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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____

VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________

Luísa Pereira Bastos, brasileira, nascida em 01/01/2012, representada


por sua genitora Juliana Pereira, brasileira, solteira, profissão,
portadora do RG n.º ________ e inscrita no CPF sob o n.º ______,
endereço eletrônico, residente e domiciliada à ______, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu
advogado constituído, com fulcro no artigo 1.698 do Código Civil,
propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS COM PEDIDO DE TUTELA DE


URGÊNCIA

em face de Paulo Bastos, nacionalidade, estado civil, profissão, RG e


CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua ___________, e
Alice Bastos, nacionalidade, estado civil, profissão, RG e CPF, endereço
eletrônico, residente e domiciliado na Rua ___________ pelos fatos e
argumentos jurídicos a seguir expostos.

1. Do Benefício da Justiça Gratuita


 Dessarte, formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por
declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine,
ambos do CPC c/c art. 1º, § 2º, da Lei de Alimentos, quando tal
prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

Ainda a autora, amparada pelo art. 98 e seguintes do Código de


Processo Civil, bem como pela Lei 1.060/50 e art. 5.º, inc. LXXIV,
da Constituição Federal, postula a concessão do benefício da
Assistência Judiciária Gratuita, por não poder arcar com as despesas
processuais sem comprometer o seu sustento e o de sua família,
conforme demonstram a declaração de hipossuficiência e os
documentos ora acostados.

2. Dos Fatos
A parte autora é filha de Juliana Pereira nascida na data de 01 de
janeiro de 2012.

No feito distribuído sob o n.º ______, restou fixada pensão alimentícia a


ser paga pelo genitor em favor da criança, no valor mensal de R$
2.000,00 (dois mil reais).

No entanto, em que pese a fixação da verba alimentar em face do


genitor, este 25/08/2017 veio a falecer.
Diante desse quadro, urge asseverar que, por conta do falecimento do
genitor, a mãe da Promovente não detém recursos suficientes para,
sozinha, cumprir a responsabilidade alimentar para com sua filha.

Nesse diapasão, outra alternativa não restou senão chamar os avós da


Autora para complementar o dever dos alimentos em espécie, na
medida das suas forças e proporcionalidade. 

2. Dos Fundamentos

É comezinho o entendimento, doutrinário e jurisprudencial, de que os


avós, de modo supletivo e excepcional, respondem pelo sustento dos
netos. Isso, claro, havendo condições financeiras para tanto e,
igualmente, guardada suas proporções com os demais avós, bisavós etc.
É dizer, na “ausência” de condições do alimentante, parcial ou total,
bem assim da genitora, aqueles poderão ser chamados a integrar à lide.
Com esse enfoque a Legislação Substantiva traz regras claras com
respeito à obrigação alimentar avoenga, verbo ad verbum:
 
Art. 1.696 - O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e
filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos
mais próximos em grau, uns em falta de outros.
 
Art. 1.698 - Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não
estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados
a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a
prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser
chamadas a integrar a lide.

Desse modo, à luz dos ditames das regras mencionadas, fica claro que
todos os ascendentes podem responder com os alimentos devidos aos
netos. Porém, como se percebe igualmente da letra da lei, para
alcançar-se esse desiderato há pressupostos a serem atendidos:
 
( i ) antes de tudo, demonstrar-se a falta de condições financeiras,
parcial ou total, de ambos os genitores (os mais próximos excluem os
mais remotos, tal qual na vocação hereditária);
 
( ii ) que os avós detenham, semelhantemente, capacidade financeira
para esse mister subsidiário.

4. Do Pedido De Tutela De Urgência Para Fixação Dos Alimentos


Provisórios
Conforme já referido, a verba alimentar postulada no presente feito
destina-se ao auxílio no sustento de ____, que não está recebendo
nenhum valor a título de pensão alimentícia do seu genitor, em que
pese processo de execução em andamento.

Assim, necessária a fixação de alimentos provisórios em favor da


criança, que já se encontra com o sustento muito prejudicado pela
inadimplência do genitor.

Tal pedido é amparado pelo art. 4º da Lei n.º 5.478/68, que dispõe:

Art. 4º - Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos


provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor
expressamente declarar que deles não necessita.

Além disso, o Código de Processo Civil autoriza a concessão de tutela


de urgência quando há “probabilidade do direito” e o “perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo”:

Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo.

Ademais, no que se refere ao segundo requisito, inexistem dúvidas de


que a demora na prestação jurisdicional ocasionará gravame potencial
à criança, visto que não está recebendo nenhum auxílio paterno para o
seu sustento, não possuindo a genitora condições de assegurar todas
as necessidades da filha.

Comprovados, portanto, os requisitos do “fumus boni iuris” e do


“periculum in mora“, justificando o deferimento da medida ora
pretendida.

5. Da Audiência De Conciliação
A autora possui interesse na realização de audiência de conciliação
para tentativa de solução amigável da lide, a ser designada por este
juízo, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil.

6. DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, REQUER a Vossa Excelência:
a) A concessão do benefício da gratuidade da justiça à autora, nos
termos do art. 98 do Código de Processo Civil;
b) Sejam fixados alimentos provisórios no valor mensal de 2 salários
mínimos do requerido;
c) A designação de audiência de conciliação, nos termos do artigo 334
do Código de Processo Civil;
d) Caso não seja obtida a auto composição ou manifestado
desinteresse por ambas as partes na realização do ato, a concessão do
prazo de quinze dias para o requerido apresentar contestação, sob
pena de ser considerado revel e presumidas verdadeiras as alegações
de fato formuladas pelo autor, nos termos dos artigos 335 e 344 do
Código de Processo Civil;
e) A TOTAL PROCEDÊNCIA dos pedidos formulados, fixando a pensão
alimentícia a ser paga pelo requerido à autora, no valor de 2 salários
mínimos;
f) A intimação do Ministério Público, nos termos do art. 178, II,
do CPC, para que apresente as manifestações que julgar pertinentes;

g) A condenação do requerido ao pagamento dos ônus sucumbenciais


e honorários advocatícios.

Dá a causa o valor de R$ ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade – Data

_______________
Advogado | OAB

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