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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA

CÍVEL CENTRAL DA COMARCA DE XXX

ANCO MÁRCIO, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por


intermédio de seu advogado legalmente constituído através de instrumento
procuratório em anexo, com endereço profissional à Rua xxx, Nº xxx, Bairro
xxx, CEP xxx, da Cidade xxx, no Estado de xxx, com endereço eletrônico: xxx,
nos autos da ação que move em face de

SANITAS SERVIÇOS MÉDICOS LTDA vem respeitosamente à presença de


Vossa Excelência, tendo em vista a respeitável sentença de fls. XX/XX/XX,
interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAL E MORAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS MÉDICOS.
INFECÇÃO HOSPITALAR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO
INTERNO.

Com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do NCPC/2015, conforme razões


em anexo.
Outrossim, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no
efeito suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar
suas contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

Por fim, requer a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para
seu processamento e julgamento.

Nestes termos,

Pede-se deferimento,

CIDADE/UF, XX de XX de XXXX.

NOME DO ADVOGADO (A)


OAB/UF XXXX
RAZÕES RECURSAIS

APELANTE: ANCO MÁRCIO

APELADO: SANITAS SERVIÇOS MÉDICOS LTDA

AUTOS Nº: XXX

VARA DE ORIGEM: VARA ÚNICA DA CIDADE

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXX

COLENDA CÂMARA

NOBRES JULGADORES

I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

O apelante é parte legítima, com interesse sucumbencial, devidamente


representado, conforme se verifica, portanto, preenchido os pressupostos
objetivos e subjetivos de admissibilidade.

No que tange a parte demandada nos autos em epígrafe, é reconhecido que a


mesma é parte ilegítima para configurar no pólo passivo desta referida ação,
deste modo, impugno para que seja mantida a sua exclusão da lide, devendo,
contudo, prosseguir a ação em face do HOSPITAL MONTE AVENTINO,
apontada pelo autor no pólo passivo desta lide.

II – DA TEMPESTIVIDADE

Verifica-se que houve publicação no dia XX/XX/XXXX. Sendo a juntada neste


dia, XX/XX/XXX, verifica-se a sua tempestividade para a apresentação da
contestação em tela, nos moldes a seguir declinados.

III – BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS, em


que o autor, ora apelante, Requer que sejam reparados os danos oriundos de
uma infecção hospitalar pós - cirúrgico, pelo qual o apelante obsterce do
exercício de sua atividade laboral (representante comercial), durante o tempo
da internação. Em que pese o HOSPITAL MONTE AVENTINO que é mantido
pela sociedade Ré, não fora demandado como parte no pólo passivo na
demanda inicial, resultando na improcedência do julgamento do mérito, apela-
se então, pelo reconhecimento de sua culpa in eligendo com amparo no artigo
186 CC, sob a alegação de que um estabelecimento hospitalar é um
fornecedor de serviços – serviços de saúde médico-hospitalares e está,
portanto, sujeito às normas do Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei
nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990) e do Código Civil brasileiro, no que
couber, além de outras normas legais de nosso ordenamento jurídico, quer no
que tange ao atendimento de  pacientes internados nas suas dependências
quer no que se refere à prestação de serviços aos pacientes que procurem
atendimento ambulatorial (pacientes externos) em caráter eletivo, de urgência
ou emergência. A relação jurídica dos hospitais brasileiros quando da
prestação de serviços aos seus pacientes é contratual. O hospital é o
responsável tanto pela habilidade profissional, como pela conduta social (bons
costumes) dos seus funcionários, incluindo médicos, e membros de seu Corpo
Clínico, que selecionou para desempenharem atividades profissionais no
atendimento aos pacientes que utilizem os seus serviços. Também pode ser
responsabilizado o hospital face à responsabilidade in vigilando, pois não
basta ter escolhido bem os profissionais que vão desempenhar atividades em
suas dependências, também tem o hospital que exercer uma “fiscalização” –
controle destes para que desempenhem com perícia, prudência e diligência as
suas atividades. Uma vez demonstrado que as infecções por micro bactérias
estão relacionadas às falhas nos processos de limpeza, desinfecção e
esterilização de produtos médicos e de manuseio médico, restou comprovado o
nexo causal entre o dano alegado e a falha na prestação do serviço, impondo-
se o dever de indenizar, já que cabe ao hospital a adoção de todas as medidas
necessárias para a prevenção adequada no combate à infecção hospitalar. O
hospital, sendo o responsável tanto pela habilidade profissional, como pela
conduta geram a necessidade de serem ressarcidos os prejuízos pelo
causador do dano como se depreende da leitura de nosso Código Civil, na
exegese de seus seguintes artigos: o de nº186 (“Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”), o de
nº927, caput (“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”), e o de nº951 (“O disposto nos arts. 948,
949 e 950 aplicam-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no
exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia,
causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo
para o trabalho.”). Dano moral está no próprio fato que o ensejou, diante da
angústia e prejuízo experimentados pelo autor, consistentes em lucros
cessantes pela obstação do exercício de sua atividade laboral durante o tempo
de sua internação, ao passo que descreve o art. 402  do Código Civil da Lei
10406/02. Sob este contexto, longe de excluir a responsabilidade do hospital,
configura-se verdadeiro fortuito interno, ínsito à atividade que desenvolve,
sendo seu dever adotar todas as medidas necessárias para a prevenção
adequada no combate a tal infecção, o que não restou demonstrado. O dano
moral decorrente da infecção hospitalar está circunscrito na própria ofensa,
sendo induvidoso que o evento acarretou ao autor, angústia e prejuízo
financeiro, devido ao período de 2 meses em que ficou em tratamento
hospitalar, decorrente a infecção. No que pertine à verba indenizatória, é
propício que deva ser fixada com observância aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, sem olvidar do caráter punitivo-pedagógico do qual a
medida é dotada, de maneira que não importe enriquecimento indevido do
ofendido, tão pouco perca o cunho de prevenção à ofensa.
IV – RAZÕES DA REFORMA

A sentença proferida pelo Juízo a quo, mesmo após a demonstração das


provas nos autos, foi julgada totalmente improcedente, pois o Apelante, não
havia comprovado a culpados profissionais que o atenderam, como exige o art.
14 § 4º, do Código de defesa do consumidor, instituído pela Lei 8.078/1990,
evidenciando-se a ausência de culpa. Uma vez que o ocorrido acontecera logo
após o ingresso no HOSPITAL apelado. Todavia não há que se falar em
cuidado devido do apelado, pois mesmo o HOSPITAL MONTE AVENTINO
sendo notoriamente reconhecido por sua agilidade e eficiência nos meios de
comunicação, deixou no apelante, desta feita, danos materiais e morais
significantes, claramente evidenciados nos fatos demonstrados nos autos.

Não resta dúvida que a sentença recorrida deverá ser anulada e/ou totalmente
reformada, consoante fundamentos e pedidos delineados na inicial.

V – PEDIDOS

Em virtude do exposto, o apelante requer que o presente recurso de apelação


seja CONHECIDO, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para
reformar a sentença recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do Autor
Apelante, desconsiderando a relação jurídica sobre o Apelado SANITAS
SERVIÇOS MÉDICOS LTDA citado na inicial, reconhecendo a culpa in
eligendo e in vigilando do Apelado indicado HOSPITAL MONTE AVENTINO
nesta apelação, por ser de inteira Justiça.

Nesses termos, pede deferimento.

Cidade xxx – Estado xxx, Data: xxx

Advogado: xxx

OAB/xxx: nº xxx/xxx

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