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MP7
Gabarito: A
I – CORRETA - Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo
ente público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração
da posse. STJ. Corte Especial. EREsp 1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
21/03/2018 (Info 623).
II – CORRETA - 1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do
PODER PÚBLICO: não é possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer
interditos possessórios porque, perante o Poder Público, ele exerce mera detenção. 2) particular
invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá direito,
em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre
particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse. STJ. 4ª
Turma. REsp 1296964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594).
III – CORRETA - Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do
uso de via municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem.
Ex: a empresa começou a construir uma indústria e a obra está invadindo a via de acesso (rua) que
Gabarito: C
a) Art. 1.200, CC. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
b) Art. 1.201, CC. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
c) Art. 1.196, CC. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
de algum dos poderes inerentes à propriedade.
d) Art. 1.203, CC. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que
foi adquirida.
e) Art. 1201, CC. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
Parágrafo único - O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em
contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Gabarito: A
A utilização dos termos Direito das Coisas e Direitos Reais sempre gerou dúvidas entre os
estudantes e aplicadores do Direito. Para a cabível diferenciação, pode-se dizer:
Direito das Coisas – é o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo relações jurídicas
estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis. Como coisas, pode-se
entender tudo aquilo que não é humano, conforme exposto no Capítulo 2 desta obra, ou ainda os
bens corpóreos, na linha da polêmica existente na doutrina. No âmbito do Direito das Coisas há
uma relação de domínio exercida pela pessoa (sujeito ativo) sobre a coisa. Não há sujeito passivo
determinado, sendo esse toda a coletividade. Segue-se a clássica conceituação de Clóvis Beviláqua
citada, entre outros, por Carlos Roberto Gonçalves, para quem o Direito das Coisas representa um
complexo de normas que regulamenta as relações dominiais existentes entre a pessoa humana e
coisas apropriáveis.
Direitos Reais – conjunto de categorias jurídicas relacionadas à propriedade, descritas inicialmente
no art. 1.225 do CC. Os Direitos Reais formam o conteúdo principal do Direito das Coisas, mas não
exclusivamente, eis que existem institutos que compõem a matéria e que não são Direitos Reais.
A utilização dos dois termos divide a doutrina. Direitos Reais é usado por Caio Mário da Silva
Pereira, Orlando Gomes, Sílvio de Salvo Venosa, Marco Aurélio S. Viana, Cristiano Chaves de Farias
e Nelson Rosenvald. Já a expressão Direito das Coisas consta das obras de Lafayette Rodrigues
Pereira, Clóvis Beviláqua, Silvio Rodrigues, Washington de Barros Monteiro, Maria Helena Diniz,
Arnaldo Rizzardo, Marco Aurélio Bezerra de Melo, Paulo Lôbo, Luciano de Camargo Penteado,
Carlos Roberto Gonçalves e Álvaro Villaça Azevedo. (...) (p. 862)
TARTUCE, Flávio Manual de direito civil : volume único / Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
Gabarito: B
1.ª – Teoria subjetiva ou subjetivista – Seu principal idealizador foi Friedrich Carl von Savigny,
entendendo a posse como o poder direto que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem com
a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção ou agressão de quem quer que seja.
A posse, para essa teoria, possui dois elementos: a) o corpus – elemento material ou objetivo da
posse, constituído pelo poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa; b) animus domini,
elemento subjetivo, caracterizado pela intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o
direito de propriedade. Diante do segundo elemento, para essa teoria, o locatário, o comodatário,
o depositário, entre outros, não são possuidores, pois não há qualquer intenção de tornarem-se
proprietários. Em regra, essa teoria não foi adotada pelo CC/2002 até porque as pessoas
elencadas por último são consideradas possuidores. A teoria subjetiva da posse somente ganha
relevância na usucapião, como se verá adiante.
2.ª – Teoria objetiva, objetivista ou simplificada – Teve como principal expoente Rudolf von Ihering,
sendo certo que para a constituição da posse basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa, ou
que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato. Esta corrente dispensa a intenção de ser
dono, tendo a posse apenas um elemento, o corpus, como elemento material e único fator visível e
suscetível de comprovação. O corpus é formado pela atitude externa do possuidor em relação à
coisa, agindo este com o intuito de explorá-la economicamente. Para esta teoria, dentro do
conceito de corpus está uma intenção, não o animus de ser proprietário, mas de explorar a coisa
com fins econômicos. A teoria de Ihering acabou por prevalecer sobre a de Savigny na Alemanha,
estabelecendo o § 854 do BGB Alemão que a posse de uma coisa adquire-se mediante a obtenção
do poder de fato sobre ela.
TARTUCE, Flávio Manual de direito civil : volume único / Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. p. 874. Destacamos.
6- De acordo com a doutrina podem ser apontadas as seguintes características dos direitos reais,
EXCETO:
a) Oponibilidade erga omnes.
b) Previsão de um direito de preferência a favor do titular de um direito real.
c) Possibilidade de abandono dos direitos reais.
d) Inexistência de um direito de sequela.
e) Previsão da usucapião como um dos meios de sua aquisição.
Gabarito: D
A partir da doutrina contemporânea de Maria Helena Diniz, podem ser apontadas as seguintes
características dos direitos reais:
Oponibilidade erga omnes, ou seja, contra todos os membros da coletividade.
Existência de um direito de sequela, que segue a coisa.
Previsão de um direito de preferência a favor do titular de um direito real.
Possibilidade de abandono dos direitos reais, de renúncia a tais direitos.
Viabilidade de incorporação da coisa por meio da posse.
Previsão da usucapião como um dos meios de sua aquisição.
Suposta obediência a um rol taxativo (numerus clausus) de institutos, previstos em lei, o que
consagra o princípio da tipicidade dos direitos reais.
Regência pelo princípio da publicidade dos atos, o que se dá pela entrega da coisa ou tradição (no
caso de bens móveis) e pelo registro (no caso de bens imóveis).
Tartuce, Flávio Manual de direito civil : volume único / Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. (p. 864)
Gabarito: D
a) Posse direta ou imediata – aquela que é exercida por quem tem a coisa materialmente,
havendo um poder físico imediato. Como possuidores diretos podem ser citados o locatário, o
depositário, o comodatário e o usufrutuário.
Posse indireta ou mediata – exercida por meio de outra pessoa, havendo exercício de direito,
geralmente decorrente da propriedade. Exemplos: locador, depositante, comodante e
nuproprietário.
b) e c) Posse injusta – apresenta os referidos vícios, pois foi adquirida por meio de ato de violência,
ato clandestino ou de precariedade, nos seguintes termos:
Posse violenta – é a obtida por meio de esbulho, for força física ou violência moral (vis). A
doutrina tem o costume de associá-la ao crime de roubo. Exemplo: movimento popular invade
violentamente, removendo e destruindo obstáculos, uma propriedade rural produtiva, que está
sendo utilizada pelo proprietário, cumprindo a sua função social.
Posse clandestina – é a obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, na calada da noite
(clam). É assemelhada ao crime de furto. Exemplo: movimento popular invade, à noite e sem
violência, uma propriedade rural que está sendo utilizada pelo proprietário, cumprindo a sua
função social.
Posse precária – é a obtida com abuso de confiança ou de direito (precario). Tem forma
assemelhada ao crime de estelionato ou à apropriação indébita, sendo também denominada
esbulho pacífico. Exemplo: locatário de um bem móvel que não devolve o veículo ao final do
contrato.
d) Enunciado n. 302, JDC “Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico
capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do CC”.
e) Posse de boa-fé – presente quando o possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe
impedem a aquisição da coisa ou quando tem um justo título que fundamente a sua posse.
Orlando Gomes a divide em posse de boa-fé real quando “a convicção do possuidor se apoia em
elementos objetivos tão evidentes que nenhuma dúvida pode ser suscitada quanto à legitimidade
de sua aquisição” e posse de boa-fé presumida “quando o possuidor tem o justo título”
TARTUCE, Flávio Manual de direito civil : volume único / Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 881/884. Destacamos.
Gabarito: C
a) Enunciado n. 76, JDC. O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto,
e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil).
b) Enunciado n. 237, JDC. É cabível a modificação do título da posse - interversio possessionis - na
hipótese em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição
ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini.
c) Enunciado n. 301, JDC “É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a
subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios”.
d) Enunciado n. 303, JDC. Considera-se justo título, para a presunção relativa da boa-fé do
possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não
materializado em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social
da posse.
Gabarito: B
a) Art. 1.210, CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
b) Art. 1.224, CC. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente
repelido.
c) Art. 1.216, CC. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de
má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
d) Art. 1.208, CC. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou
a clandestinidade.
e) Art. 1.212, CC. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Gabarito: E
a) Art. 1.204, CC. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em
nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
b) Art. 1.206, CC. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos
caracteres.
c) Art. 1.207, CC. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor
singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
d) Art. 1.210, CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro
direito sobre a coisa.
e) Art. 1.211, CC. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente
a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.