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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ª VARA DA

FAMILIA DO TERMO JUDICIÁRIO DE SÃO LUIS, DA COMARCA DA ILHA DE


SÃO LUÍS/MA
 

Pedido de Justiça Gratuita


Lei n. 1.060/1950

FRANCISCO AGEMIRO ANDRADE JÚNIOR, brasileiro, casado,


vigilante , portador de Carteira de Identidade n.º 0190819020012 SEJUSP/MA e
CPF. n.º 007.415.943-74, residente e domiciliado na Rua carlos gomes, N° 264 ,
próximo ao pina pré-moldados bairro vila passos, São Luís/MA, CEP 65025-210 e
TAISSA COSTA AGUIAR , solteira, cozinheira ,brasileira, portador de Carteira de
Identidade n.º 017449162001-6 SEJUSP/MA e CPF. n.º 043.117.083-51, residente e
domiciliado na Rua por intermédio de seus advogados e estagiária “in fine”
assinados (doc.01), do Escritório Escola “Professor Expedito Alves de Melo” do
Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Santa Terezinha (CEST), localizado na
Avenida Casemiro Junior, n. 260, Anil, CEP: 65045-180, São Luís – MA, onde recebe
comunicações processuais de praxe, com fulcro na Lei n° 5.478/68, propor a
presente:

AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA CONSENSUAL

c/c EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS

em favor do menor Pedrinho filho de João e Maria pelos fatos e fundamentos abaixo
expostos.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Inicialmente, requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os


benefícios da Assistência Judiciária, por não ter condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, sem comprometer o seu orçamento familiar.
Conforme inteligência do parágrafo único, do artigo 2º, da Lei
n.º 1.060/50, temos a definição legal da pessoa desprovida de meios financeiros, ao
estabelecer que:
Art. 2º. (...) Parágrafo Único. Considera-se
necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação
econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família.

Sendo assim, segundo dispõe o artigo 4º, da Lei n.º 1.060/50, com


as alterações introduzidas pela Lei n.º 7.510/86, e ainda arts. 98 e 99 do CPC (2015)
a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação,
na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família,
conforme atestado de hipossuficiência financeira em anexo (doc. 02).

DOS FATOS

Os autores tiveram um relacionamento amoroso, sendo que deste convívio


adveio o filho Pedro Victor Aguiar Andrade, nascido em 25 de fevereiro de 2012,
conforme certidão em anexo.

Após a separação, o menor passou a residir com sua genitora, e o genitor


passou, a contribuir, à título de alimentos, com 32,5% (trinta e dois e meio porcento)
do salario mínimo, ressalvados os descontos legais, conforme processo de acordo
de alimentos anexo.

Porém, a senhora Taissa informa que o convívio com o pai seria de extrema
importância para o menor , já que ele é muito apegado com o genitor .
Cumpre ressaltar que o genitor dispõe de tempo, pois sua jornada de
trabalho possibilita que ele venha ter tempo para compartilhar de passeios e varias
outras obrigações necessárias que um pai deva ter com o seu filho .

Desta forma os genitores acordam que:

 A guarda do Pedro Victor Aguiar Andrade passará ao genitor;

 A obrigação do genitor de prestar alimentos em favor do menor será


exonerada;
 A visitação poderá ser exercida pela genitora de forma livre;

DO DIREITO
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, com relação aos direitos
da criança e do adolescente assim estatui:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (Sem grifos no
original).

Dessa foram, é importante que toda criança conviva em ambiente familiar,


devendo ser protegida de qualquer situação que a exponha a qualquer tipo de risco
e exploração, sendo mandamento constitucional a garantia da sua dignidade através
da família, do Estado e da sociedade, além da proteção a qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, conforme
se extrai
A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente, sobre a questão da guarda dispõe:
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material,
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1º
A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser
deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. § 2º
Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de
tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a
falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o
direito de representação para a prática de atos determinados. §
3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciário.

É certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente,


regularizar a situação de fato existente, propiciando melhor atendimento da criança
em todos os aspectos, nos termos do art. 33 da Lei no 8069/90.

No caso presente, o que deve ser levado em consideração, primordialmente,


é o interesse da criança. Ademais o Código Civil também assegura a visita, cuja
guarda não esteja com este:

“Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam


os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia,
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado
pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação.”

DA GUARDA

A Guarda Compartilhada obrigatória é a regra hoje no Brasil, devido


ao comando imperativo dos Art. 1.583, § 2º e Art. 1.584, § 2º - Código Civil, com
nova redação inserida pela Lei nº 13.058/2014. Sendo que a Guarda Unilateral só
será aceita quando um dos genitores declarar em juízo que não pretende a guarda
compartilhado do menor.
Longos debates foram feitos no Congresso Nacional até chegar a
esse dispositivo legal, tendo em vista que, três quartos da população carcerária são
oriundos de filhos criados sem a presença do pai-genitor. Sem falar nas
complicações psicossociais que o menor enfrentará, inclusive, algumas
enveredando pelo suicídio, amplamente divulga na literatura Psicológica.
Quem não demonstra maturidade para lidar com as situações da
vida, também não terá de cuidar e educar um menor em formação. A aversão a
Guarda Compartilhada é razão suficiente para a inversão da guarda unilateral de
fato, além de ser uma forma de Alienação Parental. A sociedade, o menor e o genitor
não podem ser reféns de sentimentos de vinganças, ciúmes, desprezo e medo de
perder a guarda.
Desta forma, nunca podemos confundir direito de convivência ou
visitas com guarda compartilhada, esta última, segundo comando legal trata com
isonomia tanto o genitor quanto a genitora, vejamos;

Art. 1.583, § 2º. Na guarda


compartilhada, o tempo de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada
com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as
condições fáticas e os interesses dos filhos.
Art. 1.584. § 2º. Quando não houver
acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do
filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a
exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar
ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
(grifos nossos).
DA EXONERAÇÃO DOS ALIMENTOS

A exoneração do encargo alimentar atribuído ao genitor não-guardião que se


torna guardião é uma decorrência lógica da modificação da guarda. Este é o
entendimento jurisprudencial, que proclama a admissibilidade da cumulação dos
pedidos de modificação de guarda e exoneração de alimentos, conforme exemplifica
as seguintes ementas do egrégio TJDFT:

AÇÃO DE ALIMENTOS. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO. EXTINÇÃO


COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. DESARQUIVAMENTO. PEDIDO DE
EXONERAÇÃO OU DE SUSPENSÃO DO ENCARGO ALIMENTAR. MODIFICAÇÃO
PROVISÓRIA DA GUARDA DE MENOR ALIMENTANDO EM FAVOR DO
PRESTADOR DOS ALIMENTOS. AJUIZAMENTO DE AÇÃO AUTÔNOMA DE
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. DISPENSABILIDADE. IRRELEVÂNCIA DA
MANIFESTAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA. É DISPENSÁVEL O A JUIZAMENTO
DE AÇÃO AUTÔNOMA DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS, PARA OS FINS DA
CONCESSÃO DA SUSPENSÃO DO ENCARGO ALIMENTAR, QUANDO OCORRE,
EM JUÍZO, A ALTERAÇÃO PROVISÓRIA DA GUARDA DO MENOR
ALIMENTANDO EM FAVOR DAQUELE QUE TINHA O DEVER DE PRESTAR OS
ALIMENTOS, UMA VEZ QUE DECORRE DO PRÓPRIO FATO DE HAVER
MIGRADO A GUARDA PARA O NOVO GUARDIÃO A TRANSFERÊNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO DAS DESPESAS HAVIDAS COM A CRIANÇA, DEVENDO, POR
CONSEQUÊNCIA LÓGICA DA NOVA SITUAÇÃO JURÍDICA INSTITUÍDA, FICAR
SUSPENSA A EXIGIBILIDADE DO ENCARGO ENQUANTO ESSA SITUAÇÃO
PERDURAR, EVIDENCIANDO SER DESNECESSÁRIA, NO CASO ESPECÍFICO
DOS AUTOS, A PRESENÇA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA EM
FAVOR DA GENITORA, CUJA GUARDA DO MENOR ALIMENTANDO NÃO MAIS
DETÉM, AINDA QUE DE FORMA PROVISÓRIA.

(TJ-DF - AI: 59934320098070000 DF 0005993-43.2009.807.0000,


Relator: NATANAEL CAETANO, Data de Julgamento: 15/07/2009, 1ª Turma Cível,
Data de Publicação: 27/07/2009, DJ-e Pág. 86).
DIREITO DE FAMÍLIA. GUARDA DE MENORES. TRANSFERÊNCIA
PROVISÓRIA. ALIMENTOS. SUSPENSÃO DA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. 1 - AO
ANALISAR QUESTÕES RELATIVAS AO DIREITO DE FAMÍLIA, DEVE O
MAGISTRADO SE AFASTAR DA INFLAMAÇÃO E DA PASSIONALIDADE QUE
FREQÜENTEMENTE O CERCA. NESTAS QUESTÕES NÃO SE ATENDE À
VONTADE DOS PAIS, MAS À CONVENIÊNCIA E AO BEM-ESTAR DOS FILHOS. 2
-MODIFICAÇÃO DA GUARDA DE CRIANÇAS SÓ PODE SER AUTORIZADA SE
VERIFICADOS FATOS GRAVES, EM NOME DA SEGURANÇA DAS RELAÇÕES
JURÍDICAS E DO EQUILÍBRIO EMOCIONAL DOS MENORES. 3 - COM A
TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA DA GUARDA, NADA MAIS CORRETO HAVER A
SUSPENSÃO DA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, JÁ QUE AS DESPESAS DA
CRIANÇA SÃO CUSTEADAS DIRETAMENTE PELO GENITOR QUE A DETÉM.

(TJ-DF - AI: 20010020003939 DF, Relator: ANA MARIA DUARTE


AMARANTE BRITO, Data de Julgamento: 30/04/2001, 2ª Turma Cível, Data de
Publicação: DJU 22/08/2001 Pág. 46)

Desta forma, o genitor deve ser exonerado da obrigação de contribuir com


32,5% (trinta e dois e meio porcento) de seus rendimentos brutos, em favor do
menor, à título de alimentos, nos termos previstos no art. 1699, do Código Civil.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa excelência:

a) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos moldes da Lei n.


1.060/50, conforme declaração anexa;
b) A intimação do representante do Ministério Público para que atue no
feito, nos termos do inciso II, do art. 178, do Código de Processo Civil;
e
c) Que seja HOMOLOGADO em todos os termos o acordo celebrado
pelos autores, a fim de transferir ao genitor a guarda do menor Pedro
Victor Aguiar Andrade, e em consequência, exonerá-lo do encargo
alimentar acordado e homologado por meio do processo nº 24300-
19.2013;
d) A realização de estudo social junto à criança para fins de identificação
do instituto da alienação parental, nos termos da lei, bem como pela
apresentação de quesitos por este defensor, a serem respondidos
pelos especialistas, bem como aplicação das sanções do art. 6º da Lei
12.318/10;
e) Seja designada audiência de conciliação, por este douto Juízo nos
termos do art.334 do CPC/2015, onde, se quiser poderá oferecer
contestação, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia, conforme
art.344 do CPC/2015;
f) Que atendendo a obrigatoriedade do Art. 1.583, § 2º e Art. 1.584, § 2º -
Código Civil, com nova redação inserida pela Lei nº 13.058/2014, seja
determinado, em termos inequívocos na sentença, Guarda
Compartilhada Obrigatória, salvo se um dos genitores declarar ao
magistrado que não deseja a guarda compartilhada do menor.;

Dá-se à causa o valor R$ 998, 00 (novecentos e noventa e oito reais),


para os devidos fins de direito.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

São Luís/MA, 17de dezembro de 2019.


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FRANCISCO AGEMIRO ANDRADE JÚNIOR

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TAISSA COSTA AGUIAR

JOANA DAMASCENO PINTO LIMA


OAB/MA 3.815

BRUNO FRANÇA DA SILVA


Estagiário

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