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ANÁLISE DA FAMÍLIA MONOPARENTAL COMO ENTIDADE

FAMÍLIAR APÓS O ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE


1988

Ana Claudia Paes Witzel


Maria Amália de Figueiredo Pereira Alvarenga

RESUMO
Tendo em vista as transformações ocorridas na sociedade, fez-se necessário a adoção de
novas entidades familiares. Enquanto no Código Civil de 1916 só se admitia como família
legítima aquela formada pelo casamento, com o advento da Constituição Federal de 1988
passou a ser admitida também como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher e a comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes, conhecida
com família monoparental. O presente trabalho analisa as espécies de famílias monoparentais
e os problemas que decorrem da fragilidade dessa entidade familiar.

1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo, em síntese, o estudo do Direito de Família


partindo tanto de um viés constitucional, por meio de uma análise comparativa com anterior
Código Civil de 1916.
O tema revela-se de suma importância, haja vista que a família é a primeira forma de
convivência social do homem e, partindo do pressuposto que a sociedade está em constante
mutação compreendemos, portanto, o motivo pelo qual a família também acompanha as
mudanças da sociedade.
Conforme ensina Maria Berenice Dias, „‟ainda que a lei tente prever todas as
situações dignas de tutela, as relações sociais são muito mais ricas e amplas do que é possível
conter em uma legislação‟‟ (DIAS, 2006, p. 22). Assim, justifica-se as inúmeras mudanças
ocorridas na visão da entidade familiar da legislação civil brasileira de 1916 para a de 2002,
em virtude sobretudo da influência da Constituição Federal de 1988.
2. Constitucionalização do direito de família

O direito de família preconizado pelo Código de 1916 impunha um estereótipo


familiar patriarcal, estruturado sob a chefia do elemento masculino, pelo qual todos os demais
membros da família deviam obediência e respeito. A mulher casada era retratada de maneira
humilhante e até mesmo considerada como uma pessoa relativamente incapaz (OLIVEIRA,
2005).
O advento da Constituição Federal de 1988 adequou a legislação à realidade social,
trazendo para o direito de família novos valores voltados tanto para dignidade da pessoa
humana quanto para a igualdade, pois conquanto as relações familiares estejam inseridas
dentro do âmbito do direito privado, a família detém proteção da Constituição Federal
(MORAES, 1998, p. 705), conforme dispõe o artigo:

Art. 226 – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Assim, no plano jurídico, a família deixou de ser patriarcal, pois os direitos e deveres
referentes à sociedade conjugal passaram a ser exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.
Ademais, os filhos deixaram de ser categorizados entre legítimos e ilegítimos como
era com o Código Civil de 1916. Agora, a discriminação entre os filhos é inconstitucional,
pois eles possuem igualdade no que tange a direitos sucessórios, alimentos e direito em
relação aos pais.
Contudo, a grande crítica existente é que apesar de introduzido pela Constituição
Federal de 1988, na norma infraconstitucional o instituto da família monoparental não foi
inserido mesmo com o advento do Código Civil de 2002 cujo objetivo era adequar a
legislação civil aos preceitos da “Constituição Cidadã”.

2.1 Uso da terminologia “direitos da família”


Outra importante mudança, objeto do presente estudo, é a admissão de outras formas
de famílias que não aquelas constituídas pelo casamento. O principal motivo que impulsionou
essa mudança foi a lei n° 6.515/1977, conhecida como Lei do Divórcio. Tendo em vista que
no Código Civil de 1916 o casamento era indissolúvel e tal lei veio regulamentar sua
dissolução, o casamento como o único tipo de família antes admitido se tornou prejudicado.
Assim, passou-se a admitir também como entidade familiar: as famílias constituídas
por um dos pais e seus filhos, conhecida como família monoparental e as famílias antes
chamadas de „‟informais‟‟, ou seja, aquelas oriundas a partir da união estável entre o homem e
a mulher.
Mesmo que não constitucionalmente previstas, é fato que hoje existem as chamadas
famílias „„mosaicas‟‟, ou “rearranjadas” que seriam aquelas formadas por duas pessoas
separadas e com filhos do casamento dissolvido, que se casam novamente e a partir desse
novo casamento têm novos filhos.
Por fim, surge a questão das famílias oriundas da união homoafetiva, tendo em vista a
atual discussão preconizada pela Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 4277 em que se
abordou a equiparação da união estável entre pessoas do mesmo sexo à entidade familiar,
preconizada pelo art. 1723 do Código Civil.
Diante de todas essas considerações, importante destacar que Maria Berenice Dias
utiliza a terminologia „‟direito das famílias‟‟ para expressar essa constitucionalização do
direito de família, com a finalidade de proteger e não discriminar nenhuma nova entidade
familiar. (DIAS, 2005, p. 25)

3. Considerações preliminares sobre família monoparental

A família monoparental no decorrer dos anos ganhou intensidade e visibilidade


(SANTANA, 2011). Assim, a Constituição Federal veio reconhecer as famílias
monoparentais, conforme estabelece o artigo:

Art. 226,§ 4°- Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade


formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

Com relação à nomenclatura, necessário esclarecer que o termo „‟família


monoparental‟‟ constitui um silogismo, o qual visa denominar a presença de um só genitor,
homem ou mulher, no papel da criação, educação e manutenção da prole (SANTOS;
SANTOS, 2008/2009).
O genitor da família monoparental enfrenta jornadas árduas de trabalho extra e
intrafamiliar, já que labora durante o dia de trabalho e depois volta a trabalhar dentro da
própria casa, além da função de educar e cuidar dos filhos (BRITO, 2008).
Quanto aos reflexos dessa entidade família, o principal deles é a subtração da
finalidade procriativa para a configuração da família, pois deixou de ser necessária a figura de
um par.
Todavia, curial ressaltar que essa desnecessidade da figura de um par pode ter várias
origens, podendo ser fruto de uma decisão voluntária ou involuntária do genitor (SANTANA,
2011).

3.1 Tipos de famílias monoparentais


As famílias monoparentais podem ser aquelas constituídas por pais viúvos, pais
solteiros que criam seus próprios filhos ou filhos adotados, mulheres que utilizam de técnicas
de inseminação artificial e por fim, pais separados ou divorciados.
Isto porque, essas famílias podem se originar do mero acaso, como nos casos de
viuvez, ou simplesmente como fruto da vontade, conforme explica o professor José Sebastião
de Oliveira na seguinte passagem:

Como primeiro fator responsável pelo fenômeno monoparental pode-se citar


a liberdade com que podem as pessoas se unir e se desunir, seja através de
formalidades cogentemente estabelecidas, como decorre do casamento, seja
de maneira absolutamente informal, como acontece na união estável.
(OLIVEIRA, 2002, p. 215)

Com relação aos pais viúvos, pode-se afirmar que tal tipo de família monoparental é a
mais antiga. Isto se deve ao fator da eventualidade, pois mesmo no passado em que só era
admitido o casamento como forma constitutiva de família, quando um dos cônjuges falecia,
forçosamente formava-se uma família monoparental.
Entretanto, cumpre observar que atualmente, em virtude da elevada expectativa de
vida das pessoas, tal espécie de família monoparental tende a diminuir, pois não forma família
monoparental a morte do pai ou da mãe quando os filhos já estão criados e possuem família
própria (BRAIDO, 2003, p. 42).
Por fim, importante destacar que as famílias monoparentais oriundas do falecimento
de um dos cônjuges há muito tempo já existia. Todavia, o reconhecimento dessa entidade
familiar veio no sentido de dar legalidade as formações decorrentes da vontade voluntária das
pessoas, e não do mero acaso.
No que tange as famílias formadas por mãe solteira, pode existir tanto aquela mulher
que engravida acidentalmente e se vê obrigada a assumir a criança como também aquela que
deseja engravidar e, às vezes sem que o parceiro saiba, engravida e cria o filho sozinha
(BRAIDO, 2003, p. 46).
No que se refere-se a família monoparental constituída por adoção, o Estatuto da
Criança e do Adolescente (lei 8.069/90) permite a adoção por apenas uma pessoa,
independentemente do estado civil, desde que preenchidos os requisitos do art. 42,§ 3°, que
estabelece que o adotante seja maior de vinte e um anos e conte com mais de dezesseis anos
de idade em relação ao adotado.
Quanto aos pais separados ou divorciados, interessante é a análise que ocorre uma
transitoriedade de uma família biparental para outra monoparental (DIAS, 2005, p. 200).
Dentre todas as espécies de família monoparental, é a que garante ao filho melhores condições
econômicas em decorrência do recebimento de pensão alimentícia.
Igualmente, constitui vínculo monoparental a entidade familiar chefiada por algum
parente que não um dos genitores, como a avó que cuida do neto, por exemplo.
Até mesmo as estruturas de convívio constituídas por quem não seja parente, mas que
tenha crianças ou adolescentes sob sua guarda, podem receber tal denominação (DIAS, 2007,
p. 194)

3.2 Família monoparental decorrente de inseminação artificial


Tal tipo de família é fruto da revolução tecnológica e da independência da mulher, de
modo que ela consiga concretizar a chamada „‟produção independente‟‟, sem necessidade de
nenhum companheiro.
Mesmo que a adoção por mulheres solteiras seja permitida, muitas vezes não supre o
sonho de engravidar, por isso elas optam em recorrer aos avanços tecnológicos a fim de
concretizar o sonho de ser mãe, sem a necessidade de um parceiro para tanto.
Existem críticas no sentido que estaria impondo a criança à ausência da posição
paterna, o que poderia resultar em prejuízo psicológico, social e ético. Contudo, a corrente
favorável relembra o princípio do livre planejamento familiar, consagrado pela Constituição,
que trata do direito de todo indivíduo vivenciar sua vida sexual e reprodutiva de forma livre e
sem a intromissão do Estado. (ABRAHÃO, 2003)
3.3 O problema do abandono afetivo e da alienação parental nas famílias
monoparentais decorrentes de divórcio ou separação
Com relação à família monoparental de pais separados ou divorciados, regerá o
princípio do melhor interesse da criança e da proteção da pessoa dos filhos (TARTUCE,
2006). Dispõe o Código Civil:

Art. 1.583 – a guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 1° Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores
ou a alguém que o substitua e, por guarda compartilhada a responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar comuns.
§ 2° A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores
condições para exercê-la, objetivamente, mais aptidão para propriciar aos
filhos os seguintes fatores:
I- Afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II- saúde e segurança;
III- educação.
§ 3° A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha
supervisionar os interesses dos filhos.

Importante destacar o abandono afetivo e a alienação parental como os atuais


problemas consoantes à família monoparental decorrente de pais separados.

Os pais possuem, em relação aos filhos, o dever de sustento, de cuidado, de


zelo, preservados pela Constituição Federal de 1988, através do art. 227. Não
obstante a existência dos mencionados deveres objetivos e subjetivos de
cuidado, é verídica a informação de que muitos lares são compostos de
famílias monoparentais, situação que impulsiona um dever de provimento
das mais básicas subsistências às diversas necessidades de crianças e
adolescentes, muitas vezes suportadas por apenas um dos pais, geralmente o
que detém a guarda. (COSTA, 2011)

Nesse sentido, o abandono afetivo constitui no abandono moral por parte do genitor
que não deteve a guarda da criança. Embora dê o suporte financeiro, ou seja, a pensão
alimentícia, não se mostra presente na vida do filho, ocasionando traumas e sentimento de
vingança.
Por sua vez, a alienação parental é a rejeição do filho para com o genitor que não
detém sua guarda. Isso decorre em virtude da ruptura da vida conjugal: o genitor passa a
desenvolver um sentimento de traição, de abandono e quer se vingar do ex cônjuge afastando
o filho, e passando então a criar situações para dificultar ou impedir as visitas, com a
finalidade de fazer o filho rejeitar o pai ou a mãe que não possua sua guarda.
Nesses casos, a guarda única pode permitir ao pai ou a mãe que a detenha
exclusivamente monopolizar o controle sobre a pessoa do filho, a fim de desequilibrar seu
relacionamento com o outro genitor. (SOUZA, 2011)

3.4 Políticas públicas para auxílio das famílias monoparentais


Inúmeros são os problemas derivados da fragilidade das famílias monoparentais, tanto
de ordem afetiva quanto material.
Nesse viés, já foram expostas as questões que vão desde os traumas do abandono
afetivo dos pais até a alienação parental.
Há que acrescentar a análise da difícil situação econômica-financeira deste tipo de
família, por na maioria das vezes contar com a renda exclusiva de um dos genitores. Quando
isso não ocorre, ainda se está sujeito ao não pagamento da pensão alimentícia pelo genitor.
Destarte, os genitores de uma família monoparental necessitam do auxílio do Poder
Público, pois enfrentam a queda do poder aquisitivo da família, além de serem
sobrecarregados de responsabilidades que antes era dividida a dois (SANTOS, SANTOS,
2008/2009).
Contudo, o que percebemos é que não há uma política pública específica para essa
entidade familiar. O que o Estado proporciona são políticas abrangentes para as famílias, tais
como bolsas de auxílio à renda, deixando em segundo plano as entidades familiares atípicas.
Em suma, de nada adianta o reconhecimento da entidade familiar da
monoparentalidade se o Estado não contribui para a manutenção desses núcleos sem o
mínimo respaldo de garantia de dignidade (OLIVEIRA, 2002).

4. Considerações finais

Diante do exposto, conclui-se que a equirapação da mulher tanto na sociedade quanto


na família, concretizando o principio da igualdade foi sem dúvida o grande fator responsável
pelo reconhecimento legal das famílias monoparentais.
Outrossim, a liberdade por elas conquistadas para por fim a relacionamentos que não
mais se baseavam nos sentimentos de afeto também contribuíram para a mudança do padrão
milenar do casamento como sinônimo de constituição de família.
Entretanto, tal tipo de entidade familiar pode ter conseqüências significantes
principalmente para os filhos, com reflexos de cunho psicológicos.
Conforme já discutido, as crianças podem ser vítimas de alienação parental, abandono
afetivo, de traumas diante da ausência da figura materna ou paterna e ainda da insuficiência
financeira do genitor que possui sua guarda.
Ante o exposto, é crucial a implementação de maiores políticas públicas pelo Estado a
fim de minimizar os efeitos da falta de um dos pais no lar, pois é nítido que a família
monoparental é mais frágil que a família biparental, sob o efeito dessa entidade familiar não
estar recebendo especial proteção do Estado.

REFERÊNCIAS

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opção através da utilização de técnicas de inseminação artificial no ordenamento
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