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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE REMANSO, ESTADO DA BAHIA.

KEIRRISSON TEIXEIRA DA SILVA, nascido em 18 de abril de 2010,


PALOMA TEIXEIRA DA SILVA, nascida em 21 de setembro de 2006, e LARA LORRANA TEIXARA
DA SILVA, nascida em 17 de novembro de 2004, todos menores impúberes, representados por
sua genitora, ALBA LUANA ALVES TEIXEIRA, brasileira, solteira, do lar, RG 1447025687, CPF.:
040.074.485-66, todos, residentes e domiciliados no Rua Ocimar Coelho de Moura, nº 26, Vila
Santana, Remanso-BA, CEP 47200-000, com fulcro no artigo 5º, LXVII, da Constituição Federal, na
Lei n° 5.478/68, no artigo 528 § 3º e seguintes, art. 733 do Novo Código de Processo Civil e demais
dispositivos aplicáveis à espécie, propor o presente pedido de:
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE PRISÃO CIVIL
em face de PATRICIO PEREIRA DA SILVA, brasileiro, estado civil ignorado,
pizzaiolo, residente e domiciliado na Rua 29, nº 121, Parque Jatóba 2, Petrolina-PE, pelos motivos
de fato e de direito a seguir expostos:
PRELIMINARMENTE
DA JUSTIÇA GRATUITA
MM Juiz, afirma o Requerente através de sua representante legal que,
nos termos do artigo 4.° da Lei 1.060/50, com redação dada pela Lei 7.510/86, bem assim
assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, inciso LXXIV, Art. 1º, § 2º da Lei n. 5478/68, bem
como Arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil/2015 e da Lei 13.105/2015, que não possui
condições financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo
de seu sustento e de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
Em 18 de março de 2016, o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15)
entrou em vigor e trouxe mudanças significativas a respeito do cumprimento de Pensão
Alimentícia.
Segundo Orlando Gomes:
"Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de
quem não pode provê-las por si. Compreende o que é imprescindível à vida da pessoa como
alimentação, vestuário, habitação, tratamento médico, diversões e, se a pessoa alimentada for
menor de idade, ainda verbas para sua instrução e educação, incluindo as parcelas despendidas
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com sepultamento, por parentes legalmente responsáveis pelos alimentos"


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DOS FATOS
No processo de nº 8000950-54.2016.8.05.0208, foi definido por este
juízo por meio de sentença, a obrigação do executado em prestar alimentos no importe de 35%
do salário mínimo em vigência, cujo o pagamento seria efetuada até o dia 10 de cada mês através
de depósito em conta bancária de titularidade da genitora dos infantes, (conforme sentença em
anexo) o que não vem sendo cumprido assiduamente, pois, o Executado tem falhado quanto aos
repasses, deixando o encargo de mantença de seus filhos menores unicamente para a genitora
do Exequente.
O Executado não se manifesta para regularizar o débito existente, onde
se encontra vencida há mais de 7 meses, pois desde no mês de novembro de 2021 o mesmo não
cumpri com suas obrigações, não restando outra alternativa senão ingressar no judiciário para
satisfazer com urgência as necessidades do menor imediatamente.
A quantia da dívida referente aos últimos três meses em aberto
corresponderia ao montante de R$ 1.272,60 (mil duzentos e setenta e dois reais e sessenta
centavos), conforme o demonstrativo abaixo:

MES/ANO VALOR DA R$ VALOR PAGO R$ DIFERENÇA R$ VALOR


PENSÃO EM R$ DEVIDO
MARÇO/2021 R$:424,20 R$:0,00 R$:0,00 R$:424,20

ABRIL/2021 R$:424,20 R$:0,00 R$:0,00 R$:424,20

MAIO/2021 R$:424,20 R$:0,00 R$:0,00 R$:424,20

R$:1.272,60

DO DIREITO/FUNDAMENTOS JURIDICOS
O estatuto adjetivo pátrio proporciona meios hábeis para se
promover a execução dos alimentos, in verbis:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito,
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
(...)
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-
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lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.


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(...)
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
A nossa Carta Magna em seu artigo 5º inciso, LXVII, diz que: “in verbis”
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
A prisão é medida violenta, mas que se justifica em face das graves
consequências resultantes da recusa de pagamento de obrigação de alimentar. PIOR DO QUE A
PRISÃO DO DEVEDOR É A NECESSIDADE OU FOME DOS ALIMENTADOS. Ainda mais no fato em
questão, onde uma mãe tem que trabalhar para sustentar uma casa sozinha e ainda dá conforto
ao seu filho.
A prisão serve não como punição ao devedor, mas, como uma forma de
coagir aquele que pode pagar e não paga a prestação alimentícia de que o alimentado tanto
necessita. Por outro lado, com a efetivação da prisão, protege-se o alimentado; esta proteção é
feita com a garantia do recebimento dos alimentos. De maneira nenhuma, a prisão pode ser vista
como uma forma de vingança privada, porque o seu objetivo não é punir, senão forçar. Apesar
de ser uma medida violenta, a prisão evita consequências negativas para o alimentado. Por fim,
como alerta, não se pode olvidar que, atrás do alimentante e do alimentado, muitas vezes, existe
uma família e que esta sofre todas as consequências de uma prisão decretada fora dos reclames
legais.
O não pagamento da prestação alimentícia estipulada em juízo, como
ocorreu no caso subjudice, somente poderia ser justificado por motivo de extrema gravidade que
impossibilitasse o alimentando, de forma inarredável, de pagar o valor devido nas datas
aprazadas.
Por fim, os Tribunais Pátrios tem entendido que a ação de execução de
alimentos, com base no rito previsto no artigo 528 e ss, do Código de Processo Civil Pátrio,
abrange não só as últimas três parcelas vencidas anteriormente ao ajuizamento da execução,
bem como as que forem sendo vencidas e não pagas no curso do processo.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
O autor/exequente, através dos autos, deu todas as alternativas possíveis
para que o devedor viesse a adimplir a sua obrigação, o que não o fez. Portanto, não resta outra
opção ao autor/exequente senão a de requerer, nesta oportunidade, à Vossa Excelência,
consubstanciado nos artigos 18 e 19 da lei número 5.478/68, e no artigo 733, parágrafo 1º da Lei
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adjetiva Civil, bem como, na Carta Magna, em seu art. 5º, inciso LXVII, se digne:
a) Vossa Excelência, Com esteio nos dispositivos atinentes à matéria em
Decretar a PRISÃO CIVIL, do Executado, pelo PRAZO MÁXIMO legalmente permitido, ouvindo-se
previamente o representante do Ministério Público, para que se manifeste no prosseguimento
do feito, o que fica desde já requerido, advertindo-o de que o cumprimento da prisão não o
exime do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
b) EMISSÃO DE MANDADO, devidamente acompanhado da
documentação necessária, no endereço constante do preâmbulo desta, para que, SEJA
EFETIVAMENTE CUMPRIDO O DECRETO PRISIONAL;
c) Pague a quantia equivalente total de 03 meses em atraso valor integral
determinado em Juízo, equivalente a de R$ 1.272,60 (mil duzentos e setenta e dois reais e
sessenta centavos);
d) Seja autorizada a inscrição do alimentante (devedor) nos cadastros da
SERASA e do SPC bem como realizado a penhora em Dinheiro por venturas existentes em conta
corrente de titularidade do devedor;
e) A condenação do executado ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios à base de 10% do quantum debeatur, caso ofereça embargos, elevados
para 20%.
Nestes termos,
Pede Deferimento.

Remanso-Ba, 30 de maio de 2022

RAFAEL DOURADO ROCHA MUNIZ


OAB/BA 56.821
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