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I C J - Instituto de Ciências Jurídicas

Curso de Direito
Prof. Ms. Leonardo Amaral Pinheiro da Silva
DIREITO CIVIL VI (DIREITO DE FAMÍLIA)
( CÓDIGO CIVIL, arts. 1.511 a 1.782 )
1) Do Direito de Família:
 Dinâmico (evolução geométrica, se comparado à aritmética da maioria
dos outros ramos do direito); normas cogentes e direitos indisponíveis;
 CC/16 (patriarcal, durante a primeira e antes da segunda grande guerra);
 Submissão feminina: incapacidade relativa (art. 6º, II, do CC/16),
revogado pelo Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62); homem como
chefe da família (art. 233 e 240 do CC/16); anulação de casamento, pelo
defloramento (art. 219, IV, do CC/16); compras com autorização do
marido (art. 247 do CC/16); e utilização do sobrenome do marido (art.
240 do CC/16);
 Dilaceramento do CC/16 (Estatuto da Mulher Casada, Lei do Divórcio,
CF/88, Leis da União Estável e Isonomia dos Filhos);
 Sentido de Família: alteração na nomenclatura da matéria para Direito das
Famílias (Maria Berenice Dias);
 Conceito: “É o complexo de normas que regulam a celebração do
matrimônio, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações
pessoais e econômicas da sociedade conjugal e da união estável, a
dissolução destas, as relações entre pais e filhos, os vínculos do
parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela” (Silvio
Rodrigues);
 Proteção do Estado (aproximação do Direito Público);
 CC/02: novidades (Poder Familiar, Isonomia dos Filhos, União Estável);
omissões (União Homoafetiva, Guarda Compartilhada, Clonagem);
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 Estrutura do Direito de Família no CC/02: I – Do Direito Pessoal, II – Do


Direito Patrimonial, III – Da União Estável e IV – Da Tutela e da
Curatela;
1.1) Do Direito Pessoal (Do Casamento):
1.1.1) Das disposições gerais:
 Fins: disciplinar as relações sexuais entre os consortes, proteção
à prole e mútua assistência (moderno: intenção de viverem
juntos, o amor e o companheirismo); conceito: “Negócio jurídico
de Direito de Família por meio do qual um homem e uma mulher
se vinculam através de uma relação jurídica típica que é a relação
matrimonial” (José Lamartine Correa de Oliveira) ou “É o
vínculo jurídico entre homem e mulher que se unem material e
espiritualmente para constituírem uma família” (Eduardo de
Oliveira Leite);
 Histórico: até 1.890, só se admitia o religioso; com a
Constituição de 1.891 nasce o civil e com a Lei 1.110/50 se
regulou o reconhecimento dos efeitos civis ao casamento
realizado no religioso;
 Princípios: liberdade de união, monogamia e comunhão de vida;
caracteres: é ato pessoal, solene, civil, não admite termo ou
condição, é instituição de ordem pública e estabelece comunhão
de vida (aspectos patrimoniais, espirituais e sentimentais);
 Objetivo (art. 1.511 e 1.513 do CC/02): comunhão plena de vida;
igualdade (harmonia e equilíbrio); dignidade da pessoa humana;
 Hipóteses de casamento inexistente: pessoas do mesmo sexo,
ausência de consentimentos dos nubentes e celebrados sem as
solenidades;
 Natureza jurídica: Instituição, Contrato e híbrida (contrato:
acordo de vontade + instituição: aval da lei);
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 Gratuidade da celebração, e para os pobres (§ único do art. 1.512


do CC/02);
 Momento (art. 1.514 do CC/02): “o casamento se realiza no
momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o
juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os
declara casados” (art. 1.535 do CC/02);
 Efeitos do religioso (art. 1.515 e 1.516 do CC/02): mesmas
formalidades e iguais procedimentos; prévia habilitação (90 dias
p/ registro) e habilitação posterior à celebração religiosa;
1.1.2) Da capacidade para o casamento:
 Art. 1.517 a 1.520 do CC/02;
 Idade núbil (art. 1.517 do CC/02): 16 anos com autorização dos
pais; isonomia jurídica; revogação pelos pais ou tutores (art.
1.518 do CC/02, alterado pela Lei nº 13.146/15); suprimento
judicial (art. 1.519 do CC/02); impossibilidade de quem ainda
não atingiu a idade núbil (art. 1.520 do CC/02): atentar para os
efeitos da Lei 11.106/05, em relação à extinção da punibilidade
(alterado pela Lei nº 13.811/19);
 Exigências: idosos com 70 anos (Regime Legal da Separação
Obrigatória); pródigo (privação - art. 1.782 do CC/02); menor de
16 anos suprido (Regime Legal da Separação Obrigatória);
viúvos (certidão de óbito); ausentes (sentença);
1.1.3) Dos impedimentos (ordem pública):
 Art. 1.521 e 1.522 do CC/02;
 Conceito: “São circunstâncias que impossibilitam a realização de
determinado matrimônio” (Washington de Barros Monteiro);
ligada à falta de legitimação e visam preservar a eugenia (pureza
da raça), a moral familiar, a monogamia e a evitar as uniões que
tenham origem nos crimes; o CC/02 considera apenas, como
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impedimentos, os dirimentes absolutos (questões de ordem
pública); os relativamente dirimentes (CC/16) foram deslocados
para o capítulo concernente à invalidade do casamento, como
hipóteses de anulabilidade; verificação agora das hipóteses das
causas suspensivas (art. 1.523 do CC/02), com a ocorrência do
chamado casamento irregular, que gera a penalidade do regime
da separação obrigatória (art. 1.641, I, do CC/02) como sanção
ao seu infrator;
 Gera a nulidade (art. 1.548, II, do CC/02);
 No CC/16: impedimentos absolutamente dirimentes (nulidade),
relativamente dirimentes (anulabilidade), proibitivos, ou
meramente impeditivos (hoje, causas suspensivas);
 Do parentesco (art. 1.521, I a V, do CC/02), resultante de
casamento anterior (art. 1.521, VI, do CC/02) e decorrente de
crime (art. 1.521, VII, do CC/02);
 Consanguíneos (art. 1.521, I e IV, do CC/02); ascendentes com
os descendentes (na linha reta); irmãos uterinos, consanguíneos e
germanos (na linha colateral); tios e sobrinhos (Dec. Lei
3.200/41 e art. 1º da Lei nº 5.891/73): necessidade de exame pré-
nupcial (chamado casamento avuncular), e única hipótese de
impedimento flexível; primos podem casar;
 Afim (art. 1.521, II, do CC/02); vedação apenas à linha reta;
cônjuge viúvo ou divorciado pode casar com a cunhada;
 Adoção (art. 1.521, III e V, do CC/02): desnecessário;
 Momento e legitimados (art. 1.522 e 1.529 do CC/02);
1.1.4) Das causas suspensivas:
 Art. 1.523 e 1.524 do CC/02;
 Resguardam interesse patrimonial de terceiro;
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 Não gera nulidade, mas sujeita ao Regime da Separação


Obrigatória (art. 1.641, I, do CC/02);
 Legitimados (art. 1.524 e 1.529 do CC/02): parentes (na linha
reta – consanguíneos ou afins – e colaterais em 2º grau); mais
restritos;
1.1.5) Da habilitação para o casamento:
 Art. 1.525 a 1.532 do CC/02;
 Documentação exigida (art. 1.525, I a V do CC/02); no processo
de habilitação, a habilitação perante Oficial de Registro Civil
com audiência do MP (art. 1.526 do CC/02, alterado pela Lei nº
12.133/09), caso ocorra impugnação (pelo oficial, MP ou
terceiro, a habilitação será submetida ao juiz);
 Edital (art. 1.527 do CC/02);
 Conhecimento aos nubentes (art. 1.528 do CC/02);
 Fato obstativo (art. 1.529 e 1.530 do CC/02);
 Prazo e eficácia da celebração (art. 1531 e 1.532 do CC/02);
1.1.6) Da celebração:
 Art. 1.533 a 1.542 do CC/02;
 Local e data (art. 1.534 e 1.533 do CC/02); momento (art. 1.535
do CC/02);
 Lavratura do assento (art. 1.536 do CC/02);
 Suspensão da celebração (art. 1.538 do CC/02);
 Nubente com moléstia grave (art. 1.539 do CC/02) e casamento
nuncupativo (art. 1.540 e 1.541 do CC/02);
 Por procuração (art. 1.542 do CC/02);
1.1.7) Das provas do casamento:
 Art. 1.543 a 1.547 do CC/02;
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 Específica (art. 1.543 do CC/02): certidão de registro; supletória


(§ único do art. 1.543 do CC/02): passaporte, CI.;
 No estrangeiro (art. 1.544 do CC/02 e perante agente consular: §
2º do art. 32 da Lei 6.015/73 – LRP); perante autoridade
diplomática (§ 2º do art. 7ª da LINGDB);
 Posse do Estado de casado (art. 1.545 do CC/02);
 Casamento resultante de processo judicial (art. 1.546 do CC/02);
 Regra do in dubio pro matrimonio (art. 1.547 do CC/02);
1.1.8) Da invalidade do casamento:
 Regra da invalidade do casamento diferente da invalidade dos
negócios jurídicos em geral;
 Vale citar discussão sobre a necessidade ou não de se tratar ainda
da invalidade do casamento, considerando que, desde 1977, o
divórcio rompe o vínculo matrimonial; entendimento de que o
instituto da invalidade foi criado para dissolver o casamento,
quando não era ainda permitida sua dissolução pelo divórcio;
a) Do casamento inexistente:
 Oposição ao princípio de que não há nulidade sem texto
legal;
 Hipóteses: pessoas do mesmo sexo, ausência de
consentimentos dos nubentes e celebrados sem as
solenidades;
 Ação para cancelamento; inexiste declaração de
putatividade; consequência;
 Discussão sobre a desnecessidade de tratá-lo, remetendo
suas hipóteses as de casamento nulo;
b) Diferenças entre casamento nulo e anulável:
 O nulo não gera efeitos; o anulável vale, até a declaração
de invalidade;
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 O nulo pode ser alegado por qualquer parte ou pelo MP;


para o anulável, a sociedade é indiferente;
 Prazos: o nulo é imprescritível (ação); o anulável varia de
180 dias ao máximo de 04 anos, conforme o caso;
c) Causas de nulidade absoluta:
 Art. 1.548, I e II, do CC/02;
 Contraído pelo enfermo mental (art. 1.548, I, do CC/02 em
vista do art. 3º, II, do CC/02 – revogado – redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015);
 Contraído com infração de qualquer impedimento (art.
1.548, II, do CC/02);
 Quem deve alegar (art. 1.549 do CC/02): mais restrito que
os impedimentos (qualquer interessado ou o MP);
d) Causas de nulidade relativa:
 Art. 1.550 a 1.564 do CC/02;
 Hipóteses (art. 1.550 do CC/02 com a nova redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015); casamento por procuração
(art. 1.542 do CC/02): instrumento público e poderes
especiais (eficácia de 90 dias: causa de anulabilidade – art.
1.550, V, do CC/02);
 Por idade (art. 1.551, 1.552, 1.553 e 1.555 do CC/02);
 Por autoridade incompetente (art. 1.554 do CC/02);
 Por vício de vontade (art. 1.556, 1.557, 1.558 e 1.559 do
CC/02); erro essencial – anterioridade e insuportabilidade
da vida em comum para o enganado – (art. 1.556 e 1.557
do CC/02): identidade física e civil ou social; honra e boa
fama: conceitos relativos; defeito físico irremediável:
apenas a impotência instrumental ou coeundi (não o é a
esterilidade - impotência generandi - e a para conceber -
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impotência concipiendi -) e ainda assim discutida
(jurisprudência não a considerando se o cônjuge sabia do
defeito e ainda assim o aceitou), hermafroditismo, sexo
dúbio; “anomalias orgânicas ou psíquicas que prejudicam
ou impedem a realização do coito”: ausência de seios,
atrofia e hipertrofia do órgão genital; moléstia grave e
transmissível (hipótese da AIDS) - alterado pela Lei nº
13.146/15, doença mental grave (esquizofrenia, psicopatia)
- revogado pela Lei nº 13.146/15; coação (mais
abrangente) em relação à pessoa – apenas a moral – (art.
1.558 e 1.559 do CC/02);
 Prazos (art. 1.560, I a IV, do CC/02): de 180 dias a 4 anos
(variável); desnecessidade, em alguns casos (coação);
 Casamento putativo (art. 1.561 do CC/02): boa-fé;
 Separação de Corpos (art. 1.562 do CC/02): acirramento
de ânimos; proteção à integridade física e psicológica;
 Efeitos da nulidade (art. 1.563 do CC/02); anulação com
culpa (art. 1.564, I e II, do CC/02);
1.1.9) Da Eficácia do casamento:
 Art. 1.565 a 1.570 do CC/02;
 Consequências do casamento (art. 1.565 do CC/02): condição de
consortes; acréscimo do sobrenome do outro (§ 1º do art. 1.565
do CC/02);
 Deveres (art. 1.566 do CC/02); violação: atos que atentam contra
os deveres de ambos os cônjuges (fidelidade recíproca e
infidelidade ou injúria grave; coabitação e abandono do lar
conjugal; mútua assistência – tanto a material como a moral e
espiritual – e abandono material e moral; sustento, guarda e
educação dos filhos para ambos os cônjuges; respeito e
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consideração mútuos e ofensas); deveres implícitos: assistência
espiritual, consideração e solidariedade; insuportabilidade da
vida em comum (devia ser causa e não consequência):
* Situações objetivas conflituais: incompatibilidade de gênios,
decomposição do grupo familiar, intolerância de pensamentos e
ideias, fracasso no diálogo, total ausência de affectio maritalis,
frustração de ambições, insuportabilidade da presença mútua,
desamor, dificuldades econômicas, incompatibilidade religiosa;
 Direção (art. 1.567 do CC/02): tratamento isonômico;
 Sustento (art. 1.568 do CC/02);
 Domicílio (art. 1.569 do CC/02); escolha pelo casal e
possibilidade de ausência (exceção da caracterização de
abandono de lar);
 Hipótese de direção com exclusividade (art. 1.570 do CC/02);
1.1.10) Da dissolução da sociedade conjugal e do vínculo matrimonial:
 Art. 1.571 a 1.582 do CC/02 e art. 226, § 6º da CF/88 (redação
decorrente da EC nº 66/10);
 Com o advento da Emenda Constitucional, deixam de existir os
requisitos para o divórcio (direito - 2 anos separados de fato - e
indireto - 1 ano do trânsito em julgado da sentença que decretou
a separação judicial), assim como, por revogação tácita
(entendem a maioria dos doutrinadores), deixa de existir o
instituto da separação (em qualquer de suas espécies),
permanecendo vigendo a hipótese da Separação de Corpos,
prevista do art. 1.562 do CC/02;
 Ausência, no CC/02, de normas procedimentais sobre a
separação e o divórcio, daí se deduzir que as existentes na Lei do
Divórcio (Lei 6.515/77) continuam em vigor, somente neste
aspecto;
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 Extinção da sociedade conjugal (art. 1.571, I a IV, do CC/02):


necessidade de adequação com a EC nº 66/10;
 Dissolução do casamento válido (§ 1º do art. 1.571, hipóteses do
I e IV, do CC/02): necessidade de adequação com a EC nº 66/10
(requisitos prescindíveis);
 Mantença do nome (§ 2º do art. 1.571 do CC/02);
 Espécies de separação – de corpos, judicial e consensual – (art.
1.562, 1.572 e 1.574 do CC/02):
* “Separação de corpos” (art. 1.562 do CC/02);
* “Separação culposa” ou “sanção” (caput do art. 1.572 do
CC/02): necessidade de adequação com a EC nº 66/10 (deixa de
existir);
* “Separação ruptura” ou “falência” (§ 1º do art. 1.572 do
CC/02): necessidade de adequação com a EC nº 66/10 (deixa de
existir);
* “Separação remédio” (§ 2º do art. 1.572 do CC/02):
necessidade de adequação com a EC nº 66/10 (deixa de existir);
* Por mútuo consentimento (art. 1.574 do CC/02 e 731 a 733 do
CPC/15): todas, com necessidade de adequação com a EC nº
66/10 (deixa de existir):
 Cláusulas que serão obrigatórias (art. 731, I a IV do
CPC/15): pensão; prazo de 1 ano para propor, em vez de 2
anos (previsto na Lei do Divórcio); substituição pelo
divórcio;
 Substituição do verbo comprovar para apurar (§ 2º do art.
34 da Lei do Divórcio e § único do art. 1.574 do CC/02);
 Interesses dos filhos ou do cônjuge (§ único do art. 1.574
do CC/02); substituição pelo divórcio;
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 Petição deve ser instruída com os documentos do art. 731


do CPC/15: certidão de casamento, pacto antenupcial,
descrição dos bens móveis e imóveis; se a partilha
abranger bens imóveis deverá ser transcrita no Registro de
Imóveis; é ato judicial complexo que só adquire eficácia
com a homologação do órgão judicante;
 Motivos (art. 1.573, I a VI do CC/02), que, em tese, vão para o
divórcio (também prescindíveis, ante a desnecessidade de se
discutir a culpa):
* Adultério (art. 1.573, I, do CC/02): substituição por
infidelidade (não é mais considerado crime, revogado pela Lei
11.106/05, assim como o de sedução); sevícia (mau trato, ofensa
física, toda espécie de agressão ao corpo, mau trato corporal);
injúria grave (é a ofensa à honra, à integridade moral, a chamada
“infidelidade moral”);
* Prazo do abandono voluntário: desnecessidade;
* Hipóteses agora exemplificativas;
* Deslocamento da conduta desonrosa (conceito: “Injúria grave
indireta, ou seja, o comportamento do cônjuge que depõe contra
honra, afetando, pela via indireta, a reputação social de seu
consorte, em razão do princípio da solidariedade de honras que
existe no casamento” Regina Beatriz da Silva): vício do jogo, uso
de tóxicos, conduta homossexual, delitos sexuais, vícios de
embriaguez, ociosidade, práticas degeneradas de religiosidade;
lembrou o revogado (pela 6.515/77) art. 317 do CC/16; a culpa:
sistema causal, ultrapassado, defeituoso; o culpado normalmente
é o mais desamparado; quem é mais responsável pela ruína de
uma união: o parceiro que, há tempos, e continuadamente, vem
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praticando as mais diversas “faltas”, ou o outro, que cometeu o
último deslize?;
 Consequências da separação judicial (art. 1.575 do CC/02), que
vão para o divórcio:
* Separação de corpos e partilha de bens;
* Fins dos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao
regime de bens (art. 1.576 do CC/02); procedimento que cabe aos
consortes; incapacidade mental, pelo curador, ascendente ou
irmão (§ único do art. 1.576 do CC/02); crítica aos deveres:
necessidade de mantença apenas do dever de assistência material;
continua o impedimento para casar novamente;
* Separação de fato: efeitos patrimoniais; se separados de fato,
não há de se falar em divisão; farta jurisprudência sobre o
assunto;
 Reconciliação: desconstituição dos efeitos da separação judicial
(art. 1.577 do CC/02): acertadamente deixará de existir;
 Nome: cônjuge culpado (art. 1.578 do CC/02);
 Divórcio (art. 1.579 do CC/02): rompimento do vínculo
matrimonial;
 Conversão da separação em divórcio (art. 1.580 do CC/02) ou
indireto - revogado:
* Direto (§ 2º do art. 1.580 do CC/02) - revogado;
* Lei do Divórcio: consensual (art. 4º); litigioso, culposo (caput
do art. 5º); não culposo (§ 1º e 2º do art. 5º);
 Desnecessidade de partilha (art. 1.581 do CC/02): permite-se,
agora, sem que haja prévia partilha de bens;
 Quem compete pedir (art. 1.582 do CC/02);
1.1.11) Da proteção da pessoa dos filhos:
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 Art. 1.583 a 1.590 do CC/02, Lei nº 11.698/08 e Lei nº


13.058/14; Súmula 383 do STJ;
 “Guarda” (conceito jurídico): “Ação e o efeito de guardar; a
vigilância exercida sobre a pessoa ou a coisa com o fim de reter
ou conservar, ou sob pessoa retida para não se evadir”
(Dicionário Jurídico); diz-se, também, do indivíduo encarregado
de vigiar, de fiscalizar ou de guardar alguma coisa; conceito: “É
o poder-dever submetido a um regime jurídico-legal, de modo a
facultar, a quem de direito, prerrogativas para o exercício da
proteção e amparo daquele que a lei considerar nesta situação”
(Guilherme Strenger);
 Possibilidade expressa da Guarda Compartilhada; definição de
ambas (unilateral ou compartilhada); inicialmente os arts. 1.583 e
1.584 do Código Civil a vigorar com a seguinte redação (Lei nº
11.698/08):
“Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só
dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e,
por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que vivam
sobre o mesmo teto, concernentes ao poder familiar do filhos
comuns.
§ 2º A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele
melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais
aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II – saúde e segurança;
III – educação.
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§ 3º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a
detenha a supervisionar os interesses dos filhos.
§ 4º (VETADO) (NR)”
 Meios de deferimento:
“Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá
ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por
qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio,
de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades
específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo
necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à
mãe o significado da guarda compartilhada, a sua
importância, a similitude de deveres e direito atribuídos aos
genitores e as sanções pelo descumprimento de suas
cláusulas.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda
compartilhada.
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os
períodos da convivência sob a guarda compartilhada, o juiz,
de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, poderá
basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe
interdisciplinar.
§ 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento
imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada,
poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu
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detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência
com o filho.
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a
guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que
revele compatibilidade com a natureza da medida,
considerados, de preferência, o grau de parentesco e as
relações de afinidade e afetividade.”
 Com o advento da Lei nº 13.058/14, passaram os arts. 1.583 e
1.584 do Código Civil a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1o Esta Lei estabelece o significado da expressão “guarda
compartilhada” e dispõe sobre sua aplicação, para o que modifica
os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei n o 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil).
Art. 2o A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 1.583. .........................................................
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o
pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos.
I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado).
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de
moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses
dos filhos.
.................................................................................
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha
a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal
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supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima
para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou
subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.”
(NR)
Art. 1.584. .......................................................
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a
exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja
a guarda do menor.
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos
de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que
deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a
mãe.
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado
de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá
implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor.
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a
guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele
compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
afetividade.
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a
prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos
destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$
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500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da
solicitação.”
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos,
em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de
fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos,
mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a
oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos
interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da
outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.”
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua
situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que
consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do
art. 1.584;
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao
exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem
sua residência permanente para outro Município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico,
se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder
exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16
(dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa
idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
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IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços
próprios de sua idade e condição.
 Novidade; prevalece na medida cautelar e na separação de corpos
(art. 1.585 do CC/02) e na invalidade do casamento (art. 1.587 do
CC/02); pode ser concedida a terceiro (§ único do art. 1.584 do
CC/02);
 Poder ao juiz de conferi-la de forma diferente (art. 1.586 do
CC/02); fixação gerando efeitos de coisa julgada apenas formal;
vigora o princípio de revisão (rebus sic stantibus); relação de
afinidade e afetividade;
 Poder familiar, expressão que substitui o anacrônico pátrio
poder;
 Direito de visita (art. 1.589 do CC/02): a quem não detém a
guarda (direito-dever, não mais prerrogativa), advindo do poder
familiar; estendido o direito inclusive aos avós (Lei nº
12.398/11), que acrescenta um § único ao art. 1.589 do CC/02;
 Extensão da guarda aos maiores incapazes (art. 1.590 do CC/02);
 Súmula 383 do STJ (competência, a princípio, do foro do
domicílio do detentor da guarda para processar ações de interesse
do menor);
1.1.12) Das relações de parentesco:
 Art. 1.591 a 1.595 do CC/02;
 Parentesco: natural ou consanguíneo, afim e civil (art. 1.593 do
CC/02); conceito: “É a relação que vincula pessoas que
procedem de um tronco ancestral comum (natural ou
consanguíneo), o cônjuge aos parentes do outro (afim) e o
adotado ao adotante e respectivos parentes (civil)” (Regina
Beatriz Silva);
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 Na linha reta (art. 1.591 do CC/02); conceito: “É a relação de


parentesco consanguíneo em linha reta de primeiro grau entre
uma pessoa e aqueles que lhe deram a vida; importância: é a mais
estreita e a mais importante relação de parentesco, em virtude de
seus mais variados efeitos (perpetuidade, descendência, afeição,
imortalidade do homem, transferência do patrimônio genético,
transferência do nome, responsabilidade – obrigação de
educação, sustento)” (Regina Beatriz Silva); sem limite:
ascendente e descendente (pai, avô, neto, bisavô, bisneto);
 Na linha colateral: novidade, agora somente até o 4º grau (art.
1.592 do CC/02); conceito: “O parentesco na linha colateral,
transversal ou oblíqua é uma das espécies do parentesco natural
ou consanguíneo. É colateral o parentesco existente entre as
pessoas não descendentes uma das outras, mas proveniente de
um tronco comum” (Maria Helena Diniz); irmãos (2º grau), tios e
sobrinhos (3º grau);
 Graus: contagem na linha reta e colateral (art. 1.594 do CC/02);
primo é sempre parente em 4º grau;
 Efeitos: de ordem pública (§ 7º do art. 14 da CF/88), para servir
de testemunhas (§ 2º, I, do art. 405 do CPC), no direito
sucessório (art. 1.829 e seg. e 1.839 do CC/02), de ordem
matrimonial, fins de impedimento (art. 1.521, I a V, do CC/02),
obrigação alimentar (art. 1.694 a 1.697 do CC/02);
 Regras da afinidade (art. 1.595 do CC/02); na linha reta, não
cessam com o fim do casamento ou da união estável; na
colateral, limita-se ao 2º grau: cunhados podem casar;
 Nepotismo (Súmula Vinculante nº 13 do STF (parentesco por
afinidade até o 3º grau (sobrinho do cônjuge)?;
1.1.13) Da filiação:
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 Art. 1.596 a 1.606 do CC/02;


 Conceito: “É a relação de parentesco consanguíneo em linha reta
de primeiro grau entre uma pessoa e aqueles que lhe deram a
vida” (Regina Beatriz da Silva); importância: é a mais estreita e a
mais importante relação de parentesco, em virtude de seus mais
variados efeitos: perpetuidade, descendência, afeição,
imortalidade do homem, transferência do patrimônio genético,
transferência do nome, responsabilidade (obrigação de educação,
sustento);
 Isonomia jurídica dos filhos (art. 1.596 do CC/02 e § 6º do art.
227 da CF/88);
* No CC/16, a filiação podia ser legítima (oriunda do casamento)
e ilegítima (ou extramatrimonial, que subdividia em: natural –
extramatrimonial e sem impedimento; espúria – com
impedimento matrimonial; e incestuosa – impedimento
decorrente do parentesco próximo);
 Da presunção de paternidade (art. 1.597 do CC/02):
* Presunção iuris tantum;
* Sem sentido a regra do art. 1.597, II, e do art. 1.598 do CC/02,
ante a questão da separação de fato;
* Fecundar: fertilizar (do óvulo pelo esperma);
* Inseminação: colocação do sêmen na mulher;
* Homóloga: com o sêmen originário do marido;
* Heteróloga: com o sêmen de terceira pessoa;
* Embrião: ser oriundo da função dos gametas humanos;
* Fertilização in vitro: óvulo e espermatozóide numa proveta;
* Inseminação artificial: no corpo da mulher;
* Excedentário: fora do corpo e não é introduzido;
 Impotência (art. 1.599 do CC/02): generandi;
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 Ação Negatória de Paternidade (art. 1.601 do CC/02);


imprescritível: busca da verdade real; estado da pessoa; objeto:
direito personalíssimo à historicidade pessoal; divergência
doutrinária: direito à historicidade pessoal do filho como
fundamento para a imprescritibilidade da ação do pai;
 Prova (art. 1.603 do CC/02);
 Ação de prova de filiação (art. 1.606 do CC/02);
 Da inseminação artificial:
* Art. 1.597, III, IV e V, do CC/02;
* Da relação de parentesco (filiação);
* Civil (inseminação artificial, fecundação artificial com
transferência de embrião e maternidade de empréstimo);
* Homóloga e heteróloga, (e mistura de espermas do pai);
* In vitro: hipóteses (esperma);
* Problemas decorrentes: no direito obrigacional e
contratual (comodato ou depósito?); na parte geral
(embriões excedentários: o que fazer?); no direito
sucessório (concepção post mortem); o anonimato; no
direito de família (paternidade sócioafetiva: o pai é
somente o que gera, ou o é também aquele que cuida?);
1.1.14) Do reconhecimento dos filhos:
 Art. 1.607 a 1.618 do CC/02, art. 59 da LRP (Lei 6.015/73) e Lei
8.560/92 (averiguação oficiosa da paternidade);
 Voluntário (art. 1.607 e 1.609 do CC/02) ou coativo (forçado,
judicial); contestação da maternidade (art. 1.608 do CC/02);
 Irrevogabilidade do reconhecimento (art. 1.610 do CC/02) e
ineficácia da condição e do termo (art. 1.613 do CC/02);
 Residência em lar conjugal (art. 1.611 do CC/02);
 Melhor interesse do menor (art. 1.612 do CC/02);
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 Impugnação pelo maior e menor de idade (art. 1.614 do CC/02):


ação de impugnação de reconhecimento;
 Ação de investigação de paternidade: declaratória e
imprescritível; direito indisponível (art. 27 do ECA); Súmula 149
do STF (prescrição da petição da herança, a partir da data do
reconhecimento); parte para requerer (art. 1.606 do CC/02); parte
para contestá-la (art. 1.615 do CC/02); efeitos da sentença (art.
1.616 do CC/02);
 Exame de DNA: meio de prova (art. 231 do CC/02) que gerou a
Súmula nº 301 do STJ;
1.1.15) Da adoção:
 Art. 1.618 a 1.629 do CC/02, Lei 8.069/90 (ECA) e Lei
12.010/09;
 Reprodução quase total dos dispositivos do ECA; ausência de
normas procedimentais (competência jurisdicional), daí o seu
tratamento pelo ECA;
 Antes: simulada (à brasileira), civil e estatutária;
 Negócio jurídico bilateral, solene e irrevogável;
 Idade mínima do adotante: 18 anos (de pelo menos um dos
cônjuges); diferença mínima de idade: 16 anos;
 À brasileira (crime contra o estado de filiação: art. 242 do CP);
 Requisitos (art. 1.618 e 1.619);
 Artigos revogados pela Lei 12.010/09: arts. 1.620 a 1.629;
1.1.16) Do poder familiar:
 Art. 1.630 a 1.638 do CC/02 e art. 20, 22, 23, 24 e 155 do ECA e
a redação dada pela Lei nº 13.058/14, pela Lei nº 13.509/17 e
pela Lei nº 13.715/18);
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 Conceito: “É o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais,


em relação à pessoa e aos bens dos filhos não emancipados,
tendo em vista a proteção destes” (Regina Beatriz da Silva);
direitos e deveres dos pais em relação aos filhos; nomenclatura
do CC/02: isonômico; irrenunciável e indelegável (exceção: art.
166 do ECA – família substitutiva); substituição ao anacrônico
pátrio poder (CC/16); autoridade parental em outros países;
 Competência aos pais (art. 1.631 do CC/02);
 Na separação e no divórcio (art. 1.632 do CC/02);
 Filho não reconhecido (art. 1.633 do CC/02);
 Direitos e deveres (art. 1.634 do CC/02):
* Infração: crime de abandono material e intelectual (art. 244 e
246 do CP); causa de perda;
* Guarda; direito de visita; direito de ação de busca e apreensão;
 Abandono; ação de indenização (por dano moral e material) por
parte do filho; novidade no Direito de Família;
 Extinção (art. 1.635 do CC/02); ausência de normas
procedimentais no CC/02 quanto a sua suspensão e extinção,
permanecendo em vigor, portanto, as do ECA;
 Ocorrência de novas núpcias (art. 1.636 do CC/02);
 Suspensão (art. 1.637 do CC/02);
 Motivos de perda ou destituição (art. 1.638 do CC/02): castigos
imoderados (maus tratos), abandono do filho (material e
intelectual), práticas de atos contrários à moral e aos bons
costumes (crimes de natureza sexual contra os filhos ou uso de
entorpecentes, prostituição); trabalho nocivo ao filho (art. 437 da
CLT);
 Transferência da matéria que trata da parte do direito patrimonial
dos filhos para um capítulo próprio, no título que trata do Direito
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Patrimonial, denominado de “Do usufruto e da Administração
dos bens dos filhos menores” (art. 1.689 a 1.693 do CC/02);
 Lei 12.318/10 (Dispõe sobre a alienação parental e altera o art.
236 da Lei 8.069/90 - ECA): definição (art. 2º, caput); hipóteses
exemplificativas (art. 3º, § único, I a VII); consequências (art. 6º,
I a VII e § único);
1.2) Do Direito Patrimonial:
1.2.1) Do regime de bens entre os cônjuges:
 Art. 1.639 a 1.688 do CC/02:
 Princípios e normas concernentes aos bens; livre estipulação;
conceito: “É o conjunto de princípios e normas referentes ao
patrimônio dos cônjuges, que regulam os interesses econômicos
oriundos do casamento, podendo ser chamado de „estatuto
patrimonial‟ da sociedade conjugal” (Maria Helena Diniz);
estatuto de bens das pessoas casadas;
 Escolha de regime (art. 1.639 do CC/02); novidade: mutabilidade
do regime adotado após o casamento (§ 2º do art. 1.639 do
CC/02); redação equivocada do art. 2.039 do CC/02; hipótese do
art. 977 do CC/02: direito adquirido?;
 Regime legal da comunhão parcial (art. 1.640 do CC/02); pacto
antenupcial: forma prescrita em lei (§ único do art. 1.640 do
CC/02);
 Regime legal da separação obrigatória (art. 1.641, I, II e III, do
CC/02); Súmula nº 377 do STF: comunicação de aquestos;
obrigatoriedade do regime legal agora aos 70 anos (Lei nº
12.344/10);
 Administração e indisponibilidade dos bens (art. 1.642 a 1.646
do CC/02);
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 Outorga uxória e autorização marital (art. 1.647 do CC/02);


novidade: dispensa da outorga uxória ou autorização marital para
os bens imóveis no regime da Separação de Bens;
 Outorga e suprimento do juiz (art. 1.648 a 1.652 do CC/02);
 Novidade do CC/02: elevação do cônjuge sobrevivente à
condição de herdeiro necessário, concorrendo com os outros
herdeiros, dependendo do regime de bens:
* Ordem de vocação hereditária (art. 1.829 do CC/02):
concorrerá - o cônjuge - nos regimes da Separação Total de Bens,
Participação Final dos Aquestos e Comunhão Parcial com Bens
Particulares; não concorrerá: regimes da Comunhão Universal de
Bens, Separação Obrigatória dos Bens e Comunhão Parcial sem
Bens Particulares; e o misto?;
* Questão: por qual regime optar? Resguardar interesses
patrimoniais em vida ou post mortem;
1.2.2) Do pacto antenupcial:
 Art. 1.653 a 1.657 do CC/02;
 Conceito: “O pacto antenupcial é um contrato solene firmado
entre os nubentes, com o objetivo de escolher o regime de bens
que vigorará durante o casamento. É obrigatório quando os
nubentes optam por regime que não seja o legal” (Alexandre
Assunção); negócio jurídico acessório e solene: forma prescrita
em lei (art. 1.653 do CC/02), por escritura pública, caso contrário
será nulo;
 Liberdade vinculada à disposição de lei;
 Validade contra terceiros (art. 1.657 do CC/02): inscrição no
Registro de Imóveis (eficácia erga omnes);
1.2.3) Do regime da comunhão parcial de bens (Legal):
 Art. 1.658 a 1.666 do CC/02;
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 Legal (desde 1977: Lei do Divórcio); comunhão de aquestos;


 Bens excluídos/incomunicáveis (art. 1.659 – anterioridade,
gratuidade, substituição, ilicitude das obrigações, pessoalidade
sobre os bens – e 1.661 do CC/02); bens incluídos/comunicáveis
(art. 1.660 – onerosidade, eventualidade, gratuidade comum,
benfeitorias em bens particulares, frutos dos bens comuns – e
1.662 do CC/02 – presunção dos móveis –);
 Administração dos bens (art. 1663 a 1.666 do CC/02);
1.2.4) Do regime da comunhão universal de bens (Convencional):
 Art. 1.667 a 1.671 do CC/02;
 Legal até 1977 (Lei do Divórcio); hoje, convencional; os
cônjuges são meeiros;
 Bens excluídos/incomunicáveis (art. 1.668 do CC/02);
 Frutos; se percebem durante o casamento, comunicam-se (art.
1.669 do CC/02);
1.2.5) Do regime da participação final dos aquestos (Convencional):
 Art. 1.672 a 1.686 do CC/02;
 Misto: durante o casamento, regras da separação total de bens; no
caso de dissolução, regras da comunhão parcial de bens; regime
híbrido (presente no direito francês e legal no alemão);
 Definição (art. 1.672 do CC/02): meação dos onerosos;
 Expectativa de direito à meação: cada um é credor da metade do
que o outro adquiriu, onerosamente, durante a vida conjugal;
partilha dos ganhos (vantagem); crédito futuro de participação
(art. 1.673 do CC/02);
 Livre alienação dos imóveis particulares (art. 1.656 do CC/02),
desde que prevista em pacto;
 Bens excluídos (art. 1.674 do CC/02)
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 Aferição dos aquestos (art. 1.675, 1.676 e 1.678 do CC/02);


 Presunção dos imóveis (art. 1.681 do CC/02); inversão do ônus
da prova (§ único do art. 1.681 do CC/02);
 Direito inegociável (art. 1.682 do CC/02);
 Data em que cessou a convivência (art. 1.683 do CC/02);
 Impossibilidade de divisão (art. 1.684 do CC/02);
 Após a dissolução, apuram-se os bens adquiridos pelo casal a
título oneroso, na constância do casamento, para partilha (art.
1.683 a 1.685 do CC/02); aquestos;
1.2.6) Do regime da separação total de bens (Convencional):
 Art. 1.687 a 1.688 do CC/02;
 Definição (art. 1.687 do CC/02); despesas (art. 1.688 do CC/02);
 Pacto antenupcial e cláusula de incomunicabilidade;
1.2.7) Do usufruto e da administração dos bens dos filhos menores:
 Art. 1.689 a 1.693 do CC/02;
 Administração (art. 1.689 do CC/02);
 Representação e assistência (art. 1.690 do CC/02);
 Bens excluídos (art. 1.693 do CC/02);
1.2.8) Dos alimentos:
 Art. 1.694 a 1.710 do CC/02, Lei 5.478/68 e Lei e art. 852 a 854
do CPC;
 Conceito: “São prestações para satisfação das necessidades vitais
de quem não pode provê-las por si; têm por finalidade fornecer a
um parente, cônjuge ou companheiro, o necessário à sua
subsistência; abrangem o necessário ao sustento, vestuário,
habitação, assistência médica e instrução” (Carlos Roberto
Gonçalves);
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 Modo compatível com a condição social; proporção no limite de


quem os provê e de acordo com a necessidade de quem os pede
(§ único do art. 1.694 do CC/02); indispensáveis à subsistência,
quando resultar de culpa de quem os pleiteia (§ 2º do art. 1.694 e
1.704 do CC/02);
 Própria subsistência (art. 1.695 do CC/02);
 Reciprocidade entre pais e filhos, extensivo aos parentes
próximos (art. 1.696, 1.697 e 1.698 do CC/02);
 Revisão (art. 1.699 do CC/02); primeiro tratamento da Teoria da
Imprevisão, já trazida no antigo art. 401 do CC/16;
 Transmissão aos herdeiros (art. 1.700 do CC/02), de acordo com
as forças da herança (art. 1.792 do CC/02);
 Cônjuge inocente (art. 1.702 do CC/02): pensão; culpa (§ único
do art. 1.704 do CC/02): alteração verificada;
 Provisionais (art. 1.706 do CC/02): com pedido liminar e envolve
despesas de processos; provisórios (Lei 5.478/68): sem despesas
de processo; definitivos: com a sentença de mérito, que faz coisa
julgada formal;
 Renúncia (art. 1.707 do CC/02): impossibilidade; cessação (art.
1.708 do CC/02);
 Prisão civil: devedor de pensão alimentícia; alimentos pretéritos:
ação de execução; 3 últimas prestações: rito especial (art. 528 do
CPC/15); Súmula nº 309 do STJ (três últimas prestações que
autorizam a prisão);
 Alimentos gravídicos (Lei nº 11.864/08): despesas decorrentes da
gravidez; discussão; filiação ao início da personalidade civil com
a concepção; discussão de ressarcimento, se o suposto pai não é?;
 Súmula nº 358 do STJ (cancelamento de pensão de filho maior
sujeita à decisão judicial, mediante contraditório);
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 1.2.9) Do Bem de Família:


 Art. 1.711 a 1.722 do CC/02 e Lei 8.009/90;
 Instituto originário do direito americano, na figura do homestead
(isenção de penhora em favor da pequena propriedade);
deslocamento desta matéria para o Direito de Família;
 Constituição do bem (art. 1.711 e 1.713 do CC/02);
 Definição (art. 1.712 do CC/02);
 Instituição (art. 1.714 e 1.717 do CC/02);
 Administração (art. 1.720 do CC/02);
 Extinção (art. 1.722 do CC/02);
 Permanece em vigor a lei que trata da impenhorabilidade do bem
de família (Lei 8.009/90); ver art. 1º a 3º desta lei;
1.3) Da união estável:
 Art. 1.723 a 1.727 do CC/02 e Leis 8.971/94 e 9.278/96;
 Conceito: “Considera-se união estável a vida em comum sob o mesmo
teto ou em teto diferente, de homem e mulher, pública, contínua e
duradoura, com o objetivo de constituir família; elementos
caracterizadores: durabilidade da relação, construção patrimonial em
comum, affectio societatis, fidelidade, notoriedade (publicidade),
comunhão de vida, de contrato escrito e/ou de filhos; animus”;
 Requisitos (art. 1.723 do CC/02); separados de fato (§ 1º do art. 1.723
do CC/02): inclusão (ausência verificada em leis anteriores);
 Deveres (art. 1.724 do CC/02); regime de bens (art. 1.725 do CC/02);
 Conversão (art. 1.726 do CC/02); pedido ao juiz: retrocesso;
 Concubinato (art. 1.727 do CC/02): novidade; crítica;
1.4) Da tutela, da curatela e da tomada de decisão apoiada:
 Art. 1.728 a 1783 do CC/02;
 Direito protetivo (redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015);
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_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ._ X _________________

BIB LIOGRAFI A
DOUTRINA
DIAS, M aria Berenice. Divórcio já. Porto Alegre: Editora Revista dos Triunais.
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FARIAS, Cristino Chaves de et. Direito de família. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris.
GAGLIANO, Pablo Stolze et. O novo divórcio. São Paulo, Saraiva.
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M ONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil – direito de família. (Atualizado por Regina Beatriz da Silva) Vol. 2. São Paulo: Saraiva.
PEREIRA, Caio M ário da Silva. Instituições de direito civil – direito de família. Vol. V. Rio de Janeiro: Forense.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil – direito de família. (Atualizado por Francisco Cahali) Vol. 6. São Paulo: Saraiva.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito de família. Vol. 6. São Paulo: Atlas.
COMENTÁRIOS / ANOTAÇÕES AO CÓDIGO CIVIL
DINIZ, M aria Helena. Código Civil anotado. São Paulo: Saraiva.
FIUZA, Ricardo (Coord.). Novo Código Civil comentado. São Paulo: Saraiva.

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