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JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE

GRAVATAÍ.

PROCESSO Nº: XXXXXX

OBJETO: CONTESTAÇÃO

Equinócio Azambuja, inscrito no CNPJ/MF sob nº 12.836.999/0001-92, com


endereço na Rodovia RS-118, nº 6.811, Bairro Boa Vista, CEP 93.230-390, Gravataí/RS
- endereço eletrônico de seu representante legal: xxx@xxx.com por um de seus
procuradores firmatários, forte nos arts. 335 e 343 do CPC/2015, em face da Ação de
Alimentos movida contra si por Sodileuza Cardoso, representada por sua genitora,
Eleutéria Cardoso, inscrita no CNPJ/MF sob nº 05.537.083/0001-76, com endereço na
Rua Antônio de Albuquerque, nº 156, 12º e 14º andares, Bairro Funcionários, CEP
30.112-010, Gravataí/RS, endereço eletrônico de seu representante legal: xxxx@xxx.com
vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., apresentar suas razões de

CONTESTAÇÃO

I. DOS FATOS

O Réu viveu em união estável com a representante da menor por cerca de 2 anos,
não tendo filhos com a mesma e tendo se afastado do lar pelo fato de estar sendo traído
pela companheira.

Não reconhece ser o pai da menor, além do que, quando de sua saída do lar,
sequer a genitora estaria grávida.

A parte autora pretende à título de alimentos a quantia de três salários mínimos


mensais.
O Requerido foi demitido de seu emprego recentemente, encontrando-se
desempregado. O valor que recebe a título de seguro desemprego é insuficiente para
suprir suas necessidades básicas, tais como alimentação, medicamentos, aluguel e demais
contas, fazendo com que ele não possa arcar com o valor pretendido pela Requerente na
inicial.

Ademais, logo que se separou da genitora da menor, o Réu contraiu núpcias, da


qual lhe adveio um filho, de nome Solstício Azambuja, conforme comprova pela certidão
de nascimento apresentada.

Sua atual esposa também se encontra desempregada, sendo que o único sustento
da família é o seguro desemprego do Réu, o qual, inclusive, está com os dias contados.

Esclarece que a genitora da Requerente está empregada, percebendo um salário


mensal no montante de R$ 1.200,00, sendo este mais do que suficiente para seu próprio
sustento e para sustendo da criança.

O Réu lhe apresenta a citação para contestar o feito, recebida com data de 20 de
agosto de 2020, com despacho deferindo alimentos provisórios no montante de UM
SALÁRIO MÍNIMO.

II. DO DIREITO

O Código Civil, em seu artigo 1.694 e § 1º, dispõe que "podem os parentes, os
cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de
sua educação" e " os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada".

O mesmo dispositivo legal, em seu artigo 1.695, prevê que "são devidos os
alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento".

Por fim, o artigo 1.703, também do Código Civil, diz que "para manutenção dos
filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos".

Assim, tendo em vista que, antigamente, quando a genitora do Requerente estava


desempregada e impossibilitada de prestar alimentos a este, o Requerido o fez,
atualmente, esta que deve contribuir, pelo menos até que a situação financeira do Réu se
restabeleça.

Não nega o Requerido ter tido um relacionamento com a mãe da Requerente,


porém, cabe ressaltar que durante esse período teria se afastado do lar pelo fato de estar
sendo traído.
Tendo notícias de que a genitora da Requerente possuía relacionamento
simultâneo com outro homem, e nunca ter sido procurado pela mãe da genitora, estava o
Requerido convencido de que não era o pai da criança.

Destarte, mostra-se totalmente incerta a paternidade, fazendo-se mister prova


cabal do fato articulado, na espécie do exame de DNA, instrumento hábil para
confirmação da origem biológica, conforme entendimento deste tribunal, veja-se:

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM PEDIDO DE


ALIMENTOS - INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ - EXAME DE DNA -
NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO - CASSAÇÃO DO DECISUM. - Na investigação
de paternidade, o magistrado deve se valer da inic0iativa probatória, com o objetivo de
apurar a verdade dos fatos postos à sua apreciação, evitando-se, assim, o prolongamento
indefinido da discussão em torno do vínculo familiar. (TJ-MG 107010512921860011 MG
1.0701.05.129218-6/001 (1), Relator: SILAS VIEIRA, Data de Julgamento: 10/04/2008,
Data de Publicação: 31/05/2008)

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:

a) seja julgada improcedente o presente pedido, devido a condição financeira do


Contestante;

b) seja concedido o benefício da gratuidade processual, nos termos do art. 98 do


CPC, por ser o Requerido pobre na forma da lei;

c) seja remetido os autos para manifestação do representante do Ministério


Público;

d) a oportunidade de, servindo-se de todos os instrumentos probatórios em


direito admitidos, em especial exame de DNA, produzir prova quanto ao fato apontado;

e) provando-se que o Requerido não é o pai da Requerente seja julgado


totalmente improcedente o pedido feito na inicial, sendo condenada a Requerente ao
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;

Protesta comprovar as alegações por meio dos documentos juntados à presente


e oitiva das testemunhas abaixo arroladas.

Nestes termos,

P. deferimento.

Gravataí, 20 de agosto de 2020.

ADVOGADO

OAB/RS XXXXXX

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