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Olá galera, como estão os estudos? Tenho certeza que destruindo!

Sabemos que o tempo é uma das coisas mais preciosas em nossa vida, sabemos também que hoje em
dia é algo que nos falta... e MUITO!!

Por isso, nós, equipe do Direito Esquematizado, reunimos todo o nosso conhecimento e produzimos
um conteúdo fácil, esquematizado e rápido de aprender

Antes de iniciar o conteúdo, gostaria de pedir 2 favores:

1. Compartilhem esse material com seus amigos da Faculdade, Advogados, MP, etc., e
claro, pode compartilhar também com sua mãe, pai, cachorro, papagaio... Pois somente
com a ajuda de vocês o nosso trabalho irá crescer cada vez mais

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Somente desta forma os materiais ficarão cada vez melhores

Bem, chega de papo afiado e vamos lá!

“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas
formas de enxergar o mundo”

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DIREITO CIVIL

Antes de iniciar o conteúdo é importante nós localizarmos na linha do tempo do estudo do Direito Civil

Na Direito Civil Parte Geral estudamos: Pessoa, Bem e Atos Jurídicos (Atos Jurídicos “lato sensu; Aquisição
e Extinção e Negócios Jurídicos (Ato ilícito e Contratos)

No Direito das Obrigações estudamos a obrigação entre as pessoas

No Direito Contratual ou Contratos em Espécie estudamos o vínculo das obrigações estipuladas entre
pessoas

No Direito das Coisas ou Direito Real, estudamos o vínculo entre pessoa e objeto

E agora, no Direito da Família, iremos estudar o vínculo entre pessoas e pessoas ♥

Direitos de Família

INTRODUÇÃO

“O Direito de Família, entre todos os ramos do Direito Civil, é aquele que mais de perto toca os nossos
corações e as nossas vidas” P.S.G.

O homem não é um ser isolado, viver é conviver, e a realização do homem só se consegue por meio do
convívio com os outros, de maneira que a família é a primeira comunidade em que naturalmente se
integra

CONCEITO DE FAMÍLIA

A família é o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mesmo tempo, é na sua ambiência
em que vivenciamos as nossas maiores angústias, frustrações, traumas e medos

Nesse contexto, fica claro que o conceito de família reveste-se de alta significação psicológica, jurídica e
social, impondo-os um cuidado redobrado em sua delimitação teórica

O vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que procedem, portanto,
de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges
e companheiros, os parentes e os afins

O art. 226, caput da CF estabelece que a família é a base da sociedade, dispondo de especial proteção do
Estado. Desta forma a família é a “celular mater” (célula mãe) da sociedade

As normas protetivas do Direito de Família têm a sua NATUREZA JURÍDICA Jus Cogens por ser a célula
mãe da sociedade, sendo assim predominam as normas de ordem pública - Normas inderrogáveis pela
vontade das partes, impondo antes deveres do que direitos

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O Direito de Família divide-se em QUATRO PARTES:

DIREITO PESSOAL
DIREITO PATRIMONIAL
UNIÃO ESTÁVEL
TUTELA E CURATELA

Rege-se o Direito de Família pelos seguintes Princípios:

 Princípio do Respeito à Dignidade da Pessoa Humana

 Princípio da Igualdade Jurídica dos Cônjuges e dos Companheiros

 Princípio da Igualdade Jurídica de todos os filhos

 Princípio da Paternidade Responsável e Planejamento Familiar

 Princípio da Comunhão Plena de Vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes

 Princípio da Liberdade de Constituir uma Comunhão de Vida Familiar

No Direito de Família não é possível que as partes voltem ao status quo (estado anterior), uma vez casado
nunca mais será solteiro

Outra característica dos direitos de família é a sua natureza personalíssima, que são direitos irrenunciáveis
e intransmissíveis por herança

Diante disso a forma que parece ser a mais juridicamente tutelada é o casamento, por isso se inicia os
estudos do Direito de Família pelo casamento:

Casamento

O casamento figura como Subtítulo I do Direito Pessoal

Segundo Clóvis Beviláqua: “O casamento é um contrato bilateral e solene e, pelo qual um homem e uma
mulher se unem indissoluvelmente, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita
comunhão de vida e de interesses, e comprometendo-se a criar e a educar a prole, que de ambos nascer”

As definições apresentam o casamento como união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de
sexo diferente. Tal requisito, todavia, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu
expressamente a inexistência de óbice relativo à igualdade de sexos (uniões homo afetivas)

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A NATUREZA JURÍDICA do Casamento é explicada por 3 TEORIAS:

1) Teoria Contratualista ou Individualista – Entende que o casamento possui a natureza jurídica de um


contrato, sendo um acordo de vontades com a finalidade de criar, modificar ou extinguir direitos

2) Teoria Institucionalista ou Supraindividualista – No casamento as partes não podem escolher as


cláusulas do “contrato matrimonial”, desta forma o casamento é uma instituição de direitos e não um
contrato

3) Teoria Eclética – O ato de se casar tem natureza contratual, mas as consequências jurídicas da
vida é uma instituição. Essa Teoria é a mais aceita pelos Doutrinadores

Os ELEMENTOS ESSENCIAIS para o matrimônio:

A ausência de um desses elementos ocorre a inexistência do matrimônio (é um nada jurídico, uma


encenação), sendo assim, necessita ter:

1) DUALIDADE DE PESSOAS (Anteriormente era dualidade de sexo, entretanto não é mais um elemento
necessário, devido ao julgado do STJ sobre o casamento de sexo igual)
2) MANIFESTAÇÃO DE VONTADE – Dizer: Aceito a Veruska/Verusko como minha/meu esposa/esposo
3) CELEBRAÇÃO – Tem que fazer a festa rapaz!

PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO

O processo de habilitação para o casamento é o procedimento preliminar para a celebração

Primeiro analisa a capacidade para o casamento, posteriormente os documentos necessários, devendo


observar o procedimento que deve ser seguido

CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

Prevista nos art. 1517 a 1520 CC, os pressupostos da capacidade matrimonial são:

Idade mínima

A capacidade deve ser demonstrada no processo de habilitação, fixando em 16 anos a idade mínima,
denominada idade núbil, tanto para o homem quanto para a mulher

Se ocorrer o casamento sem ter a idade de 16 anos, pode acontecer a anulação, mediante iniciativa própria
ou de seus representantes legais (art. 1550, I CC)

EXCEÇÃO DO SUPRIMENTO JUDICIAL DA IDADE – Será permitido o casamento de quem ainda não
alcançou a idade núbil nos casos em que for para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou
em caso de gravidez
O homem e a mulher menor de 16 anos podem casar, desde que obtenham autorização de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil (Art. 1517 CC)

A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo Juiz

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Loucura

É nulo o casamento contraído pelo enfermo mental sem o discernimento necessário para os atos da vida
civil (art. 1548 CC)

NÃO se admite os denominados intervalos lúcidos

Existência de casamento anterior

Diante de um fato destes impede a união conjugal com qualquer outra pessoa (art. 1521, VI CC). Isso
ocorre para combater a bigamia

Prazo de viuvez, para a mulher

O decurso do prazo de 10 meses de viuvez para novo casamento é requisito imposto somente à mulher,
estabelecido no novo Código Civil como “causa suspensiva” (art. 1.523, II CC). O objetivo é evitar dúvida
sobre a paternidade

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho ou
por procurador, devendo ser instruído com os seguintes documentos (art. 1525 CC):

Certidão de nascimento

Autorização por escrito de pessoas sob cuja dependência legal estiverem

Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecer os nubentes e que
afirmem não existir impedimentos

Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos

Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento,


transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio

PROCEDIMENTO PARA A HABILITAÇÃO

O procedimento tem a finalidade de comprovar que os nubentes preencham os requisitos que a lei
estabelece para o casamento

Esta Medida Preventiva deve constatar:

 A capacidade para a realização do ato


 A inexistência de impedimentos matrimoniais ou de causa suspensiva
 Dar publicidade, por meio de editais, à pretensão manifestada pelos noivos, convocando as
pessoas que saibam de algum impedimento para que venham opô-lo

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A ORDEM DO PROCEDIMENTO se dá da seguinte maneira:

1º - Os noivos devem requerer a instauração do referido processo no Cartório de seu domicílio

2º - Se domiciliados em Municípios diversos, processar-se-á o pedido perante o Cartório do Registro Civil


de qualquer deles, mas o edital será publicado em ambos

3º - O oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu Cartório e fará publicá-los pela imprensa
local, se houver. É necessária a audiência do MP. A habilitação só será submetida ao Juiz se houver
impugnação (Art. 1.525 CC)

OBS.: Decorrido o prazo de 15 DIAS, a contar da afixação do edital em cartório, o oficial, se não houver
oposição de impedimentos matrimoniais, entregará aos nubentes certidões de que estão habilitados a se
casar dentro de 90 DIAS, sob pena de perda de sua eficácia

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS

Os impedimentos são circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressamente especificadas na


lei, que vedam a realização do casamento

Não deve se confundir IMPEDIMENTO com INCAPACIDADE:

IMPEDIMENTO – O impedido apenas não está legitimado a casar com determinada pessoa

INCAPACIDADE – O incapaz não pode casar-se com nenhuma pessoa, porque há um obstáculo
intransponível

ESPÉCIES DE IMPEDIMENTOS

 Impedimento resultantes do parentesco


 Impedimento resultante de casamento anterior
 Impedimento decorrente de crime

Os impedimentos visam preservar: a eugenia (pureza da raça) e a moral familiar, não sendo possível
casamento entre parentes e consanguíneos, por afinidade e adoção (art. 1521, I a IV CC); visa preservar a
monogamia, não sendo possível o casamento de pessoa já casada (art. 1521, VI CC); e por fim, evitar
uniões que tenham raízes de crime (art. 1521, VIII CC)

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IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS do casamento acontece de 2 Maneiras:

 IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PÚBLICOS

Diante desses impedimentos, ocorre a NULIDADE do casamento e NÃO produz efeitos jurídicos (Art. 1521
CC):

I. Não pode casar os Ascendentes com os Descendentes


Relações sexuais entre parentes caracteriza o incesto. Descendentes são os filhos, netos, bisnetos até o
último descendente, e ascendentes a mesma coisa

II. Não pode casar os Afins em Linha Reta


Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do outro. São os
Sogros/sogras, enteados/enteadas

III. Não pode casar o Adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi adotante
O pai adotivo ou mãe adotiva não pode casar com a viúva/viúvo do filho(a) adotivo(a)

IV. Não pode casar os Irmãos. Não pode casar os unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o
terceiro grau
OBS.: Tios com sobrinhos NÃO podem casar, excepcionalmente tem o Decreto Lei nº 3.200/41, sendo
que caso queiram casar deverá ser nomeado 2 médicos para analisar geneticamente se podem,
fazendo o exame pré-nupcial
OBS.: Primo com primo pode se casar, pois são colaterais de quarto grau

V. Não pode casar o Adotado com o Filho do adotante

VI. Não pode casar as Pessoas Casadas

VII. Não pode casar o Cônjuge sobrevivente com o Condenado por homicídio ou tentativa de homicídio
com o seu consorte
Para ser aplicado o art. 1521, VII exige sentença penal transitada em julgado

 CAUSAS SUSPENSIVAS

Causas suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do


casamento
Interessam mais diretamente aos nubentes e ocorrendo a infração terá uma penalidade (Art. 1523, I a IV,
CC) - Regime de Sanções
OBS.: Se as causas de suspensão forem invocadas antes do casamento, NÃO será possível celebrar o
matrimônio enquanto não sanadas as causas. Se forem invocadas após a celebração do casamento, será
válido o matrimônio, porem o regime será da separação de bens

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Art. 1523, Incisos:

NÃO DEVEM CASAR:

I. Viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros
Objetivo: Evitar confusão de patrimônios
Sanções: A não ser que prove inexistência de prejuízo aos herdeiros: art. 1641, I, CC (regimes da
separação dos bens) e art. 1489, II CC (hipoteca legal)

II. Viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois
do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal
Objetivo: Impedir a confusão de sangue e conflito de paternidade (art. 1598, CC)
Sanção: Regime da Separação de bens (art. 1641, I CC)

III. O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal
Objetivo: Evitar confusão de patrimônio
Sanção: Regime Obrigatório da Separação de bens (art. 1641, I CC) salvo se provar inexistência de
prejuízo aos herdeiros (art. 1523, § único CC)

IV. Tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas
Objetivo: Impedir matrimônio de alguém que se acha em poder de outem e que por isto poderia
conseguir um consentimento não espontâneo
Sanção: Regime obrigatório da separação de bens (art. 1641, I) salvo art. 1523, § único CC

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso
do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do
prazo

OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS e das CAUSAS SUSPENSIVAS

A OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO é a comunicação escrita feita por pessoa legitimada, antes da


celebração do casamento, ao Oficial do Registro Civil perante a qual se processa a habilitação, ou ao Juiz
que preside a solenidade, sobre a existência de um dos empecilhos mencionados na lei

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As pessoas legitimadas que podem opor os impedimentos dirimentes públicos:

a) O Oficial do Registro Civil (ex oficio)

b) Pelo Juiz que presidir a celebração (art. 1522, § único CC)

c) Qualquer pessoa maior e capaz até o momento da celebração (art. 1522 e 1529 CC)

d) Ministério Público

Posto isso, os impedimentos podem ser opostos ATÉ O MOMENTO DA CELEBRAÇÃO do casamento por
qualquer pessoa capaz. Se o Oficial do Registro Civil ou o Juiz que preside a celebração saber de algum
impedimento é obrigatório declarar de ofício

Efeitos da oposição dos impedimentos:

a) impossibilitar a obtenção do certificado de habilitação

b) adiar o casamento

OBS.: Os impedimentos devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do
fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas

OBS².: Aos nubentes é assegurado o direito de requerer o prazo razoável para fazer prova contrária aos
fatos alegados, para promover as ações cíveis/criminais contra o oponente de má fé

A OPOSIÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS se dá com as circunstâncias ou situações capazes de


suspender a realização do casamento

Podem opor as causas suspensivas da celebração:

a) Os parentes em linha reta (ascendente ou descendentes)

b) Os colaterais em segundo grau (irmãos e cunhados) (art. 1524 CC)

As causas suspensivas devem ser articuladas no curso do processo de habilitação, até o decurso do
prazo de 15 DIAS da publicação dos proclamas

OBS.: Se o casamento se realizar com a possibilidade de alguma causa suspensiva, será válido, mas os
nubentes sofreram as sanções

OBS².: As causas de suspensão devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as
provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas (igual a oposição de
impedimento)

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CARACTERÍSTICAS COMUNS DA AÇÃO DE CONHECIMENTO que visam reconhecer vícios que torne
NULO ou ANULÁVEL o CASAMENTO (a ação NÃO pode ser incidental):

a) Tem por objeto direito indisponível – A pessoa não pode abrir mão do estado de casado, no caso
de processo para anular o casamento, se o réu não contestar, não terá os efeitos da revelia, pois não
há presunção de veracidade na petição inicial, devendo a autora provar muito bem para ocorrer a
anulação
b) Impõe-se a participação obrigatória do Ministério Público (como autor – art. 1549 CC) ou como
“custos legis” (art. 82, II CPC) – Promotor pode entrar com a ação de anulabilidade, ex.: casamento
de pai com filha
c) Não se opera os efeitos da revelia (art. 320, II CPC), tampouco incide o ônus da impugnação
específica dos fatos (art. 302, segunda parte, II CPC)
d) Deve ser promovida no foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC)
e) Pode ser precedida de ação cautelar de separação de corpos com a fixação de alimentos
provisionais (art. 1562, CC cc. Art. 852 CPC)

CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

O casamento é um verdadeiro RITUAL ۞, com incidência de normas de Ordem Pública

A celebração do casamento sem o atendimento dos rigores da lei torna inexistente o ato, salvo casos
excepcionais de dispensa, no casamento nuncupativo e na conversão da união estável em casamento

Os nubentes, depois de cumpridas as formalidades preliminares e munidos da certidão de habilitação


passada pelo oficial do registro, devem peticionar à autoridade que presidirá o ato, requerendo a
designação do “dia, hora e local” de sua celebração (art. 1.533 CC)

O LOCAL DA REALIZAÇÃO da cerimônia em geral é a Sede do próprio Cartório onde se processou a


habilitação, mas pode ser escolhido outro, público ou particular, como clubes, salões de festas, templos
religiosos, casa de um dos nubentes etc.

A HORA DO CASAMENTO, pode ser realizada durante o dia ou à noite, e em qualquer dia, inclusive aos
domingos e feriados, contanto que a celebração não ocorra de madrugada ou em altas horas noturnas — O
que dificultaria a presença de pessoas que pretendessem oferecer impugnações

A PRESENÇA DAS TESTEMUNHAS é IMPRESCINDÍVEL. O art. 1.534, caput, do Código Civil exige a
presença de pelo menos duas, afirmando que podem ser parentes ou não dos contraentes

A autoridade competente para celebrar o casamento é o Juiz de casamentos

Dá para ser gratuita a celebração, desde que as partes declarem pobreza

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Momento da Celebração

O comparecimento dos nubentes deve ser simultâneo, sendo necessário que a vontade de casar seja
manifestada no ato da celebração

Art. 1535 CC:

“Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as


testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de
que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento nestes
termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos
receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados’” ♥ ♥ ♥

♥ ♥ O momento da celebração ocorre quando no momento que o homem e a mulher manifestam,


perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados ♥ ♥

Suspensão da Cerimônia

A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:

 Recusar a solene afirmação da sua vontade


 Declarar que não está com livre e espontânea vontade
 Manifestar-se arrependido

Diante disso se acontecer a suspensão, não será admitido a retratar-se no mesmo dia

Então... não pode haver “brincadeiras” na hora de dizer se aceita ou não o casamento, pois a autoridade
competente poderá suspender a cerimonia e não poderá ser feita mais no mesmo dia.

Casamento por Procuração

O casamento pode ser celebrado “mediante procuração, por instrumento público”, que outorgue “poderes
especiais” ao mandatário para receber, em nome do outorgante, o outro contraente – Art. 1542 CC

Esta procuração pode ser outorgada tanto a homem como a mulher para representar qualquer um dos
nubentes

Se ambos não puderem comparecer, deverão nomear procuradores diversos, pois irá gerar um conflito de
interesses

O Instrumento tem que ser público, feito para pessoa específica e a eficácia da procuração tem validade de
90 DIAS. Se a pessoa não tinha mais poderes para manifestar a vontade o casamento será inexistente

O mandato pode ser revogado somente por instrumento público, entretanto se o representado vier a
falecer ou venha a ficar louco, também ocorre a revogação do mandato
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Se a revogação foi feita antes do casamento e só depois é cessada a procuração, o casamento é
inexistente e cabe ação de indenização

A procuração NÃO precisa ser ad judicia (por advogado), entretanto geralmente é feita por advogado

Casamento Religioso com Efeitos Civis

O casamento religioso pode ser de 2 Espécies:

 Com Prévia Habilitação – Art. 1516, §1º  Com Habilitação posterior à celebração
religiosa – Art. 1516, §2º

Em ambas, portanto, exige-se o processo de habilitação. Somente a celebração é feita pela autoridade
religiosa da religião professada pelos nubentes.

Casamentos religiosos podem por todas aquelas religiões que são sociais e moralmente aceitas

Todos os impedimentos e causas suspensivas deverão ser observados (art. 1521 a 1524 CC), bem
como a capacidade matrimonial (art. 1516 CC)

Para que surta efeitos civis, o casamento religioso deverá, a pedido do casal, ser registrado no registro
público (art. 226, §2º CF)

No atual sistema, há duas modalidades de casamento religioso com efeitos civis:

a) O precedido de habilitação para casamento (art. 71, Lei 6.015/73 e art. 1516, §2º CC), que terá
prazo de 90 dias de validade (art. 1532 CC) e deverá ser apresentado à autoridade eclesiástica que
realizará o ato nupcial. Dentro do prazo decadencial de 30 dias, o ministro ou o interessado poderá
requerer sua inscrição no Registro Civil (art. 73, § 1º, 2º e 3º, da Lei 6.015 c.c art. 1516, §1º CC)

b) Casamento religioso não precedido de habilitação para matrimônio: O casamento religioso


poderá ser registrado perante o oficial do registro civil desde que os nubentes, juntamente com o
requerimento de registro apresentem a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo art. 1525
CC, onde então será procedida a habilitação com a publicação de editais, etc.

OBS.: Se um dos contraentes falecer antes da inscrição, tal fato não obstará o registro

OBS².: Casamento religioso sem registro civil, pode servir apenas como prova de união estável

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EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO

EFEITOS SOCIAIS

 Criação de família legítima (art. 226, §1º e 2º CF, art. 1513, CC)
 Estabelecimento de vínculo de afinidade entre cada cônjuge com os parentes do outro (art. 1595,
§1º e 2º)
 Emancipação do consorte menor de idade (art. 5º, §1º, II CC) – Emancipação é irreversível, a
pessoa casa com 16 anos, se torna maior de idade, se com 17 anos divorciar, não será considerada
menor de idade novamente.
 Constituição do estado de casado

EFEITOS PESSOAIS

 Fidelidade mútua
 Coabitação ou vida em comum no domicílio conjugal (art. 1566, II, 1511, 1797, I, todos do CC e 988,
VI do CPC)
 Mútua assistência (arts. 1566, III e 1573, III do CC)
 Respeito e consideração mútuos (arts. 1566, V e 1573, III CC)
 Exercício da direção da sociedade conjugal (arts. 1567 e 1570 CC)
 Representação legal da família (arts. 1634, V e 1690 CC)
 Fixar o domicílio da família (arts. 1569 e 1567, § único CC)
 Colaboração nos encargos (arts. 1565, 1567 e 1568 CC)
 Velar pela direção moral e material da família (art. 1568 CC)
 Dirigir a comunidade doméstica (art. 1643, 1644, 1565 e 1568 CC)
 Adotar, se quiser, o nome (vulgarmente conhecido como sobrenome) do consorte (art. 1565, §1º CC)
 Litigar em juízo civil, salvo se a ação versar sobre direitos reais imobiliários (outorga uxória) (art. 10
CPC e art. 1647, II CC), podendo contratar advogado, propor separação judicial e divórcio, requerer a
interdição do consorte (art. 1768, II CC)
 Sustentar, guardar e educar os filhos (arts. 1566, IV, 1568, 1634, I a VIII CC, art. 244, 245, 246 e 247
CP)
 Não perder, o genitor, que contrai novas núpcias, o direito ao poder familiar com relação aos filhos
menores do leito anterior (arts. 1588 e 1636, § único CC)
 Observar-se, na separação ou divórcio litigioso, o disposto nos arts. 1584, 1589, 1579 e 1703 CC)
 Deliberarem na separação ou divórcio consensual, a respeito da guarda dos filhos (art. 1583 CC e
1121, II e III CPC)

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EFEITOS PATRIMONIAIS

Do Regime Matrimonial de Bens

É o conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento

Princípios fundamentais do regime de bens:

 Princípios da VARIEDADE DE REGIME DE BENS: A norma NÃO impõe um só regime matrimonial


de bens aos nubentes, pois oferece QUATRO modelos diferentes.

 Princípios da LIBERDADE DOS PACTOS ANTENUPCIAIS: Decorre do primeiro princípio pois


permite-se aos nubentes a livre escolha do regime a ser adotado, inclusive combinando-os para
formar um regime misto ou estipular cláusulas, desde que respeitem os princípios de ordem pública,
os fins e a natureza do matrimônio (art. 1639 CC). Necessita ser por escritura pública (art. 1653 CC)

 Princípios da MUTABILIDADE JUSTIFICADA DO REGIME ADOTADO (art. 1639, §2º CC): Admite-
se a alteração de regime de bens desde que haja autorização judicial, atendendo a um pedido
motivado de ambos os cônjuges, após a verificação da procedência das razões invocadas e da
certeza de que tal alteração não causará qualquer gravame a interesses de terceiros

REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES

Os efeitos produzidos pelo casamento são numerosos e complexos. Irradiam-se os seus múltiplos efeitos e
consequências no ambiente social, especialmente nas relações pessoais e econômicas dos cônjuges, e
entre estes e seus filhos, gerando direitos e deveres que são disciplinados por normas jurídicas

Regime de bens é o conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si,
quer no tocante a terceiros, durante o casamento. Regula especialmente o domínio e a administração de
ambos ou de cada um sobre os bens anteriores e os adquiridos na constância da união conjugal

O Código Civil disciplina 4 tipos de regimes de bens:

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REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS

A ideia central desse regime é a de que os bens adquiridos após o casamento (aquestos) sejam tidos
como patrimônio comum

Dessa forma, cada nubente guarda para si seu próprio patrimônio adquirido antes de contrair núpcias (art.
1598 CC)

É o regime que impera na falta ou nulidade de pacto antenupcial (art. 1640 CC)

Os bens que se INCLUEM mesmo sendo comunhão parcial de bens estão no art. 1660 CC:

 Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos
cônjuges
 Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior
 Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges
 As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge
 Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão

Os bens EXCLUÍDOS da comunhão parcial são os do art. 1659 CC

Quanto às dívidas anteriores ao casamento, NÃO se comunicam ainda que contraída para os aprestos
(preparativos para o casamento).

Também NÃO se comunicam os bens cuja aquisição tiver uma causa anterior ao casamento e os direitos
patrimoniais do autor (Lei 960/98, art. 39)

 Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento,
por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar – Bens sub-rogados são os bens que ficam
no lugar dos antigos bens
 Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos
bens particulares
 As obrigações anteriores ao casamento
 As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal
 Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão
 Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge
 As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes

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REGIME DA COMUNHAO UNIVERSAL DE BENS

Nesse regime, em princípio comunicam-se todos os bens do casal, presente e futuros, salvo algumas
exceções legais (art. 1667, CC).

Quanto à administração, o artigo 1670 CC, determina que se apliquem os princípios relativos à comunhão
parcial, ou seja, os do artigo 1663 CC.

BENS EXCLUÍDOS da Comunhão Universal

Os bens excluídos são os do art. 1668, incisos de I a IV, CC. Alguns destaques quanto aos incisos:

I. “Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar”
OBS.: Arnaldo Rizzardo entende que também é incomunicável o bem doado com cláusula de
reversão – Art. 1174 CC
II. “Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a
condição suspensiva”
OBS.: No 1951 do CC fala sobre o fideicomisso, a qual a herança que o fideicomitente receber será
excluído da comunhão universal, para não afetar o fideicomissário, que receberá após a morte do
fideicomitente. O fiduciário recebe o bem com o encargo de transferi-lo, sendo sua propriedade restrita
e resolúvel – Art. 1951 CC
III. “As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou
reverterem em proveito comum”
OBS.: A ideia é que o casamento não se torne em forma de extinção de obrigações ou obtenção de
vantagens
IV. “As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade”
OBS.: Também não se comunicam os direitos patrimoniais do autor – Art. 39 da Lei 9.610/98

REGIMES DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS

A ideia básica é criar um sistema híbrido do regime da comunhão parcial com o da separação de bens

Aquestos significam os bens adquiridos na constância do casamento

Deve ter escritura de pacto antenupcial

Nesse regime somente existe duas massas de bens, o do marido e o da mulher (art. 1673 CC), sendo que a
administração também é independente e de cada um, como no regime da separação de bens.

Contudo se mantém uma expectativa de meação ao final do casamento, quando então ocorrerá o
fenômeno do art. 1674 CC

Quanto aos bens imóveis, o pacto pode autorizar a alienação dos bens particulares de cada consorte –
Art. 1656 CC

17
Vê-se então que somente haverá meação quando do desfazimento do vínculo

Artigo 1675 CC – Nessa situação, vê-se que apesar do cônjuge ser titular de seu próprio patrimônio, não
pode fazer doações sem a autorização do outro. Se o fizer, quando da apuração dos aquestos, a final, o valor
da doação não autorizada deve ser computado no monte partível e pode ser reivindicado pelo cônjuge
prejudicado ou seus herdeiros

Artigo 1676 CC – Trata-se de um dispositivo de difícil compreensão, uma vez que só se pode falar em
meação à época da dissolução da sociedade conjugal

Não obstante, esse artigo estabelece que o bem alienado em detrimento dessa “futura” meação incorpora ao
monte para efeito de divisão. E mais, possibilita ao cônjuge prejudicado ou seus herdeiros reivindicar os bens

Artigo 1677 CC - Trata-se de um dispositivo de difícil aplicação prática, pois cria uma presunção contrária ao
espírito do casamento, onde deve-se presumir que as dívidas contraídas pelo cônjuge sejam em benefício do
lar conjugal. Contudo, o dispositivo, diz exatamente o contrário. Assim quem paga o PITU da casa onde o
casal reside, teria de provar o proveito do outro cônjuge?

Artigo 1678 CC – Exige que seja feito um balanço contábil e financeiro na data de dissolução do casamento

Quanto ao momento em que será apurado o montante dos aquestos, dispõe o art. 1683 CC que será na
data em que cessou a convivência e não o que decretou a separação judicial ou divórcio

PARTICIPAÇÃO DA SEPARAÇÃO DE BENS

Nesse regime, cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral administração e a fruição de seus
próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente (CC, art. 1.687), sejam móveis ou
imóveis (CC, art. 1.647)

Em princípio, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial

As hipóteses que é obrigatório o regime da separação de bens no casamento, estão descritas no art. 1641
do CC

É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da


celebração do casamento

Da pessoa maior de setenta anos

De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial

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Espécies do Regime de Separação de Bens

 Absoluta – Se os cônjuges estabelecerem, no  Relativa ou Limitada – Se estabelecerem a


pacto antenupcial, a incomunicabilidade de incomunicabilidade somente dos bens
todos os bens adquiridos antes e depois do presentes, comunicando-se os futuros, os
casamento, inclusive frutos e rendimentos frutos e os rendimentos

O regime da separação de bens pode ser legal ou convencional:

 LEGAL se estabelece por força do art. 1641 que sobreviver é meeiro, mas não herdeiro.
CC (ex.: mais de 70 anos), observar a súmula Pela lei o cônjuge que sobreviver não será
377 do STF, diz que: “No regime de separação nem meeiro nem herdeiro
legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento”, o que vem a dar  CONVENCIONAL as partes escolhem o
uma confusão, pois a lei diz uma coisa e a regime, pacto antenupcial
jurisprudência outra. Pela súmula o cônjuge

DISSOLUÇÃO e SEPARAÇÃO JUDICIAL

As causas terminativas da sociedade conjugal estão especificadas no art. 1.571 do Código Civil

Art. 226, §6º CF – Antes da EC nº 66/10 – “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após previa
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por
mais de dois anos”

Art. 226, §6º CF – Com a EC nº 66/10 – “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”

Antes o casamento tinha que passar como que por um estágio de tentativa de recuperação do casal, o que
era um processo de separação judicial, o que põe fim a sociedade judicial, mas não ao vínculo matrimonial

Com a EC 66/10 o casamento é dissolvido diretamente pelo Divórcio

A DISSOLUÇÃO se dá de duas formas:

a) Sociedade conjugal (separação judicial)


 Litigiosa ou Consensual
b) Vínculo matrimonial (Morte (Real ou Presumida), divórcio litigioso ou consensual

A SEPARAÇÃO JUDICIAL:

 Dissolve a sociedade conjugal


 Conserva o vínculo matrimonial, sendo assim não é possível casar, só depois do divórcio
 Persiste o dever de mútuo assistência, guarda e educação dos filhos
 Extingue os deveres de vida em comum no domicílio conjugal, fidelidade e o regime de bens (art. 1576
CC)
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Para ser Separação Litigiosa (separação sanção) deve ter uma imputação ao outro cônjuge de conduta
desonrosa ou qualquer ato que importe em grave violação dos deveres do casamento e tornem
insuportável a vida em comum. Arts. 1572 e 1573 CC

Separação Falência – Prova da ruptura da vida em comum a mais de 1 ano e a impossibilidade de sua
reconstituição (art. 1572, §1º CC)

Separação Remédio – O cônjuge pode pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de
doença mental grave, manifestada após o casamento que torne impossível a continuação da vida em comum,
desde que, após dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável – Art. 1572, §2º

OBS.: Possibilidade de reconvenção e reconhecimento da culpa recíproca; Os filhos ficarão com quem
revelar melhores condições para exercer a guarda (art. 1584 CC); Se nenhum dos dois demostrarem
condições, a guarda poderá ser deferida à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida
levando em conta o grau de parentesco (art. 1584, § único CC)

PARENTESCO

Previsto no Art. 1591 CC

O Parentesco pode se dar por:

 NATURAL ou por CONSANGUINIDADE – É baseado nas relações de sangue, que decorre da


genética. Pode ser em:
o Linha Reta – Aquele que une os laços dos ascendentes e descendentes (Se conta 1 grau por
geração)
o Linha Colateral ou Transversal – Parentes que provem de um mesmo tronco ancestral sem
descenderem um dos outros (Também se conta 1 grau por geração, porém sempre começa a
contar do tronco em comum, ex.: irmãos tem o pai e a mãe como tronco comum). Desta forma
não existe parentesco colateral de 1º grau, sendo o menor de 2º grau, que é são os irmãos.
Tio-avô são parentes de 4º grau

 AFINIDADE – Decorre do casamento, o qual forma o vínculo de parentesco. Vincula os parentes de


um cônjuge aos parentes do outro cônjuge. Entretanto liga somente aos ascendentes, descendentes
e irmãos do outro cônjuge. Filhos do cunhado/cunhada não são parentes. O vínculo com o término
do casamento (casos de falecimento do cônjuge ou divórcio) não desaparece em relação aos
ascendentes e descendentes, porém em relação aos irmãos do cônjuge (que são da linha colateral)
desaparecem

 CIVIL – Vem do fruto da adoção

20
FILIAÇÃO

Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa
àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado

Todas as regras sobre parentesco consanguíneo estruturam-se a partir da noção de filiação, pois a mais
próxima, a mais importante, a principal relação de parentesco é a que se estabelece entre pais e filhos

Na vigência do código civil anterior e antes da CF/88 existiam várias designações a respeito da filiação, como
a filiação espúria (que era fora do casamento), filiação adulterina, filiação incestuosa, sendo dividido os
filhos em legítimos, ilegítimos ou por adoção. Diante do novo Código Civil e com a CF/88 várias designações
de filiação foram extintas e a divisão de filiação legítima, ilegítima ou por adoção foi extinta, sendo
considerado qualquer tipo de filiação filho legítimo

Aspectos de suma importância da filiação são:

 SITUAÇÃO DE IGUALDADE ABSOLUTA (art. 1596 CC) – A CF/88 estabeleceu absoluta igualdade
entre todos os filhos. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os
mesmo direitos e qualificações, sendo proibida qualquer discriminação relativas a filiação
 PRESUNÇÃO DE FILIAÇÃO (art. 1597 CC) – Presume-se filhos concebidos na constância do casamento
nos seguintes casos:
 Nascido pelo menos 180 dias depois de estabelecida a convivência conjugal
 Nascido nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação
judicial, nulidade e anulação do casamento
 Por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido
 A qualquer tempo quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial
homóloga
 Por inseminação artificial heteróloga, desde que prévia autorização do marido (hoje em dia deve ter
autorização de ambos os cônjuges)

OBS.: Salvo prova em contrário, se, antes de OBS².: A presunção de paternidade de 180 dias é
decorrido o prazo de 180 dias a mulher contrair jure tantum, sendo admitida prova em contrário
novas núpcias e nascer algum filho, será
presumido filho do primeiro marido

Na inseminação artificial heteróloga a presunção é jure et jure, sendo absoluta, não admitindo prova em
contrário

Juris tantum é presunção relativa, admite prova Jure et jure é presunção absoluta, que não admite
em contrário prova em contrário

OBS³.: Fecundação artificial pode ser homóloga ou heteróloga. A fecundação homóloga é aquela que utiliza o
óvulo da esposa e o espermatozóide do marido. A fecundação heteróloga um material genético é de um dos
cônjuges e o outro material genético de uma terceira pessoa

21
Reconhecimento de Filiação – Art. 1609 CC

 VOLUNTÁRIO  JUDICIAL: Ação de investigação de


o No registro de nascimento paternidade ou maternidade (ambas
o Por escritura pública ou documento imprescritíveis)
particular a ser arquivado em cartório Legitimidade: Filho (o STJ já admitiu
o Por testamento investigação de paternidade perpetrada por
o Por manifestação expressa e direta perante neto)
o juiz ainda que em ação que tenha outro OBS.: Enunciado 520 das Jornadas de Direito
objeto Civil

OBSERVAÇÕES:

 O reconhecimento de paternidade pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu


falecimento, se ele deixar descendentes (art. 1609, § único CC)
 O reconhecimento de filiação não pode ser revogado, nem quando for feito em testamento (art. 1610
CC)
 O filho havido fora do casamento, se reconhecido por um dos cônjuges não poderá residir no lar
conjugal sem o consentimento do outro (art. 1611 CC)
 O guarda do filho, ficará com o genitor que o reconheceu. Se for reconhecido por ambos e não houver
acordo, ficará com quem revelar atender melhor os interesses do menor (art. 1612 CC)
 Filho maior, só pode ser reconhecido com o seu consentimento. Se menor, pode impugnar o
reconhecimento nos 4 anos seguintes à sua maioridade (art. 1614 CC)
 Qualquer pessoa que tiver justo interesse pode contestar a ação de investigação de
maternidade/paternidade (art. 1615 CC)

ADOÇÃO

Conceito de Maria Helena Diniz: “É o ato jurídico pelo qual, observados os requisitos legais, alguém
estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo
fictício de filiação, trazendo para a sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente lhe é
estranha”

Trata-se de um instituto de caráter protetivo. Visa resolver o problema das crianças e adolescentes que
não tem lar e não o problema dos casais que não podem ter filhos

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Requisitos:

a. Idade mínima de 18 anos para o adotante, independentemente do estado civil; Para adoção
conjunta, os adotantes devem ser casados ou viverem em união estável (art. 42, Lei 8.069/90)
b. Diferença de 16 anos de idade entre adotante e adotado (Art. 42, §3º, Lei 8.069/90)
c. Consentimento do adotado, se for maior de 12 anos (Art. 45, §2º, Lei 8.069/90)
d. Intervenção judicial na sua criação, pois somente se aperfeiçoa perante juiz em processo judicial,
com intervenção do Ministério Público, mesmo se maior
e. A adoção é irrevogável
f. Estágio de convivência durante tempo suficiente para se averiguar a conveniência da constituição do
vínculo filial

OBS.: Na adoção internacional, o estágio de convivência será de, no mínimo 30 dias (§3º, art. 46, Lei
8.069/90)

OBS².: O casal divorciado ou separado judicialmente poderão adotar em conjunto se o estágio de


convivência se iniciou na vigência do casamento, na forma do art. 42, §4º, Lei 8,069/90)

Alguns EFEITOS da adoção:

 Rompimento automático do vínculo de parentesco com a família de origem, salvo impedimentos


matrimoniais
 Estabelecimento de vínculo de parentesco civil entre adotante e adotado, abrangendo a família do
adotante
 Estabelecimento do poder familiar entre adotante e adotado, se menor
 Responsabilidade civil do adotante pelos atos praticados pelo adotado menor (Art. 932, I, 933 e 934,
todos do CC)
 Possibilidade de alteração do sobrenome, nome e prenome do adotado (Art. 47, §1º, §5º e §6º, Lei
8.069/90)
 Inclusão do adotante entre os destinatários da proibição de serem testemunhas e aqueles com os quais o
juiz em impedimentos
 Rompimento de testamento (Art. 1973 CC)
 Reciprocidade nos efeitos sucessórios (Art. 1829, I e II CC)

PODER FAMILIAR

Art. 1630 ao 1638 do CC

É um conjunto de direitos e obrigações atribuídos aos pais (em igualdade de condições) sobre a pessoa
e bens dos filhos menores não emancipados visando o interesse e a proteção dos mesmos

23
Características

a) Irrenunciabilidade – Os pais não podem renunciar de serem pais


b) Inalienabilidade – Não pode ser transmitido para outro (adoção não é transferência, pois é uma
causa de extinção do poder familiar)
c) Indelegabilidade – Não pode delegar o poder para outra pessoa
d) Imprescritibilidade – O poder familiar não prescreve
e) É incompatível com a tutela – Só é nomeado tutor não sujeitos ao poder familiar

Conteúdo em relação ao filho:

 Criação e educação
 Guarda e companhia
 Poder de autorização para casamento
 Poder de nomear tutor por testamento, se o outro genitor não sobreviver
 Representação do filho até os 16 anos e assistência até os 18 anos
 Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha (a ação é de busca e apreensão)
 Exigir obediência, respeito e os serviços que são próprios de sua idade e condição

Conteúdo na esfera patrimonial

 Administração dos bens dos filhos menores não emancipados (Art. 1689, II CC)
 Usufruto dos bens dos filhos menores que se acham sob o seu poder (Art. 1689, I CC)

Exemplo do art. 1689 CC: Vamos imaginar que um menor herda uma casa de seu avô por testamento,
entretanto a casa é alugada, desta forma quem é a pessoa legítima para entrar com o despejo do inquilino
são os pais, pois são usufrutuários, sendo feito em nome próprio dos pais

Suspensão do Poder Familiar

Sanção que visa preservar o interesse do filho, privando o genitor (a) temporariamente do exercício do
poder familiar por prejudica-lo. Retorna ao exercício uma vez desaparecida a causa que originou a
suspensão

Causas determinantes (Arts. 1637, CC, art. 888, CPC e art. 92 CP)

Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os
bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe
pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando
convenha. Ocorre nos seguintes casos:

a) Abuso de poder; b) Falta aos deveres paternos/maternos; c) Dilapidação dos bens do filho; d) Condenação
por sentença irrecorrível a crime cuja pena seja superior a 2 anos de prisão

24
Destituição do Poder Familiar

Trata-se de sanção mais grave que a suspensão, imposta por sentença judicial, em regra permanente e para
toda a prole

Causas determinantes da destituição do Poder Familiar (Art. 1638 CC)

o Castigo imoderado
o Deixar o filho em abandono
o Praticar atos contrários à moral e aos bons costumes
o Reiteração dos atos que levam à suspensão

Extinção do poder familiar: Decorre de fenômeno naturais ou jurídicos arrolados em lei em caráter definitivo
e independentemente de pronunciamento judicial

Causas determinantes de extinção do Poder Familiar (Art. 1635 CC)

o Morte dos pais ou do filho


o Pela emancipação do filho
o Pela maioridade do filho
o Pela adoção

ALIMENTOS

Art. 1694 ao 1710 CC

Lei de Alimentos – Nº 5.478/68

Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si.
Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua subsistência

A natureza jurídica dos alimentos é mista, qualificando-o como um direito de conteúdo patrimonial e
fidelidade pessoal

Os alimentos podem ser:

ALIMENTOS NATURAIS (Alimentos Côngruos) são os estritamente necessários a sobrevivência do


alimentado (alimentação, remédios, vestuários e habitação).

ALIMENTOS CIVIS incluem outras necessidades como a educação, instrução e recreação

25
Classificação quanto à causa jurídica

Quanto à causa jurídica, os alimentos dividem-se em legais ou legítimos, voluntários (obrigacionais e


testamentários) e indenizatórios

o Legítimos: São devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco (iure
sanguinis), do casamento ou do companheirismo (CC, art. 1.694)

o Voluntários: Emanam de uma declaração de vontade inter vivos, como na obrigação assumida
contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos, ou causa mortis,
manifestada em testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos, e prevista no art. 1.920 do
Código Civil. Os primeiros pertencem ao direito das obrigações e são chamados também de
obrigacionais; os que derivam de declaração causa mortis pertencem ao direito das sucessões e são
também chamados de testamentários

o Indenizatórios ou Ressarcitórios: resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de


indenização do dano ex delicto. Pertencem também ao direito das obrigações e são previstos nos arts.
948, II, e 950 do Código Civil

Pressupostos – Art. 1695 CC

 Existência de um vínculo de parentesco ou conjugal entre alimentando e alimentante


 Necessidade do alimentando
 Possibilidade econômica do alimentante
 Proporcionalidade na sua fixação

Caracteres

a. É um direito personalíssimo
b. Transmissível por sucessão – Art. 1700 CC
c. É incessível em reação ao credor – Art. 1707 CC
d. É irrenunciável
e. É imprescritível. OBS.: O “quantum” prescreve em 02 ANOS (Art. 206, §2º CC)
f. É impenhorável
g. É incompensável
h. É intransacionável, porém o “quantum” é transacionável

Características

 Condicionalidade (Condição resolutiva, desaparecendo os pressupostos, desaparece a obrigação)


 Metabilidade do “quantum” – Art. 1699 CC, arts. 108 e 471 CPC
 Reciprocidade – Art. 229 CF
 Impossibilidade de restituição

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Pessoas obrigadas a prestar alimentos (Art. 1694, §1º e §2º, 1696 e 1697 CC)

o Cônjuge, companheiro
o Pai e mãe
o Demais ascendentes
o Descendentes
o Colaterais de 2º grau

AÇÃO DE ALIMENTOS

A Lei n. 5.478, conhecida como “Lei de Alimentos”, estabelece procedimento especial, concentrado e mais
célere, para a ação de alimentos

A ação de alimentos pode se processar de vários modos:

 Execução por quantia certa (Art. 732 CPC) – O prazo prescricional da pensão são 02 ANOS
 Execução sob pena de prisão civil (Art. 733 CPC) – Se o executado for preso, o cárcere não
extingue a obrigação da dívida
 Penhora de vencimentos (Art. 649, IV e § 2º CPC)
 Desconto em folha de pagamento (Art. 734 CPC)
 Reserva de aluguéis em prédio (Art. 17 da Lei 5.478/68)

OBS.: Súmula nº 309 do STJ derivada de vários impedimentos sucessivos, consolidou o entendimento de
que o débito alimentar que pode gerar a prisão civil do executado é aquele que compreende os três últimos
meses vencidos mais os vencerem no curso do processo

OBS².: Os alimentos se estendem até os 24 anos se a pessoa estiver cursando ensino superior na parte da
manhã ou a tarde. Se estiver cursando no período da noite não terá direito aos alimentos

Os Dois Principais Ritos da Ação de Alimentos:

a. Quando ausente prova pré-constituída da obrigação alimentar


b. Quando presente prova pré-constituída da obrigação alimentar

OBS.: Podem constituir prova pré-constituída da obrigação alimentar:

Certidão de casamento

Sentença que reconheceu e dissolveu união estável por culpa do alimentante

Certidão de nascimento (se filho)

OBS².: Em regra o foro competente para julgar e processar uma ação é o domicílio do réu, porém a ação de
alimentos tem foro privilegiado, art. 100, II do CPC, que será o DOMICÍLIO DO ALIMENTADO

27
Se o pretendente à pensão não preencher os requisitos exigidos para dedução de sua reivindicação pelo
rito especial, ou optar pela ação ordinária de alimentos, cumulada ou não com pedido de investigação de
paternidade, poderá formular pedido cautelar, incidente ou antecedente, de alimentos provisionais,
facultando-se lhe, ainda, alternativamente, o requerimento de tutela antecipada (Art. 852 CPC)

O art. 1706 CC dispõe que os ALIMENTOS PROVISIONAIS serão fixados pelo Juiz, nos termos da lei
processual. Desta forma é possível fixar alimentos provisórios ao despachar a inicial da ação no rito especial,
devendo preencher os requisitos do “periculum in mora” (perigo da demora) e “fumus boni iuris” (fumaça
do bom direito)

Os alimentos provisórios são devidos desde a sua fixação, no despacho inicial, até a sentença final,
quando serão substituídos pelos definitivos, que retroagem à data da citação

Se for julgado IMPROCEDENTE os alimentos provisórios serão cobrados até o julgamento do recurso
especial ou extraordinário

A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DE ALIMENTOS necessita estar presentes o autor e o


réu, independentemente de intimação e de comparecimento de seus representantes (Art. 6º da Lei de
Alimentos)

A ausência do representante legal do menor na audiência faz ocorrer o arquivamento do processo, e não
a sua extinção. Porém se o procurador aparecer na audiência não será arquivado o processo

A realização da audiência de instrução e julgamento é imprescindível, pouco importando a revelia do


demandado. Desse modo, a ausência do advogado de qualquer das partes não impede a produção das
provas requeridas, se assim entender necessário o juiz, ou a requerimento do Ministério Público

TUTELA

Arts. 1728 CC e seguintes

São postos em tutela, os menores cujos pais faleceram ou foram declarados ausentes, ou foram destituídos
ou suspensos do poder familiar

Natureza Jurídica: “munus público”, um encargo Deveres do tutor: Guarda (Prestação de


no interesse da coletividade e sob a fiscalização assistência material, moral e educacional), gestão
estatal (Lei 8.069, arts. 32 e 170) da pessoa e dos bens do menor (arts. 1740 e 1747
CC)

28
Espécies:

 Testamentária – Quando o tutor for nomeado pelos pais em disposição de última vontade
 Legítima – Quando recair sobre parentes consanguíneos do menor sendo a ordem de preferência
estipulada no art. 1731 CC
 Dativa – Quando recair à pessoa estranha à família do menor nomeado pelo juiz, normalmente à falta
de tutor testamentário ou legítimo ou escusados da tutela, ou ainda, quando forem removidos por
inidoneidade (Art. 1732 CC)

Incapazes de exercer a tutela (Art. 1735 CC): Destaques: Incisos II e III; Motivo: Incompatibilidade de
interesses que pode preexistir à nomeação ou lhe ser superveniente

Da Causa dos Tutores: Art. 1736 CC

Cessação da Tutela: Art. 1763 e 1764 CC

Prazo da Tutela: Art. 1765 CC – 2 anos

29
O conteúdo de Direito Civil sobre Direito de Família encerra por aqui

Galera, esperamos que este conteúdo tenha ajudado um pouquinho, conforme dissemos, o objetivo
deste conteúdo é ajudar cada um nos estudos, fazendo com que fique fácil, esquematizado e rápido
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