ohhh Biancaa! — Geme passando um braço por minha
cintura levantando meu quadril e levando mais fundo dentro de mim.

Grito e gemo seu nome sem parar até que sinto apertar-me
no seu pau e a sensação gostosa cingindo na minha barriga me faz
flutuar outra vez.

–—Dylan... Ahhhh!—

Ele aumenta o ritmo mais ainda mordendo meu seio esquerd.

–—Porra! Isso neném, goza! Goza e me leva com você


diabinha!... Bianca, Bianca! — Sussurra.

Sinto um líquido quente escorrer de seu membro dentro de


mim e ao terminar se retira com cuidado, no entanto permanece
sobre mim, minhas pernas estão trêmulas, minha respiração pesada
e meu corpo parece que foi atingido por um caminhão.

Estamos suados.

Estamos exaustos.

Sua boca mesmo ofegante procura a minha e me puxa para


um beijo doce carregado de desejo, sua língua toca a minha e seu
corpo se aconchega mais ao meu deixando todo seu peso sobre
mim.
Quando seus olhos fitam os meus, me perco naquela
imensidão azul brilhante e por alguns instantes... não dizemos nada,
apenas nos olhamos, eu deveria estar arrependida do que fiz, mas
não estou.

Ele também não parece estar nenhum pouco arrependido.

Será que está me esperando dizer algo?

Será que eu deveria dizer alguma coisa?

O que as mulheres falam nessas horas?

Segundo a Lauren dizemos que foi muito bom, obrigada mas


que já está na hora ir embora. Mas ele mora aqui então este não é o
caso!

O que o Armindo diria? Penso. Um Obrigada e até a próxima


seção DS, com certeza curto e grosso. Não sei como é uma transa
DS, mas creio que este também não se enquadraria neste o caso!

Ai Senhor, eu não sei o que dizer...

–—Te machuquei? — Ele sussurra quebrando o silêncio.

Tenho vontade de rir com sua pergunta idiota.

–—Quase me rasgou ao meio! — Respondo com minhas


mãos ainda em suas costas.

Vejo um sorriso preguiçoso surgir nos seus lábios.

–—Não era essa minha intenção, tentei ser o mais gentil


possível! — Se explica.
O que será que ele entende por ser gentil Meu Padre Cícero?

Seus lábios tocam os meus outra vez.

–— Por mais que eu adore o cheiro de sua excitação em mim


eu acho que deveríamos tomar um banho, estamos sujos de
sangue! — Deixa um selinho na minha boca e mais um no meu
pescoço –—Vamos! Vou dar um banho em você, neném! —

Me pega no colo e me leva para o chuveiro, ensaboa meu


corpo com seu sabonete. Tomamos banho e ele enxuga meu corpo
devagar beijando meus seios, pescoço, barriga, minha boceta,
coxas, panturrilhas e pés, depois minhas costas e bunda,
exatamente nesta ordem.

Me pega no colo outra vez e deita na cama depois que retirou


os lençóis sujos de sangue. Se enxuga e enrola a toalha em sua
cintura enquanto eu apenas observo aquele corpo perfeito que me
possuiu ainda a pouco...

–—Eu já volto! — Diz sumindo pela porta por alguns


instantes.

Cochilei e só percebi quando voltou porque me vestia numa


das minhas camisolas.

O vi nos cobrindo com lençóis limpos e me aconcheguei em


seu peito sentindo seu cheiro de perfume forte e másculo
deliberadamente bom.

Suspirei cansada e tomei coragem para perguntar.

–— E agora Dylan? O que vai acontecer com a gente? —


Não é que espere um pedido de casamento de verdade, ou
que ele diga que me ama, mas porra! Nós tivemos o momento mais
contraditório das histórias intercontinentais das contradições, nós
transamos intensamente depois de uma briga horrível em que ele
me chamou de puta e eu estapeei a cara dele, o que pode ser mais
insano que isso?

Ele me puxa um pouco mais para cima e acomodo minha


cabeça em seu ombro, apoiando a nuca em seu braço que rodeia
meus ombros, suas mãos acaricia meu rosto e braços devagar.

Eu fito seus olhos avaliando-o.

–—Agora eu não sei diabinha, só sei que eu te desejo como


nunca desejei ninguém em toda minha vida! — Responde e
deposita um selinho em meus lábios demoradamente.

Me aconchego mais ao seu pescoço e ele acaricia meu rosto


delicadamente enquanto eu retribuo a acaricia na parte inferior de
seu pulso.

Beija meus cabelos e respirando fundo.

–—Durma minha menina má, amanhã será outro dia e


veremos o que acontece! —

Não respondo, apenas fecho meus olhos e deixo o cansaço


mais delicioso do mundo me levar. Sonho com Dylan, no sonho ele
me acaricia e diz que vai ficar tudo bem e que aconteça o que
acontecer não me deixará nunca mais...
Qual preço da minha entrega? Descobrirei mais cedo ou mais
tarde.

*NBA- Associação Nacional de Basquetebol

Dylan

Mais um dia de trabalho insuportável. Meu avô estava


sentado na cabeceira da mesa durante a reunião com o
departamento administrativo que se resume a mim como diretor
Administrativo de toda empresa e departamentos, o papai como
diretor do departamento de finanças, Lucily do de comparas, Dear
do de marketing, Amin departamento Operacional, Moramed de
Recursos Humanos e por fim Saulo de vendas. Por fim teríamos que
escolher o novo encarregado do departamento Jurídico, já que
Ramires resolveu mudar de cidade por ter engravidado uma
estrangeira.

–— Senhor Josef, talvez. — Meu pai sugere e pela décima


quinta vez sua proposta foi recusada.

Meu avô decididamente não confia no meu pai.

Sabe, meu avô planejava casar meu pai outra vez com uma
moça de família influente, rica e principalmente subordinada as suas
vontades. Porém meu pai já tinha um caso com sua secretária,
minha atual madrasta. Todavia a Sheila não era flor que se cheire e
meu avô sabiamente sabia disso, pressionou meu pai a casar-se
com uma mulher de mesmos preceitos que nós, mas Sheila foi mais
esperta e já tinha enlaçado meu pai com seus dotes sexuais e
volúpia. Papai se recusou a casar-se com a escolhida por meu avô
e não satisfeito casou-se escondido com Sheila. Algum tempo
depois vovô descobriu desfalques na empresa e obteve provas de
que teria sido meu pai, diante das evidências, o mesmo não pode
fazer outra coisa a não ser acatar sua punição. Ele foi deserdado,
meu avô apesar de querer expulsa-lo da empresa e de nossas vidas
acatou os apelos de minha avó e somente o deserdou, portanto eu
sou seu único herdeiro. Meu avô deixará a empresa em um ano, e
eu serei o novo presidente se acaso tiver a maioria das ações, as
dele herdadas somadas as que terei de Bianca me darão poder o
suficiente para livrar do conselho que insiste em restringir a
modernidade e expansão da empresa.

–—Proponho que promovamos sua secretária, tem formação


e já possui experiência com as burocracias, papeladas etc.—
Sugiro.

–—Boa sugestão meu neto, ela será nossa segunda opção.


— Meu avô diz pensativo.

Não aguento a curiosidade em perguntar.

–—E quem é a primeira opção vovô? Tem alguém em mente


para ocupar o cargo? —

–—Tenho sim Dylan, mas primeiramente preciso consultar a


pessoa e depois, caso aceite, eu comunicarei a todos vocês. Temos
que encontrar uma pessoa para a diretoria no departamento de
marketing também, providencie isso Dylan e eu anunciarei em breve
nosso novo responsável pelo departamento de Jurisdição. Reunião
encerrada por hoje.— Assim que termina levanta-se e sai da sala.

Todos nós voltamos a nossas funções, decido promover a


Cassie como nova diretora de Marketing para auxiliar Dear. Me enfio
na papelada que tenho que revisar até amanhã, quando minha
atenção é interrompida pelo barulho da minha porta sendo aberta
abruptamente.

Levanto o rosto para dar de cara com a Rachel, suspiro


cansado imaginando o que está por vir...

–—O que você quer aqui Rachel? Saia.! — Digo firme


voltando a função anterior.

–—Você sabe o que vim fazer aqui, Dylan— Ouço a porta ser
fechada e seus passos ecoam vindo em minha direção.

Fito seu rosto a contragosto e observo-a em seu modus


operante predadora.

Esse último mês eu pensei que não sobreviveria a dor de não


ter mais esta mulher que ponderei estar completamente apaixonado
por dois anos da minha vida, mas sobrevivi.

Confesso que senti sua falta sim, como não sentiria? Foram
dois anos me dedicando a ela e suas necessidades, mas então eu
notei que com o passar dos dias a ferida cicatrizou e apesar de suas
tentativas constantes de reaproximação constatei que não sentia
tanto amor quanto eu pensava sentir por ela. Meu telefone recebe
no mínimo 30 ligações por dia e pelo menos 20 mensagens dela, no
começo eu atendia cada uma delas, porém continuei firme na
palavra que eu dei de não haver mais volta entre nós.

No fundo aquela maldita diabinha tinha razão, fiz tudo por


Rachel, me arrisquei e me doei para ela e a única coisa que pedi em
troca foi sua confiança, mas ela foi incapaz de me dar isso. Na
primeira oportunidade que ela teve de provar que me ama e que
confia em mim jogou tudo por água abaixo. Eu nunca menti para
ela, sempre a amei de forma impulsiva e até cogitei perder tudo por
seu simples capricho de me querer só para ela, hoje vejo que tudo
foi em vão...

–—Eu te quero de volta Dylan, eu te amo e você sabe disso.


Mesmo você tendo dormido com ela, eu te quero de volta! — Ela
murmura parando em frente à minha requintada mesa de madeira.

Respiro fundo antes de murmurar irritado –—Acontece que


eu não dormi com ela Rachel, e eu estou cansado desse seu jogo,
estou cansado de ser manipulado como marionete por você, por
meu avô, pela Bianca.... Chega! Eu não quero mais isso! Portanto
saia da minha sala e me deixe em paz! —

–—Você é meu Dylan, pertence a mim e eu não vou deixar


que aquela mulherzinha me tome você! — Ela grita.

Levanto e devolvendo no mesmo tom –—EU NÃO


PERTENSO A VOCÊ, NÃO SOU MAIS SEU E AGORA EU QUERO
QUE SAIA DA DESSA MALDITA SALA E PONHA DE UMA VEZ NA
SUA CABEÇA QUE EU. NÃO.TE. QUERO.MAIS!— Rosno entre os
dentes as últimas palavras.
Antes que ela possa continuar seu show eu simplesmente a
pego pelo braço e a ponho para fora da minha sala trancando a
porta na chave.

Talvez com essa humilhação ela possa finalmente me deixar


em paz.

E tudo por culpa da Bianca.

Deus! Como uma menina pôde entrar no meu mundo e


abalar as estruturas em tão pouco tempo?

Bianca entrou na minha vida da forma mais errada possível, e


a medida em que as lembranças dos momentos que vivi com
Rachel se esvaem de meus pensamentos dos Bianca me
consomem cada dia mais.

É errado pensar nela.

Não voltei a tocar no assunto de submissão com ela, mas eu


a trarei para o meu mundo, desejo aquele corpo, aquela pele e
todas aquelas curvas. Sei que penso tanto assim nela por estar
fragilizado pelo rompimento com Rachel, e assim que me cansar
dela a mandarei de volta para o Brasil, por isso resolvi evita-la, sei
que poderei me descontrolar novamente como aconteceu da última
vez se discutirmos e a quero bem calma para o que tenho em mente
com ela.... Nos últimos dias venho saindo cedo para o trabalho e
chegando tarde, não a vejo no café da manhã e está dormindo
quando chego, é melhor assim, pelo menos por enquanto.

Terei que conseguir suas ações e não há outra maneira


senão me envolvendo com ela, por meio da força notei que não a
dobrarei, e ainda existe o fato que a desejo também, portanto
matarei dois coelhos com apenas uma cajadada.

Vou toma-la para mim, seu corpo, sua confiança e então terei
suas ações, até lá já terei matado toda sede que tenho de possuir
seu corpo, e então depois que eu tiver me saciado, a descartarei.
Claro que vou me assegurar que tenha uma vida confortável no
Brasil, mas depois não a quero com seus lindos olhos castanhos
acusadores em mim.

Meu telefone toca me tirando dos meus devaneios,


reconheço o número de meu amigo Zayn.

----------Ligação on—---

–—Sim? — Atendo.

–—E aí amigão? Preparado para a grande final hoje? — Ele


pergunta entusiasmado.

–—De que final estamos falando? — Pergunto sentando na


minha cadeira foleando os papéis que ainda tenho que revisar.

–—Alô? Terra chamando Dylan? A final da NBA, seu idiota...


marcamos na sua casa semana passada lembra? Eu, você,
Gutiérrez e Paul. —

Suspiro lembrando do combinado.

–—Merda, é hoje? Olha só, faz o seguinte, pode ir na frente


lá para casa com os meninos, eu ainda vou demorar um pouco aqui
na empresa, mas logo estarei lá! —
–—Tem certeza? Cara se não der tudo bem, podemos assistir
no Paul! —

–—Não seja estúpido Zayn, pode ir na frente já disse! Vou


ligar para empregada deixar a cerveja pronta e avisar a Bianca! —
Aviso.

–—Ok então, até mais tarde! — Diz e em seguida desliga.

--------Ligação off----

Tenho que ligar para avisar a maluca da Bianca, conhecendo


a peça ela pode aprontar das suas e se bem me lembro não gostei
dos olhares de Gutiérrez para cima dela... começo a achar que isso
será um mal negócio, mas agora a merda está feita.

Disco o número de casa e Ajade atende no segundo toque...

–—Residência do Senhor...— tenta e eu a corto.

–—Sou eu Ajade, estou ligando para informar que meus


amigos irão passar por aí a noite para assistirmos um jogo,
abasteça a geladeira com bebidas e avise a Bianca que a quero
trancada no quarto mais cedo! —

–— Ok senhor, mas terei que sair um pouco mais cedo hoje,


então vou avisa-la para atender a porta e seguir para seu quarto! —
A empregada diz.

–—Faça isso. Diga que a proíbo terminantemente de trocar


mais que duas palavras com eles, ela abre a porta e vai direto para
seu quarto, ela sabe as consequências de sua desobediência—
–—Avisarei senhor Hoffman!—

------Ligação off----

Desligo e volto para minha função até noto que perdi a hora.
Droga, acho que o jogo já está quase no fim.

Pego meu paletó e corro até meu carro, dou a partida e em


menos de meia hora já estou abrindo a porta do meu apartamento,
onde paro diante da cena...

Meus amigos esparramados no sofá parecendo mais que a


vontade e eu diria que um pouco bêbados, e minha mulher vestida
apenas num biquíni minúsculo –se é que aquilo poderia ser
considerado um biquíni, porque para mim aquilo era um ultraje a
moral de qualquer mulher- ela levanta rindo de alguma piada com
eles e meu sangue pulsa nas minhas veias, vejo tudo em vermelho.

Minha vontade neste exato momento é assassinar meus


amigos de maneira dolorosa e lenta e quanto a Bianca estou
indeciso entre mata-la e esfola-la viva...

–—Mas o que inferno está acontecendo aqui?!— Rujo.

Jogo meu paletó no sofá de onde ela levantou e a vejo me


avaliar sem nenhum pudor.

Isso aumenta minha ira.

Eu vou matar você Bianca.

Ninguém responde, Zayn está apreensivo com um olhar de


'me desculpa' ao me encarar estático bem como os outros, eles
sabem do que eu sou capaz...

A desavergonhada apenas me olha como se não tivesse


fazendo nada demais e dá de ombros ao responder.

–—O que parece que estávamos fazendo? Estávamos


assistindo ao jogo oras!—

Ela está louca ou bebeu?

Ela não pode estar falando sério que assistiu ao jogo inteiro
vestida, aliás nua, assim...

–—Você bebeu Bianca? — Esbravejo irritado.

–—Um pouco, mas o que isso tem haver? — Murmura


despreocupada.

O QUE?

ELA ESTAVA... ELA ESTAVA BEBENDO COM ESSE MONTE


DE MARMANJO?

Incrédulo com o que acabei de ouvir vou até ela pisando duro
paro na sua frente.

–—Você... você estava mesmo bebendo? Nua assim e


assistindo jogo com um bando de homens?!— Berro descontrolado.

Deus, ela não fez isso, ela não fez isso...

Por Alá! Diga que não isso Bianca...

Cruza os braços sobre o peito e berra atrevidamente.


–—Em primeiro lugar não grite comigo, Dylan! Segundo, é
claro que eu bebi e eu não estou nua, estou de biquíni porque os
meninos chegaram quando eu estava dando um mergulho na
piscina, queria que eu tomasse banho de burca por um acaso? E
esses homens que você está falando são seus amigos, seu idiota!

Eu vou torcer aquele lindo pescoço...

–—Não ouse levantar o tom comigo sua insolente! Suba


agora para o seu quarto Bianca! Antes que eu perca o que me resta
de juízo— Rosno com as mãos fechando em punho tentando
controlar a vontade que tenho de arrancar sua cabeça fora.

–—Você que começou, babaca! E não! Não vou subir, você


não manda em mim. — Retruca abusada.

Ela tem noção do que acaba de fazer? Confio em Zayn mas


os outros dois falarão mal dela aos quatro cantos deste país...

–—Éee... nós já estamos indo! E para de ser infantil cara,


estávamos apenas assistindo ao jogo e a Bianca foi apenas cortês
em nos acompanhar! — Zayn tenta conciliar levantando do sofá
envergonhado.

–—Cortês? Muito cortês da parte dela servir cervejas no meio


de um monte de marmanjo pelada! O que mais ela serviu a vocês?
Talvez uma chupada durante o intervalo? — Pergunto fora de mim.

Me arrependi assim que proferi estas palavras, quando vi


desgosto no seu olhar, mas estava muito possesso de raiva para
voltar atrás no que disse.
Ela, rebelde como sempre, deferiu um tapa no meu rosto que
quase me fez perder o pescoço.

Porra de mão pesada.

–—NUNCA.MAIS. Ouse falar comigo dessa forma, seu


estúpido! Eu não sou uma puta— Diz entre os dentes.

A encaro com a raiva se transformando num ódio e sei que


estou fora de controle agora...

Zayn assim como os outros estão estáticos de pé no meio da


sala com uma cara de espanto.

Acaricio onde a insolente ousou me bater.

–—E o que mais eu deveria pensar de uma mulher que está


nua e servindo bebidas para um bando de homem babando por seu
traseiro? — Ameaço com uma falsa calma.

–—Que ela não foi criada numa cultura estranha onde mulher
se submete a homens machistas como você! — Ela rebate.

–—ISSO NÃO JUSTIFICA O QUE EU VI BIANCA! — Grito


outra vez passando as mãos nervosamente por entre meus cabelos.

–—Para o inferno o que você viu Dylan, não estávamos


fazendo nada demais! — Rosna.

–—Já fomos! — Ouço Zayn murmurar fechando a porta atrás


de si.

Continuamos a nos enfrentar.


–—VOCÊ NÃO ENTENDE, NÃO É? MAS QUE PORRA!
MALDITA HORA QUE TE CONHECI, MALDITO ACORDO DOS
INFERNOS QUE ME FEZ CASAR COM UMA IRRESPONSÁVEL
COMO VOCÊ. EU TENHO VONTADE DE TE ESGANAR, GAROTA!
— Grito jogando um objeto na parede a minha direita.

–—VOCÊ QUE TENTE ME MACHUCAR DE NOVO E VERÁ


O QUE ACONTECE, IDIOTA! — Rebate firmemente.

–—NÃO ME DESAFIE BIANCA! EU TENHO VONTADE DE...


DE...— Esbravejo arfando avaliando meu corpo milimetricamente,
uma porra se suas coxas torneadas não são uma tentação, seus
seios fartos devem ser deliciosos molhadinhos...

–—TEM VONTADE DE QUE IMBECIL? — Me desafia com


as mãos na cintura e queixo erguido.

Não posso mais...

Não sou forte o suficiente. Eu quero ter essa mulher, eu


preciso tê-la e nada nem ninguém vai me impedir de tomar o que é
meu...

Peguei-a pelos braços e a joguei no sofá, apertei sua cintura


enquanto cobria seu corpo delicioso com o meu e quando sua boca
estava praticamente colada na minha respondi...

–—Disso! — Sussurro antes de tomar seus beijos ardentes


tão... meus...

Não sei bem como aconteceu, quando vi já estava fodendo


Bianca de todas as maneiras possíveis, com os dedos, com a boca
e por fim com meu pau.

Foda!

A mulher é perfeita, seus beijos, seus gemidos, suas mãos


inexperientes... tudo nela me excita, tudo me inebria, seu corpo, o
cheiro de sua excitação e seu gosto são primorosos.

Agora estou aqui, guardando seu sono... Enquanto dorme


parece um pequeno anjo, seus lábios inchados, sua respiração leve,
seus cabelos pretos esparramados por meu ombro e travesseiros,
suas pernas enroscadas nas minhas e seu corpo quente são
envolventes e a sensação que tenho é de que jamais deixarei que
ela vá.

Não posso me permitir ficar sem isso nunca mais, ela é tão
delirante, tão tentadora, tão... Minha... Isso, você agora não terá
como fugir minha menina má, a partir de agora é plenamente
minha...

Bianca

Tento abrir os olhos devagar sentindo dedos deslizarem por


minha coluna bem devagar me causando arrepio até a ponta dos
pés. Me remexo no colchão macio sentindo um desconforto entre as
pernas e uma respiração quente no meu rosto.

A primeira coisa que prende meu olhar são duas safiras me


analisando atentamente. Sua mão direita está fazendo carícias nas
minhas costas e nossas pernas estão enroscadas de um jeito que
eu não saberia dizer de quem é quem caso as dele não fossem tão
pesadas, meu braço atrelado a sua cintura e seu olhar minucioso a
fitar os meus.

Cristo!

Eu dei para ele ontem.

Sinto minhas bochechas arderem.

Porque? Também não sei. Afinal se dei está dado, não?!

Oh meu Deus! Eu me entreguei feito uma tarada no cio e ele


recebeu tudo de bom grado, meus olhos descem até sua boca e
lembro do que ela é capaz de proporcionar, sim! Essa boca sabe
proporcionar delírios a uma garota. Me descuido com sua análise,
prefiro fazer a minha própria.

Seu pescoço tem alguns pequenos chupões que eu deixei


enquanto seu pau me enlouquecia, seus braços musculosos e
peitoral tinham pequenos arranhões de minhas unhas —faço uma
nota mental para apara-las para mais tarde.

Porra Bianca!

Nem sabe se o cara ainda quer olhar na tua cara e já está


pensando em outra rodada mais tarde? Estou parecendo uma
ninfomaníaca!

Mas quando meu olhar baixa mais um pouco e me perco


naquele caminho da felicidade cheio de gominhos entendo
perfeitamente meu comportamento ao apresentar um nível elevado
de insatisfação apenas com um só ato sexual. Dylan faria qualquer
mulher implorar por mais, principalmente com um pau daquele
tamanho e rijo dessa forma roçando em minha barriga...

Espera, onde foi parar minha camisola?

Ah! Quem se importa, não é mesmo?!

Vamos ao que interessa, e isso no momento se restringe


somente a um pau quente e duro roçando no meu corpo...

Me escapa um gemido baixo mesmo estando mordendo o


lábio inferior ao me deparar com seu pau ereto e pronto para me
fazer ir ao décimo quinto céu outra vez.

Escuto seu riso baixinho e descubro que fui pega com a boca
na botija.

Merda!

–— Bom dia!... Você fica linda com essa cara de depravada


encarando meu pau com tanto desejo! — Diz debochado me
fazendo enrubescer até os fios de cabelo, filho da puta!

–—Hei...— Segura meu rosto me fazendo encarar seus olhos


azuis encantadores com a mão antes posicionada nas minhas
costas –—.... Não precisa ficar com vergonha, afinal, porque você
acha que meu pau está assim?...— Ergo uma sobrancelha como
quem diz 'porque você é um tarado sem vergonha?' E ele continua –
— Porque já fiz minha inspeção também e olha que não passei nem
da fase dos seus seios ainda—
Sua declaração me faz tentar apertar as pernas uma na outra
só que ao me mover para fazer isso é que lembro que as suas
pernas estão entre as minhas e acabo me esfregando nele.

Um gemido rebelou no fundo de sua garganta e no segundo


depois seu corpo grande já tinha coberto o meu.

–—Você está bem? Digo, se está muito dolorida de ontem?


Avalio os sintomas, se ainda está doído? Sim! Ainda está. Ele


já viu o tamanho do pau dele para fazer uma pergunta idiota dessa?
Quem não estaria destroçada ao receber um troço daquele
tamanho?!

Mas só de pensar que ele vai fazer aquela sensação boa vir
de novo a dor resume-se a um desconforto, não chega a ser dor é
apenas... Estranho.

–—Estou bem! — Afirmo.

O que? Acham mesmo que iria dizer que estou dolorida e não
poder tê-lo outra vez daquela forma deliciosa? Nem que arranque o
chamboque minha filha!

Dylan abre um sorriso safado já arreganhando minhas pernas


e as pondo em volta da sua cintura enquanto um dedo atormenta
meu clitóris com maestria murmurando.

–—Ontem eu fui bonzinho com você por que era sua primeira
vez, mas hoje.... Oh neném! Hoje vou te foder Bianca... literalmente

Se descontrola quando me escuta extasiada de tesão
sussurrar.

–—Então fode! —

Seu pau invade minha boceta duro e certeiro, fazendo-me gritar com
a surpresa por sua intrusão violenta.

–—Ahhhhh— grito alto.

Porra! Isso dói para caralho! Mas logo passa quando seu pau
entra e sai de mim num ritmo enlouquecedor.

–—Puta que pariu Bianca! Você está ensopando o meu


cacete... oh caralho! — Geme alto segurando firme minha cintura
metendo freneticamente.

–—Dylan! Aiii... continua... assim... assim, eu vou.ahhh Dylan!


— Gemo sentindo-me alargada ao extremo e seu membro vez e
outra colide num lugarzinho preciso, que traz à tona a sensação
maravilhosa avisando que estou perto, tão perto...

De repente ele para e levanta comigo no colo ainda


empalada nele –—Vem, vou te mostrar uma coisa! —

–—A- agora? Me mostra essa merda outra hora Dylan! —


Peço frustrada.

O safado apenas rir alto sem se importar com minha cara


mal-humorada.

Ele pega algo que não faço ideia do que seja já que estou
escanchada com as pernas envoltas em sua cintura, saímos do
quarto enquanto beija meu pescoço e chupa meu ombro me
arrancando um gritinho.

–—Gostosa para caralho! — Grunhe e sinto que abre alguma


coisa atrás de mim, suas mãos espalmam minha bunda apertando
com vontade.

Atravessamos uma porta que assim que é recostada me


escora contra ela e mete em mim com vontade até que grito seu
nome sentindo tudo por dentro apertar outra vez...

–—Dylan. Eu... Dylaaaan! —. Gemo alto me apertando no


seu pau.

Para minha frustração o desgraçado me tira do seu colo


devagar e se retira de dentro de mim.

–—O- o que foi? — Pergunto me sentindo fraca e


decepcionada –—porque parou? — Pronto, agora me irritei.

–—Deita na cama e abre as pernas para mim! — Diz com


aquele jeito mandão que eu odeio.

Cruzo os braços e agora realmente estou zangada –—E se


eu não quiser? — Digo atrevida.

Se aproxima de mim tão rápido que só vi quando fui


arremessada na cama e seu corpo já cobria o meu.

–—Se você não quiser vou te deixar de castigo sem gozar


por uma semana— Sussurra ameaçadoramente no meu ouvido.

Engulo seco e abro as pernas compassadamente.


Lá vem você de novo com essa conversa besta de: não abra
as pernas Bianca. Não ceda!

Não ceda o caralho!

Eu quero gozar e nada vai me impedir. Mas não se preocupe,


depois de eu conseguir o que eu quero vou fazê-lo pagar direitinho...

–—Boa menina! — Diz sorrindo e deixa um selinho nos meus


lábios antes de levantar da cama e sumir no closet.

Boa menina? Vai sonhando.

Agora notei que estamos provavelmente no quarto que ele


mantém fechado. O quarto é muito maior que o meu, talvez da
mesma espessura que o de Dylan, não tem janelas apenas a saída,
possivelmente um banheiro naquela porta a esquerda e na direita
uma porta enorme que talvez seja um closet onde Dylan se enfiou.

Há um divã branco em frente a cama afastado do espelho


que cobre da parede em frente, do teto ao chão refletindo o divã e
uma cadeira esquisita. A cadeira preta estranha num recanto de
frente para o espelho é alta e parece ser giratória, porém tem
amarras no encosto, braços e pernas além de ser bem larga, de um
formato moderno. Na outra extremidade do quarto há um balanço
pendurado do teto, este tem uma estrutura diferente dos balanços
que eu costumava brincar lá da fazenda, é estreito e tem zíper no
assento também com amarras no encosto dos braços, para que
diabos alguém iria querer se balançar amarrado? Penso.

A cama de corcel, na qual estava esparramada nua e de


pernas abertas era toda preta com lençóis brancos, era confortável
até o momento em que notei algumas coisas intrigantes. Era baixa,
porém as pilastras eram apenas na cabeceira que sustentava toda
indo até a outra parte presa ao teto que vinha até o final da cama, o
teto era recoberto por um enorme espelho no qual via claramente
minha imagem, havia também grandes argolas de aço em cada
extremidade da cama, aquilo era bastante... intrigante para não
dizer assustador.

Um quarto com uma cadeira, um balanço, um divã e uma


cama de formatos nunca visto as antes por mim, as paredes eram
todas brancas e havia cortinas vermelhas transparentes em voltas a
cama de corcel, não havia nada de objetos ou cômodas e nem nada
mais que o que mencionei anteriormente no quarto e sobrava
bastante espaço ali para muitas outras coisas. A luz vinha de
luminárias presas ao teto do quarto, eram pequenos candelabros
ordenados em quatro fileiras de uns oito em cada uma delas, isso
fazia a atmosfera do quarto tão seco e sombrio se tornar ao mesmo
tempo romântico e dócil.

–—Admirando o lugar? — Pergunta uma voz rouca e firme.

Dylan.

Recostado na porta aberta do closet completamente pelado e


pronto para terminar o que começamos no quarto dele mais cedo.

–—Você demorou! — Reclamo.

Ele sorri e aproxima-se mais com as mãos atrás de seu


corpo.
–—Estava procurando uma coisa que imaginei fazer desde
que te conheci.

Levanto uma sobrancelha interessada –—E o que seria isto?


–—Isso! — Levanta uma corda preta fininha.

Eita mulesta!

Ele não vai querer me bater, não é?

Vendo quão assustada fiquei ele se apressa em dizer –—Não


é para te bater é para te amarrar! —

Como se aquilo fosse me deixar mais tranquila...

–—Não se preocupe, você vai gostar, confie em mim... agora


vem, levanta! — Diz já me pondo de pé.

Beija meu pescoço e aperta meus seios.

–—Eu vou amarra-los e brincar com eles enquanto te como!


— Avisa.

Aquilo me fez apertar minhas pernas uma na outra.

Não o impedi de me amarrar aquela corda, primeiro em volta


dos meus seios e depois meus braços atrás do meu corpo. Os nós
eram concisos e deixaram meus enormes seios mais endurecidos.

Depois de imobilizada ele pegou-me no colo e me ajeitou em


cima do divã de joelhos com as pernas escancaradas de frente para
o espelho enquanto ele se posicionava atrás de mim, seus olhos
nunca deixando meu corpo.

Após avaliar tudo minuciosamente pelo reflexo do espelho


solta com a voz carregada de desejo.

—Perfeita... tão linda minha menina, parece que este tipo de


nó foi feito para seu suculento corpo— Ao terminar aperta meus
seios escorando-se de pé nas minhas costas.

Eu que até agora tinha me mantido calada só esperando até


onde ele iria, mas resolvi quebrar o silêncio.

–—Não gosto de amarras! — Provoquei, eu até me excitei ao


me ver assim e um calafrio aqueceu todo meu corpo ao ver o quanto
seus olhos me veneraram amarrada desta forma.

Mas não gosto que ele pense que está no controle.

Seu sorriso de lobo foi enorme quando prosseguiu.

–—Para ficar mais perfeita ainda você tem que aprender só


mais uma coisinha neném: mantenha-se de boquinha fechada, e
fale apenas quando te perguntar algo, senão terei de amordaça-la
também! —

Minha boceta latejou ao imagina-lo me fodendo amarrada e


amordaçada. Porque essa porra era tão excitante?

Estou ofegante ao continuar a provocação.

–—Não ousaria, já falei que não gosto de amarras— Me


atrevo a desafia-lo com o olhar pelo espelho.
Ele rir baixinho e sua mão desce até entre as minhas pernas
onde já latejo em expectativa, sem deixar de fitar meus olhos.

–—Você é uma péssima mentirosa quando está excitada


Bianca, veja como sua bocetinha palpita nos meus dedos, veja
como está encharcada e necessitada do meu pau enfiado por inteiro
aqui! — Ao terminar soca dois dedos profundamente em mim.

–—Dylan! — Sussurro recostando a cabeça no seu peitoral.

–—Você quer que eu te alivie Bianca? Quer gozar nos meus


dedos? — Pergunta prendendo meus cabelos no seu pulso fazendo-
me virar o rosto e fitar seus olhos azuis enquanto seus dedos se
afundam em mim sem parar.

Ofego engolindo seco e afirmo com a cabeça.

Sua outra mão aperta meu seio esquerdo sensível causando


correntes de prazer que invadem meu corpo, aproveitando-se aperta
rudemente meu mamilo obrigando-me a deixar escapar um gritinho
rouco.

–—Responda Bianca! — Ordena.

Agora lascou-se foi tudo!

Se eu obedecer sei que ele me fará gozar, porém deixarei


entender que posso ser dominada, mas se eu não responder
também sei que irá me enlouquecer até eu ceder. De qualquer
forma prefiro não ceder, ele não vai mandar em mim, nem na cama
e nem em lugar algum.

Me mantenho calada e seus dedos friccionam mais rápido.


–—Quer dar uma de durona, não é? Pois vamos ver até onde
vai manter essa pose! — Rosna no meu ouvido.

Ele me atormentou com seus dedos e com sua língua a


comer minha boceta e toda vez que eu estava chegando perto ele
simplesmente parava.

–— Puta que pariu Dylan! — Choramingo quando já estava a


ponto de bala e ele retirou sua língua do meu clitóris.

O descarado sorri –—Peça! Peça por meu pau aqui...— enfia


seus dedos em mim ajoelhado a minha frente e me olhando daquele
jeito dominador –— Se você me pedir te deixo gozar neném! —

–—Oh meu Deus! Eu preciso gozar Dylan! — Murmuro


cansada.

–—É só pedir que o farei com todo prazer do mundo! —


Responde.

Filho de uma égua!

Ele venceu. Eu preciso gozar, minhas pernas, minha boceta,


meu corpo inteiro implora por alívio...

–—Porra!... Me come, por favor me come! — Peço derrotada.

Mal terminei de falar quando ele já me botava de pé com


apenas uma perna em cima do divã e a outra no chão, tomou seu
lugar atrás de mim e segurou minha cintura firmemente enquanto
seu pau se enterrava em mim grosseiramente.
–—Caralho de boceta quente e apertada, neném! — Rosna e
começa a estocar fundo.

O único som ouvido no quarto eram dos nossos corpos se


unindo, nossas respirações descompassadas e os xingamentos
excitantes.

–—Aii Dylaaaan!— gemi.

Uma mão sua deixa minha cintura para segurar meu mamilo
esquerdo e sua mão direita vai direto para meu clitóris esfregando-o
como se sua vida dependesse disso.

Grito, gemo enlouquecida com seu pau entrando e saindo de


mim desvairadamente, e acompanhar tudo isso pelo reflexo nosso
no espelho foi estarrecedoramente sexy.

–—Goza no pau... goza sua safada! Encharca ele com seu


melzinho neném! — Ordena com a cabeça cravada no meu
pescoço.

–—Ohhh merda... Dylan! — Sussurro ao deixar aquela


sensação boa se apossar de mim.

–—Isso, goza me apertando assim Bianca... Biancaaa! —


Grunhiu me acompanhando num gozo extraordinário.

Ainda estamos ofegantes na mesma posição, seus braços


firmes foram os que me apoiaram para que eu não desabasse, seu
cabelo loiro enterrado na curva do meu pescoço e meus seios
vermelhos amarrados ainda.

Seu olhar encontra o meu quando levanta sua cabeça.


–—Vou dar um banho em você e te alimentar, vem aqui! —
Diz me pondo em seu colo.

Verdade seja dita que se eu soubesse que ia ser prazeroso


assim eu teria cedido mais cedo. Sei a hora de retroceder, e na
cama com Dylan tenho a leve impressão de que ceder é o melhor e
puta merda! Como é melhor meu padre Cícero do Juazeiro!

Descobri que naquele quarto a outra porta se tratava de uma


enorme jacuzzi, pelo amor do pai, aquilo era quase uma piscina.
Dylan retirou as cordas habilmente e lambeu meus seios sensíveis
até me fazer gozar outra vez. Tinha que lembrar de perguntar ao
Armindo se ele tinha aqueles objetos estranhos num quarto
também, tenho que saber onde estou pisando para me certificar do
tamanho da enrascada que me meti.

Depois do banho relaxante Dylan me levou para meu quarto,


me enxugou e me vestiu com uma lingerie preta e um vestido preto
colado e um pouco curto.

–—Essa semana teremos de comprar algumas roupas para


você. Nada no seu closet te serve, isto parece roupas de quando
tinha doze anos de idade! — Dylan resmunga quando termina de
vestir.

–—Não há nada de errado com minhas roupas! — Retruco.

–—Não, a menos que tenha de sair ou receber alguém. Se


for apenas para ficar em seu quarto trancada e receber apenas eu
elas estão excelentes. — Responde sarcástico.
Não provoco porque nem lembro a última vez que fiz
compras, afinal estamos num país onde a maioria das mulheres
vestem batas até os pés e isso me deixa constrangida ao sair na rua
com dois pedaços de pano minúsculos.

Infelizmente estamos num país árabe e não no Brasil. Tenho


que me policiar mais quanto a isso...

Depois que ele se vestiu e eu penteei meus cabelos, escovei


os dentes e hidratei meu corpo e rumamos a cozinha.

A mesa já estava posta e Ajade nos olhava de uma maneira


diferente...

–— O que ela tem? — Perguntei em português a ninguém em


específico, ao ver os olhos da empregada se arregalarem ao ponto
de quase saltarem quando Dylan pôs um pedaço de fruta na minha
boca e beijou meu ombro.

–—Acho que nada, apenas nunca devo ter tomado café com
uma mulher antes— Responde dando de ombros.

Ele está vestido numa camiseta preta que aperta seus


músculos fortes e um jeans azul, me porque qualquer roupa tinha
que lhe cair tão bem?! Droga! Mas ainda prefiro ele sem roupa...

–—Que foi? Não me olhe assim ou teremos que voltar ao


quarto antes do planejado! — Pronuncia descaradamente.

Suspiro sentindo-me realmente dolorida agora.

Melhor mudar de tema.


–—A Rachel nunca ficou para o café da manhã? — Inquiro
receosa, pois sei que este é um campo minado.

–—Não! — Responde desinteressado.

Resolvi não aprofundar o assunto, tudo estava bem demais


para eu tocar no nome daquela vaca chifruda, Dylan devia era me
agradecer de o ter livrado daquele encosto.

Continuamos a tomar café e a companhia toca, Ajade se


apressa em atender e eu e Dylan continuamos a comer e trocar
carícias, vez ou outra ele me alimenta dizendo para provar algo que
ainda não experimentei, depois beija meus lábios ou cheira meu
pescoço, eu beijo seus dedos e afago a parte interior de seus
pulsos. Estava fazendo isso depois que ele pôs um pedaço bolo
estranho na minha boca, acariciava seu pulso em cima da mesa
enquanto seus olhos fitavam minha boca quando uma voz
conhecida quebrou nosso clima descontraído.

–—Bom dia, vejo que o casal está se dando muito bem!— O


senhor Ali senta-se a mesa conosco inconvenientemente.

Velho chato!

–—Bom dia vovô! — Dylan cumprimenta se afastado de mim.

O que deu nele?

Sabe, uma coisa que eu notei em todos da sua família é que


realmente temem este velho prepotente. Mas porquê? Ainda é um
mistério que vou descobrir.

Adoto uma postura firme e formal assim como Dylan fez.


–—Bom dia Senhor Ali!— Exclamo sem entusiasmo.

Eles conversam algum tempo sobre um projeto e algumas


coisas referentes a empresa e eu já não aguento mais de
curiosidade, este velho veio fazer algo aqui, uma coisa que observei
sobre ele é que não dá ponto sem nó e toda essa enrolação já está
me dando nos nervos.

Impaciente resolvo perguntar de uma vez.

–—O que faz aqui senhor Ali? Digo, sei que não veio falar de
assuntos da empresa, porque se o fosse, não teria se
disponibilizado em vir até aqui. O senhor não é do tipo fraternal e
sinceramente duvido muito que tenha um dia visitado seu neto, o
que quer? —

Dylan está surpreso assim como o velho por minha pergunta.

Depois do susto meu marido tenta me repreender –—Bianca,


não fale assim com meu avô, seja educada ao menos uma vez na
vida! — Rosna irritado.

–—Ah faça-me o favor Dylan, você sabe tão bem quanto eu


que seu avô não dá ponto sem nó, então sem dramas por favor! —
O ignoro.

–—Bianca! — Repreende outra vez.

Mas estou muito ocupada fitando seu avô que pela primeira
vez na vida esboça uma reação desconcertada.

Interessante...
–—Ela tem razão Dylan, é uma menina muito esperta Bianca.
Vim aqui porque tenho uma proposta para ti fazer. — Solta adotando
sua postura rígida de costume.

–—Proposta? — Pergunto desconfiada com uma sobrancelha


arqueada.

–—Sim, vim te oferecer o cargo de diretora do departamento


jurídico da empresa. É formada na área, é claro que tem que
adaptar-se as leis do nosso país, mas acredito na sua competência
— Pronuncia-se como se estivesse numa reunião de negócios.

Dylan parece tão surpreso quanto eu...

–—Eu? Trabalhando na sua empresa? Porque eu, senhor


Hoffman, digo, tens a sua disposição inúmeras opções, o senhor
mal me conhece. Porque escolheria a mim para um cargo tão
importante na sua empresa? — Indago assim que me recupero do
choque.

Isso é muito estranho, não acham?

Porque este velho ranzinza escolheria a mim para trabalhar


num cargo de confiança de sua empresa?

Me surpreendo mais ainda com a sua resposta direta e


convicta.

–—Porque você agora é uma Hoffman, Bianca. E eu confio


em você e na sua capacidade. — Responde sem titubear.

Antes que eu consiga abrir a boca para responder Dylan se


adianta.
–—Não! Agradecemos o convite vovô, mas a Bianca não vai
trabalhar na empresa! — Dylan expõe seco, curto e bastante
grosso.

O que diabos deu nele?

Com certeza há um motivo para toda essa bondade repentina


do senhor Ali, sinto que no fundo é uma armadilha. Mas por outro
lado eu não suporto mais ficar trancada o dia todo nesta casa,
preciso fazer alguma coisa...

Decido ignorar o rompante do meu querido marido, aceitarei


sim a proposta e seja lá o que for que o velho está aprontando
descobrirei, e já asseguro que sou mais esperta que ele.

–—Sim, eu aceito! — Digo estendendo a mão para fechar o


negócio em direção ao senhor Ali, e vejo surgir um pequeno sorriso
satisfeito de seus lábios.

Segura minha mão e sela nosso acordo ignorando o olhar


mortal de Dylan em direção a mim e a ele.

–—Que bom. Espero você segunda bem cedo na empresa


para podermos acertar todo o resto—

— Seja o que for só acetarei pelo dobro. —

Ele sorriu também — Não esperava menos de você!. —

Vira para Dylan que ainda parece não acreditar que o


ignoramos.
–—Sendo assim, um bom dia para vocês e até logo meu
neto... Bianca!— Acena com a cabeça para cada um de nós e se
vai.

Eu o acompanho até a porta e quando me viro Dylan está me


olhando com aquela cara de mau sentado no sofá da sala, com ar
de madrasta má ao descobrir que comeu o coração de um veado ao
invés do da Branca de neve.

Oxente!

O avô dele me oferece um emprego e ele fica bravo é


comigo?

–—Sente-se! Vamos ter uma conversinha senhora, Bianca


Hoffman! — Diz numa falsa calma.

Eita o homem está bravo, quase posso ver a fumacinha sair


por seus ouvidos. Conheço um toro quando está brabo e é o que
Dylan está parecendo neste momento!

A pergunta agora é como vou escapar dessa roubada que


aquele velho azedo me meteu?

Como diria Maria: Agora danou-se tudo!

14. Capítulo- Como pegar o marido no laço.


Bianca

Uma vez Armindo ensinou a mim e a Lauren como lidar com


um cavalo bravo, praticamente impossível de ser montado. O pai
dele havia comparado um assim, e eu e minha amiga queríamos
cavalgar naquele animal tão belo, porém bastante audaz. Armindo
pacientemente ensinou que o primeiro passo era encara-lo nos
olhos e demonstrar carinho, pois o amor cura todos os males—até a
raiva- de acordo com o próprio.

Eu nunca esqueci daquele ensinamento.... Encarar


demonstrando carinho...

Eu pensei em usar a técnica com o homem lindo de morrer e


extremamente furioso que está sentado à minha frente, mas findei
desistindo. Já usei isso com meu pai e nunca funcionou, porque
com Dylan funcionaria não é mesmo?!

–—Sente-se! Vamos ter uma conversinha, senhora Bianca


Hoffman! — Diz numa falsa calma.

Caminhei firme engolindo seco algumas vezes, sentei na


poltrona a sua frente e cruzei as pernas.

Não pense que me passou despercebido seu olhar


acompanhando o movimento das minhas pernas...

Porém, fora algo quase imperceptível, mas olhou que eu vi.

–— Me dê um bom motivo para não a leves agora mesmo até


meu quarto reserva, prende-la na minha cadeira de castigos, açoitá-
la até me convencer de que será uma boa menina e se aterá
apenas ao que mando? — Seu tom é cortante e seus olhos
estreitam-se a cada palavra mencionada.

Respiro fundo tentando matutar uma boa resposta e refaço a


pergunta distraidamente pensativa.
–— Porque não me leva até aquela cadeira estranha e me
açoita até o fim dos meus dias?! Deixa eu ver.—

–—Eu não disse que te açoitaria até o fim de seus dias. Disse
que castigaria até me obedecer e ser uma boa menina! — Ele me
corrige ainda com aquele olhar estreito na minha direção, porém
vejo a sombra de um sorriso torto nos seus lábios.

–—Para mim dá no mesmo, não? — Pergunto confusa.

Ou será que ele pensa que um dia serei uma boa menina?

Agora seu sorriso é evidente.

–—Venha até aqui minha diabinha! — Ordena gentilmente.

Levanto e caminho até ele, mas assim que estou próxima o


suficiente ele puxa meus braços e me prende debaixo dele no sofá.
Soltei um gritinho pela surpresa.

–— O que eu faço com você menina?!— Resmunga com o


rosto enterrado no meu pescoço inalando fortemente.

–—Mais um pouco de sexo eu aceitaria de bom grado! —


Digo sem filtrar.

Ás vezes sou assim, meu cérebro pensa e a boca fala sem


dar tempo filtrar. Tenho que controlar mais esta merda! Contudo, em
minha defesa poderia dizer que sou uma advogada e que como
muito boa no que faço tenho de ter argumentos para tudo...

O riso que reverberou na sua garganta me fez sorrir


bobamente mesmo sem saber direito do que estava rindo.
–—Você é uma menina má, sabia?— Ele diz entre o riso.

Dou-lhe um sorrisinho contido antes de responder –—Acho


que este deveria ser meu sobrenome! —

Dylan rir mais um pouco e fita meu rosto –especificamente


minha boca- seu riso morre aos poucos.

–—O que farei com você minha menina má?— Diz pensativo
mais para ele do que para mim...

Envolvo minhas pernas no seu quadril trazendo-o para mim,


sentindo seu pau duro aconchegar-se.

–—O que você quiser, neném! — Digo manhosa.

Um gemido escapa dos seus lábios e eu tomo sua boca


beijando-o com urgência, seu sabor era uma mistura de hortelã e
café deliciosa.

Quando suas mãos pousaram uma no meu seio esquerdo e a


outra deslizou lentamente por minha cintura, barriga e coxas
subindo até minha calcinha novamente eu suspirei arrepiada. No
entanto, quando seus dedos adentraram a borda da calcinha e me
apalparam com desejo eu gemi, e desta vez posso afirmar que não
foi de prazer.

Rapidamente Dylan retira os dedos de mim, e se afasta até


seus olhos me encararem preocupados encontrarem os meus.

–—Você está bem? — Pergunta.

Mordo meu lábio inferior com minhas bochechas ruborizando.


Merda!

Porque diabos estou envergonhada? Afinal a causa do meu


'desconforto'—por assim dizer- é culpa dele... Acho que isso não
ajudou porque sinto minhas bochechas arderem mais ainda...

–—Hei!— Ele diz suavemente acariciando meu rosto até eu


tomar coragem e o encarar –—Não precisa ficar envergonhada! Isso
é normal... ontem foi sua primeira vez e extrapolamos. A culpa é
minha! Eu deveria saber que estaria dolorida, mas é que não tenho
nenhuma experiência com o seu caso então...—

O corto confusa –—Meu caso?—

–—Sim. Nunca estive com ninguém virgem antes, então eu


não poderia saber o quanto estaria macucada— Responde me
observando atentamente.

–—Não estou machucada, é apenas um... desconforto—


Digo envergonhada.

–—Ok. Então nada de sexo por enquanto diabinha! — Diz


sentando e já me puxando para seu colo.

Bufo subitamente irritada.

Dylan gargalha jogando a cabeça para trás, eu dou-lhe um


beliscão no bíceps definido e até aposto que só fez cócegas porque
sua risada apenas aumentou.

–—Dylan pare com isso! Está me deixando constrangida! —


Resmungo cruzando os braços.
Seu riso diminui e começa a distribuir beijos molhados no
meu ombro e pescoço –—Desculpa! — Para e me encara agora de
maneira séria –—Não quero que você aceite a para oposta do meu
avô! —

Suspiro alisando seus cabelos macios –—Porque não? —


Pergunto.

–—Porque se bem conheço meu avô ele tem algo em mente.


Ele gosta de manipular todos a sua volta e não sei quais suas reais
intenções. Isso não me agrada nenhum pouco! — Declara
pensativo.

–—Que tem algo por trás de sua inesperada generosidade e


genuíno apreço por mim eu também desconfio. Mas deixa eu te
ensinar uma coisa neném, se eu aprendi algo estudando direito e
convivendo com meu pai é que devemos manter nossos inimigos
bem próximos. Só assim você consegue elaborar uma defesa
eficaz, a distância podemos ser alvos tão fáceis que quando formos
atacados nem saberemos quem nos atingiu! — Afirmo distraída
brincando com seus cabelos dourados.

Houve um longo momento de silêncio enquanto me ative


somente em passar os dedos entre seu cabelo e deixá-los todos
para cima, depois acaricia-los até deixá-los alinhados outra vez e
quando notei que o silêncio se propagaria desci os olhos até
encontrar os seus me encarando com um misto de surpresa e
curiosidade.

Pisco várias vezes tentando disfarçar o pensamento que me


escapuliu sem que eu percebesse. Maldito hábito de dizer o que
penso!

–—Desculpe! Não queria dizer que seu avô é um inimigo e


nem insinuar que ele deve ter um plano já que me... quer dizer...
eu... acho que ele tem, mas não quer dizer que ele tenha mesm...—
Me atrapalho toda na explicação, porém ele me corta.

–—Ele com certeza tem algo em mente. Por isso meu receio
de que isso deva ser alguma armadilha, te quero longe dele. Me
embrulha o estômago só em pensar que ele pode te machucar de
alguma forma! Prefiro que reconsidere Bianca! — Dylan exclama.

Eu não poderia ter certeza do que se passa em sua mente


neste momento, mas algo o faz parecer realmente preocupado.
Será que aquele velho é pior do que eu pensei?

Mas eu não posso mais ficar trancada em casa sem nada


para fazer, daqui há pouco para mim sair de casa terão de pedir
ajuda ao corpo de bombeiros, por Deus! Eu passo o dia inteiro
comendo e dormindo ou dormindo e comendo.

Tenho que convencer Dylan de qualquer jeito! E ainda me


sinto mais curiosa ainda sobre as reais intenções de Ali, se ele
pretende algo, o que seria? E porque eu? O que eu teria de tão
importante para ele me querer por tão perto?

–—Vejamos então...— Começo –—Você também acha que


seu avô pretende algo, nisso concordamos, mas o que seria? E o
que ele iria querer comigo? Sinto muito Dylan, mas eu preciso saber
do que se trata. Não quero ser pega de surpresa e muito menos ser
apunhalada pelas costas. Se seu avô planeja algo quero saber o
que é e não vejo como descobriria se acaso não estivesse de olho
nele... Além do mais, tenho que fazer alguma coisa além de ficar dia
e noite enfiada neste apartamento. Eeee você não viu o obvio ainda!
— Enfatizo.

Ele me olha curioso –—E o que seria este óbvio? — Pergunta


passando seus dedos de leve no meu rosto, e pondo uma mecha
fujona de cabelo atrás da minha orelha.

Abro um sorrisinho arteiro nos meus lábios ao murmurar

–—Você estará lá e poderá me defender do seu avô


esclerosado como um príncipe defenderia sua donzela—

Um sorriso divertido surge em seus lábios carnudos.

–—Você não é mais uma donzela! Roubei sua virtude ontem


lembra? — Diz desdenhoso.

–—Filho de uma égua! Pare de me lembrar disso, Dylan


Hoffman! Devo estar parecendo um tomate agora. — Digo sentindo
minhas bochechas pinicarem, devem estar vermelhas carmim
agora...

–—Tudo bem, não está mais aqui quem falou! Mas pense sobre o
assunto sim? — Diz sorrindo em minha direção.

Suspiro soltando todo o ar audivelmente.

O fim de semana passou-se rapidamente. Não fizemos mais


sexo durante ele todo, segundo Dylan eu precisava me recuperar.
Vê-lo trabalhando ou passeando lindamente sem camisa pela casa
quando Ajade não estava, foi uma visão primorosa, e cada vez que
isso acontecia devo ressaltar que eu suspirei como uma boboca.
Rolaram beijos, carícias e só.

Dormimos bem agarradinhos na sua cama –ordens dele-


segundo o mesmo descansaria mais tranquilamente sabendo que
eu não aprontaria nada nem colocaria fogo na casa enquanto ele
dormia, mas desconfio mesmo é que ele goste de dormir agarrado
ao meu corpo assim como adoro senti-lo aconchegado a mim... nos
encaixamos tão bem...

Hoje será meu primeiro dia de trabalho, Dylan ainda insistiu


que eu não aceitasse a para oposta do seu avô, porém me mantive
firme em trabalhar na empresa. Estudei o fim de semana inteiro as
leis e diretrizes do país, mesmo com a distração de seus bíceps e
peito nu pela casa. Meninas, momento suspiro...

Apesar de ser um país muito rigoroso, os EAU bem como os


demais países com visão desenvolvimentista para o futuro é
bastante flexível quando se trata de aspectos comerciais, eu
entendo as mudanças ocorridas e os paradigmas deixados de lado
para que o desenvolvimento aconteça —que país não quer crescer
não é?- Dubai é definitivamente um berço financeiro e uma janela
do mundo árabe para todo o mundo.

Creio que preciso estudar muito mais a fundo sobre isso—


minha área era Civil, não trabalhista!- Mas sei que darei conta do
que me é designado.

Hoje será um grande dia.


Sinto que muito me espera e com um belo sorriso e um
pouco de sorte tudo dará mais que certo...

Levanto devagar bastante frustrada por deixar aquele corpo


quente que me abraçava por trás numa conchinha simplesmente
perfeita. Rumo ao banheiro, escovo os dentes e tomo um banho
despreocupada, lavo meus cabelos, quando saio do banho Dylan
ainda está esparramado com aqueles cabelos dourados, aquela
boca vermelhinha e aquele peitoral musculoso nu.

Deus! Como alguém pode ser tão perfeito assim?

Eu deveria entrar com uma ação por 'perturbar a ordem e


atentado ao pudor' contra meu sogro por cometer o ato ilícito de
conceber uma tentação de filho tão gostoso para o mundo.
Certamente ele seria atuado no mínimo com prisão perpétua.

Minha Santa Maria das calcinhas molhadas, ohhhh saúde!

Poderia ver esta cena todos os dias pelo resto da minha vida
e ainda assim creio veementemente que nunca me cansaria, e
continuaria suspirando feito uma bobona todas as vezes também—
penso soltando um longo suspiro-...

–—Bom dia! — Ele diz abrindo aquelas duas safiras que me


encantam.

–—Hei!...— me aproximo, sento na cama ao seu lado e beijo


seus lábios ternamente –—Bom dia neném! — Digo assim que nos
separamos do beijo.
Seu sorriso é enorme quando fala com voz rouca –— Gosto
quando me chama assim! —

Ainda é estranho ter um marido, fazê-lo desistir da sua


amante e hoje me reconhecer tão derretida por ele.

Ri ficando um pouco sem jeito.

Só fazem três dias que nos conhecemos intimamente e para


mim parece que o conheço desde sempre. Por falar nisso, tenho
que saber como ficaremos. Não falamos sobre isso e nem sei se
este é o momento, mas como Maria sempre diz: 'A primeira
pancada é que mata a cobra.'

–—Dylan, como ficaremos? — Pergunto acariciando seu


cabelo bagunçado. Não sei porque, mas aquele pedaço dourado
seu me fascina...

–—Como assim como ‘ficaremos’? — Responde com outra


pergunta.

Suspiro tentando escolher melhor as palavras para saber o


que desejo.

–—Quero saber como ficará eu e você. Tipo, nossa relação!


— Esclareço.

Ele dá de ombros respondendo tranquilamente –—


Não ficamos, somos casados, ponto. —

Pisco várias vezes tentando entender o que ele quis dizer,


por fim ele murmura levantando, dá um beijinho na ponta do meu
nariz e caminha indo em direção ao banheiro vestido apenas em
uma cueca boxer preta.

–—Quando chegarmos hoje conversamos sobre isso menina,


agora tenho que correr senão chegaremos atrasados e meu avô
odeia atrasos! —

Respiro fundo e me atenho a procurar alguma roupa que me


sirva, trouxe poucas roupas pois na fazenda mesmo só ficavam as
mais gastas, as outras ficaram em Fortaleza e Lauren se recusou
trazer o que ela denominou de farrapos quando veio para o
casamento. Nunca me importei como me visto e nem de me
esbaldar em comparas desnecessárias, e depois não sabia que tipo
de roupas as mulheres vestiriam aqui, pensei que seriam burcas,
mas descobri que a família de Dylan –apesar de querer manter as
normas sociais- não é religiosa fanática, aliás pensando bem, nem
sei que religião seguem ainda....

Optei por comprar roupas novas, mas desde que cheguei


aqui nunca fiz isso. Decidi por algumas de Beatrice que poderia me
servir... Doce engano o meu.... Minha irmã era bem menor e muito
mais magra que eu. Tenho seios demais, bunda demais e coxas
demais...

Vou até meu quarto, hidrato meu corpo e o deixo perfumado,


depois visto uma lingerie branca de renda. Agora vamos a
verdadeira batalha: escolher uma roupa adequada...

Suspiro ao notar que o vestido preto rasgará assim que eu


der o primeiro passo. Retiro-o jogando em algum lugar pelo meu
quarto e pego outro, este é azul de manguinhas longas e delicadas,
muito distinto. Mas minha bunda ficou praticamente de fora. Cristo!
Como minha irmã entrava nisso?

Decido por um vestido preto, visto-o só para descobrir que o


zíper nunca fecharia comigo dentro daquela porcaria.

Meu Padre Cícero do Juazeiro, com que irei vestida para o


trabalho?

Desanimada reviro tudo outra vez, escolhi uma saia social


longa minha que nem sabia porque estava ali—mas graças aos
céus estava! - Porém com os quilos adquiridos ficou apertada para
caramba... A blusa que achei mais apropriada era uma de mangas
branca da minha irmã, ficou decotada demais —novidade! Penso
revirando os olhos- O que diabos não ficaria decotada nessas tetas
enormes? Droga!

Ok! Além de não ter mais tempo, eu também não tenho mais
paciência para continuar com esta tortura. Será esta e fim de papo.

Procurei meu escarpam preto, deixei meu cabelo solto para


um lado e minha maquiagem foi apenas lápis e batom cor de boca
com um pouco de brilho para realçar que estava usando batom.

Ponho meus óculos de leitura na minha bolsa, e coisas de


mulheres como pó, batom, caneta, bloquinho de papel, e celular etc.

Desço percebendo que já estamos quase na hora de dar


expediente, me apresso nos degraus da escada e quando cheguei
na sala Dylan estava de costas já abrindo a porta para sairmos
resmungando.
–—Vamos chegar atrasados se não nos apressarm...— Para
de falar ao voltar-se para mim.

Caminho apressada até a porta, mas antes que consiga


atravessar ele me puxa para dentro do apartamento e fecha a porta
atrás de si.

–—Onde infernos você pensa que vai vestida assim Bianca


Hoffman?— Pergunta com cara amarrada.

Juro que ele enfatizou o meu sobrenome atual de um jeito


que me fez arrepiar do dedinho mindinho dos pés até fios de cabelo
—que lutei tanto para ficarem disciplinados, diga-se de passagem! –

Ho! How!

Isto nunca é bom sinal, não é?

Mas que droga!

Porque ele tem que ficar mais sexy quando está bravinho
assim? Pelo seu semblante definitivamente não aprovou minha
vestimenta...

Será que ele se conformaria se eu dissesse que assim está


melhor que pelada?

Dylan

Termino de me vestir com um sorriso satisfeito.

Dormir aconchegado ao corpo quente e perfumado de Bianca


me deixou a noite inteira de pau duro, pus uma almofada entre sua
bunda e o meu pau para que eu conseguisse finalmente conseguir
dormir. Mas sonhei comendo sua bocetinha apertada, um ótimo
sonho na verdade, um que com toda certeza botarei em prática.

Terei que controlar essa maldita compulsão de querer fode-la


sem parar, a menina mal se recuperou ainda!

–—Por Deus Dylan! Você parece um tarado. Controle-se! —


Resmungo baixinho comigo mesmo.

Ajusto o paletó sobre os ombros, hoje escolhi um terno cinza,


camisa branca e gravata com riscas e da mesma cor do paletó,
penteei meu cabelo e pronto. Confesso que já não me via sem
barba há algum tempo. Não sei porque, mas hoje acordei alegre e
fiz minha barba assoviando bobamente. Pode parecer tolice, mas
acho que tem a ver com dois pares de olhos extremamente
castanhos, uma boca sensacional que ensinarei a sugar meu pau e
engolir meu gozo, um par de seios de dar água na boca e curvas e
fazer qualquer um se perder.

Porém o sorriso se vai ao lembrar para onde estamos indo.

Bianca não entende, e só de pensar o que meu avô faria


apenas para poder colocar as mãos em suas ações e
consequentemente nos fazer donos absolutos da empresa me dá
calafrios. Para nós seria um verdadeiro paraíso... Sem
dependermos da droga de um conselho ou da autorização do pai de
Bianca para mais nada...

Me apoderar da empresa completamente e realmente fazer


as coisas acontecerem é um sonho meu, e com a ajuda da minha
diabinha irei conseguir tudo que almejo. Entretanto começo a achar
que deveria elaborar um plano, mas está tudo correndo tão bem
entre eu e minha esposa que para que me preocupar com isso
agora, não é mesmo?

Minha menina má tem um jeito arteiro característico de ser.


Sei que ela pode ser uma pestinha quando quer, sei que sabe se
defender por si só pois aprendi isso na própria pele. Mesmo assim
me preocupo com o que meu avô poderá estar tramando.... Seja o
que for não deixarei que ele machuque a Bianca.

Sorrio mais amplamente descendo até a cozinha para tomar


meu café. Ajade me encarou por um bom tempo avaliativa e depois
sorrio como se houvesse descoberto um bilhete premiado.

Bufo indignado.

Será que ainda estou sorrindo feito um idiota enquanto penso


nela?

Sento a mesa e faço toda minha rotina. Tomara que Bianca


não demore ou chegaremos atrasados. Meu avô odeia
atrasos. Eu odeio atrasos...

Li meu jornal, tomei meu café e nada de Bianca.

Suspiro resignado. Merda!

Porque infernos as mulheres demoram tanto para se


enfiarem dentro de uma roupa?!

Consulto o relógio outra vez e se não sairmos daqui há dez


minutos realmente chegaremos atrasados.
Vou até a sala e espero mais cinco minutos, nada de Bianca!

Estava quase subindo as escadas para arrasta-la pelos


cabelos quando ouvi passos firmes vindos da escada.

Bianca.

Eu reconheceria estes passos firmes até do outro lado do


mundo. Respiro fundo impaciente e caminho até a porta, ela nem
terá mais tempo de tomar café, droga!

Estava de costas já abrindo a porta para sairmos enquanto


resmungava –—Vamos chegar atrasados se não nos apressarm...—
Paro de falar ao voltar-me para a figura intitulada minha esposa.

MAS QUE PORRA É ESSA?

Não! Ela não está pensando em sair de casa assim. Alá!


Faça com que ela realmente não pense que sairá para algum lugar
assim...

Ela caminha apressada até a porta, mas antes que consiga


atravessar a puxo de volta para dentro do apartamento e fecho a
porta atrás de si.

–—Onde infernos você pensa que vai vestida assim, Bianca


Hoffman?— Pergunto irritado contando até cem para me acalmar.

Bianca pisca seus longos cílios para mim desconcertada por


alguns minutos, a jugar pela sua expressão diria que analisa se me
dá ou não uma resposta malcriada.
Ela tenta abrir a boca, mas a interrompo rosnando e
gesticulando –—Volte para o seu quarto e procure outra coisa, não
vai vestida assim! —

Bianca suspira derrotada e parece envergonhada ao


sussurrar –—Não outras roupas, tudo fica pequeno! É o melhor que
eu consegui. —

Caralho!

O melhor que conseguiu?

Ela parece ter saído de uma capa das coelhinhas de junho.


Está com uma saia justa e uma blusa branca com mangas, a roupa
ficaria bem em qualquer mulher, mas na Bianca? Ela fica
definitivamente indecente.

Não posso deixar aquele monte de marmanjo babar na minha


menina, não, não, não, não!

–—Dylan, estamos atrasados. Olha, eu sei que não é uma


roupa tão adequada, vou sim comprar roupas novas, não por sua
causa, mas por mim! Agora vamos, seu avô odeia atrasos ,lembra?!
— Diz dando um selinho nos meus lábios e passando por mim
apressadamente me deixando abobalhado com suas palavras...

Céus!

Me dou conta de que já passou por mim e quando abro a


porta do apartamento ela já está dentro do elevador com dois caras
mirando sua bunda.

Estou com a sensação de que isso não vai prestar...


15. Capítulo- Minha esposa.
Dylan

Alguns radicais me olharam feio quando eu passei o braço em


torno da cintura fina de Bianca no elevador e a trouxe mais junto de
mim.

Fodam-se eles!

Minha mulher estava quase sendo perfurada por dois trogloditas


que babavam em sua bunda, ao pondo de nem ao menos
pestanejar os olhos os filhos da puta desgraçados!

Não poderia ver aquela cena e não deixar claro que aquilo tudo
tem dono. E este felizmente sou eu, Dylan Hoffman.

Ás vezes estar perto de Bianca me deixa um pouco transtornado


e juro que se não me policiasse poderia me transformar em um
homem das cavernas facilmente. Isso é uma porra assustadora!

Olhares curiosos e desejosos também nos acompanharam


quando chegamos a empresa, me sentia estranho em relação a isto,
meio que obcecado em esconde-la daqueles olhares sujos e
fodidamente puto da vida por saber que não conseguiria fazer isso.
Nunca fiz o tipo ciumento, mas com ela me sinto possessivo, a
ponto de querer demitir todos os desgraçados que olharam em
direção a minha esposa.

Porra! Ela é minha, não é mesmo?


Jamais fui radical, apesar da minha família ser muçulmana eu fui
criado muitos anos nos Estados Unidos—New York, mais
especificamente- e nunca tive vontade de seguir a religião dos meus
avós, mas hoje me arrependo disso! Poderia conviver com minha
Bianca vestindo uma burca e se dirigindo apenas a mim pelo resto
da sua vida.

Suspiro aliviado quando entro no escritório e enfim consigo


esconde-la daqueles olhares pervertidos.

Não tive tempo de comemorar minha alegria de tê-la ali só para


mim nem de chegar até ela, já que um segundo depois que entrei
meu avô já rompeu a porta.

–—Bom dia! Seja bem-vinda Bianca. — Diz ele sorridente.

Certo. Meu avô está começando a me assustar.

–—Bom dia Senhor Ali, e obrigada!... Bem, estou pronta para


começar! — Bianca responde-lhe firme.

Ás vezes me surpreende como ela pode ser ardilosa, destemida.

A maioria das mulheres que conheci foram aprendizes de


Submissa e Submissas, apesar de todas lidarem bem a dor eram
delicadas e dóceis, nenhuma se compara a minha menina. Ela é
forte de um jeito que nunca vi nenhuma mulher ser, sei que também
tem suas fraquezas –afinal todos nós temos- mas ela sabe como
camuflar sua fragilidade e isso me admira.

–—Começará agora mesmo. Houve alguns problemas na


construção de nossa nova matriz. Você não atuará em nada hoje,
apenas quero que conheça a empresa e quais são suas funções,
Dylan se encarregará de lhe repassar tudo isto. Mas também
gostaria de apresentar-lhe aos demais departamentos! — Vovô
informa.

Suspiro frustrado já imaginando todos aqueles malditos olhares


novamente...

***

Assim que chegamos a sala de reunião duas presenças


disputam o óscar para os mais indesejáveis do ano, Rachel e
Gutiérrez.

Este último assim que nos ver entrar corre como um cãozinho
que achou o osso para cumprimentar a Bianca. Isso me irrita
profundamente.

–—Olá Bia, como vai? — Gutiérrez pergunta galante.

Bia?

Bia é o caralho!

Mais rápido que a velocidade da luz já estou com os braços


em torno da minha diabinha, ela me fita confusa, mas entrelaça
seus dedos aos meus.

–—Bem, obrigada Gutiérrez! — Ela diz formalmente fitando a


junção dos nossos dedos.

Após ficar momentaneamente confuso e surpreso, Gutiérrez


parece se recuperar.
–—Hãmm... Bom então, vocês se conciliaram? —

–—Bem, nós estamos nos entend...— Bianca começa e eu a


corto.

–—Sim, afinal somos casados! E estamos muito bem,


obrigado. — Digo rispidamente.

Gutiérrez sempre foi um bom colega de trabalho, mas nunca


um amigo em potencial. O cara é legal, mas também muito
ambicioso e de certo modo sempre gostei de manter um pé atrás
com pessoas ambiciosas demais. Não gosto nenhum pouco da
forma como olha para Bianca, da forma como deseja o que é meu...

Ele não consegue disfarçar seu olhar cobiçador sobre ela


durante toda a reunião, me sinto tentado a pega-la pelos cabelos e
tranca-la na minha sala... Um maldito homem das cavernas do
cacete!

E tudo por culpa dessa droga de saia e blusa justas, e para


quê esses óculos? Só para terminar de foder tudo.... Ah, mas você
me paga Bianca Hoffman! Hoje mesmo providenciarei uma loja
inteira de roupas no seu armário, roupas decentes, diga-se de
passagem. Se bem que ainda não sei o que não ficaria indecente
naquele corpo...

–—... Então creio que teremos alguns empecilhos e seria de


grande ajuda se Dylan pudesse resolver comigo. Não me sinto
segura o suficiente para realizar tais mudanças nas plantas sem seu
consentimento— A voz de Rachel rompe o espaço, me trazendo à
tona.
–—Se quiser fazer qualquer mudança na planta da matriz
sinta-se à vontade. Apenas deixe seus planos descritos no relatório,
não preciso acompanha-la para isso. — Digo firmemente.

Estão se perguntando se a amo ainda? Claro que sim, não se


apaga do sistema alguém que amamos assim em tão pouco tempo.
Mas uma vez soprada a palavra no vento ela não volta mais.

Sei o que ela está tentando fazer. Está querendo fazer


ciúmes a Bianca e por fim tentando se reaproximar de mim. Não
gosto de joguinhos e quando digo fim, é realmente o fim...

Bianca sorri maldosamente para Rachel que insiste –—Mas


eu tenho que te mostrar quais as mudanças, pensei que poderíamos
visitar as obras juntos, assim eu ficaria mais segura em realizar as
mudanças adequadas. —

Ela e Bianca se encaram e por alguns segundos acho que


saem faíscas de seus olhares raivosos.

–—Faça como eu ordenei, Rachel.— Brando.

Bianca sorri vitoriosa enquanto Rachel se remexe na cadeira


desconfortavelmente.

Minha menina má. Penso sorrindo bobamente.

Assim que a reunião se encerrou e Bianca foi devidamente


apresentada como a nova diretora do departamento de Jurisdição a
peguei pelo braço e caminhei até onde seria sua sala. Estávamos
em silêncio, já haviam outras pessoas no elevador, mostrei todo o
prédio e suas funções. Bianca é inteligente e logo se familiarizou
com o espaço.

Minha corrida entre reuniões e compromissos me impediram


de continuar ao seu lado pelo resto do dia. Nem almocei na pressa
de terminar tudo rápido para poder bisbilhotar o que ela deveria
estar fazendo.

Quando enfim terminei minhas obrigações caminhei a passos


largos até sua sala. Bati na porta e ela atendeu-a com aquela cara
de safada. Sua cintura fina bem demarcada por aquela saia,
aqueles seios fartos quase saltando da blusa e aqueles saltos... Alá!
Aqueles saltos...

–—Vai ficar parado aí? — Ela pergunta e eu adentro sua


sala.

Sento na cadeira em frente a sua mesa admirando sua bunda


maravilhosa para caramba enquanto ela fecha a porta. Cruzo as
pernas e os dedos no meu colo esperando pacientemente que vire-
se para mim... O que ela faz lentamente mordendo a ponta da unha
com aqueles olhos famintos por baixo de seu óculos de leitura...
sexy, tentadora... deliciosa...

–—Então? O que posso fazer por você chefinho? — A


maneira como enfatizou o chefinho fez meu pau endurecer
instantaneamente.

Porra de mulher gostosa.

–—Venha até aqui minha pequena diabinha— Ordeno


calmamente.
Noto que ela aperta uma perna uma na outra antes de
caminhar até mim.

Quando para na minha frente levo minhas mãos por baixo da


saia até entre suas pernas lentamente.

–—Dylan— Ela pronuncia meu nome num sussurro fraco.

–—Você já está molhadinha para mim, Bianca? — Pergunto


encarando seus olhos.

Minhas mãos tocavam sua bunda e acariciava suas coxas...

–—Sim! — Gemeu excitada.

Sorri maliciosamente e minha mão direita encontrou o fundo


de sua calcinha molhada, grunhi de satisfação e rapidamente meus
dedos deslizaram sua calcinha para fora do seu corpo.

Cheirei sua calcinha inalando profundamente seu cheiro e


guardei-a no bolço da minha calça.

–—Adoro o cheiro de sua excitação, neném!— Exclamo.

Ela sorri timidamente com as bochechas ruborizando.

Linda.

Perfeita.

Fodidamente minha...

–—Agora suba na mesa, sente-se com as pernas bem


abertas para mim Bianca, quero ver sua boceta me receber! —
Ordeno.
Vejo as pupilas de seus olhos acobreados se dilatarem e ela
faz como ordenado.

Levanto e vou até a porta trancando-a com a chave em


seguida retiro meu paletó. Depois caminho de volta até minha
cadeira, posiciono-me bem na sua frente, com o rosto praticamente
em meio a suas pernas. Bianca está com as pernas abertas em
cada lado da mesa. Se apoia em suas mãos e seus olhos me fitam
desejosa.

Sua boceta está úmida, posso ver como se aperta sob meu
olhar atento, enfio um dedo para confirmar e gemo extasiado.

–—Puta merda neném, você está pingando! — Digo enfiando


mais um dedo.

Bianca geme baixinho e eu me apresso em beber todo o seu


suco. Minha boca é exigente em seu clitóris enquanto meus dedos
massageiam sua abertura.

–—Dylan, por favor... eu quero... eu preciso... ah meu Deus—


Geme levantando o quadril para encaixar-se melhor em meus
lábios.

Gemo e não suporto mais. Necessito me enterrar naquela


boceta quente.

Em menos de um minuto já levantei da cadeira e retirei


minhas calças, seguro meu pau firmemente me mostrando a esta
que suspira fitando onde minhas mãos trabalham.
–—Você quer tê-lo minha diabinha? Quer que o enterre até o
talo em sua bocetinha apertada? — Rosno encarando seu rosto
avermelhado e seus seios arfantes.

–—Sim, por favor! — Pediu manhosa.

Não precisava de um segundo pedido. Lhe empalei


rudemente ouvindo seus sonoros gritos e gemidos.

Uma boa coisa os árabes gostarem de privacidade e suas


paredes, portas e piso serem bem revestidos e a prova de sons...

Minhas estocadas foram profundas e urgentes.

–—Isso neném, se aperta a mim safada... Ohhh Bianca....


Isso, assim... Toma todo meu pau, porra Bianca! — Rujo com uma
mão possessivamente a acariciar seu clitóris enquanto a outra
segurava sua bunda redondinha próximo a beirada da mesa.

–—Aiii Dylan, está saindo.... Eu vou gozar... Ahhhh— Ela


grita entes de eu reclamar sua boca como minha.

Nossas línguas se entrelaçaram numa dança sensual perfeita


enquanto bombeei meu pau entrando e saindo daquela abertura
quente e quando senti seus apertos palpitantes me indicando que
seu gozo havia chegado me derramei nela.

–—Caralho de boceta gostosa, ohhhh Biancaa!— Gemo e


dou minha última estocada.

Enterro minha cabeça em seu ombro sentindo seu cheiro, o


aroma de nosso sexo e meu cheiro impregnado em sua pele
macia... O melhor cheiro do mundo...
Procuro seus olhos castanhos e quando o encontro ainda um
pouco desnorteados murmuro seriamente.

–—Você nunca mais usará essa maldita saia nem esse


caralho de blusa sexy, está me ouvindo?!—

Sua risada é o meu segundo som favorito, perde apenas para


seus gemidos.

Bufo irritado, mas volto a volver meu rosto em seu pescoço


suado a sentir nossos cheiros deliciosamente misturados...

Hoje à noite iremos conversar sobre como ficaremos, para


mim não há mais o que tratar sobre isso, porém tenho que deixar
claro para minha pequena diabinha que ela é minha.

Minha esposa.

Minha amante.

Minha submissa.

Bianca pertence a mim agora, e nem meu avô nem ninguém


nesse mundo irá poder tocar ou quebrar minha menina.

16. Capítulo- Laços de sangue


Bianca

Duas semanas.

Já fazem duas semanas que divido a mesma cama que Dylan,


que vamos juntos a empresa, que transamos loucamente em cada
superfície desta casa e dormimos juntinhos.
Posso parecer cética em acreditar que alguma coisa está errada,
que amanhã acordarei e estarei apenas sonhando ou que Dylan
simplesmente acorde e diga que tudo não passou de uma
brincadeira, que foi bom e acabou.

Comigo nada é fácil, nada é tranquilo e muito menos duradouro.

Eita lasquera!

Só de pensar nisso meu coração se aperta e um nó se forma na


garganta. Pergunto-me como meus sentimentos por ele puderam
passar de ódio, para desejo, depois os dois um vagando lado a lado
com o outro e agora ser... Isso. Pergunto-me também o que é
o isso que sinto por ele.

Sinto um frio na barriga só em vê-lo, sinto minhas mãos suarem


quando estou perto dele e quando ele me toca derruba todas as
minhas barreiras de proteção.

Seria tão mais fácil se eu estivesse em casa com os demais


mosqueteiros, me pergunto o que eles diriam sobre isso...

Lauren com certeza me mandaria tomar um remédio para dor de


barriga e parar de me masturbar que tudo ficaria bem. Armindo teria
alguma teoria sexual e biológica envolvendo testosterona e
adrenalina na qual eu não entenderia até ele simplesmente dizer:
Ele está te fazendo gozar muito, é apenas isso.

Suspiro ao pensar neles.

Que saudade dos mosqueteiros, da minha Maria, dos meus


pirralhos da escolinha...
–— Posso saber o que está passando por essa cabecinha oca?
— Sua voz rouca-pós-sexo é a coisa mais malditamente perfeita
que já ouvi.

Estamos nus esparramados na sua cama, suas pernas entre as


minhas e sua cabeça sobre minha barriga enquanto acaricio seu
cabelo devagar e carinhosamente.

Sorrio bobamente ao perceber que quando ele fala comigo eu


nem consigo ler meus próprios pensamentos.

Isso é assustador.

Será que ele se sente assim também?

Incapaz de controlar minha língua e pensamentos


desembestados pergunto –—Dylan, o que você sente por mim? —

Ele vira o rosto para fitar o meu e depois de me encarar por


alguns segundos suspira ao responder.

–—Porque está perguntando isso? No que estava pensando? —

–—Em você. Eu me sinto... estranha perto de você. — Confesso


sem filtros.

Dylan se ajeita sobre mim e ficamos com os rostos quase


colados, sua mão sobem e descem por minhas laterais do corpo
lentamente.

–— Estranha como? — Indaga curioso.

Solto um longo suspiro antes de impulsivamente desembrulhar –


—Minhas mãos soam, minha barriga parece que tem um vazio sem
fim —e não é fome- me sinto nervosa e ansiosa quando estou com
você. Quando não estamos juntos penso em você a cada hora do
dia parecendo uma psicopata obsessiva. Um simples toque seu e eu
derreto mais que pedra de gelo ao sol do meio dia Fortaleza. Você
fala comigo e eu esqueço até o que estava pensando. Eu te acho
lindo até quando está furioso comigo e o meu coração pula mais
que folião no carnaval de Salvador quando me beija—

Espero que a explicação tenha feito sentido para ele, porque


para mim fez todo sentido do mundo.

Dylan abre um sorriso lindo que me faz suspirar.

–—Não sei se esse vazio na sua barriga não é fome, porque


você come que é uma benção. —

Bufo e ele continua fitando-me com aquelas safiras inebriantes.

–—Acho que você é a psicopata obsessiva mais linda do mundo,


mas quanto ao gelo no sol de Fortaleza e folião do carnaval de
Salvador não sei o que pensar porque nunca vi...— Tento falar mais
ele me impede com os dedos nos meus lábios. –—Shiiii... minha vez
agora.... Acho perfeito como seu corpo responde ao meu, adoro
acordar grudado contigo e transar preguiçosamente de madrugada,
o som de seus gemidos é o melhor som do mundo para mim além
da sua risada. Seu cheiro é meu êxtase, o seu corpo é minha
perdição, quando o meu dia é bom eu só penso em chegar em casa
e te foder até cairmos exaustos e quando são ruins eu só me
imagino chegar em casa e te foder mais ainda... Não precisa fazer
sentido o que sentimos um pelo outro, minha menina, basta
apenas... sentirmos—. Diz como se tivesse feito todo o sentido do
mundo.

Oxente, e não é que ele me deixou mais confusa ainda...

Pisco algumas vezes ainda sem entender até que a impaciência


vence.

–—Porra Dylan, você me ama ou não?!— Pergunto confusa.

Dylan explode numa risada que me deixa um pouco irritada. Que


foi que eu disse? Devo estar parecendo uma estúpida agora.

–—Só você para acabar um momento romântico, Bianca! —


Dylan diz tentando cessar o riso.

–—Era para ser romântico? Porque eu só entendi que você


sente tesão por mim e depois gosta de me ouvir gemendo e de me
foder... E além do mais eu não entendo nada de romantismo, mas
pelo pouco que sei é que envolve corações e coisas melosas e nada
que envolva foder no meio. Ôxe! Comigo ou é ou não é e pronto.
Sem enrolação. — Digo irritada.

Sinto seu pau duro se esfregar na minha entrada e gemo


desejosa.

–—E quem disse que o foder aqui está só no meio? Pode estar
no começo e no fim também, neném! Pode até durar a noite inteira
se você quiser! — Sussurra e não tive tempo de retrucar já que ele
me penetra centímetro a centímetro com a língua quase socada na
minha garganta.

Ok. Podemos falar de sentimentos outra hora, não é?!


Não voltamos a falar sobre sentimentos porque Dylan me
enrolou com alguma artimanha sexual superdesenvolvida que me
faz gozar pelo menos mais duas vezes.

Como alguém que goza mais de uma vez pode ter condições de
raciocinar sobre algo? Eu não consigo.

Desperto escutando meu celular tocar em algum lugar no quarto.

Droga!

Olho para o despertador em cima do criado mudo e vejo que


ainda são 2:00 hs da manhã.

Quem será?

Procuro o aparelho que berra Sorry- Justin Bieber- em algum


lugar.

–—Desliga a droga desse telefone, Bianca! — Dylan resmunga


tapando os ouvidos com o travesseiro.

Retruco alguma palavra sem nexo—acho que foi um palavrão-


Senhor! Tanto sexo pode deixar a gente realmente dopado. Não
entendo porque as pessoas usam drogas, acho que transar é uma
viagem tão alucinante, bem mais que os cigarros do Armindo...

Levanto a procura do meu telefone que insiste em tocar e o


encontro debaixo das calças de moletom do Dylan no chão ao pé da
cama.

Não olhei de quem se tratava, apenas atendi de olhos semi


abertos.
- LIGAÇÃO ON-

–—Alô? — Digo de olhos fechados voltando para cama.

–—Bianca? — A voz embargada de um homem ecoa no


outro lado da linha.

–—Sim, sou eu. Quem é? — Digo deitando de volta na cama


e me cobrindo com o edredom quentinho.

Estava com tanto sono que nem notei que ele falava em
português...

–—Sou eu Fernando, seu cunhado. — Sua voz era fraca


como se estivesse se controlando para não despencar no choro.

Isso me fez despertar e levantar da cama imediatamente.

–—Aconteceu alguma coisa com minha irmã? — Pergunto


preocupada.

Sua voz é urgente quando ecoa outra vez.

–—Os bebês, os bebês nasceram prematuros. Seus


sobrinhos. Mas a Beatrice está na UTI e não quer acordar, Bianca.
Eu não sei o que fazer cunhada, eu estou perdido e não conheço
quase ninguém aqui, nem entendo o que eles falam direito... eu
não... eu...—

O corto apressadamente –—Ok Fernando, calma! Escuta,


manda a localização para esse número que eu estou indo praí
agora! —

-LIGAÇÃO OFF-
Não o deixei terminar de falar e desliguei, preciso chegar lá.

Minha irmã precisa de mim.

Já estava acendendo a luz e adentrando o closet em busca de


uma mala e meus documentos.

Eu sabia.

Estava tudo perfeito demais, e se há uma coisa que aprendi


na minha vida é que momentos perfeitos acabam como passe de
mágica, principalmente no meu caso.

Minha irmã. Deus! Proteja minha irmã, peço me sentindo


angustiada e ao mesmo tempo desnorteada.

–—Bianca? Aconteceu alguma coisa? — Dylan pergunta


sonolento e preocupado ainda deitado na cama.

–—Sim!— Digo me concentrando em procurar um jeans para


vestir e uma blusa, além de roupas de baixo, claro.

Momentos depois o sinto atrás de mim –— O que aconteceu?


Pego uma pequena mala e jogo algumas roupas dentro


pondo-a em cima da cama.

–—Minha irmã precisa de mim! — Digo aflita procurando uns


objetos pessoais e jogando na mala também.

Quando vou tentar passar para o banheiro seus braços me


cercam e me olha apreensivo.
–—Me diga o que aconteceu, neném? Não vou te deixar sair
nervosa assim para lugar algum! Você sabe onde sua irmã está? O
que houve? —

–—Eu não sei direito, ela estava grávida e os bebês


nasceram e ela está na UTI e não acorda. Fernando está sem chão,
ele mal sabe falar inglês e eu preciso estar lá. — Afirmo
desesperadamente nervosa, nem tinha notado que estava trêmula...

–—Ok. Vou arrumar minhas coisas e ligar para o piloto


preparar o jatinho. — Diz entrando no seu closet.

–—Não precisa ir comigo, Dylan. Sei me cuidar só. Sempre


fiz isso à vida toda! — Digo momentaneamente irritada sem saber
ao certo com o que.

Ele para e volta até mim com passos decididos –—Preciso e


vou Bianca. Você não precisa mais cuidar de si, eu vou cuidar de
você. Se antes você não tinha alguém para te proteger e te cuidar
agora tem, e esse alguém sou eu, Dylan Hoffman, seu marido.
Entendeu? — Diz firmemente segurando meu rosto entre suas mãos
grandes.

Afirmo com a cabeça.

Ele beija meus lábios rapidamente antes de ir em busca do


closet outra vez.

*******

A viagem foi longa, silenciosa e demorada.


Nunca fui tão próxima da minha irmã. Ela não era minha
melhor amiga e nem conversávamos muito, sempre calada e tímida.
Beatrice sempre foi o oposto de mim. Nunca teve amigos e só viveu
em função dos desatinos do papai, submissa a todas as suas
vontades.

Cristo! Eu sou tia. De duas crianças.

E se algo acontecer com minha irmã ficarão órfãs de mãe.


Deus não permita!

Conheço minha irmã o suficiente para saber que ela seria a


melhor mãe do mundo, sempre cuidado daquelas bonecas como se
fossem bebês e dedicada ao lar.

Porque coisas injustas acontecem com pessoas boas?


Penso.

Assim que botamos os pés na cidade de San Antônio- Texas


(EUA) me senti mais apreensiva ainda.

É noite e parece ter chovido durante o dia.

Vamos direto ao endereço que Fernando nos enviou. O vejo


sentado numa cadeira numa das salas de espera quando
conseguimos entrar. Ele parece ter envelhecido uns dez anos.

Seu rosto bonito está com olheiras enormes, seu semblante


cansado e vejo que também está bem mais magro dentro de seu
costumeiro jeans velho e camiseta apertada.

–—Graças a Deus você chegou! — Ele diz assim que me ver.


Levantando-se, sou pega de surpresa quando seus braços
grandes me apertam num abraço firme e ele desaba em um choro
sôfrego.

O abraço de volta e tento ser forte para não desabar também.

Conversamos durante um tempo e ele me explica todo o


acontecido, estão morando numa fazenda há uma hora da cidade.

–—Ela está estável agora pelo pouco que consegui entender


do médico, você sabe que não sei falar inglês, negócios e tudo mais
era a Beatrice quem resolvia. — Diz suspirando.

–—Eu gostaria de vê-la. — Peço.

–—Sim, claro. Por aqui! — Ele diz afastando-se.

Olho para Dylan que também não pregou o olho durante o


vôo.

–—Vai com ele. Eu fico aqui resolvendo as coisas. — Diz


deixando um beijo demorado em meus lábios.

Foi assim a viagem toda, preocupado comigo e tentando me


alimentar, perguntando do que preciso a cada instante... sem ele ao
meu lado nem sei o que faria hoje.

Na UTI minha irmã parecia estar num sono profundo.

Lembrei a primeira vez brigamos. Acho que tínhamos uns


sete anos e Beatrice adorava suas bonecas refinadas que papai lhe
dava a cada viagem sua, eu estava construindo uma armadilha para
o pássaro que cantava todos os dias na minha janela me acordando
até aos sábados e domingos, mas eu precisava de algo para
camuflar a armadilha simulando um ninho então achei que os
cabelos da Adele- a boneca preferida de Beatrice- seria um ótimo
ninho por conta das madeixas castanhas que pareciam finos
arbustos. Ela ficou furiosa e não falou comigo por uma semana. Mas
eu peguei o pássaro despertador.

Sorrio com a lembrança.

–—Acorda logo Beatrice. Tem dois anjinhos te esperando mana,


você não vai querer que eles cresçam sem ninguém como nós, não
é? — Digo controlando minhas lágrimas para não caírem.

Odeio mostrar fraqueza.

Uma coisa que meu pai me ensinou bem foi nunca


demonstrar fraqueza, não chorar e aguentar o pancão.

Ao sair flagro Dylan conversando com Fernando, ás vezes


esqueço que ele fala português fluentemente também, apesar do
sotaque forte.

–—Gostaria de ver os bebês agora! — Peço.

Dylan acompanha-nos até o grande vidro que nos separa do


berçário. Lá eu vejo dois pingos de gente tão frágeis, um com sua
manta rosa e outro com sua manta azul.

Meu coração se aperta só em pensar que a mãe deveria ter


visto-os também.

–—Que nomes colocaram? — Pergunto sem tirar os olhos


dos pequenos do outro lado do vidro.
Fernando está mais deslumbrado do que eu quando murmura
–—João como meu falecido pai e Berenice como sua mãe—

Sorrio para escolha dos nomes. Eles têm cara de João e


Berenice mesmo.

Lindos.

Meus sobrinhos são de uma forma—estranhamente


esquisita- lindos!

Ficamos num pequeno hotel próximo ao hospital, me ofereci


para passar a noite lá, mas Fernando recusou veementemente. Vi
que minha irmã tinha encontrado sua outra metade ali, naquele
momento. Aquele homem faria de tudo por ela e por seus filhos.

Quando chegamos ao hotel ainda estou calada, não aceito


comer, apenas quero um banho e depois dormir.

Não reparei no quarto e nem em nada que nos rodeia, não


sei se pelo cansaço ou por toda tristeza que sinto.

Vou direto para o banheiro e tomo um banho rápido enquanto


Dylan está falando ao telefone.

Visto uma blusa de mangas, calça jeans e deito na cama,


depois do banho Dylan se junta a mim.

–—Quer conversar? — Diz calmamente me observando.

Aceno negando.

–—Pedi comida, tem que se alimentar, neném. — Continuo


muda pensativa –—Bianca olhe para mim! —
Obedeço mesmo sem querer.

–—Vai ficar tudo bem! — Ele assegura.

–—Espero que sim! — Falo com um fio de voz. –—Sabe, eu


entendia minha irmã. Ela sempre foi calada e tímida e obedecia ao
papai. Ela foi a filha modelo para ele, a menina dos seus olhos,
enquanto que eu sempre fui a ovelha negra, a que fazia tudo errado
e a que nunca ganhava presentes...— Sinto minhas lágrimas
quererem cair e levanto da cama andando de um lado para o outro
nervosa –—Eu não sei porque ele nos diferenciava tanto, eu sentia
inveja de quando ele a acariciava ou a elogiava, eu odiava o Natal
porque sabia que ela ganharia presentes e eu seria expulsa da
mesa de jantar por quebrar alguma coisa ou xingar alguém, eu tinha
raiva porque ela era perfeita enquanto que eu sempre fui uma
escória...—

–—Bianca calma! Não precisa se sentir culpada por isso...—


Dylan vindo ao meu encontro tentando me acalmar e eu o
interrompo gritando feito uma louca.

Sinto o gosto das lágrimas e não pude mais suportar.

–—EU A ODIEI DYLAN!... Eu odiei a minha própria irmã por


ela ter tudo e eu nunca ter nada, eu desejei que ela morresse mais
de uma vez para que meu pai pudesse olhar para mim...— Meu
choro sai de um jeito descontrolado e aos poucos me sinto sem
chão...
–—Eu não acredito que eu... Meu Deus! Como eu fui capaz
de desejar algo assim? Que tipo de monstro deseja isso a sua
própria irmã? Eu sou má Dylan, eu sou má— Digo com a voz
embargada.

Dylan me toma nos braços sentando no chão comigo em seu


colo. Me abraço a ele como a um bote salva-vidas e deixo todas as
lágrimas angustiadas não derramadas saírem...

–—Você não é má, neném. Seu pai que foi um verdadeiro


monstro com você e sua irmã, ele não poderia diferenciar vocês
duas. Você também era sua filha, porra!... Não se sinta culpada por
isso, era apenas uma garotinha que não tinha ninguém, e nem sabia
ao certo que significava a palavra 'morte' minha linda, esse
sentimento de raiva é normal quando se há tanta coisa ruim
envolvida. Mas eu sei que você ama sua irmã e que ela te ama
também. Laços de sangue não são quebrados por momentos de
fraqueza, minha menina... Mas vai ficar tudo bem com sua irmã e
com você também... Eu estou aqui, você tem a mim agora, neném!
— Murmura acariciando minhas costas e meus braços.

Soluço com o rosto enterrado em seu peito e nem sei como,


mas aos poucos deixei o cansaço me levar. Senti algo macio abaixo
de mim e braços quentes a me volver.

Foi a primeira vez na minha vida me senti tentada a acreditar que


não estava mais só e que tudo daria certo.

17. Capítulo- Beatrice.


Beatrice
Analiso minha imagem no espelho vendo o tanto que minha
barriga cresceu.

Quase sete meses.

Nem acredito que enfim sou feliz.

Mas estes dias sinto que há algo errado.

Uma sensação nostálgica me invade aos poucos...

Eu sempre fui amada desde pequena por meu pai, e o amava


incondicionalmente, amava minha irmã também, apesar de não
saber como demostrar e dela estar sempre aprontando com o papai.
Não sei porque Bianca sempre foi tão rebelde, talvez por meu pai
me dar tanta atenção e a ela tanto desprezo.

Nunca entendi porque meu pai nos tratava de maneiras tão


diferentes, agora que terei dois bebês não me imagino sendo tão
cruel como ele foi para minha irmã.

Bianca sempre foi selvagem, destemida e indomável. Sorrio


lembrando das vezes que ela fugia para tomar banho pelada no rio
com seus amigos.

Minha irmã tinha espírito livre demais, e papai sempre a odiou


por isso.

Eu sempre a invejei, eu queria ser livre como ela, queria ter tido
amigos e brincado lá fora, mas eu via que o resultado para
desobediência com o papai significava membros quebrados ou
marcas de açoites nas costas. Então preferia obedece-lo, não era
tão forte como a minha irmã...

Sei que em algum momento ela deve ter me odiado, eu também


a odiei quando criança por ela sempre poder sair para brincar de
tudo e eu não ter liberdade de ir nem a cozinha desacompanhada e
nem pôr o pé fora da calçada sem a permissão do meu pai. Mas
laços de sangue são maiores que quaisquer ressentimentos, e a
prova disso é que hoje sou feliz graças a Bia.

Eu sempre tive medo de desobedecer às ordens de papai. Segui


e me conformei com meu destino de casar com um desconhecido a
vida toda, até conhecer o Fernando.

Ah o Fernando.... Penso suspirando.

Ele é um homem maravilhoso, carinhoso, gentil, lindo e bastante


ingênuo, mesmo com aquele tamanho todo.

Me apaixonei por ele desde que nossos olhos se encontraram


pela primeira vez no rio, o dia estava bonito e ainda lembro do canto
dos pássaros...

Hoje, longe de casa e da tirania do meu pai, ao lado do homem


que eu amo e com dois filhos que em breve irão nascer posso enfim
dizer que sou feliz.

–—Bom dia minha flor! Como tão nossos bezerrinhos? —


Fernando adentra o quarto suado cheirando a mato e chuva, e como
sempre sem camisa...

Sorrio para ele pelo reflexo do espelho.


Adoro seu sotaque caipira, sou louca por esse corpo suado
assim e pela maneira delicada como me trata.

Eu o amo. Deus! Eu o amo tanto...

–— Estão muito bem aquecidos aqui na enorme barriga da mamãe


— Respondo.

Comparamos uma fazenda em San Antônio —Texas (EUA)


assim que pomos os pés em solo americano. Tive tanto medo de
que o plano da minha irmã maluca desse errado, mas no fim tudo
deu certo e aqui estamos nós. Numa pequena fazenda onde o
Fernando planta legumes e cuida dos animais. O dinheiro que
Bianca nos deu dará para nos sustentar por muito tempo e grande
parte eu apliquei.

Aquela sensação ruim de novo me invade.... Uma sensação


de que o meu mundo está prestes a desmoronar...

–—Que carinha é essa, meu anjo? — Fernando enlaça minha


cintura com seus braços fortes e antes que consiga responde-lo
uma forte dor atravessa minha barriga.

–—Aiii! — Gemo.

–—O que foi Beatrice? O que está sentindo amor? —


Fernando murmura nervoso.

A dor ataca outra vez e agora com mais força.

Sinto algo escorrer nas minhas pernas e Fernando se


apavora.
–—Deus do céu Beatrice isso é... isso é sangue!— Diz
atordoado me deitando na nossa cama.

–—Nossos bebês... me leva para o hospital amor, rápido! —


Peço entre lágrimas.

Seus olhos aflitos foram a última coisa de que me lembro.

—Eu estou presa na escuridão

Mas você é minha lanterna

Que está me fazendo passar pela noite...

18. Capítulo- Descoberta


Dylan

Estar com Bianca o dia inteiro e não ouvir uma única palavra
daquela boca rude e inteligente é angustiante.

Alá!

Sentir sua tristeza e dor e desespero é de cortar o coração.

Minha menina está sendo esmagada por dentro e isso


consequentemente está me arrebentando também... O que muito
me surpreende, me lembro claramente quando o avô da Rachel
morreu, ela ficou arrasada, mas nada que me afetasse tanto quanto
estou agora.
Uma lágrima no rostinho da minha Bianca e meu coração se
aperta de tal forma que eu trocaria de lugar com ela apenas para
não vê-la sofrer tanto.

Seu medo, seu pesar pela culpa que pensa ter é uma facada
cravada bem no meu peito, e ouvir seus soluços até que ressone
nos meus braços é de me deixar sem fôlego. Eu queria tomar suas
dores para mim e nunca a ver chorar nem sofrer como está fazendo
agora...

Depois do desabafo e do choro compulsivo onde eu a


acalentei e tentei ser reconfortante observo seu rosto molhado
adormecido.

Ela é tão linda, tão jovem e determinada que me custa


acreditar que é a mesma menina frágil e atormentada que seguro
agora. Teve uma vida fodida, seu pai é um maldito desgraçado!

Como ele pode destruir assim uma menina tão linda?

Como pode ser tão negligente com a própria filha?

Imagino-a pequenina e indefesa sendo castigada pelo pai. As


costas de Bianca possuem marcas de agressões, sua pele dona de
respingos bronzeados encobrem algumas cicatrizes, mas ao
acariciar sua pele ali pode-se sentir os vestígios que provavelmente
nunca desaparecerão, algumas são visíveis e por serem mais claras
que sua pele imagino que estas foram as que não receberam
nenhum procedimento médico, nenhum cuidado, e não sei porque
mais isso faz com que um nó fique suspenso na minha garganta.
Não me entenda mal, fui treinado desde cedo a ser um bom
dominador e isso incluía flagelar minhas submissas, ir até seus
limites e sim, me ensinaram como causa-las dor e desconforto
também, porém nunca machucar ao ponto de deixar marcas sempre
foi fundamental, nunca precisei chegar a isso. Na verdade, nunca
tinha usado essas práticas em alguém, somente em Bianca no dia
em que me fez perder a Rachel. Isso me faz abrir um sorriso....
Minha menina persistente conseguiu me separar da mulher que eu
gostava e que planejei passar minha vida inteira. Sei que isso foi
apenas uma tentativa sua para me tirar de seu caminho —minha
menina pode ser bastante ardilosa quando quer- mas ao invés de
me afastar me fez apenas desejar essa pequena mais do que já
desejara, não penso que tive uma minha submissa mais linda que
Bianca!

Ela ainda não sabe disso, é claro, mas é uma submissa


natural na cama, embora fora dela pareça um vendaval. Ela
obedece aos meus comandos como ninguém e mesmo fazendo-se
de resistente percebi que gosta de ser dominada.

A segurei no colo mais apertando e a levei até a cama onde a


depositei com carinho, depois retirei sua roupa delicadamente para
que dormisse melhor deixando-a apenas vestida em uma pequena
calcinha azul que mal cobria suas partes íntimas. Respiro
pesadamente e meu pau já dá sinal de vida, mas me contenho,
afinal ela está cansada e fragilizada.

Minha neném não dormiu a viagem inteira e passamos o dia


no hospital, e depois da descarga que foi seu choro está exausta e
precisa descansar, além de não ter clima para isso.
Retiro minha roupa apressado e me aconchego em seu corpo
quente. A puxo para meus braços e nos cubro com o edredom
macio cheirando seu pescoço sentindo seu aroma doce que
contradiz sua personalidade austera. Ela parece saber que sou eu já
que se aconchega a meu peito afagando e entrelaçando suas
pernas as minhas...

–—Dylan— Ela sussurra.

Ouvi-la chamar por mim enquanto dorme enche meu peito de


alegria...

Meus braços involuntariamente se fecham sobre sua cintura


e acaricio seus cabelos escuros e lisos que caem por seu rosto
perfeito que já memorizei cada pedacinho.

–—Estou aqui neném... Estou aqui! — Sussurro de volta


continuando a mantê-la junto de mim e acariciando-a até que o sono
me leva também...

Acordo com o barulho da chuva e o vento forte que entra pela


porta da varanda do nosso quarto. Levanto devagar e a fecho
tentando ser o mais silencioso possível, mas ao voltar para cama
dois olhinhos castanhos tristinhos me fitam.

–—Que horas são? — Pergunta baixinho.

–—Ainda é cedo neném, volte a dormir— Digo me


aconchegando ao seu corpo quente novamente.

–—Não quero mais dormir Dylan, quero ver minha irmã e


meus sobrinhos! — Diz firmemente.
Beijo seus cabelos inalando seu cheiro adocicado.

–—Ainda está muito cedo Bianca. São apenas três da


manhã, dormimos apenas três horas e a viagem de ontem foi longa.
Vamos descansar mais um pouco e eu prometo que assim que o sol
nascer ou no máximo ás seis horas voltamos ao hospital— Articulo.

Depois de ouvi-la suspirar longamente a ouço concordar.

–—Tudo bem! Mas eu não consigo mais dormir! — Reclama


chateada.

Ri da sua impaciência e cubro seu corpo com o meu.

–—Posso lidar com isso, basta só dizer sim minha menina! —


Exclamo apertando um de seus seios e sentindo meu pau endurecer
ao notar seus mamilos endurecerem.

–—Sim— A ouço sussurrar e suas pernas rodeiam minha


cintura me acomodando melhor ao seu corpo.

Acaricio sua face lentamente e beijo sua boca perfeita


calmamente. Suas mãos arranham minhas costas até minha cueca
boxer onde tenta tira-la apressadamente.

Interrompo o beijo e seguro seu rosto entre os dedos a


fazendo fitar-me —Hei, calma neném! Eu não quero te foder Bianca.
Hoje eu quero fazer amor... quero te sentir, cada pedacinho seu!
Tudo bem? — Digo carinhosamente.

Sei que ela precisa disso.

Sei que precisa sentir-se amada e cuidada...


–—Sim! — Exclama ofegante.

Sorrio e desço beijos por todo seu pescoço, abocanho seus


mamilos endurecidos, lambo e sugo cada um deles delicadamente
fazendo-a ofegar e se contorcer debaixo de mim.

Desço por sua barriga e um pouco mais estou no seu monte


vênus. Beijo-o devagar retirando sua calcinha pequena, me livro da
minha cueca e logo abro suas pernas amplamente. Beijo cada parte
inferior de suas coxas antes de beijar toda sua abertura sentindo
seu gosto divinamente salgado. Abocanho seu clitóris escutando
seus ofegos se transformarem em gemidos e tento me controlar
para não socar meu pau latejante na sua boceta com força...

Depois que a fiz gozar com a minha boca enterrada no que


se transformou no meu vício procuro sua boca e a beijo
profundamente. Nos agasalho melhor no lençol para nos proteger
do frio beijando-a enquanto posiciono-me melhor sobre seu corpo.

–—Dylan! — Chama.

–—Sim? — Respondo.

–—Me faça sua, por favor! — Sussurra na minha boca


levantando o quadril em busca de atrito.

–—Você já é minha, neném! — Afirmo e sugo sua língua


enquanto posiciono meu pau na sua entrada e introduzo-me por
completo, ela se encontra quente e molhada, mesmo assim sigo
sem pressa...

–—Oh céus!... Dylan! — Geme manhosa.


Afasto-me o suficiente apenas para encarar seus olhos
enquanto ofego tentando respirar calmamente para não perder o
autocontrole.

–—Ohh Neném, você é tão quente! — Gemo.

Nossas testas estão grudadas enquanto começo a estocar


lento, porém intenso mirando seu rosto lindo. Seus olhos fechando-
se cada vez que me afundo nela e sua boca vermelhinha
entreaberta é a porra mais fodidamente sexy que já vi. Meus olhos
fecham-se automaticamente também quando sinto seu primeiro
aperto no meu membro.

–— Bianca! — Gemo.

Meu coração está descompassado, nossas respirações mais


descompassadas ainda e o som dos nossos corpos se encontrando
preenchem o quarto...

–—Tão linda... você é perfeita! — Sussurro entrando e saindo


de sua boceta apertada um pouco mais rápido.

Suas mãos encontram minhas costas e suas unhas são


cravadas na minha pele a medida em que sua excitação e gemidos,
assim como apertos em torno do meu pau aumentam, sei que ela
está perto...
–—Dylan eu... eu vou...! — Exclama, mas não consegue
terminar a frese.

Rodeio suas pernas em volta da minha cintura ganhando


mais profundidade, mas continuo indo lento.

–—Vem meu amor! Goza comigo! — Peço antes de tomar


sua boca e beija-la como se não houvesse amanhã, tomando seus
gemidos para mim...

–—Ahhh... Dylan... Dylannn!— Bianca geme dengosa e sinto


meu pau sendo encharcado com seus fluidos. É o bastante para eu
me deixar levar também...

–—Biancaa...! — Grunhi me derramando nela.

Estamos ofegantes enquanto continuo debruçado sobre seu


corpo.

Beijo suas têmporas e sua boca ternamente e logo em


seguida saio de dentro dela caindo ao seu lado e a puxando para
meus braços.

Suas pernas logo estão entre as minhas e sua cabeça


deitada sobre meu peito, acaricio suas costas e beijo seus pescoço
e cabelos num gesto carinhoso.

–—Obrigada! — Ela sussurra sonolenta.

–—Pelo que? — Pergunto distraidamente continuando a


carícia.
Ergue o rosto e me fita com um misto de adoração e emoção
que não sei explicar.

–—Por estar comigo aqui, agora! Por ser tudo que eu preciso
quando estamos juntos— Diz deixando uma lágrima escorrer por
seu rosto perfeito.

Limpo a lágrima com meu polegar e beijo sua boca outra vez.

–—Você também é tudo o que eu preciso! Eu sempre estarei


aqui com você neném! Sempre! — Sussurro trazendo-a de volta a
meu peito.

Aos poucos sua respiração se torna compassada outra vez,


mas eu prefiro velar seu sono. O medo de que a qualquer momento
possa fechar os olhos e esse momento se ir me atormenta visto o
que sei que preciso fazer para conseguir o que ambiciono, terei que
usa-la para isso...

Penso numa outra solução até notar que a chuva passou e


que o sol raiou preguiçoso como qualquer dia após uma chuva
durante a madrugada, mas tudo parece mais sombrio hoje. As
nuvens escuras insistem em perseguir o sol e aos poucos até os
pequenos raios são capturados em sua névoa, instintivamente
aperto em meus braços Bianca que continua adormecida
emaranhada ao meu corpo.

O telefone de Bianca vibra em cima do criado-mudo e


estendo o braço para atende-lo assim que vejo o nome do
Fernando- cunhado de Bianca.
Me desvinculo dela devagar e visto minha cueca, saio até a
varanda para atende-lo. Ontem ainda ficamos no hospital para que
Fernando pudesse ir na fazenda, tomar banho e descansar um
pouco, já que ele se recusou a trocar o turno da noite com Bianca.
Bianca estava esgotada por causa da viagem e emocionalmente
também, além de dormir pouco não se alimentou, e está me
preocupando seu estado. Então seja o que for, eu mesmo irei
resolver.

Ainda é bem cedo, e pretendo deixa-la descansar um pouco


mais. O vento frio bate no meu rosto e leves gotas de água que
caem do céu indicam que a chuva desabará outra vez a qualquer
momento outra vez.

-LIGAÇÃO ON-

–—Fernando?!— atendo a chamada.

–—Onde está Bianca? — A voz com sotaque estranho de


Fernando verbena meus tímpanos.

Notei que ele parece chorar e um pressentimento ruim me


invade.

–—Ela ainda está dormindo, o que houve? — Pergunto.

Um momento de silêncio veio acompanhado de um soluço


baixo e eu soube. Beatrice se foi.

–—Alá! — Exclamo apertando a grade da varanda.

–—Ela acaba de falecer! Avisa a Bianca que... Beatrice, a


nossa Beatrice, ela nos deixou! — O homem parrudo e viril que
encontrei ontem no hospital sussurra do outro lado da linha.

–—Chegamos aí em poucos minutos Fernando! Eu... eu sinto


muito cara! — Digo com pesar.

–—Eu aguardo vocês, eu não sei o que fazer, como proceder


em nada, nem inglês eu sei falar direito! Está tudo confuso e.…—
Seu desespero é palpável a medida que as palavras ecoam.

O corto –—Calma. Escuta, não precisa fazer nada. Pode


deixar que eu cuido de tudo, não se preocupe com nada, ok? —
Tranquilizo-o.

–—Ok! Obrigada! —

–—Estaremos aí o mais rápido possível! — Afirmo e desligo.

- LIGAÇÃO OFF-

A chuva finalmente desabou.

Entrei no quarto mesmo molhado e observei a mulher linda e


quebrada dormindo tranquilamente com seus cabelos escuros e
lisos esparramados pelo travesseiro.

Como inferno irei contar a ela?

Como dizer que sua irmã se foi?

Isso irá destroça-la. Eu daria minha vida para que ela não
passasse por tamanho sofrimento.

Foi então que eu descobri...


Eu estou amando essa menina.

Descobri que eu não conseguiria dar continuidade a um plano


tão estúpido e arriscar quebra-la mais ainda, porque eu a quero.
Descobri que eu a quero no meu lar, na minha cama e na minha
vida para sempre.

Eu preferiria arrancar meu coração do peito que machucar o


seu.

Deus! Descobri que sim, o amor pode nascer num solo tão
infértil...

A descoberta ainda me causou algo que nunca senti tanto na


minha vida: Medo.

É amedrontador descobrir que seu coração está nas mãos de


outra pessoa, mas me causou mais medo ainda por essa pessoa
ser a simplesmente a menina que ressona tão tranquilamente ali
naquela cama, aquela maluquinha que é capaz de passar por cima
de tudo para conseguir o que deseja, a menina que já me fez perder
o juízo mais de uma vez, a minha neném... a minha menina má.

19. Capítulo- Meu caminho seguro


Quando meu mundo despedaça, quando não há nenhuma luz para
quebrar a escuridão. É quando.... Eu olho para você.... Quando as
ondas estão invadindo o litoral e não posso mais encontrar meu
caminho para casa. É quando... eu olho para você ( When I Look At
You- Miley Cyrus )

Bianca
Estava caminhando com meu velho e surrado vestidinho
floral cheirando a flores que a Maria sempre deixava quando o
lavava.

Meus pés estavam descalços e meus cabelos pretos e


pesados soltos. Ah como eu gostava de estar daquela forma!...
Sentindo a brisa fria da primavera bater em minha face, dos meus
pés descalços pisando naquela areia cinzenta e do cheiro de campo
e flores silvestres invadindo meu olfato.

Sorri satisfeita ao continuar minha caminhada pelo aceiro do


rio. Foi quando me deparei com uma silhueta magra, cabelos
compridos e lisinhos castanhos claro, quase acobreado.

-—Estava esperando por você, Bianca! — Sua voz calma e


doce pronunciou.

Beatrice estava vestida de maneira contida como sempre.


Seu vestido branco até os joelhos de certa maneira a deixava
elegante, e sapatilhas amarelas que papai a presenteou no natal
passado. Seus cabelos bem penteados e seus lábios rosa
engrandecia a beleza que nosso pai sempre fazia questão de
enfatizar que ela possuía e que eu jamais teria.

Bufei raivosa por lembrar de suas palavras e caminhei até


parar ao seu lado. Cruzei os braços e suspirei encarando a
correnteza do rio tranquila descer ribanceira abaixo para se
encontrar com o mar poucos quilômetros à frente.

Minha irmã me olhou alguns instantes calada antes de


quebrar o silêncio.
-—Não sei porque ele a trata dessa maneira, Bia! — Sua voz
pacífica me tirou dos meus devaneios.

Nos tratávamos por apelidos que achávamos irritantes, eu


aos oito anos descobri que minha irmã odiava ser chamada de
Trice, exatamente por isso comecei a chamava dessa forma. Ela por
sua vez me irritava ao me chamar de Bia e isso a deixou bastante
satisfeita. Com o tempo os apelidos irritantes se tornaram
carinhosos, só nós nos tratávamos assim, só não me acostumava
nunca com o poder que ela tinha de me ler.

Droga!

Eu odiava essa mania de Beatrice sempre adivinhar o que eu


estava pensando sem eu nunca mencionar. Não que a achasse
culpada de algo, na infância talvez, mas quando cresci soube
separar bem meus sentimentos egoístas da submissão da minha
irmã. Ela era boa demais para decepcionar alguém, e nosso pai
sempre a tratou com amor e carinho, qual o motivo que havia para
aquela garota frágil ser uma rebelde como eu? Nenhum.

Ela mais que ninguém sabia do que ele era capaz quando
contrariado, presenciou muitas vezes seus maus-tratos e agressões
contra mim sem poder fazer absolutamente nada.

Suspirei derrotada continuando a olhar para as correntezas


do rio.

-—Eu sei que deve ter sido difícil para você...— Começa e
logo a corto.
-—Não! Você não sabe Beatrice!... Aliás você não tem ideia.
— Digo rudemente, mas assim que as palavras me escapam me
arrependo de tê-las deixado saírem.

A olho arrependida e seus olhos marejados causam um


aperto no meu peito.

-—Desculpa Trice! Você não tem culpa do papai ser um


idiota! — Me desculpo e vejo seus olhos castanhos se arregalarem
pelo xingamento deferido ao nosso progenitor.

Ainda acho engraçada a forma como sua boca se entreabre


em surpresa. Fico feliz em ainda poder chocar minha irmã.

-—Não deveria provoca-lo tanto. Sabe o que ele faria se a


ouvisse! — Me repreende assustada olhando em todas as direções.

-—Não seja bobinha Trice. Ele sabe que é um grande babaca


mesmo! — Digo divertida dando de ombros.

Rimos alto durante alguns segundos até que seu semblante


se torna sério.

-—Preciso que faça algo por mim mais uma vez Bia! — Pede
me olhando com um misto de aflição e tristeza.

Franzo o cenho curiosa, mas ela sabe que pode contar


comigo para tudo que necessitar. Porém Beatrice não é de pedir
favores, então suponho que deva ser algo muito importante.

-—O que precisar Trice. Sabe que nunca te diria um não,


afinal de contas é minha irmã preferida— Falo sorrindo.
Seu sorriso branco e sincero é afetuoso ao responder ——
Sou sua única irmã. Não tem como não ser sua preferida já que não
tenho concorrência! —

Rimos outra vez ——Seja o que for, considere feito mana! —


Afirmo.

A vejo engolir seco e logo depois seus olhos enchem de


lágrimas.

——Quero que proteja meu tesouro! —

A encaro sem entender e ela aponta para algo atrás de mim.

Ao longe vejo duas crianças brincando com a areia molhada


do rio, uma menininha de cabelos presos com um coque em cada
lado da cabeça e um menininho de cabelos arrepiados, ambos com
tom acobreado de cabelo aparentemente com dois anos de idade.

Sorrio ao vê-los tão emporcalhados.

-—São lindos, não são? — Seu sussurro ao meu lado me faz


sorrir.

-—São sim! Mas porque não cuida você mesma do seu


tesouro? — Pergunto confusa.

Silêncio.

Por alguns minutos foco apenas nas crianças a frente,


quando viro e encaro minha irmã há lágrimas silenciosas escorrendo
por seu rosto.

Vejo dor em seus olhos.


Passo os braços em volta de seus ombros e a puxo para
mim. Nosso abraço foi longo e ao nos separar enxugo suas
lágrimas. Ela sorri e fixamos os olhos uma na outra.

-—Porque vou fazer uma longa viagem Bia. Eu não confiaria


meu tesouro a mais ninguém além de Fernando e você. — Sussurra
me abraçando outra vez——Prometa que vai protege-los Bia.
Prometa! — Ela implora.

Bia.

Sempre amei a meiguice da minha irmã, apesar de todas as


desavenças que nos rodeavam quando me chama de Bia não
conseguia resistir a sua doçura. Talvez seja por isso que meu pai a
ame mais do que a mim, Beatrice é linda e inteligente, meiga,
educada e um poço de bondade. E eu? Ah bem, eu sou eu. Grossa,
mal-educada, intransigente e maldosa.

-—Claro que os protegerei, Trice! Faria qualquer coisa por


você irmã. — Confirmo.

Nos separamos e ela toca de leve meu rosto sussurrando


——Obrigada Bia. Você é a melhor irmã do mundo. —

De repente sinto seus dedos gelados na minha face e sem


querer abro os olhos assustada.

Puta merda! Isso foi um sonho? Mas era tão real...

-—Hei neném! — Dylan murmura sentado ao meu lado


segurando meu rosto.
Suas mãos estão frias e quando meus olhos finalmente
ganham foco noto o quanto está molhado.

-—Você está molhado! — Digo roucamente sentando na


cama.

Ele me dá um sorriso triste sem tirar os olhos de cima de


mim.

——Eu sei! — Responde.

Olho meu celular que está em suas mãos não é mais tão cedo.
Preciso ser rápida para me vestir e ir ao hospital.

Levanto apressada da cama quase atropelando Dylan que


me olha incerto por uns instantes.

-—Droga Dylan, desculpa! Vou tomar um banho voando e


vestir qualquer coisa para voltarmos ao hospital...— Digo pegando
um par de roupas da mala e separando sobre a cama enquanto
continuo falando desenfreadamente——Sabe, tive um sonho com a
Beatrice. É um bom sinal não acha? — Pergunto prendendo minha
atenção a Dylan que continua estático sentado na cama ensopado e
com expressão de pesar.

De repente um arrepio frio sobe por minha espinha


estancando na minha nuca.

-—Não acha que é um bom sinal? — Pergunto insegura.

O vejo engolir seco e respirar fundo——Bianca vem aqui! —


Ordena sério, inconscientemente obedeço e sento ao seu lado.
-—Preciso te contar uma coisa— Diz cuidadosamente
passando uma camiseta sua pela minha cabeça, vestindo-me.

Algo me diz que não gostarei do que ele pretende me


contar...

Suspiro nervosamente.

Céus! Será que houve algo com os bebês? Mas ontem eles
pareciam bem...

Um pensamento me acerta em cheio fazendo com que


prenda minha respiração. Sinto minhas mãos gelarem e meus pés
ficarem suados, o sangue foge do meu corpo e tenho medo de
respirar...

Suas mãos acariciam minha nuca logo após eu estar mais


apresentável, o vejo respirar fundo outra vez antes de soltar
gaguejando.

——A sua irmã... Ela... O Fernando ligou e... — Sua voz


treme e eu o corto.

-—Não!...— Sussurro pondo um dedo nos seus lábios


calando-o com meus dedos trêmulos——Não diz isso— Imploro
sentindo meus olhos de repente secos.

Dylan segura meu dedo afastando-o e entrelaça nossas


mãos confirmando o que eu já desconfiava.

——Ela se foi, meu amor! — Sussurra.


Não tive como absorver o 'meu amor' porque meu chão se
abriu naquele momento

Me vi sem ar, com minhas mãos tremendo e sentindo uma


dor imensurável no meu peito. Minha respiração estava ofegante e
meu coração em disparada dentro de mim.

A voz também se foi, bem como minhas lágrimas que


surpreendentemente não vieram. Meus olhos de repente estavam
ardentes e sem reação, secos assim como meu sertão durante a
estiagem.

Levantei da cama sentindo meu mundo girar e Dylan me


segurou nos braços apertado, me reconfortando. Agradeci
mentalmente sua presença ali.

Deus! Não consigo acreditar... Beatrice... ela morreu?

Parecia tudo muito distante naquele instante. Parecia que


alguém estava ocupando meu corpo, mas este alguém não era eu.

Me desvinculei do peito de meu marido e rumei o banheiro, a


partir de então fiz tudo no automático... Eu confortei Fernando e
resolvi algumas coisas burocráticas para liberação do corpo, fui até
meus pequenos sobrinhos e contei-lhes que sua mãe tinha ido, mas
eu os protegeria sempre como prometi a sua mãe em sonho, e que
já os amava muito, tudo isso sem conseguir derramar uma
lágrima...

Chegou então o momento de ligar para nosso pai e contar-lhe


a notícia para enfim ele preparar tudo para o enterro da minha irmã
no tumulo ao lado da nossa mãe...
Estamos na sala de espera, eu, o Fernando e Dylan. Dylan
providenciou o voo para o Brasil para daqui há algumas horas e
Fernando assina alguns papéis do hospital.

Disco o número de meu pai e espero, no quinto toque ele


atende contrariado...

Ligação onn-

-—O que você quer? — Pergunta rispidamente.

Não tinha porque prepara-lo para notícia, meu pai não


merecia tanto da minha parte...

-—A Beatrice pai, sua filha acab...— Tento com minha voz
soando firme e desprovida de emoções, mas ele me corta...

-—Eu não quero saber nada dessa desavergonhada! Ela não


é mais minha filha e eu não admit...— Ele esbraveja.

Mas o corto despejando de uma vez...

-— Ela morreu! — Digo friamente.

Silêncio.

Depois do que pareceu durar uma eternidade o ouvi com um


fiapo de voz.

——O-o que?—

-—Beatrice acaba de falecer. Vou ligar para o Armindo fazer


os arranjos necessários e estaremos aí ainda hoje! — Murmuro
rispidamente e em seguida desligo sem esperar sua resposta.
- Ligação off-

Ligo para Armindo e dou-lhe a notícia assim como a Lauren.


Armindo arranjará tudo do enterro e velório e tudo mais. Ligo
também para Maria que já está em prantos por ter recebido a notícia
do papai. Todos eles perguntaram como eu estava, acho que minha
voz estava um tanto impessoal e fria. Mas era assim que me sentia,
fria, vazia, sem emoção...

Dylan e Fernando me encaravam quando terminei de falar


com todos. Fernando demonstrava estar um pouco assustado,
Dylan parecia preocupado. Mas isso agora não faria diferença, o
que eu mais queria ali era que tudo terminasse o mais rápido
possível...

Duas horas depois estávamos deixando os Estados Unidos.


Fernando chorou e jurou amor eterno diante do corpo imóvel da
minha irmã. Ele a amava, não há dúvidas quanto a isso. Senti tanto
ele não poder estar presente no enterro, ele teria que ficar com as
crianças, não poderíamos deixá-los sozinhos, mas prometeu assim
que as crianças estarem maiores um pouco mais iriam visitar o
túmulo de Beatrice. Dylan resolveu toda a questão financeira do
Fernando, as despesas dos bebês e minha irmã do hospital e
assegurou que uma pessoa de sua confiança auxiliasse Fernando e
as crianças enquanto estivéssemos no Brasil. Ainda iriamos decidir
sobre tudo quando retornasse, depois do enterro.

Não consegui dormir durante a viagem.

Chegamos ao Brasil a tarde, Dylan tentou me fazer comer e


falou palavras de apoio durante todo o percurso, porém nada fez
com que minha postura firme se abalasse.

De Fortaleza nos encaminhamos para a fazenda, lá seria o


velório e logo depois o enterro no cemitério de Poranga—cidade
vizinha- onde nossa mãe foi enterrada.

Logo que desci do carro acompanhada por Dylan Maria se


joga nos meus braços chorando.

-—Minha menina... Oh Deus do céu! Como ocê tá? Que


saudade de ocê minha menininha! — Ela murmura se debulhando
em lágrimas.

A funerária contratada por Armindo leva o caixão até a sala


de estar e Maria chora mais ainda abraçada a mim.

-—Vai ficar tudo bem Maria. Vai ficar tudo bem! — Digo a
confortando.

Maria sempre foi nossa mãe desde que nos entendemos por
gente, ela sempre nos cuidou, nos mimou e tentou nos proteger. Ela
foi tudo para mim e Beatrice com certeza a tinha da mesma forma.

Logo que ela se acalma e cumprimenta Dylan com um


enorme abraço, Armindo e Lauren surgem me abraçando
carinhosamente.

—Eu sinto muito Athos. Sinto muito! — Lauren sussurra me


abraçando.

—Obrigada Aramis!— Digo secamente usando nossos


apelidos de mosqueteiros.
Logo Armindo me toma nos braços.

——Sinto pela sua perda Bianca! Deus, eu sinto mesmo! —


Murmura emocionado.

Beijo seu rosto sorrindo friamente——Obrigada por ter


agilizado tudo Phortos!—

Armindo e Lauren se encaram por alguns segundos numa


comunicação muda e depois ele me encara segurando meu rosto
entre as mãos.

——Como está se sentindo, Bianca? — Pergunta


preocupado.

—Ela está bem, obrigado! — Dylan diz entre os dentes me


puxando para si.

Não acredito que ele está com ciúmes do Armindo...

Suspiro antes de tranquiliza-los.

——Eu estou bem sim! Vou subir e tomar um banho para


irmos ao cemitério. —

Passo por todos e entro em casa.

Vejo papai prostrado ao lado do caixão de Beatrice com os


olhos inchados e vermelhos. Não falo com ele. Vou direto ao meu
quarto onde tiro a roupa e entro no chuveiro.

Nunca tomei um banho tão longo durante toda minha vida.


Quando saio Dylan está sentado na cama, nossas malas estão ao
lado da porta e ele me encara de forma estranha.
Caminho até meu antigo guarda-roupas e de lá retiro um
vestido beje simples que vai até meus joelhos e não deixa meus
seios tão a mostra, além de uma lingerie branca.

Vesti tudo sob o olhar atendo de Dylan, até que resolvo


perguntar.

——Que foi? —

Dylan levanta e segura meu rosto antes de beija-lo


carinhosamente murmurando——Estarei aqui sempre que precisar

Afirmo maneando a cabeça e o espero tomar banho e se


aprontar enquanto termino de me arrumar. Na sala alguns amigos
do meu pai o distraem. Algumas ex colegas de escola de Beatrice
dão seu último adeus, funcionários da fazenda também prestam
homenagens, mas a grande maioria são alunos da escolinha,
amigos e conhecidos meus que vieram me confortar e dizer
palavras de apoio. Os tratei gentilmente e distante de mim como
tinha feito desde que soube que Beatrice não estivava mais entre
nós...

Logo estávamos no cemitério, Dylan permanecia a minha


direita me segurando protetor pela cintura, me apoiando e antes de
ser enterrada junto aos restos mortais da nossa mãe, me aproximo
e observo o rosto sem vida de Beatrice... pelo vidro do caixão avalio
sua palidez, sua inércia e seus traços delicados que nunca mais
verei.
Foi naquele exato milésimo de segundo que finalmente a
ficha caiu.

Ela estava morta.

Minha irmã estava morta e eu nunca mais a veria novamente,


nunca mais ouviria sua doce voz me chamando, não levantaria dali
e sorriria dizendo que não passava de uma brincadeira estúpida e
se desculparia porque nunca soube o que é brincar...

Uma dor insuportável rasgou em meu ser e um soluço


baixinho me escapou, porém, meus olhos continuaram sem
resquícios de lágrimas.

-—Satisfeita? —Ouço um rosnar próximo a mim.

Meu rosto se ergue para encontrar a expressão raivosa de


meu pai ao meu lado, como sempre me encarando com desprezo.

O fito sem demonstrar reação alguma até que ele continua


destilando seu veneno.

——A culpa disso foi sua. Minha filha estava feliz e segura ao
meu lado e você a envenenou para que fugisse. Queria tomar seu
lugar, não era? Sempre teve inveja de Beatrice e a odiava por ela
ser o que você nunca será. Sua irmã era um anjo e você... você é
seca Bianca. Você sempre será uma menina má, um demônio que
atormenta minha vida! — Sua expressão é dura apesar das últimas
palavras terem sido praticamente gritadas e lágrimas caírem de sua
face deliberadamente.
Dylan tenta falar algo, mas o impeço. Me coloco a sua frente
enfrentando-o desafiadoramente.

Era assim que eu e meu pai funcionávamos, secos, duros e


frios...

-—Talvez ela tenha herdado toda bondade da mamãe,


enquanto que eu só herdei suas qualidades pai! — Responde
sarcasticamente.

Em meio a tanta gente não era possível ouvir um ruído


sequer, todos reparavam em nós.

—Você é desprezível menina! Matou sua irmã e agor...—


Papai tenta e eu o corto.

—EU NÃO A MATEI! — Explodo gritando.

—MATOU SIM! VOCÊ A TIROU DE MIM, A TIROU DOS


MEUS BRAÇOS. TUDO QUE ACONTECE DE RUIM HÁ UM DEDO
PODRE SEU ENVOLVIDO, VOCÊ É RUIM, É MESQUINHA, É
DESPREZÍVEL! DEVERIA SER VOCÊ A OCUPAR ESTE CAIXÃO,
NÃO ELA... NÃO A MINHA BEATRICE, NÃO A MINHA FILHA—
Retruca berrando também.

É então que a raiva, o sentimento de perda, a dor me


consome e quando dei por mim já estava com o dedo na cara dele
gritando raivosamente, mas segurei as lágrimas que brilhavam em
meus olhos.

Não choraria na frente dele, nunca!


-— SE HÁ ALGUM CULPADO AQUI, ESSE ALGUÉM É
VOCÊ! EU A TIREI DE SEUS BRAÇOS SIM E TIRARIA MIL VEZES
MAIS E ELA IRIA, SABE PORQUE? PORQUE VOCÊ É UM
BASTARDO FILHO DA PUTA CAPAZ DE TUDO PARA
CONSEGUIR O QUE QUER. ELA AINDA ESTARIA AO SEU LADO
CASO TIVESSE ACOLHIDO SEU AMOR E SEUS FILHOS. TERIA
FICADO CONTIGO ATÉ O FIM SE TIVESSE SIDO UM PAI QUE A
AMASSE E PROTEGESSE E NÃO QUE A OBRIGASSE SER
QUEM NÃO ERA, QUE NÃO A INTIMIDASSE, A IMPEDISSE DE
VIVER PORQUE FOI ISSO QUE VOCÊ FEZ... VOCÊ ACABOU
COM A VIDA DELA FAZENDO-A SUBMISSA A VOCÊ. A USOU.
VOCÊ ESTAVA MATANDO-A DIA APÓS DIA AOS POUCOS.
PORQUE É ISSO QUE VOCÊ FAZ: DESTRÓI AS PESSOAS...
ENTÃO TE DEVO DAR MEUS PARABÉNS, PORQUE SE SOU
TÃO MALDITAMENTE DESPREZÍVEL COMO DIZ É PORQUE
APRENDI COM O MAIS DESPREZÍVEL DE TODOS: VOCÊ! —

Nem bem terminei de jogar tudo na sua cara e sua mão já se


erguia para me estapear. Eu não o impediria, na verdade apanharia
feliz por ter dito o que ele merecia...

Porém antes que sua mão acertasse meu rosto a mão de


Dylan a segurou firmemente.

——Não ouse tocar em um fio de cabelo da minha mulher! —


Rosnou raivoso para o meu pai.

Olhei em volta e todos nos fitavam horrorizados, até o padre


nos observava chocado. Agora tudo tinha desabado, a morte de
Beatrice, o desprezo do meu pai. Meu coração estava sendo
esmagado a cada lágrima não derramada e a cada tremor do meu
corpo.

Papai solta o braço de meu esposo abruptamente.

Sinto alguém me segurar, mas não consigo identificar quem é


tamanho meu desalinho.

——Vem, vamos sair daqui Bianca! — A pessoa murmura,


mas Dylan me segura pelo braço, fazendo-me parar...

-—Você fica. Se meu sogro está incomodado com a presença


dela aqui então ele que saia! — Ele esbraveja me puxando contra a
si, meu pai bufou irritado, mas não ousou falar nada e assim que o
caixão desceu saiu dali.

Também saímos e a primeira coisa que fiz assim que cheguei


a fazenda foi jogar meus sapatos fora e selar meu cavalo Trovão.
Quando o montei meus amigos mosqueteiros e Dylan estavam a
minha espreita na cancela.

-—Onde pensa que vai? — Dylan pergunta exasperado.

Antes que eles pudessem me impedir atiço Trovão e


saltamos a cancela. Ouço seus gritos atrás de mim, mas eu não
poderia desabar ali, não tão perto do meu pai.

O vento batia em meu rosto, a sensação de liberdade me


invadiu bem como as lembranças da minha pequena irmã de
cabelos clarinhos e pele de porcelana vagavam na minha mente.

Chorei.
Chorei toda mágoa, angústia e dor que havia no meu peito.
Chorei pelas vezes em que ela ficava trancada em casa sem poder
sair porque decepcionaria meu pai, chorei por ter tido inveja e
desejado sua morte quando criança, chorei por não ter dito o quanto
eu a amava todos os dias, por ela conseguir sua liberdade
tardiamente e por não ter conhecido seus próprios filhos e
principalmente por saber que ela não voltaria mais. Chorei porque
eu a amava tanto, e agora nunca mais poderia a ouvir chamar-me
de 'Bia', nem dizer o quanto eu era mal-educada por entrar no seu
quarto sem bater, ou me olhar chocada quando eu ousava xingar o
papai.

Cavalguei como nunca na minha vida, Trovão parecia saber


minha dor porque corria veloz como o vento. Os soluços se
misturaram ao som da ventania que balançava meus cabelos e
aturdia meus pensamentos.

Depois de minutos, horas nem sei, sei apenas que foi quando
não havia mais lágrimas eu enfim voltei para casa. Era noite e o
caminho estava escuro, eu também me sentia escura, a lua não
apareceu e nuvens escuras engoliram todas as estrelas do céu.
Trovão sabia o caminho de volta para casa, e isso era a única coisa
que eu queria: voltar para casa. Não aqui, este não era mais o meu
lar, meu lugar era ao lado do meu marido pelo qual assumo estar
completamente apaixonada.

Como se adivinhasse meus pensamentos o vi sentado na


escadaria da frente. Lindo, vestido num terno, seu paletó estava
degraus abaixo e sua gravata preta estava exposta bem como seus
músculos mesmo que dentro da camisa branca de botões dobrados
até os cotovelos. Seus cabelos estavam bagunçados e sua
expressão preocupada.

Bebi aquela visão.

Caminhar tanto tempo na escuridão e no fim olhar para ele


me esperando aflito faz meu coração quebrado regozijar-se de
amor.

Num impulso desço do cavalo e corro até ele que assim que
me nota me recebe em seu colo, eu pensei que não tinha mais
lágrimas a serem expelidas, mas me enganei, elas caíram dos meus
olhos escorrendo feito um rio e abafei meus soluços no seu ombro.

-—Hei... vai ficar tudo bem neném, eu prometo— Diz


acarinhando minhas costas e meus cabelos embaraçados pelo
vento.

Eu acreditei nas suas palavras.

Porque quando meu mundo despedaçou era ele quem estava


lá, e mesmo agora quando a escuridão me envolveu e pensei não
haver solução, nenhuma luz para quebrar a escuridão e me perdi no
caminho eu simplesmente... olho para ele... ele é minha luz, a
solução para meu mundo despedaçado, meu caminho seguro...

20. Capítulo- Mudanças repentinas


Bianca

Naquela noite Dylan me acalentou e falou palavras


reconfortantes até que o sono me alcançasse. Dormi feito uma
pedra, não tive sonhos, tudo foi apenas calmo.

Dois dias se passaram e a dor não diminuiu, porém eu já


conseguia me alimentar e sorrir das coisas que a Maria me contava.

Hoje acordei com o sol alto, Dylan já não estava na cama.

Levantei, tomei banho e me vesti com minhas roupas velhas


e surradas, uma saia rodadinha e uma camiseta de alcinhas, prendi
meu cabelo num rabo de cavalo e passei da minha colônia, logo
desci as escadas descalça mesmo, sentia saudade de sentir o chão
frio sob meus pés.

Na cozinha encontro minha Maria cozinhando algo no fogão,


pelo cheiro já imagino ser uma boa rabanada.

—Bom dia Maria— Murmuro abraçando-a e deixando um


beijo carinhoso no seu rosto cansado.

Aproveito para enfiar um dedo na panela.

—Bom dia minha menina...— Tira esse dedo cabido daí sua
desavergonhada!— Exclama com um sorriso me batendo com um
pano de prato.

Maria está com os olhos vermelhos assim como os meus,


provavelmente porque chorou também.

—Fiz o bolo de fubá que ocê gosta minha fia, também tem
pão quentinho e bolinho de chuva para ocê matar a saudade de
comida boa. Tá muito maguinha fia, vou dizer ao dotô Dylan que
tem que cuidá de ocê direito. Se imagrecê mais vai sumir. —
Reclama.
Que saudade eu estava dos mimos da minha Maria...

Sorrio para ela, se ela soubesse o que eu passei no começo


mataria Dylan com tanta chateação, jamais o veria com bons olhos
outra vez.

—E onde foi o meu marido? — Pergunto distraidamente me


enfartando com meu bolo de fubá.

—A lugar nenhum sem você, minha esposa!— Ele responde


escorado no portar da cozinha com aqueles cabelos loiros, braços
musculosos debaixo daquela camisa e aquele sorriso que chegava
a ser imoral de tão lindo.

Levo um pouco de leite a boca para desengasgar

—Quer me matar de susto Dylan? —

—Claro que não! Jamais mataria a coisinha mais linda do


mundo! — Murmura baixando-se para me beijar.

Seguro o colarinho da sua camisa e o puxo para aprofundar


mais o beijo.

—Oia a pouco vergonha, menina! Essas safadeza se faz no


quarto e não na frente de uma muié de respeito como eu! — Maria
resmunga abismada.

—Oh! E que safadezas Maria, você nem imagina! — Exclamo


divertida mirando os olhos azuis de Dylan.

Ele gargalha e se acomoda na cadeira ao lado da minha


enquanto Maria me dá um sermão de como fiquei mais
desavergonha do que já era.

—A senhora nem imagina o quanto eu sofro com essa boca


suja dela senhora Maria, fala palavrão feio a cada cinco minutos! —
Dylan dá corda sorrindo.

Bufo ─—Vá se foder Dylan! —

—Não falei senhora Maria! Não respeita nem o marido! —


Exclama segurando o riso.

—Eu divia ter lavado essa sua boca com sabão quando ocê
era pequena menina. Isso é jeito de falar? Eu insinei bons modo a
ocê. Não sei com quem aprendeu a falar como omi— Maria reclama
inconformada.

Ri dela e a abraço outra vez apertando-a.

—Eu te amo sabia? Senti tanto a sua falta, até quando você
me acorda cedo e quando diz que vai lavar minha boca com sabão.
Eu te amo minha Maria, muito! — Digo.

Seus olhos se enchem de lágrimas e limpo com os polegares


os que findaram escorrendo por sua face.

—Ocê era a luz dessa casa menina, sem ocê aqui tudo ficou
sem vida. Eu amo ocê minha menina, muito também!— Diz
emocionada.

Afago seus cabelos até minha barriga roncar ─—Anda! Vai


comer logo e encher essa barriguinha aí que tá muito sequinha viu
seu Dylan? Deixei ela nos cuidado do sinhó e ela me aparece
assim? Pareceno um esqueleto? — Ela o repreende.
Dylan me avalia da cabeça aos pés sorrindo maliciosamente
antes de soltar.

—Pode deixar Maria, vou cuidar dela direitinho, prometo! —

Aquele momento descontraído na cozinha me fez esquecer a


tristeza por alguns minutos. Maria me informou como ia a escolinha
e todos os meus amigos.

—Vem, quero me mostre o lugar! — Dylan pede-me.

—Não vamos voltar hoje? — Pergunto ansiosa.

—Não! Apenas na sexta, ainda teremos mais dois dias aqui e


depois iremos de encontro com o Fernando. Já providenciei uma
babá para auxiliá-lo quanto as crianças e já o tranquilizei quanto a
papelada do hospital.— Afirma.

Sorrio apaixonada para ele e ouço Maria suspirar.

—Obrigada Dylan! —

—Por nada minha diabinha, agora que tal um passeio para


que me mostre a fazenda?!— Sugere.

Ri e levanto da mesa, entrelaço meus dedos aos seus e saio


da cozinha murmurando.

—Maria não nos espere para o almoço, vou fazer safadezas


no rio com meu marido e não tenho horas para chegar! — A provoco
segurando o riso até ouvir suas lamúrias.

—Vírgem santíssima! minina desavergonhada! Volte aqui que


vou te colocar sobre meus joelhos para umas boas palmadas nessa
bunda e lavarei essa boca suja com água benta!— Berra da cozinha
e explodo numa gargalhada, Dylan logo me acompanha.

Celei meu cavalo enquanto ele me observava atentamente.

—Que foi? — Indago.

—Nada... é que você parece outra pessoa quando está aqui.


— Murmura pensativo.

Me aproximo devagar passando os braços por seu pescoço e


o trazendo próximo a mim.

—E isso é bom? — Questiono.

Suas mãos vão direto para minha bunda que a aperta com
vontade.

—É. Parece uma menina levada com todos os artifícios a


mão para aprontar. — Murmura.

—É.— Me limito a responder.

—Porque está selando apenas um cavalo? E porque este


não é o seu cavalo? — Inquere.

Sorrio maliciosamente.

—Você saberá daqui a pouco! — Falo recebendo em troca


aquele olhar sexy e um sorriso torto que me deixa molhada.

—Vamos— O chamo dando passagem para ele montar


primeiro. Dylan está vestido numa camiseta branca e uma
quadriculada por cima, calças jeans e um tênis, uma visão
primorosa devo enfatizar.

Depois que subiu no cavalo montei em seguida me pondo a


sua frente.

—Vai sair descalça? Acho que a Maria não gostará disso


nenhum pouco, além do mais pode pegar um resfriado! — Me
repreende.

—Vou descalça sim, e como diria a própria Maria: Vaso ruim


não quebra! — Sussurro com a boca bem próxima a sua, quando
faz menção de me beijar atiço o cavalo e começamos a trotar.

Mostrei-lhe a pequena escolinha dos meninos e beijei cada


um deles que se encontravam lá.

—A noite funciona também, mas as aulas são para jovens e


adultos semi ou analfabetos! — Explico quando conseguimos sair
de lá, claro que todos disseram que irão me levar um presentinho na
minha casa mais tarde, mesmo eu insistindo que não precisa. Eles
amaram o Dylan, que pareceu admirado com o pouco orçamento da
escola e sua ótima organização.

Êta povo acolhedor esse do meu sertão.

—E como isso é mantido? Ouvi a Maria comentar que você


os ajuda, mas como se não está mais aqui? — Pergunta.

—Ah! É que boa parte da mesada que me dá eu deposito


numa conta para que Armindo possa pagar aos professores e os
demais funcionários, fazer a manutenção do prédio, tem a merenda
das crianças também e a maioria não tem condições de comprar
material didático, então eu, ele e Lauren arrecadamos fundos com
quermesses no dia de São João e São Pedro, Natal etc. E o Padre
também nos ajuda quando pode, ele é um professor voluntário dos
jovens e adultos e aqui e acolá desvia um dinheirinho da catequese
para nos ajudar. Os alunos também ajudam como podem,
consertam cadeiras ou um ventilador quando dá problema e assim
vamos levando. Ainda é um espaço pequeno, temos apenas quatro
salas de aula, dois banheiros e uma cozinha e refeitório, mas como
você viu é tudo limpinho e bem equipado com livros e se tudo der
certo até o próximo ano construiremos um laboratório de
informática... meus meninos precisam de um local maior já que a
cada ano que passa o número de crianças aumenta, mas por
enquanto o espaço está sendo o suficiente...— Continuo divagando
até que noto que Dylan está em silêncio demais.

Giro o corpo para saber a causa do seu silêncio e o encontro


me olhando admirado.

—Que foi? — Pergunto.

—Nada... só que você é a melhor pessoa que já conheci na


vida! — Solta.

Ri e escoro a cabeça no seu ombro enquanto o cavalo


continua a trotar para a fazenda porque já é tarde.

─—Não sou a melhor pessoa do mundo. Eles são! Gente que


acorda antes do sol nascer para a lida, para retirar da terra o
sustendo das suas famílias e mesmo assim sorriem, você viu como
eles são felizes? E tem tão pouco, mas ainda compartilham do
pouco que tem. Sabe, a maioria dos fazendeiros, inclusive meu pai
e a mãe do Armindo foram irredutivelmente contra a escolinha. Eles
querem que o povo continue ignorante para se promoverem e
continuar os explorando, tudo foi aceito apenas quando os ameacei
contar tudo o que se passava aqui para um jornal importante da
capital. Eles tiveram medo e por fim retrocederam, porque sabiam
que eu colocaria fogo nisso tudo aqui, mas ainda levei uma surra do
meu pai. Na verdade achei que naquele dia ele me mataria, enfim...
tudo deu certo no fim! — Termino.

Dylan parou o cavalo e me fez encara-lo ─—Não vou deixa-lo


machuca-la nunca mais, neném. — Assegura.

Sorrio para ele me sentindo amparada por seus braços e o


beijo, logo aquele beijo gentil se torna mais profundo, suas mãos
divagam dos meus seios para minhas coxas e alisa por baixo da
saia. Eu aperto seu pau preso dentro das suas calças arrancando-
lhe um gemido rouco.

—Para Bianca, alguém pode ver! — Sussurra se afastando.

—Não vê não bobo, essa estrada aqui é a mais longa e


quase ninguém passa aqui, muito menos a essa hora! — Informo
continuando a apertar seu pau duro, seus dedos logo dedilham meu
clitóris por baixo da saia e ouço seu grunhido ao me encontrar
molhada para lhe receber.

—Oh... você está encharcada neném! — Constata.

─—Porra! Vem, fica de frente para mim! — Desço do cavalo


e subo outra vez, porém agora de frente para ele.
—Assim... agora vem cá! — Ordena libertando seu pau da
calça e erguendo meu quadril o suficiente apenas para afastar a
calcinha e me fundir ao seu membro.

—Oh Deus! Dylan— Gemo.

Suas mãos amparam minhas costas e ele me arruma de


forma que eu esteja completamente sentada em seu colo com as
pernas enlaçadas as suas.

—Agora eu vou entrar mais fundo, vou colocar o cavalo para


trotar e você se segura firme no meu pescoço, está bem? —
Pergunta com a voz entrecortada.

Deus sabe como meu corpo já estava mole, mas depois que
enlacei seu pescoço e o cavalo começou a trotar não segurei os
gemidos.

—Ahhh Dylannn!... tão... fundo!— Gemi alto mordendo seu


ombro.

Sua mão direita segurava as rédeas enquanto a esquerda me


segurava firme no lugar.

—Puta merda Biancaa... Isso... toma tudo vai, diabinha! —


Grunhiu.

Cada trote que o cavalo dava o sentia sair um pouco de mim


e em seguida se enfiar por completo de novo. Senhor, seu pau
completamente enterrado em mim tão grosso e grande que parecia
me partir ao meio a qualquer momento...
—Aii, ai... tão bom, continua Dylan, não para! — Suplico me
sentindo perto do abismo, o comando que deu ao cavalo o fez
cavalgar e ir absurdamente mais fundo ainda a cada solavanco.

Sentou um tapa forte na minha bunda e sua voz romper no


meu ouvido ─— Goza neném, goza para mim, goza no meu pau
bem gostoso, minha menina! —

Nem e longe aquilo foi a porra de um pedido, aquilo foi uma


ordem e como uma boa menina que sou obedeci.

—Ahhh Dylannn!— Gritei gozando.

Mais um pouco e foi sua vez de se derramar dentro de mim.

Meu corpo estava mole e amparado pelo seu, quando


voltamos a trotar e parar o cavalo de vez.

—Você ainda vai ser meu fim neném! — Sussurra.

Ri e o beijo, tomamos um banho no rio e momentos depois


chegamos a fazendo, estranhei o alvoroço de gente que entrava ali.
Saltei do cavalo e Dylan no meu encalço.

Maria logo veio correndo nos receber ─—Minina, graças a


Deus que ocê chegou, seu pai num tá nada bem! —

—Onde ele está? — Pergunto.

—No escritório, cuidado minina, ele tá armado e chamando


pela sua mãe e irmã!— Avisa.

Na porta do escritório vejo o amontoado de gente, os capangas do


papai tentavam desarma-lo, mas ele não dizia nada com nada e
apontava a arma hora para os homens, hora para sua cabeça.

─—Você não vai entrar aí Bianca, é perigoso! — Dylan me puxa


pelo braço.

Não sei como, mas consigo me soltar de seu aperto.

—Eu vou entrar. Ele é o meu pai caralho! — Resmungo já


irrompendo o escritório.

—Papai? — Chamo-o delicadamente visto que parece


descontrolado.

—Beatrice? É você? — Pergunta se aproximando de mim.

Durante esses dois dias que se passaram ele se manteve trancado


aqui, não queria receber ninguém, nem ver ninguém. Não o
incomodamos, apenas Maria que trazia sua comida devolvida
muitas vezes sem ser tocada. Não imaginei que estaria tão
transtornado assim...

—Sim, sou eu pai! — Minto e o deixo tocar nos meus cabelos


mirando meu rosto.

—Você é tão linda meu anjo. Parece com sua mãe, um anjo...
Mas ela não pode saber que você está aqui senão irá tira-la de mim,
assim como tirou sua mãe de mim também! — Cochicha segurando
meu rosto com as duas mãos.

Eu sabia de quem ele estava falando, mas preferi ter certeza,


sim! Sou a porra de uma masoquista.
—De quem está falando papai? — Pergunto com um nó na
garganta.

—Da Bianca, quem mais? Aquela menina má tem inveja de


você meu anjo, fará o que for para toma-la de mim como fez com
sua mãe. Por culpa dela ela morreu e agora ela quer te levar
também. Não confie nela meu amor, fique aqui com o papai e eu
vou te proteger! —

Ouvir meu próprio pai dizer aquilo me quebrou um pouco


mais.

Eu soube que não haveria nada no mundo que o fizesse ter


afeto por mim, para ele eu sempre fui a menina má que roubou seu
grande amor e que agora tinha levado sua filha também. De certa
forma me senti culpada por aquilo, por minha mãe ter morrido no
parto e tê-lo distanciado da minha irmã.

—Tudo bem papai...— Sussurrei com lágrimas molhando


meu rosto, porém consegui segurar sua arma. —Eu não vou com
ela, ficarei aqui contigo para sempre! — Murmurei delicadamente
conseguindo retirar a arma de uma de suas mãos e entregar a um
dos peões.

—Agora se acalme, tudo bem? —

—Sim, minha menina!— Diz sorrindo amoroso para mim.

Deus!

Quantas vezes sonhei receber um único sorriso destes, mas


eles nunca foram direcionados a mim...
—Ligue para o doutor Lúcio, Maria! — Pedi enquanto sentava
em um sofá e papai me aninhava em seu peito.

Horas depois o médico o examinou e o sedou.

—Então doutor, o que meu pai tem? — Perguntei tentando


parecer forte.

—A mente de seu pai sofreu um lapso Bianca. Terá que


interna-lo imediatamente, ele não tem condições de andar por aí
assim, pode ser perigoso tanto para ele quanto para vocês! —
Doutor Lúcio conclui.

Eu pensei que meu coração doeria mais, porém não doeu.

Ser anos maltratada e tratada feito lixo me deixaram com


marcas profundas. Ainda o tenho como pai, mas não sei se o
perdoaria um dia por tudo que me fez. Tudo o que sofri durante
anos me fez firme na minha decisão.

—Que seja! — Soei friamente.

Mais exames foram realizados no dia seguinte e todos


confirmaram o que havia sido dito pelo doutor Lúcio, meu pai estava
com sérios danos mentais e o quadro segundo um especialista, era
irreversível.

O internei na melhor clínica do Ceará, os melhores médicos e


o melhor tratamento para uma possível reversão do seu caso. Não
que eu me sentisse na obrigação de fazer nada por ele, mas eu
faria, porque minha mãe o amou um dia assim como minha irmã, eu
faria pelos seus netos que nunca verão a mãe, mas que poderão
conhecer o avô um dia.

Já em casa o dia que se seguiu foi uma tortura, liguei para o


advogado da família para saber como tudo ficaria, afinal papai tinha
três enormes fazendas fora estado espalhadas pelo Tocantins e
Minas Gerais, era o segundo maior exportador de cana de açúcar
do país e fora as duas empresas que possuía, uma de produção do
açúcar e outra de investimentos de riscos no Rio de Janeiro, ainda
tinha suas ações na empresa do pai de Dylan e uma rede de hotéis
no litoral do Nordeste. Eu não saberia como lidar com tudo aquilo e
segundo o advogado eu era a sua única herdeira, portanto tudo me
pertencia.

Mas eu não queria nada daquilo.

Queria apenas ser advogada e continuar com minha vidinha


normalmente ao lado do meu marido. Agora estava tudo nas minhas
mãos, seria cômico, não fosse trágico.

Nem em meus sonhos mais loucos eu imaginaria tais


mudanças repentinas.

Puta que pariu! Oxente! Ave Maria Santíssima sem pecado


original! E que mudanças repentinas!...

Minha vida virou de ponta cabeça em poucos dias, eu nem me


recuperei de uma cacetada e vem outra logo em seguida...

Meu pai em sã consciência nunca permitiria isso. Entretanto e


agora? O que fazer?
21. Capítulo- Perdida e ‘Achada’

—Há uma voz dentro da minha cabeça dizendo: Você nunca irá
alcança-lo. Cada passo que estou tomando, cada movimento que eu
faça sinto-me perdida...— (The Climp- Milley Crus)

Bianca

Perdida.

Seria um rótulo perfeito para mim neste momento.

Meus olhos estavam tão arregalados que não imagino como


eles ainda permaneciam no meu rosto. Minhas mãos soavam assim
como os meus pés, minha respiração estava presa na garganta e
minha boca formava um 'O' perfeito. Minha surpresa era tanta que
pisquei cinco vezes antes de olhar para o advogado do papai e
perguntar para ter certeza...

—O senhor tem certeza que o número é este mesmo? —.


Não poderia ser aquilo tudo.

Deus! Não permita que seja tudo aquilo...

—Na verdade este é o valor do semestre passado, senhora.


Tudo aconteceu de última hora, mas já providenciei para que
amanhã o valor atualizado seja-lhe entregue. Mas pelos balanços eu
poderia lhe afirmar que seriam acrescentados no mínimo quatro
zeros no total do valor descrito aí— O homem redondo e careca
vestido num terno caríssimo e com um semblante sério me
responde.

—Puta que pariu! — Sussurrei desnorteada.

Por mais que eu fosse letrada eu não saberia dizer que


infindável número era aquele descrito naquele papel. Não me
entenda mal, eu sabia que papai era muito podre de rico, porém
nunca imaginei que ele fosse muito-podre-fodidamente-
extremamente-infinitamente-rico.

Por Deus! Aqueles inúmeros zeros antes daqueles um, nove


e cinco nem poderia ser considerado um número de tão grande...

E então eis a questão: Como diabos eu manterei toda essa


merda se nem sei pronunciar aquela porra de número?

Suspirei murmurando —Mas que merda! —

Maria adentrou a sala com uma bandeja bem na hora e já foi


logo me repreendendo —Credo in cruz menina! Ocê não vai para o
céu tendo uma boca tão suja. Oia dotô, eu criei essa menina, mas
num foi comigo que ela aprendeu essas marcriação não viu?!—

—O que foi amor? A fortuna de seu pai era tão pouca assim?
Porque você está com uma cara...— Dylan que até então não tinha
se manifestado diz.

Continuo centrada nos zeros.

—Não é nada disso Dylan. Jesus! Eu nem sei que porra de


número é esse de tão grande que ele é! — Exclamo.
—Deixa ver— Pede Dylan pegando o papel de minhas mãos.

Acho que sua cara de surpresa se assemelhou a minha


quando vi tudo aquilo pela primeira vez.

—Nunca imaginei que seu pai seria bilionário... Mas não


havia isso tudo declarado este ano passado. Na empresa temos
relatórios concisos sobre nossos sócios e seu pai não era dono de
tudo isso. — Declara com o cenho franzido.

—Não era mesmo senhor. Na verdade, todo o patrimônio


descrito aí está distribuído em seu nome e da senhora Bianca, já
que para cumprir o acordo que tinha com seu pai ela precisava ser a
primogênita. Então o senhor simplesmente a tornou sua única
herdeira quando deserdou a senhorita Beatrice. Ainda constam o
valor líquido das propriedades no estrangeiro e suas contas na
suíça em seu nome e no da senhora sua esposa, e tudo
acrescentado a sonegação de impostos de alguns patrimônios
poderia dizer que isto faria bastante diferença nos dados que os
senhores adquiriram e os dados reais que temos. — Explica o
advogado com uma tranquilidade invejável como se estivesse
explicando uma coisa corriqueira, não a sonegação de um
patrimônio inenarrável.

—Eu tô fodida!— Declarei exasperada.

Dylan me olhou de maneira como se pudesse resolveria todo


aquele problema para mim, mas sei que ele também não queria
interferir nas minhas decisões.
—Valha minha nossa senhora. Para de palavriado imoral
menina! Vou lavar essa sua boca com bucha de cabaça! — Maria
me ameaçou.

Respirei fundo e soltei meu corpo numa poltrona que se


encontrava atrás de mim.

Como vou administrar tudo isso se não sei administrar nem


os palavrões que fluem da minha boca...

Depois que me despedi do advogado eu voltei até o


escritório. Precisava pensar em como agiria daquele momento em
diante, afinal muitas pessoas dependiam de mim, e por mais que
minha vontade fosse ligar o foda-se eu precisava pensar neles.

Analisei todos aqueles papéis que o advogado deixara ali, por


mais que eu não entendesse muita coisa precisava saber no que
estava envolvida. A tarde se passou num piscar de olhos e quando
Dylan bateu na porta e entrou vi o quanto era tarde, pois no meu
relógio marcavam vinte e uma horas.

Sua camiseta se agarrava nos músculos dos braços fortes e


seu jeans pendia em seus quadris de um jeito provocante. Sua boca
rosada estava definida em uma linha dura e seus olhos azuis faziam
um par incomparável com aquele cabelo dourado despenteado, e
aquela barba por fazer o denominava ‘pecado em pessoa'.

—Te esperei no quarto, não queria te atrapalhar em nada.


Mas já é tarde Bianca! Se continuar sem dormir e sem comer assim
poderá ficar doente. — Alerta se aproximando da mesa e
escorando-se a minha frente.
—Porra! Você está certo lindo, é que não pensei que já fosse
tão tarde! — Exclamei vendo que o lanche que a Maria preparou
com tanto carinho para mim continua intacto na mesa de centro
perto do sofá de couro.

—Eu sei. Por isso vim te resgatar! — Murmura divertido.

Ri e levanto da cadeira. Paro bem na sua frente e o beijo de


leve.

—Meu herói! — Exclamo na sua boca.

Dylan riu também e tomou minha boca num beijo saudoso.

—Posso te fazer esquecer esses papéis rapidinho, neném—


Murmura na minha boca.

—Duvido muito disso! — O provoco.

Recebo um tapa forte na minha bunda e um aperto forte que


me puxou mais para cima dele, me fazendo sentir aquela
protuberância enorme na minha barriga.

—Não me desafie sua desavergonhada!— Fala separando


seus lábios dos meus.

Não tive como não prender o suspiro demorado...

Num movimento brusco ele me virou prendendo-me a mesa.

—Dylan...— Tento, mas ele me interrompe.

—Shiii... Calada mulherzinha desafiadora! Agora vou te foder


até você não lembrar mais do seu nome! — Murmurou com a voz
rouca no meu ouvido.

Suas mãos seguraram minha bunda firmemente e me


sentaram na beirada da mesa, um gemidinho baixo me escapou e
segundos depois ele baixou meu vestidinho branco de alcinhas finas
pelos meus braços e abocanhou com fome meu seio direito.

—Ai meu Cristinhooo!— Gemi dengosa me entregando ao


prazer daquela boca quente a lamber e sugar meu seio enquanto
apertava meu outro mamilo entre o polegar e o indicador.

—Calada! — Rosna me dando outro tapa, agora na minha


coxa esquerda.

Tentei conter meus gemidos e lamúrias, mas tudo se perdeu


depois que ele deu atenção ao meu seio esquerdo e depois juntou
meus dois seios levando a boca os dois mamilos ao mesmo tempo.

—Aiii... Vai vai me enlouquecer Dylan! — Gemi.

Recebo outro tapa mais forte na coxa direita.

—Calada ou vou te amordaçar neném! — Ameaça e eu


arquejo.

Seus dentes puxaram meus mamilos causando uma dorzinha


deliciosa e eu não poderia controlar minha língua mais nem se eu
quisesse muito.

—Por Deus!... Dylannnn! — Gritei e minhas unhas cravaram


em suas costas por cima da camisa, minhas pernas se apertaram
em sua cintura e minha cabeça foi jogada para trás.
—Ok! Você pediu! — Reclamou ele se afastando de mim.

Resmunguei baixinho um 'nãooo, continuaaaa!


Drogafilhodamãetesudodesgraçado'

Ele deu outro tapa em cada coxa .

—Calada!— Ordenou com aquele jeitão mandão que quase


me faz gozar.

Apertei meus lábios e rapidamente Dylan retirou sua


camiseta preta e segundos depois de enrola-la a deixou sobre a
mesa. Depois me retirou da mesa e me colocou de costas
bruscamente.

—O que você vai faz...—Fui interrompida pela sua camisa na


minha boca, e antes que eu conseguisse reclamar ele apertou em
um nó atrás da minha cabeça.

Eu não estava gostando daquela estória de mordaça.... Levei


minhas mãos ligeiramente a mordaça improvisada e levei um tapa
forte na bunda.

—Quieta! Não ouse retirar isso, senão ficará de castigo


Bianca. E eu prefiro te foder do que te castigar! — Rosnou
levantando a saia do meu vestido e retirando minha calcinha.

Virei meu rosto para encara-lo repreensivamente, mas o vi


levar minha calcinha ao nariz e cheira-la fortemente. Gemi extasiada
com aquela cena, porém o gemido saiu ababado por causa da
mordaça.

Seu sorriso safado quase me infarta.


Guardou a calcinha no bolso da calça e abriu seu zíper
velozmente, no outro segundo ele posicionou uma perna minha na
cadeira recostada na mesa, segurou meu rabo de cavalo com uma
mão enroscando-o ao seu pulso e bateu na minha bunda outra vez.

—Agora vamos ver como está essa boceta. Será que ela já
está pronta para engolir o meu pau? — Sussurrou no meu ouvido.

Gemi outra vez e empinei a bunda na sua direção, senti sua


mão escorregar pela parte inferior minha coxa flexionada na cadeira
vagarosamente e quando sua mão encontrou minha boceta ele
puxou o ar por entre os dentes .

—Está encharcada e eu ainda nem te toquei aqui...— Enfia


um dedo no meu interior e eu descansei minha cabeça no seu
ombro arfando.

—D-Dylan!— Tento falar, mas o maldito pano não me deixa.

Desço minhas mãos e enquanto a direita aperta seu pau nas


minhas costas a outra aperta a sua mãos que está dentro de mim.

—Ohh Bianca!— Sussurra no meu pescoço distribuindo


beijos e mordidas ali. Um outro dedo acompanha o primeiro, a
masturbação aumentou o ritmo e eu já estava quase gozando
quando ele afastou sua mão e a minha e com uma impressionante
velocidade enfiou seu pau bruscamente no meu sexo fazendo-o
pulsar.

O som estranho que eu fiz foi um grito abafado pela sua


camisa que permanecia na minha boca. O senti por inteiro, enorme,
grosso e insanamente rápido enquanto entrava e saia de mim de tal
forma que me fez estremecer.

—Tão apertadinho neném!... Ohhh!— gemeu continuando a


socar tudo como se não houvesse amanhã.

Eu só sabia gemer e chamar seu nome com aquilo na boca.


Meus dedos seguravam a beirada da mesa com força enquanto
essa ruía sem parar.

Folhas caiam no chão e Dylan puxava forte minha cintura e


meu cabelo.

—Dylannnn... Aiiiiiiii!— Gritei.

—Goza neném... goza para mim! — Rosnou e então me


afastou um pouco da mesa e deferiu pequenos tapas na minha
boceta encharcada enquanto seu pau ia fundo tantas outras vezes.

Por Deus! Aquilo era demais para qualquer ser humano...

—Dylan... Dylannnnn— Chamei-o gozando.

—Porra Bianca... Biancaaaa! — Gemeu antes de retirar o pau


de mim e me virar para ele.

—Eu quero gozar na boca deliciosa para que quando eu


ordenar que se cale o faça sem questionar! — Exclama retirando a
mordaça da minha boca.

Eu não sabia muito bem como fazer aquilo que ele ordenou,
mas eu o faria sem pestanejar. Sim! Porque ele ordenou, mas
também porque ele me proporcionou um orgasmo maravilhoso e eu
queria retribuir.

Me ajoelhei e ele logo segurou meu cabelo quando tomei na


boca a cabeça rosada do seu pau e suguei com força.

—Alá me ajude!... Biancaaa! — Rugiu apertando meu rabo de


cavalo no pulso.

—Isso... isso neném, mete tudo nessa boquinha! — Gemeu


quando eu enfiei seu pau na boca e o levei até a garganta.

Dylan começou a estocar na minha boca devagar, mas aos


poucos aumentou o ritmo socando freneticamente, me fazendo
engasgar várias vezes...

Eu nunca o senti tão meu quanto ali, seus olhos não se


desgrudavam dos meus e quando comecei a chupar freneticamente
indo de encontro a suas estocadas curtas sabia que ele estaria
perto.

—Eu vou gozar na sua boca minha diabinha.... Ohhhhhhh!—


Gemeu alto enquanto seus jatos quentes invadiram minha boca.

—Isso... toma tudo, toma minha porra neném! Bianca... Sua


boca... Biancaaaa— Rugiu.

Quando terminei de engolir tudo lambi seu pau até que


estava completamente limpo.

Dylan estava ofegante ainda, mas assim que terminei ele me


levantou do chão e atacou minha boca sensualmente num beijo.
—Boa menina! — Fechou o seu zíper e arrumou meu vestido
no lugar. ̶—Agora vamos subir para o nosso quarto que eu vou te
dar um banho e te botar para dormir. — Disse me colocando no
colo.

Depois do banho que ele me deu nos enrolamos na cama


grudadinhos um no outro de conchinha.

—Está com fome? Posso pegar alguma coisa na cozinha—


Ele disse atencioso.

—Não.— Respondi pensativa.

—Então dorme minha linda. Amanhã você pensa no que vai


fazer... liguei para o meu avô e o deixei a par de tudo, avisei que
não podemos voltar enquanto você não resolver tudo! — Murmurou
enterrando o rosto no meu pescoço.

—Eu não sei o que fazer Dylan. É tudo muito confuso. Eu não
entendo nada de administração, muito menos de um patrimônio
desse porte. Você viu a quantidade daqueles zeros? Eu nem sei
pronunciar aquela porra! — Exclamo.

Sua risada baixa me causa arrepios no meu pescoço, mas


logo ele me acalma.

—Calma minha menina malvada da boca suja. Você não


precisa fazer tudo isso sozinha Bianca. A fazenda pode ser
administrada pelo Fernando, o que acha? Ele me disse que ajudava
seu pai a cuidar de tudo. Além do mais, ele não vai conseguir se
manter sozinho com aquelas duas crianças nos Estados Unidos por
muito tempo. Os negócios no Rio de Janeiro e a rede de hotéis do
Nordeste podem ser administrados por aquela sua amiga maluca
que me olha estranho a.... a....—

—Lauren!— Digo entusiasmada com sua ideia.

—Sim! A Lauren. Ela parece entender do assunto, de


qualquer forma pode contratar um bom gerente, ele se encarregaria
de ajuda-la. As fazendas de Minas Gerais você pode vender já que
ficaria complicado para manter isso, nem sei como seu pai
conseguia tal feito! — Ele fala pensativo.

—A fazenda do Tocantins pode ser administrada pelo Jairo.


Ele sabe cuidar de uma fazenda, sabe como funciona e trabalhou
em muitas, claro que que os lucros serão divididos meio a meio!
Não o deixaria trabalhar por nada. A Lauren aceitará administrar a
rede de hotéis e a empresa no Rio de Janeiro porque está
desempregada e apesar de ter boas condições adora o que faz e
odeia depender dos pais... Os meus sobrinhos podem ser criados
aqui pelo Fernando e pela Maria, parece que estou vendo a
felicidade da Maria, e o Fernando ama tudo isso aqui, ele também
ficará feliz, e os demais empreendimentos eu posso vender já que
não sei lidar com eles! — Digo divagando.

—Você não pode vender as ações da minha empresa Bianca!


Está maluca? — Esbraveja se afastando de mim sentando na cama.

Não entendi a sua explosão de raiva repentina tão


momentaneamente até lembrar das ações da empresa do seu avô.
Uma vozinha soou no meu ouvido que algo ali estava errado, mas
eu afastei esses pensamentos para longe, porque teria algo errado?
Ele apenas estava preocupado com o patrimônio da família, apenas
isso...

—Oxente! Eu não iria fazer isso Dylan! Só não lembrei das


ações.... Não precisa ficar bravo meu lindo! É claro que você cuida
delas. Achei que isso não precisaria nem ser discutido! — Imito seu
gesto sentando na cama.

Dylan me olhou estranho por alguns minutos como se


quisesse me contar algo, mas por fim apenas deitou e me levou
consigo.

—Desculpe Bianca! É que aquela empresa é a vida do meu


avô, do meu pai e a minha também.... Claro que eu cuidarei delas
para você! — Sussurra mais calmo.

—Eu nunca venderia aquelas ações Dylan. Não precisa se


preocupar com isso vice?!— Asseguro.

Ele suspira aliviado. —Ok! —

—Sabe.... Acho que meu pai nunca imaginou que poderia


acontecer algo e eu consequentemente ficaria por conta de tudo
isso. Se ele ao menos imaginasse creio que teria me matado
antes...— Senti os braços de Dylan envoltos em minha cintura me
apertarem mais forte.

. —Não brinca com isso Bianca!— Me repreende.

Suspiro tristemente.

—Oxe! Não estou brincando Dylan! E acho que ainda há algo


por trás de tudo isso, mas eu não consegui associar os fatos. Ele
me odiava e jamais me deixaria como sua herdeira. Conheço o
papai muito bem e sei que ele ganharia algo em troca disso, mas
não consigo assimilar o que! — Confesso.

Dylan me arruma de conchinha outra vez e afunda a cabeça


no meu pescoço inalando-o profundamente e depois deposita um
beijo demorado ali. .

—Não pensa mais nisso neném. Vai dar tudo certo! E você
não precisa resolver tudo isso sozinha... eu estou aqui. E nunca te
deixarei! — Declaro.

—O que seria de mim sem você? — Profiro acariciando seu


rosto carinhosamente —Eu estava tão perdida e você
simplesmente me achou!— Concluo.

— Estava perdida e agora está achada! — Exclama divertido


beijando minha mão quando esta acaricia seus lábios
compassadamente. Ri de sua constatação.

Mas aí meu riso morre ao analisar que era exatamente assim


que eu me sentia.... Achada...

Eu finalmente encontrei meu lugar no mundo. E Dylan era


este lugar...

Miro seus olhos azuis como o mar e antes que pudesse me


dar conta as palavras já tinham escorregado dos meus lábios.

— Eu te amo! — Falei baixinho.

Ele continuou me olhando atentamente, se fez um enorme


silêncio no quarto até que ele sorriu amplamente e cobriu meu corpo
com o seu...

—Eu também te amo minha menina má! Por Alá! Eu te amo!


— Murmurou cheio de emoção com os olhos brilhando assim como
as estrelas do céu que nos acalentava pela janela do quarto.

Nossas bocas se chocaram num beijo necessitado e


segundos depois ele estava me preenchendo outra vez num ritmo
lento, mas ao mesmo tempo urgente.

—Bianca...— Chamou-me.

. —Dylan... Eu te amo! — Gemi quando estava quase lá.

—Goza comigo amor... Goza comigo! — Pedi se demorando


dentro de mim.

Procuro sua boca e arranho suas costas. Quando o senti sair


e entrar forte intensamente outra vez me deixei ir...

—Dy- Dylannnnnn!— Gritei sentindo um orgasmo devastador


me arrebatar.

Ele ainda bombeou seu pau mais duas vezes e senti seu
líquido quente se esvai dentro de mim.

— Oh neném! — Grunhiu.

Estávamos esgotados e saciados, e eu já estava quase


dormindo quando ele deitou ao meu lado e me aconchegou em seus
braços sussurrando.

—Eu te amo neném!... Te amo—


Sorri e finalmente deixei o cansaço me levar...

Aquela noite eu dormiria tranquila, pois Dylan me ajudou a


resolver todos os meus problemas. Ele parece ser um anjo na minha
vida. E ouvi-lo corresponder ao meu amor me fez a mulher mais feliz
do mundo. Por isso estou dormindo assim, com esse sorrisinho
ridículo nos lábios e entrelaçando meus dedos aos seus...

Eu estava pedida. Mas é em seus braços que eu me


encontro...

22. Capítulo- Menina desordeira


Dylan

— Isso é uma ótima notícia...— Ouço sua voz eufórica do


outro lado da linha. — Agora você só precisa faze-la passar as
ações para o seu nome e findo! Seremos os donos absolutos da
empresa. — Conclui.

Eu continuei mudo durante alguns minutos tentando assimilar


o fato de que acabara de contar ao meu avô sobre o estado de
saúde do meu sogro, que por ventura um dia meu avô o chamava
de 'amigo'. O fato dele ter sido extremamente frio e ter ficado
bastante satisfeito com o dito me faz questionar que tipo de amizade
os dois tiveram...

—Está tudo saindo melhor do que jamais poderia imaginar!


Se eu soubesse que o velho Tom chegaria tão fundo no poço
apenas com a morte daquela bastarda que te largou eu com certeza
teria dado um fim nela bem antes. — Murmura despreocupado.
—Do que diabos você está falando vovô? — Indago
surpreso.

—Ah, não se faça de idiota Dylan. Sabe que segundo as


nossas tradições ela estaria morta e enterrada por ter feito o que fez
contigo.... Bem, vamos mudar de assunto, quando voltará para
casa? A Bianca terá de ficar cuidando de tudo imagino, sendo assim
será bem mais fácil faze-la passar tudo para o seu nome rápido e
sem levantar suspeitas—

Respirei fundo uma, duas três vezes até que recuperei minha
fala.

—Mas é claro que Bianca irá comigo vovô. Ela é porra da


minha mulher! Eu jamais a deixaria aqui sozinha. Olha, eu estou
ligando apenas para informar que precisamos de mais uma semana
aqui, apenas isso. — Esbravejei.

—Uhhh... bem pensado meu neto! Melhor traze-la e a manter


debaixo de nossas vistas para que não possa revogar a procuração
que fará para você. Mas espero que agora tenha pulso firme e a
ensine bons modos Dylan. Não irei tolerar os desplantes da
selvagem da sua mulher, basta sua avó para me atormentar e ela se
aproveita que não posso dar bons corretivos graças a nossa idade.
— Fala.

Bufo irritado.

Se bem conheço meu avô é melhor apenas abstrair o que ele


disse, uma discussão poderia demorar muito e ele sempre vence
todo e qualquer um pelo cansaço. Definitivamente não tenho
paciência para isso agora, não enquanto minha mulher está
trancada no escritório com aquele amigo bombadão que possui uma
intimidade importunamente pegajosa com ela... Só em pensar que
ele a abraça me causa ira.

Bianca é minha, só minha, e não gosto que outro a toque,


apenas eu...

—Preciso ir. Mande um beijo para vovó, adeus vovô! —


Resmungo desligando o telefone sem ao menos esperar sua
resposta.

Apressadamente ponho o aparelho no bolso e caminho em


busca do escritório. Ao adentrar a porta grande de madeira encontro
minha Bianca sentada em sua mesa e Lauren —sua amiga maluca-
Armindo —seu amigo bombadão importuno- e Fernando sentados
nas poltronas a sua frente prestando a atenção a cada palavra que
sai daquela peque boca carnuda deliciosa.

Ela me contou que pretende entregar a rede de hotéis para


sua amiga Lauren administrar, Jairo será enviado para a fazenda em
Tocantins, Fernando administrará esta fazenda e a de Minas gerais
serão vendidas –as duas serão herança dos seus sobrinhos, assim
como o dinheiro da venda dos demais investimentos do pai- Bianca
ficará apenas com as ações da minha empresa e parte do dinheiro
em conta, ela doou algumas terras para a comunidade carente do
vilarejo de trabalhadores do pai para cada funcionário, deu a Maria
alguns imóveis na cidade próxima, mas esta recusou sair da
fazenda. Minha mulher já pagou pela reforma e ampliação da
escolinha e garantiu sua manutenção por mais vinte anos.
Por fim, me encarregou das ações da empresa, nem preciso
dizer que ela seria a acionista majoritária da Interparaise
Hollf, somado os 35% de seu pai aos 10% que herdaria em apenas
casar comigo ficaria com 45% de tudo, meu avô teria que repassar
dez e ficaria com 35% assim como seu pai, esse foi o acordo que
fizeram caso a empresa de Ali—vovô-desse lucro, caso não desse
tudo seria apenas do Tom- pai de Bianca.

Eu aceitei a sua oferta, claro que minha consciência pesou


um pouco por causa dos planos mirabolantes de Ali, mas foda-se!
Eu agora sou o dono de tudo aquilo, meu avô se aposentará daqui
há alguns meses e eu tomarei de conta em definitivo, e a primeira
coisa que irei fazer como novo presidente será expandir o negócio,
tudo bem, já somos os primeiros no Ranking mundial, mas pretendo
abrir filiais em alguns países e usar mais tecnologia para faturar
mais. Alguns métodos que utilizamos ainda são arcaicos e
consequentemente precisam serem reformulados e sem meu avô ou
o meu sogro para impedir o progresso com ideias ultrapassadas e
conservadoras ninguém poderá me impedir...

Sentei num sofá um pouco mais afastado de frente para


Bianca e durante os primeiros minutos tentei prestar atenção no que
ela dizia, assim como os demais, mas não consegui. Sua boca
perfeita movimentava-se de uma maneira indecente, seus cabelos
lisos ás vezes com cachos nas pontas hoje estavam mais escuros
emoldurando seu rosto lindo, seus seios fartos são minha perdição e
suas pernas torneadas cruzadas abaixo daquela mesa estavam
quase fazendo meu pau explodir dentro das calças, pensar em
como tirarei aquele vestidinho com os dentes mais tarde não estava
ajudando... Tomara que essa droga de reunião acabe logo para eu
poder me enterrar nela...

Acordo do meu transi erótico ao escutar a voz inconveniente


do seu amigo tosco perguntar.

—Então? Banho de rio mais tarde, lindas? —

—Claro que sim! — Bianca responde rapidamente sem ao


menos me consultar... —Mas só se tiver pinga da boa, preciso
relaxar. Ultimamente parece que o mundo desabou nas minhas
costas! — Exclama suspirando.

Estreito meus olhos em sua direção e murmuro numa calma


dissimulada

—Não acho que você poderá ir!—

Todos voltam suas atenções para mim, mas continuo


inabalável...

—E por qual motivo eu não iria exatamente? — Bianca


pergunta desconfiada.

Penso que ela já notou que não gosto desse tal Armindo
perto dela...

—Seus sobrinhos chegaram ontem e você prometeu ficar


com eles hoje, lembra-se? — Dissimulo.

—Ah! Por isso não seu Dylan, eu cuido dos bezerrinho, e


além do mais a Maria tá que num reda o pé do lado daqueles
moleques que nem carrapato, nem eu que sou o pai ela deixa
chegar muito perto— Fernando se expressa daquele jeito caipira e
inocente dele.

Droga, terei que mudar de estratégia agora...

Bianca concorda.

—É verdade! A Maria monopolizou os bebês, ela não me


deixou trocar nenhuma frauda sequer. Acreditam que ela se recusou
a usar fraudas descartáveis neles?! Segundo ela aqui lo não vai ser
usado ela enquanto respirar e tiver duas mãos, me fez comparar
fraudas de pano para eles. Já mandei até bordar os nomes deles
em cada uma delas. Por falar nisso, Fernando você poderia ir
buscar a benzedeira do vilarejo? Maria disse que eles estavam
com mal olhado...—

—Eu não acredito que você acredita nessas coisas Bianca,


se as crianças estão com alguma coisa deveria chamar o médico e
não uma benzedeira! — Lauren a interrompe.

—Eu já chamei o médico, ele examinou-os e está tudo bem,


é apenas uma pequena diarreia normal, mas a Maria confia nessas
coisas e vai por mim amiga, aquela mulher quando quer sabe ser
mais marrenta que uma mula! — Diz divertida.

—Eu vou lá buscar a curandeira então.— Fernando se para


ontifica ficando de pé.

—Ah e Fernando?! O que acha de falar com o padre para


batizar as crianças? Eu queria te perguntar porque em breve terei
que voltar para Dubai, mas queria estar presente no batizado dos
meus sobrinhos— Diz Bianca.
—Certo! Vou falar com o padre também para batizar meus
bezerros essa semana ainda, então! — Murmura Fernando.

—E então? Vamos para o rio ou não? Eu trouxe a pinga do


papai escondido da minha mãe, está lá no carro! — Armindo insiste.

Já disse que não gosto desse cara? Pois é, não gosto desse
cara...

—A Bianca não vai!— Resmungo enraivecido.

—Shiiii fodeu! Adoro testosterona, e testosterona ciumenta


então...— Lauren fala divertida...

—Agora a vaca foi para o brejo de com força!... Eu vou indo


porque briga de marido e muié ninguém mete a cuié!— Fernando
murmura passando pela porta.

—Bem... eu não quero incomodar Bia, vou te esperar lá na


sala para vocês conversarem! — Armindo diz antes de deixar o
escritório rebocando a Lauren que continua a tagarelar ...

—Você é um frouxo Armindo! Pensei que fosse mais homem,


um toro desgovernado, mas não passa de uma novilha assustada
fugindo de uma rinha... me solta porra! Eu quero ver a única pessoa
que tem coragem de botar o gostosão do sheik no bolso Armindo,
solta caralho...— Lauren reclama.

—Anda logo e cala a merda dessa sua matraca Lauren!—


Armindo a joga porta a fora.

—Vai fazer o que se eu não quiser ir novilha ternurinha? Vai


me bater com o chicote como faz com suas cadelinhas
domesticadas? Tô morrendo de medo...— A voz dos dois enfim
deixam completamente a sala...

Bianca continua a me encarar desafiadoramente e eu não


mudei minha postura rígida, exalando a minha raiva contida.

Depois de respirar fundo três vezes ela começa.

— Dylan, não vamos fazer nada demais. Apenas tomaremos


um banho de rio e depois beberemos um pouco. Você deveria ter
vergonha de sentir ciúmes de mim com o Armindo, ele é como um
irmão para mim! — Murmura exasperada.

—Não vai e ponto final. — Rosno levantando do sofá.

—Eu vou sim. Eu já falei que o Armindo é a porra de um


irmão para mim, e ele me vê da mesma forma, caramba! — Ela
resmunga pondo-se de pé e caminhando até a porta.

—Não pense que por estamos aqui não me deve


obediência... Se você ultrapassar esta porta haverá consequências,
Bianca Hoffman!— Rujo cruzando os braços.

A vejo engolir seco antes de abrir a porta e simplesmente


sair.

Eu ainda passei alguns minutos encarando a porta aberta


tentando entender o quão irônico era eu, Dylan Hoffman, um
dominador, ver minha esposa sub atravessar uma porta sem nem
olhar para trás, me desacatando...

Ah Bianca! Você não sabe onde se meteu..,


Bianca

Conversar com meus amigos sempre me fazia bem... De


algum modo os conselhos malucos de Lauren, e os resmungos de
Armindo me deixavam renovada...

Cheguei de mansinho subindo degrau por degrau com o


máximo de cuidado para não fazer barulho, cada vez que eu me
aproximava do quarto minha ansiedade aumentava. Já parada em
frente a porta minha cabeça dava voltas, meu corpo estava um
pouco dormente e por Deus se eu lembrava ao menos meu nome,
toquei a maçaneta cuidadosamente e antes de que eu conseguisse
empurrar a porta e abri, uma voz firme quase me mata do coração...

—Muito bonito minina. Chegando uma hora dessa toda


molhada e ainda por cima bêbada...! — Maria atrás de mim me
repreende.

—Tá maluca Maria? Quer me matar de susto mulher?!—


Murmuro baixinho com a mão espalmada em meu peito virando em
sua direção.

—Sustô foi? Sinal que tava fazendo o que num presta!—


Maria berra mais alto ainda...

—Shiiii...calada sua língua de trapo! Eu estava apenas no rio


com a Lauren e o Armindo, você sabe... nadamos, bebemos e
conversamos, só isso Maria! — A repreendo.

—E porque tá com essa cara de quem aprontou? — Maria


inquere.
Bufo irritada.

—Mas que merda! Agora todo mundo vai ficar no meu pé?
Que é? Tá ficando muito puxa saco do Dylan! Oxe! Que coisa feia
Maria, puxando o saco de uma pessoa que mal conhece,
enquanto eu, sua menina, trata com desconfiança— Tento virar o
jogo.

—Pode parar, eu conheço oçê, minina. Vai conseguir me


engabelar não, vice?! E tadinho do seu Dylan, o bichinho ficou
zanzando pela casa esperando oçê, sua desalmada! Se eu fosse
ele agora te dava uma corça tão grande, mas tão grande...—

A interrompo.

—Não dá ideias Maria! O diabo escuta, sabia?... Agora


sossega esse facho e vai dormir que com meu marido me entendo
eu, sua velha fuxiqueira! — Murmuro com as mãos no quadril e
olhos estreitos para ela.

—Me respeita sua menina safada! Quarquer dia desse lavo


essa sua boca com sabão! — Ela resmunga.

—Ah, não enche Maria!— Rebato abrindo a porta e


adentrando o quarto, antes de fechar a porta ainda escuto Maria
retrucar um 'essa minina tá cada dia pior, tadinho do seu Dylan! Oh
minina endiabrada!'

Sorrio divertida, parte por estar bêbada e parte porque estava


com saudade dos resmungos da minha Maria...
Descalço as sapatilhas, e caminho no escuro tateando as
paredes até o banheiro onde adentro devagar e ligo a luz fechando
a porta. Depois de banho tomado caminho sorrateiramente pelo
quarto escuro, o que foi uma tarefa árdua, já que o mundo não
parava de girar e as coisas estavam tudo fora do lugar...

Com muito esforço e esbarrando numa mesinha —desde


quando eu tinha uma mesinha no quarto?...

Numa cadeira —droga! Isso sempre esteve aqui?

E por fim tropecei no tapete quase me esborrachando no


chão —merda! Tenho certeza que a Maria colocou aquilo ali de
propósito!

Finalmente encontrei a porra da cama que parecia estar do


outro lado do planeta. Subi pelos fundos e fui engatinhando até o
topo, depois que consegui deitar, pelada mesmo, me cobri com o
lençol fino. Que? Estou no Nordeste fia! Aqui é calor o ano inteiro,
só no inverno que é apenas... morno...

Após conseguir o grande feito de deitar sorri satisfeita em


fazer tudo em silêncio e manter meu maridinho dormindo, amanhã
ele nem vai lembrar que brigamos e ficará tudo bem...

Ilusão minha...

Logo depois que pensei que tudo ficaria bem vi a luz do


abajur do lado dele ser ligado e seu corpo lindamente prostrado
numa poltrona —que também não reconheci- Dylan estava com o
cabelo despenteado e não fosse pela cueca boxer a minha visão
teria sido o ápice da imagem mais estupidamente mais perfeita que
já vi...

Eu deveria estar focando naqueles olhos azuis escuros


faiscantes, não naqueles braços, naquela barriga e naquele pau
coberto por aquela cueca, mas fazer o que se ele acabou de
embriagar o que me restou de sentidos...

—Espero que tenha valido a pena minha menina


desordeira.... Porque chegou a hora do seu castigo! — Sua voz
rouca ecoa pelo quarto, me fazendo subir um arrepio da pontinha
dos dedos até minha nuca e apertar minhas pernas uma na outra.

Puta merda! Ele só falou daquele jeito de 'cara mau' e eu já


estou toda molhada. Mas alguma coisa me diz que o bicho tá
pegando para o meu lado...

Oh merda! Acho que agora me lasquei...

Dylan

Ouço sua discussão no corredor com a Maria. Sua voz suave


está enrolada e pelo seu timbre hora alto e em outra, baixo, percebo
que está bêbada.

Porra! Ainda não acredito que Bianca está chegando de um


banho de rio com aquele cara ás duas horas da manhã e ainda por
cima bêbada...

A vejo entrar no quarto e penso que pela forma que tentou


caminhar na ponta dos pés está tentando ser sutil. Ela toma banho
cantarolando baixinho e fora de ritmo, completamente
descompensada e sai de fininho, completamente nua.

Eu me mantive sentado na poltrona a observando quando


trombou com a mesa de leitura do lado direito, ao dar dois passos é
a vez de esbarrar na cadeira, o que a faz dar um passo para trás e
alisar o quadril. Cinco passos titubeantes e o tropeço que ela deu no
tapete quase a fez vir ao chão, a escutei praguejar a Maria e em
seguida caiu na cama e arrastou-se até a cabeceira tentando
enrolar-se sem sucesso no cobertor.

A vi sorrir embriagada, talvez imaginando ter sido sutil,


penso. Bem, se foi isso ela está redondamente enganada. Acho que
uma manada de búfalos teria sido bem mais sutil que Bianca
bêbada. A cena teria sido cômica, caso eu não estivesse tão furioso
com essa diaba...

Ligo o abajur e ela me olha primeiramente assustada, apesar


do seu olhar de desconexo, mas logo depois a vejo focar maliciosa
para o meu corpo...

Bom, que comece o jogo...

—Espero que tenha valido muito a pena... porque agora


começa seu castigo! — Murmurei.

Eu estava quase explodindo de tanta raiva. Como um ser


pequeno e delicioso como aquele poderia ser ao mesmo tempo
tão... frustrante?!

—Oiiiii? — Murmura sorridente com a voz arrastada.


—Oi é o caralho Bianca. Isso são horas de uma mulher
casada chegar em casa? E Bêbada ainda por cima! — Reclamo me
pondo de pé.

—Ahhh amooooor. Não briga comigooo. Eu... eu estava com


saudade de vocêêê!— Diz ficando de pé na cama.

—Tá louca? Você vai cair daí. Desce Bianca! — Tento puxa-
la, mas ela foge de mim ainda de pé na cama.

—Bianca se você não descer serão mais palmadas! Anda,


isso é uma ordem! — Rosno.

Ela rir se aproximando de mim que estou de pé colado a


cama.

—Ahhh... palmadas é? Eu quero palmadasss. E depois quero


seu pau em mim! — Soluça.

—Então vem aqui!— Ordeno.

Ela faceira se aproxima devagar e quando está bem na


minha frente com a boceta colada ao meu queixo seguro suas
pernas com força e deposito um beijo demorado no seu monte.

—Aii Dylannn!— Ela geme derretida.

Ok! Hora do castigo...

Num movimento brusco a tiro da cama e a ponho deitada sob


meus joelhos, seu gritinho surpreso logo foi substituído por uma
risadinha embriagada.
—Serão vinte Bianca. E você irá contar cada uma delas! —
Rosno no seu ouvido.

Ela acena com a cabeça e dou-lhe o primeiro golpe estalado.

—Ahh! Merda! Isso dói Dylan...— Ela reclama.

Dou-lhe outro.

—Porra! Para! — Pede.

—Para cada uma que não contar vou acrescentar mais uma!
— Alerto.

—Oxente! Além de apanhar nessa porra ainda tem que


contar é? Não vou contar merda nenhuma, foda-se! Eu nã...— Nem
deixei ela terminar, já estava dando-lhe outro tapa forte.

Escutei seus xingamentos e sua rebeldia em todos os trinta


tapas que deferi na sua bunda redondinha, que ao fim estava
carmim.

Quando acabei, a tirei do meu colo e a pus no seu lado da


cama, virei e deitei no meu, me enrolei e virei as costas para ela
esperando sua reação...

A escutei bufar irritada e deitar virando-se para o outro lado,


depois se remexeu na cama e em seguida bufou outra vez...

4, 3, 2, 1 e...

— É isso? — Ela pergunta sentando na cama com um


gemido sôfrego.
— Isso o que? — Pergunto me fazendo de desentendido.

—Só... isso? — Pergunta outra vez indignada.

—Não sei o que é isso, a que está se referindo Bianca! Vai


dormir! — Resmungo continuando na mesma posição.

—Quero saber se não vai me comer, oras! — Resmunga


irritada.

Suspiro satisfeito por vê-la frustrada e sorrindo


diabolicamente respondo.

— Se comer significa transar, a resposta é não! Não vamos


fazer nada além de dormir. E se você ousar se tocar ficará uma
semana sem gozar! — Advirto.

A vejo bufar irritada mais uma vez e resmungar algo como


'droga de vida!' e 'só pode ter sido praga da Maria'.

Ouço o fanfarrar de lençóis e minutos depois sua respiração


estava compassada, e uma ferinha mansinha estava dormindo bem
ao meu lado...

Mas se ela pensa que seu castigo acabou, ele está apenas
começando...

***

23. Capítulo- Abstinência


Bianca
Acordei com algo quente envolvendo meu clitóris, fazendo um
arrepio despertar meu corpo. Gemo e elevo meu quadril até a fonte
daquele prazer arrebatador...

Não sei aonde estou, nem como cheguei aqui, mas pelo cheiro
da colônia cara sei que quem provavelmente está me chupando é
meu marido. Conheço aquela língua como ninguém, ela já esteve ali
antes...

Minha cabeça dói, e minha garganta está seca, mas foda-se!


Aquela língua rodopiando em volta do meu clitóris estava quase me
fazendo gozar...

—ohhh... isso... eu, eu... aiiii! — Gemi apertando meus olhos


mais ainda.

E quando eu estava sentindo sair tudo, a língua simplesmente


parou...

—Nãooooo...! — Choraminguei.

Escutei o riso maquiavélico de Dylan e sua boca tomou minha


boceta novamente, me fazendo suspirar e gemer de tesão.

—Ah meu Deus! Continua... assim... assim Dylan! — Gemo


sentindo o gozo se aproximar outra vez e quando estou quase lá,
sentindo que no próximo contato seu com meu clitóris iria me
desmanchar, a maldita língua para outra vez...

—Dylannnn!— Choramingo frustrada abrindo os olhos pela


primeira vez naquele dia.
Seus cabelos loiros estão bagunçados, seus olhos lindos
parecem satisfeitos e aquele sorrisinho endiabrado me causou
calafrios...

—Não pareee! — Choramingo outra vez...

—Pensasse nisso antes de me desobedecer! — Ele murmura


levantando e indo em direção ao banheiro.

—Mas... mas... isso não é justo! — Reclamo levantando para


acompanha-lo, entretanto, este me barra na porta com um olhar
severo.

—E quem disse que o mundo é justo? — Resmunga e em


seguida praticamente bateu com a porta na minha cara.

Oxe! Não é que o homem zangou-se mesmo?!

Passei o dia fazendo tudo irritada, providenciei uns papéis


irritada, reclamei com a Maria e com o tonto do Fernando, e o único
momento em que minha frustração deu vez a minha alegria foi
quando estava paparicando meus sobrinhos, eles eram lindos, os
dois.

Os bebês mais lindos do mundo...

—Você fica linda assim... descalça, com esse cabelo amarrado,


pernas a mostra e contando estórias estapafúrdias aos bebês, como
se eles entendessem o que fala...! — Dylan lindamente trajado
numa calça jeans e camiseta verde, com os braços cruzados e
sorriso sexy, se desencosta do portar e caminha em minha direção.
—Oxente! E quem disse que elas não entendem? — Eu
resmungo pondo minha sobrinha no berço ao lado do irmãozinho
que dorme tranquilamente.

—Eu disse! — Ele fala me abraçando por trás e me prendendo


entre ele e o berço.

—E o que você entende de bebês mesmo? Ah! N.A.D.A! —


Reclamo ironicamente.

O cafajeste apenas rir baixinho no meu pescoço, suas mãos


sobem até meus seios e ele os aperta sussurrando.

— Uhhh! Parece que alguém acordou irritadinha hoje. Então


espero que tenha aprendido a lição! —

A minha vontade neste momento era de enfiar a mão na cara


daquele cafajeste, mas por Deus! Aquelas mãos nos meus mamilos
estavam me deixando maluca.

Juro que nunca havia pensado que ficar sem sexo poderia
frustrar tanto alguém, mas era assim que eu me encontrava,
raivosa, frustrada, necessitada –muito necessitada... Por isso,
apesar de toda vontade de deixar a marca de todos os meus dedos
na sua face, o único movimento que fui capaz de fazer foi cobrir
suas mãos com as minhas e empurrar meus seios contra suas
palmas e soltar um gemido baixo e longo.

—Você está molhada para mim, Bianca? — Sua voz rouca soou
no meu ouvido.
Em resposta gemi mais uma vez e empinei a bunda de encontro
ao seu corpo. Seu pau duro estava roçando em minhas costas e ele
estava tão ofegante quanto eu.

Uma de suas mãos desceu até minha bunda e estalou um tapa


forte enquanto rosnava.

—Responda o que perguntei diabinha!—

—S-simm!— Ronronei empinando mais a bunda para sua mão


que a apertava.

—Que bom!... Sempre que se sentir assim lembrará o porquê de


seu castigo então— Sussurrou e logo em seguida saiu do quarto
sem mais...

Peguei o resto de dignidade que ainda me restava e praguejando


fui até meu quarto. Tirei a roupa, tomei um banho gelado e adormeci
na cama sentindo raiva por meu único pensamento antes de apagar
fosse o quão delicioso é sentir Dylan dentro de mim...

***

Dois dias depois já estávamos no jatinho da empresa voando


de volta para Dubai. Eu estava me comportando como uma
verdadeira ninfomaníaca. Acabei não conseguindo me conter e me
masturbei naquele primeiro dia de provocações e não me pergunte
como, mas Dylan descobriu assim que bateu os olhos em mim.

O desgraçado está dormindo pelado acredita? Me provoca


com propostas indecentes e depois me deixa no vácuo, filho da puta
é isso que ele é...
—Oh minha menina, não fique assim...Juro que se eu
pudesse te levava até o banheiro bem ali e te fodia com meus dedos
e em seguida com meu pau até você não conseguir lembrar seu
nome. Mas preciso te ensinar que não é de bom tom desrespeitar o
marido. — Ele provoca.

Bufo um —Vá se foder Dylan!— e volto a olhar pela janela do


avião.

Chegando em casa não me dignei em ir trabalhar, precisava


bater uma imaginando aquele descarado me fodendo naquele
banheiro apertado de avião...

Cristo! Eu nunca fui uma punheteira e agora posso até dar


aulas de artimanhas em masturbação. Claro que aquele infeliz
descobriu o que passei a tarde inteira fazendo, acho que deve haver
uma placa indicando 'PUNHETEIRA' na minha testa...

Eu já estava à beira da loucura naquela quinta feira, já havia


se passado uma semana de castigo e eu sentia que explodiria a
qualquer momento quando marchei até o escritório do meu marido
mesmo tendo uma reunião naquele momento, porém para evitar um
homicídio ou um suicídio era melhor resolver a porra do meu
problema, e naquele momento apenas Dylan poderá solucioná-lo.

Eu me sentia frustrada , raivosa, revoltada, indignada, ninfomaníaca,


completamente insana e um pouco terrorista também...

Abri a porta num rompante.

O maravilhoso homem sentado à mesa sobe o olhar para me


encarar com uma expressão indecifrável. Mas não me amedrontei e
caminhei até a sua frente com passos seguros, ergui o queixo o
encarando e enquanto eu formulava alguns xingamentos me
surpreendi com o soluço que escapou da minha garganta
acompanhada por lágrimas que inesperadamente escorreram por
meu rosto.

Mas que porra era aquilo?

Eu não era mulher de chorar, caramba!

Era aquela abstinência maldita que estava me consumindo e


me levando a loucura...

Dylan se apressou em dar a volta na mesa e me segurar nos


seus braços...

—Desculpa... eu...eu não sei o que há comigo...— Sussurro


envergonhada.

—Você está frustrada amor. É muito orgulhosa para admitir


que errou, mas seu corpo precisa de alivio, e você sabe que apenas
eu posso te dar o que precisa! — Ele murmura acarinhando meus
cabelos e me fazendo voltar um pouco a si.

—Pois então me dá logo essa porra Dylan senão eu vou


acabar enlouquecendo! — Resmungo me apertando mais em seu
peito para sentir seu cheiro forte que eu tanto amo.

Sua risada me causou formigamentos. Ele inalou


profundamente o aroma de meus cabelos e murmurou.

— Vamos para casa! —


Saímos do escritório e fomos para casa. Assim que
adentramos o apartamento suas mãos logo apertaram meu corpo no
seu, sua boca procurou a minha num beijo selvagem e delirante.

Retirou meu vestido preto tubinho e rasgou meu sutiã. Me


pegou no colo subindo as escadas com minhas pernas enroladas
em sua cintura e chupando minha língua com avidez.

Eu continuei a me esfregar no seu pau e gemer na sua boca


até que escutei um pequeno barulho vindo de minha mão esquerda,
continuei a me esfregar embriagada por seu gosto, seu cheiro, seu
toque em minha mão enquanto fecha a outra algema no meu pulso
e aperta...

Espera um pouco...

Algema no meu pulso?

Antes que eu conseguisse processar a informação Dylan já


me soltava no chão e se afastava. Eu não estava apenas com
algemas em volta dos meus pulsos eu estava presa a cruz de Santo
André no quarto secreto do meu marido...

—Dylan... você disse que me daria o que eu preciso...—


Começo e ele me corta.

—E eu vou dar neném! — Afirma terminando de retirar seu


terno escuro.

—Mas...mas...— Gaguejo.

—É disso que precisa minha menina, confia em mim. Sei o


que estou fazendo! — Insiste.
Tente alertar meu cérebro de que prestasse, mas atenção ao
que ele falou, mas ele estava nu, porra! Com aquele maldito pau
grande e grosso repleto de veias suculentas pronto para me tomar
ali mesmo, como diabos eu a prestar atenção a alguma coisa não
fosse aquilo?!...

Dylan desfilou pelo quarto até uma pequena porta na lateral


esquerda e segundos depois voltava com uma corrente fininha e
curta nas mãos.

—São para os seus mamilos! — Murmurou assim que me


alcançou.

Eu estava admirada com sua desenvoltura em andar pelado


pelo quarto, então nem sei o que respondi, nem se respondi algo.
Só queria que ele me fodesse, apenas isso...

Ele sugou meus mamilos lambeu-os e os mordiscou. Eu


gemia e me esfregava nele tomada pelo tesão e após deixar meus
seios doloridos pôs o grampo em um depois no outro mamilo.

Sua boca logo os cobriu outra vez e eu gritei entorpecida...

—Ahhhh Dylann! —

—Isso... se entrega para mim neném! — O ouvi sussurrar.

Sua mão direita adentrou minha calcinha e seus longos


dedos encontraram meu clitóris inchado e logo minha entrada
úmida.

— Por Alá, Bianca! Você está ensopada. — Gemeu.


Ao retirar os dedos os lambeu um por um.

—Dylan, eu preciso de você— Pedi observando sua língua


em volta de seus dedos melados com meus sucos e suas pupilas
dilatadas brilharem.

Ele retirou minha calcinha, em seguida apertou minhas


pernas em volta de seu quadril esfregando o pau na minha
entrada...

—Peça desculpas Bianca. Por ter sido desobediente! —


Exigiu.

—Dylan...! — Tento, mas ele me corta.

—PEÇA! — Rugiu.

—Desculpa, porra! Eu...— Não consegui terminar a frase


porque ele ergueu minhas pernas e seu pau quase me partiu ao
meio tal força arremeteu dentro de mim.

—AHHHH— Gritei.

—Gostosa para caralho! — Rosnou.

Dylan se movimentou metendo seu pau fundo como se não


houvesse amanhã. A madeira dura em minhas costas e seu pau me
dilacerando estava me matando.

—Eu vou gozar... ahh...! — Gemi.

—Ainda não neném— Disse diminuindo o ritmo.


Segundos depois ele já havia parado de se mover e saído de
dentro de mim.

—Dylann! — Choraminguei.

Ele sumiu por um segundo e ressurgiu com chicote nas


mãos.

—O que... o que você vai fazer? — Perguntei aflita.

—Calada Bianca! — Rosnou

Segurou firme a corrente que prendia meus peitos um no


outro e em seguida ordenou.

—Abra as pernas neném... mais... mais um pouco... está bom


ai! —

Minhas pernas estavam escancaradas.

O vi segurar o chicote e quando percebi sua intenção tentei


fechá-las.

—Não as feche. Deixe do jeito que estava e isso não é um


pedido, Bianca! —

Fechei os olhos arfando.

—Hei.... Confie em mim. — Abri meus olhos quando


depositou um selinho meus lábios. —Eu não vou te machucar, eu
prometo! —

Eu acreditei naquelas palavras e no seu olhar sincero...


Eu abri minhas pernas outra vez dando-lhe total acesso a
mim.

— Eu vou bater aqui...— Murmurou passando o chicote de


tiras grossas por minha boceta — Você vai gostar, eu prometo e se
quiser parar basta pedir que o farei! —

Incapaz de discordar que aquilo não doeria apenas aceneI


com a cabeça afirmativamente.

— Boa menina! — Exclamou.

Fechei os olhos outra vez esperando o golpe, mas primeiro


veio um puxão da corrente, o que me fez suspirar. Logo depois o tão
esperado golpe veio, seguido por outro e mais um.

Aquilo era malditamente bom como ele mencionou. Eu gemi


mais e mais sentindo aquele ardor delicioso em total sintonia com a
dor que emanava de meus mamilos.

—Isso é tão... oh Cristo! Dylann! — Gemi.

— Goze Bianca! — Ele Exigiu.

Eu não tinha noção de que alguém poderia gozar daquela


forma. Ali, algemada, com prendedores apertando meus mamilos e
com um homem lindo e deliciosamente nu flagelando minha boceta.

— Dylan... Ahhhh! — Gozei chamando-o.

Nem bem havia terminado meus tremores ele se posicionou


entre minhas pernas e arremeteu seu pau violentamente dentro de
mim outra vez.
Gritei seu nome enquanto ele rosnava indo cada vez mais
fundo em mim.

— Goza no meu pau. Goza engolindo ele todo assim! —


Murmurou no meu pescoço e eu gozei chamando-o novamente.

— Neném... toma todo meu prazer dentro de você, toma! —


Gemeu e em seguida rugiu. Senti seu gozo derramar em mim e
descansei minha cabeça em seu ombro.

Dylan me retirou as algemas e me pegando no colo quase


desfalecida me levou para o nosso quarto. Depois de um banho
quente que tomamos, deitou-me na cama após enxugar meu corpo
e me enrolar com as cobertas quentinhas.

— Me desculpa! — Sussurrei cansada.

— Já me pediu desculpas, e eu já as aceitei diabinha! —


Sussurrou no meu cabelo.

Me aconcheguei um pouco mais no seu ombro e suas mãos


começaram a subir e descer nas minhas costas.

— Eu não sabia que era tão importante para você, Dylan.


Pensei que fosse apenas ciúmes bobos... Desculpa! — Pedi.

—Eu sei que é idiotice da minha parte, minha linda. Mas eu


não consigo controlar. Eu... Eu te amo de um jeito que me deixa
cego as vezes. Sei que Armindo é seu amigo, um irmão, mas a
parte inconsciente do meu cérebro não pensa assim. Não faça mais
isso, Bianca! Sair com seus amigos tudo bem, mas chegar em casa
bêbada... Só... não faz mais está bem?!— Murmura.
— OK, mas nunca mais me deixe sem sexo outra vez. Eu
quase pirei Dylan! — Resmungo.

O descarado riu de mim, e eu me juntei a sua risada...

— Tudo bem... prometo nunca mais te enlouquecer assim! —


Sussurra beijando meus cabelos;

— Promete? — Ronrono em seu peito.

— Prometo! Agora dormi que amanhã será um longo dia!


Receberá os 10% de suas ações que correspondem ao nosso
casamento. Precisa descansar. — Diz.

Depois de alguns mitos em silencio pergunta.

—Já pensou o que irá fazer com suas ações? As que irá
receber amanhã? —

— Pensei em repassar para você assim como as outras.


Porquê? — Indago.

— Não. Nada. Eu já providenciei a documentação para que


assine amanhã! — Responde de repente tenso.

— E porque não pediu que eu o elaborasse? Afinal eu que


sou do setor jurídico, lembra?!— Comento sonolenta.

— Apenas pensei que estivesse atarefada com outras


coisas... Mas amanhã discutiremos tudo. Agora durma, neném!—
Murmura.

—Eu te amo Dylan!— Sussurro.


Demorou alguns segundos até que ouvi um — Eu também
meu amor... eu também! —

Naquela noite dormi feito uma pedra, eu não imaginava que o


dia seguinte me reservada tantas emoções, ou que este terminasse
de maneira tão inimaginável...

Ali, nos braços do meu amor pensei que nunca poderia me


machucar outra vez.

Doce ilusão...

24. Capítulo- Possuída


Bianca

No dia seguinte fiz exatamente como todas as manhãs,


escovei os dentes, separei um vestido tubinho vermelho na cama,
acordei o Dylan e tomei banho depois do sexo no chuveiro com meu
marido, nos arrumamos com promessas salientes para mais tarde,
depois tomei café no seu colo brincando e conversando amenidades
e carinhos.

Em outras palavras estava tudo perfeito... Até demais,


pensei, mas eu merecia um pouco de felicidade também certo?
Certo...

De uma forma ou de outra, eu estava me sentindo


revigorada. O sexo quente da noite passada tinha me deixado
dolorida e minha boceta estava com algumas marcas levemente
avermelhadas do chicote, o que fazia meu sorriso aumentar a cada
passo que eu dava junto com meu marido ao adentrar na empresa.
A manhã se passou depressa, muitos papéis para colocar em
ordem, alguns ofícios e documentos que necessitavam da
autorização do presidente da empresa, ou do meu maridinho. Eu
deixei isso para depois da reunião que havia sido convocada junto
com o conselho e os donos da empresa para receber a parte que
me cabia do acordo feito por meu pai e o avô de Dylan há anos
atrás. Assim que a secretária me informou que todos já estavam
esperando caminhei até lá.

Eu não era boba, sabia que agora com as ações do papai


somadas as que iria receber hoje me tornaria a dona da empresa,
teria maioridade das ações. Mas dirigir uma empresa daquele porte
definitivamente não era para mim.

Eu entendia de 'direito', era uma boa advogada e me


orgulhava disso, administração não era a minha praia. Mas confiava
plenamente que havia encontrado a pessoa certa para isso, hoje
passaria uma procuração nomeando Dylan como meu tutor para tal,
mas já havia redigido e assinado um outro documento passando
todas ações em definitivo para ele, entretanto, esta surpresa só o
faria em seu aniversário, que seria daqui há duas semanas. Seria ou
não um belo presente?!

Assim que adentro na sala o senhor Salim me recebe com


um sorriso falso de satisfação, eu não sei qual era a daquele
velhote, mas ele estava com cara de quem iria aprontar...

Me desvio do pensamento sobre o avô do meu marido


quando sou cumprimentada amavelmente por Samantha, meu
marido se manteve sério e tenso numa cadeira ao lado do pai a
esquerda de Salim e me cumprimentou apenas com um pequeno
sorriso forçado, achei aquilo estranho, mas também conhecia os
costumes dali, ele não podia me receber com beijos e amasso,
contudo, o esperava mais receptivo... Aceno para Ali e Sheila
sentados do outro lado da grande mesa e sou apresentada para os
demais do conselho.

Uma hora depois de apresentações, discursos e blábláblás


finalmente recebo os documentos que me nomeiam dona majoritária
da empresa, e rapidamente, depois desta constatação Salim me
repassa os papéis onde tenho que assinar para que Dylan possa me
representar...

—Aqui está a procuração onde você nomeará o Dylan, seu


esposo, e meu neto, como o representante legal por suas ações,
consequentemente este será nosso novo presidente. — Salim
reporta parecendo bastante satisfeito com aquilo.

Eu não me importei com isso, não queria aquelas ações, e


nem saberia o que fazer com elas, não fosse Dylan. Este, se
remexeu desconfortável na sua cadeira após ler os papéis e assina-
los soltando um enorme suspiro.

Estava assinando a segunda folha do documento quando


Dylan indagou —Você não vai ler do que se trata? —

—Não. Foi redigido por você, porque eu teria alguma


dúvida?!— Respondi continuando a assinar e assim que terminei
tudo repassei para meu marido novamente.
Quando nossos olhos se encontraram notei que algo estava
errado com ele.

Não consegui explicar o que era, mas tinha uma coisa


diferente no olhar de Dylan, estava receoso, tenso... triste. Mas
porque ele estaria triste? Acaba de se tornar o presidente da
empresa, deveria estar feliz, não é?!

Após a sua nomeação como novo presidente da empresa


todos o cumprimentaram, mas surpreendentemente na minha vez
ele me abraçou forte e me beijou apaixonadamente na frente de
todos. Não era como se fosse proibido, afinal, todos ali eram
americanos ou alemães, com exceção de sua família. Mas Dylan
evitava carinhos em público, segundo ele, além de sua tradição não
incentivar demonstrações de carinho em público, seria uma conduta
desrespeitosa em seu local de trabalho—apesar de ter me fodido na
minha sala mais de uma vez- vai entender os homens, não é
mesmo?!

— Obrigada meu amor!— Ele sussurra assim que nos


separamos.

Sorrio bobamente agarrada ao seu pescoço ainda, me


sentindo a mulher mais sortuda do mundo por ter aquele beijo só
para mim.

— E pelo que está me agradecendo? — Pergunto fitando


seus olhos azuis intensos.

— Por existir!... Eu te amo, neném! — Sussurra no meu


ouvido.
Acarinhei seu peito coberto pelo seu terno cinza Armani
impecável e beijei sua bochecha.

— Eu que deveria agradecer por ter um homem maravilhoso


como você ao meu lado, lindo! Parabéns! Sei que vai ser o melhor
presidente de empresas de todos os tempos. — . Digo.

Ele rir baixinho —Obrigada! —

Dylan sabia de minha grande dificuldade em esbanjar 'eu te


amo' a todo momento. Mas ele sabe o quanto o amo. Sabe que não
viveria mais sem estar ao seu lado!

O resto do dia foi tranquilo, eu não saí para almoçar por


causa do conturbado e atarefado que passei, também não estava
me sentindo muito bem, estava levemente zonza e
cansada, bastante cansada.

Alguém bateu a porta de repente, a minha secretária


adentrou a minha pequena sala e empilhou mais documentos que
necessitava da assinatura de meu marido.

—Senhora, quer que eu encaminhe para a sala do senhor


Holffman? — A mulher de cabelos castanhos e olhos da mesma cor,
pele negra e sorriso encantador me pergunta.

—Não. Eu mesmo o faço! — Respondo devolvendo-lhe o


sorriso gentil ─—Obrigada Samira! —

Levanto com a pilha de papeis quase cobrindo a minha visão


e caminho até o escritório de Dylan.
Eu estava chegando a porta quando sua secretária se pôs a
minha frente nervosamente —Desculpe-me senhora, mas o senhor
Holffman está em uma reunião e não pode ser incomodado—.

Levantei uma sobrancelha para ela com a melhor cara de: 'ou
você sai da minha frente, ou passo por cima de você!'

—Desculp...— Ela tenta ainda na minha frente e eu


rapidamente a corto.

—Vou dar-lhe um segundo para dar o fora da minha frente,


sua anta! — Rosno para ela e ela sai apressadamente.

Abri a porta com cuidado e fechei a porta também


vagarosamente. Quando me voltei para a sala a procura do meu
marido quase enfartei com aquela cena...

Zayn, Gutiérrez e Paul estavam rindo de alguma coisa


sentados nas poltronas de frente para a mesa, enquanto Dylan
estava sentado na sua cadeira imponente. Até aí tudo bem, não
fosse a cabeleira loira de costas para mim. A mulher estava de
frente para Dylan segurando sua gravata com o rosto praticamente
colado ao seu, estava sentada a sua frente e com as pernas em
cada lado de sua cadeira...

Minha primeira atitude foi ranger os dentes como uma leoa


afiando suas presas.

A segunda atitude foi jogar o montante de papéis no chão


causando um pequeno estrondo e chamando a atenção de todos os
presentes para mim.
E a segunda foi trovejar aos quatro ventos um —MAS QUE
PORRA É ESSA DYLAN? —

Meu ex-futuro-finado-marido arregalou os olhos em minha


direção e praticamente jogou a vadia da Rachel de cima da sua
mesa...

Ouvi alguns ofegos e sussurros de 'puta merda!' E outro de


'ihh... ferrou!' Que para provavelmente saiu da boca dos amigos do
meu ex-futuro-finado-marido...

—Bianca, não nada disso que está pensando! — Dylan se


apressa em murmurar.

A puta da Rachel está sorrindo satisfeita e Dylan caminha


lentamente na minha direção enquanto os amigos e põe de pé.

—Ah não, eu não estou pensando... ESSA VADIA ESTAVA


NO SEU COLO PRATICAMENTE TE DANDO, ENTÃO EU NÃO
ESTOU PENSANDO, EU VI, SEU CRETINO, FILHO DA PUTA! —
Berro jogando o objeto pontiagudo da mesinha próxima a porta de
entrada em sua direção...

Ele se esquiva e levanta as mãos assustado —Me deixa


explicar, não precisa ficar brava! Ela.... Ela estava apenas me
mostrando...—

—O QUE? SE A BOCETA DELA ESTAVA DEPILADA?! ERA


ISSO QUE ESTAVA TE MOSTRANDO?! PORQUE FOI O QUE
PARECEU QUANDO ESSA VAGABUNDA ESTAVA DE PERNAS
ABERTAS EM CIMA DO CARALHO DA SUA MESA!— Grito
jogando outro objeto, este acertou-lhe a barriga e ele se inclinou
com um gemido de dor...

Se eu estava brava? Não. Estava simplesmente possuída!

—Não me chame de vagabunda sua idiota! Que foi? Não


confia no seu maridinho fofa? Ahh... Talvez porque saiba que ele
ainda me ama e que casou com você apenas porque foi obrigada
pelo avô! — Rachel esbraveja.

— EU VOU ARRANCAR ESSE SEU SORRISINHO, SUA


ESTÚPIDA! — Gritei descontrolada partindo rumo a direção em que
a vaca estava parada me encarando e com um sorriso debochado
no rosto.

Dylan não foi rápido o suficiente para me segurar. Num


segundo a puta estava sorrindo próximo a mesa e no outro estava
se contorcendo debaixo de mim enquanto eu arrancava tufos de
seus cabelos loiros montada nela...

—VOU TE ENSINAR A NÃO SE OFERECER A HOMEM


CASADO SUA VADIA!... PUTA DESGRAÇADA!... SUA
VAGABUNDA! — Berrava eu deferindo tapas em seu rosto e
puxando seus cabelos com a outra mão.

Suas mãos estavam em meu cabelo, em que ela conseguiu


arrancar alguns bons fios, mas eu a estava deixando careca, então
perder alguns fios valeriam a pena...

—Para Bianca! Para com isso! — Dylan esbravejava me


segurando pela cintura, mas eu prendi minhas pernas debaixo da
vaca, e minhas mãos estavam seguras em seus cabelos e rasgando
seu rosto com minhas unhas, então cada vez que tentava levantar
eu a trazia junto de mim, batendo na vadia com gosto...

—Me solta sua louca... Ahhh... Dylan, tira ela de cima de


mim...—Rachel gritava enquanto Zayn a apertava pela cintura como
Dylan o fazia em mim, mas sem sucesso na tentativa de leva-la para
longe do meu ataque...

Eu parecia estar endemoniada. Mas não iria deixar aquela


puta sair vitoriosa, eu iria bater nela até não me restar mais forças...

—Para... Socorro!... Alguém controla essa selvagem! — Ela


continuava a berrar e agora só tentava proteger o rosto todo
rasgado de unhas.

—EU VOU TE MATAR... RAPARIGA!... EU VOU TE MATAR


VAGABUNDA!... VADIA! VOU ARRANCAR SEUS OLHOS SUA
MERETRIZ!— Eu prosseguia com os xingamentos...

—Bianca para com isso! Solta ela Bianca! — Dylan continua


a me puxar.

—O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!— Ouço a


voz de Salim explodir na sala como um rugido.

Dylan se distraiu, assim como Zayn e Rachel para olharem


para o velhote que adentrava a sala com uma dezena de
seguranças e uma cara de irritado. Foda-se ele!

Me livrei dos braços de Dylan e derrubei Rachel no chão


outra vez subindo em cima dela e socando seu rosto sem parar.
—ISSO É PARA VOCÊ NUNCA MAIS CHEGAR PERTO
MEU MARIDO SUA PUTA! DESCARADA!— Continuo gritando
enquanto socava sua cara de atriz de comercial de margarina, mas
depois dos arranhões e dos socos, ela estava mais parecida com a
noiva do Tchok...

Melhor assim, pelo menos agora ela iria pensar duas vezes
em tentar tomar o que me pertence, pelo menos não até estar com a
cara repleta de hematomas! Pensei enquanto Dylan e um dos
seguranças finalmente conseguiam me tirar de cima daquela
lambisgoia.

—EU AINDA NÃO ACABEI COM ESSA PROSTITUTA! EU


VOU ARRANCAR O FÍGADO DELA! ME SOLTA DYLAN... EU
MATAR ESSA VAGABUNDA! — Eu gritava esperneando para todo
lado a fim de me soltar e voar em cima dela outra vez...

—Dylan, controle essa fera que você chama de esposa!—


Salim exige.

—VÁ SE FOD...— o resto da frase saiu abafada pela mão de


Dylan que voou tapando minha boca rapidamente —...ER VOCÊ
TAMBÉM, SEU BABACA! —

Pela expressão raivosa que ele adotou creio que entendeu


perfeitamente o que falei.

—Pode deixar vovô...— Dylan murmura me segurando mais


apertado.

— Para Bianca!... Porra! Já mandei parar— Ele cochicha


irritado no meu ouvido.
—Ela arrancou meu cabelo senhor Holffman, me atacou e
desfigurou meu rosto! Esta mulher é uma selvagem, uma louca!
Precisa ser detida! — Rachel murmura com as mãos no rosto
chorando copiosamente.

Fingida.

—POSSO TE MOSTRAR QUEM É A LOUCA, SEU


PROJETO DE QUENGA! — Trovejo soltando a mão de Dylan da
minha boca e lutando para arrancar mais uns fios daquela vaca!

—Bianca cala a boca! — Dylan ordena apertando a mão na


minha boca outra vez.

—Saia daqui Rachel, depois conversaremos! — Salim


murmura com o maxilar cerrado e expressão dura.

Quando esta atravessa a porta ainda chorando teatralmente


como uma Madalena arrependida, Dylan enfim me solta e o velhote
se volta para mim...

—Se você fosse a minha esposa, neste momento estaria


levando umas boas chibatadas para aprender a respeitar o seu
marido e obedecer-lhe! — Salim rosna com um dedo apontado para
mim.

—Em primeiro lugar eu jamais casaria com um velhote


babaca como você! E segundo, quem você pensa que é para falar
comigo assim?!— Rosno de volta.

Nos encaramos por longos minutos, o velho me encarando


sem piscar, seus olhos fumegam de raiva.
Uma vez Dylan disse me admirar por ter vencido seu avô no
duelo de encarada, já que ninguém nunca o venceu e todos morriam
de medo dele. Mas talvez seja por isso, eu não tenho medo dele.

Quando ele bufa, arqueio uma sobrancelha em desafio e ele


finalmente se vira para o neto que está imóvel ao seu lado...

—Controle sua mulher Dylan! Ela tem que saber quem é o


dominador e quem é a submissa, quanto antes domá-la melhor para
você. Sabe que agora é presidente desta empresa e não pode
continuar agindo como um fraco! Ao que parece está deixando os
arreios soltos e se tornando um frouxo...—

O corto.

Bufo com sua declaração —Eu não sou a porra de um cavalo


para precisar ser domada, nem meu marido precisa dos seus
conselhos arcaicos para saber como lidar comigo. Coloque-se em
seu lugar senhor Salin! Dylan é o meu marido, não meu dono! —
Resmungo irritada.

Ele olha mais uma vez para mim com um olhar mortal e sai
caminhando a passos largos da sala.

Cruzo os braços estreitando os olhos para suas costas.

Homenzinho insolente! Penso.

—Puta.que.pariu! Ela enfrentou o.…— Zayn começa...

—senhor Salim! — Paul termina, ambos admirados.


Numa olhada rápida pela sala encontro apenas os dois e meu
marido que ainda está ofegante de raiva ao meu lado.

—Vamos para casa Bianca! Precisamos ter uma conversinha


— Dylan rosna apertando as mãos em punho.

A maneira que ele murmurou 'conversinha' me causou


calafrios, um arrepio gelado subiu por minha espinha e me fez
arregalar os olhos...

Os olhos de Dylan estavam escuros e faiscantes, seu corpo


rígido emanava raiva.

Aquilo não acabaria bem, eu sentia isso...

25. Capítulo- Obediência.

Você é louca e eu estou fora de controle, porque tudo em mim ama


tudo em você. Ama suas curvas e todos os seus limites, todas as
suas perfeitas imperfeições... Você é o meu fim e meu começo...—
(All Of Me— John Legend)

Dylan

Eu estava na minha sala analisando uma nova proposta de


acerca dos transportes de carga do envio de nossos produtos
quando Paul, Gutiérrez e Zayn adentraram minha sala infelizmente
acompanhados pela Rachel.

—E então Novo presidente? Preparado para comemorarmos


hoje sua ascendência ao reinado Hoffman? — Zayn pergunta
dramaticamente.
Droga.

Eu havia esquecido da reunião com eles hoje, toquei minha


barba—agora inexistente- olhei no relógio e vi que estava atrasado.

—Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé!


— Paul desdenhou sentando-se numa poltrona a minha frente.

As três poltronas foram ocupadas por meus amigos, ficando


apenas a Rachel de pé.

Esta não perdeu tempo em logo dar a volta a mesa e sentar


sobre ela desavergonhadamente.

—Me desculpem! Vou apenas terminar aqui e já vamos. —


Murmuro ignorando a Rachel.

Voltei ao meu computador enquanto Gutiérrez murmurava —


Podemos fazer isso aqui mesmo, por mim não há problemas! —

—Por mim também não! — Zayn dá de ombros.

—Acho melhor não. A sala não acomoda


a todos confortavelmente, então sugiro voltarmos para a sala de
reuniões! — Murmuro.

—Se a preocupação for por minha causa relaxe! Gosto da


sua mesa! — Rachel ronronou.

Algum tempo atrás eu ficaria feliz por ela estar aqui, em cima
da minha mesa e totalmente acessível. Mas hoje, a única coisa que
eu posso imaginar é no escândalo que minha diabinha faria caso se
deparasse com a cena.
Um tremor ultrapassa meu corpo momentaneamente só de
imaginar...

—Não estou nenhum pouco preocupado com você Rachel, e


peço que por favor se retire da minha mesa! — Falo continuando a
digitar no computador freneticamente.

—Então? Na sua casa depois de sairmos daqui? — Paul


indaga após um silêncio constrangedor.

—Acho que não! — Respondo sem se desviar do meu


trabalho.

—Ah qual é cara?! Precisamos comemorar! — Zayn insiste.

—E quem disse que eu não vou comemorar? — Pergunto


tirando a atenção do computador fitando-o.

—Ah... entendi safado! Vai comemorar com a esposa.—


Gutiérrez desdenha.

—Eu também não trocaria uma comemoração com a Bianca


por uma com você e essa cara feia Gutiérrez! — Zayn zomba e
caímos na risada.

Pego o telefone e contato a minha secretária —Senhora Finn,


não me incomode. Estou numa reunião no momento! — Ordeno.

—Sim senhor! — Ela responde.

—Boa pedida chefe! Agora, que tal falarmos de um aumento?


— Paul comenta divertido, rindo em seguida assim como os demais.
—Vá se foder Paul! Nem bem assumo o cargo e já quer me
extorquir? — Resmungo jogando um papel nele.

Todos riem mais um pouco.

—Bem... terminei, agora vamos começar. Estou ansioso para


saber das novas instalações da fábrica...— Fecho o notebook e fito
a Rachel ainda escanchada na minha mesa.

—Rachel, poderia por favor sair de cima da minha mesa?!—


Murmuro impaciente.

Ela desce da mesa e quando penso que se afastará,


simplesmente senta à minha frente com uma perna de cada lado da
cadeira.

—Houve um tempo que me imploraria para me ter bem aqui...


e me teve muitas vezes, lembra? — Questiona me puxando pela
gravata deixando seu rosto a centímetros do meu.

Seus olhos azuis continuam belos, e me pergunto se ainda


usa fio dentais como no tempo a que se referiu. Mas jamais ousaria
tocar nela novamente. Rachel continua uma linda mulher, sensual e
arrebatadora, mas amo Bianca. Amo minha neném de tal maneira
que jamais cogitaria me envolver com qualquer outra mulher.

E ela me ama.

O que fez hoje cedo, me dando total acesso ao que lhe


pertence e assinando documentos sem nem ao menos pestanejar é
uma prova de amor. Pensei em contar-lhe o que meu avô planejou,
mas isso traria apenas desconfianças e desavenças, sei bem como
Bianca pode ser rápida com as palavras e para falar desaforos ao
meu avô não demoraria. Mas é melhor evitar certo? Certo!

—Eu não vivo de passado Rachel, se quer viver de


lembranças vá a um museu! Agora levante-se daí! — Ordeno.

—Ihhh... Acho que alguém aqui acaba de tomar um senhor


fora do chefe! — Paul comenta rindo, e os outros caras o
acompanham.

Aconteceu tudo rápido demais...

Foi quando meu pior pesadelo se concretiza.

Não vi quando a porta foi aberta, apenas ouvi quando um


barulho estrondou próximo a porta e mirei o local imediatamente
assim como todos naquela sala. Porém mais rápido e maior que o
estrondo foi o...

—QUE PORRA É ESSA DYLAN?— Que ouvi daquela mulher


que parecia estar cuspindo brasas ainda próximo a porta.

Minha respiração ficou presa na garganta.

Como diria a Maria: Agora lascou!

Prevendo a catástrofe que se abateria sobre mim,


rapidamente empurrei a Rachel de cima de minha mesa sem se
importar em machuca-la e caminhei com cuidado em direção da
Bianca murmurando.

—Bianca, não nada disso que está pensando! —


Ela semicerrou os olhos irados —Ah não, eu não estou
pensando... ESSA VADIA ESTAVA NO SEU COLO
PRATICAMENTE TE DANDO, ENTÃO EU NÃO ESTOU
PENSANDO, EU VI, SEU CRETINO, FILHO DA PUTA! — Berra
jogando o objeto pontiagudo da mesinha próxima a porta de entrada
em minha direção...

Me esquivei tentando apaziguar aquela leoa na minha frente.

—Não foi bem assim. Ela.... Ela estava apenas me


mostrando...—

—O QUE? SE A BOCETA DELA ESTAVA DEPILADA?! ERA


ISSO QUE ESTAVA TE MOSTRANDO?! PORQUE FOI O QUE
PARECEU QUANDO ESSA VAGABUNDA ESTAVA DE PERNAS
ABERTAS EM CIMA DO CARALHO DA SUA MESA! — Gritou
possessa jogando outro objeto, este acertou-me a barriga.

Puta merda! Isso doeu...

Depois disso, a terceira guerra mundial se abateu sobre


minha cabeça... Bianca xingando, eu tentando fazer com que ela
não matasse a Rachel nem a deixasse careca, Zayn tentava segurar
a Rachel para que Bianca não a matasse como ela prometia fazer a
cada instante, a mulher parecia estar possuída. Bianca estava
simplesmente indomável.

Paul e Gutiérrez ainda apenas observavam espantados sem


saberem o que fazer quando meu avô entrou na sala com os
seguranças do andar.
Com muito custo, eu e um deles conseguimos desmaranhar
Bianca da Rachel. Esta última parecia ter acabado de sair de dentro
de um filme de terror, seus rosto estava sangrando e seu olhos
machucado, ficariam manchas roxas ali com toda certeza. Havia
tufos de cabelos amarelos no chão, a roupa dela estava rasgada na
blusa e seus braços estavam arranhados e garanto que quem a
olhasse acharia que foi atacado por um animal selvagem.

Bianca estava sem machucados, com um arranhão pequeno


na sobrancelha, rosto vermelho e voz ficando rouca de tanto gritar,
estava ofegante pelo esforço e com os cabelos bagunçados, não
tanto quanto os de Rachel. E continuava a lutar comigo para
arrancar os olhos da minha ex noiva.

Por Alá!

Nunca vi alguém tão furiosa assim...

O fato é: Nunca pense que a merda pode estar grande o


suficiente, pois você poderá ficar maior, e estando casado com uma
pequena diabinha é claro que a merda poderia ser gigantesca.

Para simplificar Bianca ousou enfrentar meu avô como


sempre, e este fez eu me sentir um estúpido incompetente na frente
de todo mundo por não conseguir domar minha própria mulher. Eu
entendi sua preocupação implícita em sua advertência, como eu
seria um presidente de uma multinacional e controlaria a tudo e a
todos se não conseguia controlar nem a minha esposa?

Droga!
Bianca e seu temperamento explosivo iria acabar me
matando. Eu fui muito conivente com ela, admito. O fato deste
escândalo ter chegado a esta proporção é culpa minha por não tê-la
feito entender que no mundo em que vivo, ela jamais poderia se
comportar de tal maneira. Não apenas para o meu bem, mas
também pelo seu. O patriarca da família poderia afasta-la de mim
caso ela não se comportasse, e eu não quero que isso aconteça.

—Vamos para casa Bianca! Precisamos ter uma conversinha


— Rosnei apertando as mãos em punho.

Depois de um momento me analisando a vejo cruzar os


braços atrevidamente e murmurar enfática.

—Ir para casa é o caralho! Eu quero saber o que aquela


vadia fazia em cima da sua mesa de pernas abertas para você. E é
bom que seja convincente, Dylan Hoffman! —

Fechei os olhos e contei até dez temendo esfola-la vida ali


mesmo por me envergonhar tanto...

—Me provocando, e eu a expulsei da minha mesa. Se quiser


pode perguntar a qualquer um dos meninos, eles estavam aqui
também caso não tenha notado! — Rujo sem paciência.

Ela virou-se lenta e ameaçadoramente para os meninos que


repetiram como tudo havia se passado com apenas um arquear de
sobrancelha dela.

—E porque eu confiaria em vocês? Quem me garante que


não estavam fazendo uma suruba todos vocês? — Ela insiste.
—O que é suruba? — Zayn perguntou.

—É a perversão sexual onde todo mundo come todo mundo,


e não me digam que não seriam capazes de fazer isso porque
conheço homens safados a quilômetros de distância e vocês são
todos pervertidos! — Ela continua a inquisição.

—Não disse que não era safado, apenas não conhecia o


termo que usou. E não, não é mentira. Eu não minto... nunca!... E
também não comeria a Rachel. Não gosto de loiras! — Enfatizou
Zayn.

—Eu gosto de loiras, mas não comeria a minha própria prima.


— Paul afirma.

—Eu comeria a Rachel se ela me desse! Ela parece ser


gostosa para caralho! — Gutiérrez murmura pensativo arrancando
uma careta de Bianca.

—Ok! Podem dar o fora! — Ela diz.

Nunca vi pessoas sumirem tão rápido. Pareceu um show de


mágica, num instante eles estavam lá e no outro já não estavam.

Zayn ainda murmurou 'boa sorte cara, comemoramos


amanhã se ainda estiver vivo' antes de sair da sala.

Filho da puta, isso o que ele era!

—Dylan eu...— Bianca tenta e a interrompo.

—Em casa Bianca! Em casa! — Exijo abrindo a porta e lhe


dando passagem.
—Recolha os papéis que estão no chão da minha sala
senhora Finn! — Murmuro friamente.

—Sim senhor! — Ela responde adentrando minha sala.

Bianca recolheu sua bolsa e casaco e assim fomos para


casa.

Dirigi em alta velocidade apertando a volante até meus dedos


ficarem brancos e esperei apenas um comentário de Bianca para
cortar sua garganta ali mesmo, mas ela nem respirando parecia
estar...

Subimos no elevador e Bianca estava quieta demais, eu por


outro lado, respirava fundo para me manter calmo e não estourar,
mas quando adentramos em casa não consegui me controlar...

—O QUE INFERNOS VOCÊ ESTAVA PENSANDO BIANCA?


— Gritei jogando a minha pasta no hall de entrada.

Bianca não se moveu, mas pareceu estar receosa. Ela


escorou-se no sofá com aquela expressão de menina arrependida
que aprendi que sempre fazia quando queria se safar de algum erro
que cometeu.

—Eu... eu pensei que...— Ela tenta e eu a interrompo.

Ando de um lado para o outro na sala após jogar o paletó e a


gravata no chão furiosamente.

—PENSOU UM CARALHO! VOCÊ NÃO PENSA, ESSE QUE


É O MALDITO PROBLEMA...! —
—NÃO GRITE! E A CULPA DESSA PORRA É SUA! SE JÁ
TIVESSE DEMITIDO AQUELA VADIA TUDO ESTARIA
RESOLVIDO AGORA E ISSO JAMAIS TERIA ACONTECIDO! —
Ela me imita se alterando.

—O QUE FEZ NÃO ENVOLVE APENAS ISTO... SERÁ QUE


NÃO PERCEBE TUDO O QUE ESTÁ EM JOGO? SERÁ QUE NÃO
SE DEU CONTA DO QUE SINTO POR VOCÊ, CARALHO? EU
AFIRMO TE AMAR TODOS OS DIAS E É ASSIM QUE ME
RETRIBUI? — Continuo andando pela sala passando as mãos pelo
cabelo.

—NÃO. RETRIBUO TE AMANDO TAMBÉM! MAS NÃO É


PORQUE TE AMO QUE PERMITIREI QUE ME ENGANE DEBAIXO
DOS MEU PRÓPRIO NARIZ! — Responde.

Andei até ela segurando seu pescoço com força —VOCÊ


NÃO ENTENDE, PORRA! SABE DO QUE ELE SERIA CAPAZ DE
FAZER COM VOCÊ? DO QUE ELE PODE FAZER COM VOCÊ? —

—D-Dylan...— Ela sussurra quase sem ar e eu encosto


nossas testas afrouxando o aperto...

—Ele pode... Ele pode te tirar de mim Bianca! — Sussurro


sentindo náuseas só em pensar nessa possibilidade — Pode te
mandar para um reformatório para que aprenda as regras, pode te
exilar onde eu nunca possa te ver outra vez, rechaça-la, ou te fazer
pagar uma punição que te tire de mim para sempre! — Termino com
minha voz quase sumindo.
—Do que está falando Dylan? C- Como assim seu avô pode
me fazer tudo isso? — Bianca pergunta hesitante.

—Você tem que parar... ninguém pode te tirar de mim. Eu não


poderia viver sem você! — Sussurro me livrando de seu vestido.

Levanto seu rosto para fitar aqueles olhos cor de mel, aquele
rosto perfeitamente emoldurado por cabelos negros, bochechas
coradas pelo esforço para respirar e boca perfeita.

— Eu não entendo...— Ela diz, mas logo a corto novamente.

—Eu te amo Bianca! Amo tudo em você.... Sua boca...—


Acaricio seus lábios com os dedos —Seus olhos cor de mel... seus
cabelos escuros como o véu da noite... cada pedacinho de você.
Não posso deixar que a tomem de mim, porque eu sou louco por
você, pelo seu gosto –lambo seu pescoço- .... Por seu cheiro –
Inspiro em seu maxilar e tomo sua boca outra vez ouvindo seus
suspiros sôfregos.

—Te amo! Amo até suas imperfeições... quando bate na porta


e sai esbravejando sem me escutar. Quando me pede desculpas
mesmo contrariada. Quando sorrir. Quando está excitada ou quando
se entrega a mim. Quando age por impulso mesmo que isso venha
a nos ferir.... Eu te amo! Te amo mais que minha própria vida,
neném! — Murmuro na sua boca e a tomo num beijo desesperado.

Somos mãos, bocas e suspiros por alguns segundos.

Até minha mente cair em mim. Eu não posso deixar barato a


confusão que ela causou a nós.
Meu avô me comeria vivo caso não haja com pulso firme e as
providências dele são bem mais severas que a minha.

Segundo minhas tradições, na qual foi me ensinado desde


pequeno, devo obediência a minha família. Mais especificamente ao
que rege toda ela, meu avô. É assim que as coisas funcionam por
aqui.

Meu avô tem controle sobre nosso clã (família). E


consequentemente sobre mim.

Uma coisa que precisam entender no meu mundo é que os


homens são sempre superiores as mulheres. E juro que caso eu
não tivesse a influência de minha avó e viajado pelo mundo a fora,
eu acreditaria fielmente nisso. Dubai apesar de ser um Emirado
bastante evoluído em relação a regras de convivência social e
matrimonial, possui também conceitos e valores tradicionais, e
mesmo o mais evoluído de todos temeriam o conservador Salim
Holffman.

Tudo o que fazemos é por contrato. Desde a compra de um


empresa até tomar uma mulher em casamento.

O pai de Bianca não leu o nosso contrato de casamento, ou


se leu pouco se importava com o futuro da filha, e eu? Bem, eu não
me importava com minha esposa quando casamos. Umas das
cláusulas do contrato permitia que meu avô, ou membros anciãos
da família pudessem aplicar corretivos e ensinamentos a minha
esposa estrangeira, ela convertida ou não a minha religião. Em
outras palavras, Bianca jamais deveria me desobedecer, ou a
alguém da minha família.
Alguns hábitos dela foram tolerados porque não se converteu
ao islã e é uma estrangeira. Mulheres islâmicas não podem
trabalhar, nem estudar e nem sair de casa desacompanhada do
marido ou pai estando ela nas mãos de um conservador. A primeira
coisa que vovô queria fazer quando chegamos aqui era despachar
Bianca a um dominador amigo da família a fim de submetê-la, mas
eu recusei, pois mesmo que ainda não a amasse, não permitiria que
alguém a machucasse.

O fato é... Eu conheço bem o tipo de tratamento dados aos


corretivos e ensinamentos, a dominação que meu avô pretende é
mais uma domesticação, digamos assim. Só de pensar nas
atrocidades que poderiam cometer a ela me dói o peito.

Mas é só questão de tempo até ele enfim aposentar-se da


empresa e eu colocar meus planos em ação. Como mencionado
antes tudo o que fazemos é por contrato, e meu avô assinará um
me passando plenos poderes assim que a papelada de hoje estiver
efetivada em cartório.

Minha primeira medida será construir uma nova sede nos


Estados Unidos ou Alemanha para finalmente estar distante do seu
alcance a Bianca. Sinto que sua paciência está se esgotando para
com ela, e por Alá! Nem imagino para onde ele a mandaria.... Tenho
que o mostrar que exerço controle sobre ela...

Aos poucos levanto com ela no colo, suas pernas estão


envoltas a minha cintura e não desgrudamos a boca um do outro em
nenhum segundo.
Ao chegar no quarto de castigos e ponho no chão e aos
poucos nos distanciamos...

Seus olhos se abrem devagar e de repente me encaram


aturdidos.

—Dylan, não! Não quero ser castigada. Você me prometeu


nunca mais me deixar sem orgasmos— Ela choraminga se
abraçando a mim fingindo estar assustada.

Assustada é tudo, menos o que ela está agora. A conheço o


suficiente para saber que está na verdade bastante excitada...

—Abra as pernas Bianca! — Ordeno a encarando


seriamente.

Um suspiro escapa por sua boca formidável e suas pupilas


estão dilatadas.

Ela não o faz a princípio o que mandei nem ato de rebeldia,


então a ponho bruscamente sobre o divã, admiro-a por alguns
segundos usando apenas aquela lingerie que pouco cobre o que me
pertence...

Deliciosa.... É isso que ela é. Divinamente deliciosa, desde a


ponta de seu dedinho mindinho delicado do pé a raiz de seus
escuros fios de cabelos.

Minha respiração está pesada quando abro suas pernas


rosnando.

—Eu disse, abra as pernas sua insolente! —


Um gemido seu se faz presente no espaço e eu sem demora
enfio a mão dentro de sua pequena e requintada calcinha preta.

Meu pau vibra ao encontra-la como eu imaginei,


completamente molhada e pronta para me receber.

—Agora você não me parece assustada, na verdade eu


posso afirmar que ao invés de sentir medo, está é bastante
excitada. Sua boceta está encharcada e pronta para me ter
enterrado até as bolas bem...— Enfio dois dedos em seu núcleo —
aqui! — Concluo satisfeito com sua reação.

—Dy- Dylan— Ela geme segurando minha mão dentro de si.

—Agora vamos começar o seu castigo pequeno diabinha.


Aprenderá a não me desobedecer, e nem me envergonhar como o
fez! — Sussurro próximo ao seu rosto, sentindo seu corpo de
repente se tencionar embaixo de mim.

Dar uma boa lição a Minha Submissa é sempre um prazer.


Porém não gostaria de fazê-lo por temor ao que possa lhe
acontecer. Prefiro pensar que foi porque me envergonhou na frente
de todos, e a farei se arrepender por ter me feito tanta vergonha
além de ter se colocado em risco.

O farei por mim.

Por ela.

Por nós!

26. Capítulo- Minha submissa


Bianca

Se eu pudesse me descrever nesse momento em duas


palavras, estas seriam luxúria e raiva.

Raiva por saber que serei castigada por causa daquela


rapariga da Rachel.

E luxúria por estar presa a cadeira de castigos


completamente nua, com as pernas escancaradas dando ao meu
lindo e deliciosamente pelado marido pleno acesso ao meu corpo.

—Dylan... Dylannnn! — Grito pela quarta vez gozando


loucamente.

—Chega... eu não aguento mais! — Choramingo quando o


vejo aproximar o rosto da minha boceta depilada.

Seu sorriso é enorme ao murmurar maquiavélico —Ainda não


neném.... Você vai me dar quantos orgasmos eu exigir. Já gozou
nos meus dedos, com o vibrador e agora vai gozar na minha boca!

—Não... Dylan...— Tento impedi-lo, mas minhas mãos estão


algemadas nos braços da cadeira, minhas pernas continuam
flexionadas com meus tornozelos e pés amarrados.

Sua língua é exigente.

Tortura meu clitóris para em seguida se afundar no meu


núcleo me deixando insana.
Dois dedos adentram minha boceta e dedilham
freneticamente enquanto ele suga meu clitóris avidamente...

—Por Deus! Dylan... Eu vou...— Gemo sentindo o orgasmo


chegar outra vez.

—Shiiii... ainda não minha menina! Segure mais um pouco!


— Ordena.

Sua boca se fecha sobre meu clitóris outra vez explorando


com força enquanto seus dedos se afundam cada vez mais
intensamente dentro de mim, sinto um terceiro dedo entrar e grito.

—Por favor... por favor me deixa... Oh meu Deus! — Berro


tentando inutilmente mover os quadris para recebe-lo melhor.

—Ainda não...— Rosna e depois volta a função de me chupar


de antes.

Não me pergunte como, mas sua exigência me fazia segurar


o gozo como se meu corpo obedecesse aos seus comandos, não os
meus. Depois de minutos agonizantes ele enfim cede...

—Agora! Goze para mim Bianca! — Exigiu.

—Sim, sim... sim! Porraaaa! — Estremeci gozando.

Eu ainda estava enfraquecida do orgasmo quando ele me


desamarrou e abriu as algemas. Me ergueu nos braços e quando
pensei que fosse me levar para nossa cama ele me pôs sobre o divã
novamente.

—Fique de quatro e me espere aqui! — Dispôs.


Eu adorava aquele jeito mandão do meu marido.

Mas o pensamento de que ele estava acabando comigo por


causa da sirigaita me deixava possessa! Então por birra e
esgotamento físico eu continuei deitada de bruços no divã, foi
quando recebi uma forte chicotada na bunda.

—Aiiii! — Gemi sentindo a ardência deliciosa se espalhar por


minha pele.

—Eu disse, me espere de quatro! — Berrou Dylan fazendo-


me ficar na posição exigida resmungando um 'idiota, filho da puta'.

Segundos depois ele voltou com uma calcinha estranha e um


colar que continha seu nome em detalhes prata.

—Eu não vou usar isso! — Me recusei.

—Vai sim! Você me pertence e vai usar o que quiser que use!
— Murmurou depois de um tapa seco na minha bunda.

—Eu não vou usar essa droga Dylan! — Rosno irritada.

—Vai! Aqui você é Minha Submissa, Bianca, me deve


obediência! — Murmura autoritário abotoando o colar em volta do
meu pescoço.

Eu tentei me afastar, mas não adiantou. Além do mais, eu


não poderia lutar no estado de frangalhos que me encontrava...

Passou a calcinha por minhas pernas com brusquidão, em


seguida e se afastou para me admirar como se eu fosse uma pintura
do Louvre.
—Você ficou perfeita neném! — Se aproxima e planta um
beijo rápido e ríspido nos meus lábios.

Se posicionou atrás de mim e ouvi o barulhinho do vibrador


ser ligado outra vez.

—Não Dylan.... Eu estou cansada. Não quero mais, por favor!


— Peço fitando pelo espelho a nossa frente seu olhar de garoto
malvado e seu sorriso decidido.

—A brincadeira está apenas começando minha linda!


Aprenderá a não errar mais comigo Bianca, de um jeito ou de outro.
— Murmura secamente aproximando aquele objeto de tortura outra
vez na minha boceta.

...

Não sei quantos orgasmos ele já me arrancou.

Mas minhas pernas não sustentam meu corpo.

Sinto seus braços me envolverem e me pôr deitada no divã


de busto para cima, mantendo minhas pernas ainda mais abertas.

Estou ofegante e sonolenta, meus pulsos presos na algema


que os marcaram com uma grossa mancha vermelha, meus cabelos
estão grudados na minha face por causa do suor do meu corpo.

—Para... eu... Dylan.... Não! — Imploro lutando para manter


meus olhos abertos.

—Ainda não acabei com você Minha Menina Má! — Declara


posicionando seu enorme pau na minha entrada.
—Dylan! — Gemo ao senti-lo me alargando completamente.

—Puta merda Bianca!... Você é tão quente, porra! — Geme a


cada estocada áspera.

Não tenho forças para contesta-lo, nem para pedir clemência,


somente suspiros escapam de minha boca.

Dylan segurou meu pescoço com uma mão apertando-o


enquanto arremetia dentro de mim. Meu fôlego começou a sumir
intensificando a chegada do meu orgasmo.

Minhas mãos cobriram as suas enquanto minha boceta


apertava seu pau severamente.

—Quando eu soltar seu pescoço você vai gozar para mim,


entendeu? — Determinou.

Eu acenei com a cabeça que sim, bom, pelo menos eu tentei


acenar...

—Boa menina! — Sussurrou baixando para segurar meu


mamilo direito entre os dentes, mordeu, depois chupou e lambeu
um, depois o outro...

—Caralho.... Eu não aguento mais Bianca! Vem comigo, goza


no meu pau neném! — Ruge aumentando as estocadas e soltando
minha garganta.

Definitivamente eu tinha me tornado sua submissa, percebi isto


quando meu corpo traidor obedeceu ao desgraçado filho da mãe
sem titubear.
Nunca havia gozado tão intensamente como naquele
momento, pensei ter visto as portas do paraíso no ápice do prazer...

—Bianca, Oh céus— Dylan gemeu se derramando em mim


enquanto eu gritei seu nome jogando a cabeça para traz.

Mantive meu corpo imóvel debaixo do seu.

Sinto sua respiração pesada quando se move dentro de mim


outra vez, seu pau ereto novamente entra e sai com facilidade por
causa dos meus fluídos e do seu.

Meu corpo está exausto.

Minha mente está exausta.

Minha cabeça vagueia entre o que é realidade e sonho e uma


angústia que não sei explicar de onde veio me consome...

Não me dei conta do que estava acontecendo ao meu redor


até sentir as mãos de Dylan em meu rosto e seu olhar me encarar
preocupado.

—Hei! Calma... Shiiii... calma meu amor! — Disse ele


carinhosamente.

Foi então que escutei meus soluços e senti as lágrimas


descendo pesadas por minhas bochechas.

—Eu... me des- desculpa! Eu... eu não queri-a... e eu te...


odei-o-o!— Gaguejei aos prantos.

O porquê do choro? Oxente! Nem eu sei responder essa


porra!
Acho que estou me tornando uma fraca chorona, e isso me
faz chorar ainda mais!

—Não, você não me odeia meu amor. Está exausta pelos


vários orgasmos que te dei! Vem. Vou te banhar e te botar na cama!
— Murmura atencioso.

Mas quando suas mãos tocam meu corpo, não sei de onde
ainda retirei forças, mas levantei bruscamente fugindo de seu toque
e me afastei.

—NÃO TOQUE EM MIM! — Gritei descompensada.

Surpreso Dylan continuou avançando ao meu encontro ─—


Bianca calma! Você está em choque. Mas tudo vai ficar bem! —

Os soluços se tornaram mais altos —Você não vai chegar


perto de mim Dylan! Não vai. Você me castigou por causa daquela
rapariga mês-mesmo quando t-te ped-i para não o fazer! Eu t-te
ode-eio!— Gaguejei tornando a me afastar.

—Amor, escuta...— Ele tenta.

Mas eu não quero ouvir mais nada ─—NÃO ME CHAME DE


AMOR CARALHO! — Berro.

Dylan levanta as mãos em defesa e me olha cautelosamente


—Tudo bem... como quiser... vai ficar tudo bem... eu estou aqui e vai
ficar tudo bem! — Assegura.

Quando minhas costas encontraram a parede seus braços


me cercaram me puxando para seu peito.
Eu chorei mais ainda.

Dylan me levou do quarto, passamos vários minutos na


banheira cercados da água morna que me fez ficar calma. Ele
acariciava minhas costas com uma mão enquanto a outra passeava
por meu corpo lentamente. Nossas pernas estavam entrelaçadas de
frente um para o outro, minha cabeça estava descansando em seu
ombro e seus beijos doces no meu ombro esquerdo me
acalentaram.

—Mais calma agora? — Sussurrou no meu ouvido.

Afirmei com a cabeça um 'sim'.

—Me diga o que posso fazer por você neném? —

—Não ouse me castigar nunca mais por causa daquela


quenga Dylan. Prometa. Prometa nunca mais me tocar assim por
causa dela! — Exigi.

Dylan levantou meu rosto delicadamente, e quando nossos


olhos se encontraram —Você acha que foi castigada por causa da
Rachel? Eu estou pouco me fodendo para Rachel, baby! Acho que o
que fez foi até bem merecido, mas o problema não é esse. O
problema foi que você resolveu fazê-lo dentro da empresa, na frente
dos funcionários em pleno expediente. Você tem noção do quanto
isso me prejudica? Do quanto prejudica a nós dois Bianca?!... Seu
castigo não teve nada a ver com minha ex, mas sim com a sua
desobediência, sua impulsividade e principalmente insolência em
me humilhar na frente de todos no meu primeiro dia de comando à
frente da maior multinacional do país. Você tem que aprender que
aqui não é o Brasil. Não pode simplesmente armar um barraco
como se estivesse no terreiro da fazenda de seu pai, Bianca. Aqui
as coisas são diferentes, as mulheres devem obediência aos seus
homens, e se eu não conseguir controlar seu gênio difícil não
poderei te proteger. — Me repreende firmemente apesar de suas
carícias em meu rosto.

—Me proteger de que Dylan? Você já mencionou isso várias


vezes, mas não me explica direito. Eu sei que aqui não é o Brasil,
eu sei, eu passei dos limites, mas eu não consigo tolerar aquela
mulher perto de você, dando em cima de você a cada momento e
você simplesmente não faz nada! — Explico aborrecida.

Suas mãos voltam para minhas costas.

—Eu não poderia tomar providências antes porque não era o


presidente, quem mandava em tudo era meu avô e você sabe disso.
Além do mais, a Rachel sempre foi uma ótima funcionária. Mas não
se preocupe, amanhã mesmo lidarei com ela. — Concluiu molhando
uma esponja e descendo por meu corpo outra vez.

—Você não respondeu minha pergunta. Do que você tem que


me proteger? — Insisto.

Ele respirou fundo antes de revelar.

—No nosso contrato de casamento havia uma cláusula. Nela


o meu avô pode decidir seu destino, caso não cumpra com seu
papel de esposa segundo nossa religião manda! —

—Eu li o contrato, mas não achei nada demais nesta


cláusula. Eu cumpro com minhas obrigações, não?! E ademais, o
que o velho gagá do seu avô poderia fazer comigo? Me obrigar a
lavar sua dentadura?!— Comento observando seu corpo tencionar.

—Você se engana neném. Ele pode fazer milhares de


atrocidades que você nem imagina. Pode te mandar para longe de
mim, pode te levar a um reformatório onde as mulheres aprendem a
se submeter aos maridos. Pode te sentenciar a morte, Bianca.
Entende agora? Você não pode bater de frente com ele! — Sua voz
saiu sôfrega e seus olhos azuis intensos continham um misto de
desespero e medo.

Eu ainda estava pasma com aquela declaração.

Puta merda! Eu estava lascada e nem tinha me dado conta.

—Mas.... Você não pode fazer nada? Você é o meu marido,


porra! — Exclamo.

—Não. Eu não posso interferir. Estava no contrato e


explicamos ao seu pai o que implicava 'seguir as obrigações de
esposa'. Ele deveria ter te informado disso. Aliás, eu deveria ter te
informado sobre isso, mas as coisas foram acontecendo e acabei
esquecendo. Mas hoje eu tive um vislumbre da fúria que meu avô
sentiu ao encontrar aquela cena na minha sala, e por Alá, ele não
fez nada contra ti. Por isso te fiz isso...— Acaricia meu pescoço.

Não consigo ver, mas tenho certeza de que seus dedos estão
desenhados ali.

Acho que ele entendeu meu olhar confuso já que tratou de


explicar.
—Isso aqui prova a ele e a todos que você recebeu um
merecido castigo por seus atos. Só espero que seja suficiente para
acalmar meu avô! —

—Você não pode me marcar toda vez que eu faço algo


errado Dylan! — O repreendo.

—Eu sei. E assim que meu avô se afastar definitivamente da


empresa eu poderei finalmente transferir sua cede para os Estados
Unidos ou Alemanha. Poderei te tirar do alcance dele. Eu só te peço
mais um pouco de calma, Bianca. Só mais um pouco e teremos
nosso enfim sós. — Justifica-se.

Fiquei em silêncio alguns minutos com a cabeça deitada em


seu peito sentindo suas mãos e beijos acalmarem minha pele.

—Ok. Eu vou tentar! — Sussurro.

Não preciso olhar para saber que seu sorriso perfeito


emoldurou seus lábios.

—Vai tentar e vai conseguir, meu amor. Porque eu não


saberia viver longe de você, minha pequena diabinha— Sussurrou
de volta.

Subi beijos por seu peito até encontrar sua boca. Depois de
traça-la com meus dedos fitando seus olhos azuis intensos beijei-o
docemente. Minha língua enroscou-se a sua numa dança sensual e
lenta até sentir ser puxada mais próxima do seu corpo quente.

Entretanto quando seus dedos encontraram minha entrada


gemi sentindo um ardor ressoar da minha boceta inchada.
—Aii!— Gemi.

Suas mãos logo se afastaram.

—Desculpa minha linda. Esqueci que deve estar bastante


dolorida. — Suas mãos se encaixam nas minhas coxas apertando-
as em sua cintura, logo depois amparam minha bunda levantando
comigo em seus braços fortes.

—Vem, vamos para cama—

Naquela noite dormimos de conchinha.

Eu apesar de apreensiva encontrei conforto e proteção nos


braços do meu amado. Ali eu me sentia forte o suficiente para
enfrentar o mundo se preciso fosse...

Nós dormimos cansados e satisfeitos. E nem no pior sonho


que tive naquela mesma noite eu poderia imaginar o a tempestade
de areia que estava por vir...

27. Capítulo- Menina má


‘Agora vou me vingar, menina má...’ (Menina má- Annita)

Dueto

▬ ♂▬

Bianca

Se Dylan achou que ficaria por isso mesmo o que a rapariga


da Rachel fez está bem enganado...
Sorrindo diabolicamente levantei da cama onde meu lindo
marido dormia tranquilamente. Meus músculos abdominais estavam
doloridos, e cada passo que eu dei lembrava a noite de ontem. E se
não fosse minha vontade enorme de arrancar as penas daquela
galinha usurpadora de maridos eu não levantaria da cama hoje.
Também tinha uma surpresinha para meu dominador encantado,
vulgo, maridinho.

Tomei um banho demorado, me vesti numa saia preta justa


ao corpo e uma camisa branca social. Meus saltos pretos altíssimos
e óculos com moldura discreta me deixaram com cara de menina
séria. Meus cabelos penteados e soltos hoje estavam um charme à
parte.

Fiz um pedido na internet de um certo site discreto e rumei a


cozinha.

Me servi do meu café e preparei uma bandeja para meu


querido esposo. Deixei a bandeja com frutas cortadas e mel, café,
chá, e pão pita no pé da cama e sentei ao lado de Dylan.

—Bom dia dorminhocoooo.— Falo puxando seu edredom um


pouco.

Dylan acorda piscando os olhos um pouco assustado, mas ao


me ver ao seu lado descansa a cabeça no travesseiro novamente.

—Quer me matar de susto Bianca? — Sua voz rouca


preenche o quarto silencioso.

Ri da carinha de zangado que ele fez.


—É hora de levantar meu anjinho, ou chegará atrasado, e
sabemos que isso não será nada bom para um presidente em seu
segundo dia de mandato como o todo-poderoso. E mais, o que
diriam de sua mulherzinha bondosa que não o acordou?! Anda
levanta daí Dylan. — Murmuro atenciosa ao seu lado acariciando
seu cabelo amarelinho banhado a luz do dia, poderia ser um anjo,
se não o conhecesse tão bem.

Puxa uma respiração profunda resmungando mal-humorado.

—Não quero ir hoje, quero ficar na cama com você!—

—Oh, mas que menino preguiçoso. Como sou uma boa


esposa, aliás, a melhor esposa que há em todos os Emirados
Árabes, preparei seu café da manhã. Será que isso melhoraria o
seu dia? — Falo divertida pondo a bandeja a sua frente.

Dylan senta na cama e me olha desconfiado.

— Que bicho te mordeu? Você nunca acorda antes de mim!


— Comenta tomando seu chá e mordendo seu pão.

Segundo minha Maria só duas coisas podem deixar um


homem com um sorriso satisfeito no rosto, a primeira era 'um rabo
de saia' e a segundo era 'um cumê arretado de bom'.

E especialmente hoje eu queria meu marido sorridente e feliz,


para só então saborear o desmanche do seu sorriso lentamente.

Oxe! Que foi?

Não leram a bixiga do título do livro?! Pois então, eu sou a


porra da Menina Má, não a menina boazinha.
▬♀▬

Dylan

Quando acordei com a voz melosa de Bianca eu já


desconfiava que havia algo errado, ela nunca faz voz melosa, só
quando está aprontando alguma coisa. Quando ela pôs uma
bandeja de café da manhã preparada por ela mesma no meu colo a
desconfiança aumentou, mas analisando seu sorriso macabro de
menina malvada enquanto me observa comer tenho certeza de que
definitivamente ela aprontou das suas.

Porra! Como não pensei nisso antes?

Ela envenenou a porra do meu café.

Com o pensamento de que possivelmente a comida que


absorvi ingenuamente estava envenenada, engoli seco mais um
pedaço que já descia de goela a dentro.

Joguei o pedaço de pão na bandeja a afastando de mim e


levando minhas mãos a garganta.

—Bianca, você colocou veneno na minha comida? —


Perguntei esperando o pior em resposta.

Depois de incontáveis minutos em que meu coração


acelerou, meus olhos se arregalaram e minhas mãos suaram
enquanto a diabinha apenas me fitava sem emoção, ela disparou
numa gargalhada estrondosa.

—Oh meu Padre Cícero! — Mais risos ─—Não acredito que


você pensou que eu pus...! — Risos —veneno no seu café da
manhã— Ela está simplesmente deitada na cama vermelha de tanto
rir.

Sorri pensando o quanto sou tolo. Minha menina pode até ser
má, mas me ama, isso eu tenho certeza.

—Para de rir garota. Você tem cara de quem faria isso, e eu


conheço esse sorrisinho de Menina Má. Sei que se não me
envenenou é porque está planejando algo bem pior. — Comento
puxando-a para meus braços.

Seu riso aos poucos cessa.

Eu poderia ouvi-la rir assim pelo resto dos meus dias, aqui,
deitado na nossa cama, com seus cabelos pretos esparramados
pelo travesseiro, suas bochechas vermelhas do riso e seus olhos
castanhos inebriantes.

Aos poucos, sua cara de sapeca se transforma numa carinha


de anjo.

Seus cílios grandes piscam várias vezes e me fitam


docemente.

—Mas eu não fiz nada, neném! — Fala numa inocência


dissimulada.

Suspiro antes de repreende-la.

—Bianca por Alá! Lembre-se de tudo o que conversamos


ontem. Por favor não faça nenhuma besteira—
—Já disse que não fiz nada. Você deveria me dar um pouco
de crédito— Ela comenta acariciando com o indicador meus lábios.

—Ok então. Vou tentar acreditar que do dia para noite uma
diabinha se transformou em um anjinho. E tentar preparar meu
coração para a loucura que pretende cometer! — Exclamo
aproximando meu rosto do seu.

—Muito bem senhor Hoffman. Seja um bom menino e


acredite na inocência da sua esposinha anjinha— Sussurra
aproximando seus lábios aos meus, mas quando tento beija-la ela
levanta me deixando no vácuo.

A observo sem entender quando ela desamassa sua saia


justa e murmura ─—Já estou pronta, vamos? —

Ela ia aprontar. Só espero que eu possa contornar a situação,


para o nosso bem...

Que Alá me proteja.

▬ ♂▬

Bianca

Caminho pela minha sala analisando o contrato de


casamento, leio e releio para tentar descobrir uma brecha, mas até
agora nada. Definitivamente estou nas mãos do velhote gaga do
senhor Salim.

Só me resta a segunda opção.


O contrato que assinei passando todas as minhas ações da
empresa para o nome do meu marido estava de acordo com os
termos, mas graças aos céus havia uma cláusula que me
proporcionou um contra-ataque, a que dizia que eu poderia redefinir
o tutor das minhas ações quando me fosse necessário.

Elaborei um outro contrato rapidamente, neste afirmava


basicamente que se algo me acontecesse, os Holffman perderiam
todas as ações e estas seriam estagnadas, e só poderiam ser
movimentadas por alguém de minha plena confiança, claro que em
primeiro lugar na minha lista de confiança está meu marido, mas
sua família não é nenhum pouco confiável, então passaria todas as
ações para o segundo da lista de confiança: Armindo.

Sei também que Dylan ficaria possesso caso perdesse as


ações da empresa, por isso assinei outro contrato onde passava
todas as ações para ele em definitivo, no entanto, este eu manteria
em segredo, e o entregaria apenas quando estivéssemos longe
daqui.

Meu pacote que pedi pela internet já havia chegado, mas


antes eu precisava resolver minha pequena desavença com minha
querida ex-rival, mais conhecida no Nordeste popularmente como
'rapariga' ou apelidada carinhosamente de 'quenga'.

Ah, mas aquela azeda iria saber que depois da tempestade


vem a gripe!

Caminhei despreocupada até o departamento de criação,


onde Zayn e Gutiérrez trabalhavam nas plantas das novas
instalações da fábrica da Alemanha.
Entrei sorrateiramente e fui direto para sua sala, sei que
ninguém me viu porque estavam discutindo acirradamente sobre
algo de costas para mim, e esperei a assistente sair de sua mesa
para poder entrar aqui.

Na sala, a vadia estava sentada em sua cadeira


despreocupada lendo papéis sobre sua mesa, sentei-me a sua
frente, retirei sua carta de demissão da bolsa e a joguei sobre a
mesa.

Assim que levantou a vista e me viu, a bruaca se assustou,


suas mãos voaram até seu cabelo, que notei estar com um corte
bem mais curto –certamente porque a deixei sem alguns fios- Seus
olhos se arregalaram e engoliu seco.

—O que faz aqui sua louca? — Perguntou nervosa.

—Shiiiii... Fala baixo lindinha. Acho que você não iria gostar
que seus ex-colegas de trabalho escutem o teor da nossa
conversinha. — Murmurei calmamente.

—Eu não quero conversar com você! Saia já daqui! — Exige


apreensiva.

—Uhhh a quenga do pedaço está com medinho... Eu não vou


te bater Rachel, pelo menos não ainda. — Pondero me divertindo
com seu medo de mim.

—Se você não sair agora eu vou... —Ameaça levantando-se.

—Vai o que? Enredar para seu Ex-sogro? Ou devo dizer


padrasto? — Ergo uma sobrancelha em desafio.
A vi ficar mais pálida igual um papel e sentar devagar em sua
cadeira outra vez.

—O-o que você f-falou? — Gaguejou.

—Oh sim fofinha! Eu descobri seu segredinho obscuro, acho


que vocês deveriam ser uma família um pouco mais discreta! Eu
esperei o momento oportuno, e eis que ele me bate a porta. —
Declaro triunfante.

—O que você quer? — Sussurrou sem acreditar que havia


sido desmascarada.

Cruzo as pernas e dou-lhe meu melhor sorriso de menina má


antes de murmurar.

—Assim é que se fala. Quietinha e obediente, como a


cadelinha que você sempre foi. —

Cruzo as mãos no colo e sorrio debochada ─—Sabe Rachel,


vocês são bons. Conseguiram esconder os chifrinhos e o tridentes
debaixo das fuças até do velho babão avô de Dylan. Mas eu sou
não sou tão idiota quanto aquele velho, eu tenho meus truques. E
amigos inteligentes! —

Ri e levanto caminhando por sua pequena sala. Ali havia a


mesa de madeira preta em que ela estava sentada, um pequeno
sofá de couro a direita e quadros de edifícios íngremes pendurados
na parede. Uma maquete em cima de uma mesinha a esquerda.

Aliso a moldura de madeira pintada de dourado do quadro


com a figura do Cayan Tower, um dos prédios mais altos de Dubai.
—Nesta última viajem que fiz ao Brasil, houve uma noite em
que eu e meus companheiros mosqueteiros nos embriagamos a
beira do rio, como sempre fazemos. Sem querer acabei comentando
algo sobre você, no fundo eu sempre soube que você é uma naja.
Então Aramis, mais conhecida como Lauren, como uma farejadora
nata de vagabundas que é simplesmente me deu uma belíssima
ideia: Contratar um detetive particular para saber seus podres...—
Virei-me para ela que se mantinha inquieta em sua cadeira.

Continuei a admirar os demais quadros na parede pintada de


amarelo fosco enquanto prosseguia.

—Mas eu não sabia quão podre seria você. Custou uma nota
preta contratar um bom detetive, investigador da CIA, olha que
chique! Mas meu querido pai me deixou muito bem de vida, ele
também tentou me passar para traz, mas não se deu muito bem...—
Virei-me e pisquei um olho para ela.

—Sabe, as pessoas que se metem comigo nunca acabam


muito bem Rachel. É como dizem lá no Nordeste: Em casa de
ferreiro... só tem ferro! Eu recebi a alguns dias algumas informações
bem interessantes ao seu respeito. A que mais me chamou a
atenção foi seu verdadeiro sobrenome. Spanish, é espanhol, não é?
Mas aí a informação logo abaixo dizia que você era filha de Sheila
Spanish, hoje mais conhecida como Sheila Holffman. Você foi criada
escondida pela sua mãe e seu padrasto nos Estados Unidos, e
quando se formou foi enviada a Dubai para conquistar o coração do
herdeiro Holffman, Dylan Hoffman mais especificamente. Por isso
frequentava os mesmos lugares que ele, por isso sabia que ele era
um dominador e sabia como agrada-lo e por isso conseguiu um
emprego aqui, para ficar mais próxima do seu alvo. E é exatamente
por isso também que você vai fazer tudo exatamente como eu
disser, porque seu mundinho construído em castelos de areia está
prestes a ruir, perderiam tudo o que possuem e acabariam na
sarjeta, mendigando uma migalha de pão e dividindo o teto com
ratos em algum bueiro, e basta um estalar de dedos meus para que
tudo isso aconteça. —

—O que quer que eu faça? — Sua voz falha entoou.

Sentei-me na cadeira outra vez e apontei para a carta de


demissão que joguei em cima de sua mesa e a encaro friamente.

—Primeiro que tudo, assine sua carta de demissão! —

Ela o fez.

—Agora retire sua bunda da minha empresa. Eu te darei


apenas vinte e quatro horas para deixar esta cidade, este país e
este continente. Não a quero perto, muito menos vestígios de que
um dia você existiu. Não pensarei duas vezes antes de mostrar todo
o dossiê que tenho em mãos para o senhor Salim e Dylan. Você
sabe quais são as leis deste país para um filho que tenta roubar o
pai pela segunda vez? Acho que o senhor Hoffman não pensaria
duas vezes em executa-la, nem o filho traído toleraria tal grave erro.
— Enuncio pausadamente.

—Sim. Eu irei ainda hoje! — Com lágrimas de crocodilo nos


olhos e mãos trêmulas murmura.

—Acho que você não entendeu querida.... Isso não foi um


pedido, foi ultimato! — Decreto levantando e indo até a porta.
—Eu o amei. De verdade Bianca. Eu me apaixonei por Dylan
— Choraminga.

Sorrio ao encara-la outra vez.

—Não querida, se você o amasse de verdade o protegeria,


não o jogaria aos lobos como fez. Você sabia que o próximo passo
do seu padrasto Ali, era eliminar o Dylan para tomar seu lugar na
empresa, sabia que havia uma equipe com dois anos de
antecedência já contratada para efetuar tudo. Isso não é amor
Rachel. Porque quem ama protege, cuida, não destruímos quem
amamos! — Afirmo.

Volto minha atenção a porta, mas antes de sair, ainda de


costas para ela ameaço.

—Ah! E diga ao meu querido sogro que o ultimato vale para


ele e para a vadia da sua mãe também. Dado vinte e quatro horas e
um minuto mandarei averiguar. E não pensem em me passar a
perna porque estou de olho em todos vocês. Não vou permitir que
machuquem o Dylan, e passarei por cima de quem for para garantir
isso. — Finalizei saindo de seu escritório.

Eeeeee Vouallar!

Não aplaudam ainda meninas, ainda falta o gran finalle.

E este será jogar uns enredos na cara do velho babão e


atazanar a vida do meu querido maridinho. Eles não perdem por
esperar. Acho que eles ainda não têm noção de com quem estão
lidando, não fazem ideia de tudo o que já passei para simplesmente
ser excluída do jogo como uma peça qualquer num tabuleiro de
damas, mas adivinhem?! As damas que menos esperamos se
tornam rainhas do dia para noite.... Meu pai não me ensinou a fazer
carinho, a sorrir, brincar ou amar, ele me ensinou da pior forma
possível a ser forte, a saber em quem confiar de verdade, a
conhecer bem os inimigos e estar sempre um passo à frente deles.

Sorri malignamente e caminho assoviando para o meu


escritório para buscar as surpresas dos demais Holffman, minha
doce e amada família.

A maior herança que meu pai me deixou foi aprender a


sobreviver, e para sobreviver num covil de víboras é essencial que
se tenha uma característica peculiar, é preciso que eu seja
uma menina muito má.

28. Capítulo- Brincadeira


Bianca
Saí do escritório e autentiquei em firma os contratos que
preparei. O que dava a Dylan plenos poderes quanto as ações da
empresa, passei em casa e os guardei onde ninguém jamais
acharia, num porta- retrato onde o fundo é escuro, o coloquei entre
a foto e o fundo de maneira que nunca seria notado, envio as cópias
dos devidos documentos a Armindo e ligo para ele em seguida
contando tudo o que se passa.
Depois de combinados, e dele se prontificou em autenticar suas
cópias, parto para a empresa outra vez. Não peço para a atendente
me anunciar, simplesmente adentro a sala do velho gagá e o
encontro em reunião com algumas pessoas do departamento de
produção.
─—Preciso falar com você— Exijo um pingo de educação.
O velhote me olha enfurecido enquanto devolvo um olhar firme,
por fim ele desvia o olhar.
—Estou em reunião não vê? Aguarde lá fora. — Murmura
irritado.
—Acho que o senhor não entendeu. Isso não é um pedido, é
uma ordem. Preciso falar com você e falarei, na frente de todas
estas pessoas ou sós, para mim tanto faz na verdade, mas creio
que não gostará do conteúdo da conversa, então eu pensaria duas
vezes antes deixar todos escutarem. — Revido.
—Garota insolente! Desde quando ordena algo na minha
empresa? — Rebate indignado.
—Desde quando sou dona do maior número de ações, dona de
tudo isso aqui. Você já se afastou, nem sei o que ainda veio fazer
aqui, mas se está me poupa tempo. E se você não dispensa-los
agora, eu infelizmente terei que começar a falar tudo o que tenho
para falar, tenho muito o que fazer e não posso perder meu tempo
com você além do necessário. — Digo friamente.
Salim finalmente dispensa todos os funcionários saem da sala
apressadamente.
—Então? Diga logo o que quer e suma da minha frente menina!
— Exclama seco.
Sorrio docemente para ele antes de sentar na cadeira a sua
direita, cruzar as pernas e jogar a pasta na sua frente.
—Leia! — Ordeno.
Depois de o ouvir bufar irritadiço abre a pasta e me deleito na
sua expressão ir de furioso a confuso e logo após surpreso. Pegou
os documentos que afirmam que se algo me acontecer as ações da
empresa ficarão sob tutela de Armindo, vejo-o levando-os mais à
frente do seu rosto e releu algumas vezes antes de virar-se para
mim.
—O que significa isso? — Indaga calmamente.
Sua expressão é contida, mas noto alguns traços de admiração
como os olhos levemente arregalados e um meio sorriso de canto.
O que será que seu nele.
—Se leu já sabe o que significa. Então o recado está dado! —
Aviso levantando e saindo da sala deixando o velhote sentado ali,
com sua expressão voltando ao neutro de sempre.
Mas algo me diz que apesar da expressão contida, surpreendi o
velhote, agora é esperar os resultados...
▬♠▬
Salim
Casar meu neto com uma tempestade do deserto não foi bom
negócio, pelo menos era isso que eu pensava há dez minutos atrás
quando um mar de cabelos pretos brilhantes invadiu a sala de
reuniões deixando-me profundamente irritado.
Bianca é uma jovem muito bonita e impulsiva, porém nunca
imaginaria que por traz de traços tão meigos existira uma mulher
destemida que passaria por cima de tudo para defender o que é
seu.
Sorrio relendo a procuração outra vez.
Eh!
Aquele pequeno demônio de saias me surpreendeu. Acho
que finalmente poderei me afastar definitivamente da empresa.
Confio no meu neto para levar o sobrenome do nosso clã –família-
adiante, mas agora confio plenamente que uma certa menina
assegurará que nada de ruim atrapalhe os planos do meu neto, e
admiro isso.
Peguei meu celular do bolso e liguei para a pessoa que
pularia de felicidade em saber que enfim me aposentarei...
—Olá marido? Houve alguma coisa? Nunca me liga quando
está na empresa trabalhando— Samantha docemente me atende.
Sorrio mais amplamente ao responder —Houve sim
querida.... Prepare seu passaporte e nossas malas. Lembra
daquelas férias que planejamos há anos? —
— Sim— Exclama entusiasmada.
—Partiremos amanhã bem cedo— Anuncio.
—Por Alah! Tem certeza? E a empresa? Pensei que manteria
Dylan sob vigilância por um tempo para assegurar que tudo ficaria
bem— Murmura.
Suspiro aliviado entes de comunicar.
—E tudo ficará bem, esposa. Dylan já possui alguém que
garantirá isso. Vamos viajar e voltamos apenas no aniversário do
meu neto. Agora não perca tempo e cuide de nossas malas.
Solicitarei nosso jatinho particular e os demais pormenores, agora
vá e faça o que eu disse! —
—Sim marido! O farei agora mesmo. — Pronuncia feliz.
Desligo o aparelho e o devolvo ao meu bolso do paletó ainda
sorrindo aliviado.
Aquela garota pertinente que irritantemente consegue me
vencer na encarada sem titubear retirou um fardo enorme das
minhas costas. Eu já imaginava que deveria manda-la de volta ao
Brasil, mas enfim ela mostrou que é esperta. Certamente Dylan já
falou sobre a cláusula em seu contrato de casamento que me dá
plenos poderes para decidir seu destino, no entanto o máximo que
faria seria manda-la de volta ao Brasil e impedir que botasse os pés
aqui de novo.
Mas tudo saiu melhor do que eu esperava, pois se ela ousou
mostrar-me um contrato para ameaçar-me contra uma possível
retaliação por seus atos perversos é porque de alguma forma já
garantiu que Dylan ficasse com suas ações definitivamente. Ela ama
meu neto e jamais o machucaria tirando o sonho da vida dele.
Essa garota é perigosa, entretanto o ama mais que tudo, e é
por isso que confiarei esta empresa deixada por nossos ancestrais
há gerações aos cuidados de Dylan, e o mais importante: Deixarei
Dylan aos cuidados daquela insolente...
▬♠▬
Bianca
Passo por minha sala e retoco o batom clarinho, assim como o
lápis do olho, troco de roupas vestindo a larga camisa preta e a saia
folgada azul até meus calcanhares por cima da minha pequena
surpresinha para o meu maridinho...
Para não perder o costume adentro na sala de Dylan sem ser
anunciada pela pobre secretária que nem tentou me impedir.
Que é? Não vou pedir licença para estrar na sala do meu marido!
Oxente!
Dylan estava compenetrado em papéis separados em suas filas
em cima da mesa de madeira preta, reta e elegante. Seu cabelinho
dourado refletido na luz do sol em tons amarelos diferentes e sua
boca desenhada em uma linha dura são o cacete mais sexy que já
vi na vida.
Seu terno está alinhado como sempre e sua postura rígida de
um homem de negócios me deixa excitada.
—O que a minha menina má andou aprontando dessa vez?—
Pergunta compenetrado ainda em seus papéis.
Silenciosamente retiro rapidamente minha blusa de botões e saia
social deixando tudo escorregar pelo meu corpo e ser amparado
pelo chão imaculadamente branco.
—Nada...— Me volto para a porta a trancando na chave —Ainda
— Declaro abrindo um sorrisinho perverso.
Sei que só agora colocou seus olhos para mim, pois sempre que
o sinto me olhar um fogo me consome aquecendo lugares que nem
sabia que existiam.
Deve estar surpreso ao me encontrar apenas com uma
minúscula fantasia de policial.
Não uso calcinha por baixo do pequeno short preto adornado por
um distintivo no cós da frente e um chicote enganchado na parte de
traz. A blusa é apenas um top de manguinhas que possui o símbolo
de da polícia em cada uma e na frente está amarrada com um nó
entre meus seios—que estão quase saltando da vestimenta- uma
bota preta cano longo e bico fino possui 15 centímetros de salto vai
até o início das minhas coxas.
Por cima do ombro encontro seus olhos escurecidos e boca
levemente aberta em surpresa e excitação.
Sorrio de canto e pisco um olho para ele que arfa ao me ver de
frente. Meu cabelo liso e preto está solto caindo por minhas costas,
para completar o look caminho até minha bolsa mais adiante no
chão e retiro um par de algemas e um de óculos escuros estilo
aviador. Ponho os óculos e repouso minha bolsa no sofá de couro a
direita.
—Pronto para o nosso acerto de contas? — Questiono-o
seriamente ao olhar por cima do ombro outra vez guardando a
pequena chave da porta dentro do micro shorts.
—Que caralho é esse Bianca?! Você quer me matar, neném?!—
Sua voz rouca ecoa finalmente pela sala.
Não expresso nenhuma emoção.
—Venha aqui Bianca. Vou te ensinar a não acabar com minha
sanidade em pleno expediente de trabalho. — Ordena.
Viro-me e caminho lentamente até ele, mas paro fora do alcance
de suas mãos.
—Nada disso, querido! Hoje vamos fazer uma brincadeira —
Aviso-o.
—Eu não gosto de brincadeiras, principalmente das suas Bianca!
Agora, seja uma menina boazinha e sente-se na minha mesa para
que eu possa te fazer minha de todas as formas que estou
imaginando! — Dispõe.
—Ou é do meu jeito ou nada feito. E nem pense que poderá me
tocar em casa porque dormirá no sofá da sala por um mês caso não
aceite! — Alerto firmemente no meu papel de policial durona.
—E que tipo de brincadeira é essa? Não sei confio em você para
brincar do que for, você não me engana e... — O calo com um beijo
quente me esfregando no seu colo.
Sua língua é urgente e logo desamarra minha blusa deixando
meus seios à mostra. Me afasto rapidamente arfante assim como
ele...
Repito o encarando irredutível
—Ou do meu jeito ou nada de brincar! —
O noto engolir seco e lamber os lábios se aproximando de mim
ao levantar, mas eu recuo ligeiramente impedindo-o que me toque.
—Ok. Mas que porra! Algo me diz vou me arrepender disso. Mas
prefiro correr o risco, afinal de contas sempre poderei te castigar
depois! — Seu sobre aviso foi direto, mas não me importaria com
avisos, não agora e não com o que tenho planejado...
Senta-se na cadeira suspirando frustrado.
—Diz logo o que tenho que fazer para te foder! — Resmunga
passando os dedos pelos cabelos loiros já despenteados.
—Primeiro, mãos para traz. — Ordeno.
—Vai me algemar é isso? Ok. Eu pensei que seria algo bem pior,
como querer uma tira de couro das minhas costas. Porque não falou
antes? — Murmura pondo os braços por traz da cadeira e eu
prontamente o algemo prendendo-a a cadeira de modo que não
haja como levantar dela.
Sorrio e levemente beijo seus lábios.
—Bom menino! Ouvi dizer que você também foi um menino
muito malvado! Sabe o que acontece com meninos malvados? —
Provoco.
— São castigados!— Responde puxando meus lábios entre os
dentes.
Sento sobre seu pau latejante.
— Isso mesmo neném! Você foi pego em flagrante. Infringiu o
artigo cento e vinte e nove do Código Penal —Ofender a integridade
corporal ou a saúde de seu doce esposinha Bianca Hoffman: Pena
para a infração— detenção, de três meses a um ano. Tem direito a
um advogado e de permanecer em silêncio...— Murmuro
firmemente contra seu rosto apertando seu rosto com uma mão
enquanto a outra segura seus braços presos a cadeira.
Então me debruço um pouco mais e depois de uma lambida
lenta por todo o seu pescoço puxando sua gravata e sussurro.
— Aconselho não resistir e ficar quietinho. Não acho que
gostaria de saber o quanto sou uma policial durona, anjinho! —
— Eu mudei de ideia, acho que essa é a melhor brincadeira de
todos os tempos neném! — Murmura sensualmente enquanto me
desfaço de sua gravata e abrindo o paletó juntamente com sua
camisa e retirando de suas calças seu pau pulsante com grossas
veias a inchar ainda mais em minhas mãos.
— Calado meliante! — Rujo apertando seu pau entre os dedos.
Meu marido puxando uma respiração afiada e estremeceu em
resposta. Dylan se apossou do meus pescoço onde mordiscava e
lambia continuando a puxar o ar entre os dentes sempre que
acelerava a masturbação no seu membro.
—Tudo bem, agora senta diabinha, quero que me cavalgue!—
Comanda quando já está quase gozando.
—Acho que você ainda não entendeu que quem comanda hoje
sou eu, querido!— Murmuro tomando seu rosto entre os dedos após
largar seu pau. —Portanto seja um bem menino e fique bem
quietinho, fale apenas quando eu mandar! — Coordeno.
—Bianca...— Tenta e o interrompo.
—Shiiiii! Calado! Ainda não ordenei que fale— Aumento o tom de
voz.
Dylan abre um sorrisinho sádico e estreita os olhos.
Levanto e retiro meu chicote da fantasia e dou-lhe dois açoites
em seu peito. Não sei bem como fazer isso, nem se fiz certo, mas
Dylan não reclamou, apenas me olhava seriamente sem nenhuma
expressão.
Depois do açoite fui até minha bolsa e retirei um pequeno
vibrador junto com um pequeno plugue anal adornado com uma joia
azul e um tubinho branco de lubrificante que encontrei no quarto de
punição.
Dylan se manteve calado, apenas me observando atentamente
com expressão indecifrável.
Segurei os objetos nas mãos e caminhei lentamente até a mesa
frente a sua cadeira, sentei-me e puxei a confortável cadeira
giratória para que ficasse bem próxima a mim, praticamente entre as
minhas pernas.
Vagarosamente abri a blusa e a tirei pelos braços ficando com os
seios completamente a mostra, depois abri as pernas prendendo os
saltos das botas em cada lado da cadeira. Apertei meus seios um
ao outro o tempo todo observando meu marido me devorar com os
olhos ainda preso, depois apertei meus mamilos fortemente
acariciando-os em seguida até que estivessem completamente rijos,
ao som dos ofegos de Dyan. Quando me dei por satisfeita soltei os
seios e baixei as mãos, puxei pequeno short para o lado com uma e
com a outra acariciei meu clitóris com voltas lentas e estimulantes, o
pau de Dylan pulsava a cada gemido meu e vê-lo naquele estado de
fome crua por mim fez meus sulcos rapidamente me molharem...
—Porra! Abre as algemas Bianca! Abre isso...— Esbraveja
tentando inutilmente levantar.
—Acho melhor apreciar o show quietinho meu amor! E eu ainda
não o autorizei a falar! — Rebato secamente.
O vejo bufar lamber os lábios observando os movimentos dos meus
dedos agora na minha abertura.
Me abro mais um pouco, retiro a mão que segurava a
calcinha e seguro a plugue levando- o aos meus lábios recebendo
um gemido rouco como incentivo a continuar. O sugo um pouco
mais levando todo a boca e retirando-o em seguida para enfia-lo
outra vez enquanto meus dois dedos da outra mão penetravam
minha boceta encharcada. Quando me senti ardente quase me
derramando num orgasmo abri o lubrificante. Aos poucos me abro
um pouco mais, e ainda estimulando minha boceta com uma mão a
outro uso para enfiar o plugue devagar na minha outra entrada...
—Oh meu Deus! Dylan! — Gemo.
—Bianca eu ordeno que tire daqui! Me tira daqui Bianca...! —
Troveja Dylan sem piscar os olhos famintos sobre o pequeno plugue
sumindo no meu ânus aos poucos. Apenas gemidos povoam minha
boca, e apesar da maluca da minha amiga Lauren ter me contado
em detalhes que fez isso uma vez nem nos meus sonhos mais
loucos imaginaria ser tão prazeroso estar num lugar 'proibido' e
sobre o olhar raivoso e excitado do meu marido imobilizado.
—Me solta Neném. Não faz assim, me deixa te dar prazer.
Bianca? Bianca me abra essa porcaria de algema! — Dylan
continuava.
Quando o introduzi completamente dei atenção especial a
minha boceta latejante.
—Uhm... Isso é tão... tão bom!— Gemo baixinho.
Retirei a calcinha e fiquei vestida apenas nas minhas botas, enfiei
dois dedos intimamente com uma mão, os dedos da outra
esfregavam meu clitóris arrancando-me o juízo.
Quando senti meu prazer se aproximando...
Eu estava extasiada, esparramada por sua mesa e aberta
para ele, estava suada e insana ao me dar prazer, mas queria
torturar meu maridinho um pouco mais, e eu o faria se sentir tão
frustrado quanto eu pelo que me fez passar.
E a brincadeira estava apenas começando...
****************************************************

29. Capítulo- Completamente Completa


Bianca

Retirei a calcinha e fiquei vestida apenas nas minhas botas,


enfiei dois dedos intimamente na minha boceta, os dedos da outra
mão esfregavam meu clitóris arrancando-me o juízo.

Quando senti meu prazer se aproximando... Eu estava


extasiada, suada e insana ao me dar prazer, mas queria torturar
meu maridinho um pouco mais...
Velozmente puxei a sua cadeira até que seu rosto estivesse
colado na minha boceta e ordenei em tom que não admitia recusas.

—Chupe! —

E ele chupou.

Minha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ele me chupou


como um animal que há dias não se alimentava...

—Dylannn... Assimm... isso! Me fode assim... ! — Eu gritava


arfante.

Sua língua me lambeu desde a joia enfincada na minha bunda


até meu clitóris, depois literalmente caiu de boca, sua língua se
afundou firme dentro da minha boceta e ele esfregava o rosto por
todo o perímetro bebendo de mim.

Meu peito zunia nos meus ouvidos e eu sentia vontade de chorar


e rir ao mesmo tempo. Meus dedos se afundaram no seu cabelo
puxando fortemente seus fios dourados enquanto sua boca tomava
tudo de mim.

— Isso neném, geme para mim! — Me incitou.

Ergui meu quadril da mesa tentando-o levar mais fundo quando


ele mordiscou meu clitóris e o sugou fortemente...

—Céus! Isso... eu estou... eu vou…! — Choramingo.

—Vem safada. Goza na minha boca. Quero me lambuzar em


você, vem! —
Mas meu fim foi quando esfregou o rosto na minha boceta outra
vez com sua língua sendo precisa no meu clitóris...

—Oh meu Deus... Oh meu... AHHHH!— Gritei gozando latente


na sua boca que continuou a me chupar até que meu corpo relaxou.

—Hummm! Neném!... Você goza tão gostoso! — Sussurra


lambendo-me desde a joia até meu monte depilado.

Depois de alguns minutos seus olhos encontram os meus, ele


trilhou beijos no meu monte e em minha barriga até soltar um
suspiro e dizer enfático.

—Nunca mais faça isso Bianca! Nunca mais se toque na minha


frente e sem minha autorização! Isso me deixa... frustrado—

Ainda amparada por meus braços escorados a mesa repleta de


papéis empurrei sua cadeira quando voltei a mim e encarei o mar
azul escuro de seus olhos ao falar seriamente.

—Foi assim que me senti sendo punida por causa daquela da


vaca loira! Apenas lhe devolvi a frustração. E se ousar me castigar
algum dia por causa de uma vadia qualquer isso será muito pouco
perto do que te farei, vou me garantir de que seu castigo inclua
bolas roxas e um pau esfolado! E não duvide que o faria, você bem
viu que não preciso do seu pau para obter prazer! — Ameaço.

—Você é perigosa sabia? E se não fosse tão gostosa, se eu não


te amasse tanto sairia numa camisa de forças desta sala
diretamente para um sanatório! Agora anda, me tira daqui—
Exclama.
—Acho que deveria te aliviar primeiro, você fica mais calmo
depois de um orgasmo— Declaro debochada.

—Acha que não gozei durante seu showzinho exibicionista? Me


deve um punhado de orgasmos por sua ousadia, mocinha! E não
deixará essa sala sem que eu esteja satisfeito— Rosnou.

Engoli seco observando sua calça molhada com seu prazer, fui
rápida em descer da mesa e abrir sua algema.

Depois de alisar os pulsos e me encarar parecendo realmente


irritado ordena.

—Vista a roupa que estava! —

Seu tom não admite discussão, e confesso que essa de dominar


não é para mim, pelo menos não aqui, não entre eu e Dylan.

Dei dois passos para apanhar a roupa e só então lembrei do


plugue.

—Hum!— Gemi sentindo-o se enfiar em mim um pouco mais.

Fiz menção de retirar, mas a ordem foi seca.

—Não mandei que retirasse o plugue, ordenei que colocasse as


roupas!—

Obedeço como uma boa menina que sou, já me sentindo


ardente outra vez.

—Agora é a minha vez diabinha, e de antemão já garanto que


irei lhe preencher em todos os lugares, e depois repetiremos tudo
outra vez! — Garante com aquela carinha absurdamente malvada
que me faz apertar uma perna contra a outra já palpitante por suas
promessas depravadas.

Minha Santinha protetora das calcinhas molhadas!

— De joelhos no tapete Bianca! — Orientou firme.

Obedeci prontamente.

Ouvi seus passos aproximando-se de mim enquanto o via se livrar


das suas roupas divinamente.

Tá, brincar de dominar é até legal, mas me sentir domada por


aquele loiro de braços fortes, cabelos amarelos, pernas firmes e pau
repleto de veias pulsantes é uma porra de excitante...

— Muito bem. Agora afaste as pernas... mais um pouco... ok! —


Ao se prontificar em minhas costas o senti juntar minhas mãos a
minha frente, depois o clique do metal frio das algemas se fecharam
nos meus pulsos.

Eu estava imobilizada, molhada e completamente a sua


mercê.

Senti uma palmada estalada na minha bunda e a empinei


mais um pouco percebendo um fogo conhecido se alastrar por meu
corpo e deseja-lo enfiado em mim.

— Vamos começar por aqui...— Sussurrou retirando o plugue


da minha bunda um pouco e depois o enfiando novamente.

— Ahh... amor! — Gemi.


Outro tapa ardeu na minha bunda e ele se livrou dos meus
shorts enquanto trabalhava o objeto na minha entrada.

— Eu vou comer sua boceta enquanto bombeio o plugue no


seu cuzinho. Depois que eu gozar e quando você vir também, vou
substituir esse plugue por meu pau e vou arrebentar essa sua bunda
deliciosa até que não consiga sentar por uma semana! —

Não tive tempo de responder porque nem bem terminou de


falar me empurrou de quatro e já socava abruptamente seu pau por
completo na minha boceta.

— AHHHH!— Gritei sentindo que iria estourar a qualquer


instante. Me sentia completamente preenchida.

Sabe quando você bebe um litro de água e ainda sente sede,


mas tem a sensação de que se tomar mais um gole irá se explodir?
Pois foi assim que me senti, totalmente cheia, mas apesar de sentir-
me dilacerar ainda não era o suficiente. Porém o êxtase começou
quando suas estocadas fortes saiam e entravam em mim com uma
força poderosa que estava me levando a loucura...

— Caralho de boceta apertada!... Isso... grita no meu pau


Bianca... grita meu nome enquanto te fodo neném! — Era o que ele
rugia de joelhos me comendo como se não houvesse amanhã.

Eu gemia feito uma louca e gritava palavras desconexas


sentindo o plugue se mover a cada arremate seu...

— Dylannn... porra, eu... vou explodir, caralho... estou quase... Oh


meu Deus! — Gritava eu com as mãos espalmadas no tapete persa
que deve ter custado uma nota...
Tapas e mais tapas fortes espalmaram minha bunda, aquilo
estava me deixando apenas mais insana ainda, até que senti sua
mão em volta do meu pescoço me pondo de joelhos e continuando
a se movimentar sem dó atrás de mim.

Minhas costas coladas ao seu peitoral suado e o som dos


nossos sexos ecoando pela sala eram mais baixos que meus gritos
e lamúrias e seus grunhidos de prazer...

Sua mão se fechou em volta do meu pescoço apertando-o


enquanto a outra prendia-me pela cintura para que não me
movesse.

—Eu vou apertar mais um pouco e quando eu ordenar você


vai molhar meu pau com seu gozo entendeu?!— Sibilou ofegante no
meu ouvido.

Afirmei com a cabeça, mas logo recebi um tapa firme em meu


seio esquerdo e ouvi seu rosnado.

— Responda! — Exigiu.

— Sim, entendi— Respondi.

Outro tapa veio no meu seio direito em seguida o segurando


com brusquidão e pensei que gozaria naquele momento...

— Entendi o que diabinha? —

— Eu... Oh Deus! Eu entendi senhor! — Berrei sentindo


minha boceta palpitar. Estava perto, tão perto...
— Muito bem neném! Lembre-se: Não irá gozar até que eu
lhe ordene! — Avisa.

O desgraçado não parou de se afundar em mim um só segundo


durante nosso diálogo fodástico, Cristo! Ele não era humano!

Sua mão apertou minha garganta e aos poucos o fôlego foi


acabando, até que ele aliviava um pouco para então cessar tudo
outra vez, e assim foi até que eu não aguentava mais... Meu cérebro
tinha virado geleia e meu corpo um poço de suor e não sentia mais
meu coração, sentia apenas o objeto enfincado na minha bunda e
seu pau me comendo cada vez mais furiosamente...

— Dylan... Por favor! Me deixa... Eu quero gozar! — Implorei


com o resto de fôlego que me restava...

— Segure neném... só mais um pouco... Porra! Sua boceta


está esmagando meu pau amor...— Gemeu alto apertando a
pressão do braço a minha volta.

— Dylannnn... Ahhhh! — Gemi alto apoiando minha cabeça em


seu peito largo.

— Isso... aperta essa boceta assim... Venha comigo Bianca!


— Decretou soltando minha garganta e eu gozei nele.

Mais duas estocadas e ele se derramou em mim, quente e


úmido.

Desabamos no tapete, eu deitada e ele sobre mim com a cabeça na


curva do meu pescoço e aliviando seu peso em seus braços em
cada lado do meu corpo.
O cheiro de sexo pairava no ambiente e depois de apenas
alguns segundos o senti tocando no plugue outra vez.

— Agora vou te ter aqui neném! Vou enfiar bem gostoso no seu
cuzinho, e ele irá me receber quentinho e apertado — Mordeu meu
ombro e segurou meus cabelos aproximando meu rosto do seu — E
não vamos terminar aí, depois vamos começar tudo de novo, na
mesa, no sofá, na minha cadeira e no chuveiro! Vou te foder como
uma menina má merece ser fodida—

Eu ainda pensava em como apenas aquelas palavras me


deixava tão acesa depois de um orgasmo alucinante daqueles
quando sua boca encontrou a minha, senti meu gosto na sua língua
e uma mão apertar minha bunda arrancando-me da terra
novamente.

Porque estar com o amor da minha vida era assim, a cada


dia um novo desafio. Mas eu iria transpassar as barreiras e
estaríamos juntos a cada instante...

Porque ele me completa, era assim que eu me sentia ao seu


lado, completamente completa...

***

Estávamos suados, pegajosos, arfantes e grudados no tapete


do escritório do meu marido. Eu não tinha forças para levantar e
desconfiava que Dylan partilhava do mesmo cansaço que eu.

Descansava minha cabeça em seu peito ouvindo as batidas


frenéticas do seu coração enquanto o meu batia descompassado
ainda, minhas mãos acarinhavam seu peito e as suas se
encontravam na minha cintura e nos meus cabelos, nossas pernas
estavam entrelaçadas e nossas roupas sabe-se Deus lá onde
estariam.

Não quanto tempo passamos ali, transando feito dois coelhos


no cio, depois do tapete fomos em cima da mesa, no sofá de couro
próximo a grande janela de vidro que ia do chão ao teto, contra a
parede, na sua cadeira imponente e findamos no tapete outra vez,
onde eu o cavalguei com uma amazona. Dylan cumpriu o que
prometeu, eu o recebi na minha boca, na minha boceta, na minha
bunda e entre meus seios e nem sei qual o buraco mais dormente
que está agora...

—Temos que levantar! Irei a um jantar importante de


negócios e quero que me acompanhe— Murmurou.

—Só mais trinta minutos e então quando eu achar minhas


pernas iremos! — Resmunguei sonolenta.

Riu —Nada disso neném. Temos que ir, já é tarde e está


quase no fim do expediente. Meu pai ficou encarregado de tratar
com estes estrangeiros, mas ele me ligou avisando que viajou hoje
sem data para retornar e não poderia participar da reunião.
— Comenta distraído a passar as mãos lentamente pelo meu corpo.

Ah, então a cobra peçonhenta do meu sogrinho acatou minha


ordem. Bom, agora falta me preparar para a represália, sabendo
como foi capaz de agir pelas costas do filho e do próprio pai por
ganância certamente tentará algo.

Mas o que?
Tenho que elaborar um plano e um plano 'B', pois sempre
temos que estar dois passos à frente de nossos inimigos...

—Não poderia desmarcar? Eu estou realmente cansada


Dylan, meu corpo não consegue nem se mover! — Choramingo
manhosa.

Sua mão em volta da minha cintura me aperta contra ele


outra vez e sinto seu pau crescendo recostado na minha barriga...

—Para de falar assim ou eu terei que te comer outra vez, e


não sei se você notou, mas, meu coração não resistiria a outra
gozada— Grunhiu.

— Sinto em dizer que segundo o artigo 217- parágrafo único, o


senhor pagaria uma pena de reclusão, de dez a vinte anos de
cadeia por abuso de vulnerável onde a mesma, ou seja, eu, não
tenho o necessário discernimento para a prática do ato, e que por—
exclusivamente culpa sua- não posso oferecer resistência. Então
sugiro que afaste-se e não ouse ficar de pau duro outra vez, senhor
Holffman! — Provoco.

— Puta merda! Agora eu realmente acho que tenho que te


comer, sabe a quão deliciosa fica falando assim, pequena diabinha?
Mas creio que meu pau precisa de uma pausa de pelo menos vinte
minutos. Depois de quatro orgasmos creio que meu corpo não
aguentaria— Murmura puxando o ar entre os dentes e apalpando
minha bunda dolorida.

—O meu também não aguentaria, aliás, nada em mim te


aguentaria pelo menos por hoje. Você acabou comigo, Dylan! —
Resmunguei me sentindo fraca.

Sua risada se fez presente e eu o acompanhei.

Após alguns segundos ergueu meu queixo com a mão que


acariciava meus cabelos fazendo-me encara-lo.

—Eu te amo Bianca! — Declarou-se depositando um beijo


demorado nos lábios.

— Eu também te amo! — Devolvi sorrindo, então outro beijo


apaixonado nos tomou até que ouvimos uma batida na porta.

—Dylan? Está aí?!— A voz de Zayn reverberou do outro lado


da porta.

—Merda!... Me dê dois minutos! — Pediu já se pondo de pé.

—Não posso desmarcar neném, e as esposas dos


empresários estarão os acompanhando, então creio que terá de vir
também. Agora vem, eu te ajudo. Vamos tomar um banho e irmos
para casa assim que eu terminar com o Zayn— Murmura levando-
me nos braços até a ducha de seu banheiro privativo.

Uma bancada grande, um espelho enorme, uma ducha


espetacular e dois pufs de couro próximos a porta, as paredes
compostas de pequenas pastilhas com desenhos que lembra o
mundo árabe e o piso brilhava de tão limpo. Me pergunto porque
diabos tanto luxo num banheiro?!

Dylan logo tomou banho apressado para receber o amigo e


catou nossas roupas trazendo-as para o banheiro, logo em seguida
se vestiu e me deixou na ducha quentinha que acalmava meu corpo
dilacerado.

—Vou atende-lo, amor. Não demore! — Murmura vestido


novamente em seu terno amassado.

O seu cabelo ainda pingava um pouco quando ele caminhou


elegantemente até a porta. Eu observei cada movimento seu até
que este desapareceu por completo.

Calmamente terminei o banho e me sequei, vesti um vestido


limpo que havia trago na bolsa e uma calcinha, passei os dedos
entre os cabelos e um batom rosa clarinho, depois juntei minhas
coisas na minha bolsa e rumei a sala de Dylan.

Ao abrir a porta me deparei com um Zayn que eu não


conhecia, ele estava andando de um lado para o outro da sala e sua
expressão mostrava que estava realmente bravo.

—... Ele não podia ter feito isso comigo Dylan. Ele mais que
ninguém conhece a minha dor e o que faz? Simplesmente me atira
aos leões! — Zayn pronunciava.

—Por Alá, amigo! Realmente nem sei o que te falar. — Dylan


se aproximou dele dando-lhe dois tapinhas reconfortantes em suas
costas —Mas no que eu puder ajudar, o que estiver ao meu alcance
eu o ajudarei, basta me informar! —

—Aconteceu alguma coisa? — Pergunto curiosa.

—Sim. O pior que poderia me acontecer! — Exclama Zayn.

—Você está me assustando Zayn, o que houve? — Insisto.


Dylan esclarece encarando o amigo preocupado.

—Zayn irá casar Bianca. Veio até aqui para nos convidar a
sermos padrinhos, porque assim como aconteceu no nosso
casamento, haverá duas cerimônias, uma segundo nossas tradições
e outra cristã—

—Oxe! Então o que há de errado, homem?!— Persisto.

—A noiva. Na verdade, a sua família e tudo o que representa.


— Zayn responde amargurado.

—Calma amigo. Pense pelo lado positivo Zayn, afinal estão


pondo fim a uma guerra civil que já dura mais de um século! — Meu
marido profere com sua mania irritante de calmaria.

—E é apenas por isso que estou me submetendo a essa


merda toda! Mas não se engane meu amigo, eu vou fazer da vida
dessa garota um verdadeiro inferno, garanto— Assegurou de uma
maneira tão sombria que um calafrio percorreu meu corpo.

Céus, pobre moça...

—Eu já ouvi esta frase antes cara, e você não deveria


pronuncia-la, já pensou que ela também pode estar repetindo em
algum lugar por aí?! Nada é por acaso Zayn, e certamente Alá já
teceu suas linhas sobre o caminho de vocês dois. — Dylan tenta
acalma-lo.

Rapidamente Zayn deu as costas para o amigo e respondeu


friamente —Sim, concordo com você amigo. Alá certamente já teceu
suas linhas e nos predestinou, e eu já sei com qual intuito—
—Sabe? — Dylan perguntou confuso.

—Sim. Nos predestinou para que eu a destruísse. E é o que


farei, destruirei toda aquela família. Eles pagarão com sangue da
mesma forma que já derramaram o meu! — Responde friamente.

Olho para meu marido confusa, sem entender o que se passa


e esse apenas nega com a cabeça pesaroso pelo lindo moreno a
nossa frente com seus olhos apertados e mãos em punho, maxilar
imponente e fúria descrita em seus olhos...

Seja o que for, não será nada bom...

30. Capítulo- Chá milagroso.


Bianca

—Bianca isso não é normal! Amanhã vamos ao hospital você


querendo ou não e nem ouse retrucar! — Dylan reclama segurando
meu cabelo enquanto despejo meu café da manhã no vaso.

Levantei ainda cambaleante e dei a descarga.

Eu tenho lutado nestas últimas duas semanas para não ir ao


hospital, no entanto, não consigo segurar nada no meu estômago há
cinco dias.

Miro minha imagem no espelho da grande bancada de


mármore e me assusto.

—Mas que porra está acontecendo comigo? Eu estou pálida,


e pareço mais magra. Meu Deus! Que diabos aconteceu com os
meus cabelos, Dylan?!— Resmungo puxando um tufo de cabelos
pretos desgrenhados e tento arruma-lo atrás da orelha.

Este que seguia todos os meus passos desde que me


enclausurei no banheiro, me olhava preocupado vestido numa
camiseta branca e calça jeans, seus pés estavam descalços e seu
jeito casual também combinava com aqueles olhos azuis e cabelo
loirinho que me arranca sempre um suspiro bobo...

—Há dois dias você não levanta da cama a não ser para
fazer suas necessidades básicas que se resumem a tomar banho e
comer, depois se embrulha nessa cama e repete o maldito ciclo
outra vez! Esse seu problema estomacal está piorando a cada dia. E
não adianta fazer essa cara de choro porque nós vamos ao hospital
amanhã e ponto final. — Murmura enquanto tento pensar rápido
numa maneira de não tomar injeção na bunda...

—Amanhã é o seu aniversário, Dylan! Não podemos ir a um


hospital no dia de seu aniversário, oras! — Resmungo sentindo um
bile subir por minha garganta outra vez e minhas pernas agem no
automático quando me debrucei sobre o vaso e voltei a vomitar o
tinha restado do café da manhã preparado com tanto gosto por meu
maridinho.

Suas mãos voltam aos meus cabelos e o silêncio reina até eu


terminar e levantar com sua ajuda. Escovei meus dentes e Dylan me
pegou no colo depositando-me na nossa cama.

—Não deve ser nada demais Dylan. Eu vou ligar para Maria e
ela me passa um remédio caseiro, um chazinho da Maria e eu fico
boa rapidinho, você vai ver. — Tento convence-lo.
—Eu vou ligar para Maria sim, mas amanhã iremos no
hospital e que Alá me ajude Bianca, porque você irá querendo ou
não! — Troveja irritado.

—Droga-de-enjoo-e-marido-injeção-que-não-chato-do-
caralho! — Praguejo desconexamente baixinho.

—O que disse? — Exige a ponto de explodir.

Bufo antes de resmungar.

—Tudo bem...— Concordo vendo que não haverá solução.

— Amanhã vamos a merda do hospital. Mas eu já aviso


Dylan Hoffman, se envolver agulhas mando tudo para puta que
pariu! Nenhum filho da mãe vai me furar, está me ouvindo? —
Esbravejo deitando na cama, enrolando-me nas cobertas
quentinhas.

— Onde Já se viu, Bianca?! Uma mulher feita com medo de


injeção? Pensei que não tivesse medo de nada! — O filho da mãe
me provoca.

Bufo irritada cruzando os braços sobre meus seios que


parecem mais pesados do que me lembrava.

— E eu não tenho. Não tenho medo de nada! Mas é que...


Ah! Você sabe... agulhas furam. E eu não gosto de nada que fure.
Não é medo é apenas precaução, são duas coisas completamente
diferentes. — Argumento.

Um sorriso aparece logo após o suspiro cansado, ele deita na


cama ao meu lado com seu notebook nas pernas.
—Ok. Não se preocupe amor, eu estarei lá e não vou permitir
que te furem, medrosa— Fala divertido.

Desgraçado, está rindo da minha pequena fraqueza!

Dylan está trabalhando em casa desde que adoeci. Ele sai de


casa apenas quando há algo urgente na empresa.

Estreito os olhos em sua direção e este ri desviando-se da


almofada que joguei em sua direção.

—Durma um pouco. Daqui a pouco ligo para Maria—


Murmura pousando um beijo suave na minha testa e alisando meus
cabelos.

Aceno afirmativamente contrariada, mas já sentindo um sono


excessivo me alcançar...

Dylan

Doze dias...

Há doze dias Bianca não faz outra coisa a não ser vomitar e
dormir. Isso está me tirando o sono.... Já insisti para irmos a um
hospital, mas parece que essa palavra no dicionário dela
simplesmente não existe, pois no primeiro instante quando soube
que adoeceu tentei leva-la e brigamos, resultado? Acabei sendo
enxotado e dormindo no seu antigo quarto porque ela não quis me
ver nem pintado de ouro.

Assim se passou até agora e ela nada de melhorar...


Passei todo esse tempo em casa indo a empresa apenas
assinar alguns papéis importantes. Daqui há duas semanas a
empresa estará com a nova sede na Alemanha pronta para nos
receber. Tenho trabalhado de sol a sol para que a mudança ocorra o
mais rápido possível, estou dormindo apenas quatro horas por noite
e meu humor anda oscilando bastante por causa da falta de sono.

Mas amanhã já poderei anunciar ao meu avô da minha


decisão. Iremos nos mudar assim que tudo estiver findado...

Providenciei um apartamento em um local seguro em Berlin,


as instalações da fábrica já estão quase finalizadas e já convoquei
um conselho para depois de amanhã colocarmos tudo em prática.
Planejo deixar o Paul a frente desta filial da empresa em Dubai.
Comandarei a da Alemanha, e vez ou outra terei que vir conferir
tudo por aqui, mas estou perto, muito perto de conseguir que
saiamos deste lugar e do alcance do meu avô para onde finalmente
possa proteger minha diabinha, que agora mais parece um anjo
ressonando ao meu lado...

A observo dormir por longos minutos... Está usando apenas


um top de alcinhas e uma pequena calcinha beje, a mesma cor da
peça que cobre seus seios que sobem e descem ritmicamente...

Retiro as mexas embaraçadas de seus cabelos negros de


seu lindo rostinho e acaricio seus lábios macios devagar.

Há dois dias não transamos.


Não por falta de incentivo dela, mas eu estou realmente
preocupado com sua saúde, o que fez o mau humor da minha
neném aumentar e muito...

Lembro que ontem mesmo quando cheguei da saída rápida a


empresa a encontrei dormindo completamente nua na cama. Seus
seios fartos e boceta depilada quase me fizeram ter uma
taquicardia, no entanto tive que me conter, pois vejo como está fraca
e pálida esses últimos dias. Não quero agravar seu estado de
saúde, mas ela como boa cabeça dura que é logo tratou de fazer
birra.

Meu pau ainda palpita ao vê-la piscar seus lindos cílios em


minha direção e miar um —mas você é o meu remédio, Dylannn...
Só um pouquinhooo—, por Alá! Eu quase a joguei nessa cama e a
fodi forte e duro, mas eu não podia.... Não sem saber o que ela
tinha. E se fosse algo sério e ela piorasse porque passou a noite
sendo fodida?!

Com a minha recusa a birra teria se transformado numa


discussão caso eu não tivesse me trancado no banheiro e me
masturbado duas vezes pensando na cena maravilhosa de seu
corpo nu e desejoso. —Dylan, abra essa porta! Eu não acredito que
prefere se masturbar a comer sua mulher... Você é um idiota
mesmo, sabia? Tudo bem, eu não vou insistir porque quem perde é
você!... Dylan, abre!... Você me vicia em sexo e depois
simplesmente diz que não 'pode porque estou doente?' Vá se foder,
babaca!...— Essas foram algumas das frases que ela usou, horas
ditas quase gemendo e outras trovejando, para tentar me fazer
mudar de ideia. Mas me mantive irredutível, claro que com o auxílio
da minha amiga mão...

Ao sair do quarto me assustei com a crise de choro que ela


teve alegando que eu não a amava mais, e ali foram mais de duas
horas repetindo que a amo até que pegasse no sono
profundamente. De todos os sustos que tive na vida este foi o pior.
Porra! Bianca não chora, muito menos tem crises de carência.

Eu não sabia mais o que pensar...

Hoje pela manhã ela acordou com um sorriso deslumbrante.


Eufórica e faminta. Mas foi terminar de tomar o café que eu mesmo
preparei e correr para o banheiro despejar tudo que comeu.

—Eu vou cuidar de você minha menina, seja o que for,


cuidarei de você...— Sussurro substituindo meus dedos que
acarinhavam seus lábios, por minha boca num beijo leve e
cuidadoso.

Ao me afastar arrumo seus cabelos nos travesseiros mirando


seu rosto perfeito.

—Olhando você assim, com essa carinha de anjo, ninguém


imagina a diabinha você é, neném!... Mas eu te amo mesmo assim!
— Cochicho.

A cubro com as cobertas antes de pegar meu celular no


criado mudo e discar o número da fazenda...

—Alô? — A voz grossa de Fernando irrompe do outro lado da


linha.
—Bom dia Fernando.... Quis dizer boa tarde, já que aqui
ainda é manhã e aí já é tarde... Enfim, como vão as coisas? —
Perguntei caminhando descendo as escadas e indo até a cozinha.

—Ôpa, meu amigo Dylan! Aqui tá tudo bem viu. A fazenda tá


produzindo de vento em popa e esse ano a safra vai ser boa demais
da conta, se Deus quiser. Está começando o inverno, São Pedro já
mandou duas chuvas boas para nóis! Sinal de que o inverno vai ser
bom, e inverno bom quer dizer mais fartura na mesa, companheiro!
— Fernando comenta com seu sotaque apressado.

Eu acho que pensa que entendo algo sobre agricultura....


Mas gosto de ouvir o modo apaixonado que ele tem pela terra. Suas
estórias engraçadas da sua infância e sobre as peripécias de Bianca
quando ele ainda era o capataz do meu sogro...

Sorrio amplamente enquanto ele ainda fala algo sobre


colheita e Armindo estar ajudando-o quanto as finanças da fazenda.

—E as crianças? Como estão os gêmeos? —

Logo ele responde mais entusiasmado ainda —Ah, meus


bezerrinhos estão grandes, já. Estão tão bonitos quanto a mãe, que
Deus a tenha! Sabe, mas acho que vão ser tão traquinos quanto a
tia. O moleque já sabe puxar os cabelos da irmã e essa é tinhosa
quando quer colo, vice?!—

Ri sem entender muito bem o que ele quis dizer, mas se a


parte que cabe a Bianca se refere aos pequenos, sei que não deve
ser boa coisa...

—E minha cunhada? Onde está? — Ele questiona.


—Doente há alguns dias. Na verdade, foi por isso que eu
liguei, será que eu poderia falar com a Maria? Bianca não está bem,
mas segundo ela, Maria sempre tem um chá que cura tudo. —
Comento enchendo uma jarra com água e segurando um copo para
leva-lo ao quarto.

—Ah tem sim! Não há uma doença nesse mundo que não se
cure com os chás da Maria. Peraê que eu vou chamar ela...—

Escuto uma voz ao longe gritar —Maria!... Oh Maria! Maria


telefone para ocê!—

—Ôxe omi, deixe de grito! Acabei de botar os moleque para


dormir, vai acabar acordanu tudo! Onde é o fogo?!— Ouço Maria
responder cada vez mais perto.

—Telefone para ocê muié! Dylan tá na linha, parece que a


menina Bianca num tá nada bem e ele quer que tu diga um chá para
mode curar ela! — Fernando avisa.

—Viche Maria! Minha minina adoençada é? Oh minha nossa


senhora, num dêxa nada de ruim acontecer aquela minina, meu
Padim Ciço!— Ela diz antes de ouvi-la ao telefone...

—Alô seu Dylan? O que minha minina tem?— Pergunta aflita.

—Ainda não sabemos Maria! Mas eu estou preocupado e


amanhã cedo a levarei ao hospital. Bianca é muito teimosa, e
alegou só ir ao hospital depois que tomar algum chá recomendado
por você! — Digo.
Pego a jarra e os copos e rumo ao quarto devagar para não
derramar a água, apoio o telefone no ombro para poder continuar a
conversa.

—Certo, certo! Mas me diga logo o que ela tá sintino omi!—


Pede angustiada.

Pausadamente exponho.

—Ela dorme o dia inteiro. Está sempre cansada! Não segura


nada no estômago, principalmente pela manhã, apesar de comer
bastante, mas logo despeja tudo para fora. Se sente tonta vez ou
outra e chora por tudo...— Termino e espero que ela sugira o tal 'chá
milagroso', mas depois de alguns segundos em silêncio penso que a
ligação caiu...

—Alô? Maria? Ainda está aí? —

—Oh minha nossa Senhora do Perpétuo Socorro! A minha


menina tá de bucho! — Exclama feliz.

Franzo o cenho e paro no meio do corredor.

De bucho? O que diabos seria aquilo?

—E isso é grave Maria? — Me vi perguntado irrequieto.

Sua risada fez-me franzir o cenho mais confuso ainda...

—Se aperrei não seu Dylan! Neh nada grave não, vice?!
Daqui há nove meses ela fica boa. — Maria explica.

Alá! nove meses para se curar? Aquilo parecia ser bastante


grave, como infernos não iria me preocupar?!
—Eu não entendi Maria! Que diabos de doença de 'bucho' é
essa que não é grave, mas passa nove meses para sarar? — Insisto
ainda ambíguo ao seu dialeto nada explicativo.

Riu um pouco da minha impaciência, mas logo esclareceu.

—A minina tá buchuda seu Dylan, prenha... como é que ocês


chamam mesmo?... Ah sim, grávida! É isso! A minina Bianca tá
grávida de ocê.—

Nos próximos segundos só ouvi três barulhos: o primeiro foi


da jarra com água e copo de vidro se espatifando no chão, segundo
de Maria perguntando ao longe 'alô?... seu Dylan? Ocê ainda tá
escutano eu?... Danôsse! Mas que raio de telefone esse que agora
ficô sem som, como será que faz para ele pegar de novo, hein?...' E
o último eu não tinha certeza, mas acho que era o barulho do meu
coração pulsando descontroladamente dentro do meu peito...

Puta merda!

Eu vou ser pai?...

31. Capítulo- Batalha dos testes


Bianca

Eu mergulhei no rio sentindo a água fresca aliviar a


temperatura escaldante do meu corpo.

O dia estava quente como sempre, mas no verão o calor era


quase insuportável aqui na fazenda, por isso havia pedido a Dylan
que fossemos ao rio nos refrescar.
Quando voltei a superfície vi aquela visão de um deus grego,
com cabelos loirinhos, olhos extremamente azuis fixos em mim e
boca vermelhinha perfeita desenhada num formato de 'O'. Ele
estava sem camisa, o que me dava mais água na boca ainda, pois
seus músculos dos braços estavam estendidos expondo o quão
forte ele era. Seu abdômen desnudo deveria ser considerado um
atentado ao pudor!

Eu me perguntava porque ele ainda estava vestido se me


ordenou que entrasse nua no rio...

—Não vai entrar? — Pergunto com um sorriso malicioso.

—Está pronta para receber meu pau na sua boceta? —


Profere com a voz rouca e exigente.

—Sempre! — Afirmo prendendo os lábios entre os dentes.

Eu já estava sentindo um calor dos infernos desde o


momento em que entrei pelada na água sob seu olhar atento, mas
assisti-lo retirar a bermuda e a cueca, exibindo aquele pau enorme e
gloriosamente duro foi demais para minha pessoa já detentora de
pouca sanidade mental.

Minha Santa Maria dos Juízos Desajuizados!

Assim que se aproximou circulei seu pescoço com os braços


e suas mãos firmes viajaram a minha bunda, suspendendo-a até
minhas pernas estarem enroscadas em sua cintura.

—Deixa eu ver se está pronta mesmo! — Sussurra


cafajestamente roçando apenas a ponta do pau na minha entrada
necessitada e o enfia apenas um pouquinho...

—Dylan! — Gemo enquanto jogo a cabeça para traz.

—Porra Bianca! Sua boceta está mastigando a cabeça do


meu pau! — Rugiu antes de tomar um mamilo rijo entre os dentes e
puxa-lo, causando uma sensação deliciosa de dor e prazer que me
fez ir as nuvens...

—Enfia... Dylan, soca logo a porra desse pau! — Reclamo


rebolando numa tentativa falha de tê-lo mais um pouco enfiado em
mim.

Seus dedos apertam minha bunda de uma forma que


certamente estarão desenhados em roxo amanhã no local, mas não
me importo, na verdade a porra toda me deixa mais insana ainda...

—Quer que eu enfie mais um pouco, safada? — Provoca-me


tomando o outro mamilo entre os dentes e repetindo o gesto de
puxa-lo enquanto seu pau lateja na minha boceta.

—S-sim! Sim, enfia todinha, vai! — Peço dengosa.

Nem bem terminei de ronronar e a primeira arremetida veio


forte, me alargando provocando um grito surpreso e ao mesmo
tempo extasiado.

—Bianca!— Me chama ao longe...

Mas estou focada no seu pau entrando e saindo da minha


boceta numa velocidade que estava fazendo meu corpo entrar em
combustão...
—Oh meu Deus! Dylan... Isso... Isso cafajeste! — Gemo
tomando sua boca num beijo alucinante...

—Bianca?— Me chama ao longe outra vez.

Mais uma bombeada do seu pau e me sinto perto, tão perto


que poderia tocar meu gozo com a pontinha dos dedos... quase lá,
só mais um pouco...

— Bianca! Neném, acorda! — Sua voz me chama outra vez...

No entanto me recuso a escuta-la porque meu orgasmo está


vindo, já consigo segurar com a mão agora, só mais um pouco para
o abraço e finalmente não soltarei nunca mais...

—Porra Bianca, Acorda!— Mãos grandes nos meus ombros


me sacolejam e me fazem abrir os olhos atordoada.

Para meu total desalento percebo enfim o que se passava...

Droga! Era um maldito sonho.

Estou suada e ofegante e... Jesus! Estou excitada.... Tão


excitada...

Fito dois lagos cristalinos azuis a me encarar


impacientemente e sinto vontade de arrancar sua cabeça fora.

—Anda neném, deixa de preguiça e levanta logo. Faz o que


eu mandei! — Ordena.

—Eu não quero levantar, eu quero gozar, é isso que eu


quero! — Choramingo me enfiando nas cobertas outra vez.
—Que conversa é essa Bianca? Quem estava te fazendo
gozar? — Resmunga puxando as cobertas para baixo.

—Você, idiota! Agora cai fora e me deixa dormir! — Esbravejo


tomando as cobertas de volta.

—Nada de gozar para você sem antes fazer o que lhe


ordenei. Anda logo Bianca! — Troveja puxando as cobertas
novamente e jogando-as do outro lado da cama, sobre a poltrona.

Bufei irritada.

—Olha aqui Dylan Hoffman. Você já está se negando a me


comer na vida real, e agora quer me privar de te dar em sonhos? Vá
para o inferno! Eu vou dormir obter aquele orgasmo e nada nem
ninguém irá me impedir! — Exalto-me apontando-lhe um dedo
ameaçadoramente mantendo-me deitada na cama entre os
travesseiros agora, já que perdi meu edredom quentinho...

Depois de um longo suspiro e de abrir um sorriso arteiro nos


lábios o vi se livrar da camiseta e calça jeans que nem sabia quando
havia vestido...

Olhei para o relógio no criado mudo e notei que fazia menos


de meia hora que eu havia adormecido.

Será que ele saiu para algum lugar?

Não tive tempo de interroga-lo nem de pensar direito sobre o


assunto, já que ele se livrou dos sapatos e meias antes de estar
debruçando-se sobre mim como uma pantera cercando sua presa...
—Neném, vamos fazer um trato, ok? — Murmurou
melodiosamente.

Esfregou o pau ereto na minha coxa e eu suspirei já


concordando com a cabeça. Não importava o que me pediria, eu
faria qualquer coisa, desde que ele apagasse o calor latente entre
as minhas pernas, que nem sei de onde infernos surgiu mais
abrasador...

Riu contente com minha reação e me mostrou um potinho


estranho em suas mãos.

—Você irá até o banheiro e fará xixi nesse potinho, depois irá
me chamar e eu prometo que te darei quantos orgasmos quiser—
Propõe.

—Feito! — Aceito contente já arrancando o pote de suas


mãos correndo para o banheiro.

Não sabia que queria fazer xixi até posicionar aquele potinho
entre as pernas e fazer o que ele me pediu enquanto imaginava o
quanto aquela proposta era idiota, quem já se viu? Trocar orgasmos
por xixi...

Mas havia gosto para tudo na vida, e pouco me importava se


ele iria beber aquilo, ou tomar banho depois, eu queria era a porra
dos meus orgasmos...

Deus do céu!

Havia algo de muito errado comigo, eu sei que meu marido é


gostoso e que depois que descobri o que era sexo, creio que não
viveria sem aquilo nunca mais, porém desde quando eu me
comportava como uma cadela psicopata no cio? Desde quando eu
trocava xixi por orgasmos?! Eu sabia que Dylan tinha fodido meu
cérebro literalmente, mas estava começando a achar que aquilo que
eu tinha era mais grave do que eu imaginei, talvez uma doença
patológica de loucura, ou pior ainda, de ninfomania...

—Espero que Maria tenha um chá para ninfomania, porque


senão acho que vou ter que tomar injeção. — Depois de pensar
mais um pouco sobre isso...

— Será que existe injeção para isso? — Perguntava a mim


mesma, baixinho, enchendo o potinho e pensando intimamente que
só a Maria teria uma resposta para esse problema.

Ela sempre tinha, afinal, Maria é a Maria, oxe!

***

Dylan

O carinha de aparência indiana da farmácia me olhou


estranho quando entrei afobado pelas portas de vidro e me
aproximei do balcão já pedindo dois testes de gravidez.

Ele também não entendeu minha urgência em agarrar os que


ele recomendou, nem minha impaciência em escutar como fazer
cada um...

Porque a pressa?

Porque eu estava em choque e precisava tirar aquela dúvida


naquele instante se possível, ou enlouqueceria! E outro detalhe, se
eu contasse a Bianca ela estando eu seu modus operante,
normalmente maluca de ser, provavelmente a veria surtada também,
então eu iria aproveitar que ela estava sonolenta e iria saber da
verdade, depois com calma, iria contar-lhe o que descobri, se nada
fosse acusado eu não teria porque alarma-la, afinal poderia ser uma
doença de verdade.

Mas se desse positivo...

Bem, meu plano não era um dos melhores, mas era o único
que eu tinha arquitetado, visto que só tive dez minutos para apanhar
os cacos de vidro do chão, vestir uma roupa e sair em disparada em
busca de testes de gravidez.

Nem sei onde foi parar meu celular, e também não tive tempo
de enxugar a água do corredor, eu só queria saber realmente se
seria pai em breve... Só de pensar nisso meu estômago se
embrulhava, e meu coração disparava novamente...

Alá! O que eu iria fazer se desse positivo?

Provavelmente depois de surtar de vez eu iria adorar a


ideia, ou não.

Não sei como me sentir em relação a isso, pois o mais


próximo que cheguei de um bebê foi ver e tocar nos filhos de
Fernando. Como diabos eu iria ser pai se o máximo que sei sobre
bebês é que terão de chupar os peitos da minha mulher para se
alimentarem, que fazem cocô verde ás vezes— Fernando que me
confidenciou isso uma vez, e eu não poderia duvidar jamais disso,
pois ele era o único pai que eu conhecia que já trocara fraudas na
vida- Outra coisa que sabia de bebês era que com certeza não
poderia nunca, jamais e em hipótese alguma segura-lo, porque é
óbvio que os deixaria cair e não preciso ser nenhum gênio para
saber que um bebê quando cai se espatifa como geleia no chão,
então... fim. Isso é tudo que sei sobre os bebês, e acreditem, é o
suficiente para não me imaginar sendo pai pelo menos durante os
próximos dez anos, até lá eu teria aprendido ao menos como ter um
no colo sem pôr sua vida frágil em risco...

Mas o importante agora era saber se o que Maria falou tem


fundamento...

Acho que nem o The Flash teria chegado em casa tão rápido
e nem subiria aquelas escadas com tamanha velocidade...

No quarto, depois de quase cinco minutos tentando acordar


Bianca enfim consegui desperta-la completamente excitada e brava
como uma fera, logicamente eu tive que utilizar minhas artimanhas
persuasivas para poder obter a urina necessária para realizar os
malditos testes...

— Prontinho! — Murmurou orgulhosa e sorridente com o pote


contendo o líquido amarelado dentro.

Levantei em um pulo da cama enquanto tomava o pote de


suas mãos e caminhava para o banheiro segurando minha calça
jeans na outra mão.

—Não sabia que estava doente dos olhos! — Bianca


comentou com uma careta parando nas minhas costas.

—Porque não usou a sua? Acho que seria menos nojento! —


Fitei seu reflexo no espelho e nitidamente indaguei confuso.

— Não estou doente dos olhos. Do que está falando? —

Ela observava suas unhas despreocupada um pouco mais


afastada perto da parede revestida de pequenas pastilhas brancas
que continha o banheiro. Aproveitei para retirar os dois testes da
caixinha do bolso da calça e joga-las numa gaveta rapidamente.

—Pensei que era para isso que queria meu xixi— Deu de
ombros ainda vidrada em algo nas suas unhas. —Maria sempre diz
que quando estamos com doença nos olhos, temos que lava-los
com urina ainda quente! Segundo ela é um santo remédio—

Já havia lido e decorado a bula e recebido informações do


indiano da farmácia, então sabia que agora colocava os testes
dentro do potinho até que na parte que eu havia mergulhado no
líquido ficasse rosa— o que aconteceu em segundos- depois os
retirei e coloquei sobre a bancada jogado o potinho no cesto do lixo.

Agora eu teria que aguardar o tempo necessário de aparecer


'grávida' ou 'não grávida'...

—Que nojo! Que diabos de remédio é esse? De onde Maria


tirou essa receita? — Resmungo lavando as mãos na pia ao lado.

Deu de ombros outra vez fitando as minhas costas —E eu sei


lá de onde ela tirou isso! Mas se a Maria disse, eu sei que é
verdade! — Afirma veementemente.

Sorri e decido provoca-la ─—Você nunca lavou seus olhos


com xixi, não é? Nunca mais veria esses mares castanhos da
mesma forma se o tivesse feito—.

Adotou uma postura deliciosamente desafiadora como


sempre, com aquele narizinho arrebitado, aqueles cabelos negros
num coque descabelado em volta do seu rostinho angelical e
empinando seus seios fartos dentro de um top minúsculo que mal
dava para cobri-los, braços cruzados, e me encarando com ar de
menina atrevida... Linda, absolutamente deslumbrante é o que ela
é...

—Pois fique sabendo que sim!! De acordo com a Maria, quando


eu tinha cinco anos fiquei doente dos meus olhos e ela me curou
com minha urina quentinha. Em minha defesa eu graças a Deus não
lembro desse episódio decadente da minha infância, e além do mais
é apenas um pouco de xixi, que mal teria? — Devolve.

Aliviado por finalmente ter vencido a batalha dos testes, vou


até ela, desfaço seus braços cruzados e a abraço forte me
embriagando com o cheiro gostoso e doce de seu pescoço. Depois
me afastei o suficiente para beijar sua boca castamente e em
seguida deixar beijos sobre seus olhos encantadores.

—Achei que não veria meus olhos da mesma maneira que


antes! — Comentou divertida.

—E não vejo. Os vejo mais lindos... Agora já descobri o


encanto desse castanho tão maravilhoso—.
Sua risada profunda me fez sorrir bobamente e beija-la
apertando sua cintura fina.

—E para que quer meu xixi? Não vai me dizer que bebe isso,
porque isso sim, seria muito nojento. Não me espantaria saber
disso, não depois de saber que há pessoas que fazem coisas
bizarras durante o sexo, mas já aviso que não o beijo nunca mais se
tomar meu xixi! — Diz assim que nos separamos.

Beijo a pontinha do seu nariz arrebitado e depois asseguro.

—Não é nada disso que está pensando. Não vou tomar seu
xixi, nem nada do tipo, pode ficar tranquila e me beijar a vontade!'

Um sorrisinho malicioso se abre lentamente em seus lábios


grossos.

—Ok. Agora vamos parar de falar em urina. Você tem uma


mulher para satisfazer com muitos orgasmos, senhor Hoffman,
espero que esteja preparado porque uma gata selvagem no cio
perderia para todo o calor que tenho guardado bem aqui...— Se
esfrega descaradamente na minha perna —... para você! —
Completa.

Puxo o ar entre os dentes sentindo meu pau corresponder


perfeitamente a suas expectativas e aquele maldito short fininho que
mais parece uma calcinha não contribui para o meu estado...

—Uma gata no cio é? — Sussurro nos seus lábios.

Ela afirma dissimuladamente com a cabeça se esfregando


outra vez.
Aperto sua bunda trazendo-a mais junto para que sinta meu
pau extremamente duro e clamando por ela.

—Oh, neném! Eu vou apagar o fogo dessa bocetinha gostosa


de todas as maneiras. Foda-se os cuidados que eu deveria ter!
Minha gatinha está no cio e é minha obrigação meter nela até que
esteja satisfeita! — Murmuro olhando em seus olhos inebriantes.

Mas antes que eu consiga tomar sua boca e faze-la minha até
dizer chega, o alarme do meu celular que deixei na bancada
marcando os minutos do devido teste, disparou.

Suspirei tentando controlar a vontade insana de empurra-la


contra parede e come-la.

Me afastei sutilmente trazendo seus olhos curiosos do celular


e testes em cima da bancada para meu rosto novamente.

—Só um segundinho minha diabinha... Porque não vai para


nossa cama? Me espera lá! De preferência peladinha e de joelhos
no meio dela— Profiro observando suas pupilas dilatarem e seu
sorriso maléfico emoldurar sua linda face.

Bianca saiu do banheiro quase saltitante indo direto para a


cama como eu ordenei.

Ás vezes me dou conta do quão menina ela inda é, isto me


faz lembrar dos testes, e eu apreensivamente me apr

Aproximei da bancada retirando os dois testes do recipiente.

Respirei fundo antes de baixar a cabeça e observar o


primeiro, que dizia: Grávida. E logo abaixo em letras menores tinha:
3 + , no recanto do que se assemelhava a um marcador de relógio
digital, depois o outro contendo as mesmas palavras, exatamente da
mesma forma.

Eu li na bula e sei o que significava o número que surgiu ali,


mas minha cabeça estava girando em torno do Grávida ainda, e por
mais que eu me esforçasse não conseguia pensar em outra coisa a
não ser que eu realmente seria pai...

—Puta.que.pariu!— Foi o que saiu da minha boca meio


segundo depois de assimilar a notícia.

Grávida.

Bianca estava grávida.

Alá! Eu definitivamente vou ser pai.

Primeiro disparei numa gargalhada alta de felicidade e


surpresa que durou uns cinco minutos, depois uma lágrima caiu dos
meus olhos ao pensar que havia um serzinho, um pedacinho meu
dentro da minha neném, eu seria pai, porra! Essa comoção
sentimentalista durou mais ou menos uns sete minutos. E então, em
seguida minha cara aterrorizada refletida no espelho, com olhos
arregalados e boca aberta me dizia como eu realmente me
encontrava, aterrorizado... Foi assim que eu fiquei ao lembrar que
alguém iria sugar os seios de Bianca, fazer cocô alienígena e se
espatifar como geleia no chão quando eu o derrubasse...

Por Alá! O que seria de mim agora?! Pensei.

E de Bianca?
Se eu entendia nada de bebês, ela decididamente sabia
muito menos. Segurou seus sobrinhos algumas vezes, mas sei que
sabia tanto quanto eu sobre o assunto, e agora teria que ser
diferente porque nós seríamos os pais!

Eu espero que ao menos ela saiba segurar um bebê sem


derruba-lo...

Pelo que conheço da minha neném, ela provavelmente iria


surtar, e logo depois ficaria aterrorizada como estou, porque nossos
medos deveriam ser parecidos: Minha Menina Má está grávida.

—Amor, você estava demorando e...— Ela parou na porta


quando automaticamente ao se deparar com meu corpo imóvel
frente ao espelho sem piscar, na verdade eu duvidava até que
estava respirando...

Virei para ela com semblante horrorizado ao rever a cena do


nosso pequeno bebê despedaçado como paçoca no chão assim que
tentei desajeitadamente pega-lo no colo...

—O que aconteceu Dylan? Que cara é essa? — Indaga


parecendo preocupada.

Antes que eu conseguisse filtrar já havia escapado da minha


boca a resposta...

—Te amo. Eu... Eu te amo Bianca, e nós... quero dizer, você


e eu... você... Grávida! Você está... você está grávida, neném!—
Gaguejo sem conseguir articular as palavras com nexo.
Seu olhar divertido e zombador parou nas duas caixinhas dos
testes em cima da bancada da pia, ela se aproximou lentamente e
depois de ler as palavras nítidas dos testes vi um tremor passar por
seu corpo deliciosamente nu ao meu lado...

Então acho que ela finalmente entendeu a finalidade do seu


xixi, e porque eu estava parado como uma coluna ali...

Observei ela pular as duas etapas pelas quais eu tinha


passado, a de felicidade/surpresa e a de emoção e passou
diretamente para a de puro terror...

Vi seus olhos se arregalarem e sua respiração ficar presa e


em seguida seu olhar parar no meu claramente alarmados. Foi bem
ali, naquele momento que obtive a confirmação que ela também não
sabia nada de bebês, e muito menos segura-lo sem derruba-lo, e
que ela, assim como eu, estava revivendo um flashback mental da
gosma verde que nosso filho seria futuramente...

32. Capítulo- Destinados


Bianca

—... você está grávida...—

Era esta a frase que estava ressoando na minha mente como


um grito num vácuo sem fim, associada a imagem de uma criança
pequena, de olhos azuis e cabelos dourados, com um sorrio lindo
me chamando de mamãe a correr e abraçar-se comigo...bem, eu
não queria que me achassem desnaturada ou desumana, mas acho
que já me conhecem o suficiente para saberem quando estou
mentindo e falando a verdade.

Na realidade a cena que me vem à cabeça é uma paçoca de


criança espalhada pelo chão, logo depois que eu o amamentei até
sua pequena barriguinha explodir, quer dizer, isso seria possível,
não é? Eu não sei cuidar de um bebê, e pensar nisso é aterrorizante
para caralho!

Engoli seco e uma voz fina e sôfrega reverberou no banheiro,


quase não a reconheci como minha própria voz, mas as únicas
palavras proferidas foram exatamente o que minha mente pensando
nas milhões de fraudas que teria de trocar, nas canções de ninar
que teria de aprender, que teria que alimentar um bebê, Deus! Eu
não sei alimentar bebês, na realidade eu não sei nada sobre bebês,
só que eles comem, fazem cocô e se alimentam outra vez e
choram...

— oh.meu.deus!— Proferi...

A porra daquele nome que aparecia nos dois pequenos


objetos em cima da bancada do banheiro estava fazendo minha
vista embaraçar, pois neles estava escrita a palavra 'grávida', no
caralho dos dois...

—Não pode ser... Eu... Eu estava tomando


anticoncepcionais... eu... eu... Oh. Meu. Deus! — Me desespero.

—Você me disse isso Bianca, por isso eu não me importei de


não usar camisinha. Não é que eu não queira um filho é só que...—

—Eu não sei cuidar de bebês!— Dissemos ao mesmo tempo.


Eu estava respirando com dificuldade com nossa declaração
simultânea enquanto olhávamos apavorados um para o outro sem
saber o que fazer ou dizer.

Um bebê...

Um bebê implicaria em um milhão de coisas,


responsabilidades, sonos perdidos, alimentação adequada, e eu
tinha que saber como ser mãe, mas eu não sei ser mãe, caramba!

Eu não tive uma mãe, quer dizer, eu tive a Maria que me


criou como uma filha, mas nunca chamei ninguém de mamãe, e isso
parecia de alguma forma tão... errado.

Não podia ser...

Não podia ser...

Não podia ser...

Aqueles objetos ali estavam errados, era isso...

—Dylan, isso pode estar errado. Quero dizer, eu vi numa


novela uma vez que testes tem uma certa margem de erro.... Pode
ser isso, eles estão errados! Eu não devo ter urinado direito e...—

Dylan se apressou em segurar meu rosto entre as mãos e me


fazer parar de rodar feito barata tonta naquele banheiro.

—Neném, calma!... Me escuta! Você tomou os


anticoncepcionais direito? — Perguntou apreensivo.

—Sim!...— Franzo o cenho puxando pela memória e penso


um pouco melhor matutando desde o dia em que comecei a tomar
os malditos comprimidos, e sim eu tomei todos os dias, no mesmo
horário como o farmacêutico me instruiu, exceto...

—Puta merda! — Xingo fechando os olhos derrotada.

—O que foi Bianca?!—

—Eu... No dia em que a Beatrice morreu. Não lembro de ter


tomado naquele dia.— Sussurro com uma vontade enorme de
chorar.

Droga! Porque estou com vontade de chorar? Eu não choro


porra, nunca!

—Está tudo bem amor... Tudo vai ficar bem, mas não chora
minha linda, por favor não chora! — Ele pediu, mas o pedido teve o
efeito totalmente o contrário.

Foi o mesmo que abrir as comportas de uma represa...

O que diabos estava acontecendo comigo, afinal?!

Minhas lágrimas caiam copiosamente enquanto eu


murmurava dramaticamente.

— Eu não posso ser mãe, Dylan. Eu não sei como é ser mãe,
eu não tive uma para me ensinar e eu serei má com nosso filho, eu
não vou conseguir trocar suas fraudas e nem acordar a noite para
cuidar dele, ele vai morrer de chorar e eu não vou escutar e vou
amamenta-lo até ele explodir! — Solucei.

Dylan parecia tão desesperado quanto eu, e eu sabia que


estava sendo dramática e irracional, mas o que mais eu poderia ter
feito?! Eu sou uma bomba relógio ambulante, não era justo para
uma criança nascer de alguém como eu...

Meu marido me puxou mais junto ao seu peito deslizando as


mãos nas minhas costas.

—Calma amor, vai dar tudo certo. Quer dizer, as pessoas não
nascem sabendo de tudo e poderemos aprender as coisas que falou
para que nosso filho não exploda de tanto tomar leite, ou vire uma
gelatina verde quando eu o derrubar! Deve haver algo que
possamos fazer, um curso, sei lá. Em breve estaremos na Alemanha
e lá certamente haverá alguém capaz de nos instruir... Só não
chore, está bem? Procuraremos por uma solução juntos. —

Eu ainda soluçava quando ele me pôs nos braços e me levou


para a cama, nos cobriu e me aninhou em seus braços quentes.

Não sei ao certo em que momento apaguei, mas acordei me


sentindo cansada, levantei e procurei Dylan pelo quarto, mas ele
não estava lá.

Rumei o banheiro e logo que adentrei fitei os testes de


gravidez em cima da bancada, da mesma forma que os deixamos
mais cedo. Por um breve momento pensei ter sonhado com tudo
aquilo, mas ali estava a prova de que tudo era real, eu iria sabe-se
lá Deus como ter um bebê...

Me aproximei devagar e segurei um dos testes entre os


dedos, a palavra 'grávida' ainda estava nítida. Perguntei-me
mentalmente como teria sido a reação de Beatrice quando soube
que teria os gêmeos, não penso que ela se assustou, ou ficou
paranoica como eu. Beatrice foi criada para o lar, ela sonhava em
ter filhos e cuida-los, ela sim seria a melhor mãe do mundo, mas eu
não...

De qualquer forma eu não poderia perguntar a ela como tinha


sido descobrir que havia uma vida dentro de si, minha irmã não
estava mais aqui para me dizer o que fazer, ou como me sentir.

Ainda doía saber que mesmo sendo irmãs éramos tão


distantes, não é que não a amasse, era que não tínhamos nada em
comum a não ser o fato de sermos irmãs. Lembro de uma das vezes
que nos falamos por telefone meses depois que ela fugiu de casa...

Flashback on

—E como está meu sobrinho? — Perguntei segurando o


aparelho de telefone entre o ombro e o ouvido desligando a tv e
pousando a vasilha de pipocas na mesinha de centro.

—Sobrinhos, Bia! São dois bebês, uma menininha e um


menininho. Acho que eles gostaram de você, pois estão se
movendo na minha barriga! — Respondeu ela docemente como
sempre.

Eu me assustei com aquilo —Você está se sentindo bem


Trice? Está doendo? — Indaguei aflita.

Sua risada me fez suspirar aliviada.

—Não dói sua boba. Os bebês se mexem na barriga das


mães, isso é normal Bianca. Vai saber disso quando tiver os seus—
Murmurou do outro lado da linha.
—Acho que filhos ficou para pessoas como você maninha,
não para pessoas como eu, acredite! Eu não saberia ser mãe —
Confesso.

—Toda mulher sabe ser mãe Bia, quando você o sentir dentro
da sua barriga, ou ouvir o coraçãozinho dele pela primeira vez
saberá exatamente o que fazer. —

—Se você diz... Então?! Maria está morrendo de saudades


suas...— continuei a conversa...

Flashback of

Poderia alguém que esteve próximo, mas distante a vida


inteira fazer falta quando já não está mais presente?!

—Queria tanto que estivesse aqui, Trice! — Sussurro fitando


o teste nas mãos.

Duas mãos grandes e quentes circulam minha cintura e me


puxam contra um peio forte, descanso minha cabeça em seu ombro
e fitamos nossa imagem no espelho, mas antes que ele adentrasse
eu já sentia o seu cheiro, já sabia que era ele...

Dylan está pelado contra minhas costas mirando meu corpo


nu com desejo evidente.

—Sei que sente falta de Beatrice, e que ela seria uma ótima
instrutora, mas eu estou aqui e estamos juntos nessa, neném. —
Ele proferiu.

Sorrio para ele e comento nostálgica.


—Sabe... ás vezes imagino que se o Fernando e eu não
houvéssemos interferido você e Beatrice teriam casado e estariam
felizes juntos, ela era tão amável que certamente se apaixonaria por
ela à primeira vista e decididamente ela saberia o que fazer com um
bebê. Provavelmente estaria viva também, ela deveria estar no meu
lugar, aqui com você, e eu que merecia estar no dela. —

Suas mãos rapidamente me viraram e seguraram meu rosto


— Nunca mais repita isso Bianca! Sei que está em choque pela
notícia e acredite, eu também estou. Mas eu jamais amaria outra
mulher que não fosse você. Não importa se sabemos cuidar de um
bebê ou não, o que importa é que nos amamos e vamos ama-lo
também. Não a quero imaginando como teria sido se fosse diferente
porque Alá já havia escrito eu e você, e nada nem ninguém poderia
mudar isso. Eu agradeço aos céus por ter sido você e não ela, mas
se houvesse casado com Beatrice amaria a ti de qualquer forma, e
se não houvesse você eu não amaria ninguém, pois sei que
estávamos destinados a nos amar, eu a você, você a mim e nós ao
nosso bebê— Murmurou seriamente.

Sorri cansada e o beijei delicadamente.

—Eu sei. Desculpa, é que... Não vai ser fácil, eu não sei o
que fazer e nem como me sentir, entende?! Mas eu te amo, Dylan! E
se ficarmos juntos eu prometo tentar ser essa coisa de mãe. —
Declarei.

—Vou estar com você para sempre! Eu também te amo,


minha menina! — Disse antes de tomar minha boca num beijo
intenso.
—Não vamos pensar em nada disso por agora. Vamos
pensar apenas em nós dois, e se bem me lembro te devo alguns
orgasmos. — Sussurrou no meu ouvido assim que paramos de
devorar a boca um do outro.

—É uma ótima ideia! — Devolvo no mesmo tom.

Suas mãos passeiam pelo meu corpo e espalmam minha


bunda me erguendo do chão, me pondo sentada na bancada. Dylan
se livra dos testes jogando-os no lixo, em seguida meu coque é
desfeito.

Sua boca toma meu seio direito enquanto aperta o esquerdo


entre os dedos.

—Dylan— Gemo sentindo o calor me possuir ferozmente.

Seguro seus ombros fincando minhas unhas.

—Puta que pariu, Bianca! — Gemeu ele.

Suas mãos escancararam minhas pernas apoiando-as em


cada lado da bancada. Em seguida seu pau já estava na minha
entrada me provocando...

Puxo seu quadril ao meu encontro quando vejo-o demorar,


mas ele se mantém irredutível no mesmo lugar.

—Dylan... por favor! Eu te quero em mim! — Sussurrei


tentando me mover para que enfim o tivesse dentro de mim.

— Ainda não neném. Primeiro quero que goze para mim


assim, depois vou enfiar na sua boceta apertadinha. — Disse
retirando seu membro duro da minha entrada e esfregando-o no
meu clitóris.

—Oh Deus! Dylan...— Seus dentes prenderam meu mamilo


direito enquanto seu pau estava me deixando num frenesi delicioso.

—Gostosa! — Rosnou passando a dar atenção ao outro seio.

—Aiiii... mais... eu preciso de mais!— choraminguei.

Seus dentes cravaram no meu mamilo esquerdo depois que


o lambeu e o chupou, seu pau forçou um pouco mais aumentando a
velocidade, fazendo uma pressão concisa sobre meu clitóris...

—Só mais um pouco... mais Dylan! — Sussurrei retirando as


pernas de cima da bancada e as envolvendo em seu quadril.

Eu queria mais, muito mais. Acho que depois de uma notícia


aterradora como a que recebi hoje nada mais justos que o causador
daquela tragédia me desse alguns orgasmos, não é?! Eu estava
certa disso, porém quando o vi se afastar de mim deixando-me no
vácuo, duvidei de que a certeza fosse tão certa assim...

33. Capítulo- Mãe excêntrica

Bianca

Seus dentes cravaram no meu mamilo esquerdo depois que


o lambeu e o chupou, seu pau forçou um pouco mais aumentando a
velocidade, fazendo uma pressão concisa sobre meu clitóris...

—Só mais um pouco... mais Dylan! — Sussurrei retirando as


pernas de cima da bancada e as envolvendo em seu quadril.
—Não ordenei que saísse de sua posição, diabinha! —
Murmurou provocante ao se afastar de mim.

—Eu... preciso...— tento, mas ele me corta.

—Quem sabe do que você precisa sou eu, abusada! Agora


cale-se.— Esbravejou naquele tom mandão que me deixa ensopada
aqui embaixo...

Apenas acenei com a cabeça positivamente.

O vi apanhar o cordão de um roupão que havia pendurado


por ali, depois envolveu os meus pulsos na frente de meu corpo e
me desceu da bancada.

Me puxou até a banheira e abriu suas torneiras, colocou os


sais de banho e os guardou lentamente.

Ele estava me provocando, eu sei que estava. A cada


segundo que fitava seu pau duro feito uma rocha eu tinha absoluta
certeza de que estava tão necessitado por mim, quanto eu por ele...

—Venha! — Comandou sentando-se na borda da banheira.

Caminhei até ele e ajoelhei-me entre suas pernas, suas mãos


acariciavam meus cabelos ternamente quando dispôs.

—Me chupe, neném! —

Abocanhei seu pau sem pensar duas vezes e o levei


profundamente na garganta. Engasguei algumas vezes no seu pau
inchado, o lambi e o suguei até que meu marido se deu por
satisfeito.
— Ohhh, já chega! — Se afastou o suficiente para entrar na
banheira. Após acomodar-se murmurou —Venha! —

Segurei as mãos que ele me oferecia como pude já que as


mesmas permaneciam amarradas pelo cordão do roupão.

Sentei de costas para ele, descansando a cabeça em seu


peito firme.

—Eu vou te dar um banho! — Sussurrou fazendo com que os


pelinhos de todo meu corpo se arrepiassem.

—Fico maravilhado quando sua pele responde a minha dessa


forma! — Murmurou beijando meu pescoço suavemente.

Oh Deus! Aquilo era bom... Aquilo era fodidamente bom...

Seus dedos da mão esquerda encontraram meus mamilos


rijos, enquanto os da direita descia por meu abdômen e eu sabia
qual era seu destino...

Logo após apertar meu monte, seus dedos encontraram-me


úmida e quente. Um gemido rouco agraciou minha pele e seus
dedos alguns segundos depois já acariciavam minha boceta
vagarosamente...

Eu sentia meu corpo mole como uma gelatina, estava


ofegante e necessitada do seu corpo.

Gemi quando um dedo adentrou meu calor. Sua mão


esquerda desceu para minha cintura deixando-a presa ao lugar.
—Por favor...— Implorei e recebi um tapa forte na minha
boceta.

—Ahh! Por favor, Dylan...— Choraminguei recebendo mais


dois tapas.

—Levante-se Bianca! — Fiz como ele comandou —Agora


quero que flexione um pouco as pernas, apoie uma na borda da
banheira e sente-se no meu rosto! — Instruiu com aqueles dois
olhos azuis a devorar meu corpo.

—Sim! — Consegui balbuciar.

Apoiei uma perna na borda da banheira, em seguida agachei


sobre seu rosto. Suas mãos seguravam minha bunda com força
enquanto sua boca quente me levava a gemer e gritar cada vez
mais alto, até eu não suportar mais aquela tortura...

—Eu vou gozar. Por favor me deixe gozar! — Pedi.

—Goze. Goze na minha boca neném! — Sua voz rouca


liberou meu gatilho e eu vim tão forte que achei realmente que iria
enfartar.

—Dylan... Ahhh! — Gritei gozando intensamente na sua


língua enfiada no meu núcleo pulsante.

Quando terminei me sentia nas nuvens, mas meu marido foi


rápido em me pôr em seu colo. Minha cabeça ainda descansava no
seu ombro quando seu pau se enfiou em mim lentamente, me
alargando completamente...

—Oh cristo! — Ronronei.


Cerquei meus braços presos pelos pulsos em volta do seu
pescoço e rebolei no seu pau a fim de acomodar melhor todo o seu
tamanho.

Dylan sugava o ar entre os dentes quando estava por inteiro


dentro de mim.

—Sua boceta é tão apertadinha neném, tão gulosa... veja


como ela devora todo o meu pau—

Me afasto levantando um pouco do seu colo e sentando novamente


o suficiente para ver seu pau deslizando devagar para dentro de
mim até sumir completamente...

—Hummmm— Murmurei extasiada com a cena de seu corpo


se fundindo ao meu subindo e descendo, desta vez com brutalidade.

— Porra! — Xingou estre os dentes acelerando o ritmo.

Uma mão sua mantinha meu quadril parado enquanto a outra


torturava meu mamilo de maneira perfeitamente sincronizada.

—Isso... me fode assim! Assim... Ahhh Dylannn—

—Vem comigo Bianca, goze comigo amor! — Gemeu.

No banheiro se ouvia apenas o barulho dos nossos corpos se


chocando e nossos gemidos sôfregos, o cheiro de sexo e sais de
banho completavam o perfeito cenário hot.

—Dylan... Dylannn! — Me derramei no seu pau quente que já


me preenchia com seu prazer.

—Ohhhh!— Grunhiu com o rosto entre meus seios.


Quando nossas respirações se acalmaram ele continuou
dentro de mim, lavou minhas costas, meus ombros, se demorou nos
meus seios...

—Eu amo seus seios, eles são perfeitos! — Beijou cada um.

Eu a observei enquanto ele continuava sua exploração pelo


meu corpo.

Tocou minha bunda, minhas coxas, e pousou as mãos


repentinamente na minha barriga.

—Você acha que será um menino ou uma menina? —


Perguntou acariciando de leve.

Sorri meio sem jeito.

—Acho que um menino! —

Seus olhos azuis se prenderam nos meus, mas suas mãos


permaneceram onde estavam.

—Porque? — Ele quis saber.

Suspirei antes de murmurar.

—Porque não entendo de brincadeiras de boneca, nem de


vestidinhos rosas, nem de nenhum destes frufrus que as meninas
gostam. Eu entendo de tomar banho nua de rio, subir em árvores,
jogar uma pelada com os moleques, de bila ou bicicleta, andar a
cavalo... essas coisas de meninos—

—Se você foi criada assim, porque nossa bebê não poderia
também? Não seja preconceituosa consigo mesma, amor. Você foi
criada de uma maneira diferente, porém se tornou a mulher mais
linda que já vi na vida, porque nossa filha não poderia ser linda,
corajosa, destemida e maluquinha como você?!— Sussurrou
colando nossas testas.

Ri de sua resposta.

—Tem razão. Se você foi maluco e corajoso o suficiente para


me amar, alguém amará uma menina com todos os meus
ensinamentos de menina má... Acho que serei um tipo de mãe bem
excêntrica. Imagina só, duas meninas más correndo pela casa te
levando a loucura?!—

—Por Alá! Já me arrependi do que disse! — Falou rindo


também.

Beijou minha boca docemente articulando.

—Não sei como será de agora em diante, não faço a mínima


ideia do que acontecerá, mas estaremos juntos! —

Retribuí o beijo antes de pronunciar-me ─—Também não sei


o que nos espera, e não importa. Seja o que for, se estiver comigo
tudo ficará bem! —

Sorrimos um para o outro.

—Eu te amo, minha menina má! — Sussurrou me encarando.

—Eu te amo, neném! — Retruquei usando o apelido que


tanto gosta de me chamar.

Nós fizemos amor lenta e intensamente depois do dito.


Minhas mãos continuaram imobilizadas em volta de seu
pescoço e Dylan me torturou de inúmeras maneiras, beliscando
meus mamilos, lambendo-os, entrando e saindo devagar até que
chegamos ao ápice uma e outra vez chamando o nome um do outro
numa promessa concisa de que sim! Batalhas estão por vir, mas
contanto que estejamos unidos poderemos superar todas elas... Ou
ao menos assim eu acreditava.

Passamos a tarde inteira nos amando e Dylan me


alimentando como a uma criança. Ele chamou um médico, amigo
seu, para saber se tudo estava bem comigo.

Fora os enjoos matinais, o cheiro do detergente que a


empregada usava, as tonturas e as greves de sexo do meu marido,
não tive o que me queixar mais para o médico, que me recomendou
remédio para o enjoo, mudança de detergente e acalmou meu
marido dizendo ser normal o meu apetite pelo sexo aumentar.

—Eu ainda não acredito que você falou que não quero mais
fazer sexo com você para o médico, Alá! Ainda bem que ele é
americano, se fosse muçulmano você estaria sendo vista como uma
devassa pecadora! — Dylam comentou deitando ao meu lado na
cama e trazendo-me para seus braços.

Me aninhei no seu peito.

—Você falou que eu dissesse tudo o que estava sentindo —


Dei de ombros.

Um suspiro resignado seu se fez presente.


— Ok. Foi bom saber que sua ninfomania é normal no seu
estado. Amanhã de manhã passaremos no hospital para fazermos
exames e marcar sua primeira consulta com a ginecologista que
meu amigo indicou. —

—Não haverá agulhas, não é? — Perguntei apreensiva.

—Sim, terá que fazer exames de sangue, mas será apenas


um picadinha na pontinha do dedo, nada demais!— Assegura.

—Nada demais porque não é no seu maldito dedo Dylan! Eu


não quero ser furada feito uma peneira, não vou deixar deceparem
meu dedo e me deixarem sangrando até a morte! — Murmuro
contrariada virando para meu lado afastando-me dele.

Dylan deitou de conchinha comigo, me trazendo de volta aos


seus braços.

—Neném não comece! Será apenas uma picadinha de nada


e ninguém tem o dedo decepado por tirar umas gotinhas de
sangue... Temos que ter certeza que nosso bebê está bem. —
Acaricia minha barriga com zelo.

Suspiro derrotada.

Droga!

—Não há outra maneira? Sei lá, uma ultrassonografia talvez.


— Indaguei.

—Não Bianca. Primeiro os de sangue e depois com o pré-


natal vem os ultrassons. Você ouviu tudo o que o médico falou,
amor. — Ele continuou.
—Mas... mas... eu tenho medo de agulhas Dylan! — Soei
como uma menina mimada.

—Vem aqui. Vou te fazer esquecer esse medo rapinho! —


Disse já me prendendo ao corpo dele.

Ok. Medo de agulhas pode ter suas vantagens...

Eu usava apenas uma camiseta e sua e ele uma boxer cinza,


mas não demorou para estarmos sem roupas, ofegantes e
desejosos...

Mais duas rodadas de sexo quente me deixaram calminha da


silva. Dylan e sua boca suja, sua língua maravilhosa e seu pau duro
eram o melhor calmante que poderia existir.

Quando caímos exaustos na cama senti que poderiam levar


até mesmo meu fígado e pulmão que não me importaria, que dirá
um cubículo de sangue ou um rio dele.

Aquele dia foi especial, eu lembraria dele por toda a vida e


enquanto eu existisse, descobri que seria mãe, e apesar de não ter
caído a ficha ainda de que outra vida habitava meu corpo eu me
sentia bem com isso, estranhamente bem diga-se de passagem...
Eu seria mãe, teria um marido dominador que me transformava
numa ninfomaníaca em apenas fitar seus olhos azuis como o mar e
amanhã ele estaria mais velho.

Dormir em seus braços e escuta-lo ressonar enquanto suas


mãos guardavam protetoramente minha barriga me fazia confiante,
me fazia invencível, porque nós éramos fortes juntos e
continuaríamos assim...
Eu não imaginava que após aquela noite tudo seria diferente,
realmente poderíamos superar tudo caso ficássemos juntos, mas
separados ele seria apenas ele, e eu seria apenas eu.

Estávamos prestes a descobrir que havia um abismo entre


nós, e que talvez nem todo o amor que sentíamos um pelo outro
poderia superá-lo...

34. Capítulo- Tempestade de areia


Bianca

Uma tempestade de areia enfeitou a manhã inteira da


deslumbrante Dubai. Eu não sei desde quando me tornei tão
supersticiosa, mas eu sabia que aquilo era um mal presságio, pelo
menos para mim...

O dia pareceu noite durante várias horas, e eu e meu marido


nos mantivemos em casa, presos. Oh! Não pensem que isso foi de
todo mal, na verdade achei maravilhoso passar a manhã inteira no
quarto comemorando o aniversário do meu marido, comemoramos
quatro vezes seguida, não teve velinhas, nem bolo, mas creio que
se você perguntar o que ele achou garanto que sua resposta será
satisfatória, como sei disso? Por causa do sorriso idiota e satisfeito
que enfeita seus lindos lábios inchados e vermelhos.

—Eu sou a porra do homem mais feliz do mundo! —


Declarou ele assim que desabou no seu lado da cama esgotado.

Não disse que sua resposta seria positiva?


—E eu sou uma mulher fodida, bem fodida, diga-se de
passagem! — Murmurei exaurida assim como ele, me acomodando
entre os lençóis.

—Caralho, neném! Você vai ser o meu fim! — Comentou


puxando-me para seus braços.

—E você será o meu. — Beijei seu peito suado, levantei da


cama ainda nua, e rumei o closet.

—Remarquei a consulta para próxima semana. Acho que


essa tempestade de areia atendeu seus desejos de não comparecer
ao hospital hoje! Mas nem pense que fugirá próxima semana. —
Alertou.

Eu tentava lembrar onde havia deixado seu presente que


trouxe desde a viagem repentina para o Brasil, depois de vasculhar
tudo o que era de gaveta, enfim encontrei a pequena caixinha preta
com um laço azul em sua volta.

Sorri largamente e agarrei a caixa voltando para o quarto


saltitante.

—Tudo bem...— Resmunguei segurando a caixa atrás de


mim.

—Mas falemos disso outra hora, agora eu tenho que te


entregar meu presente. Na verdade, são dois presentes, um agora e
outro depois do jantar na casa dos seus avós—

—Eles já ligaram, vieram apenas para meu aniversário. A


vovó avisou que terá que usar véu, porque alguns amigos do vovô
são bem rígidos quanto a isso.... Sabe, não sei o que deu nele para
tirar férias e viajarem assim, tão repentinamente, meu avô nunca
tirou férias na sua vida e agora ele simplesmente deixou a empresa
aos meus cuidados e então... Mas esquece isso, vem, dá cá meu
presente! — Pede sorrindo.

Ás vezes eu me achava uma vadia de sorte por ter casado


com um marido tão lindo, de olhos azuis cintilantes e boca perfeita,
corpo musculoso e quente como o inferno...

Sim, eu era uma maldita vadia de sorte!

Tive certeza disso quando ele se inclinou em minha direção


deixando o lençol cair de seus quadris e desnudar seu pau grande,
grosso, e rijo outra vez... Porra de homem insaciável! Eu estava no
paraíso...

—Para de me olhar com essa cara de safada Bianca!


Primeiro o presente, e dependendo do quanto me agrade, posso até
te foder outra vez! — Exclama tentando parecer desinteressado.

Estreitei os olhos em sua direção observando seu pau pulsar


sob meu olhar e por fim sorri novamente entregando o presente.

—Feliz aniversário, marido! — Exclamei.

Dylan olhou receoso para a caixinha e depois me fitou —


Você não aprontou nada, não é? Garanta-me que não há uma
bomba aqui dentro! —

Bufei indignada da imagem que o mesmo fazia de mim.


—E porque moro num país Árabe agora saio explodindo tudo
por aí?! Não seja ridículo Dylan! Você quem mora aqui há mais
tempo que eu, o provável homem bomba deveria ser você, então!
Além do mais se eu fosse te presentear com uma bomba iria
garantir estar bem distante de você no momento em que abrisse, no
entanto, como pode ver eu continuo aqui. —

Ele me olhou desconfiado alguns instantes antes de, mesmo


incerto, abrir a caixa com cuidado...

—É um babaca, mesmo! — Resmunguei sentando ao seu


lado.

—Eu ouvi isso— Reclamou e eu mostrei meu dedo do meio


discretamente a ele.

—Vi isso também! — Tornou a reclamar, mas seus olhos


ainda estavam vidrados no conteúdo da caixinha...

Revirei os olhos quando ele retirou o relógio de bolso da


caixa e me fitou interrogativo.

— Não é querendo me desfazer do presente, neném. O achei


verdadeiramente lindo, mas, caso não tenha notado, não uso
relógios de bolso. —

Suspirei tomando-o de suas mãos e me aproximando mais.

—Não é apenas um relógio de bolso...— Abro a trava


imperceptível à primeira vista e mais duas colunas do relógio abrem-
se, uma para direita e outra para a esquerda.
—Eu pensei em te dar algo significativo porque você já tem
tudo o que uma pessoa pode querer, então pensei nisso. É todo
revestido de ouro, a direita há uma bússola, para que saiba para
onde terá que voltar. No meio um relógio, para que saiba quando
terá que voltar. E por fim, a esquerda, uma foto nossa, para que
saiba para quem terá de voltar todos os dias da sua vida! Eu
também fiz um para mim, mas este é um medalhão, tem o mesmo
formato, apenas uma camada fina de ouro com detalhes de joia o
torna um pouco diferente, mas tudo está na mesma ordem, até a
foto é a mesma—

Seus olhos azuis pousaram em mim com intensidade e os


meus piscam ansiosa para saber se agradei no presente.

—E então? Gostou? — Pergunto quase me arrependendo do


presente ridículo.

Onde eu estava com a cabeça quando pensei que seria uma


boa ideia?! Eu vi isso num filme uma vez e pensei que seria um bom
presente, mas agora, não penso ter sido tão bom assim... Merdas
de filmes bobos, me fizeram parecer uma idiota...

De repente, seu sorriso se alargou enquanto me derrubava


na cama e deitava sobre meu corpo.

—Foi o melhor presente que alguém já me deu. Obrigado!


Não vou desgrudar dele nunca...— Seus olhos estavam nos meus
assim como os meus nos dele, suas mãos acariciavam meu rosto
delicadamente.

—Eu faria qualquer coisa por você! — Sussurro determinada.


— Até fazer todos os exames, tirar sangue sem reclamar? —
Questiona desconfiado.

Ri da sua pergunta boba, mas prontamente respondo.

— Sim, eu tiraria rios de sangue por você...— Seu sorriso


pequeno lindo se transformou num rosto sério e admirado.

—Eu quero ser o seu lar, Dylan. Quero ser seu caminho
seguro para onde sempre poderá regressar! — Sussurro.

—Sempre? — Sussurrou de volta.

—Sempre! Porque eu te amo... porque meu coração é seu—


Afirmei.

Notei o brilho amoroso dos seus olhos quando devolveu um —Eu te


amo, diabinha!—

O resto do dia foi regado a sexo, carícias despretensiosas e


maliciosas também. Beijos e amasso por toda a casa, porém a noite
chegou, e tivemos de nos arrumar para o jantar...

*****

—Eu preferiria passar a noite com você... um vinho, banheira


quentinha, um par de algemas e pinças para seus mamilos me faria
bem mais feliz que passar a noite sendo bajulado por aqueles
idiotas! — Resmungou pela terceira vez ainda deitado na cama me
esperando terminar de arrumar-me.

Eu trajava um vestido preto longo, justo, entretanto sem


nenhum decote. Um véu dourado com poucos detalhes brancos e
um salto dourado de tiras para combinar com o colar e os brincos
que meu marido me presenteou mais cedo...

Dylan estava num smoking preto com camisa branca por


dentro, barba alinhada e especialmente hoje parecia mais jovem
que nunca, ironia não?! Arrumava suas abotoaduras enquanto
encarava minha bunda descaradamente.

Suspirei olhando sua imagem pelo reflexo do espelho... Era


difícil para mim ter um marido tão lindo, porque nessa terra estranha
os homens poderiam ter mais de uma esposa, e dividir meu marido
com outra estava fora de questão...

Fitei o espelho pela última vez analisando meu coque baixo e


respirei fundo me sentindo enclausurada naquele vestido que mais
parecia uma burca, mas fazer o que?! Não podia ir na festa repleto
de árabes com os vestidos que costumo usar, me contento em
saber que para provavelmente retornaremos cedo, já que Dylan
também não me parece animado com a tal festa...

Coloquei o véu nos cabelos prendendo-o passando uma


ponta pela outra, deixando apenas meu rosto a mostra.

Virei para o meu marido que me analisava atentamente.

—Está linda! — Elogiou levantando-se vindo ao meu


encontro.

—Eu estou parecendo uma celibatária, Dylan! — Reclamo


incomodada alisando as lapelas de seu smoking.

Apertou minha cintura me fitando.


— Neném, nunca você seria confundida com uma celibatária,
já viu o tamanho dos seus seios, ou da sua bunda? E essa sua
carinha de menina malvada nunca seria remetida a tal pureza e
castidade! Agora vamos antes que eu decida retirar esse seu
vestidinho e te foder a noite inteira! — Termina dando uma palmada
firme na minha bunda.

—Tarado! — Resmungo sorrindo de canto.

—Safada! — Retrucou.

A mansão dos Holffmam era uma coisa de tirar o fôlego, por


Deus! A casa parecia um castelo, esbanjava riqueza por fora e por
dentro parecia um palácio. Colunas de mármore, sofás enormes e
brancos com almofadas em tom sóbrio, tapete persa em tons
escuros e obras de arte espalhadas por todo hall de entrada e sala
até na enorme sala de jantar.

Ali nos esperavam os amigos de Dylan, Zayn e mais algumas


pessoas da empresa, os avós de meu esposo, sócios e esposas,
alguns velhos barbudos que eu não sabia de que buraco surgiu, e
inesperadamente me deparei com ninguém menos, que Rachel.

Cumprimentamos a todos com educação e sutileza. Mas eu


estava me segurando para não ir até a vaca loira e arrancar alguns
fios daquela aprendiz de vadia!

Os avós de Dylan pareciam felizes, o velho babão estava até


bronzeado, não sabia qual o motivo de tal mudança de ares daquela
velha raposa, mas desconfiava que nossa última conversa tinha
algo a ver com isso...
Caminhei por entre os convidados, no total, acho que haviam
uns cinquenta espalhados pelas salas e jardim lateral. Mas a figura
magricela loira sentada num dos bancos do jardim me chamou a
atenção.

Rachel estava distraída conversando com uma mulher da sua


altura de pele negra. A ratazana usava um vestido amarelo
deslumbrante, sem decotes como o de todas as mulheres ali, e com
um véu dourado e detalhes marrons.

— Vejam só... A ratinha exilada retorna ao lar. Pensei que


tivesse mais consideração pelas amigas Rachel, afinal nossa última
conversa foi bem... aconchegante! — Provoco pondo-me a sua
frente.

— Lesley, me dá licença um minutinho? Preciso conversar


com a minha... amiga. — Com um sorriso debochado a loira
pronunciou.

Esperei a outra mulher sair para desfazer o sorriso e pôr


minha melhor cara ameaçadora.

— O que está fazendo aqui? — Rosnei sem rodeios.

Uma risadinha fajuta saiu de seus lábios vermelhos carmim,


antes de murmurar calmamente.

—Oras! Senti saudades, amiga—

— Não me provoque garota! Não sabe do que eu sou capaz


— Disse entre os dentes apertando as mãos em punho.
Estava por um fio, quase nada me impediria de arrancar
aquele sorrisinho de sua face e garanto que com a raiva que eu
sentia, ela já seria sortuda se quando eu acabasse ela estivesse
com face...

— Que foi? Com medinho? Sei que não contou ao Dylan


ainda, e sei que quando contar ele não acreditará a tempo de te
salvar, eu vou acabar com você, vou me livrar de você e seu
bastardo e xeque-mate, Dylan será meu novamente.! — Não foi
bem as palavras que ela disse, mas sim amaneira como falou que
me afetou um pouco.

Seus olhos me diziam que ela tinha algo em mente, e se já


sabia que eu estava grávida, ela estava preparada...

Contidamente sorri segurando uma mexa de seu cabelo.

—Querida, você pode até tentar. Mas saiba que estarei três
passos à frente de vocês. Sabe qual a diferença entre nós duas? —
Fiz uma pausa significativa antes de continuar mirando em seus
olhos —É que você sempre será a sonsa interesseira que nunca
passará de uma vadia qualquer, pode até tentar, mas garanto que
para o meu marido nunca passará de uma trepada barata. Com um
tempo ele nem lembrará o nome da vagabunda que fodia antes de
ter me conhecido, porque lembrará apenas de mim, sua mulher... Eu
consigo o quero, sempre, queria o Dylan e veja só com quem ele
está agora?! Você nunca o terá! —

Seus olhos se encheram de lágrimas, mas não titubeou em


revidar —Eu conheço o Dylan a mais tempo que você. Sei que ele
não acreditará tão fácil em você, uma mentirosa de carteirinha! —
Ri a fim de amedronta-la ainda mais, e consegui pelo seu
semblante receoso —Se eu fosse você não apostaria nisso! —

— Se eu fosse você, me cuidaria melhor, afinal está grávida...


— Sua mão alcançou minha barriga e eu afastei rapidamente —
Cuide bem do seu bebê enquanto pode, Bianca! — Murmurou
raivosa.

— Se você ousar ameaçar meu filho outra vez, vai se


arrepender Rachel. E dessa vez será um caminho sem volta! — A
ameacei.

— Não foi uma ameaça. Foi um aviso, amiga.! — Devolveu


dando as costas partindo para a sala.

Ok. Uma coisa era me ameaçar, outra bem diferente era


ameaçar a vida do meu pimpolho que nem deu o ar da graça ainda!
Não sei desde quando sou tão maternal, ou protetora, mas uma ova
que vou deixar aquela vadia tocar no meu filho!

Porque me tomam? Claro e evidentemente que irei revidar,


mas como? O que ela planeja? Ou eles, não descarto a
possibilidade do avô do meu filho e madrasta vó estarem envolvidos
nisso...

Preciso contar a verdade ao Dylan.

Todo precisam saber o covil em que se meteram antes que


seja tarde demais...

Caminho até meu marido num recanto mais afastado da sala


conversando com Zayn, que parece contrariado com algo...
—Dylan, preciso te contar uma coisa! —. Murmuro,
percebendo a cobra da Rachel se esgueirando para o lado dos seus
avós.

Os dois lindos homens voltam suas atenções para mim e


Dylan logo se apressa em querer saber.

—Pois pode dizer, Bianca. Zayn é meu amigo, não há nada


que ele não possa ouvir, a menos que seja algo muito... íntimo—
Salienta a última palavra com tom malicioso, o que faz seu amigo rir.

Reviro os olhos para seu comentário — Rachel é filha de


Sheila, e enteada do seu pai— Revelo calmamente.

O que?

Eu sempre fui boa em mentir, admito. Mas contar uma


verdade definitivamente não era o meu forte, então contei da única
maneira que sei, a mais prática, despejando tudo de uma vez. Eu
teria achado que aquela foi a melhor forma de contar, não fossem as
bocas escancaradas e os olhares de quem estavam a ponto de me
pôr em uma camisa de força.

Naquele momento eu vi que essa conversa seria difícil, e que


talvez a vaca albina da Rachel tivesse um pouco de razão: ele
duvidaria de mim.

Mas até que ponto sua pouca confiança na minha pessoa nos
afetaria?

Eu estava tentada a saber...


Estava prestes a descobrir que aquela tempestade de areia
que enfeitou o alvorecer foi apenas o fio da meada, que a
verdadeira tempestade estava por vir e que ela seria bem mais forte
que eu...

35. Capítulo- A verdade


♪♫—Eu não sei porque ainda estou surpresa. Até os anjos tem seus
planos perversos e você leva isso a novos extremos... Só vai ficar aí
e me ver chorar? Mas tudo bem, pois eu amo o jeito que você
mente...— ♪♫(Love the way you lie- Rihanna & Eminem)

Bianca

Não sei se a verdade é libertadora, mas sei que no momento


é a minha única opção...

Dylan estava conversando animosamente com Zayn, este


discutia algo sobre uma tal guerra de sei lá onde, em que precisava
casar. Me pergunto se todos os casamentos por essas bandas do
planeta terra são forçados, mas detenho minha língua porque
pesquisei a respeito e as mulheres daqui dificilmente escolhem seus
maridos, Google queridas! O que ele não souber, ninguém mais
saberá...

Os dois lindos homens voltam suas atenções para mim e


Dylan logo se apressa.

—Pois pode dizer, Bianca. Zayn é meu amigo, não há nada


que ele não possa ouvir, a menos que seja algo muito... íntimo—
Salienta a última palavra com tom malicioso, o que faz seu amigo rir.

Reviro os olhos para seu comentário.

— Rachel é filha de Sheila, e enteada do seu pai— Revelo


calmamente.

—Como é? Acho que agora enlouqueceu de vez, diabinha! —


Zayn me fita descrente.

Bufo indignada.

—Vocês homens são tão idiotas! Um rostinho doce e um par


de pernas e já é o suficiente para cega-los completamente... Bem,
eu já fiz minha parte, se quiser saber a verdade se esforce um
pouco, marido e investigue! Mas logo aviso que já o fiz e sim, a vaca
é filha da sua madrasta. —

Os dois ainda me fitavam atônitos e com as bocas entre


abertas.

Zayn tomou um grande gole de vinho e praguejou baixinho, já


Dylan continuava a me encarar incrédulo.

—Você não brincaria com algo tão sério não é Bianca? —


Seu tom severo me fez bufar outra vez.

—Vai preferir continuar confiando nela, que em mim? Porque


se for, Dylan Hoffman, espero saiba que haverá consequências para
sua desconfiança! — Rosno de volta.

Um suspiro resignado foi ouvido, ele simplesmente calou-se,


no entanto eu sabia que no fundo ele duvidava que aquilo fosse
verdade, mas quando tudo viesse à tona eu queria que ele
soubesse, pela primeira vez na minha vida precisava deixar a
verdade estampada, escancarada. Eu sabia que para aquela
lambisgóia estar ali ela deveria imaginar que eu não havia contado a
verdade ainda, seria um trufo na manga, eles eram ardilosos, mas
meu velho pai me ensinou a ser bem mais. Sabia que a vaca não
esperava por essa, e que estava certamente planejando alguma
coisa...

—E que motivos ela teria para esconder isso de nós? Ela era
noiva do Dylan, iam casar, consequentemente uma hora ou outra
ele descobriria! — Zayn irrompeu o silêncio.

—Porque tudo isso deve ter sido um plano do meu ambicioso


sogrinho. Ele tinha planos para toda família real, ela seria a única
herdeira legítima da família quando seu filhinho sumisse
misteriosamente— A cada palavra proferida por mim os olhos de
Zayn e Dylan se arregalavam um pouco mais.

Droga! Isso vai ser mais difícil do que pensei...

—Você... v-você está acusando meu pai de...? — A voz


sussurrada de Dylan se fez presente.

—Não estou acusando, eu tenho provas de que sim, ele iria


acertar uma bala no meio da sua cabeça e te jogar numa vala
qualquer assim que casasse com a sonsa da Rachel— Afirmo
enfática.

—VOCÊ ESTÁ LOUCA?!— Ele berrou fora de si.


Estávamos num lugar mais afastado da sala, os convidados
estavam ao longe, mas o descontrole do meu marido chamou a
atenção de todos ali.

—Não, eu não estou!— Disse eu ofendida.

—O que diabos se passa aqui?— Salim esbravejou surgindo


ao meu lado.

—Acho que está na hora de saberem quem seu filho, e pai, é


de verdade! — Comento tomando a taça das mãos de Zayn e
virando-a num só gole.

—No meu escritório. Agora! — O velho passou por nós


murmurando discretamente.

Dylan foi o primeiro a seguir o avô depois de me lançar um


olhar zangado. Depois eu o acompanhei ao lado de Zayn que ainda
me olhava duvidoso.

O escritório mais parecia ter saído de uma cena daqueles


filmes em que o cara mau está prestes a ser desmascarado, o
trágico foi logo eu, a malvada dessa estória, estar revelando um
inimigo bem pior que minha pessoa... Confesso que aquele lugar
nebuloso deu um ar de cena de Hollywood, eu estava dividida entre
o terror e o suspense, mas a julgar pela cara dos homens que se
instalaram ali apostaria todas as minhas fichas num drama...

Era iluminado por um lustre bonito, decorado com uma mesa


imponente de vidro e uma cadeira que mais parecia um trono atrás
dela. Um sofá em forma de L enfeitava um canto da sala, três
poltronas a frente da mesa, estantes e mais estantes de livros
figuravam a margem esquerda do local, um senhor escritório eu
diria...

Salim sentou-se na sua cadeira atrás da grande mesa


confortavelmente, apesar de visivelmente tenso.

Dylan se acomodou na poltrona em frente ao avô, Zayn a


esquerda dele e eu permaneci de pé.

Eu estava extremamente magoada por meu marido não


confiar em mim, estava magoada e furiosa, na realidade.

Ok, admito não ser um exemplo de conduta... Não é como se


eu fosse a Madre Tereza de Calcutá, mas eu também não sou os
espinhos da coroa de Cristo!

Sou má, mas apenas quando necessário. Na realidade, nem


sei quando foi a última vez que aprontei alguma maldade, estava até
boazinha para falar a verdade...

—Sente-se menina! E conte-me o que aconteceu para


discutirem em plena festa, na frente de meus convidados! — Salim
murmura com cara de poucos amigos.

—Não quero sentar, obrigada! — Resmungo cruzando os


braços.

—Como queira. Conte-me! — Insiste o mais velho.

E eu contei.

Cada detalhe sórdido, de como eu descobri, de como os


chantageei e que eu desconfiava que se a vaca albina estava ali,
era porque alguma estavam aprontando.

Dylan se remexia desconfortável, não olhou na minha cara


nenhum segundo sequer e tentou por vezes me cortar, mas seu avô
o impediu. Não gostava daquele velho, mas ele estava aos poucos
subindo no meu conceito...

Quando terminei de contar tudo, nos mínimos detalhes, todos


permaneceram calados.

O avô de Dylan me analisava criteriosamente e foi o primeiro


a quebrar o silêncio...

—E acha que se Rachel está aqui esta noite é porque está


planejando alguma coisa? Mas o que? — Salim questionou.

Suspirei profundamente entediada.

Ele acha que se eu soubesse teria confessado que


chantageei e manipulei seu filho, que por ventura era meu sogro, pai
de meu marido?

Por Deus! Eu não arriscaria meu pescoço se eu soubesse do


maldito plano daqueles camundongos, não me daria o trabalho de
responder uma pergunta tão estúpida, mas relevei porque o cara
tinha acabado de saber que seu filho patife era parente direto de
Lúcifer e queria acabar com a vida do seu amado neto, isso mexia
com o psicológico das pessoas, sabe?! E os fazia questionar
idiotices também.

Então preferi me ater em responder.


—Não faço a mínima ideia! Certamente pensam que vocês
não sabem de nada. Temos que ficar alertas, porque conheço esse
tipo de gente, convivi com um psicopata a vida toda, sei do que
estou falando... Não pensem que eles hesitarão um milímetro, eles
querem aquela empresa e passarão por cima de qualquer um para
tê-la! —.

—Se está contando isso é porque se sente ameaçada de


alguma forma, menina. — Concluiu Salim.

Até que enfim não sou a única que raciocina aqui, pensei...

—Não tente me enganar com esse ar de que 'vocês precisam


saber para se protegerem'. Sei que defenderia meu neto, e
trucidaria quem estivesse no caminho para mante- lo seguro, eu sou
uma prova viva disso...— Dylan o olha interrogativamente, mas o
velhote continua sem lhe dar muita importância. —... Poderia ter
continuado em silêncio e ter protegido apenas Dylan. Se contou é
porque pensa que o alvo do que planejam é você! — A raposa velha
afirma categoricamente sem desviar o olhar dos meus.

Taí!

Velhote esperto esse. Agora entendi como sobreviveu por


tanto tempo ao lado do meu pai sem fraquejar...

—Está coberto de razão senhor Holffman! Eu sei que eles


jamais atentariam contra nenhum de vocês agora, são praticamente
peças fora do jogo, atentariam apenas contra Dylan, e sim! Eu o
protegeria sem precisar da ajuda de nenhum de vocês, não tenho
medo de ratos! — Provoquei recebendo um minúsculo sorriso do
avô de meu marido...

— No entanto, não posso negar o que é obvio: eu sei que


serei o alvo. Mas o senhor se enganou numa coisa. Eu não temo
por mim, temo pela criança que carrego no ventre, temo pela vida
do seu bisneto, não pela minha! — Murmuro concisa levantando o
queixo e o desafiando com o olhar.

Os olhos do homem se arregalam e seus olhos descem


instintivamente para minha barriga, bem como minhas mãos o
fizeram.

Dylan levantou-se da cadeira num rompante encarando o


avô.

—Não posso acreditar que meu pai... Vovô, conversaremos


com ele, tiraremos essa estória a limpo primeiro. Bianca pode ter se
enganado...—

—Vai continuar sem acreditar em mim? É isso mesmo que


ouvi, Dylan? — Reclamo incrédula.

—Não é isso!— Ele esmurrou a mesa do avô exaltado.

—É que você manipula as pessoas, Bianca. Não é bem um


anjo de candura e sabes disso. Eu mesmo caí em diversas
armadilhas suas, e por Alá! Eu te amo, mas eu nunca sei quando
está sendo ardilosa ou sincera...—

Eu o encarava atônita e cada palavra sua me machucou bem


mais que todas as chicotadas que já deferiu em meu corpo...
—Chega Dylan! — Seu avô interrompe.

—Não! Eu quero ouvir. Vamos, Dylan! Continue. Diga tudo o


que pensa de mim— Exijo.

Sua risada totalmente desprovida de sentimentos ecoou pela


sala. O homem parecia possesso, seus olhos estavam escurecidos
e ele respirava com dificuldade começando a passar os dedos entre
os cabelos dourados...

Eu tive medo do que escutaria, mas uma porra se não levaria


aquela merda até as últimas consequências...

Pela primeira vez em toda minha vida tive medo do que


alguém pensasse de mim, porque apesar de eu ser má na maioria
das vezes eu o amava, Deus! Eu o amava mais do que a mim
mesma...

—ELE É O MEU PAI, MAS QUE DROGA!— Seus olhos me


encaram com raiva .

— Os pais as vezes podem ser nossos piores inimigos. Neste


quesito somos iguais, o método foi diferente, mas o resultado posso
garantir que é exatamente igual. — Retruquei.

Sim, eu era a prova viva disso.

— Não o julgue pelo pai de merda que você teve, Bianca. Eu


não sou você! Meu pai não é o seu pai. E sabe o que? Vejo que ele
estava certo, você destrói tudo o que toca.

Eu me mantive em silêncio assimilando todas as suas


palavras.
—Ele nunca tentou nada contra mim, sempre me defendeu.
Me levava na escola e me botava para dormir. Foi ele que me
ensinou a paquerar as garotas e me ensinou a beber na minha
primeira desilusão amorosa... Ele não faria isso, eu sei que não!
Você deve ter se enganado ou deve estar mentindo por algum
motivo, mas eu sei que meu pai jamais atentaria contra minha vida,
isso é um absurdo! É absurdo demais até para você, Bianca!!—
Rosnou enfurecido.

—Cara, calma. Se controla, Dylan. Tudo o que a Bianca falou


faz sentido. Seu pai abandonou a empresa do dia para a noite sem
explicações e sumiu. Ele já tentou dar um golpe no seu pai, e você
sabe disso! — Zayn tenta em vão.

Dylan já caminhava de um lado para o outro da sala


parecendo não escutar ninguém.

—Deixa ele Zayn. É nessas horas que sabemos o que as


pessoas realmente pensam, acredite em mim! — Murmuro magoada
tentando conter as lágrimas de meus olhos marejados.

Droga de hormônios!

Eu não vou chorar! Não agora!

Me forcei a engolir o choro e me manter firme...

—PARA! Para de querer ser uma vítima, Bianca! Isso não


combina com você. Me diz logo, o que está aprontando? O que
pretende com isso? — Ele esbravejou.
Por mais que eu tentasse lutar contra, não consegui segurar
a lágrima que escapou dos meus olhos e rolou por minha face. Doía
pensar que ele nunca confiou em mim, e mais ainda que a vadia da
sua ex estava certa.

Isso foi o bastante para o descontrole de Dylan vir à tona...

Ele caminhou até mim e apertou suas mãos nos meus


ombros me sacolejando fortemente fazendo meu coque se desfazer
e meus cabelos escuros se esparramarem por meus ombros e
costas.

—PARA COM ESSE JOGO DE MERDA, BIANCA! VOCÊ VAI


PARAR COM ESSE TEATRO E ME CONTAR PORQUE DIABOS
ESTA FAZENDO TUDO ISSO, PORRA! — Ele gritava.

Zayn apressadamente o segura e seu avô toma minha frente.

—ME DEIXEM! VOCÊS NÃO A CONHECEM. ELA NÃO TEM


LIMITES QUANDO QUER ALGUMA COISA! — Declara ele.

—É isso que pensa de mim? Que finjo te amar todas as


noites em nossa cama? Que digo que te amo e que fiz tudo isso
porque pretendo alguma coisa? — Minha voz saiu esganada e tão
ferida quanto eu me sentia no momento.

Aos poucos ele parou de se debater do aperto de Zayn.

—RESPONDA DYLAN! PENSAS QUE SOU ARDILOSA AO


PONTO DE INVENTAR TUDO ISSO? — Trovejo limpando a lágrima
do meu rosto.
—SIM! — Ele berrou de volta sem poder se conter, mas vi
arrependimento assim que a palavra escorregou de seus lábios.

Sorri tristemente de as demais lágrimas não suportaram sua


declaração dura... Meu coração estava pesado no meu peito,
parecia que o tempo tinha parado e eu não sentia meus pés.

—Se for assim que se sente, se me acha uma fingida,


mentirosa, se me julga ser uma enganadora, então não vejo motivo
para continuar ao meu lado, nem eu ao seu! — Terminei com um fio
de voz.

Sua testa criou um finco, sua boca entreaberta em surpresa e


sua respiração funda de quem tentava recobrar a sanidade se fez
presente, foi quando Zayn o soltou enfim.

Mas tudo já havia se perdido, não tinha mais como voltar


atrás!

—Bianca, não...— Ele tentou, mas o impedi de continuar


apontando-lhe um dedo acusador e soltando tudo que havia
entalado na minha garganta.

—Eu nunca menti quando disse que te amava. Eu movi céus


e terras para te proteger, eu iria até o inferno por você. Mas do que
adianta? Você nunca confiou em mim e nunca confiará pelo visto!
Sei que sou anti-heroína e má Dyaln, foi assim que fui criada para
ser, foi assim que sobrevivi. Mas eu nunca te enganei, nunca me fiz
de mocinha ou de vítima indefesa, você sempre sabe do que eu sou
capaz para proteger quem amo. Eu casei para proteger minha irmã
e meus amigos, porra! Sou má, sim! Se assim quiser me taxar, mas
eu nunca fiz questão de esconder isso para ninguém.! — Esbravejei
agora verdadeiramente puta da vida.

Ele se aproximou tentando se afastar, mas eu me afastei


rapidamente do seu toque...

—Tudo bem, eu exagerei, mas o que você queria que eu


fizesse? Eu sei que meu pai é inocente e sei que você não dá ponto
sem nó, você nunca teve um pai, então não saberia como é...—
Tenta outra vez me tocar murmurando, agora mais calmo, porém me
afasto outra vez...

—SIM, EU NÃO DOU PONTO SEM NÓ, E MEU PAI FOI


UMA MERDA! MAS ELE NUNCA FINGIU SER QUEM NÃO ERA, E
O SEU FINGE! MEU PAI ESTÁ LONGE DE ENTRAR NOS
PORTÕES DO CÉU, MAS EU SEMPRE SOUBE O QUE ESPERAR
DELE. PORÉM, O SEU É UM FILHO DA PUTA MISERÁVEL E SUA
EX AMEAÇOU O SEU FILHO, PORRA!... EU NUNCA TE
ENGANEI, SEU BABACA! VOCÊ MAIS QUE NINGUÉM SABE
QUANDO ESTOU MENTINDO, DYLAN... VOCÊ NÃO ME DÁ NEM
AO MENOS O BENEFÍCIO DA DÚVIDA!... MAS QUER
SABER? FODA-SE! VOCÊ NÃO É NENHUM SANTO DE ALTAR
PARA FALAR DE QUEM SOU OU DE QUEM MEU PAI É... PENSA
QUE NÃO SEI QUE TENTOU ME SEDUZIR PARA FICAR COM
MINHAS AÇÕES DA EMPRESA? ACHOU MESMO QUE NUNCA
SABERIA QUE VOCÊ FOI PARA CAMA COMIGO NO COMEÇO
APENAS POR CAUSA DAS MALDITAS AÇÕES? VOCÊ, É UM
MALDITO MANIPULADOR FINGIDO! — Trovejei deixando a raiva e
a indignação falar por mim.
Sua feição surpresa e assustada enfeitou seu rosto, mas não
me contive...

—Sim, eu sabia! — Diminuí o tom, porém continuava a falar


furiosamente — ... Sabia que tudo o que queria eram as ações,
você se julga tão esperto, não é mesmo?! Eu ouvi você falando
diversas vezes com seu avô por telefone. Mas eu já te amava...— O
primeiro soluço saiu audível, as comportas dos meus olhos
pareciam ter sido escancaradas.

Contudo, eu não me importei que saísse, o choro, os


soluços....

Queria que tudo saísse de uma vez, talvez assim aquela dor
no meu peito diminuísse...

— Eu não poderia mais voltar atrás, fui estúpida, eu sei que


fui, mas me deixei levar porque eu tinha esperanças que um dia
você me amasse e sim, você me ama, ou era assim que eu pensava
até agora... Porque apesar de te amar incondicionalmente, nunca
será o suficiente para você. Ter aparência de anjo e agir como uma
sonsa faz mais o seu tipo, esse é o tipo de amor que te satisfaria,
não o meu, todo errado... não eu sendo tão errada!—

Ele fechou os olhos apreensivo, provavelmente por nunca ter


me visto tão descontrolada, pelo menos não com ele...

—Neném, eu não queria...— Tornou a abrir suas safiras a me


fitar intensamente...

—NÃO ME CHAME ASSIM! — Gritei.


Apreensivo ele me olhava como se eu tivesse dado um tapa
no seu rosto, foda-se ele!

—Nunca mais me chamará assim. Não vou arriscar a vida do


meu filho por quem não merece!'

Podia parecer loucura, mas pensar numa criança, uma


minha, sangue do meu sangue, que dependia unicamente da minha
proteção me fazia se sentir estranha. Era como se agora tudo
ficasse em segundo plano, como se aquele ser passasse a ser mais
importante que eu, ou o meu grande amor. E por mais que me
doesse, se Dylan não estivesse lá para protege-lo, eu estaria...

—Eu estou saindo da sua vida, hoje, nesse momento...—


Abri trêmula minha pequena bolsa de mão e retirei o pequeno
envelope envolto numa fita azul e joguei no homem estagnado no
meio daquele escritório que parecia não acreditar no que estava
acontecendo.

—Feliz aniversário, senhor Hoffman! No final você conseguiu


o que tanto desejou, e não se preocupe, eu não quero nada dessa
merda de empresa, nem de você. Você e seu papai se merecem!
Mas meu filho não fará parte dessa família de merda... Adeus, Dylan

Não esperei por resposta.

Saí daquela sala como se estivesse pegando fogo.

Passei pelo corredor e o ouvi me chamar, mas eu queria sair


dali, apenas isso...
Trombei com Gutierrez que passava, tinha acabado de entrar
na sala e o perguntei se podia me deixar em casa. Este, vendo meu
estado, apressou-se em me levar para onde pedi.

Vinte minutos depois em que quase me desmanchei em


lágrimas, eu estava adentrando o apartamento que um dia
foi nosso...

Eu desabei escorregando pela porta até o chão deixando o


choro compulsivo tomar seu espaço e se manifestar...

Eu sempre fui uma menina má, e até então nunca havia sido
severamente punida por isso, até hoje, quando o homem que eu
amo preferiu me acusar e acreditar numa mulher como a ratazana
da Rachel e seu pai crápula, do que na sua esposa, mãe de seu
filho, mesmo sem estes estarem nem presentes para se
defenderem...

—Mas que droga, Bianca! Quer parar de chorar?! Você não


chora, porra! Filho, para de fazer a mamãe chorar...— Depois de
analisar que foi a primeira vez que falei com meu filho meu choro
aumentou.

— Inferno! Porque eu tinha que me preocupar tanto assim de


você, bebê? Eu não sei nada de criança e soube de você ontem!
Isso não é justo! — Xinguei soluçando.

Agora é seguir em frente, como se faz depois que uma


tempestade te invade e devasta tudo, a gente levanta e continua, é
assim que será...

Levantei da porta decidida e subi as escadas rumo ao quarto.


Observei a cama que ainda continha o nosso cheiro
entranhado, mas não me detive em passar por ela e alcançar duas
malas grandes que dez minutos depois já estavam abarrotadas com
a maioria das minhas coisas, nem sei o que coloquei tanto ali
dentro, mas não importava, eu só queria sair daquele lugar que
tinha nosso cheiro, nossos beijos e nossas carícias...

E não! Eu não estava sendo infantil. Eu dei tudo ao caralho


daquele homem, eu fechei os olhos e me entreguei com todo o meu
amor, eu não me importei com nada, apesar de ser ensinada a
sempre estar com um pé atrás eu me joguei de corpo e alma,
mesmo quando era para desconfiar eu arrisquei e confiei tudo de
mim. E para que? Para no fim saber que estou sozinha.

É assim que me sinto, sozinha... Não sei porque estou


surpresa, afinal, quando foi que isso passou a ser um romance?
Minha vida era uma merda antes dele, e agora, sem ele se tornaria
exatamente o que nunca deveria ter deixado de ser. Mas tudo bem,
porque já estou acostumada com a dor, isso já faz parte de mim...

Minha cabeça girava e eu não parava de pensar nas suas palavras


duras...

—É isso aí, sua idiota! A verdade é libertadora... Te liberta


para criar um filho sem pai! — Desdenhei de mim mesma...

Se faria algo diferente? Se não mentiria outra vez? Sim! Eu


faria a porra toda novamente, e sim! Eu mentiria mil vezes mais.

Meu único erro foi ter contado a verdade, se eu houvesse


inventado qualquer outra coisa teria dado certo, mas nãoooo! Eu
tinha que querer dar uma de boazinha e aberto o bocão, e agora ali
estava, sem marido, desempregada e arrumando minhas malas
para ir para sei lá onde...

A verdade é uma merda, é isso que ela é...

36. Capítulo- Revelação de um passado


distante.
Dylan

—Eu não entendo papai! Porque Alá levou mamãe e me


deixou? Eu nunca vou poder vê-la? — Perguntei com os olhos
marejados diante do túmulo simples, com uma lápide onde
descrevia:

Aqui jaz uma mãe e esposa querida.

Jade Holffman 1978-1996

Todos os anos naquela mesma data visitávamos o túmulo da


mamãe. Nunca a conheci, mas sentia um amor descomunal quando
se mencionava seu doce nome.

Eu frequentava a escola, e os meninos falavam de suas


mamães, mas eu não. Papai disse que minha mãe virou uma estrela
do céu.

—Talvez porque Alá saiba que eu não conseguiria viver sem


você e sua mãe. Não questione os desejos de Alá, filho, apenas
aceite! Eu amava sua mãe, e agora amo você, também! — Papai
declarou com a voz embargada.
Ele estava de pé. Seus braços em volta dos meus pequenos
ombros.

Não sei quanto tempo ficamos ali, parados diante daquele


túmulo. Eu tinha apenas seis anos de idade, mas foi a primeira vez
que soube: Meu pai me amava!

O primeiro dia na escola.

Como beijar a garota especial da segunda série.

A primeira namorada.

O primeiro coração partido.

A primeira briga com meu avô.

A primeira vez...

Meu pai foi meu grande alento em todos estes momentos


importantes da minha vida.

Como eu poderia imagina-lo uma pessoa vingativa,


rancorosa, um inimigo?

Simples. Eu não conseguia vê-lo desta forma. Não meu pai...


Não aquele que me ajudou a dar os primeiros passos, não aquele
que me incentivou a pedir desculpas ao meu avô, aquele que me
ensinou a pôr uma camisinha corretamente, aquele que me ensinou
a dirigir e andar de bicicleta... Não o meu pai... Isso era o que
martelava na minha cabeça insistentemente, e por mais que eu me
esforçasse não conseguia assimilar as palavras de Bianca, porque
minha cabeça e meu coração já estavam convencidos
veementemente de que essa era a única verdade...

— Bianca? Bianca volte aqui! — A chamo.

—BIANCA? MAS QUE INFERNO! — Esbravejo jogando um


porta- retrato da mesa do meu avô contra a parede.

—Calma cara! Não adianta resolver as coisas de cabeça


quente, Dylan! E conhecendo a Bianca como conheço, acho bem
provável que seria uma luta vã falar com ela nesse estado. Deixa
ela esfriar a cabeça e esfria a sua também! — A voz de Zayn me tira
do meu devaneio.

Passo as mãos por entre os cabelos imaginando uma forma


de resolver essa loucura toda.

—Sente-se Dylan. Precisamos conversar! — Meu avô


murmura seriamente.

—Não há o que conversar vovô! — Resmunguei sem


paciência.

—Eu disse: SENTE-SE! — Rugiu a última palavra.

Contra a vontade, sentei desconfortável imaginando a longa


conversa que eu teria com minha menina má quando chegássemos
em casa...

—Tudo o que a sua esposa declarou aqui é verdade! Seu pai


é um estúpido sem escrúpulos, e sim, ele é egoísta, nunca se
importou com você! — Vovô disse assim que se sentou em sua
cadeira com expressão derrotada.
Observo-o por alguns segundos tentando descobrir onde
diabos ele perdeu a razão, porra! Estamos falando do papai, do filho
dele...

Sorrio sarcasticamente proferindo —O senhor não pode estar


falando sério! Não pode acreditar em tudo o que a Bianca diz, ela
pode ter se engan...— Tento, mas ele me corta...

—Não, ela não se enganou! — Um suspiro seu foi ouvido e


em seguida ele levantou de sua cadeira imponente e caminhou pela
sala até a janela do escritório, eu continuei esperando suas
explicações, afinal meu avô nunca confiou em alguém que não
fosse ele mesmo...

—Eu nunca te contei como descobri o golpe que seu pai


executou contra mim. E acho que está na hora de revelar alguns
fatos, algumas revelações de um passado distante que eu preferiria
apagar da memória! — Ele explica.

Me remexi na cadeira sentindo meu corpo tencionar cada vez


mais.

Eu sabia que não iria gostar nem um pouco daquela


conversa...

—Acho melhor eu sair e... — Zayn se apressa em dizer, mas


meu avô insistiu...

—Fique, filho! Você é o melhor amigo do meu neto, e o que


direi aqui já não é segredo a ninguém dessas portas para fora,
apenas meu neto desconhecia. Sabes que o tenho como um bom
neto também, e como tal, precisa saber do que meu filho é capaz—
O mais velho se manifestou.

Zayn acenou positivamente com a cabeça e o observou


atentamente assim como eu o fiz...

—Sua mãe casou com seu pai da mesma forma que casei
com minha Samantha, por um casamento arranjado. Sabe como
funcionam as coisas por aqui. Meu pai arranjou meu casamento, e
eu arranjei um bom casamento para seu pai... Jade era preciosa.
Bonita, uma boa menina, dedicada ao lar e estudada, que seguia os
costumes. Mas depois que casaram e foram morar naquele país
estrangeiro, sua mãe não sorria mais. Ela não comentava com
Samantha o motivo de sua tristeza, não tinha amigas e as coisas se
tornaram cada vez mais intrigantes quando engravidou. Seu pai
retirava grande parte dos lucros da filial nos Estados Unidos, e
quando eu questionava ele sempre dava desculpas de que sua mãe
precisava de tratamento, de que sua mãe precisava de novas jóias
ou de que o médico prescrevia tratamentos caros por causa da
incapacidade de sua mãe em produzir um filho homem...—

Eu estava atento as palavras do patriarca da família, sem


entender os rumos que a conversa iria tomar...

—Era tudo mentira! Ele já estava tendo um caso com Sheila.


Ela era sua secretária, e era mantida por ele. Sua mãe foi obrigada
a conviver na mesma casa que o dois, eles a humilhavam, a
subjugavam e cometeram atrocidades contra ela que não me atrevo
a mencionar...—
Meus olhos estavam arregalados e meu avô me lançava um
olhar doído quando continuou...

—Eu deveria ter interferido. Deveria ter trazido ela para cá e


cuidado dela como sua avó queria, mas não tive coragem. Ali é meu
filho. Apesar de ser cruel, era do meu filho que estávamos falando...
— Voltou a sentar na sua cadeira fitando algum lugar num ponto
atrás de mim e prosseguiu...

—Quando eu enfim me convenci de que tinha que interferir já


era tarde demais.... Sua mãe já estava debilitada mentalmente e
fisicamente. Ela mal se sustentava de pé. Eu a trouxe para meus
cuidados, e seu pai nem ao menos se importou quando eu o
informei de seu estado grave, e gravidez de risco. Ele estava viciado
na estrangeira de tal forma que não via nada mais em sua frente...
Eu e Samantha focamos nossa atenção na pobre Jade, que aos
poucos nos contava o que se passava naquela casa desde que Ali
foi enfeitiçado por Sheila. Ele gastava uma fortuna com luxos para
ela enquanto sua mãe era obrigada a se alimentar de pão e água
para não morrer de fome. Ele a espancava frequentemente, a
humilhava, e tudo ficou pior quando Sheila foi morar com eles.... As
festas noite a dentro, bebedeiras, espancamentos, privação de
comida e sono a deixaram fraca demais, e quando ela deu à luz a ti
veio a depressão. Ela não comia, não falava e não dormia mais, não
conseguia te alimentar porque não tinha leite. Eu fiquei desesperado
com o rumo que aquilo tinha tomado, e cortei toda a mordomia de
seu pai, o obriguei a voltar para casa e cuidar de você e Jade.
Descobri que a empresa estava se afundando em dívidas e me
dediquei a isso enquanto sua avó se dedicava a sua mãe
juntamente com Ali.... Poucos dias depois eu ainda estava
investigando o motivo de nossa empresa estar na completa falência
quando sua mãe faleceu. Você tinha apenas duas semanas de
nascido, e era um bebê pequeno que necessitava de cuidados...—

A emoção contida em sua voz me fez respirar fundo tomado


pela tristeza de nem ao menos ter conhecido a mamãe...

—Mas foi no hospital que tive a revelação de quem realmente


seu pai era...— Meu avô me encarou firmemente e sussurrou —Sua
mãe havia sido asfixiada!...—

—O.… do que está falando vovô? Minha mãe morreu p-por


complicações no parto!— Gaguejei sem entender nada...

—Ela foi asfixiada, Dylan! Mentimos para você que ela teria
morrido de parto para que fosse menos doloroso e também para....
Te proteger da dor que sentirá quando souber que... que...—

— Diga de uma vez vovô! — Me altero tentando respirar, mas


o ar parece preso na minha garganta...

—Se pai a matou! — Ele alegou.

Levantei da poltrona num rompante o olhando com fúria.

—Do que está falando? Está louco? Já sei, está tentando me


pôr contra meu pai! —

—Não estou mentindo Dylan. Sabes que jamais mentiria


quanto a um fato como este, jamais inventaria uma estória dessas.
Ele é o meu filho! Lembre-se que antes de tudo, ele também é
sangue do meu sangue! — Devolveu.
—Isso é... é... Insano...— Me desespero caminhando de um
lado para outro...

—Eu sei. Foi o que eu também achei quando o médico de


minha confiança me relatou isso. O meu menino, o que Samantha e
eu cuidamos e mimamos com tanto carinho, que eu ensinei a andar,
que levei a escola e contei estórias para dormir, que me esperava
exausto no sofá apenas para me desejar boa noite.... Não poderia
ser verdade aquilo... Mas era! Sua mãe confirmou que esteve fora
durante o dia, e que ele cuidou da sua mãe, quando ela voltou já era
tarde demais. Eu convenci meu amigo a não incrimina-lo, porque
era absurdo demais para mim acreditar que meu filho seria capaz de
uma monstruosidade dessas com a mãe de seu próprio filho... Logo
após o enterro de sua mãe ele trouxe Sheila para conhecermos,
mas eu já havia descoberto que ele desviou milhões e milhões de
dólares. Estávamos completamente falidos! Entretanto, uma visita
inesperada de Tom, pai de Bianca, um velho amigo, me trouxe
novas perspectivas. Fizemos um acordo de que casaríamos nossos
herdeiros para transformar o patrimônio da empresa único, e assim
foi... Eu, movido pela fúria e desgosto reneguei meu único filho, o
deserdei e tornei a ti, meu neto, o único herdeiro Holffman.—

—Alá! Como pôde me esconder isso vovô? Porquê?—


Perguntei me sentindo sem chão...

—Porque eu mesmo não queira admitir o monstro que seu


pai se tornou! — Confessou por fim.

—Dylan, se seu pai foi capaz de fazer tudo isso contra sua
mãe, ele teria de fazê-lo contra você e Bianca! A Rachel foi uma
isca. Quando casasse com a filha da Sheila ele comandaria tudo,
céus! É evidente que ela não saberia comandar uma empresa desse
porte. Isso foi há muitos anos atrás, e creio que tudo o que seu pai
fez foi de caso pensado. Pense meu amigo, ela frequentava as
mesmas festas que nós, ele mesmo a apresentou a ti e sempre fez
boas referências, além do mais, foi veementemente contra o seu
casamento com Bianca! Tudo se encaixa! — Zayn murmurou
pesaroso ao meu lado.

—E se for assim, seu filho e mulher correm perigo de vida! —


Vovô completou.

Eu ainda estava me sentindo enojado... atordoado.... Não


sabia o que fazer, ou para onde ir. Só havia uma vontade, a de estar
com a única pessoa no mundo que faria qualquer dor ir embora...

—Eu... preciso... da minha mulher! — Sussurrei entes de sair


daquele escritório e caminhar por entre os convidados daquela
maldita festa, porém não a encontrava em lugar algum...

—Está procurando a esposinha? — Gutiérrez murmurou nas


minhas costas e eu virei para encara-lo.

—Onde ela está? — Soei desesperado.

Logo a cara de deboche do homem a minha frente se


transformou em um ar preocupado...

—Caraca! A coisa foi séria mesmo...—

O cortei impaciente.

—Diz logo porra! Onde está a Bianca? —


—Na sua casa. Acabei de deixa-la na porta do seu prédio.
Ela parecia mal e foi chorando o caminho todo, mas achei que
estivesse se sentindo mal e... —

Não escutei mais nenhuma de suas explicações, porque saí


voando para casa.

Meu pai... Meu próprio pai... Alá! Como fui estúpido!

Bianca deveria estar me odiando, pois sei que apesar de


suas peripécias ela sempre fazia de um tudo para proteger quem
ama.

Céus! Eu lhe disse tantas barbaridades!

Eu fui um idiota com minha mulher, e sabia que em casa


estava me esperando uma tempestade do deserto, um furacão
torrencial, um vulcão em erupção. Sei também que eu poderia
espairecer e evitar nosso encontro imediato, mas eu queria estar
com ela, porque somente o mar castanho de seus olhos poderiam
me acalmar, e nem sei se eu realmente queria calma, só sei que
queria ela...

Mas nada tinha me preparado para o que encontraria quando


abri a porta de casa e me deparei com o vazio.

Caminhei até o quarto e chamei por ela, mas o silêncio que


zunia nos meus ouvidos era quase ensurdecedor.

Foi então que vi.

Sua aliança de casamento e o colar que faz par com o meu


relógio de bolso estavam no meio da cama onde há poucas horas
nos amávamos e fazíamos promessas...

—Não é apenas um relógio de bolso... Eu pensei em te dar


algo significativo porque você já tem tudo o que uma pessoa possa
querer, então pensei nisso. É todo revestido de ouro, a direita há
uma bússola, para que saiba para onde terá que voltar. No meio um
relógio, para que saiba quando terá que voltar. E por fim, a
esquerda, uma foto nossa, para que saiba para quem terá que voltar
todos os dias da sua vida! Eu também fiz um para mim, mas este é
um medalhão, tem o mesmo formato, apenas uma camada fina de
ouro com detalhes de joia o torna um pouco diferente, mas tudo está
na mesma ordem, até a foto é a mesma... E então? Gostou? —

—Foi o melhor presente que alguém já me deu. Obrigado!


Não vou desgrudar dele nunca...—

—Eu faria qualquer coisa por você! —

— Até fazer todos os exames, tirar sangue sem reclamar? —

— Sim, eu tiraria rios de sangue por você... Eu quero ser o


seu lar, Dylan. Quero ser seu caminho seguro para onde sempre
poderá regressar! —

—Sempre? —

—Sempre! Porque eu te amo... porque meu coração é seu—

— Eu te amo, diabinha! —

Não, não podia estar acontecendo...

Ela não poderia me deixar... Poderia ?!


37. Capítulo- Segunda Tempestade.
— Sei que estou agindo feito louca, exausta, meio confusa com o
coração na mão, eu rezo para que eu sobreviva a tudo isso...—
(The Heart Wants What It Wants- Selena Gomez)

DUETO

Bianca

—Minha senhora, eu não quero saber de maldita tempestade


de areia, eu quero ir para o Brasil e eu quero isso AGORA! — Gritei
a plenos pulmões pela segunda vez perdendo as estribeiras.

—Infelizmente isso não será possível, senhora! Todos os


voos foram cancelados por causa de uma segunda tempestade de
areia que está por vir. — A moça loira, alta de olhos verdes murmura
calmamente como se eu não estivesse a ponto de pular por aquele
vidro e arrancar seus cabelos um por um até que ela faça algum
avião de merda decolar...

—Eu acho que você não entendeu a parte que eu mencionei


que estou grávida e a porra do meu marido não confia em mim
enquanto eu arrisquei a minha vida por aquele estúpido! Eu não vou
ficar nessa cidade nem um segundo a mais, exijo uma solução! —
Esbravejo respirando ofegante.

Uma tontura fez minha vista escurecer momentaneamente e


me amparei no vidro em que a pobre atendente do outro lado
perguntava se eu estava me sentindo bem.
Eu lembro que comecei a responder, mas de repente tudo
ficou escuro e não vi nada mais...

Dylan

Apressadamente caminhei até o closet do nosso quarto e o


abri me deparando com o vazio.

Ela me deixou.

Bianca foi embora...

Uma dor invadiu o meu peito e uma angustia me fez prender


a respiração e tentar me manter com foco.

Não pode ser! É tarde demais!

—Estúpido! Idiota, imbecil!— Eu me xingava esmurrando a


porta do closet.

Sufocado.

Me sentia sem ar, sem chão...

O toque do meu celular me despertou e eu o puxei do bolso


do paletó sem vontade alguma de falar com quem quer que fosse,
mas então seu nome e a foto nossa no identificador iluminou a tela.

Um raio de esperança lampejou em minha mente e eu atendi


prontamente...

—Por Alá! Onde você está Bianca?! Volta para casa neném,
precisamos conversar e nos acert...— falei rapidamente, mas uma
voz que não reconheci soou do outro lado da linha me
interrompendo...

—Falo com o senhor Hoffman? — Uma mulher questionou.

Olhei para a tela do telefone para me certificar de que era o


número de minha esposa, e realmente era.

Confuso, coloquei o aparelho no ouvido novamente e afirmei.

—Sim, sou eu! —

—Estou ligando para informa-lo sobre um incidente que


ocorreu com sua esposa, a senhora Bianca Hoffman...—

Eu podia ouvir meu coração pulsar nos meus ouvidos e


minha voz sumir, certamente estava pálido...

Incidente com a Bianca, eu tentava processar estas palavras


quando a voz chamou minha atenção outra vez...

—Senhor Hoffman? Ainda está aí? —

Pigarreei e tentei me concentrar no que a mulher informava


pelo telefone

—Sim, estou aqui. Poderia... Será que poderia repetir por


favor?!— Peço quase num sussurro.

—Ela acabou de ser levada para o Al- Zahra Private Hospital.


As suas malas e celular permanecem aqui no aeroporto, se me
passar o endereço posso envia-los ao senhor. — Ela continua.
—Não precisa, eu pedirei a um amigo para buscar tudo.
Obrigado! — Desligo a chamada e disco para Zayn caminhando em
busca dos elevadores.

—E então, cara? Como foi com a diabinha? — Questiona


assim que atende.

—Foi que aquela diaba ía embora! — Respondi nervoso.

—Como? — Quis saber.

—Escuta Zayn, não vou te dar detalhes agora. Preciso que


pegue os pertences de Bianca que estão no aeroporto. Ela foi
levada para o Al- Zahra Private Hospital e eu estou seguindo para
lá, neste momento! — Pronuncio saindo do elevador e caminhando
até o meu carro na garagem.

—Ok, passo no aeroporto e sigo para o hospital— Ele desliga


apressado.

Nem sei como dirigi até o hospital. Me corpo parecia em


transe, distante, com o pensamento unicamente voltado ao bem-
estar da minha menina e nosso filho.

Na recepção me informaram o quarto de Bianca e depois do


que pareceu uma eternidade o adentrei abruptamente no quarto
andar do prédio após intermináveis dois minutos do elevador e mais
dois até o quarto 125.

O quarto estava silencioso.

A janela fechada devido ao vento forte misturado a areia que


tentava invadir o espaço imaculadamente branco.
Havia uma mulher ao lado da cama vestida de branco
anotando algo em sua prancheta e minha mulher estava
desacordada, deitada sobre a cama.

—Como ela está?— Questionei assim que adentrei pela


porta.

A mulher levantou o olhar e me fitou por alguns segundos


antes de murmurar.

— O senhor é o que da paciente? —

—Esposo! — Respondi me aproximando da cama.

—Oh. Está tudo bem...— Ela abriu um sorriso reconfortante.

—A sua esposa está bem, e seu filho também se encontra


em perfeito estado. Houve apenas um aumento de pressão arterial,
mas já estabilizamos, a medicamos e ela dormirá por algumas
horas. Ela também estava um pouco desidratada, por isso está
tomando um soro. — Informou.

Respirei aliviado sentando na beirada da cama


cuidadosamente.

Seus cabelos negros estavam espalhados pelo travesseiro


branco, sua boca sempre avermelhada se encontrava num tom rosa
e estavam um pouco ressecados, seus olhos estavam visivelmente
inchados e seu rostinho perfeito me parecia pálido, seu pequeno
corpo estava coberto por uma manta azul a fazendo parecer ainda
mais frágil.

—Tem certeza que ela está bem?! Ela parece pálida e...
cansada!— Comentei acariciando seu rosto.

—Ela está bem. Só precisa descansar. Vou prescrever alguns


exames de praxe, sugiro que o quanto antes comecem a fazer o
acompanhamento gestacional e nada de emoções fortes para sua
esposa, ela está apenas com três meses, todo cuidado é pouco
nestes primeiros meses. Ela passará a noite em observação e caso
tudo ocorra bem poderá receber alta amanhã— A médica
recomendou.

—Obrigada. Eu vou cuidar dela sim, pode deixar! —


Asseguro puxando as mãos de Bianca e as beijando.

A médica enfim deixou o quarto alguns minutos depois.

Eu segurei uma mexa dos cabelos escuros que tanto me


faziam bem, seu cheiro de flores que nada condizem com sua
personalidade forte me deixou momentaneamente embriagado.

—Não me faça mais um medo desse neném...— Deitei na


cama de modo que não a machucasse e continuei acariciando seus
cabelos, mirando seu rosto adormecido...

—Não pode simplesmente ir e me deixar. Eu amo você!


Jamais deixaria você e meu filho longe de mim. — Sussurro.

Beijei delicadamente sua bochecha e sua boca


perturbadoramente quieta.
Alisei sua barriga que há pouco nem notara o quanto começa
a se tornar redondinha.

—Papai jamais deixaria a maluquinha da sua mãe te criar só.


E se ela pensa que vai embora e me deixará está bastante
enganada, bebê. Vocês são meus, e nada, nem ninguém me
afastará de meus amores, e a mamãe levará umas boas palmadas
por ter tentado. —

Retirei meus sapatos e voltei a deitar ao seu lado, com uma


mão sob sua cabeça e a outra em sua barriga. Ela aconchegou mais
ao meu peito com uma mão espalmando meu peito. Sorri
reconhecendo nossa forma de dormir que já se tornou praticamente
um hábito.

A porta se abriu devagar e Zayn entrou por ela acompanhado


por meu avô e minha avó.

—Zayn nos avisou do que aconteceu, querido. Como ela


está? — Vovó me perguntou angustiada.

—Bem. Está medicada e continuará dormindo por mais um


tempo— Respondi sem me desvincular da mulher.

O medo de perdê-la ainda se fazia presente no meu peito, e


eu a queria ali, grudado a mim, nos meus braços, para me lembrar
que foi apenas um susto e que eu não iria perdê-la.

—Alá! — Suspirou vovó aliviada.

—Todas as coisas dela que estavam no aeroporto já foram


entregues no seu apartamento, Dylan! — Zayn murmurou sentando-
se em um sofá do lado esquerdo do quarto.

—Obrigado, irmão! — Agradeci a ele, que acenou de volta.

—Não acredito que esta tola estava saindo do país sem


avisar a ninguém! O pior poderia ter acontecido ao meu bisneto e
que Alá me proteja, Dylan, se não a punir por tal desatino, eu o farei!
— Vovô resmungou visivelmente aborrecido.

Por mais que ele quisesse negar, eu sabia que a Minha


Menina Má já tinha conquistado o coração do velho Salim Hoffman...

—Pode deixar vovô! — Ri baixinho beijando a testa da minha


esposa e a trazendo mais para os meus braços.

—Não sejam idiotas! Ninguém punirá a Bianca. Ela está


grávida... Por Alá! Eu já liguei para todas as minhas amigas para
contar a novidade, eu serei bisavó! Oh querido, parabéns! — Vovó
depositou um beijo no meu rosto esbanjando um sorriso
esplendoroso.

—Tenho medo de como será a criação desta criança, a


pensar pela mãe... Que Alá nos proteja!— Vovô resmungou
novamente, mas dessa vez, sem conseguir evitar o sorriso.

—Parabéns, mano! Apesar de concordar com seu avô. Não


será fácil lidar com os hormônios da Bianca futuramente.

Bufei divertido.

—E acha que não sei?! Apenas ela já tirava meu sono, que
dirá ela e uma criança?!...— a risada de todos nós ecoou pelo
quarto.
—Obrigado! Sei que estão felizes por mim, e nem queiram
saber o quão maravilhado estou por ser pai! —

—Nós sabemos querido. Nós sabemos...— Vovó exclamou.

Ser pai... Eu teria um filho da mulher que amo... Eu já amava


meu filho e definitivamente não viveria mais sem essa maldita
diabinha.

Só espero que quando ela acordar possa me perdoar por ser


tão estúpido...

Vovó trouxe uma muda de roupa para mim e Bianca pouco


tempo depois quando foi até meu apartamento acompanhado do
meu avô.

Zayn se foi minutos depois que estes chegaram.

Velei seu sono pensando no que diria a Bianca quando esta


acordasse. A conheço bem o suficiente para saber que terei uma
árdua batalha pela frente.

Mas estar com ela assim, frágil, pequena e linda em meus


braços me dava a certeza de que por mais difícil que fosse, eu a
teria em casa novamente, tão certo como o céu e as estrelas, eu
não desistiria da minha neném... nunca!

38. Capítulo- Domínio


—... pois se eu te quero—e eu te quero, amor- Não vou voltar
atras, nem pedir um tempo, pois 'tempo é uma palavra criada
por alguém com medo de se apara oximar... Te quero por
perto, e perto não é perto o suficiente— (Close- Nick Jonas )

DUETO

Bianca

Eu me sentia extremamente exausta, mas o calor que me


envolvia me acalentava de tal forma que não tive vontade de
acordar.

Mas quando uma luz focou bem no meio da minha cara, eu


praguejei baixinho.

—Inferno! Fecha essa maldita janela Maria! — Resmunguei


cobrindo os olhos com uma pontinha do cobertor e me aconcheguei
mais a fonte de calor reconfortante.

Eu me sentia segura.

Me sentia mais leve.

Me sentia amada naqueles braços fortes que me apertav...

Espera, braços?

Que porra é essa?!

Abri os olhos rapidamente me deparando com um peitoral


musculoso que possui um cheiro inconfundível...

Dylan.

Levanto o rosto e passo os olhos tentando reconhecer onde


diabos eu estou.
O quarto é branco. Paredes brancas, piso branco, um sofá a
minha esquerda de cor creme, um vaso com flores sobre uma
mesinha uma pequena mala sobre o sofá, um soro preso ao meu
braço.

Droga!

Eu estou num maldito hospital.

Subitamente sinto uma vertigem e encosto o rosto no peito


forte outra vez respirando fundo algumas vezes. Quando me senti
menos tonta imediatamente retirei a agulha de minha veia, suspirei
aliviada e tentei levantar devagar.

Ponho um pé descalço no piso frio, depois o outro tentando


não olhar para o chão afim não vir a baixo.

Minhas pernas pareciam gelatina e eu me sentia


extremamente tonta.

O quarto estava dando voltas e voltas, mas eu precisava


chegar ao banheiro para não fazer xixi nas roupas, e antes que me
perguntem, não! Eu não pediria ajuda ao traidor do Dylan, de jeito
nenhum!

Porém no meio do caminho a tontura aumentou


gradativamente, procurei algo em que me escorar, mas foi em vão, e
antes que dê por mim meus joelhos cederam e não fossem pelos
dois braços fortes que me seguraram...

Suspirei praguejando outra vez.


Malditos sejam aqueles braços fortes que conheço tão bem a
me amparar, não fossem eles certamente eu estaria espatifada no
chão agora...

—O que você tem neném? O que está sentindo? — Sua voz


rouca soou desesperada.

—Me solta, idiota!— Resmungo sentindo-me fraca.

—Uma porra que eu vou te soltar Bianca! — Me levou até a


cama e deitou-me com cuidado.

—O que está sentindo?!— Insiste ele segurando meu rosto


entre suas mãos grandes e mirando meu rosto preocupado.

Seus olhos azuis e boca perfeitamente avermelhada, bem


como aquele cabelo loiro bagunçado seria a visão do paraíso—claro
que isso se eu não estivesse furiosa com aquele homem
estupidamente lindo, e se eu não estivesse sentindo o mundo inteiro
girar a 360 graus- eu não estaria em seus braços estupidamente
fortes, porque sou estupidamente rancorosa e quero que ele se
foda, ou melhor, quero que ele se ferre, foder é algo bom demais
para alguém tão traidor como Dylan Hoffman.

Bufei irritada.

—Sai daqui! Eu não quero te ver! — Tentei esbravejar, mas a


minha voz saiu mais como um sussurro.

— Diga-me o que está sentindo. Não seja teimosa meu amor!


— Disse angustiado.

Me afastei bruscamente berrando furiosa.


—NÃO SOU A PORRA DO SEU AMOR! —

A vertigem veio como uma onda e me varreu ainda mais


forte.

Fechei os olhos com força e gemi com o mal-estar.

—Neném, por favor... Eu vou chamar a médica! — Murmurou


e em seguida ouvi-lo soar uma campainha.

—Vai ficar tudo bem, amor. Eu estou aqui com você! — Ele
voltou a afirmar.

Eu queria ter forças para manda-lo a puta que o pariu, mas


meu corpo simplesmente não respondia.

Corpo estúpido!

—Respira, respira fundo, minha linda! A médica já está vindo.


— Avisou ele com as mãos em torno dos meus ombros.

Me recostei ao seu corpo e respirei fundo seu cheiro


amadeirado e cítrico, e uma porra se aquilo não me acalmou...

Fechei os olhos com força a institivamente minhas mãos


cercaram sua cintura. Deus do céu! Como eu senti falta daquele
cheiro, daquele corpo quente. Um dia brigados e para mim parecia
uma eternidade.

Meu coração permanecia magoado, mas eu estava louca de


saudade do meu marido, do meu amor...

—Me perdoa neném! Por favor me perdoa.... Eu prometo


nunca mais duvidar de você! Mas não me deixa, não me afasta,
Bianca. — Sussurrou apertando-me em seus braços.

Não tive tempo de responder já que uma mulher trajada de


branco e mais duas de verde adentraram o quarto.

—Como se sente senhora? — A de branco perguntou


enquanto as outras duas retiravam o recipiente do soro e substituía
por outro, e a terceira guardou uma bandeja de injeções na pequena
mesinha e em seguida se pôs a verificar minha pressão.

—Foi apenas um mal-estar. — Respondi baixinho me


abraçando mais a Dylan como se ele fosse um escudo.

Nesse momento só havia algo que ofuscava minha ira sobre


o loiro lindo de cheiro espetacularmente embriagador, e esta coisa
se chamava: INJEÇÃO.

Não me chame de mole, oxente! Tu já viste o tamanho


daquelas agulhas?! E elas furam, porra!...

—Tontura e náuseas? — A primeira questionou tirando-me de


meus devaneios.

—Sim. E muita vontade de fazer xixi também! — Disse eu.

A enfermeira que verificava minha pressão afastou-se e


acenou positivamente para a médica, que logo informou.

—Ok. Vou te medicar agora e... — Ela tenta, mas eu corto.

—Não. Nada de agulhas! — Resmunguei parecendo uma


garotinha de oito anos mimada.
—Bianca, meu amor. É para o seu bem. — Dylan se
manifestou.

—Não me chame de amor. Para o meu bem o cacete! Eu não


quero ser furada e ponto final! — Esbravejei me afastando dele e
encarando a médica em desafio.

—Oras! O que temos aqui? Uma medrosa, pelo que eu vejo


— A mulher debochou.

Levantei uma sobrancelha e devolvi.

—Medrosa é puta que te par... — Não cheguei a terminar a


frase porque a mão enorme do meu marido tapou minha boca
rapidamente.

—Bianca, para com isso! — Me repreendeu ele.

Empurrei sua mão retrucando.

—Você não manda em mim, Dylan! E quer saber?! Vá se


ferrar você também! Não vou deixar ninguém me furar com isso aí.
— Me exaltei mais uma vez.

Um suspiro cansado se fez ouvido.

—Mas que inferno de mulher briguenta!...—Seus olhos


encontraram os meus contrariados quando continuou.

—Bianca, por favor, não seja teimosa...— Ele tenta


novamente e eu o interrompo...

—Nem fodendo, Dylan! NÃO E NÃO! — Rosno irritada e a


tontura agora duplicou. Agradeço por estar deitada, pois não fosse
isso estabacada no chão eu estaria sem sombra de dúvidas.

—Senhora, isso é para o seu bem. Sua pressão arterial está


elevada e precisará se acalmar...— A pobre mulher tenta outra vez.

Esbravejei —Me acalmar? Como quer que eu me acalme?


Enfiando uma agulha de quase dois metros em minha veia?! A
senhora pegue essa sua agulha e enfie no seu...—

—CALADA BIANCA! NEM MAIS UMA PALAVRA OU EU


JURO, POR ALÁ, QUE TE COLOCAREI SOBRE OS MEUS
JOELHOS AQUI E AGORA E QUE ALÁ TE PROTEJA, PORQUE
EU VOU ESTAPEAR ESSA SUA BUNDA ATÉ QUE MINHAS MÃOS
CRIEM CALOS! — Dylan explodiu ao meu lado fazendo-me cessar
a fala bruscamente e mira-lo apreensiva.

Não disse que era um maldito traidor?! Ele deveria ficar do


meu lado e não daquela cara de porquinha da índia!

Eu o odiava um pouquinho mais, entretanto, quando ele se


afastou um pouco de mim para fitar a médica eu senti falta do seu
calor...

Diabos de hormônios!

Maluca. Definitivamente eu estava ficando louca.

Eu me sentia carente daquele homem e seu rugido me deu


uma vontade absurda de chorar.... Mas segurei forte as lágrimas,
mesmo não conseguindo impedir que um biquinho se formasse
involuntariamente...
—Não há outro jeito? Um comprimido, talvez? — Perguntou a
mulher de cabelos cobertos por um véu da cor de seu longo vestido
e nariz extremamente grande e achatado.

—Se quisermos estabiliza-la o mais rápido possível, não, não


há outro jeito! — Ela murmurou impaciente.

—Ok então, pode aplicar...— Voltou seus olhos azuis para


mim e exigiu entre os dentes — Você vai ficar quietinha Bianca! Não
há outra maneira, e se continuar nervosa assim poderá prejudicar
nosso filho. Portanto, aguente firme! —

Seus braços ainda estavam a minha volta, apenas um pouco


mais distantes. Saí de seu aperto deitando na cama inconformada e
estendi o braço para a enfermeira desviando meus olhos do
desconcertante mar azul que tanto me atraia.

Um beijo doce foi depositado na minha testa e seus dedos


ergueram meu rosto para encara-lo.

—Vai ficar tudo bem. É apenas uma agulha, neném! Eu estou


aqui com você— Me assegurou.

Não consegui controlar a lágrima insistente que rolou na


minha face assim que a agulha perfurou minha carne.

— Aii! — Reclamei.

Sua boca pousou na minha de leve.

—Shiiii. Já vai passar! —


Outro selinho ele depositou na minha boca antes de segurar
minha mão direita e leva-la a seus lábios beijando-a delicadamente.

O desgraçado sabia que era uma distração do cacete, e


estava usando esta artimanha para conseguir o que queria e eu
bem sei que ele deve ter ficado feliz com o resultado.

Dylan me dominava de tal forma que nem eu mesmo me


reconhecia. Era absurdamente estranho e fodidamente fodido o
domínio que ele exercia, sua capacidade de me deixar uma fera e
uma cordeirinha...

Quando enfim retiraram a agulha e saíram do quarto


deixando-nos a sós eu me sentia sonolenta. Mas eu sabia que o
corpo quente estava ao meu lado queria se reconciliar, porém, sabia
em meu íntimo que não o perdoaria, ao menos não tão fácil assim...

39. Capítulo- Menina má instável


Dylan

Eu tinha sido brusco com minha menina.

Alá!

Bianca era a única pessoa de todo o mundo que acalmava meu


peito, mas que enfurecia minha mente com a mesma intensidade.

Eu a amo, mas ás vezes ter pulso firme é a melhor maneira de


lidar com ela.

Quando todos saíram do quarto eu a levei nos braços para o


banheiro, claro que mesmo sonolenta ela me expulsou de lá para
que pudesse fazer xixi.

A banhei, ajudei a escovar seus dentes e a vesti.

—Eu não te quero aqui. Quero um tempo para mim, Dylan. Eu


ainda odeio você!— Ela murmurou sonolenta após bocejar.

Eu penteava seus longos cabelos pretos com cuidado.

Sorri para sua vozinha tornando-se cada vez mais embaçada, e


não demorou nenhum segundo para responde-lhe...

—Tempo é o caralho! Não vou sair do seu lado! E nem pense


que apenas perto é o suficiente, pois não é. Eu quero estar contigo,
dentro de você e estarei em breve, porque não, você não me
odeia. Você me ama! — Afirmei convencido.

—Oxente! E porque se ama não se pode odiar, não é?!—


Pronunciou zangada com aquela voz arrastada que eu tanto
amo.

—Não, neném, não pode. Ou você ama, ou odeia— Larguei a


escova e a recostei nos travesseiros pegando a tigela com sopa que
minha avó mandou especialmente para ela a poucos instantes.

—Eu posso comer sozinha! — Resmungou enquanto eu


sentava ao seu lado na cama pondo o guardanapo em seu colo.

—Eu sei que pode, mas eu quero te mimar. Agora seja uma
boa menina e abre a boca que eu vou te alimentar! — Falei em tom
que não abria brechas para discussão.

Ela revirou os olhos contrariada, mas obedeceu.


Quando já alimentada e devidamente enrolada na coberta eu
levantei para pôr os objetos na mesinha do outro lado da cama.

—Aonde vai? — Sua voz urgente me chamou a atenção.

—A lugar algum! — Disse quando retornei deitando ao seu


lado.

Bianca bocejou mais uma vez fechando suas pálpebras e se


recostando a mim.

—Saiba que não será fácil concertar o que você fez! — Ela
resmungou.

Acariciei seus cabelos ainda úmidos a envolvendo com meus


braços até que sua cabeça estivesse repousando no meu peito.

—Eu sei, neném! Eu sei! — Murmurei por fim.

Sabia que ganhar sua confiança outra vez não seria fácil,
entretanto, não iria desistir...

Porra! Minha menina estava magoada e com razão. Não sei


bem onde, nem quando me tornei um 'frouxo' como a Maria diz, mas
eu sabia que havia me tornado um quando o assunto era Bianca, e
o inferno que se eu me importava com isso. Porque eu amava
aquela menina, e eu me tornaria o que fosse para reconquista-la...

Dylan

Mais um dia naquele hospital e eu sem sombra de dúvidas


enlouqueceria.
Bianca continuava me rechaçando, parecia que sua ira nunca
tinha fim...

Seus hormônios estão a flor da pele por ter passado dois dias
no hospital tomando injeções três vezes ao dia e hoje cedo enfim a
médica lhe deu alta.

Todas as enfermeiras e a médica suspiraram aliviadas


quando constataram que sua pressão arterial estava normal e ela
enfim poderia voltar para casa. Eu as entendo, afinal elas eram
xingadas três vezes ao dia e eu agradecia a Alá ela ser uma boa
submissa quando eu usava de pulso firme com ela, senão
certamente as coisas seriam bem piores.

—Eu não quero ficar sozinha aqui! — Reclamou cruzando os


braços assim que me viu sair do closet vestido num terno.

—Você precisa desc...— Tento, mas ela me corta


prontamente.

—Se você ousar pronunciar a palavra 'descansar' eu vou


arrancar suas bolas, Dylan! Caso não tenha notado eu passei os
últimos três dias numa maldita cama de hospital fazendo nada mais
que isso! — Ela rosnou.

Suspirei enxugando meus cabelos com a toalha e a jogando


em cima de uma poltrona.

—Você não pode ir comigo trabalhar, Bianca! Vai ficar aqui e


descansar, sim. E nós não vamos discutir isso outra vez—. Murmuro
seriamente encarando-a.
Vi seus olhos castanhos encherem de lágrimas e uma
transbordou molhando seu rosto ainda um pouco pálido.

—Eu odeio você! — Ela soluçou voltando a deitar-se entre os


nossos lençóis.

Eu simplesmente odiava vê-la chorar, e saber que fui o


causador de suas lágrimas me angustiava, porém nesses últimos
dias estavam sendo dessa forma.

Minha Menina Má agora era instável!

Eu não podia ser um pouco mais firme em meu tom de voz


que as lágrimas desmoronavam.

Louca! Isso que aquela diaba era, uma maldita maluca que
estava deixando meus nervos em frangalhos também.

Eu estava simplesmente enlouquecendo com seu


comportamento insolente e frágil ao mesmo tempo.

—A médica recomendou repouso, neném! — Sentei ao seu


lado e a trouxe para meus braços, onde a cada dia que passava, ela
menos resistia em se aconchegar.

— Estresse é uma doença muito séria, amor. Você precisa


descansar para que nosso filho nasça saudável. Além do mais, a
doença ainda está no começo, mas sabe que temos que combatê-la
agora. — Beijei seu nariz vermelhinho e limpei suas lágrimas.

—Não chora, diabinha. Eu prometo voltar cedo, e te quero


linda para jantarmos fora, o que acha?!— Proponho.
A médica a diagnosticou com estresse, e depois de Bianca
comprovar seu diagnóstico berrando aos quatro ventos
que 'Estresse é a minha mão no meio da sua cara se me manter
mais um dia na droga desse hospital', eu me convenci de que ela
não voltaria a trabalhar enquanto estivesse grávida. Claro que
tivemos uma guerra travada, e eu sai vencedor porque fui
dominador ao extremo, mesmo com suas lágrimas contrariadas eu
fui firme em minha decisão — que ela aceitou depois de xingar todo
mundo e enfatizar que me odeia- não havia outra opção, eu a
cuidaria e nem mesmo seu temperamento explosivo me faria mudar
de ideia, mas eu sabia como agrada-la e desviar o foco...

—Naquele restaurante brasileiro? Por favor, diz que sim!


Preciso comer uma tapioca recheada com carne de sol e queijo...
uma não, pelo menos quatro. — Se entusiasmou.

Ri de seu apetite que com a ajuda das vitaminas


recomendadas pela doutora tinham aumentado.

—Jantaremos onde você quiser minha linda! — Exclamei


beijando seus lábios docemente.

Mas ao escutar seu gemido baixinho minhas mãos ganharam


vida própria e à medida que minha língua invadia sua boca
avidamente estas se deliciavam com suas curvas.

Apertei sua cintura deitando-a nos travesseiros novamente.


Minhas mãos apertaram suas coxas e em seguida as rodearam em
minha cintura e seguiram para seus seios apertando-os
bruscamente.

—Dy- Dylan, para! — Gemeu em minha boca esfregando-se


em meu pau já extremamente duro.

Baixei as alças de sua blusa fina e o decote dos seus seios


fartos revelaram-se, mas o sutiã ainda era um empecilho para tê-los
completamente a minha mercê.

—Só... um pouco mais...— Sussurrei descendo beijos por


seu pescoço.

Retirei sua blusa em tempo recorde jogando-a em algum


lugar pelo quarto.

— Dylan... espera um pouco! — Ela gemeu outra vez.

Eu me esfreguei com mais afinco desejando que as minhas


roupas não estivessem no caminho.

De repente ela nos virou e me montou usando apenas o


pequeno sutiã e shorts. Era a visão do meu céu na terra...

— Que saudade de você, do seu corpo, do seu cheiro


neném! — Disse entre os dentes espalmando a pele macia de sua
bunda deliciosa.

Apertei sua bunda com vontade crua, sedento por tê-los na


boca.
—Dylan. Dylan, para! — Bianca murmurou firmemente me
afastando de seu corpo quente.

Foquei seus olhos cor de mel, atordoado por alguns


instantes, foi quando vi um sorrisinho malvado em seus lábios, e ali
eu soube...

Eu estava fodido!

—Por favor, neném... só um pouco, eu estou com tanta


saudade! — Sussurrei quase implorando para continuarmos.

Mas eu conhecia Minha Menina Má.

Eu sabia que ela não havia me perdoado ainda, e a


abstinência de seu maravilhoso corpo era apenas o início de uma
vingança brutal...

—Você está de castigo! Nada de sexo, de carícias quentes


nem de se tocar. Esta será sua punição! — Ela murmurou firme.

Engoli seco e tentei me pronunciar, mas a diaba já tinha


tecido sua teia, e eu sabia que teria que acatar se quisesse seu
perdão...

— Não haverá outro jeito. É castigo, ou eu embarco hoje


mesmo para o Brasil! — Ela ameaçou.

— Tudo bem! Eu aceito o castigo! — Resmunguei a


derrubando na cama outra vez e me esparramando sobre seu corpo
cheiroso.
Beijei seu ombro nu e esfreguei meu pau duro em sua boceta
por cima da jeans ouvindo seu ofego.

—Dylan— Repreendeu-me e fiz que não havia escutado.

Beijando seu pescoço, baixei seus shorts com urgência e


antes que ela tivesse oportunidade de retrucar me afastei apenas o
suficiente para enfiar uma mão dentro de sua calcinha e encontrei
sua boceta úmida e quente.

Puxei o ar entre os dentes.

— Porra!... Molhada e tão pronta para mim! — Gemi sentindo


meu pau palpitar em apenas me imaginar enfiando duro naquela
carne molhada e apertadinha.

—Para, neném! — Ela gemeu manhosa abrindo mais as


pernas para receber meus dedos.

Meu pau implorava por ela dentro daquela calça.

Grunhi desesperado quando suas mãos pequenas tornaram a me


afastar.

—Não! Eu não irei ceder...— Disse quando retirou minha mão


de dentro da sua calcinha minúscula.

Seguro seu rosto entre as mãos desesperado.

—Amor escuta.... Eu já pedi desculpas, eu não sei mais como


te convencer de que me arrependi de não ter acreditado em você!
Eu te amo... Me xinga, me castiga como quiser, mas não me deixa
sem você.... Eu preciso de você Bianca!... Por favor. — Implorei.
A diaba levantou uma sobrancelha e abriu um sorriso
debochado.

—Pensasse nisso antes de me julgar e de me dizer tudo


aquilo.... Agora, creio que deva se apressar pois já está atrasado,
querido! — Murmurou friamente.

Caralho de mulher rancorosa!

Rosnei irritado e levantei de cima de seu corpo macio.

Ela tinha feito tudo isso de propósito, a descarada!

Ela sabe o quanto odeio atrasos, e agora além de atrasado


tenho uma bela ereção dentro das calças.

Mas que droga! Diabos de mulher ardilosa dos infernos!

Peguei minha pasta apressadamente e meu paletó que


estava no braço da poltrona.

—Um bom dia de trabalho para você... neném! — Desejou


com falsa inocência.

Lancei meu melhor olhar de 'você me paga sua diabinha!',


saio do quarto frustrado e irritado como nunca.

Praguejei baixinho descendo as escadas irritado e tentando


esconder meu pau duro na calça preta de linho, até que desisti e
apenas a cobri com minha pasta.

—Não abra a porta a outra pessoa que não seja eu. E de


forma alguma permita que Bianca saia desse apartamento! —
Ordeno a empregada enquanto atravessava o hall de entrada, a
mesma apenas acenou afirmativamente e eu segui meu caminho.

Dois homens grandes vestidos de ternos impecáveis estavam


apostos na porta da frente. Vovô contratou seguranças para toda a
família depois que cessou a gorda mesada que mensalmente
depositava na conta de papai. Eu teria que ficar alerta, porque
segundo o patriarca da família, haveria represália, e Bianca seria o
alvo.

Uma parte de mim ainda lutava contra aquela ideia de que


meu pai seria tão cruel a ponto de atentar contra a vida de alguém,
muito menos de Bianca e seu neto. No entanto não daria margem a
dúvidas! Eu protegeria minha menina e meu filho e passaria por
cima do que preciso fosse para mantê-los a salvos.

Respirei fundo cansado e me dirigi ao carro rapidamente,


afinal uma certa diabinha havia me atrasado propositalmente.

Céus!

Não entendia como uma mulher poderia oferecer o céu


enquanto toma seu chão, mas minha mulher era assim, e Alá sabe
que mesmo contra todas as possibilidades, a amo mais ainda por
isso...

Na primeira reunião do dia eu tentei me manter focado, mas a


imagem dos seios de Bianca em minha boca estava me fazendo
salivar, minhas bolas provavelmente estavam roxas e uma porra se
o meu pau esperaria até a noite para insistir que essa punição era
rígida ao extremo, eu iria almoçar em casa, e convenceria aquela
teimosa de que me enfiar dentro dela seria uma questão de
sobrevivência...

No fim da reunião meu aparelho celular vibrou, e a imagem


minha e dela me fez sorrir bobamente.

—Com licença! — Pedi aos presentes sentados a grande


mesa na requintada sala de reuniões e caminhei até o corredor.

Atendi o telefone assim que fechei a porta nas minhas costas.

—Mudou de ideia e entendeu o quanto esse castigo é


ridículo, neném?! Chego aí em quinze minutos! — Murmurei quando
pus o aparelho no ouvido.

Mas o que ouvi em resposta fez meu sangue gelar e meu


coração acelerar drasticamente...

—Eu estou grávida de seu filho! Você seria tão cruel assim ao
ponto de assassinar a mãe de seu neto? — Bianca murmurou.

Uma risada debochada que reconheci sendo a de Sheila—


minha madrasta- soou do outro lado.

Eu caminhava apressadamente para o elevador enquanto


prendia a respiração ao tentar escutar tudo o que se passava.

—Não seja boba, querida! Ele planejou o assassinato de


próprio filho, não seria um neto que o faria sentir remorso. — Sheila
disse divertida.

Já no meu carro apanhei o celular de um dos seguranças e


avisei ao meu avô e Zayn do que se passava além dos seguranças
que comigo estavam.

Me sentia trêmulo em pensar no risco que Bianca corria e a


frase que Sheila proferiu ressoava em minha mente: Ele planejou o
assassinato de próprio filho, não seria um neto que o faria sentir
remorso...

Tentava me concentrar no que se passava em do outro lado


da linha, mas nada era completamente assimilado por mim. As
vozes pareciam distantes e abafadas, porém, quando desci do carro
no momento em que este parou na calçada eu escutei nitidamente...

Um disparo.

Meu peito parecia não poder mais absorver o ar, que pareceu
fogo em meus pulmões.

—Bianca? — Sussurrei atônito e não me pergunte como eu


cheguei a porta do apartamento minutos depois, porque por mais
que eu quisesse assimilar o que ocorria a minha volta, o medo de
que algo poderia ter acontecido a minha esposa e meu filho me
corroía ao ponto de nem saber diferenciar a realidade da ficção.

Mas era real.

Os corpos no chão.

O meu nome sendo pronunciado num sussurro.

Seus olhos desfocados e gemidos de dor.

40. Capítulo- A vilã


—A garota durona cuja alma dói. Estou em casa sozinha,
checo o telefone, não há nada. Mas ajo como se estivesse ocupada,
tudo em ordem, pago a TV, estou agoniada...— ( Big Girls Cry- Sia)

Bianca

Minha Santinha protetora das calcinhas molhadas!

Estava difícil me concentrar em algo que não fosse seu pau


duro entre as minhas pernas, sua voz rouca e urgente, além de seu
corpo glorioso sobre o meu encaixado perfeitamente como se
tivessem sido feitos um para o outro...

—Amor escuta.... Eu já pedi desculpas, eu não sei mais como


te convencer de que me arrependi de não ter acreditado em você!
Eu te amo.... Me xinga, me castiga como quiser, mas não me deixa
sem você.... Eu preciso de você Bianca!... Por favor. — Implorou
segurando meu rosto entre as mãos.

Porque tinha que ser tão difícil ser má?!

Porque não escolho o caminho mais fácil? Aquele em que a


mocinha perdoa sempre os erros que seu amado príncipe comete e
o beija e fica tudo bem, sabe?!

'Porque você definitivamente não nasceu para ser mocinha,


Bianca. Vilã combina mais com você' Meu subconsciente sussurra
em minha mente.

E droga! Meu subconsciente está certo...

Arqueio uma sobrancelha e abro um sorriso debochado em


sua direção...
—Pensasse nisso antes de me julgar e de me dizer tudo
aquilo.... Agora, creio que deva se apressar pois já está atrasado,
querido! — Murmuro friamente assistindo o finco no meio de sua
testa e sua expressão se tornar sombria.

Quase ri quando ele grunhiu irritado e levantou-se de cima de


meu corpo com pesar.

Eu sabia o quanto Dylan odeia atrasos, e além de atrasado,


esbanjar uma bela ereção dentro da sua calça de linho preta o faria
ter um dia de cão, e era isso que eu queria, por mais que também
me fizesse subir pelas paredes o dia todo...

Porém seu castigo seria mantido.

Não é ele mesmo o senhor dominador, que gosta de regras e


punições? Pois bem, então. Vamos ver como ele lida com suas
próprias punições...

Pegou sua pasta apressadamente e paletó que estava no


braço da poltrona e me olhou daquele jeito como se quisesse me
esfolar viva ainda mais quando eu murmurei docemente.

—Um bom dia de trabalho para você... neném! — Pisquei


inocentemente.

Ouvi ele sair batendo a porta com força e praguejar descendo


as escadas, enfim soltei uma risada alta sentindo-me vitoriosa na
minha primeira batalha da guerra de abstenção sexual do meu
marido.
A empregada me trouxe o café da manhã e eu o tomei
preguiçosamente na cama.

Contrariada, fui obrigada a aceitar a doce mulher me entupir


dos remédios que a médica receitou, e juro por Deus! Não fosse por
meu filho, eu mandaria tudo para a puta que pariu.

Não gostei daquela médica, aliás, eu odiei aquele hospital


inteiro. Acho que ela também não simpatizou comigo, mas com
Dylan a vaca era todo sorrisos... E não me julguem mal! Eu entendo
a mulher. Afinal em que outra oportunidade ela teria de ver de perto
um loiro alto, sarado, gostoso e com os olhos mais azuis da face da
terra de tão perto?!

Pois é, nunca mais ela veria, porque nem eu, nem ele
adentraria naquela porra novamente! Ela me furou várias vezes de
propósito depois do primeiro dia em que aproveitei um momento de
distração de Dylan e mostrei o dedo do meio para ela.

A intensão era fazer apenas assim: Subir o dedo do meio


rapidamente e mais que velozmente o esconder.

Mas a verdade é que saiu isso: Eu apontei para ela, mostrei o


dedo, balancei o dedo, deslizei o dedo, fiz ondinha com o dedo e
ainda murmurei silenciosamente um foda-se...

Foda-se! Infantil, eu sei, mas ela estava me furando caralho!!!

Me furando e de olho no meu marido, o que queriam?!

Eu estava debilitada demais para furar seus dois olhos, então


mostrar o dedo pareceu uma boa pedida para o momento. Meu
marido é um cretino, mas ainda é a porra do meu marido! E aquela
francesinha metida a árabe dê-se por satisfeita eu ter mostrado
apenas o dedo teatralmente, porque lá na minha terra ela não teria
mais um fio de cabelo sob aquele véu sem sal.

Bufei indignada ao lembrar o modo adocicado que a mulher


pronunciava o nome Dylan.

Por Deus!

Só o homem não viu como ela se jogava para ele...

Revirei os olhos xingando um 'babaca, filho da mãe!'.

—Senhora? — A empregada me tira de meus devaneios.

—Sim, Ajade? — Respondi.

—Estou indo ao mercado, a senhora deseja que eu traga


algo especial? — Ela questiona da porta do quarto.

—Não preciso de nada, obrigada! — Respondi.

—Eu volto num instante, senhora! Por favor, não saia de


casa, o senhor Hoffman me incumbiu de não deixa-la sair do
apartamento! — Ela pediu docemente.

—Não se preocupe, não irei a lugar algum. — Murmurei


levantando da cama envolvida num lençol e passei para o closet.

—Voltarei rápido para lhe fazer companhia— Murmurou.

—Ok! — Gritei do closet.

Ouvi seus passos descerem as escadas.


Tomei um banho rápido, escolhi um vestido estampado
extremamente folgado e confortável, uma calcinha vermelha e uma
rasteirinha. Escovei meus cabelos, hidratei minha pele e desci as
escadas jogando-me no confortável sofá em frente a TV.

Assim que segurei o controle remoto lembrei que tenho um


outro remédio para tomar em alguns minutos.

—Merda! — Praguejei apanhando o meu celular do sofá o


colocando dentro do meu bolso do vestido, lembro que minha última
ligação foi para Dylan, e sinto uma imensa vontade de ouvi-lo,
porém certo é certo!

—Ele foi um babaca, Bianca! Não pode dar mole, nem colher
de chá! — Murmurei distraída pensando comigo mesma.

Verifiquei a hora no celular e vi que faltam apenas cinco


minutos para dar o horário exato de tomar o comprimido, então
devolvi o celular para o bolso largo do vestido e bufei irritada
lembrando da médica que o receitou.

Segui o caminho para a cozinha, enchi um copo com um


pouco de água e caminhei para escada em busca do remédio na
gaveta do criado mudo do meu quarto, porém a imagem que me
deparei na sala fez-me estancar no lugar.

Tinham aberto todas as portas do inferno? Ou eu estava


dormindo, presa num pesadelo como daqueles clichês em que as
assombrações invadem a casa apenas quando a mocinha está
sozinha em casa?!

Pesadelo ou não, Sheila estava sentada no sofá como se


fosse a dona do lugar. Meu sogro de pé ao seu lado segurando uma
arma em minha direção e Rachel ao lado da mãe, ambos me
encaravam friamente e o que meu sogro segurava em suas mãos
parecia muito real para um simples pesadelo...

—Agora lascou-se tudo! — Sussurrei apreensiva.

Ok. Confesso que por essa eu não esperava.

Que? Eu sou má, não uma maldita vidente, oxe!

Haviam dois seguranças na porta e mais dois lá embaixo,


como diabos eles conseguiram entrar aqui? E ainda por cima em
bando?!

Tentei parecer firme, não mostraria fraqueza aqueles abutres,


mesmo tendo uma arma apontada para mim.

Podem estar se perguntando, está louca Bianca? Tem uma


arma apontado para você e ainda vai se fazer de forte?!

Sim, vou me fazer de forte, porque se vocês analisarem bem


caso entenderão que se eles me quisessem morta eu já estaria.

Não sei por onde entraram, mas sei que provavelmente o


segurança ensanguentado e inconsciente bem no meio da sala tem
algo a ver com isso...
—Ora, ora! Que eu me lembre, deixei bem claro que não
queria nenhum de vocês nessa cidade, muito menos na minha casa!
O que os ratos fazem aqui? Saudades de mim, querido sogro? —
Questionei sarcasticamente enfiando as mãos no bolço como numa
postura casual após ter posto o copo com água numa banquinha ao
lado das escadas.

O pai de Dylan deu um passo adiante, em minha direção, e


eu não recuei um milímetro.

—Nenhum pouco, querida! — Ali retrucou.

Estava vestido num terno imponente, gravata escura e


camisa branca. Sua mulher estava elegante como sempre num
vestido que certamente custaria um olho da cara. Era azul marinho,
de corte reto e com um pequeno decote e vinha até abaixo de seus
joelhos, seu véu da mesma cor estava jogado em cima do sofá.

—Como entraram aqui? — Soei imparcial mesmo com sua


proximidade...

Depois de um suspiro teatral a vaca loira mais velha respondeu...

—Pela porta da frente, claro! Por onde mais seria? — O


sorriso maligno que ela abriu fez minha espinha gelar...

—Um dos seguranças contratados é um dos nossos. O


infiltramos aqui, e este está cuidando para que ninguém adentre o
apartamento, no andar de baixo. —

—E o que querem aqui? — Perguntei enfim alcançando o


celular no meu bolso.
Agradeci a Deus mentalmente em estar usando um vestido
folgado, que dificilmente alguém notaria nos bolsos fundos e
volumosos eu tentava destravar a tela com o máximo de cuidado
possível para não perceberem.

—Resolvemos voltar para eu enfim tomar o que é meu,


querida norinha! Ainda mais agora que meu pai se recusa a
continuar contribuindo com a gorda quantia mensal em minha conta
bancária. E tudo graças a uma certa monstrinha malvada que
resolveu abrir a boca e me complicar! — O homem murmurou
friamente encostando o metal frio em meu peito.

Contive o suspiro trêmulo, e consegui enfim destravar o celular,


em seguida apertei para chamar a última ligação. Uma dica,
meninas, conheçam seus celulares! Decorar atalhos pode fazer total
diferença na vida –ou morte- de alguém.

—Foi você quem pediu por isso, criança! Tudo teria ocorrido
tão bem caso não houvesse separado ardilosamente minha enteada
e filho. Ela teria casado com ele e estaríamos todos bem. Decidimos
que tal feito merecia uma morte dolorosa e em nossa presença, de
preferência com um de nós sendo seu algoz. Sheila odeia armas e a
nossa pequena Rachel é delicada demais para o serviço, então
coube a mim dar cabo de sua vida odiosa... Mas não se preocupe,
será rápido... Estava tudo indo bem até você surgir do nada, então
meu pai teve a ideia estapafúrdia de casar vocês dois. Eu tentei
persuadi-lo, mas como sempre, ele nunca me ouve— Reclamou o
mais velho olhando algum ponto atrás de mim.
—Agora não há outra alternativa senão te eliminar. Quem
diria que a caipira, chucra, do interior de um país de merda, seria a
então dona de todo o império Hoffman, ãn?!—

—Eu estou grávida de seu filho! Você seria tão cruel assim,
ao ponto de assassinar a mãe de seu neto? — Murmurei soltando o
telefone deixando- o no bolso e apertando as mãos sobre minha
barriga piscando os olhos inocentemente para o mesmo.

A risada debochada de Sheila me fez desviar os dos olhos


incertos de Ali para ela.

Eu sabia que Dylan não tardaria.

Tinha apenas que enrolar mais um pouco e se apegar com


todos os santos para que nada de mal acontecesse ao meu bebê e
a mim...

—Não seja boba, querida! Ele planejou o assassinato de


próprio filho, não seria um neto que o faria sentir remorso. — Sheila
disse divertida.

—Você, pelo que vejo está muito bem na condição de esposa


de um bandido. Se ele é tão frio ao ponto de planejar algo contra
próprio filho como diz, deveria temê-lo. Afinal, ele poderia se livrar
de você também num piscar de olhos! — Provoco sentindo a arma
subir para minha garganta e observando a risada de Sheila morrer
gradualmente.

—Cala a boca, garota! Não quero enfiar uma bala em sua


testa antes da hora— Meu sogro rosnou puxando um tufo de
cabelos meus com força demasiada.

Não soltei nenhum ruído apesar do meu couro cabeludo


parecer ter sido arrancado da cabeça.

—Não tente nos colocar um contra o outro, menina tola. Não


irá funcionar! — Sheila rezinga levantando-se e vindo em minha
direção assim como Rachel.

—Assim que acabarmos com você, daremos um fim ao seu


querido marido. E daí para chegar aquele velho rabugento será um
pulo. Vamos fazer parecer suicídio, você se matou por seu marido
não acreditar em você e ameaçar deixa-la. Ele por se sentir culpado
da sua morte. — Ela voltou a se pronunciar acariciando meus
cabelos em minhas costas.

—Que? Me disseram que se a pegassem, não o


machucariam, mamãe! Esse foi o acordo que fizemos, não
machucariam o Dylan, ele seria meu...— Rachel murmura confusa
caminhando até a poltrona a nossa esquerda e desabando nela
enquanto pronunciava...

Sua mãe por outro lado estava determinada, ela não mudou
sua postura e cortou a filha de seu rompante de dúvidas...

Rachel estava numa calça jeans e uma bata creme e tinha


sobre os ombros um véu dourado. Sua expressão parecia
inconformada com o que sua para genitora acabara de lhe
confessar, no entanto, ela calou-se sob as ordens da outra.

—Calada, Rachel! Não seja estúpida, você sabia que depois


de eliminarmos Bianca seu amado ex seria o próximo! —
—Salim jamais acreditará numa estória estapafúrdia dessas
— Afirmei me controlando para não me afastar de suas mãos em
meus ombros.

—Claro que não acreditará. Porém há uma testemunha que


jamais mentiria para o tão poderoso Salim Hoffman! — Ela disse
apontando para a minha esquerda.

Ao virar o rosto encontrei Ajade olhando para as mãos


nervosamente.

— Ajade, o que você fez?!— Rosnei sentindo o meu chão ser


tragado.

O velho jamais duvidaria da mulher que trabalhou anos e


anos em sua casa e que até os dias de hoje cuida tão amavelmente
de seu neto, que ainda por cima é amiga de Samantha há décadas.

Eu estava fodida e não era de uma maneira boa....


Literalmente!

Eu não queria pousar de menininha indefesa, nem me tornar


a mocinha de uma hora para a outra, mas se eu sou a vilã dessa
estória, então onde está a porra da minha arma?! E porque diabos
de ao invés de eu estar empunhando, estou sob a mira de uma?!

Eu poderia então me passar pela mocinha da porra toda, mas


sei que não seriam tão ingênuas em acreditar, mesmo porque se eu
fosse uma, meu príncipe já teria aparecido para me salvar.

De qualquer forma um príncipe estava mais fácil de arrumar


do que uma arma—até mesmo porque nem sei se ela serviria nas
mãos de alguém que não faz a mínima ideia de como atirar- Então,
príncipe? Se quiser aparecer e me salvar já pode!

41. Capítulo- Medo.


—... Quando meu mundo está desmoronando, quando não há
nenhuma luz para quebrar a escuridão, é aí que eu... Eu olho para
você!... Quando as ondas invadem o litoral, e não consigo encontrar
o meu caminho para casa é aí que eu... Eu olho para você. Eu vejo
perdão, eu vejo a verdade: Você me ama pelo que eu sou... E eu sei
que não estou sozinha!— ( WhenI Look at you- Miley Cyrus)

Bianca

— Ajade, o que você fez?!— Rosnei sentindo o meu chão ser


tragado.

O velho jamais duvidaria da mulher que trabalhou anos e


anos em sua casa e que até os dias de hoje cuida tão amavelmente
de seu neto, que ainda por cima é amiga de Samantha há décadas.

Eu estava fodida e nem era de uma maneira boa....


Literalmente!

—D-desculpe, senhora! — A mulher disse voltando a entrar a


cozinha como se não tivessem me apontando uma arma...

Desgraçada.

Ah mais se eu sair dessa viva ela certamente pagará...


—Atire, Ali!— Sheila ordenou ao seu lado.

O ar parecia ter se tornado mais denso.

Eu não sabia como minhas pernas se mantinham de pé.


Minhas mãos estavam soando, e meu coração estava em
disparada, parecia que eu tinha acabado de correr uma maratona!

As mãos do meu sogro tremiam, e seus olhos azuis como os


do filho estavam fixos aos meus. E juro por Deus que nunca havia
sentido tanto medo em toda a minha vida...

Alguns minutos se passaram e nada foi ouvido.

Até me perguntei se na verdade o cara tinha atirado e eu já


teria virado paçoca, mas não havia despregado os olhos daquela
arma e podia jurar que nenhum disparo foi feito...

—Mas que inferno! Tenho sempre que solucionar os


problemas por você, marido?! Primeiro com sua adorável esposa, e
agora com sua nora! — Sheila murmurou tomando a arma de sua
mão e a apontando para mim.

—Droga de homem fraco! — Ela reclamou destravando a


semi- automática com silenciador.

—A polícia não dá muita importância a mortes femininas aqui


nos países árabes, Bianca! Espero que faça uma boa viagem para o
inferno! — Murmurou sorridente.

—Não se preocupe, guardarei o seu lugar quando chegar lá!


— Assegurei devolvendo-lhe o sorriso.
Se fosse morrer pelo menos que minha dignidade não
acabasse antes de mim...

Mas então quando ela aproximou o dedo do gatilho


novamente eu parti para o tudo ou nada.

Me atirei sobre ela sentindo as mãos de Ali tentarem me tirar


de cima da mulher que mantinha a arma acima de nossas cabeças,
a medida em que ela tentava se esquivar de mim, eu tentava me
agarrar mais a ela.

A arma disparou duas vezes até que consegui joga-la ao


chão um pouco distante.

Tentei serpentear até ela, porém recebi um chute na barriga e


cai no chão sem ar próxima ao corpo do segurança provavelmente
morto.

Porém, de repente ouço um ruído de um corpo vindo ao


chão.

Eu me esforcei para sentar-me a tempo de ver Ali


esparramado em meu tapete, com um buraco do tamanho de um
grão de arroz no meio de sua testa.

Morto.

Puta merda! Meu sogro estava morto.

Bem, vou parecer sem coração, mesquinha e má, mas antes


ele do que eu, certo? Certo!
Levantei o olhar e me surpreendi ao observar Rachel
segurando a arma apontada para sua mãe que lhe perguntava
'porque Rachel?'. Não consegui acompanhar o que aconteceu antes
porque além da dor forte em meu abdômen, ver alguém morrer bem
na minha frente de maneira tão aterradora era no mínimo estranho.

Me remeteu uma sensação desconcertante de impotência. E


eu lembrei de todos os momentos que vivi com Dylan...

Casamento, primeira traquinagem minha, primeira vez,


primeiro 'eu te amo' dele, primeiro 'eu te amo' meu, a notícia da
gravidez, suas palavras duras, a maneira como me implorou hoje
pela manhã... Tudo isso mexeu com meu peito de uma maneira
diferente, de tal forma, que a única coisa que eu queria nesses
prováveis últimos momentos era apenas olhar em seu mar safira e
dizer 'Eu te amo'...

—Porque eu o amo, mamãe! E não vou permitir que o


matem. Casarei com Dylan, e seremos muito felizes, eu sei que sim
—. A mais nova assegurou sorrindo tristemente para a mãe.

Me apressei em segurar a arma do segurança que ainda a


empunhava, a segurei com afinco entre os dedos tremulantes.

Sheila a encarou com ódio estampado em sua face


perfeitamente maquiada e voltou a encarar o marido estirado no
chão enquanto murmurava severamente.

—Sua menina tola! Ele jama...—

— Por favor, não termine a frase! — Rachel suplicou apertando


a sua arma contra o peito.
Sheila sorriu friamente e no momento em que zombava virou-
se completamente para o marido ao lado esquerdo do cômodo.

— Você é uma idiota mesmo se acha que um dia ele se


apaixonará por alguém medíocre como você Rachel! Ele jamais...—
Ela não chegou a terminar a frase.

Rachel atirou em seu peito sem titubear.

Ambos os tiros jamais teriam sido percebidos por alguém,


pois não emitiram nenhum som que se assemelhasse a um tiro,
apenas um leve ruído que se não estivesse presenciando toda
aquela loucura poderia afirmar ter sido apenas o zunido de um
inseto que mais rápido do que chegou, foi-se!

Céus, suas mãos nem hesitaram um único centímetro...

Tentei me conter para não demostrar pavor, mas o inferno de


medo tomou conta do meu ser.

Segurei a arma entre o corpo de Ali, caído bem ao meu lado.

Descansei a cabeça na perna da pequena mesa de centro


esperando o momento certo em que ela voltaria sua atenção para
mim.

Se tinha uma coisa que eu havia aprendido naquelas últimas


horas, era que aquela família gostava de discursar antes do gran
finalle, então não me surpreendi quando ela ainda de costas para
mim começou...
—Eu o amo, Bianca. Nunca duvide disso!... Sabe qual a
diferença entre você e eu?!— Perguntou retoricamente virando-se
enfim, de frente.

Fui mais rápida que ela em erguer a arma e surpreende-la


em atirar pronunciando.

—É que eu não sou burra de conversar enquanto estou


armada! —

Seus olhos pálidos desfocados estavam fixos em mim


quando ela se ajoelhou, e então eu atirei novamente acertando seu
abdômen outra vez. Atirei mais uma vez, duas, três, quatro, até que
apertava o gatilho e nada mais saía.

Seu corpo permaneceu sobre os joelhos inclinada para traz,


recostada na parede e me olhando fixamente.

Eu poderia dizer que me senti mal, que isso me causou uma


dor sem fim, mas seria mentira...

Alívio.

Foi o que eu senti de verdade.

E então depois o choque por tudo o que aconteceu me fez


chorar descontroladamente segurando minha barriga ao sentir uma
fisgada forte praticamente me rasgar ao meio.

—Dylan! — Chamei-o tão fracamente que pareceu um


sussurro.
A dor me fez perder o foco e não poder diferenciar o que era
luz ou escuridão...

—Eu estou aqui, amor! Eu estou aqui! — Ouvi-o murmurar a


passos largos se aproximando.

Imediatamente dois braços grandes e fortes me envolveram e


então ali minha raiva por tudo o que nos acontecera nos últimos dias
se dissipou.

Porque em seus braços eram o único lugar do mundo que eu


desejava estar e eu sabia que tudo ficaria bem se ele estivesse
comigo.

Eu estava segura com ele. E eu o amava mais que tudo...

42. Capítulo- Minha Menina Má


Dylan

Encontrar minha Bianca quase desmaiada por pouco não me


matou de susto.

Bianca teve um sangramento onde quase perdeu nossa filha.


Ela não foi indiciada, e bastou a palavra de meu avô e a minha para
assegurar seu testemunho como verdadeiro.

O enterro de meu pai, Sheila e Rachel aconteceu dois dias


depois da carnificina que encontrei em minha casa. Não fui ao
enterro. Não poderia depois que soube de tudo o que ocorreu
naquela sala, depois de quase perder o amor da minha vida e minha
filha...
Na mesma semana nos mudamos para a Alemanha. Aquele
apartamento me recordava o choque que foi encontrar meu pai sem
vida no chão frio. Minha madrasta e Rachel—a mulher que um dia
eu amei de tal forma que a tornaria mãe de meus filhos- da mesma
forma, olhando fixamente para minha mulher como um aviso
perigoso.

Pensei erroneamente que Bianca se abalaria por tudo o que


ocorreu naquele fatídico dia, mas a verdade é que eu fiquei abalado.
Ainda tenho pesadelos constantes com aquela cena toda, enquanto
minha mulher dorme tranquilamente ao meu lado. Não sei o quanto
a convivência com Tom a fez tão forte, mas de certa maneira isso
era um alento para mim...

***

O vento gelado já começava a se tornava mais forte a cada


instante enquanto observa a Bianca sentada em sua árvore
preferida do quintal comendo uma goiaba distraidamente.

Há quase uma hora eu estava na mesma posição, escorado


na parede da casa analisando todos os seus movimentos sutis, o
mais frequente era acariciar sua pequena barriga—de quatro
meses- com ternura enquanto conversava as bobagens e
ensinamentos que Maria lhe repassava diariamente por telefone.

Chegar do trabalho e encontra-la parecendo uma menina


levada era uma porra quente como o inferno!

Eu sorri bobamente encantado como sempre o fazia ao


lembrar que em poucos meses seria pai.
—Se continuar sorrindo feito um idiota assim vou ser obrigada a
ir até aí e te beijar! — Ela murmurou me olhando por cima do ombro
com um sorriso traquino.

Seus cabelos estavam mais longos, e diante da neve


branquinha que começava a caia eu me dava conta do quão pretos
eles eram realmente. Sua boca avermelhada era um convite para
um beijo até perder o fôlego e seus olhos castanhos eram minha
perdição.

Apesar de suas constantes reclamações, eu gostava de tê-la


grávida.

Seus seios estavam maiores e sensíveis, sua bunda


continuava redondinha e empinada, e suas coxas grossas. Seus
pezinhos pequenos inchados e descalços batiam um contra o outro
em uma forma de mantê-los aquecidos. O vestido que estava
usando era rodado e vinha apenas até suas coxas salientes e
continha mangas longas e um decote quadrado, porém seus seios
grandes o tornavam a porra mais fodidamente comível que já vi.
Seus cabelos esvoaçando de acordo com o vento completavam o
cenário maravilhoso que era meu paraíso e inferno na terra...

Me perguntava quando esse desejo de tê-la submetida a mim


de todas as maneiras e de depois fazer amor lentamente, até
exaustos, dormirmos ainda unidos, passaria. Mas assim que
caminhei até ela e rodeei suas pernas recostando meu rosto entre
seus seios e inspirei seu cheiro de flores, vendo todos os pelinhos
de seu corpo se arrepiarem, eu soube a resposta.... Nunca.
Eu não cansaria de Minha Submissa primorosa, de minha
esposa amorosa, da futura mãe mais linda que já vi, nunca...

— Em que está pensando? — Ela me questionou.

— Em como eu te amo, e em como eu te amarei para


sempre! — Murmurei olhando-a fixamente, em seguida lambi e
mordi o topo de seus seios daquele jeito que eu sabia que ela se
derretia.

— Eu também te amo! — Ronronou manhosa.

Uma porra se meu pau não já estava aposto para ela, pronto
como sempre estaria...

Acariciei do seu tornozelo subindo a mão por toda sua perna


sem deixar de encarar seus olhos amendoados.

— Vejo que se comportou mal hoje. Sabe que não pode subir
em árvores em seu estado, muito menos num tempo frio como este,
sem usar nenhum agasalho e ainda por cima descalça! — Comento
levantando o vestido beje na parte da frente até que encontrei sua
calcinha.

Sem demora com um dedo a acariciei ali por cima do tecido


fino escutando seu gemido baixo...

— Sim, eu o desobedeci. Mas a culpa é toda da sua filha! Ela


queria goiaba, e a Maria diz que quando negamos o desejo a uma
grávida a criança nasce com a carinha do desejo negado. Não
quero que nossa filha nasça com cara de goiaba! — Murmurou
contrariada apesar de abrir as pernas um pouco mais para
acomodar melhor minha mão.

Apliquei um tapa em sua coxa esquerda observando suas


pupilas se dilatarem e sua respiração ficar mais pesada.

—Eu autorizei que falasse, Bianca? — Indaguei


bruscamente.

— Não, senhor! — Sussurrou buscando minha boca com


seus lábios grossos e doces.

Fui mais rápido em desviar-me de seu beijo e a fitar


duramente.

— Sabe o que tem que fazer, não sabe?!— Perguntei


retoricamente.

Um minuto se fez e ela ainda não havia me respondido.


Então me aproximei de seus seios outra vez e suguei um de cada
vez por cima do vestido.

— Ah meu Deus! — Gemeu tentando me puxar para mais perto,


no entanto desviei novamente de seu toque.

— Sabe o que fazer, sua insolente? — Rosnei após estapear


sua outra coxa.

— Sim, senhor! — Ela respondeu obediente.

Dez minutos depois eu adentrava o quarto de castigos.

Uma parede continha espelhos do chão ao teto. Um divã, a


cadeira de castigos e num closet embutido haviam todos os
objetos que usava, desde simples plugs aos mais complexos dos
chicotes aos mais sofisticados, correntes para os mamilos, pinças,
algemas, um arsenal de possibilidades.

Um candelabro enfeitava o teto branco, e as paredes eram da


mesma cor. Uma cama de dossel era a réplica perfeita da que
tínhamos em nosso quarto. Mas o enfeite mais significativo, o mais
notável e sem sombra de dúvidas o mais perfeito, era minha
submissa sobre seus joelhos em cima do divã vestida nas roupas
que separei para ela, apenas uma calcinha minúscula com um flash
cobrindo toda sua abertura junto com o sutiã delicado e um salto
alto preto.

Seus cabelos compridos caíam por seus ombros feito


cascatas e ela esboçava um pequeno sorriso satisfeito,
provavelmente por me ver quase salivar por ela...

Linda.

Perfeita.

Rodeei seu corpo duas vezes após retirar minhas roupas sem
pressa e escolher uma palmatória para seu castigo.

— O que acha que uma diabinha como você merece,


Bianca? — Questionei parando em suas costas e a fitando pelo
espelho a nossa frente.

— Ser castigada, senhor! — Sussurrou devolvendo o olhar


cheio de promessas que lhe lancei pelo nosso reflexo.
— Isso mesmo, neném! Vou puni-la para que aprenda a não
me desobedecer, e em seguida deixarei que me chupe por entender
que está agradecida por seu castigo! E se me satisfizer
corretamente poderei retribuir o favor e te chupar, apesar de não ter
certeza se a deixarei gozar! — Digo seriamente.

—Mas...— Ela tentou, porém a cortei com um golpe em sua


bunda.

— CALADA! — Ordenei.

Minha submissa entendeu o recado e imediatamente calou-


se.

— Hoje vou te foder, como se fode meninas desobedientes!


Entendeu, Minha Menina Má? — Perguntei acariciando a espátula
por suas coxas.

Engoliu seco

— Sim, senhor! —

Sorri perversamente ao senti-la entregue e dei a volta para


tomar seus lábios quentes com urgência.

Aquela mulher de cabelos escuros como a noite e sorriso


atrevido, que certos momentos me colocava medo e em todos me
dilacerava de tanto amor era minha vida, e eu amava cada
pedacinho seu, do mais doce ao mais malvado...

Era assim que eu a tinha...

Entregue...
E apesar de seus desatinos e isso me fascinava.

Ter Minha Menina Má submetida era o meu vício, do qual


tinha certeza absoluta não conseguir recuperar-me nunca mais...

EPÍLOGO

Seis meses depois...

Hoje é o grande dia.

Minha filha vai nascer.

Sim, estou morando em Berlim, capital da Alemanha! Porém,


minha mulher encasquetou que nossa filha teria que nascer
brasileira, e aqui estamos nós, em algum lugar que eu não faço a
mínima ideia de onde seja, em direção ao único hospital da região...
Duas semanas depois do incidente em meu apartamento nos
mudamos para o que seria nosso novo recomeço. E foi árdua a
adaptação...

Bianca passou os últimos meses de repouso, teve um


sangramento ainda naquele maldito dia, mas tudo ficou bem no fim
apesar de suas constantes traquinagens de menina levada. Seu
inconformismo com a nova língua e a rotina menos agitada me fez
trabalhar em dobro para poder satisfazer seus desejos— abandonar
a empresa por um mês inteiro deixando meu avô cuidando de tudo
foi um deles- mas estes variam com a velocidade da luz. Alguns são
bem malucos, outros são absolutamente adoráveis.... Acreditem se
quiserem, vão desde fazer sexo duro, de quatro em cima do divã no
nosso novo quarto de castigos, até me infernizar por milho cozido ás
três da manhã de um Domingo, foder loucamente completamente
exposta sobre a minha nova mesa do escritório na empresa até
tomar sorvete de um tal de cupuaçu com cajus em pedacinhos
caramelizados e um pouco de neve em plenos dois graus abaixo de
zero.

Alá! Quem diabos come milho cozido em plena madrugada e


neve com uma temperatura abaixo de zero?!

Me considero um vencedor por ainda estar de pé, pois nem


vou contar em como tive que me virar para comprar as suas
especiarias do Brasil.

Eu definitivamente poderia me considerar um sobrevivente de


uma catástrofe cataclísmica chamada Bianca Hoffman e seus
hormônios em ebulição!
Mas vale a pena cada segundo quando a vejo sorrir, ressonar
em meus braços e gemer meu nome quando estou enterrado em
sua boceta quente e molhada a noite inteira, ou apenas em sentir
minha filha responder se movendo na barriga da mãe durante
nossas extensas conversas na madrugada quando a maior não
consegue encontrar uma posição adequada...

Sorrio bobamente acelerando a Mercedes pela estrada de


barro.

Eu vou ser pai, porra!

—Se você não parar de sorrir dessa forma e acelerar esse


maldito carro eu juro por meu Padre Cícero que te faço picadinho,
Dylan! — Berrou ela no banco de passageiro fazendo a respiração
cachorrinho como a instrutora do curso de pais de primeira viagem
nos ensinou.

—Eu estou dirigindo o mais rápido que consigo, neném... Eu


estou tão feliz que enfim vou conhecer o rostinho da minha
pequena! — Murmurei suspirando.

—Ahhhhhhhhhhhh!— Ela gritou.

Em seguida ofegou e por fim rosnou me fitando daquele jeito


seu intimidador.

—Pois é bom que acelere a porra desse carro, a menos que


queira conhecer sua filha arrancando ela você próprio de dentro de
mim! —
Ok. Era o incentivo que eu precisava para aumentar a
velocidade de 100 km por hora, para 180 Km por hora em apenas
décimos de segundo...

Bianca começou a sentir contrações há duas horas, e assim


que sua bolsa estourou foi um Alá nos socorra.

Maria tentava acalma-la, Fernando distribuía ordens e


instruções de como chegar ao hospital da cidade vizinha o mais
rápido possível, Bianca gritava e xingava de minuto a minuto e eu....
Bem... eu ainda estava em choque parado frente a minha mulher e a
encarando emocionado.

Chegamos ao hospital e logo ela foi encaminhada a um


quarto enquanto esperava o médico vir.

Vê-la gemer de dor e gritar a plenos pulmões com todo


mundo me obrigava a ser firme e tentar raciocinar adequadamente,
afinal de contas, nós dois não poderíamos surtar ao mesmo tempo
porque alguém teria que lidar com o bebê recém-nascido, e a merda
da imagem da gelatina se espatifando do chão ainda me causa
náuseas...

—Maria, por favor me dá um chá, uma injeção, uma água


benta, qualquer coisa para parar essa dor, pelo amor de Deus! —
Bianca implorou apertando forte minha mão durante mais uma
contração.

Seus cabelos pretos estavam esparramados no travesseiro


do modesto quarto hospitalar composto por uma cama estreita e
duas cadeiras acolchoada.
—Não tem chá que faça essa dor passar, menina. Aguente
firme, já, já, tu vai tá com sua filha nos braço e vai ter valido a pena
sentir essa dor! — Maria tenta acalma-la.

— Onde eu estava com a cabeça quando decidi ter essa


criança por parto normal?!— Choramingou desesperada, mas logo
em seguida já estava atirando pedras... — A culpa é sua Dylan! A
culpa é toda sua! — Me acusou.

— Eu? Neném, você está sendo injusta— Argumentei.

— Culpa sua sim senhor! Porque não me lembrou que uma


criança teria que passar por minha boceta? Isso é contra as leis da
física, química, matemática e fere a constituição, pois deferir dor e
sofrimento a outrem é crime!... Uma criança não pode passar por ali,
porra! — Ela troveja e vejo Armindo segurar o riso, ao contrário de
Lauren que não controlou a gargalhada.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhh... Não ria, sua desgraçada! —


Bianca tornou a berrar com a nova contração.

— Respira, amor! Respira, assim... isso! — Eu respirava como


um cachorrinho junto com ela...

—fuu... ooo...fuuu... Eu não quero mais, Dylan. Por favor,


chama o médico e mande-o aplicar uma epidural e tirar o bebê. Eu
não aguento mais! —

— Calma meu amor! —

— CALMA É O CARALHO, PORRA! ONDE ESTÁ O FILHO


DA PUTA DO MÉDICO? — Ela rugiu.
— Aqui senhora Hoffman!— O médico calvo e barrigudo
adentrou o quarto calmamente esbanjando um sorriso que morreu
assim que Bianca o fitou em seu melhor lado demoníaco
pronunciando...

—OU VOCÊ FAZ ESTA CRIANÇA NASCER AGORA OU EU


JURO QUE O FAREI PARIR POR MIM! —

Já na sala de parto seus gritos ensandecidos não cessaram...

—Ahhhhhhh.... Dylan, faça alguma coisa! Por favor! — Me


implora apertando minha mão quando uma nova contração se
aproxima mais uma vez.

—Calma, neném. Vai passar, respira, respira como a


instrutora falou e empurra nossa filha— Murmuro acariciando seu
lindo rosto corado e suado.

—Vai nascer, Dylan. Nossa menina vai nascer! — Ela riu


entre as lágrimas fazendo força novamente.

Encostei meu rosto no dela devolvendo o sorriso.

—Sim, ela vai sim, neném! — Afirmei emocionado.

Uma hora e dezessete minutos depois Betrice


Holffman nasceu, linda e forte como a mãe.

Estava apreensivo quando a enfermeira praticamente jogou a


minha filha em meus braços, a imagem daquela coisinha frágil de
cabelos escuros como o ébano e olhos azuis como safiras, se
espatifando no chão assim que eu a derrubasse relampejou em
minha mente. Mas a vontade de segura-la era maior, então apesar
da falta de jeito, eu a segurei, e só então eu descobri que jamais a
deixaria cair. Porque aquela menininha que me fitava curiosa e
chorosa ainda, era a coisa mais importante da minha vida, e como
tal, eu me comprometi naquele instante que nada, nem ninguém
jamais a machucaria...

—Ela é linda, neném. Veja! — Disse sorrindo bobamente


entre as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Ser pai era uma porra emocionante, e sentir sua filha pela
primeira vez então era o cúmulo da felicidade...

—Sim, eu vejo. Ela tem seus olhos! — Bianca murmurou


exausta, beijando os cabelos da nossa menina quando a aproximei
de seu rosto.

—E seus cabelos, sua boca.... Obrigada, meu amor!


Obrigada por fazer tão feliz. — Agradeci beijando seus lábios
pálidos.

***

Um ano depois...

—O que nós perdemos? — Lauren adentrou a sala afoita


arrumando os longos cabelos vermelhos acompanhada de Armindo.

Bianca bufou indignada cruzando os braços e mirando-o o


casal ameaçadoramente.

—Estávamos quase cantando os parabéns da sua afilhada


sem a presença dos padrinhos dela. Será que não dava para
esperar chegarem em casa?! Tinham mesmo que trepar no banheiro
do escritório?!—

Contive o sorriso quando Armindo sorriu amarelo de


desculpas.

Porém não consegui controlar o riso quando a maluca da


Lauren acariciou sua enorme barriga de sete meses sem se
importar de Zayn e Samira também se encontrarem no local e deu
de ombros murmurando.

—Amiga, sabe como sua bancada é proporcional para uma


boa trepada?! Céus! Preciso de uma dessas lá em casa! Você sabe
como uma barriga desse tamanho nos impede de viver um sexo
duro plenamente em qualquer lugar, eu tinha que aproveitar a
oportunidade! —

—Lauren! Não precisa ser tão explícita e divulgar nossa vida


sexual ao mundo inteiro! — Reclamou Armindo envergonhado
quando todos nós gargalhamos.

—Não seja chato, amor! Você acha mesmo que somos


apenas nós que estamos tendo dificuldades em encontrar posições
confortáveis para uma boa trepada? Olhe o tamanho da barriga da
Samira e da Bianca?! Nem parece que a minha gravidez que é de
gêmeos! E além do mais, não sei do que você está reclamando, eu
que estou carregando o peso de duas crianças que você foi idiota o
bastante de pôr dentro da minha barriga, cretino! —Reclamou ela.

Tentei conter o riso porque Bianca fitou a amiga como se


quisesse torcer o pescoço da mesma. Essa semana mesmo ela me
inqueriu sobre nossa gravidez e eu moderei minhas palavras
quando me referi ao seu aumento de peso.

Na verdade, tê-la com aquela barriga redondinha, num


vestidinho estampado, de cabelos soltos e um sorriso deslumbrante
no rosto a fazia a mulher mais linda do mundo para mim, e nem vou
mencionar o quanto seus seios—que agora estavam o dobro do
tamanho- me davam água na boca.

—Está me chamando de gorda? — Bianca inquere


ameaçadoramente.

Armindo bufou — Como se em casa não transássemos como


dois coelhos ninfomaníacos! E quanto a sua gravidez, foi você que
me tentou a transarmos sem camisinha, cretina! E não fale como se
não amasse nossos filhos, eles podem ouvir tudo o que falamos e
podem se sentirem rejeitados! —

—Sorte a sua que os amo! — Ela devolveu.

Armindo sorriu bobamente abraçando-a pelas costas e


beijando seu pescoço — Ama só a eles? Tem certeza que não falta
mais alguém nessa breve declaração? —

Ela revirou os olhos contrariada respondendo.

— Não seja convencido, Caipira! Para uma declaração,


apenas uma chupada e uma boa trepada não foi o suficiente! —

Ele sorriu mordendo de leve seu pescoço.

— Cachorra! — Sussurrou pensando que ninguém poderia


ouvi-los.
— Safado!— Lauren gemeu em resposta.

— Ainda não me respondeu Aramis, acaso insinuou que estou


gorda? — Bianca insistiu mirando Lauren a espera de uma resposta
que a convencesse a não degolar a amiga bem ali, na nossa
cozinha...

Lauren revirou os olhos para a outra e resmungou.

—Claro que não! Estou enfatizando que você é uma vadia de


sorte! Da sua enorme barriga vai sair apenas uma criança, e da
minha vão sair dois e de uma vez só. —

Um suspiro encantado de Samira chamou a atenção da


morena e da ruiva para a loira que as encarava sonhadora.

—A maternidade é algo tão lindo, transforma o corpo de uma


mulher de uma maneira tão magnifica! — A loira piscou os olhos
para as duas que a miravam horrorizadas.

—De onde ela saiu? De um livro de auto- ajuda por um


acaso?!— A ruiva resmungou.

—É, ela costuma ser irritantemente boazinha ás vezes!—


Bianca murmura de volta.

—Ah, não sejam tão duras assim. Ser mãe é uma experiência
sensacional! — Samira volta a afirmar sorrindo.

— Isso mesmo amor! — Zayn a defende se apressando em ir


até esta e passar os dois braços em torno de sua cintura, por sua
vez, a loira descansou a cabeça em seu peito.
—Só se for para você que ainda não se transformou em uma
vaca leiteira! — Reclamou Lauren.

— Ah, também não é assim, Lauren. Seios grandes até que são
bonitinhos! Estar grávida de um filho de Zayn é maravilhoso—
Resmungou Samira recebendo um beijo no ombro do marido.

— E quando foi a última vez que transaram loucamente até


perderem as forças?— Lauren os confrontou fazendo Samira
enrubescer violentamente.

— Bem... ééééé...— Zayn murmurou pensativo, mas logo


calou-se apertando sua mulher mais a ele.

— Foi o que eu pensei! — Lauren sorriu vitoriosa.

Bianca acabou rindo da vermelhidão que tomava conta do


rosto de Samira.

A porta foi aberta e dois pestinhas praticamente idênticos


adentraram correndo e sorrindo chamando pela tia, que logo beijou
meus lábios e levantou do meu colo, beijou suas cabeleiras
castanhas e os pequenos voltaram ao pai.

— A Beatrice está procurando ocês!— Fernando murmurou


entrando na cozinha segurando seus filhos e pendurando-os, um em
seus ombros, e a menina em sua perna.

A bela morena de barriga enorme também adentrou a


cozinha acompanhada do Delegado Velaskes que parecia irritado.

— Temos que ir Mila, estou atrasado para o meu plantão. —


O homem se mostrava impaciente.
— Eu posso ir só para casa, estou grávida, não inválida
hermoso! — Ela cruzou os braços sobre os seios avantajados no
vestido justo.

Ele praguejou baixinho e resmungou. — Tudo bem, eu


espero. —

— Bem, eis aqui um caso de casal que não transam há


séculos também. Nós entendemos, o mal humor faz parte. Sugiro a
bancada do banheiro do escritório da Bianca. — Lauren sugere.

— Não somos um casal! — Os dois respondem uníssonos.

Bianca, Lauren e Samira se comunicam com olhares até que


Bianca responde.

— Eles ainda estão na fase de aceitação.

Mila fez menção de responder quando mais alguém adentra a


cozinha...

—O que tão fazendo aí ainda? Só falta ocês para cantar os


parabéns para menininha Beatrice! — Maria interrompeu com minha
pequena filha nos braços.

Todos vieram do Brasil ontem.

Os gêmeos amaram 'andar de avião' bem como o pai havia


explicado quando indagado sobre o voo. Fernando alegou não estar
com medo, mas bem vi seu rosto pálido e sua voz grossa reclamar
'o quanto odeia voar num bicho tão grande'. Maria veio o caminho
inteiro rezando e se apegando com todos os santos e assim que
desceu tivemos de espera-la rezar dois terços agradecendo ainda
estar viva 'depois de andar num pássaro de ferro daquele tamanho'
disse ela. Já Lauren e Armindo praticamente se trancaram na
pequena cabine que meu jatinho particular possui e deram o ar das
graças apenas quando estávamos para pousar.

Eu fui ao Brasil resolver alguns trâmites para abrir a nova filial


de produção. Será uma enorme estrutura e empregará quase toda
população da pequena cidade que rodeia a fazenda, os colonos e
seus filhos. Já estou fornecendo os cursos profissionalizantes
necessários para que possamos emprega-los, e provavelmente
daqui há a quatro meses a nova filial do império Hoffman estará em
pleno funcionamento. Essa minha iniciativa me rendeu uma
esposinha amorosa e fodas indescritíveis...

Eu tinha uma mulher fodidamente linda, que havia me dado


uma filha e agora um menino era aguardado. Minha empresa nunca
esteve melhor, morávamos numa mansão há poucos minutos da
cidade e nossa casa sempre estava repleta de amigos e boas
risadas. Traduzindo, eu era porra do homem mais feliz do mundo...

— Papai— Beatrice disse abrindo os bracinhos gordinhos em


minha direção assim como de costume, e a segurei beijando sua
cabecinha coberta por fios escuros como os da mãe, mas seus
olhos eram azuis como os meus num vestido lilás de princesas
rodado.

— Já estamos indo Maria. Vem cá princesinha da mãe! —


Bianca segurou a pequena pela mão e caminhou para a saída
acompanhada das amigas.
Suspirei ao vê-la sair da cozinha depois de piscar um olho
para mim com aquela carinha de safada e falsa inocência,
esbanjando aquele sorriso maquiavélico de quem mal esperava
para me ter dominando-a.

Alá! Eu não poderia estar mais completo.

—Não sei como quatro pessoas tão diferentes podem


combinar tanto— Zayn comentou ainda focado na porta onde sua
mulher sumiu há alguns minutos atrás, acompanhada de Lauren,
Mila e da minha e Fernando carregando seus dois filhos.

—Nem eu! — Armindo concordou.

— Pois eu sei. — Os demais me olharam surpresos —


Combinam porque trazem como por sobrenome 'confusão'! Por isso!
— Murmurei acompanhando-os na gargalhada que posou na
cozinha então habitada apenas por nós quatro.

— São sem sombra de dúvidas as submissas mais improváveis


que já existiu! — Zayn afirmou divertido.

— E as mais perfeitas também! — Confirmei.

— E possuem os maridos mais dominadores e apaixonados


que existem! — Armindo enfatizou suspirando.

— Verdade! Não saberia viver sem minha diabinha—

— Nem eu sem minha pimenta!— Reclamou Armindo.

— E eu sem meu anjo, então...— Zaym proferiu.


— Eu viveria sem hermosa sem nenhum problema. —
Velaskes murmurou pensativo.

Olhei para Zayn, que olhou para Armindo e olharam para ele.

— A fase de negação? — Inquiriu Armindo.

— Com certeza. — Zayn respondeu.

— Deveríamos contar a ele? — Questionei.

Sim, aquele cara estava perdidamente apaixonado pela


Porto-riquenha.

— Não. É mais emocionante descobrir ele mesmo. — Zayn


respondeu sarcástico.

— Descobrir o que? Do que estão falando? — O delegado


quis saber curioso e rimos um pouco, o que o deixou mais confuso.

— Vem, vamos cantar os parabéns antes que algum de nós


percamos nossas bolas.

— Somos quatro fodidos!— Armindo chegou a conclusão.

— É... nós somos!— Zayn retrucou conformado.

Numa coisa aqueles demais homenzarrões e eu éramos


semelhantes: Éramos dominadores completamente dominados por
nossas mulheres. Ás amávamos cada qual de sua maneira e
adorávamos submetê-las a nossos desejos. Mas sobretudo, as
amávamos aqueles jeitos imperfeitas de ser, porque isto era o que
fazia nossas meninas sob medida, perfeitas para nós...
Depois que todos foram embora aquela noite, e após botar
nossa menina para dormir, é claro, fomos para nosso quarto.

Antes que ela terminasse de se despir a puxei para os meus


braços após colocar uma música suave, a mesma que dançamos a
primeira vez em nossa festa de casamento e ela sussurrou toda ela
para mim...

— ... Te dou tudo de mim. E você me dá tudo de si...— Tocou


os últimos acordes.

O vento que entrou pela janela cobrindo seu rosto e lindo


sorriso com seu cabelo escuro como o ébano. Eu me afastei o
suficiente para colocar uma mecha atrás da sua orelha e beijar a
pontinha do seu nariz.

— Eu te amo, Bianca! Amo nossa vida, amo nossos filhos e


amo tudo em você! — Declarei.

Ela sorriu daquele jeito que me fazia cativo de todas as suas


vontades, pôs os cabelos que caiam como um véu por seus ombros
dando um vislumbre perfeito de seus seios fartos devolvendo
dengosa.

— Eu também te amo! —

O beijo calmo se transformou em urgente logo que sua língua


encontrou a minha e eu ouvi seu gemido baixinho, não demorou
muito para eu estar sem camisa e a levando para a cama.

Em poucos instantes estávamos suados, ofegantes e


gemendo o nome um do outro com luxúria...
O caminho foi longo, o solo no qual supomos ser infértil foi
semeado e colhemos os frutos do nosso amor.

Eu não conseguiria pôr em palavras o quão feliz me deixava


sentir seu cheiro depois de um dia de trabalho infernal, ouvir minha
pequena Beatrice me chamar de pai, ou sentir o pequeno Pietro se
mover na barriga de sua mãe sempre que eu falava em ensina-lo
montar cavalo...

Nós descobrimos o amor da maneira mais difícil e mais


inevitável que poderia existir, através de um casamento, de um
acordo selado há muito tempo. Mas eu agradeceria a Alá por aquele
maldito acordo até o fim de meus dias, porque foi assim que
descobri o amor, foi assim que descobri que Minha Menina Má e eu
fomos predestinados um para o outro desde sempre e assim se
perpetuaria até meu último suspiro...

FIM

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