DOS FATOS
No processo de nº 8000950-54.2016.8.05.0208, foi definido por este
juízo por meio de sentença, a obrigação do executado em prestar alimentos no importe de 35%
do salário mínimo em vigência, cujo o pagamento seria efetuada até o dia 10 de cada mês através
de depósito em conta bancária de titularidade da genitora dos infantes, (conforme sentença em
anexo) o que não vem sendo cumprido assiduamente, pois, o Executado tem falhado quanto aos
repasses, deixando o encargo de mantença de seus filhos menores unicamente para a genitora
do Exequente.
O Executado não se manifesta para regularizar o débito existente, onde
se encontra vencida há mais de 7 meses, pois desde no mês de novembro de 2021 o mesmo não
cumpri com suas obrigações, não restando outra alternativa senão ingressar no judiciário para
satisfazer com urgência as necessidades do menor imediatamente.
A quantia da dívida referente aos últimos três meses em aberto
corresponderia ao montante de R$ 1.272,60 (mil duzentos e setenta e dois reais e sessenta
centavos), conforme o demonstrativo abaixo:
R$:1.272,60
DO DIREITO/FUNDAMENTOS JURIDICOS
O estatuto adjetivo pátrio proporciona meios hábeis para se
promover a execução dos alimentos, in verbis:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito,
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
(...)
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-
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(...)
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
A nossa Carta Magna em seu artigo 5º inciso, LXVII, diz que: “in verbis”
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
A prisão é medida violenta, mas que se justifica em face das graves
consequências resultantes da recusa de pagamento de obrigação de alimentar. PIOR DO QUE A
PRISÃO DO DEVEDOR É A NECESSIDADE OU FOME DOS ALIMENTADOS. Ainda mais no fato em
questão, onde uma mãe tem que trabalhar para sustentar uma casa sozinha e ainda dá conforto
ao seu filho.
A prisão serve não como punição ao devedor, mas, como uma forma de
coagir aquele que pode pagar e não paga a prestação alimentícia de que o alimentado tanto
necessita. Por outro lado, com a efetivação da prisão, protege-se o alimentado; esta proteção é
feita com a garantia do recebimento dos alimentos. De maneira nenhuma, a prisão pode ser vista
como uma forma de vingança privada, porque o seu objetivo não é punir, senão forçar. Apesar
de ser uma medida violenta, a prisão evita consequências negativas para o alimentado. Por fim,
como alerta, não se pode olvidar que, atrás do alimentante e do alimentado, muitas vezes, existe
uma família e que esta sofre todas as consequências de uma prisão decretada fora dos reclames
legais.
O não pagamento da prestação alimentícia estipulada em juízo, como
ocorreu no caso subjudice, somente poderia ser justificado por motivo de extrema gravidade que
impossibilitasse o alimentando, de forma inarredável, de pagar o valor devido nas datas
aprazadas.
Por fim, os Tribunais Pátrios tem entendido que a ação de execução de
alimentos, com base no rito previsto no artigo 528 e ss, do Código de Processo Civil Pátrio,
abrange não só as últimas três parcelas vencidas anteriormente ao ajuizamento da execução,
bem como as que forem sendo vencidas e não pagas no curso do processo.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
O autor/exequente, através dos autos, deu todas as alternativas possíveis
para que o devedor viesse a adimplir a sua obrigação, o que não o fez. Portanto, não resta outra
opção ao autor/exequente senão a de requerer, nesta oportunidade, à Vossa Excelência,
consubstanciado nos artigos 18 e 19 da lei número 5.478/68, e no artigo 733, parágrafo 1º da Lei
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adjetiva Civil, bem como, na Carta Magna, em seu art. 5º, inciso LXVII, se digne:
a) Vossa Excelência, Com esteio nos dispositivos atinentes à matéria em
Decretar a PRISÃO CIVIL, do Executado, pelo PRAZO MÁXIMO legalmente permitido, ouvindo-se
previamente o representante do Ministério Público, para que se manifeste no prosseguimento
do feito, o que fica desde já requerido, advertindo-o de que o cumprimento da prisão não o
exime do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
b) EMISSÃO DE MANDADO, devidamente acompanhado da
documentação necessária, no endereço constante do preâmbulo desta, para que, SEJA
EFETIVAMENTE CUMPRIDO O DECRETO PRISIONAL;
c) Pague a quantia equivalente total de 03 meses em atraso valor integral
determinado em Juízo, equivalente a de R$ 1.272,60 (mil duzentos e setenta e dois reais e
sessenta centavos);
d) Seja autorizada a inscrição do alimentante (devedor) nos cadastros da
SERASA e do SPC bem como realizado a penhora em Dinheiro por venturas existentes em conta
corrente de titularidade do devedor;
e) A condenação do executado ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios à base de 10% do quantum debeatur, caso ofereça embargos, elevados
para 20%.
Nestes termos,
Pede Deferimento.