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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ª DE

FAMÍLIA DA COMARCA DE XXXX/XX


AÇÃ O DE HOMOLOGAÇÃ O DE DIVÓ RICIO CONSENSUAL COM PARTILHA DE BENS,
REGULAMENTAÇÃ O DE GUARDA E ALIMENTOS.
Observaçõ es iniciais: Na Açã o de divó rcio consensual nã o há réus, as partes estã o
pleiteando conjuntamente, a jurisdiçã o é voluntá ria, portanto, nã o há uma das partes em
face de outra, consequentemente o advogado também nã o requere ô nus sucumbencial.
XXXXXXXXXX (nome completo do cô njuge varã o), nacionalidade, casado, profissã o, com
Registro Geral nº “...”, inscrito sob o CPF/MF nº “...”, com endereço eletrô nico: xxxxxxxxx,
residente e domiciliado na Rua xxxxx, nº xx, bairro xxxxx, CEP xxxxx, Cidade/UF e
XXXXXXXXXXXX (nome completo do cô njuge virago) , brasileira, casada, profissã o, com
Registro Geral nº “...”, inscrita sob o CPF/MF nº “...”, com endereço eletrô nico: xxxxxxx,
residente e domiciliada na Av. xxxxxx, nº xxxx, bairro xxxxx, CEP xxxxx, Cidade/UF, por
intermédio do seu advogado, onde receberá intimaçõ es e notificaçõ es, nos moldes do art.
103 e 105 § 2º, da Lei nº 13.105/15, CPC (procuraçã o anexa), vêm, respeitosamente,
perante à Vossa Excelência, propor, AÇÃ O DE DIVÓ RCIO CONSENSUAL, com fulcro no art.
731 do CPC c/c art. 24 da Lei nº 6.515/77, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa
a expor.
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
As partes declaram hipossuficiência, conforme artigo 5º, inciso LXXIV da Constituiçã o
Federal, C/C a Lei nº 1.060/50, artigo 1º da Lei nº 7.115/83 e nos termos do artigo 98,
caput, da Lei 13.105/2015, Có digo de Processo Civil, por nã o possuírem condiçõ es
financeiras de arcarem com as despesas processuais, sem prejuízo do sustento pró prio e
familiar, conforme procuraçõ es anexas acostadas.
(Necessá rio que cada parte junte sua pró pria declaraçã o de hipossuficiência, direito
personalíssimo.)
II – DOS FATOS
Situação fática deve ser explicada de forma cronológica, contudo não é necessário
vincular o divórcio a um motivo, trata-se de direito potestativo.
Segue abaixo modelo de narrativa fática. Adapte conforme seu caso concreto.
As partes sã o casadas em regime de parcial de bens desde o ano de XXXX, conforme
certidã o pú blica de casamento. Do matrimô nio, o casal concebeu uma ú nica filha, ora ainda
menor.
Todavia, o casal, nã o possuindo mais interesse mú tuo e recíproco em manter a relaçã o
conjugal em todos os seus princípios e deveres civis e sentimentais, optaram pela
separaçã o de fato, residindo em domicílios distintos, há 3 (três) anos.
Ademais, percebendo a impossibilidade de reconciliaçã o, embora possuam boa relaçã o e
vínculo decorrente do poder familiar com a infante, desejam extinguir, de forma
consensual, o matrimô nio.
Neste sentido, as partes acordaram antes de propor a presente Açã o acerca da guarda e
regulamentaçã o de visitas da menor, dos alimentos, da partilha de bens e alteraçã o de
nome, conforme relacionado abaixo:
No que tange à infante, as partes decidiram que a guarda seria a legal, portanto,
compartilhada entre os genitores, fixando, a menor, a residência com a genitora, fato que já
ocorre desde a separaçã o de fato.
O genitor, todavia, terá direito à livre visitaçã o, observando apenas os horá rios e
conveniência relacionados à criança e sua faixa etá ria. Decidiram ainda, que o genitor
pagará a título de alimentos o importe de 80% (oitenta por cento) do salá rio mínimo
vigente, sendo a monta atual de R$969,60 (novecentos e sessenta e nove reais e sessenta
centavos) em favor da menor.
Em relaçã o ao alimentos decorrente de dever alimentar e solidariedade entre os cô njuges,
as partes decidem nã o manifestar o direito, entendendo que cada um possui possibilidades
de manter o pró prio sustento.
(aqui, necessário especificar todos os bens de propriedade comum do ex-casal. Se
possível, quando adquiridos e se já integralmente quitados. Por fim, demonstrar
quem ficará com a posse ou propriedade de cada bem.)
Caso o casal não tenha bens, basta informar a inexistência de bens comuns.
Verificar art. 1.659 do Código Civil.
Quanto à partilha de bens, as partes, na constâ ncia do casamento adquiriram um imó vel,
ainda financiado, com valor venal de R$315.000,00 (trezentos e quinze mil reais), contudo,
com saldo devedor de R$60.000,00 (sessenta mil reais), Imó vel em que o casal residia e a
cô njuge virago permanece residindo com a infante filha do casal, e um veículo automotor
no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais). Decidiram, portanto, que o veículo automotor
ficará na posse e propriedade do Sr. XXXXXX, o varã o, enquanto o imó vel ficará na posse e
propriedade da cô njuge virago, Sra. XXXXXX, bem como esta arcará com o pagamento do
financiamento imobiliá rio referente ao imó vel, conforme já citado, no importe de
R$60.000,00 (sessenta mil reais).
Vejamos abaixo acerca da partilha de bens:
Fiz uma planilha figurando todos os bens e débitos, bem como evidenciei o total do
patrimônio conquistado pelo casal de forma onerosa e no curso da relação.
Por fim, decidiu a cô njuge virago, a Sra. XXXXXX (nome de casada) que passará a utilizar o
nome de solteira, XXXXX (nome de solteira), desincorporando do seu nome e
consequentemente de seus documentos o nome familiar cô njuge varã o acrescentado em
razã o do matrimô nio.
À vista do exposto, verifica-se que as partes possuem consenso e acordo só lido para tratar
de todos os assuntos pertinentes do vínculo conjugal e tratativa para a dissoluçã o pacífica,
buscando a jurisdiçã o, tã o somente, para validar e concluir o ato formal de dissoluçã o.
III – DA FUNDAMENTAÇÃ O JURÍDICA
1. DO DIVÓ RCIO
Com a EC/66 de 2010, alterando o art. 226, § 6º, o divó rcio pode ser requerido a qualquer
momento e sem justificativas. Conforme Maria Berenice Dias discorre em sua respeitá vel
doutrina sobre o Direitos das Famílias, acerca do divó rcio:
Trata-se de um direito potestativo. Ou seja, não é necessária a concordância do par para a sua decretação. Basta
haver o desejo de somente um dos cônjuges, que não precisa justificar o pedido, para buscar o divórcio via ação
judicial. (referência bibliográfica: DIAS, Maria Berenice. Direito das Famílias. 14 ed. Salvador: Revista Ampliada e
Juspodivm, 2021. p. 564)

Todavia, no que tange ao caso em tela, as partes, já em separaçã o de fato por três longos
anos e entendendo nã o haver a possibilidade de reconciliaçã o, resguardados pelo art.
1.571, IV do Có digo Civil e art. 731 do CPC, buscam extinguir o vínculo matrimonial de
forma consensual.
Ilustrando o entendimento jurisprudencial, o julgado do Tribunal de Justiça da Paraíba,
entende, in verbis:
AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO CONSENSUAL – Cônjuges que já estão separados de fato – Impossibilidade de retorno
à vida em comum – Presença de interesse de incapaz na ação – Acordo que resguardou o direito dos cônjuges e,
em especial, da prole menor de idade do casal – Disponibilidade do direito transacionado – Princípio da primazia
da 1 DIAS, Maria Berenice. Direito das Famílias. 14 ed. Salvador: Revista Ampliada e Juspodivm, 2021. p. 564
autonomia da vontade das partes – Aplicação do § 6º do art. 226 da Constituição Federal, com a nova redação que
lhe foi dada pela Emenda Constitucional n.º 66 – Procedência do pedido – Homologação das cláusulas do acordo,
com a consequente decretação da dissolução da sociedade conjugal, pondo termo casamento e ao regime
matrimonial de bens adotado pelos cônjuges. (TJPB - Processo Cível XXXXX-23.2021.8.15.2001, Juiz (a): Almir
Carneiro da Fonseca Filho, 6ª VARA CÍVEL, julgamento em 13/03/2022)

Para tanto, a doutrina em consonâ ncia com o art. 731, do CPC e seus incisos, entende que
para a jurisdiçã o voluntá ria que dissolverá o casamento pelo divó rcio deve a petiçã o deve
observar requisitos legais, conforme Gediel fundamenta em sua doutrina:
Como se vê, a fim de viabilizar o divórcio consensual, os interessados devem estar acordados sobre a divisão dos
bens do casal, a guarda dos filhos menores, o valor da pensão alimentícia tanto para os filhos como
reciprocamente, quando isso for viável e possível. Embora não seja mencionado pelo legislador, o casal deve ainda
dispor sobre o uso do nome de casado, caso tenha havido a sua adoção. (Referência bibliográfica: JR., Gediel
Claudino A. Prática no Direito de Família. São Paulo: Grupo GEN, 2020. p. 42)

Rolf Madaleno explica que o pedido seguindo os requisitos da fundamentaçã o legal


previstas nos art. 731 a 733, torna-se necessá rio apenas comprovar a mera existência do
casamento e a mú tua vontade de sua dissoluçã o:
O divórcio direto regulado pela Emenda Constitucional n. 66/2010 é proposto por consentimento mútuo do casal,
mediante petição modelada em consonância com os pressupostos previstos nos artigos 731 a 733 do Código de
Processo Civil, devendo ser provado, por documento anexado com a petição inicial, a mera existência do
casamento a ser dissolvido. (Referência bibliográfica: MADALENO, Rolf. Direito de Família. São Paulo: Grupo GEN,
2021. p. 427)

Vejamos ainda o entendimento jurisprudencial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais no


que se refere ao divó rcio consensual:
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DE FAMÍLIA - AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL - PROVA DA SEPARAÇÃO DE FATO DO
CASAL - DESNECESSIDADE - AUSÊNCIA DE DISCORDÂNCIA ENTRE AS PARTES - PRETENSÃO MÚTUA - ACORDO
HOMOLOGADO - RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO "IN CASU". O divórcio consensual deriva do acordo de
vontade entre as partes, que tem como objetivo dissolver a sociedade conjugal, sendo, portanto, um negócio
bilateral em que não existe litígio. - Não havendo nenhuma discordância das partes nos pontos do acordo e
inexistindo prova em contrário de suas alegações, estas se fazem prova inequívoca. -Pelo fato de a pretensão das
partes ser mútua e as informações convergirem, bem como que a pretensão não é resistida, dispensa-se a
produção de prova. (v.v) ementa: Apelação - DIVÓRCIO CONSENSUAL: HOMOLOGAÇÃO - dilação probatória:
dispensa - SEPARAÇÃO DE FATO: TERMO INICIAL: PROVA: AUSÊNCIA - AÇÃO ÚNICA: CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. 1. É
possível que o casal divorciando peça, em única ação, a declaração da data da separação de fato e a homologação
do divórcio. 2. É dispensável dilação probatória se o casal requerente do divórcio consensual pede a sua
homologação, comprovada a capacidade das partes e a existência válida do casamento legal. 3. Ainda que se trate
de consenso entre as partes, não se pode decidir, menos ainda homologar, pedido de declaração de data de
separação de fato do casal sem fundamento probatório do fato só alegado e não provado. (TJMG - Apelação Cível
XXXXX-5/001, Relator (a): Des.(a) Belizário de Lacerda, 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 16/11/2021, publicação
da sumula em 22/11/2021)

Conclui-se, portanto, que apenas a mú tua vontade e acordo entre as partes é o suficiente
para que ocorra a homologaçã o do pedido formulado em inicial, uma vez que a presente
Açã o visa dispor sobre todos os requisitos legais para o feito.
2. DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃ O DE VISITA DA INFANTE
As partes, de comum acordo, optam pela guarda legal, isto é, guarda compartilhada, no qual
a menor ficará com residência fixa com a genitora, mas poderá , de forma livre,
considerando a conveniência de datas e horá rios da menor, podendo acordar finais de
semanas e férias de forma antecipada com a genitora.
O có digo civil, art. 1.583, sobre a guarda de menores, elenca:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art.
1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e
da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a
mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
Vislumbra-se que, a guarda compartilhada é a melhor opçã o visando o melhor interesse da
menor, que poderá crescer com a presença dos genitores, neste sentido, o entendimento
jurisprudencial discorre:
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE GUARDA UNILATERAL C/C PEDIDO DE ALIMENTOS – GUARDA COMPARTILHADA
FIXADA – COMPATIBILIDADE – VERIFICAÇÃO TÉCNICA – ESTUDO PSICOSSOCIAL – FIXAÇÃO DA RESIDÊNCIA DO
INFANTE NO LAR PATERNO – LIVRE VISITAÇÃO MATERNA – FIXAÇÃO ADEQUADA – CONFORMIDADE COM
PARECER MINISTERIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. A divisão da
responsabilidade não só pelo sustento, mas também pela criação de menores, sempre que possível, deve ser
repartida entre ambos os genitores, uma vez que o deferimento da guarda compartilhada é extremamente
saudável para a relação da criança com os pais, especialmente quando esta situação é verificada de forma técnica
por meio de Estudo Psicossocial. O deferimento da guarda compartilhada não significa que o menor tenha que
morar em duas residências. A guarda compartilhada e esquema de residência e visitação, conforme realizada no
caso em análise, se deu de maneira extremamente saudável para a relação da criança com ambos os genitores,
especialmente como nos casos em comento, em que esta situação é verificada de forma técnica, conforme se
depreende do Estudo Psicossocial colacionado aos autos, devendo ser mantida a forma fixada na decisão
combatida. (TJ-MT - AC: XXXXX20168110041 MT, Relator: DIRCEU DOS SANTOS, Data de Julgamento: 22/01/2020,
Terceira Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 29/01/2020).

O genitores, embora desejem pela dissoluçã o do vínculo conjugal, entendem que o bem
estar da menor e o exercício de direito-dever familiar deve ocorrer da forma harmoniosa,
onde os pais, ainda que nã o estejam mais formando um casal, possam diariamente acordar
sobre a educaçã o e interesses da menor até que está possa ter capacidade civil.
3. DOS ALIMENTOS
Acerca dos alimentos entre os cô njuges, as partes entendem por nã o a exercer, conforme
Arnaldo Rizzardo, a renú ncia aos alimentos, na açã o de divó rcio, nã o é aceita. É possível
unicamente o nã o exercício ao direito de alimentos, no que se mostra enfá tico o art. 1.707
do Có digo Civil: “Pode o credor nã o exercer, porém, lhe é vedado renunciar o direito a
alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessã o, compensaçã o ou penhora”.
Todavia, em relaçã o à infante, fica acordado, nos termos do art. 229 da CF/88 c/c 1.694 e
1.695 do Có digo Civil Brasileiro, que o genitor pagará o importe de 80%, R$969,60
(novecentos e sessenta e nove reais e sessenta centavos) do salá rio mínimo vigente todos
os meses para a menor, em consideraçã o ao poder familiar e ao dever alimentar, bem como
todos os outros inerentes e previstos para o desenvolvimento da infante.
Acerca do poder familiar apó s a dissoluçã o do vínculo matrimonial, Rolf Madaleno dispõ e,
in verbis:
O divó rcio enseja o término da sociedade conjugal e dissolve o casamento vá lido ( CC, art.
1.571, IV e § 1º), e nã o modifica os deveres dos pais em relaçã o aos filhos ( CC, art. 1.579), e
tampouco o novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos poderá importar em
restriçõ es aos direitos e deveres ( CC, art. 1.579, pará grafo ú nico), como no tocante aos
alimentos devidos pelos pais à sua prole. (Referência bibliográ fica: MADALENO, Rolf.
Direito de Família. Sã o Paulo: Grupo GEN, 2021. p. 421.)
Nesse sentido, o genitor, nã o estando mais na residência onde construíram o lar e a família,
arcará com o dever alimentar de forma paulatina, exercendo seu direito-dever advindo do
poder familiar em relaçã o à prole.
4. DA PARTILHA DOS BENS
As partes, conforme os fatos relatados, casaram sob comunhã o parcial de bens, onde
legalmente os bens adquiridos na constâ ncia do casamento sã o de ambas as partes, nos
moldes do art. 1.658 c/c art. 1.660 do CC. Com a dissoluçã o do casamento, faz-se
necessá rio a partilha dos bens elencados e conquistados com esforços do casal. As partes
decidiram de comum acordo pela partilha nos termos abaixo:
PLANILHA USADA NOS FATOS DEMONSTRANDO OS BENS E VALORES.
Os bens do casal totalizam a monta de R$270.000,00 (duzentos e setenta mil reais), um vez
que é deduzido o valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) decorrentes de um débito fruto
de um financiamento imobiliá rio.
As partes decidiram por, manter a cô njuge virago na posse e propriedade da ú ltima
residência do casal, onde ainda vive com a infante, com a partilha, a cô njuge virago ficará
com o encargo do débito resultante do financiamento e abrirá mã o do veículo automotor do
casal, ficando este na posse e propriedade do cô njuge varã o.
5. DA ALTERAÇÃ O DO NOME
A cô njuge virago, com o início do vínculo matrimonial alterou o nome, incorporando o
nome familiar do cô njuge varã o, contudo, com a dissoluçã o do matrimô nio, a parte deseja
retornar a utilizar o nome de solteira, portanto, manifesta expressamente em acordo de
divó rcio consensual o referido desejo.
A alteraçã o ou nã o do nome é uma faculdade de quem incorporou o nome do cô njuge em
seu nome, desta forma, embora haja o direito de permanecer previsto no art. 1.571 § 2º, a
parte opta pela retificaçã o do nome.
Maria Berenice Dias, em Direito das Famílias e acerca da alteraçã o do nome,
doutrinariamente relata que no divó rcio consensual:
Também é necessária a deliberação a respeito do nome, se um dos cônjuges havia adotado o sobrenome do outro
quando do casamento. No silêncio, presume-se que o nome permanece inalterado. Mas a qualquer momento,
mesmo depois do divórcio, sempre é possível buscar o retorno ao nome de solteiro. (Referência bibliográfica: DIAS,
Maria Berenice. Direito das Famílias. 14 ed. Salvador: Revista Ampliada e Juspodivm, 2021. p. 566.)

Neste sentido, a parte passará a utilizar o sobrenome XXX, e retirará o nome familiar do
cô njuge, XXXX, com a efetiva homologaçã o de divó rcio consensual.
IV – DA AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O OU RATIFICAÇÃ O
Embora a Lei nº 6.515/77, Lei do divó rcio, ainda vislumbre a audiência de conciliaçã o ou
ratificaçã o no divó rcio consensual, a Có digo de Processo Civil de 2015 nã o mais prevê tal
instituto, portanto, sendo um rito meramente formal e nã o obrigató rio como requisito da
homologaçã o do feito e consequente desejo das partes.
Neste sentido, considerando que as partes cumprem e dispõ em de todos os requisitos do
art. 731 do CPC, bem como desejam exercer o direito potestativo e em comum acordo de
dissolver a sociedade conjugal, desejam ainda, a dispensa da referida audiência.
No que tange à audiência de conciliaçã o ou ratificaçã o, o Superior Tribunal de Justiça,
pacificou o entendimento que, a audiência nã o constitui requisito para homologaçã o do
divó rcio consensual, vejamos:
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL DIRETO. AUDIÊNCIA
PARA TENTATIVA DE RECONCILIAÇÃO OU RATIFICAÇÃO. INEXISTÊNCIA. DIVÓRCIO HOMOLOGADO DE PLANO.
POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. Em razão da modificação do art. 226, § 6º, da CF, com a nova redação
dada pela EC 66/10, descabe falar em requisitos para a concessão de divórcio. 2. Inexistindo requisitos a serem
comprovados, cabe, caso o magistrado entenda ser a hipótese de concessão de plano do divórcio, a sua
homologação. 3. A audiência de conciliação ou ratificação passou a ter apenas cunho eminentemente formal, sem
nada produzir, e não havendo nenhuma questão relevante de direito a se decidir, nada justifica na sua ausência, a
anulação do processo.4. Ainda que a CF/88, na redação original do art. 226, tenha mantido em seu texto as figuras
anteriores do divórcio e da separação e o CPC tenha regulamentado tal estrutura, com a nova redação do art. 226
da CF/88, modificada pela EC 66/2010, deverá também haver nova interpretação dos arts. 1.122 do CPC e 40 da
Lei do Divórcio, que não mais poderá ficar à margem da substancial alteração. Há que se observar e relembrar que
a nova ordem constitucional prevista no art. 226 da Carta Maior alterou os requisitos necessários à concessão do
Divórcio Consensual Direto.5. Não cabe,in casu, falar em inobservância do Princípio da Reserva de Plenário,
previsto no art. 97 da Constituição Federal, notadamente porque não se procedeu qualquer declaração de
inconstitucionalidade, mas sim apenas e somente interpretação sistemática dos dispositivos legais versados acerca
da matéria.6. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp XXXXX/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 27/03/2015).

Deste modo, as partes, em consideraçã o aos anos já separados de fato, dispensam a


audiência de conciliaçã o e ratificaçã o.
V – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, em consideraçã o aos fatos e os fundamentos jurídicos elencados pelas
partes, requerem à Vossa Excelência:
a) A concessã o dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no art. 98 caput, do CPC, c/c
Lei nº 1.060/50, artigo 1º da Lei nº 7.115/83, em consideraçã o as declaraçõ es dos
requerentes, pessoas naturais e em condiçã o de hipossuficiência;
b) A intimaçã o do representante legal do Ministério Pú blico para acompanhamento do feito
e devida manifestaçã o como fiscal da ordem jurídica, conforme preconiza o art. 178, II, c/c
art. 698 do CPC;
c) A dispensa da audiência de Conciliaçã o ou Ratificaçã o das partes para a devida
homologaçã o do divó rcio consensual;
d) A concessã o do regime de Guarda Compartilhada, com fixaçã o de residência da infante
com a genitora e a livre visitaçã o do genitor, obedecendo apenas a conveniência de datas e
horá rios da menor;
e) A fixaçã o de alimentos, conforme acordado entre as partes, no importe de 80% do
salá rio mínimo vigente, valor de R$969,60 (novecentos e sessenta e nove reais e sessenta
centavos), em beneficio à infante, filha do casal, a serem pagos pelo genitor, em conta
corrente de titularidade da guardiã da menor, no banco “...”, conta corrente “...”, agência “...”,
todos os meses, até o dia “...”;
f) A partilha de bens, conforme o estabelecido pelas partes e em consideraçã o ao regime de
bens da comunhã o, nos moldes do art. 1.658 do Có digo Civil c/c art. 731, I do CPC;
g) A alteraçã o do nome de casada, XXXXXXX, para o nome de solteira, XXXXXX, da parte que
incorporou o nome de família do cô njuge em razã o do casamento, conforme preconiza o
art. 17 § 2º, da Lei nº 6.151/77; e a consequente expediçã o da mandado de averbaçã o para
a alteraçã o;
h) A homologaçã o do divó rcio consensual, devidamente assinado pelas partes e o patrono,
pondo fim na sociedade conjugal e os deveres inerentes ao casamento, nos termos
estabelecidos e acordados pelos requerentes, nos moldes do art. 1.571 do Có digo Civil c/c
art. 731, do CPC;
i) A dispensa do prazo recursal, em razã o da presente Açã o tratar-se de jurisdiçã o
voluntá ria das partes para homologar a dissoluçã o do vínculo matrimonial de forma
consensual, caso seja homologado nos termos aqui requeridos;
j) A expediçã o do mandado de averbaçã o do divó rcio para alterar a certidã o de casamento
das partes e o estado civil para divorciados, nos termos do art. 734, § 3º, do CPC;
Protestam-se por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pela prova
documental e depoimento pessoal das partes, bem como todas as outras que se fizerem
necessá ria para a homologaçã o do divó rcio consensual.
Dá -se o valor da causa R$281.635,20 (duzentos e oitenta e um, seiscentos e trinta e cinco e
vinte centavos). Nos moldes do art. 292, III, IV e VI do CPC.
Nesses Termos, pede deferimento.
“Local, data...”
“Advogado (a)...”
“OAB/UF Nº...”
Assinatura das partes.
*imagem no início da peça retirada da internet, apenas a título de figurar a publicaçã o.

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