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Admilson Da Silva
UMA ANÁLISE A DOUTRINA DA FORNICAÇÃO
"Caro leitor, caso queira usar partes deste livro para fundamentar alguma ideia
cumpra com as regras de citação segundo os pradrões acadêmicos."
Mail: Admilsonuchila@gmail.com
Contacto: 940890152
Data: Fevereiro/2022
PENSAMENTO
“Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso
permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo
que aprova” (Rm. 14.22).
Apóstolo Paulo
DEDICAÇÃO
Agradeço a Deus por todas as condições que tem diponibilizado a meu favor. A
todos os meus leitores que me têm acompanhado em outras obras, elogiando,
criticando e partilhando os meus livros. Temos acompanhado os números
elevados de download no mediafire sem falar das partilhas que possibilitam a
expansão das minhas obras. A todos os irmãos do Lobito, Luanda, Huambo,
muito obrigado pela força. É claro, né? Não posso esquecer aquela que me
tornou em um profeta: Manuela, minha esposa. A mulher do profeta casamento.
Maior parte das minhas obras são grátis. Se tiveste a oportunidade de ter uma
delas em mãos tenha a bondade de apoiar o autor com alguma coisa que lhe
possa auxiliar neste trabalho religioso. A doação será a teu critério.
INTRODUÇÃO
Neste livro tem-se por objectivo defender a posição teológica de que o sexo
antes do casamento entre duas pessoas realmente comprometidas não é
pecado. Com esta posição não pretendo mudar a norma de Igreja local alguma
muito menos a tradição cristã, mas apenas exclarecer que a bíblia não considera
como pecado tais casos. Significa que se alguém vier a ter relação sexual com
alguém de quem se comprometeu não precisa pedir perdão como se tivesse
pecado contra Deus ou ferido um princípio das escrituras. Ressaltamos aqueles
casos em que o acto é proibído pelos pais ou pela denominação, pois nesses,
pode surgir ocasião de ser pecado por desobediência a estas autoridade, tal
igual navegar no facebook, não é pecado, mas o pode ser no caso de ignorares
um mandato dos teus pais no senhor por conta do facebook.
Não se pretende com este livro incentivar o sexo no namoro ou noivado, pois
independentemente de algo não ser pecado não significa que não devemos ter
cuidado com a sua prática. Como exemplo, namorei 4 anos sem ter relação
sexual por uma questão de negociação na relação. O sexo deve ser praticado
com tamanha responsabilidade visto que consequências podem advir dele. E
nem se pretende desencorajar a preocupação pastoral de alertar as ovelhas a
se resguardarem dela, pois ovelhas quando neófitas tendem a ser muito
descuidadas. E o sexo exige responsabilidade moral em assumir seus resultados
como a gravidez. E se por algum motivo de insegurança chegas a evitá-lo não
discordamos da tua atitude, discordaremos caso consideres a sua prática como
pecado. Se guardar esta doutrina longe dos neófito os fará bem, que assim seja.
Essa doutrina nem é fundamental!
Se alguém se apegar a esta tese para justificar sua vida promíscua ou o seu
desvio na Palavra do Senhor o autor não se responsabiliza! Temos por
objectivo apresentar uma abordagem diferenciada da doutrina da fornicação
e não induzir pessoas a uma vida sem compromisso.
CAP. 1- A POSIÇÃO DO NOIVO NA BÍBLIA
Noivos são duas pessoas não casadas, mas que possuem um acordo amoroso
que consiste em viverem juntos. O noivado, estado em que se encontram os
noivos, é chamado nas versões mais antigas de desposamento. Consiste em o
noivo prometer em casamento a noivo perante a familia, ou, deixar claro na
familia que se compromete em casar com a filha deles. Em Angola isto
corresponderia a apresentação familiar. O alambamento não pode ser noivado
porque ocorre a entrega do dote que corresponde a cerimónia de casamento
testemunhado pelos cabeças da familia. Porém, normalmente na apresentação
familiar não ocorre a promessa de casamento, logo, é provável também que o
alambamento seja uma mistura de noivado e casamento ao mesmo tempo. Entre
os teólogos estabeleceu-se a hipótese de que entre a promessa de casamento
até o casamento (noivado), havia um intervalo de tempo de um ano (Moody, p.
8).
"Se um homem tomar uma mulher por esposa, e, tendo coabitado com ela, vier
a desprezá-la, e lhe atribuir coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama,
dizendo: Tomei esta mulher e, quando me cheguei a ela, não achei nela os sinais
da virgindade; então o pai e a mãe da moça tomarão os sinais da virgindade da
moça, e os levarão aos anciãos da cidade, à porta; e o pai da moça dirá aos
anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, e agora ele a despreza, e
eis que lhe atribuiu coisas escandalosas, dizendo: Não achei na tua filha os
sinais da virgindade; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E
eles estenderão a roupa diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos daquela
cidade, tomando o homem, o castigarão, e, multando-o em cem siclos de prata,
os darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de
Israel. Ela ficará sendo sua mulher, e ele por todos os seus dias não poderá
repudiá-la" (v. 13-19).
Este caso demonstra a possibilidade de um homem casar com uma não virgem.
Mas nesta questão o homem supõe casar inocentemente uma não virgem. Numa
primeira fase aborda-se as formas de procedimento caso as palavras do agora
"marido" da acusada seja uma difamação. Os pais trarão a roupa da moça ou os
lençóis da noite de núpcias e estenderão diante dos anciãos da cidade. Uma vez
confirmado, o marido será multado com cem siclos de prata. E por fim, não
poderá separar-se da sua mulher. A preocupação dos pais neste texto em
apresentar o certificado de virgindade não foi para provar que a sua filha não
teve relação sexual com o seu agora "marido" antes do casamento, mas para
provar que ela não teve relação sexual com outro homem enquanto esteve na
casa deles. As palavras "não achei ela virgem" não subetendia-se que a mulher
não podia casar virgem e nem que fosse pecado casar não virgem, mas sim, que
a mulher já teve relação sexual, mas não com ele. Porque se este já tivesse
relação sexual com ela seria um absurdo dizer que não achei ela virgem após o
casamento.
Usar este texto para realçar a virgindade, costume do povo de Israel com o
propósito de condenar ou considerar como pecado a relação sexual entre noivos
é fugir do real sentido do texto. Os sinais da virgindade foram utilizadas para
provar que a filha nunca se envolveu com outro homem e não para provar que
relação sexual entre noivos é pecado. Este texto também não prova que as
mulheres Israelitas tinham que casar virgem como se fosse um mandamento de
Deus. Não existe mandamento na lei mosaica que ordena as mulheres casarem
virgem. E mais, os únicos homens a serem ordenados a casar com virgem eram
os sacerdotes (Lv. 21.13-14). Portanto, o atestado de virgindade não prova que
a mulher tinha que casar virgem, mas sim que ela não tinha envolvimento com
outro homem em caso do marido alegar uma suposta traição. Os pais
responsabilizavam-se em defender a filha neste assunto caso haja um atestado.
A condenação não era o sexo entre eles, mas com alguém fora do compromisso
que eles estabeleceram publicamente.
Alguns cristãos juntam a este texto o caso de Isaque como evidência de que o
sexo apenas podia ser feito após o casamento. Mas desconsideram que Isaque
não podia ter relação sexual com sua noiva por barreiras geográficas. Além do
mais, o casamento de Isaque foi arranjado. Estamos perante uma descrição. Se
usarmos este texto no sentido de uma ordenança de que sexo deve ser feito
apenas no casamento, logo deve-se aceitar também que o casamento deve ser
arranjado. E para piorar, Isaque casou provavelmente com 37 anos baseado na
morte de Sara (Gên. 23) que teve filhos com 90 anos. Se o facto dele ter relação
sexual após o casamento for visto como uma ordenança, logo o casamento
arranjado e o casamento com a idade acima dos 37 anos devem ser ordenanças
também. Não podemos se apegar nas descrições, se um personagem fez algo
ou não fez algo isto não serve de prescrição, a menos que Deus tenha indicado
como uma prescrição.
"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se
tornarão uma só carne."
Para muitos uma só carne envolve relação sexual ao ponto de usá-lo como
condição que certifica o sexo aceitável. Mas o termo uma só carne subentende
familiaridade e não necessariamente relação sexual. O homem deixa a casa dos
pais para formar uma familia com a mulher. A junção deles resulta em uma única
unidade, ou seja, tornam-se a mesma carne. Vulgarmente a mulher leva o nome
do marido e estes são identificados de uma única forma. Deus une pessoas que
não são familias para o serem. Termos semelhantes podem ser observados em:
"Vós sois meus irmãos; meus ossos e minha carne sois vós; por que, pois, seríeis
os últimos em tornar a trazer o rei? (2 Sm. 19.14).
"Dizei a Amasa: Porventura não és tu meu osso e minha carne? Assim me faça
Deus e outro tanto, se não fores chefe do exercito diante e mim para sempre,
em lugar de Joabe" (2 Sm. 19.13).
"Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém: Que é melhor
para vós? que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, dominem sobre vós,
ou que um só domine sobre vós? Lembrai-vos também de que sou vosso osso
e vossa carne" (Jz. 9.2).
Uma só carne significa que se tornarão uma familia e não que o sexo seja o
casamento nem que deve ser feito unicamente no casamento. Se o sexo torna
duas pessoas em uma só carne no sentido do pênis estar unido a vagina
significará que eles se tornarão uma só carne todas as vezes que tiverem relação
sexual. Se tornarão uma só carne muitas vezes. Razão pela qual aceito a ideia
de que uma só carne seja uma figura não do ou feito pelo coito, mas como
significando propósito ou familia. Nesse caso, somos apologistas do último.
Muitos juntam texto paralelos para amplicar o corpo de seus argumjentos, 1 Cor.
6.16 Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com
ela? Pois, como está escrito: “Os dois serão uma só carne” tentam fundamentar
que o sexo torna duas pessoas em uma só carne. Porém este pensamento
apresenta algumas lacunas. Primeiro porque demonstrará que quem já fez sexo
seja na vida ímpia ou cristã por descuido e não chegou a casar com esta pessoa,
terás muitas ligações espirituais a depender do número de relação que já teve.
Segundo o texto aplica uma só carne no sentido espiritual, ou seja, quem faz
sexo com prostituta se desliga de Deus e espiritualmente se liga a meretriz.
Porque o corpo do cristão é um membro de cristo e não podia ser utilizado como
membro de uma meretriz. Porém quem se resguarda contra a meretriz torna-se
um só espírito com o Senhor. Portanto o texto não diz que a relação sexual torna
duas pessoas numa só carne e que antes de se tornarem uma só carne o casal
não pode ter envolvimento sexual.
Cerca de três meses mais tarde, disseram a Judá: "Sua nora Tamar prostituiu-
se, e na sua prostituição ficou grávida". Disse Judá: "Tragam-na para fora e
queimem-na viva!"
Alguns cristãos usam este texto para provar que sexo entre noivos é pecado,
porém não é o que o contexto diz. Observa "Então disse Judá a Tamar sua nora:
Conserva-te viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser
homem; porquanto disse ele: Para que porventura não morra também este, como
seus irmãos. Assim se foi Tamar e morou em casa de seu pai." (v. 11). Pela lei
do Levirato, Tamar pertencia a Selá, porém não podiam ficar juntos por enquanto
porque Selá era pequeno. Judá prometeu Selá a Tamar para o casamento.
Razão pela qual a população da cidade teve a Tamar como prostituta. A gravidez
da Tamar demonstrava um acto de prostituição porque ela já era comprometida.
Mas o caso foi resolvido e a acusação foi retirada porque não se achou injustiça
nela (v. 26). Ela era supostamente prostituta no sentido de ter um caso sexual
com outro homem e não com a pessoa de quem se comprometia. No Antigo
Testamento não existe nenhum caso de prostituição aplicado a relação sexual
entre os noivos.
"Se um homem seduzir uma virgem que ainda não tenha compromisso de
casamento e deitar-se com ela, terá que pagar o preço do seu dote, e ela será
sua mulher.
Observa que nesta situação um homem mantém um caso com uma mulher não
prometida em casamento. Os dois provavelmente não eram noivos, mas
chegaram a ter relação sexual. Nenhum dos dois foi chamado de prostituto ou
fornicador, pois pecado sexual não cometeram. Outro aspecto interessante é
que os dois não foram aconselhados a arrependerem-se por meio de sacrifícios
de culpa feitos no templo, na presença de um sacerdote (Lv. 5). Sabe-se que
pecado é a transgressão da lei (1 Jo. 3.4) e em Israel pecado sexual era
condenado tal como no caso anterior. O homem nem sequer foi multado com
outra coisa além do dote para ter a moça como mulher (casar com ela).
Observa neste texto que além de dote o homem pagou um dinheiro e foi obrigado
a nunca se separar. Teve dois castigos. Isto porque cometeu uma irreguladade
social: violação. O que não acontece no primeiro caso. Em Êxodo 22.16 o
homem deu apenas o dote de uma mulher virgem, o que subentende que existia
o dote de uma mulher ou noiva não virgem. Foi a única exigência. Defende-se
qu o primeiro texto distingue-se do segundo por não tratar de uma violação. O
primeiro texto trata de duas pessoas que não eram noivos, mas por alguma razão
de afecto chegaram a ter relação sexual e obrigados a assumir um compromisso.
Este texto não prova totalmente a nossa conclusão “sexo entre comprometidos”,
mas julgamos ser base exclarecedor de que nem todo sexo antes do casamento
é pecado.
Caso Concubinas
-No livro de gêneses capítulo 21 (v. 1-4), Sara, mulher de Abraão, oferece Agar
para ter relação sexual com o seu esposo (costume de povos primitivos como
Hebreus), e este, Pai da fé não negou. Ele poderia ter dito a Sara que era pecado
segundo Deus. Pois sua intimidade com Deus era tão alta que poderia
rapidamente discernir o que era pecado. Além disso, o filho prometido não viria
de Agar, mas da sua esposa Sara, o que seria mais um motivo para rejeitar.
Abraão poderia dizer que seria pecado envolver-se com Agar enquanto ela não
for mulher dele. Abraão poderia dizer que Agar tinha que se manter virgem até
que fossem casados, assim, legalmente teria duas mulheres. Não observamos
Abraão a se arrepender de um tal pecado de fornicação que existe hoje e para
piorar, Abraão teve mais outras concubinas e com ela teve filhos (Gn. 25.6);
-Se Jacó estivesse vivo teria dito "parem de usar-me como exemplo de pessoas
que esperaram casamento para depois ter relaçào sexual". Isto porque Jacó só
teve relações com Raquel após o casamento, mas não aconteceu o mesmo com
outras mulheres. O livro de Gêneses capítulo 30 verso 2-8 demonstra Jacó tendo
relações sexuais fora do casamento dele com Raquel e Lia. O mais agravante é
que não foi apenas uma única vez. Bila é um exemplo vivo. Esta era concubina
de Jacó (Gn. 35.22). Mas não observamos Jacó aconselhando a Bila a se tornar
sua mulher. Não observamos ele a dizer "tive sexo pós-matrimonial com Lia,
minha segunda mulher e só terei sexo contigo se em primeiro lugar te casares
comigo". Mas não, Jacó só fazia e fazia, era outro nível para ele! Podemos não
encontrar um pronunciamento de Jacó, mas como pode ele não ter se
arrependido sendo ele conhecedor de que fornicação era pecado na lei de
Moisés? O problema é que sexo com uma mulher de quem os polígamos se
tenham comprometido não era pecado, desde que esta fosse solteira ou
descomprometida com outro homem. E desde que esta não tivesse outro caso
de envolvimento sexual fora do seu concubinato.
- Salomão, filho de Davi, que sucedeu seu pai ao trono, teve muitas mulheres,
chegando a ter 700 mulheres e 300 concubinas (1Reis 11.3). Uma das
concubinas de Salomão era uma jovem chamada Sulamita. Ao que tudo indica
eles não eram casados (Ct. 5.8-12; 5.12), pois Salomão tratava-a de noiva. E o
termo noiva não era usado de qualquer maneira como hoje, noiva era noiva. Não
havia noiva casada, não. Depois do casamento é esposa! Porém tudo indica que
Salomão e Sulamita tiveram casos de relações sexuais. Se o sexo antes do
casamento era pecado por que Salomão viu sua noiva nua (cap. 4, verso 7)?
Porquê a Sulamita pediu figuradamente que Salomão a penetrasse (4.16)? Se
era pecado porque segurou em seus seios? Porquê elogiou seus seios e pernas?
Como sabia que os seios dela e as pernas eram segundo sua descrição sem as
desfrutar? Numa época que elas cobriam o corpo apenas com vestidos (cap. 7)?
Por muito tempo os comentaristas tratam Salomão como casado com a Sulamita,
dizem que antes do capítulo 4 eles eram noivos e não tinham relações sexuais
baseado no texto 2.7 e 3.5. Segundo este argumento a expressão da Sulamita
"não despertem o amor até que ele queira" subentende que as suas amigas
induziam ela a ter relações sexuais, porém ela, não sendo ainda casada,
recusava-se. O problema reside no facto de que Salomão no capítulo 4 chama
Sulamita de noiva e não Esposa. Ainda que traduzamos como esposa, o
argumento não funcionaria porque no verso 8.4 ela diz a mesma coisa, ou seja,
recusa-se do mesmo jeito a ter relação sexual.
Segundo esta interpretação a Sulamita negava sexo mesmo depois de casar.
Mesmo tendo esta legalidade nega o conselho das amigas. Porém nega-se esta
interpretação. Ou aceitemos que mesmo casado eles não tinham relações
sexuais ou que a expressão da Sulamita não significa que ela recusava-se a ter
relações sexuais. Até porque ela diz isto no capítulo 8.4 mas no capítulo 7 há
uma probabilidade de expressão de relação sexual.
E se antes do capítulo 4 eles não eram casados, abro o patênteses para concluir
também de forma absoluta que o beijo antes do casamento não é pecado. Foi
apenas um parênteses sobre outro assunto aproveitando a carona. Alguns
poderiam dizer que o livro trata-se apenas de um poema ou música. Sim, mas o
poema e música embora usem recursos estilísticos abordam sobre realidades.
Logo segundo esta música ou poema noivos podem ter relações sexuais.
-Lameque, rei Joás, Abraão, Esaú, Davi, Salomão, Gideão, Saul, etc. Foram os
fornicadores que nunca confessaram o seu pecado, porque seus actos não eram
pecaminosos. Quando algo for errado Deus se pronuncia. Deus nunca
concordou com a poligamia. Razão disso está em Gên. 2.24. Mas sobre a
relação com as amantes nunca se pronunciou senão no caso da amante tiver
outro amante além do seu Senhor (Lv. 19.20-22). Se a lógica reside no facto de
ser pecado por não serem casados, logo, continuaria a ser pecado. Tinham que
oferecer sacrifícios pela culpa:
"E, se uma só pessoa pecar sem querer, oferecerá uma cabra de um ano como
sacrifício pelo pecado. E o sacerdote fará perante o Senhor expiação pela alma
que peca, quando pecar sem querer; e, feita a expiação por ela, será perdoada.
Haverá uma mesma lei para aquele que pecar sem querer, tanto para o natural
entre os filhos de Israel, como para o estrangeiro que peregrinar entre eles. Mas
a pessoa que fizer alguma coisa temerariamente, quer seja natural, quer
estrangeira, blasfema ao Senhor; tal pessoa será extirpada do meio do seu povo"
(Lv. 15.27-30).
Aplicamos este argumento para aqueles que dizem que a fornicação “sexo antes
do casamento” era condenado na lei de Moisés ou por Deus. Razão pela qual
recorremos a dois textos que servem de base para a tese desta obra e textos
que refutam a redução do termo prostituição e fornicação como significando sexo
proibidos entre noivos e namorados comprometido.
CAP. 3- RELAÇÃO SEXUAL ENTRE OS NOIVOS NO NOVO TESTAMENTO
O termo Porneia
Mateus 5.32
"εγω δε λεγω υμιν οτι ος αν απολυση την γυναικα αυτου παρεκτος λογου
ΠΟΡΝΕΙΑΣ ποιει αυτην μοιχασθαι και ος εαν απολελυμενην γαμηση μοιχαται"
(BYZ-2000).
"Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por
causa de INFIDELIDADE, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete
adultério." (ALMEIDA ACTUALIZADA)
"Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por
IMORALIDADE SEXUAL, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a
mulher divorciada estará cometendo adultério". (NOVA VERSÃO
INTERNACIONAL)
"Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa
de , faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete
adultério." (ALMEIDA CORRIGIDA E FIEL)
"Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por
causa de FORNICAÇÃO, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com
a mulher divorciada, comete adultério." (VERSÃO CATÓLICA)
"Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de
relações SEXUAIS ILÍCITAS, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar
com a repudiada comete adultério." (JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA 1987)
"Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em
caso de ADULTÉRIO, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se
ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério."
(NOVA TRADUÇÃO LINGUAGEM DE HOJE)
Alguns leitores por falta de análise recebem qualquer tipo de definição de certos
termos sem uma aplicação real. Por exemplo, este texto "Mateus 5.32" trata do
adultério sem definir o que é o adultério. Em quais termos de prática sexual
considera-se adultério? Será sexo entre duas pessoas solteiras sem
compromisso pode ser adultério? Ao examinarmos a Bíblia, ela diz "O homem
que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do
seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera." (Lv.
20.10; Pv. 7.6-27). Este texto deixa claro que adultério (na sociedade onde
aceitava-se a poligamia), consistia no homem ter relação sexual com uma mulher
casada. Ambos tornam-se adúlteros. Nestes casos define-se e aplica-se
literalmente o conceito de adultério.
b) Relação sexual com prostitutas (1 Cor. 6.15-18; 1 Cor. 7.1-2; Ap. 2.20-21; Jz.
16.1);
d) Relação sexual com uma mulher prometida em casamento (Dt. 22.19-21; Mt.
1.18-19).
Em todos os casos práticos onde o termo foi aplicado não temos o caso de duas
pessoas comprometidas ou noivos. Talvez alguém se questione ao observar o
adultério como uma fornicação e ao abrir Hebreus 13.4 verificar que são termos
separados. Embora separados neste e outros textos, o adultério está dentro da
fornicação (pornéia). É um caso específico de fornicação. Porque do contrário
originará algumas lacunas, veja: "Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado
que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu
próprio corpo." (1 Cor. 6.18). O termo aplicado no texto em grego é porneia,
traduzido por prostituição e poderia ser traduzido também como fornicação. Se
separarmos o termo adultério da fornicação subentenderá que ele, bem como a
homossexualidade e bestialidade não são pecados contra o corpo. Seria o
mesmo que dizer que apenas a fonicação seria pecado contra o corpo. Porém
como adultério é um pecado contra o corpo, logo, também é uma fornicação
incluindo a homossexualidade e bestialidade.
"Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não
tocasse em mulher; mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua
própria mulher e cada mulher seu próprio marido" (v. 1-2)
O texto é dirigidos aos solteiros (as) e não aos noivos. Os solteiros (a)
encontravam-se em um tipo de imoralidade sexual. Quando me refiro a solteiro
(a) é mesmo aquele que não possui nenhum tipo de compromisso amoroso.
Quando foi informado a Paulo sobre a situação, este expressa seu desejo dos
irmãos tornarem-se celibatos, porém cada um tem seu desejo em Deus (v. 7),
razão pela qual ante a situação aconselha o casamento. A situação tratava-se
de prostituição. Os irmãos (v. 8) prostituíam-se com qualquer mulher, e
hipoteticamente prostitutas públicas de Corinto. Os irmãos quando quisessem
satisfazer seus desejos sexuais (sentindo-se pressionados), entravam em
contacto com essas prostitutas. O acto deles envolverem-se com qualquer
mulher, Paulo chamou de prostituição, um tipo de fornicação. Por esta razão
Paulo aconselha "cada um tenha a sua própria mulher ou marido". Paulo
aconselhava-vos a sair de uma vida sem compromisso com uma mulher que
levava á prostituição, para uma vida de compromisso com uma " única" mulher.
O contexto continua sendo dirigido aos solteiros (as). E nota-se neste verso o
conselho de Paulo. É preciso perceber que pecado e conselhos são coisas
diferentes. Pecado é uma condenação que demonstra que a prática não é para
ser feito (é errada-1 Jo. 3.4). Conselho não. Conselho é uma forma de buscar as
melhores opções de todas que existem. Ele não implica necessariamente que
as opções descartadas constituem um erro ou pecado. O verso 9 é um conselho
e não ordenação ou condenação. Repare no termo "melhor". Ela não implica que
o não melhor é errado. Observa: "De modo que aquele que dá em casamento a
sua filha donzela, faz bem; mas o que não a der, fará melhor." (v. 38). Este texto
demonstra que o casamento é um pecado? Não! Mas o celibatismo é a melhor
opção. Se for para avaliar este texto de forma comparativa entre o noivado e o
casamento, melhor é o casamento, porém não significa que aquele é pecado.
Alguns insistem que o texto enfatiza o casamento. Se este for o caso, a ênfase
em alguma coisa não implica em condenação do não enfatizado. Observa: "Mais
digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e o favor é
melhor do que a prata e o ouro." Em base este texto não podemos concluir que
a riqueza é pecado por não receber ênfase no verso. A ênfase foi feita em possuir
o bom nome. A ênfase em alguma coisa não prova que o seu oposto ou que o
outro elemento de comparação seja errado.
Alguns citam o verso 4 "A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo,
mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre
o seu próprio corpo, mas sim a mulher." Para fundamentar que a mulher só
pertence ao homem quando estes se casam, o que exclui os noivos. Neste caso
se os noivos se envolverem hão de pecar. Primeiro, o texto não apresenta um
advérbio de exclusão e o contexto não demonstra uma comparação de pertença
entre casamento e noivado. E se voltarmos ao argumento da ênfase cairemos
ao comentário anterior. Segundo, o texto não fala sobre pertença (pois estes já
se pertencem) e Paulo não detalha este aspecto. O texto aborda sobre os
deveres sexuais. Como o homem e a mulher devem proceder-se ante a relação
sexual. Não se trata de uma abordagem sobre quando a mulher passa a
pertencer ao marido, mas sim quando estiverem para ter relação sexual como
devem proceder-se. O marido deve ser livre em explorar o corpo da mulher e
vice-versa.
Os dois devem buscar uma satisfação mútua. O marido não pode restringir o seu
corpo a sua mulher e nem a mulher deve proceder-se do mesmo jeito. A privação
corporal durante o acto sexual e a privação de se ter relação sexual devem ser
evitados. A abordagem de Paulo é sempre subentendidamente comparativa. Na
prostituição normalmente quem paga domina o corpo do parceiro sexual. O
pagante dirigia e comandava a relação. A entrega não era total, pois o pagante
podia limitar seu corpo a prostituta. Porém no casamento a entrega é mútua. Os
dois se exploram e ambos têm autoridade ao corpo do parceiro. Este texto proíbe
sexo antes do casamento entre duas pessoas não comprometidas.
"Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos
e adúlteros, Deus os julgará."
"Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por
causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a
mulher divorciada, comete adultério." O facto dos dois termos estarem
separados pela conjunção "e" não significa que sejam assuntos diferentes. Se
em Mateus 5.32 apenas um termo fosse necessário bastava dizer "a não ser por
causa do adultério faz com que ela adultera e ele também adultera ao casar com
uma divorciada". Mas não, o texto usa dois termos diferentes para abordar um
único assunto. O termo matrimónio e leito também estão separados, mas trata-
se da mesma coisa. A palavra leito pode significar cama ou matrimónio. Se o
significado for cama subentende-se que a cama dos casais seja pura. Como
assim? Os parceiros não devem deitar-se com mais ninguém a não ser eles
mesmos. O texto está reprovando fornicação dentro do casamento, pois este
sim, mancha-o. O leito conjugal é purificado pela fidelidade.
Um texto que adverte os casais à fidelidase na cama (relação sexual) não pode
ser aplicado aos comprometidos pré-marital. É preciso analisar o contraste do
texto. Em nenhum texto da bíblia encontra-se uma condenação ao sexo entre
pessoas comprometidas. Este é a nossa tese e julgamos que os que usam tais
textos erram na sua interpretação ou ao introduzir significados segundo suas
finalidades. Não que esta ausência de condenação seja uma prova para fazer
sexo antes do casamento, mas mas é uma prova para os que insistem que a
bíblia apresenta uma uma condenação clara e textual.
CAP. 4- A TRADIÇÃO DA VIRGINDADE
"É isto o que vocês deverão fazer", disseram, "matem todos os homens e todas
as mulheres que não forem virgens". (Jz. 21.11). A mulher não virgem na
sociedade judaica tinha menos importância. E quando essa mulher não era judia
morria na guerra junto com o resto do pessoal. As mulheres virgens dão prole
com qualidades. Homem velho e desgastado procuravam e procuram sempre as
virgens. Esta escolha era feita no âmbito reprodutivo e actualmente faz-se no
âmbito de prazer sexual. Levar este costume machista para aplicar a Nova
Aliança é um absurdo! Hoje as escolhas são grandemente feitas pelo sentimento
e a pureza corporal nunca terá um carácter espiritual ou de supremacia entre o
gênero feminino. E sabe-se que o prazer sexual é uma questão de instinto mais
conhecimento. Para maior análise sobre o conceito virgindade leia o meu livro "
Mitos No Namoro Cristão".
Não existe nenhuma lei ou regulamento sobre a virgindade. E como cristão não
sou obrigado a seguir costumes que nem na Lei de Deus, em desuso, constava.
Usar argumento da virgindade para fundamentar o sexo antes do casamento
entre noivos como pecado é impor costumes. Até porque muitos noivos nos
nossos dias não são castos e nem virgens. Diz a uma jovem não virgem que os
judeus noivos não mantinham relações sexuais antes do casamentos (mito),
deves te conservar virgem. Isto é um completo absurdo, a menos que o
argumento do costume judeus seja aplicado apenas a noivos castos e virgens.
Quer-se dizer que se “ser virgem é uma condição para para fazer sexo depois
do casamento”, logo ela deve ser aplicada apenas as virgens. Uma mulher que
na impiedade chegou a ter relações sexuais, tornando-se não virgem, logo nem
adianta se conservar porque ela já não é virgem. Nesta lógica ela pode fazer
sexo.
“Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em
casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito
Santo. Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à
desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente” (Mt. 1.18-19).
As pessoas citam esse texto para defender que sexo antes do casamento entre
duas pessoas comprometidas é pecado. Para eles seria um exemplo para os
cristão de conservação no noivado. Este pensamento apresenta 3 problemas:
1. O texto não é normativo. Ele não diz que sejam como José e Maria. É
apenas um costume judaico da antiga aliança que José e Maria
cumpriram. O facto da Maria não ter tido relações sexuais com José antes
do casamento não significa que era pecado.
2. José temeu e queria denunciar não porque sexo entre eles eram um tipo
de pecado, mas por uma suposta traição. José sabia que a gravidez não
era dele, logo seria de outra pessoa. Trata-se de um caso de prostituição
e Maria seria condenada pela lei (Dt. 22.20-21) . Condenada não por se
envolver com seu noivo, mas com outra pessoa (que na veradade era
uma acção do Espírito).
3. Por fim, conclui-se que José não tinham relações sexuais com Maria por
uma questão “geral” de fundo cultural, quando se analisa outros textos.
Do contrário, examinando o texto isoladamente ela não afirma que José
e Maria não tinham relações sexuais, apenas que antes do casamento
José não engravidou Maria. Razão de ter se esquivado.
CAP. 5- PERGUNTAS EXTRABÍBLICAS
Não, não tem. Mas existem textos que apresentam casos de relações sexuais
entre noivos como o caso de Êxodo 22.16 e o caso concubinato. Porém são
textos descritivos que visam não ordenar o sexo antes do casamento como
doutrina cristã, mas sim como algo neutro. Tudo que podemos concluir é que
nunca foi pecado. Não existe outros termos ou situações que reduzem a
aplicação de um pecado. Não existe nenhum caso entre os seres humanos do
sexo entre noivos como pecado. Se for pecado hoje, significa que ontem foi e
amanhã será. Não vale esta de "naquela época", não! Os dois casos
apresentados só tem uma conclusão: se sexo entre noivos antes do casamento
for pecado conforme o argumento, logo seria pecado para estes casos. E tinham
de ser mortos ou ao menos sacrificar pombos ou cordeiros pela sua culpa.
O facto de não existir uma ordem para os noivos terem relação sexual não
significa que o oposto seja verdadeiro. O problema nesta situação não é a
negação, mas a afirmação. O problema não está na pessoa que diz que sexo
antes do casamento não é pecado, mas em quem diz que é pecado. A pessoa
que diz ser pecado deve mostrar as provas, pois quem afirma adiciona uma
realidade. Quem nega pode apenas confirmar uma realidade e não adicioná-la.
Negamos a afirmação e não “afirmamos uma negação” como sendo parte de um
texto bíblico. Quando alguém diz " é pecado" está a dizer que existe um texto
que condena claramente como pecado. Existe um texto que demonstra o sexo
entre noivos antes do casamento como parte das obras da carne? Este sim deve
mostrar o texto que diz "o noivo que se deitar com a sua noiva comete
fornicação". O que nega, em uma boa análise apenas se opões para não
afirmarmos algo como X se a bíblia não trata explicitamente desse X. O que
nega, a uma boa análise apenas quer fazer entender que o objectivo dele não
implica que haja uma ordenação da mesma, mas que a afirmação que se faz é
inexistente. Ou seja, a ordenação de sexo entre noivos é tão inexistente quanto
a sua condenação. Tudo que podemos fazer é nos calarmos e considerarmos
ou um mistérios, ou um embaraço, ou uma coisa muito normal. Mas afirmar ser
pecado é muito complicado. A prática do pecado envolve uma confissão. A
prática do pecado envolve um problema no relacionamento Deus-Homem. Estas
características não se observa no A.T.
Por fim, é perigoso o argumento da ausência. Por exemplo, dizer que o facto de
haver uma ausência de uma ordem relativo a relação sexual dirigida aos casados
confirma a afirmação de que sexo entre noivos é pecado. Logo, também
considerar-se-á a teologia, denominação, casamento no templo, calvinismo,
arminianismo, namoro, o nome bíblia, facebook, whatsapp, avião, etc., como
pecados, pois não há uma ordenação para o uso de tais coisas. Mas usamo-las
com normalidade sem depender de um texto normativo. Este é o argumento mais
absurdo! Portanto, ausência de provas não prova alguma coisa. E que fique
claro, tal como demonstrado anteriormente, existem descrições de sexo fora do
casamento entre pessoas comprometidas como um acto não pecamino.
2. Se sexo entre noivos não é pecado por que existe remorso nas pessoas?
Uma coisa não passa a ser pecado pelo facto das pessoas sentirem remorso.
Pecado é pecado. Um pecado será pecado por ser pecado independentemente
da presença ou ausência do remorso. Não é o remorso que define o pecado,
mas sim a palavra de Deus. Quando algo for pecado a bíblia dirá, caso silenciar-
se, ou é apenas um embaraço ou existem alguns textos que a torne pecado de
forma implícita. Remorso não torna uma prática em necessariamente um pecado
e demonstrar-se-à neste momento.
Muitos serial killer não sentem remorso ao matar pessoas. Matar passa a tornar-
se um costume para eles, tornam-se insensíveis a dor do próximo e a prática do
pecado. Talvez o leitor duvide e diga que não é possível perder a sensibilidade,
no fundo eles sentem. Mas a bíblia demonstra a possibilidade de alguém perder
sensibilidade ao pecado (Ef. 4.19). É possível uma pessoa consumir "bebidas
alcóolicas", prostituir-se e adulterar sem sentir sequer uma décima de remorso.
Por outro lado, há um bom tempo atrás as pessoas sentiam remorso em namorar
e trabalhar. Quem foi cristão antes de 2013 saberá que esta afirmação é
verdadeira. Também sentiam remorso de ter TV em casa sob o pretexto de
desvio, pois nele também apresentam novelas, filmes e animações feitas por
pessoas ímpias. E este nosso caso é muito pouco porque no caso dos puritanos
a tecnologia e o avanço científicos eram sinais de impurezas. Quem diria que
hoje as irmãs usariam brincos, colares, aneis e cosméticos? Ninguém! Todo
mundo sentia remorso e condenação. Eu ainda lembro que antes de 2015 dois
lideram argumentavam que o facebook era pecado. Minha prima como irmã bem
como uma ovelha disseram-me a mesma coisa, outros já nem me lembro.
Quando eu ficava no facebook eu via-os respirarem santidade, havia zelo e medo
ou remorso de entregarem-se ao facebook. Olhavam-me como um dos
individuos de 1 Timóteos 4, apóstata. As pessoas oravam a Deus para os livrar
destes pecados ou pensamentos pecaminosos, choravam zelosamente.
3. E se engravidar?
Esta pergunta é um pouco sem noção, pois subentende que sexo entre os noivos
é um acidente e no casamento não. Para muitos sexo entre os noivos
desencadeia gravidez indesejada enquanto no casamento não. Uma coisa
nunca mudará, quem engravida deve assumir não importa se for casado ou
noivo. Uma gravidez é o que é por definição e não muda mesmo quando for
dentro do casamento. Afirmar que sexo antes do casamento entre os noivos não
é pecado não significa libertinagem sexual, nem mesmo se o caso fosse no
casamento. Até no casamento os cônjugues se resguardam de ter muitos filhos.
Já que são casados porque usam métodos contraceptivos? Seja método natural
ou não, muitos casais usam-nos. Isto porque ter filho é uma responsabilidade. E
isto não muda para o caso dos noivos. Relação sexual é algo que deve ser feita
de forma consciente, comprometida e responsável. Tenha certeza que a pessoa
com quem pretendes se envolver seja o fruto de uma decisão pessoal
(compromisso), tenha certeza que a relação sexual envolve órgãos de
reprodução, logo pode haver filhos neste envolvimento (consciêntização) e que
em caso de gravidez deve assumir a criança (responsabilidade).
Conheço ímpios comprometidos em suas relações. Que têm relação sexual, mas
seus objectivos são firmes. Eles não pecam, ou seja, não estão cometendo
imoralidade sexual desde que nenhum deles tenha caso com outra pessoa. Mas
existe um tipo de relacionamento onde os ímpios possuem um relacionamento
de namoro aberto. Significa que embora um homem e uma mulher tenham seus
parceiros, podem se unir como forma de curtição. Onde a ideia é apenas uma
diversão. Podem haver beijos e sexo, carinho e carícias sem se apaixonarem de
modo a não estragarem seus relacionamentos. Isto sim é fornicação. Existem
casos de relação casual originando um sexo casual onde duas pessoas
seduzem-se ao ponto de terem relação sexual. Depois disto cada um segue a
sua vida. Podem até ser amigos ou vizinhos, mas o que ocorreu não tem nada
haver e nenhum deles deve reivindicar compromisso sobre algo, desde que não
houve gravidez.
Tem um outro caso denominado namoro, mas no entanto é curtição onde os dois
namoram sem um objectivo firme, ou pelo menos um deles não tem um objectivo
de casar. Pode haver envolvimento sexual e beijos. São muitos casos na
verdade que condicionam a pureza de um namoro, porém ela se mantém.
Casamento infiel não pode definir o casamento fiel. Namoro com compromisso
não pode definir um namoro sem compromisso! Uma coisa não tem nada a ver
com a outra.
Será pecado. Não por definição, mas por condição. Vale para casos da Igreja
proibir tal acto. Deves ser aberto com os teus pastores porque fazer na
escondida é pecado por desobediência. Casos de pecado por condição são
observados na Bíblia. A bíblia normaliza obedecer nossos pais no senhor, ou
seja em casos que nem firam as escrituras. Se os pais julgam melhor casar sem
ter relações sexuais no noivado conforme ordena a tradição, dever-se-á
obedecer os pais para não incorrer ao pecado por desobediência aos pais (Ef.
6.1-3; 1 Sm. 15.23; 2 Sm. 3.1-4 ). Uma das formas de viver bem é receber os
conselhos daqueles que já viveram antes de nós. Nesse caso, são os pais.
Portanto, voltando para o caso inicial. É complicado pedir perdão por algo que
não é pecado. A menos que seja por uma questão de particularidade (individual
ou denominacional) em que por uma questão mental padroniza-se que sexo
antes do casamento é pecado, ou por teres feito este voto a Deus. Do contrário
consultar pastor, padre ou qualquer pessoa para confessar este acto no sentido
pejorativo. Muitos dos que tiveram uma relação sexual no namoro com pessoas
que seriam a esposa, não pecaram biblicamente. Talvez pecassem por ser
acidental o que denota que eles definiram um namoro sem sexo. Eles pecaram
porque segundo eles sexo antes do casamento é pecado.
Portanto, tanto no antigo testamento como no novo ter relação sexual antes do
casamento dentro do namoro ou noivado não é pecado. No antigo testamento
não existe a doutrina da fornicação, apenas se aborda sobre adultério e
prostituição (apesar deste incluir aquele). No Novo testamento aborda-se sobre
a fornicação como a relação sexual imoral ou sem compromisso. Qualquer tipo
de relação sexual sem compromisso. A Bíblia enfatiza a relação sexual dentro
do casamento, mas não condena casos de sexo no namoro. Tanto no A. T como
no N. T a relação sexual antes do casamento entre duas pessoas comprometidas
passa ileso. Mas esta conclusão não fica ileso de muitas questões extrabíblicas:
se pode haver sexo no namoro, então qual a função da relação sexual? Qual são
as coisas que caracterizam um casamento na ausência do sexo? Como distinguir
namoro do casamento? Qual a necessidade de casar havendo já relações
sexuais no namoro? Para deixar claro que não estamos aqui para defender que
o sexo é o casamento. Não! Relação sexual não é o casamento. E justificação
dessa afirmação pode ser observada no livro "Casamento Segundo A Bíblia",
como também respostas a estas perguntas.
Gower, R. (2002) "Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos" (1°
edição), Rio de Janeiro, p. 65
Imagem: https://br.freepik.com/fotos-gratis/conceito-de-sexo-ruim-com-casal-
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Biografia
Admilson Domingos Uchila
da Silva é escritor desde
2016, de diversos livros e
ensaios filosóficos. Escritor
de 14 livros. Formou-se em
Teologia Básica em 2013
pela Organização em
Busca do Avivamento e em
Bioquímica no Ensino
Médio. Neste momento
encontra-se fazendo a
faculdade, curso de
Biologia. Trabalha como
professor do Ensino
Primário e lecciona
Teologia desde 2017 na
ADC e recentemente na
Assembleia de Deus
Pentecostal. Também
actua como palestrante e
orientador de temas sobre
relacionamentos entre os
cristãos.
–A Máscara Do Falso
Profetas;
–O Mito Do Namoro
Cristão;
–Casamento Segundo A
Bíblia