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Constituição federal - Direitos e

Garantias Fundamentais.

Os Direitos Fundamentais são aqueles pautados no poder estatal e


ações constitucionais, na delimitação dos direitos e garantias
individuais e coletivas, num Estado Democrático. Estão contidos
na Constituição Federal 1988 onde se estabelece direitos, garantias e
deveres aos cidadãos do Brasil. Sistematizam as noções básicas e
centrais que regulam a vida social, política e jurídica de todo o cidadão
brasileiro, encontram-se regulados entre os artigos 5º ao 17º da
Constituição Federal de 1988.

 Direitos individuais e coletivos


o  São direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à
sua personalidade, bem como: 
 à vida;
 à igualdade;
 à dignidade;
 à segurança;
 à honra; 
 à liberdade e; 
 à propriedade, conforme expressos no artigo 5º e
seus incisos.
 Direitos Sociais
o São aqueles onde o Estado Social de Direito tem a
responsabilidade constitucional de garantir as liberdades
positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à:
 Educação;
 Saúde;
 Trabalho;
 Previdência social;
 Lazer;
 Segurança;
 Proteção à maternidade;
 Infância e assistência aos desamparados. 
o Sua objetividade é a melhoria das condições de vida dos
menos favorecidos, em prol da igualdade social. Estão
enfatizados a partir do artigo 6º ;

 Direito a Nacionalidade
o Chamados de vínculo jurídico político, que liga um
indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo com
que este se torne um componente do povo, capacitando-o
a exigir sua proteção. O Estado por sua vez deve cumprir
deveres impostos a todos;

 Direitos Políticos
o Permitem ao indivíduo, através de direitos públicos
subjetivos, exercer sua cidadania, participando de forma
ativa dos negócios políticos do Estado, haja vista o que
acorda o artigo 14;

 Partidos político
o Os direitos relacionados à existência , organização e a
participação em partidos políticos: garante a autonomia e
a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos
necessários e importantes, na preservação do Estado
democrático de Direito, como cita o artigo 17.

Como fundamento histórico, vale a pena fazer referência à origem das


divisões que se encontra relatada pelo professor George
Marmelstein[1] em sua obra de direito constitucional: 

?Baseando-se na bandeira francesa que simboliza a liberdade, a


igualdade e a fraternidade teorizou sobre ?as gerações ? evolução ?
dos direitos fundamentais?, da seguinte forma: 
 a) primeira geração dos direitos seria a dos direitos civis e
políticos, fundamentados na liberdade (liberté), que tiveram
origem com as revoluções burguesas; 
 b) a segunda geração, por sua vez, seria a dos direitos
econômicos, sociais e culturais, baseados na igualdade
(égalité), impulsionada pela Revolução Industrial e pelos
problemas sociais por ela causados;
 c) por fim, a última geração seria a dos direitos de solidariedade,
em especial o direito ao desenvolvimento, à paz e ao meio
ambiente, coroando a tríade com a fraternidade (fraternité), que
ganhou força após a Segunda Guerra Mundial, especialmente
após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.?

 DIREITOS DE 1º GERAÇÃO OU DIMENSÃO

Os direitos de primeira geração ou dimensão referem-se às


liberdades negativas clássicas, que enfatizam o princípio
da liberdade, configurando os direitos civis e políticos. Surgiram nos
finais do século XVIII e representavam uma resposta do Estado liberal
ao Absolutista, dominando o século XIX. Foram frutos das revoluções
liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia
reivindicava o respeito às liberdades individuais, com a conseqüente
limitação dos poderes absolutos do Estado. 

o Podem exemplificar os direitos de primeira dimensão:


 O direito à vida;
 À liberdade;
 À propriedade;
 À liberdade de expressão; 
 À liberdade de religião;
 À participação política.

 DIREITOS DE 2º GERAÇÃO OU DIMENSÃO

Os direitos de segunda geração ou dimensão relacionam-se com as


liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio
da igualdade material entre o ser humano. A Revolução Industrial foi
o grande marco dos direitos de segunda geração, a partir do século
XIX, implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos sociais
(essenciais básicos: alimentação, saúde, educação etc.).

O direito de segunda geração, ao invés de se negar ao Estado uma


atuação, exige-se dele que preste políticas públicas, tratando-se,
portanto de direitos positivos, impondo ao Estado uma obrigação de
fazer, correspondendo aos direitos à saúde, educação, trabalho,
habitação, previdência social, assistência social, entre outros.

 DIREITOS DE 3º GERAÇÃO OU DIMENSÃO

Os direitos de terceira geração ou dimensão consagram os


princípios da solidariedade ou fraternidade, sendo atribuídos
genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses
de titularidade coletiva ou difusa, não se destinando especificamente à
proteção dos interesses individuais, de um grupo ou de um
determinado Estado, mostrando uma grande preocupação com as
gerações humanas, presentes e futuras. Possui origem na revolução
tecnocientífica (terceira revolução industrial), revolução dos meios de
comunicação e de transportes.

o Podemos citar como direitos de terceira geração:


 Direito ao desenvolvimento ou progresso;
 Ao meio ambiente;
 À autodeterminação dos povos;
 Direito de comunicação;

Portanto, os direitos de terceira geração ou dimensão não visualizam


o homem como um ser singular, mas toda a coletividade ou o grupo.

 DIREITOS DE 4º GERAÇÃO OU DIMENSÃO

Na atualidade existem doutrinadores que defendem a existência


dos direitos de quarta geração ou dimensão, apesar de ainda não
haver consenso na doutrina sobre qual o conteúdo dessa espécie de
direito.  É direito de quarta geração o direito:

o À democracia;
o Á informação;
o Ao pluralismo.
Deles depende a concretização da sociedade aberta do futuro, em sua
dimensão de máxima universalidade, para a qual parece o mundo
inclinar-se no plano de todas as relações de convivência. 
Alguns constitucionalistas vêm promovendo o reconhecimento dos
direitos de quarta geração ou dimensão, conforme podemos perceber
nas palavras do mestre Marcelo Novelino[2] (2008, p. 229), quando
ressalta que:

?tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização


política, compreendem o direito à democracia, informação e
pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão compendiam
o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da
institucionalização do Estado social sendo imprescindíveis para a
realização e legitimidade da globalização política.?

 DIREITOS DE 5º GERAÇÃO OU DIMENSÃO

Registre que já existem autores defendendo a existência dos direitos


de quinta geração ou dimensão, onde a Paz Social seria um direito de
quinta geração. 

IMPORTANTE:
Faz-se necessário destacar que a divisão acima detalhada das
gerações ou dimensões dos direitos fundamentais trata-se de um
método meramente acadêmico, uma vez que os direitos dos seres
humanos não devem ser divididos em gerações ou dimensões
estanques, retratando apenas a valorização de determinados direitos
em momentos históricos distintos.

 DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

Comumente utilizados como sinônimos, a diferença entre ambos é


que os direitos fundamentais se aplica para aqueles direitos do ser
humano reconhecidos e positivados na esfera do direito
constitucional positivo de determinado Estado, ou seja, está
documentado. Enquanto  a expressão direitos humanos guardaria
relação com os documentos de direito internacional, por referir-se
àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como
tal, ou seja, é um senso social do que é correto e justo.
 Características dos direitos fundamentais são:
o Historicidade: os direitos são criados em um contexto
histórico, e quando colocados na Constituição se tornam
Direitos Fundamentais; 
o Imprescritibilidade: os Direitos Fundamentais não
prescrevem, ou seja, não se perdem com o decurso do
tempo. São permanentes; 
o Irrenunciabilidade: os Direitos Fundamentais não podem
ser renunciados de maneira alguma; 
o Inviolabilidade: os direitos de outrem não podem ser
desrespeitados por nenhuma autoridade ou lei
infraconstitucional, sob pena de responsabilização civil,
penal ou administrativa; 
o Universalidade: os Direitos Fundamentais são dirigidos a
todo ser humano em geral sem restrições, independente
de sua raça, credo, nacionalidade ou convicção política; 
o Concorrência: podem ser exercidos vários Direitos
Fundamentais ao mesmo tempo; 
o Efetividade: o Poder Público deve atuar para garantis a
efetivação dos Direitos e Garantias Fundamentais, usando
quando necessário meios coercitivos; 
o Interdependência: não pode se chocar com os Direitos
Fundamentais, as previsões constitucionais e
infraconstitucionais, devendo se relacionarem para atingir
seus objetivos; 
o Complementaridade: os Direitos Fundamentais devem
ser interpretados de forma conjunta, com o objetivo de sua
realização absoluta.

IMPORTANTE
Tanto os Brasileiro nato quanto o naturalizado fazem jus aos direitos
fundamentais, mas existem algumas reservas que são apenas para os
natos.

"CF - Art. 12 - § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa."
 EFICÁCIA

o Vertical: Quando os direitos fundamentais surgiram, eram


tidos como aqueles ligados à liberdade, os chamados
direitos de defesa. Os únicos destinatários dos direitos
fundamentais eram os Poderes Públicos. Os direitos
individuais eram direitos atribuídos ao indivíduo para que
este pudesse se proteger contra os Poderes Públicos.
Como a relação entre os particulares e os Poderes
Públicos é de subordinação e não de coordenação, esta
eficácia dos direitos fundamentais ficou conhecida
como eficácia vertical, em razão dessa relação estado-
particular ser de subordinação. Quando surgiram, tinham
apenas eficácia vertical, eram aplicados apenas a essa
espécie de relação.

o Horizontal: É a aplicação dos direitos fundamentais às


relações entre particulares. Como a relação entre
particulares é, ao menos teoricamente, de coordenação,
de igualdade jurídica, quando os direitos fundamentais são
aplicados a essas relações, se fala que os direitos
fundamentais têm uma eficácia horizontal ou privada.

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