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LOTERIA ALFA LTDA, ora Reclamada, sociedade empresária inscrita no CNPJ/MF sob n°
XXXX, com sede na rua xxxx, n° xxxx, bairro xxxx, CEP: xxxx, na cidade de xxxx, Estado
de xxxx, por seu advogado adiante assinado (procuração anexa) – com escritório profissional
na rua xxxx, n° xxxx, bairro xxxx, CEP: xxxx, na cidade de xxxx, Estado de xxxx, onde
recebe notificações, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento nos
artigos 847, da CLT, e art. 336, do NCPC, apresentar sua
1. PRELIMINAR DE MÉRITO
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO
Assim, considerando o disposto no artigo 7.º, inciso XXIX, da Constituição Federal, temos
que as pretensões anteriores aos últimos 5 anos contados a partir de 30 de abril de 2022 (data
de ajuizamento da ação) estão fulminadas pela prescrição quinquenal, que se conta,
retroativamente, da data do ajuizamento da Reclamatória.
Assim, requer-se a extinção com julgamento de mérito, com base no art. 487, inciso II, do
CPC, das verbas trabalhistas pleiteadas que sejam anteriores a 30 de abril de 2017.
3. DO MÉRITO
3.1. Da periculosidade
O reclamante pleiteia o pagamento de adicional de periculosidade alegando que, uma vez por
semana, se dirigia até uma companhia de energia elétrica da cidade, para pegar, de uma vez
só, as apostas dos empregados desta empresa; permanecendo em área de risco (subestação de
energia) por apenas 10 minutos.
Ora, a Súmula 364, do TST, define que só tem direito à percepção do adicional de
periculosidade o trabalhador que se expõe às condições de risco de maneira permanente.
Entretanto, no caso em questão, a suposta condição de risco se limitava a apenas dez minutos,
uma vez por semana, afastando assim eventual direito ao adicional demandado, resultando na
improcedência do pedido.
O Sr. Hamilton informou que realizava atividade bancária referente a saques de até R$ 100,00
(cem reais) e o pagamento de contas de serviços públicos, bem como de boletos bancários de
até R$ 200,00 (duzentos reais). Por isso, requereu vantagens previstas na norma coletiva dos
bancários.
À luz do artigo 511, da CLT, temos que o autor não é bancário porque o seu empregador não
explora atividade bancária, mas sim de loteria, daí não fazer jus aos benefícios desta
categoria. Ora, as casas lotéricas não exercem as atividades privativas de uma instituição
financeira, mas apenas serviços básicos que, ocasionalmente, são oferecidos até mesmo em
pequenos comércios varejistas e nas “Lan houses” – nem por isso, confundimos os ramos em
voga com o pleno exercício de atividade bancária.
São atividades diferentes, constituições empresariais diferentes, regime de contratações
diferentes, salários e carga horária diferentes, e até sindicatos (que representam cada classe de
trabalhador) diferentes. É evidente que o pedido do Reclamante nasce de uma confusão
conceitual, contrariando a lógica do mercado, sem qualquer amparo no ordenamento jurídico
pátrio.
Também não tem razão nesse pleito: de fato, a Súmula 369, inciso V, do TST, define com
clareza que o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que
inaplicável a regra do § 3º, do art. 543, da Consolidação das Leis do Trabalho.
O reclamante postula ainda o recebimento de horas extras, embora relate que trabalhava de 2ª
a 6ª feira, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição.
Ocorre que a jornada cumprida não excede o módulo constitucional (8 horas diárias e 44
semanais), restando indevidas as horas extras pleiteadas, conforme o Art. 7º, inciso XIII, da
CRFB/88 e o Art. 58, da CLT.
O pleito é improcedente. O acordo coletivo juntado aos autos foi assinado por outra sociedade
empresária, não se prestando a obrigar a Reclamada, que não o assinou e, portanto, não está
obrigada a respeitá-lo, conforme o Art. 611, § 1º, da CLT.
3.6. DO VALE-TRANSPORTE
O Reclamante aduz que não lhe foi pago vale-transporte enquanto trabalhou na modalidade
"home office", o que requer agora pela via judicial.
Obviamente, no trabalho em domicílio, o empregado não utiliza transporte público. Isto posto,
não faz jus a esse direito [do vale-transporte], considerando-se a evidente ausência dos
requisitos previstos no Art. 1º da Lei nº 7.418/85 e no Art. 2º do Decreto nº 95.247/87.
O Reclamante entende que o vale-cultura que recebia, no valor de R$ 30,00 (trinta reais),
deve ser incorporado ao seu salário.
É de notória sabença que a integração do vale cultura ao salário é vedada por expressa
disposição legal, conforme Art. 458, § 2º, inciso VIII, da CLT, sendo absolutamente
improcedente também esse pedido.
4. REQUERIMENTOS FINAIS
Advogado XXXX
OAB nº XXX