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-----Original Message-----
To: contato@caiofabio.com
Mensagem:
Sinto-me feliz por ter alguém como você para conversar, mesmo sendo via NET. Saiba que me sinto
honrado em saber que você estará pessoalmente respondendo um e-mail meu...
Como pastor (embora não na ativa) que enfrentou um divórcio, e está preste a entrar num novo casamento,
já ouvi que "não tenho mais autoridade ministerial".
Dizem: "Como falar sobre família"..."Como aconselhar casais"..."Quem não governa bem a sua casa como
cuidará da casa de Deus"...etc...
Durante 10 anos pastoreei, aconselhei, lutei e preguei contra divórcio, e separação de casais, mas
aconteceu comigo...
No meu ministério muitos lares foram restaurados e muitos divórcios impedidos de acontecer.
Sei que esta não é uma pergunta que você poderá responder diretamente, mas vou fazer mesmo assim: "Há
ainda espaço para eu pastorear?"
___________________________________
Resposta:
Se fosse em razão dos “filhos” que teve, Adão teria se suicidado logo no inicio. Noé não teria construído a
Arca; ou teria ficado bêbado pra sempre, depois que seu filho Cão fez o que fez. Abraão não teria autoridade
também — nem em razão de Ismael, nem em razão de Hagar. E Samuel? Teria continuado a ser Samuel
com os filhos que teve? A ironia é que ele fora usado por Deus para falar a Eli acerca de seus filhos sem
saber que um dia teria também filhos difíceis. E Davi? O que faria Davi? Não escreveria mais salmos?
Jesus disse que os inimigos do homem estariam dentro de sua própria casa.
Tudo, qualquer coisa, seja lá o que for!
Paulo não diz que o ministro de Deus tem que ser feliz e bem casado. Diz que ele deve amar a sua mulher.
Mas sabe que não se pode "fabricar" amor conjugal. Aliás, nos dias de Paulo, esse não era o tema. Os pais
tinham o poder de casar as filhas quando desejassem. E poderiam "conservá-las" virgens. Algum pai hoje
em dia ainda tem a ilusão de que consegue tal proeza?
Jesus achou que Davi estava inviabilizado como referencia em razão de seus fracassos como pai ou
marido?
A leitura da Bíblia após Davi não enseja essa possibilidade; e a leitura do Evangelho muito menos!
Não dá para pensar que Paulo, por exemplo, achasse que a infelicidade humana inviabiliza a vida humana
para sempre.
Paulo nos diz é que o ministro de Deus tem que ser coerente. Ele não pode conviver com a falta de
autoridade. Mas não são os filhos, que sendo bons, lhe dão autoridade. Autoridade a gente tem ou não tem.
E isso não tem nada a ver com validações de terceiros-filhos ou não-, mas com o exercício de uma boa
consciência para com Deus.
Não fique seqüestrado pelo passado. Vida nova em Cristo é isso também. Se não for assim, todos cremos
em vão no Evangelho.
E mais: Se é assim estamos ainda na Lei. Assim, está desfeito o escândalo da Cruz!
Ou será que a Cruz não chega a tocar com Graça o drama da infelicidade conjugal?
Meu Deus!
Diga para quem perguntar a você sobre o tema, que eu falei o seguinte:
Irmãos, estupidez mata a alma!
Pergunte às mulheres de pastores não divorciados se elas acham que os maridos delas têm autoridade
para pregar!
Pode pregar todo pecador arrependido e que crê no perdão dos pecados e busca viver pela Palavra de Deus,
sem olhar para trás, mas, ao contrário: sempre confessando que está em pé em razão da Graça de Deus, e
de nenhuma justiça própria.
O resto é com você. Tudo depende de sua atitude diante de Deus, de si mesmo e dos homens!
A questão é como você se divorciou; como trata sua ex-esposa; como se relaciona com os filhos, se os tem;
e, também: que qualidade de gente você é: do tipo que prega porque não sabe fazer outra coisa ou dos que
pregam por amor.
A pergunta que Jesus faz aos sinceros numa hora assim é apenas uma: “Tu me amas?” E se for amor o que
Ele ache, dirá: “Pastoreia a minhas ovelhas”.
Nele, que nos dá vida nova todos os dias, e que não ensina a Lei do Carma,
Caio
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