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Índice

Introdução...........................................................................................................................................2

0. Objectivos.......................................................................................................................................2

0.1. Objectivos –Geral.....................................................................................................................2

0.2.Objectivos Especifico................................................................................................................2

0.3.Metodologia...............................................................................................................................2

Conceito..........................................................................................................................................3

Direito de família ...............................................................................................................................3

ADOPÇÃO.........................................................................................................................................5

A família matrimonial.........................................................................................................................6

A família informal...............................................................................................................................6

A família monoparental......................................................................................................................7

A família anaparental..........................................................................................................................8

A família reconstituída........................................................................................................................8

A família paralela................................................................................................................................9

A união poliafetiva............................................................................................................................10

NOÇÃO DE DIREITO DE FAMÍLIA.........................................................................................11

Noções de alimentos.........................................................................................................................13

Conclusão..........................................................................................................................................14

Referencias Bibliograficas................................................................................................................15

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Introdução

O presente trabalho visa abordar o direito da família, pretende ser uma ajuda a todos que defendem
os direitos civis e que desejam seguir as normas e os mecanismos que o direito internacional
dispõe. Ele evita, o máximo possível, a difusão de conceitos teóricos e doutrinas sem relevância
prática e centra-se na apresentação de conhecimentos básicos no que diz respeito ao tratamento
adequado de uma questão jurídica com uma série de particularidades.

No entanto esse tema é de bastante relevância, com essa expectativa, deve estar disposto,
primeiramente, a tomar conhecimento do desenvolvimento do direito da família e sua forma actual,
a fim de obter uma primeira visão acerca do tema. E como o tema e de muita importância e
impossível falar do direito da família sem que se defina o direito humano após os objectivos e a
metodologia terá uma definição básica do direito humano.

0. Objectivos

0.1. Objectivos –Geral

 Falar do Direito da Familia;

0.2.Objectivos Especifico
 Discrever Noções;
 Familia de acolhemento;
 Familia por adopção;
 Noção de alimentos:

0.3.Metodologia

Diversos foram o caminhos precoridos para a elaboraçao desse trabalho. Todavia um dos aspectos
mais preponderante que possiblitou a elaboraçao desse trabalho foi: A pesquisa possui abordagem
qualitativa de caráter descritivo. A abordagem qualitativa se faz adequada nesta pesquisa, a
estratégia escolhida foi a de conteúdo, isso porque possibilita o uso da internet para subsidiar ainda
mais o trabalho.

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Conceito

Direito de família é o ramo do Direito Civil que trata das relações familiares e das obrigações e
direitos decorrentes dessas relações, tem como conteúdo os estudos do casamento, união estável,
relações de parentesco, filiação, alimentos, bem de família, tutela, curatela e guarda. Dentro do
Direito de Família, encontramos o Casamento, que é a união voluntária entre duas pessoas,
formalizada nos termos da Lei, com o objetivo de manter uma plena comunhão de vida.

A Lei da Família compreende um conjunto de normas jurídicas que regulam as relações entre
pessoas ligadas entre si por laços de familiaridade que o Estado reconhece efeitos jurídicos,
nomeadamente a procriação, o parentesco, a afinidade, o casamento e a adopção.

Procriação – é a função através da qual os seres vivos produzem filhos.

Parentesco – é o vínculo entre pessoas que descendem uma da outra, ou ambas procedem de um
progenitor comum, (art. 8 da LF). No primeiro caso temos a relação na linha recta entre pai e filho,
pois o filho descende do pai; e no segundo caso temos a relação entre irmãos, primos e tios, em que
aqueles procedem do mesmo progenitor.

A aprovação da Lei da Família (Lei nº 10/2004), em 2004, representou o culminar de longos


esforços no combate pela igualdade e não discriminação no âmbito da família. Exposta não apenas
como lugar de afectos e solidariedade, mas também de confrontos, de hierarquias e de exclusões,
para alguns a família era vista como um reduto inviolável a que deveriam ficar alheias políticas
estatais. Para outros, e aqui incluem-se as(os) activistas de direitos humanos, a família deveria ser
objecto de intervenção urgente, para que os direitos de cidadania pudessem ser gozados no espaço
familiar por aqueles que normalmente deles se vêm privados, as mulheres e as crianças.

As primeiras tentativas de alteração do direito de família remontam ao período imediatamente


após a independência nacional, em 1975, em que era crucial adequar as leis aos novos imperativos,
os princípios estabelecidos na Constituição e a orientação política e ideológica da altura. Todavia,
só em 1998 é que arranca o processo que, em 2004, teve como corolário a aprovação de uma nova
Lei da Família. Estes seis anos foram intensos em termos de debates e ficou patente o enorme
potencial de resistência à mudança, da parte não só de sectores mais conservadores, como também
de outras instituições com funções de governação e legislativas. O que estava em jogo era acabar
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com a discriminação e garantir que mulheres e homens tivessem direitos iguais na família e que
esta deixasse de ser o espaço privilegiado, arredado da lei e dos preceitos que regem a convivência
entre as(os) cidadãs(os), onde todas as iniquidades eram possíveis. A Lei da Família (Lei nº
10/2004) entrou em vigor em 2005.

Este artigo é o primeiro de uma série, baseada nos resultados de uma pesquisa desenvolvida pela
WLSA Moçambique e que pretendia fazer o balanço dos primeiros cinco anos de aplicação desta
lei, junto a instâncias tanto formais como informais, mas que intervêm na resolução de conflitos na
área do direito de família.1 Procurava-se detectar as limitações da lei, a sua apropriação pelos
agentes que têm o dever de a fazer cumprir e pelos que, ao nível das comunidades, dirimem
conflitos relacionados com a família, as modalidades da sua aplicação e os obstáculos provenientes
não só do próprio funcionamento das instituições, mas da interferência do modelo cultural e
patriarcal.

O Código Civil é uma herança portuguesa, vinda da época colonial. Foi aprovado em 1966,
mantendo-se, no entanto, alguns dispositivos referentes ao código de 1867.

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Casamento: é a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o propósito de
constituir família, mediante comunhão plena de vida (art. 7 da LF).

Adopção: é o vínculo jurídico semelhante ao que resulta da filiação natural, independentemente


dos laços de sangue (art. 15 da LF), conferido por sentença judicial.

As pessoas por serem membros de uma determinada família, como filho, cônjuge, etc., adquirem
direitos e estão sujeitas a deveres. É o Direito da família que contém as normas jurídicas
relacionadas com a estrutura, organização e protecção da família.

ADOPÇÃO
Nas decisões sobre pedidos de adopção que impliquem ou possam implicar a saída do menor
para o estrangeiro, há ainda muitos receios quanto à protecção da criança contra o tráfico de
pessoas, trafico para extracção de órgãos, escravatura ou outros actos cruéis. Os Serviços de
Acção Social têm de dificuldades de fazer o acompanhamento permanente do menor adoptado
por estrangeiro, quando vá viver no estrangeiro.

Afinidade – é o laço que uni cada um dos cônjuges (marido ou mulher) aos parentes do outro,
por efeito do casamento (art. 13 da LF). Na união da união de facto não há afinidade porque não
há casamento.

Em Moçambique, o direito da família é regulado pela Lei nº 10/2004, de 25 de Agosto, que


revogou o Livro IV do Código Civil sobre o Direito da Família, porque era necessário eliminar
as disposições que sustentavam as desigualdades de tratamento nas relações familiares como, por
exemplo, entre filhos nascidos na constância do casamento e os nascidos fora do casamento,
entre filhos do sexo masculino e os do sexo feminino, entre a esposa e o esposo, etc., que
estavam previstas no Código Civil.
Também era necessário conformar a lei vigente com a Constituição da República relativamente
ao princípio da igualdade das pessoas perante a lei (art. 33) e da igualdade de género (art. 36) e
com a realidade sócio-cultural do país, como a necessidade do reconhecimento da união de facto.

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A família matrimonial

Para triunfo do casamento era importante o princípio da monogamia, que não tem texto expresso
no ordenamento jurídico brasileiro, mas surgiu no período de transição entre a fase média e a
fase superior da barbárie, baseado na predominância do homem e na certeza da paternidade de
seus filhos, assim conferindo maior solidez aos laços conjugais, embora ao homem sempre fosse
tolerado o direito à infidelidade, de sorte que ao morrer o homem teria a certeza de estar
transmitindo sua riqueza e por herança aos seus filhos, e não aos filhos de qualquer outro. O
discurso de adoção ao princípio da monogamia acompanhou o longo percurso da cristandade do
matrimônio monogâmico, indissolúvel e destinado à procriação o único espaço da sexualidade.
Somente no casamento existiria a legítima descendência, em que os filhos eram presumidamente
conjugais e não sofriam as discriminações da prole preterida, subdividida em filhos ilegítimos,
espúrios, naturais e incestuosos. Honrada seria a mulher do casamento, cuja imagem social se
manteria íntegra e ilibada. Com o passar dos tempos e a evolução dos costumes sociais, a união
estável foi posta constitucionalmente ao lado da família do casamento, a merecer a proteção do
Estado e figurar como essencial à estrutura social, sendo que o casamento, diferentemente da
união estável, dispõe de todo um complexo de dispositivos no Código Civil destinados à sua
formal, precedente e legítima constituição e sua eventual dissolução.

A família informal
A família informal já foi sinônima de família marginal, muito embora figurasse como panaceia
de todas as rupturas matrimoniais enquanto ausente o divórcio no Direito brasileiro, ela serviu
como válvula de escape para quem, desquitado, não podia casar novamente porque o matrimônio
era um vínculo vitalício e indissolúvel. Denominado concubinato, em 1988 foi alçado à condição
de entidade familiar , trocando sua identidade civil pela expressão consolidada de união estável.
Enquanto viveu à margem da lei, o concubinato procurou lentamente seu caminho ao
reconhecimento e consagração de uma típica espécie legítima de constituição familiar, primeiro,
logrou ver judicialmente reconhecidos direitos que comparavam a mulher concubina à serviçal
doméstica, concedendo-lhe, com a ruptura do concubinato, uma indenização por serviços
prestados, e se ela de alguma forma tivesse contribuído com recursos próprios para a aquisição

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de bens registrados em nome do concubino, por analogia ao Direito Comercial podia reivindicar
a divisão dos bens comuns em valor proporcional ao montante de seus efetivos aportes
financeiros, pois seu vínculo afetivo era equiparado a uma sociedade de fato.

A Carta Política de 1988 resgatou a dignidade do concubinato e passou a denominá-lo união


estável, e as estatísticas mostram um acentuado crescimento e até mesmo a superação numérica
de relacionamentos estáveis em detrimento do casamento civil, e estudos sociais e jurídicos
apontam diversas causas tidas como responsáveis pelo constante crescimento das famílias
informais.

A família monoparental

Famílias monoparentais são usualmente aquelas em que um progenitor convive e é


exclusivamente responsável por seus filhos biológicos ou adotivos. Tecnicamente são
mencionados os núcleos monoparentais formados pelo pai ou pela mãe e seus filhos,
mesmo que o outro genitor esteja vivo, ou tenha falecido, ou que seja desconhecido porque a
prole provenha de uma mãe solteira, sendo bastante frequente que os filhos mantenham relação
com o progenitor com o qual não vivam cotidianamente, daí não haver como confundir família
monoparental com lugar monoparental. Com respeito à sua origem, as famílias monoparentais
podem ter diversos pontos de partida, advindas da maternidade ou paternidade biológica ou
adotiva e unilateral, em função da morte de um dos genitores, a partir do divórcio, nulidade ou
anulação do casamento e da ruptura de uma união estável.13 As causas desencadeadoras da
monoparentalidade apontam para a natalidade de mães solteiras, inclusive por técnicas de
inseminação artificial, até mesmo post mortem e motivos ligados a uma prévia relação conjugal
(não necessariamente oriunda do casamento, mas da conjugação de interesses em uma vida
comum), com separação de fato, separação legal, divórcio, nulidade ou anulação do casamento,
ou viuvez.

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A família anaparental

Existem diferentes liames sociais cujos vínculos foram acolhidos pela Carta Política de 1988, ao
adotar um modelo aberto de entidade familiar digno da proteção estatal. Ao lado da família
nuclear construída dos laços sanguíneos dos pais e sua prole está a família ampliada, como uma
realidade social que une parentes, consanguíneos ou não, estando presente o elemento afetivo e
ausentes relações sexuais,porque o propósito desse núcleo familiar denominado anaparental não
tem nenhuma conotação sexual como sucede na união estável e na família homoafetiva, mas
estão juntas com o ânimo de constituir estável vinculação familiar. Nesse arquétipo, a família
anaparental está configurada pela ausência de alguém que ocupe a posição de ascendente, como
na hipótese da convivência apenas entre irmãos.

A família reconstituída

A família reconstituída é a estrutura familiar originada em um casamento ou uma união estável


de um par afetivo, em que um deles ou ambos os integrantes têm filhos provenientes de um
casamento ou de uma relação precedente. Entre os anglo-saxões as famílias recompostas são
chamadas de stepfamily, de onde a palavra step provém de steop, que, em uma acepção antiga,
significava “desamparado, abandonado, órfão”, enquanto os franceses as denominam famille
recomposée, ao passo que na língua espanhola e portuguesa não existe qualquer denominação
para essas espécies de famílias, que terminam sendo definidas como “novas famílias depois do
divórcio”, ou “segundas famílias” como arremedo de “segundas núpcias”, enquanto
na área psicossocial, prosseguem Grosman e Martínez Alcorta, são designadas como “famílias
reconstituídas”, “famílias recompostas”, “famílias mescladas” e em mocambique são mais
conhecidas como famílias mosaicas ou pluriparentais.

Com a disseminação dos divórcios e até mesmo das dissoluções das inúmeras uniões estáveis
vão surgindo as figuras dos padrastos e das madrastas, dos enteados e das enteadas, e que
ocupam os papéis domésticos dos pais e mães, dos filhos e das filhas e dos meio-irmãos que são

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afastados de uma convivência familiar e que passam a integrar uma nova relação familiar
proveniente dos vínculos que se formam entre um dos membros do casal e os filhos do outro.
Nada existe na legislação em vigor acerca da figura da autoridade parental do padrasto ou da
madrasta e tao pouco de seu eventual dever de alimentar o filho que criou da relação desfeita, a
quem forneceu por mera liberalidade condições materiais compatíveis ou incompatíveis com os
rendimentos do genitor biológico, ou da ausência de proventos do ascendente genético, seu ex-
companheiro e do qual está por se separar, o que significa para o enteado perder um padrão
social e econômico desfrutado por concessão e benesse do padrasto. Diferente se mostra o
Código Civil e Comercial argentino (Lei 26.994/2014), que entrou em vigência em 1º de agosto
de 2015, estabelecendo a obrigação alimentar do progenitor afim, cônjuge ou convivente
(padrasto ou madrasta), em respeito ao filho do outro (CC, arts. 538 e 672 a 676). Ordena o
artigo 676 do Código Civil e Comercial argentino, que a obrigação alimentar do cônjuge ou
convivente em relação aos filhos do seu parceiro tem caráter subsidiário, e cessa este dever com
a dissolução do vínculo conjugal ou a ruptura da convivência. Entretanto, se a mudança da
situação ocasionar dano grave ao menor ou ao adolescente e o padrasto ou a madrasta assumiu
durante a vida em comum o sustento do filho do outro, pode ser fixada uma cota alimentar de
caráter assistencial e transitório, cuja duração será definida pelo juiz de acordo com as condições
de fortuna do obrigado, as necessidades do alimentando e o tempo de convivência. Por fim,
também no campo do direito sucessório, entre pais e filhos afins nada foi regulamentado pelo
Código Civil Mocambicana. Evidentemente, o testamento seria uma opção dentro da
previsibilidade do poder de disposição do autor da herança, mas não um efeito próprio e natural
dos vínculos de afeto que se estabelecem entre o padrasto e seu enteado.

A família paralela

Fiel ao regime monogâmico das relações conjugais, o artigo 1.521, inciso VI, do Código Civil
impede que se unam pelo matrimônio pessoas que já sejam civilmente casadas, ao menos
enquanto não for extinto o vínculo conjugal pela morte, pelo divórcio ou pela invalidade judicial
do matrimônio. O casamento brasileiro é essencialmente monogâmico, tanto que a bigamia é

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tipificada como infração criminal, passível de reclusão, só podendo a pessoa recasar depois de
dissolvido o seu vínculo de casamento.
Embora a pessoa casada não possa recasar enquanto não dissolvido o seu matrimônio pelo
divórcio, pela declaração judicial de invalidade, ou pela morte, quedando viúvo o cônjuge
sobrevivente, igual restrição não acontece na conformação de uma nova relação por meio da
união estável, dado à expressa ressalva do 1º do artigo 1.723 do Código Civil, de que a
separação judicial ou extrajudicial mesmo a simples separação de fato seriam suficientes para
conferir inteira validade à união estável, não havendo necessidade da prefacial dissolução do
matrimônio civil pelo divórcio.

Assim, enquanto um segundo casamento para quem já é casado só pode ocorrer se primeiro
promover o seu divórcio, para a convalidação de uma união estável basta a sua separação de fato,
a separação judicial ou extrajudicial, ou o divórcio judicial ou extrajudicial da relação afetiva
anterior. Mas, segue sendo empecilho para a união estável a coexistência de um casamento
paralelo e cujo cônjuge não está nem fática e nem legalmente desvinculado da relação
precedente, mantendo uma união adulterina, vedada pelo 1º do artigo 1.723 do Código Civil.

A união poliafetiva

Trata-se de um triângulo amoroso, constituído pela relação afetiva de mais de duas pessoas,
vivendo todos sob o mesmo teto, em convivência consentida e que no passado era
veementemente reprimida e socialmente maculada como uma abjeta, ilegítima e antissocial
poligamia. Em tempos de exaltação do afeto como condição de formação do núcleo familiar, a
relação amorosa triangular ou com mais pessoas, é denominada de união poliafetiva. O
relacionamento poliafetivo inspirou-se certamente, nos valores supremos da dignidade humana e
no afeto, princípios constitucionais presentes na construção dos vínculos familiares, e quando a
Carta Federal tutela a pluralidade familiar, justifica sua função a partir da promoção da pessoa
humana, literalmente desencarnada do seu precedente biológico e do seu viés econômico, para
fincar os elos psicológicos do afeto e sua comunhão contígua e solidária, os quais se sobrepõem
aos valores materiais e hereditários valorizados no passado. Esta família do presente parte de

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uma relação de estabilidade, coabitação em regra e do livre desejo de criar um núcleo familiar de
proteção recíproca, solidariedade e interdependência econômica, tudo inserido em um projeto de
vida em comum que destoa do tipo familiar de uma única configuração, pois isto nem mesmo a
Constituição Federal continua defendendo. Sujeito de direitos, cada partícipe dessa diversidade
familiar tem a liberdade de formar ou não sua própria família, sem ser obrigado a aderir a um
modelo único de um elenco fechado de entidade familia0kkr, diante de um perfil de família
plural.

Esta é a família poliafetiva, integrada por mais de duas pessoas que convivem em interação
`afetiva dispensada da exigência cultural de uma relação de exclusividade apenas entre um
homem e uma mulher, ou somente entre duas pessoas do mesmo sexo, vivendo um para o outro,
mas sim de mais pessoas vivendo todos sem as correntes de uma vida conjugal convencional. É o
poliamor na busca do justo equilíbrio, que não identifica infiéis quando homens e mulheres
convivem abertamente relações apaixonadas envolvendo mais de duas pessoas. Vivem todos em
notória ponderação de princípios, cujo somatório se distancia da monogamia e busca a tutela de
seu grupo familiar escorado no elo do afeto. A começar com o princípio do pluralismo das
entidades familiares, consagrado pela Carta Política de 1988, que viu no matrimônio apenas uma
das formas de constituição da família, admitindo, portanto, outros padrões que não se esgotam
nas opções exemplificativamente elencadas pela Constituição Federal, não havendo mais dúvida
alguma acerca da diversidade familiar depois do reconhecimento pelo STF das uniões
homoafetivas, que terminou com qualquer processo social de exclusão de famílias diferentes.

Prepondera o princípio constitucional da afetividade, sobrepondo o afeto sobre o aspecto


patrimonial e econômico que antigamente identificava a família exclusiva do casamento.
Américo Luís Martins da Silva reconhece a condição de entidade familiar

NOÇÃO DE DIREITO DE FAMÍLIA


O Direito de Família respeita ao conjunto de normas jurídicas que regulam as relações
familiares, integra uma parte do Direito Civil, e, portanto, está em conformidade com o Direito
Privado. Embora o Direito de Família contenha preceitos de ordem pública, não se identifica
com o Direito Público, tanto que a família, por toda a sua extensa importância social, é vista
como a base da sociedade, reclama certa intervenção de natureza institucional, em obediência

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aos interesses maiores de preservação dos direitos provenientes das relações jurídico-familiares
verticais.

O teor de indisponibilidade do Direito de Família está dosado na exata medida em que permite a
intervenção estatal e essa se ocupa em assegurar que certos preceitos não sofram o influxo da
plena liberdade de contratar, até mesmo porque o Direito de Família codificado só reconhece
como entidades familiares as que preencham os pressupostos do casamento, da união estável e
das relações monoparentais, embora maior extensão venha sendo identificada pela doutrina e
jurisprudência, a reconhecer outras opções de constituição familiar, como nos casos dos
relacionamentos homoafetivos, para não citar todas as outras formas conhecidas de constituição
de família.

De qualquer modo busca a legislação regular a forma de constituição e de dissolução da família,


e limita os deveres e os direitos no âmbito das relações parentais e, até o advento da Lei 11.441,
de 4 de janeiro de 2007, cujo texto foi em boa parte incorporado pelo Código de Processo Civil
de 2015, condicionava todos os ajustes efetivados no campo da ruptura das relações afetivas e na
regulamentação dos deveres parentais à obrigatória homologação judicial do acordo e dessa
forma conferir-lhe a necessária eficácia mandamental.

A autonomia privada sempre foi de diminuto relevo no campo do Direito de Família, pois
existem regras para poder casar e que invalidam o matrimônio quando não observados direitos
cogentes, tal como existe um conjunto de características que permitem reconhecer a existência de
uma união considerada estável e destinatária da proteção estatal. Do mesmo modo como não será
possível reconhecer vínculos de parentesco e de obrigações em relações que divirjam da norma
escrita e que não podem ser modificadas pela simples vontade das pessoas, como são clássicas as
situações que proíbem a renúncia aos alimentos de menores e incapazes, em uma mostra muito
clara da intervenção do Direito Público.

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Noções de alimentos
Na vigência da sociedade matrimonial ou da união de facto, os cônjuges ou os companheiros da
união de facto são reciprocamente obrigados à prestação de alimentos nos termos do artigo 101
da presente Lei.

Em todos os casos referidos ( art.433) anteriores da presente Lei, cessa o direito a alimentos se o
alimentado contrair novo casamento, passar a viver em união de facto ou comunhão de cama,
mesa e habitação com outra pessoa, ou vier a adquirir rendimentos que lhe permitam a auto-
suficiência.
O pai não unido por matrimónio é obrigado a prestar alimentos à mãe do seu filho, desde a data
do estabelecimento da paternidade e pelo período que vai desde o início da gravidez até ao fim
do primeiro ano de vida do filho. A mãe pode pedir alimentos na acção de investigação de
paternidade e tem direito a alimentos provisórios se a acção tiver sido proposta antes de
decorrido o prazo a que se refere o número do presente artigo, desde que o tribunal considere
provável o reconhecimento. Cessa o direito a alimentos devidos à mãe solteira a partir do
nascimento do filho, se a alimentada contrair casamento. O pai não unido por matrimónio é
obrigado a prestar alimentos à mãe do seu filho, desde a data do estabelecimento da paternidade
e pelo período que vai desde o início da gravidez até ao fim do primeiro ano de vida do filho. A
mãe pode pedir alimentos na acção de investigação de paternidade e tem direito a alimentos
provisórios se a acção tiver sido proposta antes de decorrido o prazo a que se refere o número do
presente artigo, desde que o tribunal considere provável o reconhecimento. Cessa o direito a
alimentos devidos à mãe solteira a partir do nascimento do filho, se a alimentada contrair
casamento.

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Conclusão

Em jeito de conclusao podem que o Direito de Família justamente destoa do restante do Direito
Privado quando, com as exceções dos divórcios e separações extrajudiciais da Lei n.º 22/2019:
Lei da Família e revoga a Lei n.º 10/2004, de 25 de Agosto, com a imperatividade de suas
normas, todas elas coerentes com o propósito de manutenção e preservação dos direitos pessoais
presentes nas relações jurídico-familiares, cujo enfoque diverge da livre movimentação
individual encontrada no campo das relações de cunho exclusivamente patrimonial e econômico;
mas isso não conduz à conclusão de o Direito de Família pertencer ao Direito Público, até porque
já ficou demonstrado o fracasso do intervencionismo do Estado na vida familiar e na intimidade
das pessoas e cada vez se faz mais crescente a política de não intervenção estatal, especialmente
nas relações familiares horizontais existentes entre marido e esposa, companheira e companheiro
e uniões homoafetivas.
A luta por direitos é sempre, simultaneamente, a contestação de uma ordem(s) anterior(es),
implicando deveres e podendo entrar em contradição com outros direitos já adquiridos, como,
neste caso, o direito à diversidade cultural e religiosa. Ao entrar num domínio fortemente
reivindicado como sendo do privado, o processo de aprovação da Lei da Família revelou a tensão
entre os direitos humanos e os direitos culturais. Embora reconhecendo a necessidade de
respeitar, na nova lei, os princípios garantidos na lei, a discussão foi constantemente permeada
por argumentos que reclamavam a validação de certas práticas, como a poligamia, só para citar
um exemplo, considerada fundamental como elemento identitário dos moçambicanos.

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Referencias Bibliograficas

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 9a ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume Único. 4a ed. São Paulo: Editora Método,
2014.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, Comissão dos Assuntos Sociais, do Género e Ambientais


(2003), sobre o Parecer relativo à Proposta de Lei que altera o Código Civil no que respeita às
Normas Reguladoras das Relações de Família e do Direito de Família
(AR-V/Parecer/348/24.04.2003).

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