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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA VARA ÚNICA DE FAMÍLIA E SUESSÕES DA COMARCA DE CIDADE-

ESTADO

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO

------------------------, brasileiro, casado, portador do CPF n° xxxxxxxx e do RG n° xxxxxxx SSP,


sem endereço eletrônico, Juazeiro do Norte – CE, por seu advogado que esta subscreve, vem,
perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 226, § 6° da Constituição federal propor AÇÃO DE
DIVÓRCIO LITIGIOSO em face de xxxxxxxxxxx, brasileira, casada, com CPF n° xxxxxxxxxx e RG n°
xxxxxxxxxxx, sem endereço eletrônico, residente e domiciliada a Rua xxxxx, n° xx, bairro, CEP n°
xxxxxxxx, cidade pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

1 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Requer, com fulcro nos artigos 98 e 99 do CPC/2015, bem como no art. 5º, LXXIV, da
Constituição Federal/88, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na forma da lei, não
podendo, portanto, arcar com as custas e demais despesas processuais sem prejuízo do
próprio sustento e de sua família.

3 - DA PRELIMINAR DE NÃO INDEFERIMENTO

Tendo em vista ser o assistido economicamente hipossuficiente, humilde e juridicamente


vulnerável, não possui endereço eletrônico, bem como não sabe informar se a requerida
possui, não obstante os termos do art. 319, II do CPC. Contudo, de acordo com o disposto §2º
e 3º do art. 319 CPC, a ausência de tais informações não pode ensejar o indeferimento da
inicial, já que a obtenção delas torna impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Assim, é devido o recebimento da presente inicial em respeito ao art. 5°, XXXV da Lei Maior.

4 - DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO

O assistido tentou, junto à Defensoria Pública Estadual, realizar o divórcio consensual, todavia
a sua ex-companheira, Marinete Oliveira Lima, mostrou-se indisposta ao procedimento
consensual. Nesse sentido, opta-se pela dispensa da audiência de mediação e conciliação,
conforme art. 319, VII, do CPC.

5 - DOS FATOS

O requerente constituiu casamento civil com a requerida em xx,xxx,xxxx, sob o regime de


comunhão parcial de bens, como consta na cópia de Certidão de Casamento em anexo.

Adveio desta união dois filhos: nome dos filhos nascida em xx,xx,xxxx, e xxxxxx, nascido em
xx,xx,xxxx, ambos maiores de idade, conforme consta cópia de nascimento em anexo.
Insta observar que, depois da Emenda Constitucional 66/2010, não mais é possível a
interferência estatal na autonomia de vontade privada, principalmente no Direito de Família,
proporcionando a dissolução do casamento pelo divórcio imediato, independentemente de
culpa, motivação ou da prévia separação judicial.

Nesse sentido, o requerido encontra-se separado de fato da requerida desde março de 2005,
ou seja, há mais de 13 (treze) anos. Contudo, durante esse tempo as partes permaneceram
constando nos registros públicos como casados.

Em virtude disso, o autor, querendo atualizar seu estado civil, vale dizer, constar nos registros
públicos como divorciado, entrou em contato com a requerida para dar início ao processo de
divórcio consensual. Contudo, esta lhe informou que não iria colaborar, o que obrigou o autor
a optar pelo divórcio litigioso.

Insta salientar que não há bens para serem partilhados, bem como os filhos do casal são
maiores e possuidores de capacidade civil plena.

6 - DO DIREITO

6.1 - DO DIVÓRCIO

Conforme ensinam os civilistas, o casamento é constituído pela sociedade conjugal e pelo


vínculo conjugal. Com a separação judicial, ocorre o fim da sociedade conjugal, cessando os
deveres de coabitação, fidelidade recíproca e o regime de bens. Contudo, a separação não
acarreta o fim do vínculo matrimonial.

Assim, pessoas separadas não poderiam se casar, embora a lei admitisse a possibilidade de
terem união estável com terceiros (art. 1.723, § 1º, CC). Por outro lado, nada impedia que
pessoas separadas, após reconciliação, voltassem a viver juntas, fazendo ressurgir a sociedade
entre elas. Por sua vez, o divórcio é algo mais radical, pois significa a dissolução do vínculo
matrimonial. Ademais, uma vez divorciados, ex-marido e ex-esposa somente podem
reconstituir a sociedade conjugal e o vínculo após novo casamento.

A Emenda Constitucional nº 66, datada de 13.07.2010, deu nova redação ao parágrafo 6º do


artigo 226 da Constituição Federal de 1988. Disposição esta que trata sobre a dissolução do
casamento civil. Com o novo texto, foi suprimido o requisito de separação judicial por mais de
um ano, ou de separação de fato por mais de dois anos.
Art. 226 do CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 6º O
casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Desta forma, o Código Civil também assevera:

Art. 1.571 do CC. A sociedade conjugal termina: IV- pelo divórcio

Ante o fato de o Requerente e a Requerida se encontrarem separados de fato desde agosto de


2005, mostra-se impossível a reconciliação, bem como a opção pela via consensual, na medida
em que a demandada se mostra contrária a tal procedimento. Com isso, busca o judiciário a
fim de que seja expedido o mandado de averbação.

6.2 - DA PARTILHA DE BENS

A as partes estão casadas sob regime parcial de comunhão de bens, contudo, não possuem
bens a partilhar.

6.3 - DO NOME

O autor deseja continuar com o seu nome de casado, vale dizer, Geraldo de Oliveira Guedes,
sendo-lhe indiferente a alteração do nome da ré.

6.4 - DOS ALIMENTOS ENTRE OS CÔNJUJES

Não se faz necessária a fixação de alimentos entre os cônjuges, na medida em que se


encontram separados de fato desde agosto de 2005 e nunca precisaram de apoio financeiro
reciprocamente. Diante disso, é prescindível a fixação de alimentos entre as partes.

6.5 - DOS ALIMENTOS PARA OS FILHOS

Da vida conjugal entre as partes, nasceram Marla de Oliveira Guedes, em 09/08/1994, e


Marcos de Lima Guedes, em 18/06/1991, ambos maiores de idade, conforme consta cópia de
nascimento em anexo.

Nesse sentido, tendo em vista os filhos já serem maiores e com capacidade plena para a vida
civil, não se faz necessária a fixação de alimentos para os filhos.

Ante o exposto, requer:


a) Que seja acolhida a preliminar de não indeferimento e a de dispensa da audiência de
conciliação e mediação, em respeito ao art. 5°, XXXV da CF/88 e art. 319 VII CPC
respectivamente;

b) A concessão da gratuidade da justiça, haja vista ostentar condição de pobreza, na acepção


jurídica do termo;

c) Procedência do pedido do requerente, com a decretação do divórcio do casal,

d) Requer, também, após trânsito em julgado da presente ação seja expedido mandado
judicial para a averbação no respectivo Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais.

e) Determinar a citação da ré para, querendo, contestar a ação no prazo legal, se assim


entender conveniente, sob pena de revelia ou confissão ficta prevista no artigo 344 a 346, do
CPC, em caso do não comparecimento, concedendo ao final, a procedência integral dos
pedidos;

f) A condenação da Requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios


de sucumbência, conforme art. 85, § 2º do Código de Processo Civil, CPC, sendo que estes
deverão ser depositados no fundo de apoio e aparelhamento da defensoria pública do estado
do Ceará-FAADEP (Conta Corrente: 0919. 006.71003-08, CNPJ- 05.220.055/0001-20, Caixa
Econômica Federal)

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial,
prova documental, pericial e tantas quantas se façam necessárias para o deslinde da causa.

Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxx, para meros fins legais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

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