O documento discute os principais conceitos e modelos de família no Direito de Família brasileiro, incluindo a família como entidade protegida constitucionalmente, os diversos modelos de família reconhecidos atualmente (família homoafetiva, monoparental etc), e os princípios que regem as relações familiares como dignidade da pessoa humana e solidariedade social.
O documento discute os principais conceitos e modelos de família no Direito de Família brasileiro, incluindo a família como entidade protegida constitucionalmente, os diversos modelos de família reconhecidos atualmente (família homoafetiva, monoparental etc), e os princípios que regem as relações familiares como dignidade da pessoa humana e solidariedade social.
O documento discute os principais conceitos e modelos de família no Direito de Família brasileiro, incluindo a família como entidade protegida constitucionalmente, os diversos modelos de família reconhecidos atualmente (família homoafetiva, monoparental etc), e os princípios que regem as relações familiares como dignidade da pessoa humana e solidariedade social.
• O Direito de Família disciplina as relações sociais, afetivas e jurídicas
das famílias contemporâneas e tem como referência princípios e valores incorporados ao texto constitucional.
• Desse modo, cuida das relações que envolvem o indivíduo dentro do
núcleo familiar em que ele nasce, cresce e se desenvolve.
• Mas afinal o que é família para o direito?
• A abertura valorativa do sistema civil, provocada pelo pós positivismo, alterou substancialmente as relações familiares e transformou as estruturas do modelo de família, com a imposição do reconhecimento e a tutela de novos núcleos familiares para além da família tradicional, pautada no modelo matrimonial. • Na sociedade atual encontram-se diversos modelos e núcleos familiares, como: Família Homoafetiva, Família Monoparental, Família Anaparental, Família Recomposta, Mosaico ou Pluriparental: • A tutela efetiva desse núcleo é objeto do art. 226 da Constituição federal, sua base de referência. PRINCÍPIOS • Dignidade da pessoa humana, que fundamenta todas as relações entre as pessoas que integram qualquer núcleo familiar (art. 1º, inciso III e art. 226 da CF) • Solidariedade social (art. 3º, I, CF) • Igualdade substancial/ isonomia (§ 5º do art. 226 da CF): No caso de divergência quanto ao exercício do poder familiar, em função da igualdade entre os detentores desse poder, a decisão será judicial. • Pluralidade de entidades familiares ( art.226, caput, CF) • Liberdade (§ 6º do art. 226 da CF): • Afetividade; • família dissociada de crenças religiosas • planejamento familiar; • paternidade responsável; • proibição de discriminação entre filhos, independentemente da origem; • princípio da intervenção mínima do Estado; Tais princípios constitucionais serão a base de referência para a interpretação, a compreensão e a aplicação das regras de Direito de Família do Código Civil. Modelos de Família (espécies de entidades familiares) Independentemente do modelo, a família se estrutura a partir de algumas características: • trata-se de formação social (NÚCLEO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL) que envolve ambiente propício ao livre e pleno desenvolvimento das pessoas que a constituem; • configura-se a partir da AFETIVIDADE (voltada para a busca da felicidade e para a satisfação pessoal dos seus integrantes); • ESTABILIDADE (o complexo de relações pessoais deve ser capaz de sustentar a sua formação); • OSTENSIBILIDADE (o complexo de relações sociais deve ser contínuo, pois tal constância as torna notórias e perceptíveis socialmente). MODELOS DE FAMÍLIA MAIS COMUNS:
Casamento (analisado na próxima aula em PDF).
• União Estável: reconhecida pelo art. 226, § 3º, como entidade familiar autônoma e independente do casamento, com efeitos jurídicos próprios, a qual terá proteção especial do Estado.
Família Homoafetiva: pode resultar de casamento e união estável entre
pessoas do mesmo sexo. Apesar de não ser um modelo positivado em lei, o STF passou a reconhecer tais entidades familiares, com proteção especial do Estado. (a orientação sexual é um direito personalíssimo, atrelado e vinculado à natureza humana, e sua tutela implica concretização da dignidade da pessoa humana). Família Monoparental: formada pela relação entre pai e filhos ou entre mãe e filhos.
• Família Anaparental: é a família constituída sem que alguém ocupe a posição
de ascendente.
• Família Recomposta, Mosaico ou Pluriparental: é aquela formada por
membros de outros núcleos familiares. Trata-se de modelo familiar decorrente de recomposição afetiva. Com o objetivo de proteger os membros da família reconstituída e o próprio núcleo familiar recomposto, a Lei Civil prevê regras que visam assegurar a dignidade das pessoas que passarão a integrar aquele núcleo:
• Parentesco por Afinidade que gera Impedimento Matrimonial. No
parentesco por afinidade não há direito sucessório, direito a alimentos e poder familiar, pois a afinidade, por si só, não gera tais efeitos jurídicos (diferentemente do parentesco civil por adoção, por exemplo). No entanto, caso a afinidade se converta em afetividade, desde que presentes os demais requisitos da paternidade ou da maternidade socioafetiva, haverá vínculo de filiação; nesse caso, o enteado ou a enteada passará a ser filho e, como tal, terá direito à herança, a alimentos e será submetido ao poder familiar. • Adoção Unilateral: o enteado ou a enteada poderá ser adotado pelo padrasto ou pela madrasta (art. 41 do ECA). É a denominada adoção unilateral.
• Acréscimo do Sobrenome: é possível o acréscimo do sobrenome do padrasto
ou da madrasta ao sobrenome do enteado ou da enteada.
• Poder Familiar: a família recomposta não altera o poder familiar em relação
aos pais que não integram a nova família (art. 1.636, CC). FCC/DPE BA/DEFENSORPÚBLICO/2021) Paula, 17 anos, ficou órfã de pai e mãe e reside com dois irmãos mais novos em um barraco construído por sua falecida mãe. Paula, apesar de muito jovem, assumia a responsabilidade da família, guardava os documentos dos irmãos, incluindo cartão de vacinação, e se apresentava para tratar das demandas de todos. Tal situação retrata claramente uma hipótese de família: a) anaparental. b) pluriparental. c) monoparental. d) unipessoal. e) em mosaico. (FUNDAÇÃO CEFET BAHIA/MPE BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) À luz da doutrina e da jurisprudência contemporâneas aplicáveis ao direito das famílias, assinale a alternativa correta. a) A constitucionalização do civil representou um indevido intervencionismo estatal nas relações privadas. b) O interesse na entidade familiar se superpõe ao interesse da pessoa. c) No direito das famílias, a ofensa aos direitos da personalidade não ocasiona a reparação de danos. d) Em virtude de as relações familiares se fundamentarem no afeto, a estas não se aplicam as normas de responsabilização por dano. e) O princípio da solidariedade familiar que implica cooperação e respeito mútuos em relação aos membros das famílias, quando violado, justifica a imposição de reparação de danos.