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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA XX VARA DO

TRABALHO DE XXXXXXXX- XX

Autos nº XXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX., pessoa jurídica de direito privado, já


qualificada nos autos da açã o trabalhista em epigrafe, por indulto do seu advogado,
com mandado procurató rio em anexo, com arrimo no art. 847 da Consolidaçã o das
Leis do Trabalho c/c art. 335 e seguintes do Có digo de Processo Civil de 2015, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar CONTESTAÇÃO C/C
PEDIDO DE RECONVENÇÃO em face da Reclamaçã o trabalhista proposta por
XXXXXXXXXXXXXX, já devidamente qualificado na peça exordial, pelos fatos e
fundamentos a seguir aduzidos:
I- SINOPSE DA INICIAL
XXXXXX, ex-colaboradora desta sociedade empresá ria que neste ato contesta,
exercia a funçã o de floricultura, sendo admitida na data de 25/10/2012 e
dispensada sem justa causa em 29/12/2017, com jornada de segunda à sexta-feira,
das 10h à s 20h, com intervalo de 2h, e aos sá bados de 16h à s 20h, recebendo como
remuneraçã o o valor de dois salá rios mínimos. Nesse viés, foi requerido na
exordial pela Reclamante:
a) A aplicaçã o da penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os só cios
da ré, uma vez que eles haviam cometido a infraçã o prevista na referido diploma
legal;
b) o pagamento de adicional de penosidade, na razã o de 30% sobre o salá rio-base,
porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos
das flores que manipulava;
c) o pagamento de horas extras com adiçã o de 50%, explicando que cumpria a
extensa jornada de segunda a sexta-feira, das 10h à s 20h, com intervalo de duas
horas para refeiçã o, e aos sá bados, das 16h à s 20h, sem intervalo;
d) o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas
resilitó rias somente foi creditado na sua conta 20 dias apó s a comunicaçã o do
aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal.
Ainda assim, a Reclamante afirmou, que foi obrigada a aderir ao desconto para o
plano de saú de, tendo assinado na admissã o, contra a sua vontade, um documento
autorizando a subtraçã o mensal.
Nesta via, cabe ressaltar que no ato da demissã o assim que foi cientificada do aviso
prévio, Estela teve uma reaçã o violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a
atitude do empregador. A situaçã o chegou a tal ponto que a segurança terceirizada
precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá -la até a porta de
saída. Contudo, quando deixava o portã o principal, Estela começou a correr, pegou
uma pedra do chã o e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa,
vindo a quebrar uma das vidraças.
Assim, foi gasto por esta empresa R$ 300,00 na recolocaçã o do vidro atingido,
conforme nota fiscal que exibiu, além de apresentar a guia da RAIS comprovando
possuir 7 empregados, os contracheques da autora e o documento assinado pela
empregada autorizando o desconto de plano de saú de. Desse modo, estando
resignado com tais formulaçõ es, este Reclamado passa a alegar suas pontuaçõ es.
II- PRELIMINAR DE MÉRITO
No que tange a competência do Juízo do trabalho para processar e julgar situaçõ es
decorrentes de situaçõ es que sejam consideradas como uma penalidade criminal
contra os só cios da Reclamada, tem-se que o requerido pela Reclamante quanto a
sua arguiçã o do art. 49 da CLT, na qual relaciona com o suposto caso de ter sido
obrigada a assinar documento autorizando o desconto quanto ao plano de saú de.
Logo, esse MM. Juízo deve ser considerado incompetente de forma absoluta para
tal incorrendo dessa forma o prescrito no art. 337, II do Có digo de Processo Civil
de 2015.
III- DA PREJUDICIAL DE MÉRITO – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante laborou de 25.10.2012 à 29.12.2017 na reclamada e ajuizou a
reclamaçã o trabalhista em 27.02.2018.
Preceitua o Art. 7º, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT que a pretensã o quanto a
créditos trabalhistas prescreve em cinco anos apó s a extinçã o do contrato de
trabalho e a Sú mula 308, I, do TST dispõ e que respeitado o biênio subsequente à
cessaçã o contratual, a prescriçã o quinquenal conta-se da data do ajuizamento da
reclamaçã o trabalhista. Logo, a prescriçã o quinquenal deverá ser suscitada em
relaçã o aos pedidos feitos apó s a data de 27/02/2013.

IV- NO MÉRITO
A- Do pedido de plano de saúde
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saú de,
tendo assinado na admissã o, contra a sua vontade, um documento autorizando a
subtraçã o mensal. Ocorre que, no ato da admissã o, a Reclamante assinou o
documento autorizando o desconto de plano de saú de.
Conforme, a Sú mula 342 do TST dispõ e que sã o vá lidos os descontos salariais
efetuados pelo empregador, com a autorizaçã o prévia e por escrito do empregado,
para ser integrado em planos de assistência médico-hospitalar, o que nã o afronta o
disposto no Art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coaçã o ou
de outro defeito que vicie o ato jurídico, nã o sendo este o caso.
Ainda assim, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem que o ô nus
da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Logo o desconto a título de plano de saú de ocorreu dentro da legalidade, sem
qualquer vício de vontade em relaçã o à assinatura, já que é vá lida a autorizaçã o de
desconto feita no momento da admissã o, cabendo a Reclamante o ô nus de provar
qualquer ilegalidade nesse sentido, nã o devendo prosperar a sua alegaçã o.
B- Do adicional de penosidade
Com base no aduzido pela Reclamante, a mesma teria direito ao recebimento de
adicional de penosidade, na razã o de 30% sobre o salá rio-base, porque, no
exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores
que manuseava.
Todavia, previsto no Art. 7º, XXIII, da CF/88 o adicional de remuneraçã o para as
atividades penosas, o mesmo nã o foi regulamentado. Assim, o pedido de
pagamento de adicional de penosidade na proporçã o de 30% sobre o salá rio-base
nã o deve prosperar, uma vez que nã o consta previsã o na CLT e nã o foi
regulamentado em lei especial.
C- Das horas extras
A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com adiçã o de 50%,
em razã o da jornada de trabalho, laborava de segunda a sexta-feira, das 10h à s
20h, com intervalo de 2 horas para refeiçã o, e aos sá bados, das 16h à s 20h, sem
intervalo, totalizando 44h semanais.
O Art. 58 da CLT dispõ e que a duraçã o normal do trabalho, para os empregados em
qualquer atividade privada, nã o excederá de 8h diá rias e o Art. 7º, XIII da CF/88
assenta que a duraçã o do trabalho normal nã o será superior à s 8h diá rias e 44h
semanais. Vale destacar que o Art. 71, § 2º da CLT alinha que os intervalos nã o
serã o computados na duraçã o do trabalho.
Sendo assim, a Reclamante nã o faz jus ao recebimento das horas extras pleiteadas,
pois o mó dulo constitucional de 8h diá rias e 44h semanais nã o foi ultrapassado
D- Da multa do art. 477, § 8º da CLT
A Reclamante verbera que o pagamento das verbas resilitó rias extrapolou o prazo
legal, que somente foi creditada na sua conta 20 dias apó s a comunicaçã o do aviso
prévio.
Conforme estabelece o Art. 477, § 6º da CLT, o pagamento dos valores constantes
do instrumento de rescisã o ou recebido de quitaçã o deverá ser efetuado até dez
dias contados a partir do término do contrato de trabalho. Sendo assim, é
infundado o pedido de pagamento da multa prevista no Art. 477, § 8, da CLT, vez
que o pagamento das verbas devidas foi dentro do prazo legal.
V- DA RECONVENÇÃO
Conforme disposiçã o expressa do Art. 343 do CPC/15, na contestaçã o, é lícito ao
Réu propor reconvençã o, para manifestar pretensã o pró pria, conexa com a açã o
principal ou com o fundamento da defesa, o que faz pelas razõ es de fato e de
direito a seguir.
A Reclamante ao ser cientificada do aviso prévio teve uma reaçã o violenta,
gritando e dizendo-se injustiçada, sendo necessá rio que a segurança a contivesse e
acompanhasse até a porta de saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu
e pegou uma pedra que arremessou violentamente contra o prédio da Reclamada,
vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa gastou R$ 300,00 na recolocaçã o do
vidro danificado, conforme nota fiscal (doc. Anexo).
Conforme disposto no Art. 186 do CC/02, aquele que por açã o, violar o direito e
causar dano a outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do mesmo diploma legal,
assegura que, aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará -lo. Sendo assim, requer o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado
pela Reclamante.
VI- DOS PEDIDOS

No que tange aos pedidos formulados na inicial contestada, apresenta-se os


seguintes pedidos:
1) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho
para apreciaçã o e condenaçã o criminal, conforme o Art. 337, II, do CPC/15 c/c Art.
114, IX, da CF/88;
2) O acolhimento da prejudicial de mérito, quanto à prescriçã o quinquenal das
pretensõ es anteriores a 27.02.2013, data do ajuizamento da açã o, nos termos da
Sú mula 308, I, do TST;
3) Por hipó tese absurda, ultrapassada as preliminares avençadas, no mérito,
requer que as pretensõ es apresentados na exordial sejam julgadas totalmente
improcedentes, com a consequente condenaçã o da Reclamante em custas
processuais e demais cominaçõ es legais;
Em sede de RECONVENÇÃ O, requer:
4) O recebimento das razõ es da reconvençã o com seu devido processamento, de
acordo com o Art. 343, do CPC/15, e a procedência da reconvençã o para receber o
valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela Autora, nos termos do Art. 186
e Art. 927, ambos do CC/02;
a) A intimaçã o da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do Art. 341, §
1º, do CPC/15;
b) Honorá rios de sucumbência na açã o principal e na reconvençã o, nos termos do
Art. 791-A, § 5º da CLT;
5) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos,
em especial, a testemunhal, documental e depoimento da reclamada, e o que mais
for necessá rio à elucidaçã o dos fatos;
Protesta provar tudo que foi alegado, pelos meios de prova admitidos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado/OAB

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