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DIREITO CIVIL - FAMÍLIA


NOÇÕES DE DIREITO DE FAMÍLIA E O CASAMENTO
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Nesta webaula iremos estudar sobre o Direito de Família, vamos discutir sobre as Noções de Direito de Família e o
casamento.

Noções de Direito de Família 


Introdução ao Direito de Família e sua Evolução Histórica
Um dos institutos mais antigos do mundo é a família. No Brasil, o que entendemos hoje por família sofreu diversas
inIuências, como do que era considerado família na Roma, na Alemanha e, principalmente, inIuência da igreja
(canônica). O Código Civil vigente em 1916 era de base tradicionalista, inIuenciado pela igreja, em que família era
aquela formada pelo casamento, de modo que toda e qualquer entidade fora do casamento não era protegida
pelo direito de família. 

Fonte: Shutterstock.

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No entanto, a realidade social era muito diferente do que a legislação previa. Logicamente, naquela época já
haviam “[lhos fora do casamento”, uniões estáveis, uniões homoafetivas, relações extraconjugais – todas
desprotegidas do direito vigente. A partir de então, é que a JURISPRUDÊNCIA passou a adquirir importante papel.

Na década de 40/50, visando as modi[cações sociais ocorridas, o STF passou a interpretar a realidade social e
conferir efeitos jurídicos para entidades formadas fora do casamento, tais como o concubinato PURO e IMPURO.

Concubinato Puro !

Era quando as pessoas se uniam, eram habilitadas para casar, mas não queriam. Nessa espécie, era possível
converter em casamento. É o que hoje chamamos de União Estável. Na CF/88, o concubinato puro foi
transformado em entidade familiar, passando a ser chamado de União Estável.

Concubinato Impuro

Era a união informal de pessoas que não poderiam casas, de modo que não poderia ser convertida em
casamento. Ex.: pessoa já casada que se une com outra.

O reconhecimento do concubinato, puro e simples, se da através das sumulas 380 e 382 do STF.

Súmula 380
380, STF “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua
dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”

Súmula 382
382, STF: “A vida em comum sob o mesmo teto "more uxório", não é indispensável à caracterização
do concubinato.”

A perspectiva civil-constitucional da família


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A perspectiva civil-constitucional da família


A noção tradicional de família esteve ligada durante muito tempo à ideia de casamento. Esse modelo passou a
sofrer alterações, principalmente durante a segunda metade do século XX, quando o laço formal do matrimônio
passou a ser substituído pela afetividade e por um projeto de vida em comum. 

A Constituição Federal de 1988 tem um capítulo próprio que trata da família, da criança, do adolescente e do idoso
(Capítulo VII, do Título VIII – Da Ordem Social). O artigo 226 trata da prevalência da dignidade da pessoa humana. 

Sobre a perspectiva civil-constitucional da família, a CF/88, na perspectiva da dignidade da pessoa humana, prevê
expressamente outros núcleos familiares de afeto: a união estável e a família monoparental. 

Fonte: Shutterstock.

Função social da família 

A família não é um instituto que garante apenas direitos privados. Deve ser interpretada como um instituto com
papel e função social de propiciar o bem de toda a comunidade. Assim, a CF protege diferentes modalidades de
família.

No Art. 226, CF/88 estabelece que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, conforme o
parágrafo 3º.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

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Função social da família 

A família não é um instituto que garante apenas direitos privados. Deve ser interpretada como um instituto com
papel e função social de propiciar o bem de toda a comunidade. Assim, a CF protege diferentes modalidades de
família.

No Art. 226, CF/88 estabelece que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, conforme o
parágrafo 3º.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Pluralismo familiar
Agora iremos conhecer as várias formas de construir uma família:

Família Matrimonial
Matrimonial: formada pelo casamento civil. 

Família Informal
Informal: A união é formada sem registro de acordo com a lei civil, sendo o vínculo criado com a
convivência e ânimo de constituir família. Ex.: União estável. 

Família Monoparental
Monoparental: É aquela formada por um dos pais (pai ou mãe) e seu(s) [lho(s). 

Família Anaparental
Anaparental: É considerado família aquela formada por apenas uma pessoa, como a pessoa
solteira, viúva ou separada. Ex.: proteção do patrimônio impenhorável por ser bem de família. 

Família Socio-afetiva
Socio-afetiva: vínculo familiar é criado pela afetividade entre as partes, não pelos vínculos
biológicos. 

Família multiespécie
multiespécie: É aquela formada pelos animais de estimação e seus tutores. 

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Família recomposta/reconstituída
recomposta/reconstituída: É formada pela união de casal que já possuía [lhos de relacionamentos
anteriores. Ex: enteados/madrasta/padrasto. 

A família e a e[cácia horizontal dos direitos fundamentais 


A e[cácia horizontal dos direitos fundamentais é a aplicação dos direitos constitucionais fundamentais nas
relações entre particulares/pessoa privadas – relações horizontais. 
Em regra, nas relações familiares as partes são pessoas privadas (e não o Estado), em forma horizontal. Mesmo
assim, todos os direitos fundamentais constitucionalmente previstos devem ser necessariamente respeitado nas
relações familiares. 

Outro exemplo de constitucionalização das relações familiares, pode-se citar o reconhecimento da união estável
homoafetiva (ADI 4277), devendo o art. 1.723 do CC ser interpretado conforme a Constituição. 

A[nal, o que é família atualmente?

Fonte: Shutterstock.

Não há um consenso, conceito absoluto e uniforme na jurisprudência e doutrina do que é família atualmente. No
geral, é um ente despersoni[cado, base da sociedade (art. 226 da CF), baseado vínculo da afetividade.

Em 2011, quando o STF foi realizado o julgamento da ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, foi conferido por
este tribunal um moderno conceito do que se entende por família, conforme se depreende da leitura de parte da
ementa. Salienta-se que neste acórdão aplicou-se a união estável entre pessoas do mesmo sexo as mesmas regras
e mesas consequências da união estável heteroafetiva, com base na constitucionalização do direito de família, que
acabamos de explicar.

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“Família em seu coloquial ou proverbial signi[cado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente
constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988, ao utilizar-se da
expressão “família”, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou
liturgia religiosa...”
— ADPF 132, de 2011

Fundamentos constitucional

Os fundamentos utilizados para que seja declarada a constitucionalidade, foram baseados na concepção
ultramoderna de família, baseada exclusivamente nos vínculo de afeto, na dignidade da pessoa humana, na
proibição de discriminação, preconceito, pluralismo como valor cultural e liberdade para escolher a orientação
sexual. 

“ ...Família como instituição privada que, voluntariamente constituída entre pessoas adultas, mantém com o Estado e a
sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócus institucional de concreção dos
direitos fundamentais que a própria Constituição designa por “intimidade e vida privada”.
— inciso X do art. 5º).” (STF. ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, j. 05.05.2011


Características da família

Socioafetiva !

É baseado no vínculo da afetividade. 

Eudemonista !

A família serve para que cada um dos seus membros busque a sua felicidade individual, realizando-se como
pessoa. 

Anaparental !

Poderá ser formada também por pessoas que não tenham entre si vínculo técnico ou consanguíneo de
parentesco. 

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Como exemplo, temos a lei Maria da Penha, que conceitua como relações domésticas – familiares o seguinte:

“ Inciso I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem
vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Inciso II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por a[nidade ou por vontade expressa;”
— Art. 5º, Lei 11.340


Dos princípios do Direito de Família
O direito de Família é regido por alguns princípios, destacando-se os seguintes:

Princípio da Afetividade !

A noção de família é moldada pelo sentimento da afetividade. Por isso, o STJ possui diversas decisões em que
a socioafetividade prevalece sobre o caráter biológico. Por exemplo, o STJ reconhece a possibilidade da
pessoa aos 18 anos, incluir no registro de nascimento o pai afetivo (ou seja, aquele que criou a pessoa, não o
que deu origem biológica).

Princípio da Solidariedade

A união dos entes familiares é baseada na fraternidade, reciprocidade, ajuda mútua, ou seja, na
solidariedade. Exemplo. Artigo 1511 do Código Civil.

Princípio da monogamia !

No ordenamento jurídico brasileiro é proibido o casar-se simultaneamente com mais de uma pessoa. Nos
termos do artigo 1566, I, CC, é dever entre os cônjuges a [delidade recíproca. Ademais, as pessoas casadas
estão impedidas de casar (art. 1521, VI CC).

Princípio da Pluralidade de Entidades Familiares !

A proteção estatal é para TODA e QUALQUER família, consagra-se uma pluralidade de formas pelas quais a
família poderá ser formada. Ex: Família matrimonial, Informal, Monoparental, Anaparental, Socio-afetiva,
família multiespécie. Os parágrafos do artigo 226 da CF apresenta um rol exempli[cativo dos possíveis jeitos
que poderá ser constituída a família.

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Princípio da Proteção Especial !

É expressamente previsto na CF que a família possui papel tão importante, que deve ser especialmente
protegida pelo Estado. Caput do art. 226 da CF: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado”.

Princípio da Igualdade !

Há 2 espécies de igualdade que regem o direito de família. 

Igualdade entre os [lhos


[lhos: historicamente, os [lhos havidos fora do casamento não possuíam os mesmos
direitos dos [lhos tidos no casamento. A CF/88 passou a prever a igualdade constitucional (patrimonial e
existencial) entre eles “Artigo 227, §6º, CF: “Os [lhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e quali[cações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas
à [liação”.

Igualdade entre cônjuges


cônjuges: O artigo 226, § 5º, da Constituição Federal de 1988 prevê que os direitos e
obrigações para com a família são iguais entre o homem e a mulher, sem qualquer tipo de distinção ou
discriminação. 

Teoria Geral do Casamento


Vamos passar agora a estudar uma das formas pelas quais a família pode se iniciar: o casamento. Começaremos
pelo conceito. 

“ O casamento pode ser conceituado como a união de duas pessoas, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada
com o objetivo de constituição de uma família e baseado em um vínculo de afeto.” 
— Tartuce, 2019


O casamento é a união de duas pessoas, que necessariamente deverá ser realizado através de procedimento
formal regulamentado pelo Estado, que busca a comunhão plena de vida, baseado em um vínculo de afeto. 

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No Art. 1.511. Código Civil - O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e
deveres dos cônjuges. Observe que a ideia de casamento deixou de ter uma [nalidade reprodutiva para ter a
[nalidade de comunhão de vida. 

O planejamento familiar é livre e de deliberação do casal. A intangibilidade do casamento garante que essa
comunhão de vida esteja a salvo da intervenção de terceiros. 

Fonte: Shutterstock.

Originalmente, o casamento somente era considerado entre duas pessoas de sexos distintos. No entanto, o STF
passou a entender em 2011 que o casamento também pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo.

Casamento homoafetivo
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Casamento homoafetivo
Não há lei prevendo expressamente o casamento homoafetivo, e, por conta de artigos como o art. 1.517 do
Código Civil /02, a maior parte da doutrina e da jurisprudência considerava um eventual casamento homoafetivo
como inexistente.

No entanto o a partir de 2011, em decisão do STF, na ADPF 132 + ADIN 4277, a família homoafetiva passou a
ser juridicamente reconhecida. E ainda, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da sua Resolução n.
175, de 2013, veda às autoridades competentes, (responsáveis pelos Cartórios de Registro Civil) a recusa de
habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de
mesmo sexo.

Natureza Jurídica do Casamento


O que o casamento é para o direito? A natureza jurídica do instituto responde à esta questão. E quanto a ela,
existem três teorias.

Teoria contratualista
contratualista: o casamento tem natureza jurídica negocial, é um contrato celebrado e desfeito,
exclusivamente, pela vontade das partes. 

Teoria institucionalista
institucionalista: considera que as partes, uma vez que aderem à instituição do casamento, estão
submetidas às suas normas e seus efeitos, estabelecidos pelo Estado. Em nosso Código Civil anterior (1916), a
visão institucionalista predominava, uma vez que o casamento era tido como uma instituição da sociedade e
era protegido como tal. 

Teoria mista
mista: defendida por autores como Flávio Tartuce, dispõe que: “Desse modo, melhor considerar o
casamento como um negócio jurídico bilateral sui generis, especial. Trata-se, portanto, de um negócio
híbrido: na formação é um contrato, no conteúdo é uma instituição.” (Tartuce, 2019). Assim, ele se inicia por
um contrato, porém, não tem a [nalidade exclusivamente patrimonial, assim, no conteúdo é uma instituição. 

As doutrinas mais atualizadas são unânimes em considerar que a Teoria Institucionalista está superada, vez que
baseada em valores morais e religiosos. Assim, independente de se adotar a teoria contratualista ou mista, certo é
que o casamento é um negócio jurídico. E como tal, aplicam-se as regras especí[cas do Código Civil em seu
tratamento, e na falta destas, as previstas na parte Geral do negócio jurídico do Código Civil.

Tipologia básica do casamento


Todas as modalidades de casamento tem natureza civil. 

Casamento civil Casamento religioso com efeito civil

O casamento civil é aquele realizado perante a autoridade o[cial do Estado (juiz de direito ou de paz). 

Da capacidade matrimonial
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Da capacidade matrimonial
Pode haver incapacidade ou impedimento para o matrimônio. A incapacidade matrimonial é a falta de aptidão
para realizar o ato. Esta é geral, ou seja, impede a pessoa de casar-se com qualquer outro que seja.

Os incapazes para o casamento são apenas os absolutamente incapazes, ou seja, somente os menores de 16
anos, nos termos do art. 1.517 do Código Civil e do novo art. 3.º do Código Civil. “São absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos”.

Porém entre 16 e 18 anos incompletos, é necessária a autorização dos pais ou representantes legais. Se for
emancipado, não há necessidade de autorização. Se houver divergência entre os pais, a questão será levado ao
Juiz para que ele autorize; nestes termos o art. 1.519, “Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta,
pode ser suprida pelo juiz”. 

Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. O casamento é causa de
emancipação legal, nos termos do artigo 5º do Código Civil. Os menores de 16 anos não poderão se casar em
hipótese nenhuma, conforme artigo 1520 do CC.

Como já vimos é proibido o casamento de menor de 16 anos em qualquer caso.

Artigo 217 – A CP – Estupro de Vulnerável

“ “O crime de estupro de vulnerável se con[gura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos,
sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de
relacionamento amoroso com o agente”.
— Súmula 593 do STJ (2017)

O artigo 1520 foi modi[cado em 2019, até então, admitia-se que em casos excepcionais o casamento do menor de

16 anos fosse autorizado, para evitar, inclusive, o cumprimento de pena criminal (estupro de vulnerável). Porém,
tal visão foi superada. 
Em 2019, o Código Civil consolidou o entendimento da proibição do casamento do menor de 16 anos, mesmo
diante de seu consentimento ou gravidez. Inclusive, sendo considerado, pela lei crime de estupro de vulnerável, a
conjunção carnal ou ato libidinoso com menor de 14 anos.

Dos impedimentos matrimoniais


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Dos impedimentos matrimoniais


O impedimento é a proibição para o casamento diz respeito a legitimação, ou seja, a capacidade ou condição
especial para realizar determinado ato. Quando presente qualquer das hipóteses do artigo 1521 do Código Civil,
há a impossibilidade de celebração do casamento. 

É matéria de ordem pública, por isso, pode ser oposto por qualquer pessoa capaz. Tem a [nalidade de proteção
da família no âmbito biológico, moral e social.

Passamos agora à análise das hipóteses taxativas dos impedimentos matrimoniais. O Artigo 1521 do Código Civil
traz um rol taxativo de pessoas que não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; !

Os ascendentes não podem se casar com os descentes, até o in[nito. A proibição pelo impedimento se dá
pelo parentesco consanguíneo (ex. [lho não pode casar com a mãe, neto com o avô, e assim por diante). Por
razões morais (incesto) e biológicas. 

II - os a[ns em linha reta; !

Para os a[ns em linha reta, o impedimento decorre do parentesco por a[nidade, ou seja, o parentesco entre
um cônjuge (ou companheiro) e os parentes do outro consorte (ou convivente). Por exemplo, sogra com o
genro. Porém, não há impedimento entre a[ns colaterais (assim, o ex-cunhados podem se casar.) O
parentesco por a[nidade em linha reta não se dissolve após o [m do casamento ou união estável. 

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; !

A adoção imita a família consanguínea no que diz respeito aos impedimentos matrimonias.

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; !

Os parentes colaterais até terceiro grau, inclusive (impedimento por parentesco consanguíneo), por razões
morais e biológicas. Os irmãos (que são colaterais de 2º grau) sejam bilaterais (mesmo pai e mesma mãe) ou
unilaterais (mesmo pai ou mesma mãe). O Decreto-lei 3.200/1941, autoriza o casamento entre tios e
sobrinhos (chamado casamento avuncular), somente se uma junta médica apontar que não há risco biológico
- Enunciado n. 98 do CFJ/ STJ. 

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V - o adotado com o [lho do adotante; !

Como visto, o adotado imita a família consanguínea. Dessa forma, pode haver casamento do adotado com o
irmão do adotante, porque esse é como se seu tio fosse, e não há risco biológico. 

VI - as pessoas casadas; !

As pessoas já casadas são impedidas de casar, impedimento decorrente de vínculo matrimonial, pois o
Código adota o Princípio da Monogamia para o casamento.

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
!

Impedimento decorrente de crime. Somente quando o crime é doloso e há trânsito em julgado da sentença
penal condenatória antes do casamento. Se o casamento ocorrer durante o processo penal, será válido.

Os impedimentos, por tratarem de matéria de ordem pública, podem ser opostos por qualquer pessoa capaz,
inclusive o juiz ou o[cial de registro. Podem ser opostos até o momento da celebração do casamento. E podem
também ser opostos na habilitação através declaração escrita, assinada e com provas. Assim:

“ Art. 1.522. do Código Civil. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por
qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o o[cial de registro, tiver conhecimento da existência de algum
impedimento, será obrigado a declará-lo.”
— Art. 1.522. do Código Civil


Caso o casamento seja celebrado, ele será nulo de pleno direito, nulidade absoluta, nos termos do artigo 1548, II
do Código Civil 

Das causas suspensivas


As causas suspensivas do casamento são situações capazes de suspender a realização do casamento,
relacionadas a questões patrimoniais e de ordem privada. Não geram a nulidade absoluta ou relativa do
casamento, o casamento é apenas irregular, mas impõem sanções patrimoniais aos cônjuges, tornando
obrigatório o regime da separação legal ou obrigatória de bens.

A violação não gera vício, gera apenas sanção, consistente em não permitir que os nubentes escolham o regime de
bens a ser adotado no casamento. Resguardam situações particulares (proteção da família dos nubentes ou eles
mesmos), assim, o interesse é privado, desta forma, não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Não incidem no
caso de ser constituída união estável. 

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O artigo 1523, faz uma recomendação que não devem se casar: 

I - o viúvo ou a viúva que tiver [lho do cônjuge falecido, enquanto não [zer inventário dos
bens do casal e  der partilha aos herdeiros;

Além da imposição de regime de separação obrigatória de bens, essa causa gera uma
" segunda sanção, a de uma hipoteca legal a favor dos [lhos sobre os bens imóveis dos #
pais que passarem a outras núpcias antes de fazerem o inventário do cônjuge
falecido. Só se aplica se o [lho for do cônjuge falecido e da viúvo ou viúva. Quando for
somente de um dos dois, não se admite interpretação extensiva ou analogia.

Em todas as hipóteses, desaparecerá a causa suspensiva, se for comprovado a ausência de prejuízo aos
envolvidos. É possível que não seja aplicada a sanção, se comprovado a ausência de prejuízo. 

Saiba Mais

As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos diretamente interessados na
relação jurídica patrimonial que se constituirá com o casamento. Desta forma, o artigo 1524 do Código civil
determina que as causas suspensivas serão arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam
consanguíneos ou a[ns (pais, avôs, sogros), e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou
a[ns (irmãos, cunhados).

Artigo 1.524 – As causas suspensivas podem ser arguidas pelos: -parentes em linha reta ou pelos colaterais
em segundo grau, sejam também consanguíneos ou a[ns. Sua oposição deve ser feita no processo de
habilitação até 15 após os proclamas.

Saiba Mais

Do processo de habilitação para o casamento

A celebração do casamento
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A celebração do casamento
Passaremos a estudar o processo de habilitação para o casamento e sua celebração.

Como já visto, o casamento é um negócio jurídico formal e solene. Assim, tem diversas normas e regras que
devem ser seguidas para sua realização. 

O casamento civil, de acordo com o Código, tem garantido a sua celebração gratuita. Também é possível que
que haja a gratuidade do registro, certidão e habilitação, para isso basta que os nubentes apresentem
declaração de pobreza, sem a necessidade de instruir com provas. 

O casamento pode ser civil ou religioso com efeitos civis. A celebração civil depende de prévia habilitação, já a
religiosa pode ter habilitação anterior ou posterior. 

O processo de habilitação está previsto em nosso Código Civil nos artigos 1525 e seguintes, conforme
veremos a seguir.

Fonte: Shutterstock

Habilitação para o casamento


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Habilitação para o casamento


A habilitação é um procedimento formal, administrativo, (não judicial, dispensa a obrigatoriedade de advogado e
juiz, mas com a intervenção do Ministério Público), que veri[ca os pressupostos de existência e validade do
casamento. A Habilitação ocorre em quatro fases.

Requerimento e documentação

Editais de Proclama

Registro

Entrega de Certidão

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Artigo 1525, Código Civil: o requerimento de habilitação para o casamento será [rmado por ambos os nubentes,
de próprio punho ou por procuração, e deve ser instruído com os documentos previstos neste artigo.

Deve ser instruído com os seguintes documentos:

Certidão de nascimento ou documento equivalente; 

autorização dos responsáveis, se necessário; 

declaração de 2 testemunhas que atestem conhecê-los e a[rmem não existir impedimento que os iniba de
casar; 

declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais; 

certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, ou


do registro da sentença de divórcio.

A habilitação tramitará perante o Cartório de Registro Civil do domicílio dos noivos. Se esses residirem em
domicílios distintos, será no cartório de um deles. 

Art. 1.526, Código Civil. 

A habilitação será feita pessoalmente perante o o[cial do Registro Civil, com a audiência do Ministério
Público. 

Parágrafo único
único. Caso haja impugnação do o[cial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será
submetida ao juiz. 

Se toda a documentação estiver em ordem, o o[cial extrairá o EDITAL DE PROCLAMAS. Este [cará [xado durante
15 dias na circunscrição do Registro Civil de ambos os nubentes e será publicado na imprensa, nos termos do
Artigo 1527. A autoridade pode dispensar a publicação, em caso de urgência.

“ Estando em ordem a documentação, o o[cial extrairá o edital, que se a[xará durante quinze dias nas circunscrições do


Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.”

Das causas suspensivas e invalidade 


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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

Das causas suspensivas e invalidade 


Oposição de causas suspensivas e impedimentos:

Os impedimentos e as causas suspensivas podem ser opostas neste momento (até a celebração, porém este
é o momento mais adequado).

Declaração escrita e assinada, com provas:

Serão opostos em declaração escrita e assinada, com provas do alegado ou com indicação do lugar onde
podem ser obtidas, conforme artigo 1529 do Código Civil. Nesta constará o nome de quem apresentou a
oposição, os fundamentos e as provas desta. 

Nota de oposição:

Os nubentes recebem do o[cial – Nota de Oposição (com os fundamentos, provas e nome de quem
ofereceu), e podem requerer prazo para apresentar provas em sentido contrário.

Se o oponente agir de má fé, os nubentes podem promover ações civis e criminais, nos termos do artigo 1530
do Código Civil.

Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e veri[cada a inexistência de fato obstativo, o o[cial
do registro extrairá o certi[cado de habilitação.

O artigo 1528 ainda prevê que é dever do o[cial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que
podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. Com isso, tenta-se
evitar futuras alegações de nulidade do casamento. 

Art. 1.532. A e[cácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certi[cado.

Após todo este procedimento de habilitação que vimos, cumprido, e veri[cada a inexistência de fato que
possa obstar o casamento, o o[cial extrairá o CERTIFICADO DE HABILITAÇÃO. Esse certi[cado tem prazo de
90 dias.

Celebração do Casamento
A celebração deve ser feita por autoridade competente. No civil por Juiz ou Juiza de paz, ou no religioso com
efeitos civis, pela autoridade religiosa.

Será feita em dia, hora e lugar previamente designados por quem presidir o ato, mediante petição dos
contratantes, que se mostrem habilitados. Nos termos do artigo 1533 do Código Civil: “Celebrar-se-á o casamento,
no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos
contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531 .”’

Em virtude do Princípio da Publicidade, o artigo 1534, determina que deve ser realizado em cartório ou se
realizado será na sede do Cartório, com portas abertas e 2 testemunhas. (4 se algum dos contraentes analfabeto),
sem do realizado em outro edifício, as portas devem estar abertas e devem ter quatro testemunhas. 

Da cerimônia
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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

Da cerimônia

" A instalação da cerimônia Declaração de vontade dos


# noivos 

Se dá com a presença mínima dos noivos, (pessoalmente ou por procurador especial), as testemunhas, e a
autoridade celebrante competente.

Se dá com a presença mínima dos noivos, (pessoalmente ou por procurador especial), as testemunhas, e a
autoridade celebrante competente.

Planos de existência e validade


O casamento, por ser considerado um negócio jurídico, tem os três planos: Validade e E[cácia e Existência.

Validade

Casamento nulo – inválido absolutamente – art. 1.548 do CC/02.

Casamento anulável – art. 1.550, CC/02.

E[cácia

art. 1.565 e seguintes do CC/02. 

Quanto a Existência 

Quanto a existência, a hipótese clássica de casamento inexistente era o entre pessoas do mesmo sexo, porém,
esse é juridicamente possível

Casamento nulo e anulável


NULO - art. 1.548 do CC 

Hipóteses: impedimentos para casar (art. 1.521 )

Não pode ser con[rmada pelas partes

Não produz efeitos

Não convalesce com o passar do tempo

Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz; legitimidade ativa do Ministério Público ou do interessado

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As hipóteses de nulidade do casamento não se confundem com as hipóteses de anulabilidade. A nulidade é


vício mais grave, sendo matéria de ordem pública, podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz, requerida
pelo Ministério Publico ou pelos interessados. As hipóteses são as mesmas que os impedimentos para casar. 

ANULÁVEL - art. 1.550 do CC

Hipóteses do art. 1.550 do CC

Por vício de vontade: 1.556 a 1.558

Admite convalidação pelas partes

Produz efeitos até decisão judicial

Submete-se a prazos decadenciais

Não pode ser reconhecida de ofício. 

Legitimidade ativa somente do interessado

Nas hipóteses previstas no artigo 1.550 do CC, e, quando por vício de vontade, nas hipótese dos artigos 1556
a 1558 do CC. Sendo defeitos menos grave, nestes casos a decisão judicial não terá efeitos retroativos, sendo
o casamento produzirá efeitos até a data da sentença. Ademais, mesmo existindo tais vícios, as partes
poderão convalidar o casamento. Outrossim, não poderá ser reconhecido de efeito pelo juiz, nem requerido
pelo Ministério Público, devendo haver pedido da parte interessada. 

Hipóteses em que o casamento poderá ser anulado


1. Do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal.

Para que se possa casar entre os 16 e 18 anos, e necessário a autorização do representante legal dos
menores. O casamento contraído por menor nesta idade, sem autorização do representante legal é anulável.
O prazo decadencial para alegação é de 180 dias. Completando a maioridade, o casamento será convalidado.

2. Por vício da vontade

O vício de vontade pode ser dar de 2 formas: erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge e coação.

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Erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge !

No caso de erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (ou error in persona) o prazo decadencial é de 3
anos: As hipóteses são:

Erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge- art. 1.556 e 1.557

2.1 O que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. Ex: casar com um ex-
transexual operado.
2.1.2. Crime anterior ao casamento + insuportável vida em comum.
A ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida
conjugal. Ex.: estupro, homicídio, latrocínio. 

2.1.3. Defeito físico irremediável (Impotência Coeundi) ou de moléstia grave transmissível +


anteriores ao casamento + risco à saúde. 
Obs: não inclui a impotência generandi.
A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e
transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua
descendência; O defeito físico deve ter aquele que impede a prática de relações sexuais (Impotência
Coeundi). A incapacidade de gerar [lhos (generandi - esterilidade) não é causa de anulação do
casamento. 

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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

Coação !

2.2 Coação psicológica – art. 1.558, CC: prazo decadencial de 3 anos.

*Temor de mal considerável + iminente + atinge a vida, saúde ou honra + sua ou dos familiares.

Haverá coação psicológica (vis compulsiva) quando o consentimento para o casamento de um dos
nubentes foi fundado em temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra do
cônjuge ou de seus familiares. Se a coação fosse física, o casamento seria inexistente ou nulo. 

3. A pessoa com de[ciência mental ou intelectual 

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 

§ 2º A pessoa com de[ciência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando
sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.

A pessoa com de[ciência mental ou intelectual poderá contrair o matrimônio expressando sua vontade, ou
fazendo por terceira pessoa (seu responsável ou curador).Somente se for incapaz de consentir ou manifestar
DE MODO INEQUÍVOCO sua vontade, é que será anulável.

4. Mandatário + desconhecimento prévio da revogação + não sobrevindo coabitação dos cônjuges 

§ 1º: Invalidade do mandato judicialmente decretada é equiparada à revogação. 

O casamento poderá ser realizado através de mandato (por escritura pública) conferido à outrem. O
casamento será anulável caso o instrumento de mandato seja revogado pelo mandante, antes da realização
do casamento sem que as partes soubessem, bem como que, depois da realização deste casamento, os
nubentes não venham a morar juntos (coabitar).

5. Incompetência da autoridade celebrante. 

Da autoridade celebrante. Salienta-se que trata-se de incompetência relativa, em razão do local (Ratione loci),
motivo pelo qual poderá ser convalidada. 

Provas do casamento
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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

Provas do casamento
Sendo o casamento uma entidade solene e formal, o código civil prevê expressamente, nos artigos 1.543 a
1.547 quais são os meios que podem provar a existência do casamento.

1. Casamento realizado no Brasil:

Prova direta !

No caso de casamento realizado no Brasil, em regra, a prova será feita diretamente com a apresentação do
registro feito no cartório de registro civil. Art. (1.543, CC).

Prova indireta !

No entanto, há casos que não é possível a apresentação desta certidão cartorária, quando deverá ser
produzida prova indireta. Neste caso, o casamento será provado indiretamente através de todo e qualquer
meio de prova permitido pelo ordenamento jurídico. (Art. 1.543, parágrafo único).

As provas deverão ser produzidas na ação de justi[cação de casamento


casamento, de a ser proposta pelos
cônjuges ou por terceiros ([lhos, credores), de jurisdição voluntária e competência da Vara de Família.
Salienta-se que todos os interessados no caso deverão ser citados (art. 721 do CPC). Os efeitos da sentença
será ex tunc: ou seja, seus efeitos retroagirão à data da realização do casamento. 

Obs.
Obs.: Ação de justi[cação de casamento: 

Princípio in dubio pro casamento (Art. 1.547, CC). 

Jurisdição voluntária. Efeitos ex tunc (Art. 1.546, CC). 

2. Casamento realizado no estrangeiro:

Trata-se do casamento de brasileiro celebrado em outro país. 

Forma !

Sua celebração no exterior deverá ocorrer perante autoridades ou cônsules

Registro !

Quando os nubentes retornarem ao Brasil, deverão realizar o registro cartório do respectivo domicílio, ou,
em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir. 

Prazo !

O prazo para registro é de 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil. 

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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

O casamento celebrado no estrangeiro será comprovado através do registro no Cartório do domicílio, no prazo
até 180 dias após o regresso ao Brasil. O casamento celebrado no estrangeiro, é plenamente existente, válido e
e[caz. O Registro, nos termos do art. 1.544 do CC, é apenas para [ns de prova. 

Situação-Problema

Duas pessoas querem se casar...


Um homem de 18 anos, residente em São Paulo e um rapaz, de 16 anos, residente em Curitiba, desejam contrair
matrimônio. Eles pedem a você, como advogado, para que elabore um parecer jurídico fundamentado,
orientando-os, sobre a possibilidade ou não de se casarem (diante do fato de serem do mesmo sexo e diante da
idade), e o procedimento a ser adotado.

Resolução da Situação-Problema
Para resolver a Situação-Problema proposta nesta unidade teremos que analisar os seguintes pontos:

1. Possibilidade do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.

2. Capacidade matrimonial. Idade núbil.

3. Habilitação para o casamento.

4. Celebração do casamento.

1. Primeiramente você deve abordar sobre a possibilidade do casamento homoafetivo. Conforme veri[camos
nas aulas, apesar de não haver lei expressa que o preveja, a partir de 2011, em decisão do STF, na ADPF 132 +
ADIN 4277, a família homoafetiva passou a ser reconhecida. E ainda, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por
meio da sua Resolução n. 175, de 2013, obriga as autoridades competentes a fazer a habilitação, celebração
de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.

2. Em seguida, o você deve abordar a questão da idade dos nubentes. Ambos possuem capacidade matrimonial,
visto que já tem mais de 16 anos (artigo 1517 do Código Civil). Porém, rapaz, com 16 anos precisa da
autorização de ambos os pais ou dos responsáveis. De acordo com o artigo 1519 do Código Civil, se houver
divergência entre os pais sobre a autorização, ele poderá pedir ao Juiz que a supra.

3. Quanto ao procedimento, o você deve abordar as questões de habilitação e celebração do casamento. Assim,
os nubentes devem requerer a habilitação, em uma das duas cidades (São Paulo ou Curitiba) em um Cartório
de Registro Civil, apresentando os documentos do artigo 1525 CC. Após, os documentos serão enviados ao
Ministério Público e será expedido o Edital de proclamas que deve ser divulgado nas duas comarcas (São
Paulo e Curitiba).
Não havendo oposições de impedimentos e veri[cadas todas as formalidades, será expedido certi[cado de
Habilitação.

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waklslight202_u1_dir_civ_fam 17/06/2022 10:38

4. Assim, a autoridade competente marcará data, hora e local para a celebração do casamento. A instalação da
cerimônia se dá com a presença mínima dos noivos, pessoalmente ou por procurador especial para o ato, as
testemunhas, no mínimo 02 ou 04, conforme estudamos, e a autoridade celebrante competente. A seguir, os
nubentes devem fazer a declaração de vontade de que aceitam o casamento. Na sequência, há o momento
existencial do casamento, aquele em que há a leitura da fórmula sacramental, conforme artigo 1535: "De
acordo com a vontade que ambos acabais de a[rmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher,
eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
Assim, nos termos do artigo 1535 e 1514, a celebração do casamento se consuma com a declaração de
vontade dos noivos e a declaração da autoridade de que os declara casados.

Referências Bibliográ[cas
Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 26
jun. 2020.

Constituição Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso


em: 26 jun. 2020.

Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Civil


Civil, volume 6: as famílias em perspectiva constitucional. São
Paulo: Saraiva, 2014.

Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro


Brasileiro, volume 6. São Paulo: Saraiva, 2018.

Tartuce, Flavio. Direito Civil


Civil: Direito de Família. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2019.

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Direito Civil - Família


Do casamento e do regime de bens
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signiHca que você pode interagir com o conteúdo de diversas
formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos Hcam desabilitados. Por essa razão,
Hque atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Nesta webaula, falaremos elementos fundamentais do casamento e do regime de bens, tais como: os efeitos e os
regimes do casamento e a sua dissolução.

Dos efeitos do casamento


Casamento putativo
Como já sabemos, o casamento pode ser nulo ou anulável. Tanto o casamento nulo, quanto o anulável, pode ser
enquadrado como putativo. O inexistente não pode. O casamento nulo ou anulável pode produzir efeitos para
quem está de boa-fé. A putatividade pode ser conhecida de oHcio pela sentença que declara a nulidade a
anulabilidade do casamento ou pode ser analisada em ação autônoma. É preciso comprovar a boa-fé, ou seja, é
preciso comprovar que o cônjuge não tinha conhecimento da causa de nulidade ou anulabilidade.

Fonte: Shutterstock.

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

O art. 1.561 do Código Civil determina “Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os
cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos Hlhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença
anulatória. 

§ 1º. Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos Hlhos
aproveitarão.

§ 2º. Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos Hlhos
aproveitarão.”

EHcácia do casamento
Passamos agora à analise de quais são os efeitos produzidos com a celebração do casamento, qual seja, a sua
eHcácia no meio social. Primeiramente, insta salientar que existem diversas espécies de efeitos, a citar:
econômicos, pessoais e sociais.

Efeitos econômicos !

São os efeitos patrimoniais, decorrentes do regime de bens adotado no casamento.

Efeitos pessoais !

São os efeitos produzidos no entre o cônjuges, em seu íntimo.

Efeitos sociais !

São os que decorrem da relação dos cônjuges com terceiras pessoas.

Passamos agora à análise pormenorizada das hipóteses de cada um desses efeitos.

Efeitos pessoais do casamento


“Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges.” O domicílio conjugal é o lugar escolhido por eles, conjuntamente. Se um dos cônjuges tiver que se
ausentar, o outro automaticamente administrará o domicilio comum. 

A contribuição é proporcional aos ganhos dos cônjuges, não é igualitária. Assim, nos termos do artigo 1568
CC: “Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do
trabalho, para o sustento da família e a educação dos Hlhos, qualquer que seja o regime patrimonial.”

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Ambos os cônjuges têm o direito de acréscimo do sobrenome do outro. Contudo, o acréscimo do nome é
facultativo, mas se dá independente da vontade do outro. O nome é direito de personalidade e adere a pessoa,
assim o cônjuge que o alterou em eventual divórcio, decide, se mantem ou não. O STJ também decidiu que pode
haver o acréscimo do nome mesmo após a celebração do casamento, por ação judicial. (STJ, Resp 910.094/SC, Rel.
Raul Araújo, j. 04.09.2012, publicado no seu Informativo n. 503). O casamento impõe deveres a ambos os cônjuges,
conforme veremos a frente. (Hdelidade, coabitação, assistência recíproca, guarda, sustento e educação da prole,
respeito e consideração).

Efeitos sociais
Os efeitos sociais são erga omnes. 

a. Constituição da entidade familiar, protegida em nossa legislação. 

b. O cônjuge incapaz é emancipado e não retorna ao status quo ante, no caso de dissolução do casamento ou
no caso de casamento anulável ou no caso de putatividade. Porém, se o casamento for nulo, não produz
efeitos.

c. Presunção pater is est – CC 1.597 – presunção de paternidade dos Hlhos nascidos durante o casamente, seja
por fertilização sexual ou fertilização assistida.

Há a mudança do estado civil com o matrimônio, o que não acontece com a união estável.

Há o estabelecimento do parentesco por aHnidade entre cada cônjuge e os parentes do outro, porém limita-
se aos ascendentes, descendentes e aos irmãos. Sogra, Sogro, Enteado, Cunhado. Não existe parentesco por
aHnidade de tios ou sobrinhos do cônjuge. 

E ainda, o parentesco por aHnidade em linha reta não se dissolve nunca, e conforme vimos, mantem-se como
impedimento matrimonial. O de linha colateral se dissolve (pode se casar com ex-cunhado).

Direção da sociedade conjugal


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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Direção da sociedade conjugal

“ O art. 233 do Código Civil de 1916 proclamava que o marido era o chefe da sociedade conjugal, competindo-lhe a
administração dos bens comuns e particulares da mulher, o direito de Hxar o domicílio da família e o dever de prover à
manutenção desta. Todos esses direitos são agora exercidos pelo casal, em sistema de cogestão, devendo as divergências
ser solucionadas pelo juiz.


— (CC, art. 1.567, parágrafo único).

O dever de prover à manutenção da família deixou de ser apenas um encargo do marido, incumbindo também à
mulher, de acordo com as possibilidades de cada qual (art. 1.568).” Gonçalves, 2018. Os deveres também
passaram a ser os mesmos para ambos, conforme veremos a seguir.

Deveres de ambos os cônjuges


O dever de Hdelidade é decorrente do caráter monogâmico do casamento. A vida em comum no domicilio
conjugal obriga os cônjuges a coabitarem, porém não é absoluta, conforme vimos acima. O abandono do lar, se
conHgura se não houver mais a intenção do cônjuge voltar ao domicilio comum. 

A mútua assistência obriga os cônjuges a se auxiliarem mutuamente. Obrigação de socorro material e moral entre
si.

“ O dever de sustento ou de prover à subsistência material dos Hlhos compreende o fornecimento de alimentação, vestuário,
habitação, medicamentos e tudo mais que seja necessário à sua sobrevivência; o de fornecer educação abrange a instrução
básica e complementar, na conformidade das condições sociais e econômicas dos pais; e o de guarda obriga à assistência
material, moral e espiritual, conferindo ao detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive pais.


— (Gonçalves, 2018).

O casamento tem os deveres da norma jurídica, porém não são obrigações, ou seja, não geram o direito do credor
exigir prestação do devedor. Quando há o descumprimento de um dos deveres do casamento, a jurisprudência
considera que o desrespeito a um dos deveres do casamento ou da união estável, não necessariamente, gera o
dever de indenizar. Não há como se impor o dever de amar. Não se pode transformar a desilusão pelo Hm dos
vínculos afetivos em obrigação indenizatória. 

Contudo, o descumprimento a esse dever pode, diante de peculiaridades do caso concreto, acarretar danos
morais, como na situação analisada pelo STJ, em que de fato restou demonstrado o abalo emocional.

Dos regimes de casamento


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Dos regimes de casamento


Noções gerais: regime de bens no direito civil brasileiro
São as regras de ordem patrimonial do casamento. Produz efeito entre o casal e perante terceiros. É regido pelos
princípios da liberdade de escolha (autonomia privada), da variabilidade (não existe regime único) e da
mutabilidade (o regime pode ser modiHcado no curso do casamento).

https://conteudo.avaeduc.com.br/202002/KLS_2_5/DIREITO_CIVIL_FAMILIA/U2/S1/index.html Página 5 de 15
waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

No direito das sucessões o cônjuge ou companheiro não concorre com os descendentes do falecido. - A
herança caberá apenas aos descendentes.

Separação convencional de bens


Os nubentes podem convencionar o regime de separação de bens, porém é necessário que seja por pacto nupcial.
Os bens permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar
ou gravar de ônus real. Assim, há a absoluta incomunicabilidade dos bens adquiridos antes e durante o
casamento. Neste caso, não se aplica a Súmula 377 do STF. No direito das sucessões o cônjuge ou companheiro
concorre com os descendentes do falecido. A herança caberá ao cônjuge ou ao companheiro e, também, aos
descendentes.

Do regime de comunhão parcial


Na comunhão parcial, disciplinada no art. 1.658 à 1666 do Código Civil, a regra geral é no sentido de preservar o
patrimônio anterior dos cônjuges, porém garantindo o direito de meação quanto aos bens adquiridos
onerosamente por um ou por ambos os cônjuges na constância do casamento. “Art. 1.658. CC No regime de
comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as
exceções dos artigos seguintes.” Veremos a seguir os bens que se comunicam e os incomunicáveis.

Bens comunicáveis
Os bens comunicáveis são aquele que os cônjuges adquirem durante o casamento e irão integrar a meação. 

1. Os bens adquiridos durante o casamento, mesmo que adquirido em nome de apenas um dos cônjuges,
deverá ser dividido igualmente entre ambos. Há uma presunção de que o bem foi adquiridos por ambos.

2. Os bens por fato eventual, mesmo que sem colaboração do outro cônjuge. Por exemplo, ganhar na loteria. Se
o cônjuge ganha um prêmio, precisa dividir com o outro cônjuge.

3. Há a comunicação dos bens, uma vez que adquirido por ambos.

4. As benfeitorias valorizam a coisa principal, por isso presume-se que foi feito com o valores de ambos os
cônjuges na constância do casamento.

5. Os frutos civis (rendimentos) ou naturais decorrentes de bens comuns ou particulares recebidos durante o
casamento ou pendentes no Hm dele. Incluem-se os produtos, as verbas trabalhistas já pleiteadas. 

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Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 

I. Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.

II. Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos
bens particulares. 

III. As obrigações anteriores ao casamento. 

IV. As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal. 

V. Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de proHssão. 

VI. Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. 

VII. As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 

“Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.” 

Bens comunicáveis
No regime da comunhão universal, opera-se uma fusão tanto do patrimônio anterior ao casamento como do
patrimônio posterior ao casamento, inclusive, na forma da lei, as respectivas dívidas de cada um.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:

I. Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar. 

II. Os bens gravados de Hdeicomisso e o direito do herdeiro Hdeicomissário, antes de realizada a condição
suspensiva. 

III. As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em
proveito comum. 

IV. As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade. 

V. Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 . (instrumentos de trabalho).

Livre escolha: regime de bens


Assim, os nubentes podem escolher algum dos quatro tipos de regime de bens ou até mesmo pode criar suas
próprias regras, desde que não violem as normas de ordem pública da matéria. Se os nubentes não escolherem
nenhum regime ou se o que escolherem for nulo, o artigo 1640, determina que o Regime da Comunhão Parcial de
Bens será o adotado. Não é possível que um cônjuge adote um tipo de regime e outro tipo, principio da
indivisibilidade. Exceção casamento nulo ou anulável que somente um dos cônjuges agiu de boa fé.

Mudança de regime de bens


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Mudança de regime de bens


O artigo 1640, §2º CC determina que “É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em
pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de
terceiros.” Para a alteração do regime de casamento, os cônjuges devem ajuizar ação judicial. O pedido precisa ser
de ambos, ou seja, não pode haver divergência de vontades quanto a alteração. Os cônjuges devem apresentar
um motivo justo que será analisado pelo juiz. A decisão judicial que determina a modiHcação deve explicitar
direito de terceiros.

Fonte: Shutterstock.

Administração dos bens no casamento


Estabelecem os artigos 1643 e 1644 CC um série de atos que os cônjuges podem praticar livremente, como por
exemplo: 

I. Praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua proHssão. 

II. Administrar os bens próprios. 

III. Desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou
sem suprimento judicial. 

IV. Reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino,
desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver
separado de fato por mais de cinco anos. 

V. Praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.

Art. 1.643: 

I. Comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica. 

II. Obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. Porém, se resultar em dívida a
responsabilidade é solidária entre os cônjuges. 

Pacto antenupcial
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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Pacto antenupcial
Os nubentes fazem a escolha do regime de bens por meio de um contrato solene, lavrado em registro público,
denominado “pacto antenupcial”. Desde 1977, e ainda hoje, nos termos do art. 1.640 do CC, o regime legal
supletivo é o da comunhão parcial de bens. “Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação,
optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela
comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.”

Separação de bens
O regime da separação de bens é o que determina a incomunicabilidade dos bens adquiridos durante o
casamento. A separação obrigatória de bens é o regime imposto por lei artigo 1641 CC. São 3 hipóteses previstas.
Como vimos anteriormente as causas suspensivas do casamento estão previstas no artigo 1523 do Código Civil.
Para evitar as inconveniências do regime de separação obrigatória, bem como o enriquecimento sem causa de
uma das partes, o STF editou a súmula 377, que assim dispõe: “regime da separação legal comunicam-se os bens
adquiridos na constância do casamento.” Assim, a separação legal não é absoluta. A contribuição do cônjuge, para
efeito de meação, no âmbito desta súmula, pode ser indireta ou psicológica, não precisa ser contribuição
econômica.

Participação Hnal nos aquestos


Durante o casamento há uma separação de bens. No caso de dissolução da sociedade conjugal, os bens
adquiridos onerosamente durante a relação serão objeto de partilha. É diferente da comunhão parcial de bens,
porque somente os bens que foram adquiridos com esforço mútuo serão partilhados.

Dissolução do casamento
Em regra, o direito brasileiro adota a facilitação da dissolução do casamento, de modo que casar e dissolver o
casamento é direito com a mesma força jurídica, baseada no direito da autodeterminação afetiva. O interesse é
meramente privado. 

No entanto, nem sempre foi assim. Antigamente, entendia-se que havia interesse público na manutenção do
casamento. Durante o CC/16 até 1977, o direito brasileiro adotou a indissolubilidade do casamento, por
inxuências religiosas. Apenas com a Lei 6.515/77 (Lei do Divórcio) é que passou a existir um divórcio em caráter
excepcional. 

Atualmente, as hipóteses de dissolução do casamento são através do divórcio (consensual ou litigioso) ou


separação consensual e litigiosa). Passamos a analisa-las agora.

Como pode ser dissolvido?


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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Como pode ser dissolvido?


Está previsto em nosso ordenamento jurídico a dissolução do casamento no Art. 226, § 6º, da Constituição Federal
e Art. 1.571, do Código Civil.

No Brasil, o casamento pode ser dissolvido: 

1. Pela morte, que pode ser real ou presumida por ausência.

2. Pelo Divórcio: este sim põe Hm a todos os deveres do casamento. Salienta-se que atualmente não é mais
necessário requerer primeiro a separação, depois o divórcio. Querendo a dissolução do casamento, a parte
pode requerer diretamente o divórcio.

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Com relação a separação judicial, salienta-se que a doutrina e jurisprudência não são uníssonas quanto a sua
existência atualmente no ordenamento jurídico. No entanto, é certo que a ela não dissolve o casamento,
apenas colocando Hm a determinados deveres. 

Os efeitos jurídicos da dissolução e bens de família


Vários são os efeitos da dissolução do casamento. O primeiro é o Hm do vínculo conjugal, Hm das obrigações
matrimoniais, Permissão para ter nova união estável ou casamento (Depois de dissolvido o casamento, a pessoa
pode constituir união estável, nos termos do art. 1.723, §1º ou novo casamento), poderá retirar o sobrenome do
outro cônjuge. 

Outrossim, haverá também a partilha dos frutos e bens comuns, a depender do regime de bens adotados,
conforme já estudamos. Segundo o STJ 

“ Na separação e no divórcio, sob pena de gerar enriquecimento sem causa, o fato de certo bem comum ainda pertencer
indistintamente aos ex-cônjuges, por não ter sido formalizada a partilha, não representa automático empecilho ao
pagamento de indenização pelo uso exclusivo do bem por um deles, desde que a parte que toca a cada um tenha sido
deHnida por qualquer meio inequívoco. 


— (STJ, Resp 1250362/RS).

Divórcio
Antes da EC 09/77, não existia o divórcio. Apenas o desquite, que colocava Hm a sociedade conjugal, mas não
poderia casar novamente.

EC 09/77: divórcio era possível apenas excepcionalmente

CF/88: o divórcio perdeu o caráter excepcional

EC 66/10: *Eliminação dos prazos para o divórcio (superação da distinção entre divórcio direto e divórcio indireto).

*Impossibilidade de discussão sobre a causa/culpa do divórcio (afastamento da discussão sobre culpa).

*O divórcio é um direito protestativo : não exige causa e não exige tempo. Só depende da vontade. 

Houve aparente abolição do instituto da separação do sistema jurídico brasileiro (ruptura do sistema dualista). No
entanto, O STJ entende que não houve verdadeira abolição. Na prática, a separação perdeu a utilidade, pois pode
divorciar de uma vez só. A posição predominante na doutrina, diferente do STJ, entende que a separação não
existe mais. A base legislativa do divórcio está no artigo 226, § 6º, CF e 733 do Código Civil. Nos termos do Art. 733
do Código Civil, 

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39


O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou Hlhos
incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições
de que trata o art. 731. 


— (Código Civil, art. 733).

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Assim, o divórcio ocorre quando as partes estão de comum acordo em terminar a relação, sendo o consensual. Ou
quando uma das partes não quer terminar o casamento, ou há algum aspecto que elas não estar de acordo,
hipótese que será litigioso, necessitando do poder judiciário para resolver a controvérsia.

Divórcio litigioso
Nos termos do artigo 1581 do Código Civil e súmula 197 do STJ, “O divórcio (direto ou indireto/separação) pode ser
concedido sem que haja prévia partilha de bens.”. Neste caso, o bens permanece na titularidade de ambos os
cônjuges, em condomínio. Falaremos agora do divórcio litigioso. Por haver uma lide resistida, o divórcio litigioso
sempre será realizado em juízo. Trata-se de ação disciplinada pelos artigos 693 até 699 do Código de Processo
Civil. Código de processo civil. Será adotado procedimento comum ordinário. Sugiro que vocês leiam depois da
aula estes artigos do CPC.

Divórcio consensual
Divórcio consensual é o amigável, e pode ser obtido:

a. em cartório, tratando-se de procedimento administrativo. Para que possa ser feito assim, necessariamente
não pode envolver nascituro ou Hlhos incapazes, deve ser realizado por escritura pública, e conter o previsto
no art. 731 , CC. Salienta que as partes não são obrigada a fazer em cartório. Neste caso , não será necessária
homologação judicial, assim, o § 1o do artigo 733 do CC preconiza que a escritura não depende de
homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de
importância depositada em instituições Hnanceiras. Quanto à o§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se
os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualiHcação e assinatura
constarão do ato notarial. 

b. Em juízo, através de procedimento de jurisdição voluntária, em que as partes pedem a homologação. A


petição inicial deve conter as cláusulas obrigatórias elencadas no artigo 731 do CPC.

Separação
A separação extingue a sociedade conjugal, colocando Hm apenas aos deveres conjugais de coabitação e
Hdelidade, bem como ao regime de bens (art. 1.571, III, do Código Civil) sem, no entanto, dissolver o casamento.
Ela é medida temporária. As partes poderão escolher, a qualquer tempo, se querem restabelecer a sociedade
conjugal ou converter deHnitivamente em divórcio. Veremos a seguir os efeitos da emenda constitucional 66/2010,
que alterou substancialmente o instituto da separação. Antigamente, para que a pessoa se divorciasse, ela
necessariamente deveria Hcar mais de um ano separada. Atualmente, esse período não é mais necessário para
que ocorra o divórcio, tornando sem qualquer necessidade prática o instituto. 

Antes da EC 66/2010 Depois da EC 66/2010

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio, após prévia separação judicial por mais de divórcio. 
um ano nos casos expressos em lei, ou
comprovada separação de fato por mais de dois anos.

DIRETO: não há mais prazo

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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Doutrina e jurisprudência divergem se ainda existe no ordenamento jurídico a separação.

POSIÇÃO DO STJ: A EC 66/2010 não revogou, expressa ou tacitamente, a legislação ordinária que trata da
separação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.431.370-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 15/8/2017
(Info 610). STJ. 4ª Turma. REsp 1.247.098-MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 14/3/2017 (Info
604).Fundamenta-se no fato de que o CPC/2015 ainda prevê a separação.

STF: matéria encontra-se em repercussão geral, aguardando julgamento.

Na V Jornada de Direito Civil foi aprovado um enunciado adotando a 1ª corrente:

Enunciado 514: Art. 1.571. A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e
extrajudicial.

Separação litigiosa e por mútuo consentimento


Espécies de separação litigiosa: 

Separação sanção !

Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que
importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum. 

Separação falência !

§ 1º: se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua
reconstituição. 

Separação remédio !

§ 2º: quando o outro cônjuge estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que
torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a
enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. 

Separação amigável !

Nos termos do artigo 1.574 do CC, para a separação amigável, é necessário o preenchimento dos: 

1. Requisito material: Estar casado há pelo menos 01 ano. 

2. Requisito processual: ser realizado perante o juiz ou extrajudicialmente ( em cartório, somente quando
não tem interesse de incapaz), com assistência por advogado. Ademais, as partes devem estar de
comum acordo sobre a partilha dos bens (que pode ser postergado com base na súmula do STJ), pensão
alimentícia, o uso do sobrenome e guarda e visitação dos Hlhos. 

Situação-problema
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waklslight202_u2_dir_civ_fam 17/06/2022 10:39

Situação-problema
Duas pessoas querem se divorciar
Duas pessoas mantinham casamento registrado civilmente, desde 12 de fevereiro de 1997. Da união, resultaram 3
Hlhos, com 19, 14 e 12 anos. No entanto, em 2020, eles não desejam mais continuar casados. Eles são casados no
regime de comunhão parcial de bens e adquiriram uma casa após o casamento. Considerando essa situação, as
partes te procuram para orientação sobre como proceder.

Resolução da situação-problema
Primeiramente você deve abordar que atualmente não é mais necessário a realização de prévia separação,
podendo as partes irem diretamente ao divórcio, tendo em vista a EC 66/10.

Após, deverão ser analisadas 2 possibilidades:

Mesmo se as partes estiverem em comum acordo sobre os termos da dissolução, não poderá ser realizado
extrajudicialmente, pois possui interesse de incapaz no caso – já que 2 Hlhos possuem 14 e 12 anos.

Assim, obrigatoriamente será realizado em juízo, através de procedimento de jurisdição voluntária, em que as
partes pedem a homologação dos termos ajustados. A petição inicial deve conter as cláusulas obrigatórias
elencadas no artigo 731 do CPC.

A segunda possibilidade será se as partes não estiverem se divorciando em comum acordo. Por haver uma lide
resistida, o divórcio litigioso sempre será realizado em juízo. Será necessário a propositura de ação ordinária,
disciplinada pelos artigos 693 até 699 do Código de Processo Civil.

É importante também orientar os clientes que, nos termos do artigo 1581 do Código Civil e súmula 197 do STJ, “O
divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.”. Neste caso, o bens permanece na titularidade
de ambos os cônjuges, em condomínio.

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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

DIREITO CIVIL - FAMÍLIA


UNIÃO ESTÁVEL, PARENTESCO E FILIAÇÃO.
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi`ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas
formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos `cam desabilitados. Por essa razão,
`que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Da União Estável
Histórico. Concubinato
A única forma de constituição de família era por meio do casamento durante o Código Civil de 1916. Assim, não
era reconhecida a união estável como entidade com efeitos jurídicos. Por isso, o que hoje se considera união
estável, naquela época chamava-se concubinato, mera sociedade de fato, produzindo apenas efeitos
obrigacionais.

No entanto, a realidade brasileira apresentava muitas uniões sem o casamento, de modo que passou a ser
necessário que o ordenamento jurídico brasileiro se adequasse a esta realidade. Diante disso, o STF passou a
conferir alguns efeitos ao concubinato, editando as seguintes súmulas:

Súmula 380 do STF – possibilidade de partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum dos concubinos.

Súmula 382 do STF – poderia ser reconhecido o concubinato mesmo nos casos em que os concubinos não
morassem no mesmo local.

Concubinato puro: quando as partes poderiam contrair matrimônio, não possuem impedimento. Já o impuro
as partes possuem impedimentos para contrair matrimônio.

Apenas com a Constituição Federal de 1988 é que foi dado tratamento jurídico legal ao concubinato, que passou a
ser chamado de união estável (concubinato puro) e ser considerado como uma entidade familiar, merecendo
proteção do Estado.

Perceba que o concubinato impuro não é uma entidade familiar, nos termos do art. 1.727 do CC. Art. 1.727. As
relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar-se, constituem concubinato.

União estável
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

União estável
Nos termos do código civil, “Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, con`gurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de família.”

A união estável é Diferente do Namoro ou noivado, pois nestes a intenção de constituir família é apenas para o
futuro, tratando-se de planos para o futuro. Já na união estável é indispensável a vontade das partes de que já
haja no presente a família constituída.

Segundo o STJ: 

“ O propósito de constituir família, alçado pela lei de regência como requisito essencial à constituição da união estável - a
distinguir, inclusive, esta entidade familiar do denominado "namoro quali`cado" -, não consubstancia mera proclamação,
para o futuro, da intenção de constituir uma família. É mais abrangente. Esta deve se a`gurar presente durante toda a
convivência, a partir do efetivo compartilhamento de vidas, com irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É
dizer: a família deve, de fato, restar constituída.


— STJ. REsp 1.454.643/RJ - 2014/0067781-5. 3ª Turma. Rel. Marco Aurélio Bellizze. Julg. 03/03/2015

Perceba que o concubinato impuro não é uma entidade familiar, nos termos do art. 1.727 do CC. Art. 1.727. As
relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar-se, constituem concubinato.

Requisitos da União Estável


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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Requisitos da União Estável


Nos termos do Código Civil, são requisitos para a caracterização da União Estável: 

Convivência !

O casal deve dividir a vida, conviver. No entanto, segundo entendimentos recentes, não necessariamente
precisa morar na mesma casa. 

Convivência Pública !

A convivência deve ser notória e conhecida por todos da sociedade que as partes convivem.

Contínua !

Não deve a convivência sofrer interrupções

Duradoura !

Apesar da lei não prever um tempo determinado, o tempo precisa ser o su`ciente para con`gurar “família”.

A união deve ser feita com o objetivo de constituição de família (“animus familae”). 

Para a caracterização da união estável, não podem as partes ter iniciado o relacionamento com os impedimentos
matrimoniais. Se presentes, caracterizará o Concubinato (sociedade de fato, não é entidade familiar) “§ 1 o A união
estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521 ; não se aplicando a incidência do inciso VI
no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. § 2 o As causas suspensivas do art. 1.523
não impedirão a caracterização da união estável.”

Efeitos da União Estável


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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Efeitos da União Estável


Acréscimo do sobrenome !

Arts. 56 a 58 da Lei de Registros Públicos – por Requerimento judicial para que haja uma reti`cação no
registro (art. 109 da Lei de Registros Públicos). Procedimento de jurisdição voluntária.

Parentesco por a`nidade  !

O parentesco por a`nidade, nos termos art. 1.595 do CC, será estabelecido tanto no casamento quanto na
união estável. É o parentesco existente entre um companheiro e os parentes do companheiro, que será
estudado mais a fundo nas próximas aulas.

Preferência para o exercício de curadoria  !

O companheiro terá preferência para ser curador, nos casos de ausência ou interdição do outro
companheiro.

Presunção de paternidade  !

O STJ entende que a presunção de paternidade também alcança a união estável. A presunção de concepção
dos `lhos na constância do casamento prevista no art. 1.597, II, do CC se estende à união estável.

Observação: A união estável, diferente do casamento, não altera o estado civil e não emancipa a pessoa.

Deveres recíprocos dos companheiros


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Deveres recíprocos dos companheiros


Os deveres recíprocos dos companheiros são diferentes dos casados – artigo 1566:

Na união estável está estabelecido o dever de lealdade e no casamento, o dever de `delidade:

“Art. 1.724, CC. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e


assistência, e de guarda, sustento e educação dos `lhos.

No casamento, há a exigência de vida em comum, no domicílio conjugal – coabitação, já na união estável não
existe este dever. Assim, o STJ decidiu que:

“Não exige a lei especí`ca (Lei n. 9.278/96) a coabitação como requisito essencial para caracterizar a união estável. Na
realidade, a convivência sob o mesmo teto pode ser um dos fundamentos a demonstrar a relação comum, mas a sua
ausência não afasta, de imediato, a união estável. Diante da alteração dos costumes, além das profundas mudanças
pelas quais tem passado a sociedade, não é raro encontrar cônjuges ou companheiros residindo em locais diferentes.
O que se mostra indispensável é que a união se revista de estabilidade, ou seja, que haja aparência de casamento.


— REsp 474.962-SP, 4ª T., rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU, 1º-3-2004

Efeitos patrimoniais
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Efeitos patrimoniais
Na união estável, aplicam-se as regras do regime da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito em sentido
diverso.

“ Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que


couber, o regime da comunhão parcial de bens.

O regime legal da união estável é a comunhão parcial. Em relação aos bens adquiridos durante a união, há
meação, sem a necessidade da prova do esforço comum (Enunciado 115, I Jornada de Direito Civil).

As parte podem optar por fazer um Contrato de Convivência, por instrumento público (efeito perante terceiros) ou
particular (efeitos entre as partes). No contrato pode escolher outro regime de bens.

Porém, é nula a cláusula que atribui e`cácia retroativa ao regime de bens pactuado em escritura de união estável,
segundo o STJ.

Na união estável de pessoa maior de setenta anos (art. 1.641, II, do CC/02), impõe-se o regime da separação
obrigatória, sendo possível a partilha de bens adquiridos na constância da relação, desde que comprovado o
esforço comum.

Direitos dos conviventes em união estável


O convivente em união estável terá os mesmos direitos à herança que decorrem do casamento, aplicando-se o
disposto no art. 1.829 do CC, tendo em vista que o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC.

O direito real de habitação - refere-se ao direito de continuar residindo no imóvel que servia de lar à entidade
familiar. Os companheiros, assim como os casados, também possuem o direito real à habitação.

Ementa: Direito constitucional e civil. Recurso extraordinário. Repercussão geral. Aplicação do artigo 1.790 do
Código Civil à sucessão em união estável homoafetiva. Inconstitucionalidade da distinção de regime
sucessório entre cônjuges e companheiros. (RE 646721, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/
Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-204
DIVULG 08-09-2017 PUBLIC 2017).

Benefícios previdenciários
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Benefícios previdenciários
Há a mesma presunção de dependência decorrente do casamento.

Assim, nos termos do art. 16, I da Lei nº 8.213/91, o companheiro sobrevivente será considerado dependente
prioritário, sem necessidade de comprovação da dependência material para o recebimento da pensão por morte
de seu outro companheiro.

Salienta-se que atualmente, com a lei 13.846/2019, para a comprovação junto ao INSS de que as partes viviam e
União estável, não é su`ciente apenas a existência de prova testemunhal.

O companheiro sobrevivente terá que trazer, ao menos, início de prova material. Ex: conta bancária conjunta;
bene`ciário de plano de saúde.

“ Art. 16 (...) § 5º, Lei nº 8.213/91: As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material
contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do
recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de


força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.

Alimentos
Direito de alimentos dos companheiros são equiparados aos dos cônjuges.

A pensão alimentícia é conferida aos conviventes em união estável, nas mesmas hipóteses do casamento,
devendo obedecer ao trinômio:

Necessidade de quem recebe;

Capacidade contributiva de quem presta;

Proporcionalidade.

“ CC, art. 1.694: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem
para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1o Os
alimentos devem ser `xados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2o Os
alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os


pleiteia.

Conversão ao casamento
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Conversão ao casamento
A Constituição Federal prevê que a lei facilitará a conversão da união estável em casamento. Já o art. 1.726 do CC
prevê que para haver a conversão da união estável em casamento é necessário formular pedido ao juiz e assentar
no Registro Civil.

“ CC, art. 1.726: A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no


Registro Civil.

No entanto, o STJ entende que o casal poderá fazer o pedido diretamente no Registro Civil, caso assim o queira, ou
perante o juiz. Na prática, em muitas unidades da Federação, a conversão é feita unicamente no Cartório de
Registro Civil

Do parentesco e `liação
Parentesco

“ As pessoas unem-se em uma família em razão de vínculo conjugal ou união estável, de parentesco por consanguinidade ou
outra origem, e da a`nidade.


— Gonçalves, 2019

Parentesco é o vínculo existente entre as pessoas que descendem do mesmo tronco comum; entre um cônjuge ou
companheiro e os parentes do outro cônjuge ou companheiro; e entre adotante e o adotado e seus parentes.

O parentesco gera diversos efeitos jurídicos, além do direito civil. Exemplo: proibição do nepotismo. 

CF – prevalência da afetividade e da dignidade da pessoa humana. A família, objeto do deslocamento do eixo


central de seu regramento normativo para o plano constitucional, reclama a reformulação do tratamento jurídico
dos vínculos parentais à luz do sobreprincípio da dignidade humana (art. 1º, III, da CRFB) e da busca da felicidade.
Exemplo: multiparentalidade.

Conforme veremos a seguir, existem 3 modalidades de parentesco: Consanguíneo, por a`nidade e civil.

Parentesco consanguíneo ou natural


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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Parentesco consanguíneo ou natural


Há um vínculo biológico ou de sangue. As pessoas descendem do mesmo ancestral comum, de forma direta (em
linha reta) ou indireta (em linha colateral):

Na linha reta com ascendentes ou descendentes  !

"Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes e descendentes.”

Na linha colateral ou transversal  !

“art. 1.592 do CC/2002 que “são parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra”

Parentesco por a`nidade


I. Existente entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro.
“Marido e mulher não são parentes”.

II. O parentesco por a`nidade pode ser:


Na linha reta: sogra, sogro e seus ascendentes; enteado, enteada e seus descendentes. Há vínculo
perpétuo, com impedimento matrimonial.

Na linha colateral: entre cunhados. O vínculo não é perpétuo e não há impedimento matrimonial.

“ Art. 1.595: Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da a`nidade. § 1º. O parentesco por
a`nidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2º. Na linha reta, a


a`nidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Parentesco civil
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Parentesco civil


Aquele que tem “outra origem”.


Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.

Adoção.

Reprodução assistida heteróloga: envolve material genético de terceiro. O vínculo será estabelecido com
aquele que planejou e não com o doador do material genético.

Parentalidade socioafetiva (segundo doutrina amplamente majoritária): fundada da posse de estado de `lho –
“Filho de criação”.

Das considerações prévias da `liação


Filiação é o vínculo de parentesco no primeiro grau, na linha reta, determinado pela paternidade e/ou
maternidade. É vínculo entre uma pessoa e aqueles que o geraram ou que o acolheram, com base no afeto e na
solidariedade. O conceito de `liação vem da maternidade e/ou paternidade, mas já não é atrelado apenas à
biologia e ao casamento. ,


O artigo 1596 CC, assim como o artigo 227, §6º CF, determinam a igualdade entre os `lhos:

Art. 1.596. CC Os `lhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali`cações,


proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à `liação. 

“ Art. 227, § 6º CF: Os `lhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e


quali`cações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à `liação.

Prova da `liação
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Prova da `liação
A maternidade é presumida pela gestação. Contudo, trata-se de uma presunção relativa, uma vez que é possível
que ocorra troca de bebês na maternidade (responsabilidade objetiva do hospital), bem como o uso de gestação


por substituição ou em útero alheio.

Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do `lho, a mãe só poderá contestá-la, provando a


falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.

Prova da paternidade
A presunção legal, é uma presunção relativa, podendo ser desfeita através da produção de prova ao contrário,
está prevista no art. 1.597. 

I. Início da relação: 180 dias.

II. Fim da relação: 300 dias.

III. Reprodução assistida homóloga, mesmo que falecido o marido.

IV. Embriões excedentários, decorrentes de técnica homóloga.

V. Reprodução assistida heteróloga, desde que haja expressa autorização do marido ou companheiro.

Prova da paternidade por critério biológico é pelo DNA.

Filiação ou parentalidade socioafetiva


A `liação socioafetiva é forma de parentesco civil em posição de igualdade com a `liação biológica. A
multiparentalidade (mais de um vínculo de `liação) é possível, mesmo contra a vontade dos envolvidos, e para
todos os `ns jurídicos (alimentos e sucessão).

Informativo 840 do STF:

“ (...)O Supremo Tribunal Federal a`rmou que o sobreprincípio da dignidade humana, na sua dimensão de tutela da
felicidade e realização pessoal dos indivíduos a partir de suas próprias con`gurações existenciais, impõe o reconhecimento,
pelo ordenamento jurídico, de modelos familiares diversos da concepção tradicional. O espectro legal deve acolher tanto
vínculos de `liação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos quanto aqueles originados da ascendência
biológica, por imposição do princípio da paternidade responsável, enunciado expressamente no art. 226, § 7º, da CF. Dessa
forma, atualmente não cabe decidir entre a `liação afetiva e a biológica quando o melhor interesse do descendente é o
reconhecimento jurídico de ambos os vínculos. (...)


— RE 898.060/SC, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 21 e 22-9-2016

Reconhecimento de `lhos
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waklslight202_u3_dir_civ_fam ”
17/06/2022 10:41

Reconhecimento de `lhos
Reconhecimento voluntário dos `lhos: IRREVOGÁVEL e IRRETRATÁVEL:

“  Art. 1.609, CC. O reconhecimento dos `lhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I - no registro do
nascimento; II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III - por testamento, ainda que
incidentalmente manifestado; IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do


`lho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.



Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.

Reconhecimento forçado do vínculo de `liação (quando o pai se recusa a reconhecer): Prazo: imprescritível. STJ S.
nº 277. Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da CITAÇÃO.

Ação negatória de paternidade e `liação


Destina-se a excluir a presunção da paternidade. 

Ação personalíssima – exclusiva do esposo (marido da mãe) – ninguém, nem mesmo o `lho ou a mãe poderão
impugnar a paternidade.

Apesar de imprescritível, para que possa ser impugnada a paternidade, independentemente do tempo de seu
exercício, terá o marido da mãe que provar não ser o genitor, no sentido biológico (resultado de DNA) e não ter
existido o estado de `liação, de natureza socioafetiva, e se foi o próprio declarante perante o registro do
nascimento, comprovar que teria agido induzido em erro ou em razão de dolo ou coação.

Essa ação será julgada improcedente caso haja parentalidade socioafetiva ou técnica de reprodução assistida
heteróloga.

“ CC 1.601: Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos `lhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação


imprescritível.

Da União Estável homoafetiva


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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Da União Estável homoafetiva


União Estável homoafetiva. Considerações sobre o percurso do
reconhecimento legal

1ª corrente: Não constitui entidade familiar, mas mera sociedade de fato.

A primeira corrente interpreta o artigo 1723 CC em sentido literal – sendo requisito “homem e mulher” para união


estável. A união entre duas pessoas do mesmo sexo, é apenas sociedade de fato. Só soluções patrimoniais. 

Art. 1.723: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, con`gurada na convivência


pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.

2ª Corrente: Constitui entidade familiar, aplicando-se por analogia, as mesmas regras da união estável –
PREVALECE.

A segunda corrente faz uma interpretação sistemática de todo ordenamento em que o rol das entidades
familiares previstos é considerado meramente exempli`cativo, descritivo e não taxativo. Eis a corrente que
atualmente prevalece, conforme se passa a expor.

Decisão do Supremo Tribunal Federal


Em maio de 2011, O STF, na ADI 4277/DF, reconheceu a natureza familiar das uniões de pessoa do mesmo sexo.
Desta forma, o conceito de união estável pode ser hetero ou homoafetivo. 

Após, o STJ passou a a`rmar que o casamento também pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo (RESp.
1.183.378/RS).

A segunda corrente consolidou-se no Direito Brasileiro, notadamente pela e`cácia erga omnes da decisão
superior. Como a decisão tem efeito vinculante e erga omnes, não se pode admitir outra forma de interpretação
que não seja o enquadramento da união homoafetiva como família.

Julgamento do STF
https://conteudo.avaeduc.com.br/202002/KLS_2_5/DIREITO_CIVIL_FAMILIA/U3/S1/index.html Página 13 de 17
waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Julgamento do STF

“ STF –ADPF 132/RJ: Família em seu coloquial ou proverbial signi`cado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou
informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988,
ao utilizar-se da expressão “família”, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária,


celebração civil ou liturgia religiosa...

Em referido julgamento, Rel. Min. Ayres Britto, foi conferido por este tribunal um moderno conceito do que se
entende por família, conforme se depreende da leitura de parte da ementa acima. Salienta-se que neste acórdão
aplicou-se a união estável entre pessoas do mesmo sexo as mesmas regras e mesas consequências da união
estável heteroafetiva, com base na constitucionalização do direito de família.

“ ...Família como instituição privada que, voluntariamente constituída entre pessoas adultas, mantém com o Estado e a
sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócus institucional de concreção dos
direitos fundamentais que a própria Constituição designa por “intimidade e vida privada.


— Inciso X do art. 5º).” (STF. ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, j. 05.05.2011

Saiba Mais

Pressupostos subjetivos
Assim como na união estável de sexo distintos, o reconhecimento da união estável de pessoas do mesmo sexo,
está sujeito aos requisitos do artigo 1723 CC. 

Convivência:
Convivência: a comunhão de vida é indispensável para se caracterizar a união estável.

Ânimo ou objetivo de constituir família: É necessário que haja entre os companheiros o ânimo, a
intenção, o `rme propósito de constituir uma família, en`m, a aÅectio maritalis. Muitas vezes se torna difícil a
prova do aludido elemento subjetivo. São indícios veementes dessa situação de vida à moda conjugal “a
mantença de um lar comum, frequência conjunta a eventos familiares e sociais, eventual casamento religioso,
existência de `lhos havidos dessa união, mútua dependência econômica, empreendimentos em parceira,
contas bancárias conjuntas etc. (Gonçalves, 2018)

Pressupostos objetivos
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Pressupostos objetivos
Notoriedade !

A união deve ser pública. Devem se apresentar como se fossem casados no meio social. 

Estabilidade ou duração prolongada !

A união precisa se estender no tempo. Não há um prazo determinado em lei, porém a estabilidade da relação
é indispensável.

Continuidade  !

Para a caracterização da união estável é necessário que a união seja contínua. 

Inexistência de impedimentos matrimoniais !

Os impedimentos do casamento previstos no artigo 1521 CC, também obstam que sejam reconhecida a
união estável. Porém, se presentes as causas suspensivas do casamento, é possível a caracterização da EU.

Relação monogâmica  !

Somente uma união estável ou casamento ao mesmo tempo.

Efeitos patrimoniais da união estável

“ Art. 1.725 do CC: A união homoafetiva, em regra, está submetida ao regime da comunhão parcial de bens, não havendo


necessidade de prova do esforço comum para a aquisição dos bens havidos durante a união.

Segundo a jurisprudência em Teses nº 13 do STJ, “comprovada a existência de união homoafetiva, é de se


reconhecer o direito do companheiro sobrevivente à meação dos bens adquiridos a título oneroso ao longo do
relacionamento”. (nº13, edição 50)

Efeitos da União estável


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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Efeitos da União estável


Arts. 1.694 a 1.710 do CC: Os companheiros homoafetivos podem pleitear alimentos uns dos outros,
incidindo os mesmos preceitos previstos para a união estável heterossexual. Na dissolução da EU, o
convivente tem direito aos alimentos, desde que comprove a sua necessidade e a possibilidade do outro.

Terão os companheiros direito à pensão previdenciária na hipótese de morte. Também tem direito à pensão
proveniente de previdência privada. O STJ ampliou o direito à previdência privada no seu Informativo n. 421,
de fevereiro de 2010. (REsp 1.026.981/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04.02.2010).

O casal homoafetivo poderá adotar em conjunto, como vem admitindo a jurisprudência.

Decisão do Superior Tribunal de Justiça

“ Art. 1.726 do CC: A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento


no Registro Civil.

Como concluiu o STJ no julgamento citado acima, é possível celebrar o casamento homoafetivo, desta forma, nada
impede que a união estável de pessoas do mesmo sexo, seja convertida em casamento.

V Jornada de Direito Civil: “É possível a conversão de união estável entre pessoas do mesmo sexo em casamento,
observados os requisitos exigidos para a respectiva habilitação” (Enunciado n. 526 do CJF/STJ).

Situação-Problema
Socioafetividade
Uma criança possui em seu registro de nascimento como pai, seu genitor biológico. No entanto, ela nunca teve
contato próximo com este pai biológico. Na realidade, quando tinha cerca de 2 anos, sua mãe casou-se com outro
homem, que foi quem criou, educou, sustentou e manteve estreitos laços de a`nidade com a criança,
constituindo-se verdadeiro pai socioafetivo.

Esse pai socioafetivo deseja que passe a constar no registro civil da criança o seu nome como pai,
concomitantemente ao pai biológico.

Como advogado do caso, explique se é possível, e quais os fundamentos jurídicos.

Resposta da situação-problema
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waklslight202_u3_dir_civ_fam 17/06/2022 10:41

Resposta da situação-problema
Vedação à discriminação e hierarquização entre espécies de `liação (art. 227, § 6º, CRFB).

Dignidade humana (art. 1º, III, da CRFB).

Direito à busca da felicidade.

A paternidade socioafetiva não impede o reconhecimento do vínculo de `liação concomitante baseado na


origem biológica.

Sim, será possível. Com base no Princípio da paternidade responsável (art. 226, § 7º, CRFB), Princípio da dignidade
humana (art. 1º, III, da CRFB), direito à busca da felicidade é impossível a redução das realidades familiares a
modelos pré-concebidos.

Por isso, o STF reconhece o direito da pessoa ter em seu registro civil “2 pais ou 2 mães”. A tese jurídica `xada pelo
STF, no informativo 840 é de que: “A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de `liação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos
próprios”.

Referências Bibliográ`cas
Código Civil
Civil. Disponível em https://bit.ly/3gtPwUL. Acesso em 26/06/2020.

Constituição Federal
Federal. Disponível em https://bit.ly/32oxGh9. Acesso em 26/06/2020.

Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Civil, volume 6: as famílias em perspectiva constitucional
constitucional.
São Paulo: Saraiva, 2014.

Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6


6. São Paulo: Saraiva, 2018.

Tartuce, Flavio. Direito Civil: Direito de Família


Família. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2019.

https://conteudo.avaeduc.com.br/202002/KLS_2_5/DIREITO_CIVIL_FAMILIA/U3/S1/index.html Página 17 de 17
waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Direito Civil - Família


Guarda, alimentos, institutos protetivos e a adoção
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi@ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas
formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos @cam desabilitados. Por essa razão,
@que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Da Guarda e dos Alimentos


Poder familiar - Introdução
Art. 1.630, CC: Os @lhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.

Art. 1.634, CC: Compete a ambos os pais


pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos @lhos:

I. dirigir-lhes a criação e a educação;

II. exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;

III. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;

IV. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;

V. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;

VI. nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

VII. representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após
essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;

VIII. reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

IX. exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.

Poder familiar
Na constância do casamento ou união estável, compete o poder familiar aos pais, porém, na falta ou no
impedimento será exercido por só um deles. E ainda, de acordo com o art. 1.632 do CC em caso de divórcio,
separação ou dissolução da união estável não há alteração na relação entre pais e @lhos.

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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42


Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um
deles, o outro o exercerá com exclusividade.

Artigo 1632, CC - A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e @lhos
senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de ti em sua companhia os segundos.

Art. 1.633. O @lho, não reconhecido pelo pai, @ca sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz


de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.

Guarda dos @lhos


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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Guarda dos @lhos


Modalidades:

Unilateral/Exclusiva !

Ocorre quando o pai ou a mãe @ca com a guarda e a outra pessoa possuirá apenas o direito de visitas. Pai ou
mãe que @ca sem a guarda, tem o direito de visita, exercício da guarda jurídica a distância e o dever de
pagamento de pensão alimentícia – art. 1.583, §1°, CC/02. Este também tem o dever de supervisionar os
interesses dos @lhos. Para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para
solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta
ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus @lhos.

Guarda alternada !

É aquela na qual durante alguns dias a mãe terá a guarda exclusiva e, em outros períodos, o pai terá a guarda
exclusiva. A guarda é dividida entre os genitores em períodos idênticos em que cada genitor tem todos os
direitos e deveres com relação ao menor.

Nidação/Aninhamento !

Ocorre quando a criança permanece na mesma casa onde morava e os pais, de forma alternada, se revezam
na sua companhia. Assim, é o contrário da guarda alternada, já que são os pais que, durante determinados
períodos, se mudam.

Compartilhada/Guarda conjunta !

Ocorre quando o pai e a mãe são responsáveis pela guarda do @lho. A guarda é de responsabilidade de
ambos e as decisões a respeito do @lho são tomadas em conjunto, baseadas no diálogo e consenso. (Art.
1.583, § 1º). “a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos @lhos comuns.” O menor @cará no lar de apenas um
dos pais, mas o outro participará ativamente do cotidiano do menor.

Como é de@nida a espécie de guarda que será aplicada?


https://conteudo.avaeduc.com.br/202002/KLS_2_5/DIREITO_CIVIL_FAMILIA/U4/S1/index.html Página 3 de 18
waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Como é de@nida a espécie de guarda que será aplicada?


A guarda será de@nida por consenso entre os pais ou por decisão judicial. Se não for possível a realização de
acordo quanto a guarda dos @lhos, quando o magistrado for @xar a guarda, deverá levar em consideração as
necessidades especí@cas do @lho e a distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e a mãe.

Caso não tenha havido acordo, qual é a espécie de guarda que o juiz deverá preferencialmente determinar?

Regra: quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do @lho, o juiz irá aplicar a guarda
compartilhada.

Exceções:

Não será aplicada a guarda compartilhada se:

a. um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar; ou

b. um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

Se o juiz veri@car que o @lho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que
revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as
relações de a@nidade e afetividade (§ 5º do art. 1.584).

O art. 1.589 do Código Civil, “o pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os @lhos, poderá visitá-los e tê-los em
sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for @xado pelo juiz, bem como @scalizar sua
manutenção e educação.

Alienação Parental - Lei 12.318/2010


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Alienação Parental - Lei 12.318/2010

“ Lei da Alienação Parental, Lei nº 12.318/2010. Art. 2° - Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a
criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao


estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

Interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente feita por um dos pais, avós e/ou autoridade
sob a criança, desquali@cando o outro genitor ou di@cultando o contato entre eles.

O juiz pode determinar ao alienador:

Advertência.

Alterar a convivência familiar.

Multa.

Acompanhamento psicológico.

Alterar guarda.

Suspensão autoridade parental.

Alimentos
Conceito: satisfação das necessidades pessoais daquele que não pode provê-las por conta própria.

Fundamentação: Solidariedade social e dignidade da pessoa humana.

As prestações devidas para a satisfação das necessidades pessoais daquele que não pode provê-las pelo trabalho
próprio. O fundamento da obrigação alimentícia é a solidariedade recíproca que se aplica a todos os membros de
uma família, a paci@cação social, tutela da dignidade humana.

Os alimentos podem ser prestados in natura (ex. pagamento da mensalidade escolar) ou in pecúnia (prestação em
dinheiro). É possível @xar alimentos em salários mínimos. Súmula 490 STF).

Pressupostos ou requisitos - arts. 1.694, CC e 1695 CC


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Pressupostos ou requisitos - arts. 1.694, CC e 1695 CC


a. É necessário que haja um vinculo especial entre as partes para que seja possível pleitear os alimentos
(casamento ou união estável ou parentesco).

b. Necessidade do alimentando ou credor.

c. Possibilidade do alimentante ou devedor.

Os itens “b” e “c” acima formam o binômio alimentar


alimentar, que primeiro considera a necessidade do alimentando e,
posteriormente, a possibilidade do alimentante.

Os alimentos podem ser @xados de forma diferente em relação a @lhos que tenham necessidades e condições
sociais distintas (REsp 1.624.050/MG).

Possibilidade de incidência da teoria da aparência. Alimentos com base nos sinais externos de riqueza.

Das ações de Alimentos


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Das ações de Alimentos


Dispõe o art. 1º da Lei nº 5.478/1968 que as ações de alimentos tramitam sob o rito especial, desde que tenha a
prova pré-constituída da relação de parentesco (certidão de nascimento ou casamento), não havendo a prova do
parentesco segue o rito comum. Ao despachar, o juiz determinará os alimentos provisórios, desde que haja provas
pré-constituídas. Sendo o alimentando menor, a necessidade é presumida, caso ele seja maior, deverá comprovar
a necessidade.

Aplica-se também as ações de revisão e oferta de alimentos.

Procedimento especial concentrado (sumaríssimo), lei n. 5.478/68, a partir de prova pré-construída. Ações
submetidas ao mesmo rito: oferta de alimentos (lei de alimentos, art. 24) e revisão (lei de alimentos, art. 13).

Os alimentos se submetem a um procedimento sumaríssimo, mais compactado, o que permite uma maior
celeridade, já que os atos processuais são concentrados. É o mais rápido de todos os procedimentos.

Art. 1º. A ação de alimentos é de RITO ESPECIAL, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do
benefício de gratuidade.

Citação, audiência una de conciliação, instrução e julgamento.

Ação de alimentos
Não exige necessariamente a presença de advogado na petição inicial, podendo ser formulado pelo Ministério
Público no caso de criança ou adolescente.

Ao despachar a inicial, o juiz @xará os alimentos provisórios mesmo que a parte não tenha requerido. O juiz só
deixará de @xar se a parte expressamente disser que deles não necessita.

Audiência para conciliação instrução e julgamento.

Sentença, que retroage à citação.

O recurso é recebido no efeito meramente devolutivo, permitindo a execução imediata desses alimentos.

Não é coisa julgada formal, é material.

Institutos Protetivos
Nessa seção, iremos aprender sobre alimentos e os institutos protetivos.

Características da obrigação alimentar


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Características da obrigação alimentar


Natureza personalíssima: Obrigação que gera um direito personalíssimo (intuitu personae) do credor.

Reciprocidade: um deve ao outro, desde que preenchidos os requisitos.

Obrigação transmissível aos herdeiros do devedor (art. 1.700, CC17) – se não ultrapassar a herança deixada.

Irrenunciabilidade: Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos,
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

Imprescritibilidade: Obrigação Imprescritível - não há prazo prescricional para a pretensão de receber


alimentos.

Obrigação impenhorável: (arts. 1.707, CC; e art. 833, IV, CPC/201515) - Pois destinam-se à subsistência,
manutenção, não podendo sofrer penhora. Incompensável: Não se pode compensar alimentos, já que eles
decorrem de uma natureza especial.

Irrepetível: Se os alimentos servem para a manutenção, não se pode devolver aquilo que serviu para
subsistir, pare se manter.

Futuridade: Os alimentos são para a subsistência. Se ela já subsistiu, não se retroage. Como regra, os
alimentos são devidos desde a citação.

Classi@cações dos alimentos


Existem 04 critérios classi@catórios dos alimentos:

Quanto à natureza !

Alimentos civis: alimentos comuns para subsistência e necessidades sociais.

Alimentos necessários ou indispensáveis: mínimos para a sobrevivência, decorrentes de culpa de quem


os pleiteia. Culpa do cônjuge, companheiro ou do @lho indigno.

Quanto à causa (origem) !

Alimentos legais ou legítimos: decorrentes do parentesco, do casamento ou da união estável.

Alimentos convencionais: decorrentes da vontade da parte.

Alimentos ressarcitórios ou reparatórios: decorrentes de responsabilidade civil.

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Quanto ao momento da exigibilidade !

Alimentos presentes ou atuais: dizendo respeito à dívida dos últimos 3 meses anteriores à propositura
da execução.

Alimentos pretéritos: aqueles vencidos há mais de 3 meses (não é admissível o uso da prisão civil para a
sua cobrança – STJ 309).

Alimentos futuros: correspondem às prestações vincendas.

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Quanto à @nalidade !

Alimentos provisórios: com natureza antecipatória e dependendo de prova pré-constituída, pois


baseado na lei de alimentos.

Alimentos provisionais: @xados sem a necessidade de prova pré-constituída.

Alimentos de@nitivos: @xados em sentença para perdurar, enquanto se mantiver a situação fática
existente quando da prolação da decisão.

Sujeitos da obrigação alimentícia


CÔNJUGE OU COMPANHEIROS: Com o @m da relação, os companheiros podem pleitear alimentos. A obrigação
de alimentos é recíproca entre cônjuges e companheiros (art. 1.694, CC).

Regra geral: alimentos para ex-cônjuge / ex-companheiro com termo certo (transitórios). Tempo hábil para
recolocação no mercado, como regra geral, salvo casos excepcionais: STJ, REsp.1.188.399/PB.

Os alimentos serão os estritamente necessários para a subsistência se decorrerem de culpa de quem os


pleiteia. Culpa no casamento e na união estável e alimentos (art. 1.694, §2º29; art. 1.70230; e art.1.704, § único,
CC31):

I. O cônjuge inocente pode pleitear alimentos integrais (alimentos civis ou côngruos) do culpado.

II. O cônjuge culpado somente pode pleitear do inocente os alimentos indispensáveis à sobrevivência (alimentos
necessários), desde que: Não tenha condições para trabalho; e não possua parentes em condições de prestar
os alimentos.

Parentes
Os alimentos são devidos ilimitadamente entre ascendentes e descendentes. Já entre colaterais, haverá obrigação
alimentícia apenas entre os parentes de 2º grau. Assim, só se pode cobrar alimentos do irmão.

Os colaterais de 3º e 4º grau (tio, primo) e os parentes por a@nidades (sogro, genro) não prestam alimentos entre
si.

Até 18 anos – presunção de necessidade, depois é necessário comprovar.

“ Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e @lhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a
obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes,


aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

Possibilidade de pedir alimentos aos avós (subsidiária e proporcional).

Possibilidade de alimentos na @liação socioafetiva (Jornada 341).

Alimentos gravídicos
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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Alimentos gravídicos
Para a concessão dos alimentos gravídicos, basta a comprovação dos requisitos das cautelares (meros indícios).
Lembrar que retroagem à data da concepção
concepção. Uma vez @xados alimentos gravídicos pelo juiz, não havendo
impugnação, no momento do nascimento, os alimentos serão convertidos automaticamente em de@nitivos.

“ Art. 1º LAG: Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.

Artigo 6º Parágrafo único. LAG: Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos @cam convertidos em pensão


alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.

Após o nascimento, convertido em pensão, se não houver impugnação.

Extinção dos alimentos


a. Morte do credor: a obrigação é personalíssima ou intuito personae.

b. Alteração substancial do binômio ou trinômio alimentar (art. 1.699 do CC21). Exemplos: doença grave do


devedor / credor ganhou na loteria.

Art. 1.699. Se, @xados os alimentos, sobrevier mudança na situação @nanceira de quem os supre, ou na de quem os
recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do


encargo.

c. No caso de menores de idade, a obrigação é extinta com a maioridade, porém não é automática (Súmula 358
do STJ22). É necessário pagar alimentos até o @lho encerrar os estudos universitários, em regra.


d. Dissolução do casamento ou união estável.

“Art. 1.708.CC Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.


Art. 1.709. CC O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da sentença de divórcio.”


e. Comportamento indigno do credor em relação ao devedor.

“art. 1708, Parágrafo único. CC: Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento


indigno em relação ao devedor.”

Prisão do devedor de alimentos


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Prisão do devedor de alimentos



17/06/2022 10:42

Meio coercitivo para o pagamento dos alimentos. O uso da forma mais e@caz para garantir o pagamento dos
alimentos – a ameaça de prisão – é acessível tanto para a cobrança de alimentos @xados judicialmente como em
título executivo extrajudicial.

Esta via é restrita à cobrança das três últimas prestações vencidas antes do ajuizamento da execução e mais as
que se vencerem no curso do processo. O executado deve citado pessoalmente para, no prazo de três dias: pagar,
provar que pagou ou justi@car a impossibilidade de fazê-lo.

Prisão de no máximo 60 dias.

Tutela e curatela
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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Tutela e curatela
Tutela: De acordo com o CC tutela é a colocação de um menor órfão em família substituta.

“ Art. 1.728. Os @lhos menores são postos em tutela:


I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;


II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Curatela: Estão sujeitos à curatela os maiores incapazes


incapazes. Como visto, não existem mais absolutamente
incapazes maiores, por força das alterações que foram feitas no art. 3.º do Código Civil pelo Estatuto da Pessoa
com De@ciência. a curatela somente incide para os maiores relativamente incapazes que, na nova redação do art.
4.º do CC, são os ébrios habituais (no sentido de alcoólatras), os viciados em tóxicos, as pessoas que por causa
transitória ou de@nitiva não puderem exprimir vontade e os pródigos.

A curatela também não se confunde com a tutela, pois a última visa à proteção de interesses de menores,
enquanto a primeira, à proteção dos maiores.

Da adoção
Introdução ao instituto da Adoção - características

“ “Adoção é o ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de
qualquer relação de parentesco consanguíneo ou a@m, um vínculo @ctício de @liação, trazendo para sua família, na
condição de @lho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha” 


— (Diniz, 2019)

Adoção é um instituto jurídico em que uma pessoa recebe outra como seu @lho.

Quem adota deve ter interesses legítimos para proporcionar tudo de melhor que possa para o adotado. 

O atual conceito de adoção deve levar em conta o princípio do melhor interesse da criança, uma vez que o
parágrafo único do art. 100 do Estatuto da Criança e do Adolescente proclama que são também princípios que
regem a aplicação das medidas de proteção, dentre outros, o “IV – interesse superior da criança e do adolescente”.

Adoção
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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Adoção
A adoção está prevista no Estatuto da Criança e adolescente:

Art. 1.618. A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei n o 8.069, de 13 de julho
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 

A adoção atribui a situação de @lho ao adotado (ECA, art. 41, caput), com os mesmos direitos e deveres dos @lhos
naturais, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes naturais, salvo os
impedimentos matrimoniais.

O processo de adoção corre na Vara da Infância e Juventude. É uma medida excepcional e irrevogável, a qual se
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural
ou extensa.

Legitimidade para adoção


Quem pode adotar?

Os maiores de 18 anos.

Não podem adotar:

Os ascendentes e os irmãos do adotando. Por exemplo: o avô não pode adotar o neto.

O tutor ou curador enquanto não prestar contas.

O adotado pode ser tanto maior, como menor de 18 anos.

“ Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. Tratando de ato jurídica, exige
capacidade de fato. O estado civil, o sexo e a nacionalidade não inzuem na capacidade ativa de adoção, porém é necessário
ter os requisitos previstos na lei e o adotante deve estar em condições morais e materiais de desempenhar a função.

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
pupilo ou o curatelado.


§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Adoção unilateral !

Adoção por cônjuge.

A pessoa adota a criança ou adolescente que já é @lha do seu cônjuge – Superior Tribunal de Justiça conclui
que “a adoção unilateral, ou adoção por cônjuge, é espécie do gênero adoção, que se distingue das demais,
principalmente pela ausência de ruptura total entre o adotado e os pais biológicos, porquanto um deles
permanece exercendo o Poder Familiar sobre o menor, que será, após a adoção, compartilhado com o
cônjuge adotante".

Adoção conjunta !

Por 2 pessoas casadas ou em união estável.

Pelo art. 42, § 2.º, do ECA - nessa hipótese os adotantes devem ser casados civilmente ou manter união
estável, com comprovada a estabilidade da família. Casa homoafetivos também podem adotar.

Os divorciados, os judicialmente separados e os ex companheiros podem adotar conjuntamente, contanto


que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância da união.

Principais requisitos para adotar


Os principais requisitos exigidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para a adoção são:

a. idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42, caput);

b. diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado (art. 42, § 3º);

c. consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar; - A adoção, em regra,
depende de consentimento dos pais ou dos representantes legais, de quem se deseja adotar, conforme o art.
45, caput, do ECA. Se o adotado contar com mais de 12 anos de idade, terá que concordar com o ato para que
ele seja válido e e@caz (art. 45, § 2.º, do ECA). Não será necessário o consentimento se os seus pais forem
desconhecidos ou tiverem sido destituídos do poder familiar (art. 45, § 1.º, do ECA).

d. concordância deste, se contar mais de 12 anos (art. 28, § 2º);

e. processo judicial (art. 47, caput); - mesmo os de maiores de 18 anos, precisam passar pelo Judiciário. Vinculo
só se constitui com sentença judicial;

f. efetivo benefício para o adotando (art. 43).

Requisitos
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Requisitos
Estágio de convivência: as partes devem passar por um período de convivência (artigo 46 ECA) – acompanhado
e relatado por equipe multipro@ssional do Juizado da Infância e Juventude. Artigo 46 Eca – 90 dias, prorrogável por
mais 90. O período pode ser dispensado.

Cadastro: lista de pessoas. Cadastro local, estadual e nacional. O cadastro nacional é administrado pelo CNJ. No
momento da busca pelo adotante, procura-se no cadastro local. Se frustrado, a criança é cadastrada nos cadastro
estadual e nacional. 

Cadastro prévio - exceção.

Adoção fora do cadastro: Adoção unilateral, parente, quem já tenha guarda legal ou tutela deferida anteriormente.

Com o @m do processo de adoção


Com a conclusão do processo de adoção ocorre a alteração do sobrenome do adotado, passando a constar no seu
registro de nascimento os adotantes como pais e seus ascendentes como avôs, estendendo aos vínculos
familiares, inclusive de a@nidade.

Pode ser alterado o prenome, sendo o desejo do adotado (art. 47, § 5, do ECA), caso seja a vontade do adotante,
ele deverá respeitar a vontade do adotado, e, se já tiver completado 12 anos de idade, o consentimento do
adotado deverá ser realizado em audiência, perante o juiz. (art. 47, § 6, do ECA)

Na certidão de registro, não deve constar nenhuma observação sobre a origem da adoção. O processo relativo à
adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em
micro@lme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer tempo. A norma atual
prevê que o adotado tem o direito de conhecer sua origem biológica, de ter acesso ao processo e aos incidentes
processuais quando completar 18 anos de idade.

Adoção "à brasileira"


Ocorre quando o homem e/ou a mulher declara, para @ns de registro civil, o menor como sendo seu @lho biológico
sem que isso seja verdade. Pessoa registra @lho alheio como próprio, não é legitima. Inclusive, é um ato tipi@cado
no Código Penal. – artigo 242 CP. Não é permitido – crime.

“ “Artigo 242 do CP: Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o @lho de outrem; ocultar recém-nascido ou


substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil.”

Este registro é nulo. Porém a jurisprudência mais moderna vem reconhecendo em alguns casos, fruto da
parentalidade sociofetiva.

“Direito civil. Família. Recurso Especial. Ação de anulação de registro de nascimento. Ausência de vício de
consentimento. Maternidade socioafetiva. Situação consolidada. Preponderância da preservação da estabilidade
familiar.”

Adoção póstuma
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waklslight202_u4_dir_civ_fam 17/06/2022 10:42

Adoção póstuma

“ Art. 42 § 6. ECA: A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no


curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.

A adoção pode se completar, ainda que o adotante venha a falecer no curso do procedimento. Para isso, é
necessário que tenha havido manifestação inequívoca da vontade de adotar.

Os requisitos devem ser os mesmos que estão presentes na @liação sociofetiva, conforme decisão do STJ.

Adoção internacional
Os adotantes são domiciliados fora do Brasil, independente da nacionalidade. Será concedida, após superada a
possibilidade de adoção nacional. Dependendo da idade da criança, ela deve ser consultada. Deve haver
preferencia à postulantes brasileiros.

No Brasil, o pedido de adoção pelos interessados é solicitado à Autoridade Central Federal, que se considerar que
os interessados estão habilitados para adotar, emitirá um relatório. O relatório será posteriormente encaminhado
à Autoridade Central estadual de onde reside a criança. Após veri@cação pela Autoridade Central Estadual de que
os interessados preenchem os requisitos legais exigidos para deferimento do pedido, ela expedirá um laudo de
habilitação à adoção internacional. Com o laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido
de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente,
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. 

Situação-Problema
Após anos de relacionamento, um casal se divorcia amigavelmente, ambos renunciam aos alimentos entre eles.
Porém, eles tem uma @lha de nove anos. Eles consultam você como advogado para saber com quem a guarda da
criança deverá @car, e quem deverá arcar com os custos da menor.

Resolução da Situação-Problema
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Resolução da Situação-Problema
A primeira observação é que não há qualquer problema quanto aos cônjuges dispensarem os alimentos entre si,
após a dissolução do casamento.

Quanto à menor, é necessário regulamentar sua guarda, que poderá ser:

Unilateral/Exclusiva: Ocorre quando o pai ou a mãe @ca com a guarda e a outra pessoa possuirá apenas o
direito de visitas. Pai ou mãe que @ca sem a guarda, tem o direito de visita, exercício da guarda jurídica a
distância e o dever de pagamento de pensão alimentícia – art. 1.583, §1°, CC/02. Este também tem o dever de
supervisionar os interesses dos @lhos. Para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será
parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou
situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus @lhos.

Guarda alternada: É aquela na qual durante alguns dias a mãe terá a guarda exclusiva e, em outros
períodos, o pai terá a guarda exclusiva. A guarda é dividida entre os genitores em períodos idênticos em que
cada genitor tem todos os direitos e deveres com relação ao menor.

Compartilhada/Guarda conjunta: Ocorre quando o pai e a mãe são responsáveis pela guarda do @lho. A
guarda é de responsabilidade de ambos e as decisões a respeito do @lho são tomadas em conjunto, baseadas
no diálogo e consenso. (Art. 1.583, § 1º). “a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do
pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos @lhos comuns.” O menor
@cará no lar de apenas um dos pais, mas o outro participará ativamente do cotidiano do menor.

Nidação/Aninhamento: Ocorre quando a criança permanece na mesma casa onde morava e os pais, de
forma alternada, se revezam na sua companhia. Assim, é o contrário da guarda alternada, já que são os pais
que, durante determinados períodos, se mudam.

A guarda pode ser @xada pelo Juiz ou em consenso entre as partes. Quando há consenso, o casal escolhe o tipo de
guarda, com preferência à guarda compartilhada. A dissolução do casamento não altera o poder familiar, e nem
os deveres dos pais, portanto, é obrigação de ambos prover o sustento e a educação da menor. Pode ser @xado
alimentos em favor da menor. Esta tem a necessidade presumida e o valor deve atender aos critérios de
possibilidade do alimentante e necessidade do alimentado.

Referências Bibliográ@cas
Brasil. Código Civil. Disponível em: https://bit.ly/3kuGIR9. Acesso em 26/06/2020.

Constituição Federal. Disponível em: https://bit.ly/32E5Ui3. Acesso em 26/06/2020.

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