Você está na página 1de 5

FACULDADE VIA SAPIENS

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

ROSELY ROCHA BRANDÃO FROTA

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

TIANGUÁ/CE
2019
AO DOUTO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE FLORIANÓPOLIS/SC.

TONASSI FININHO, brasileiro, casado, garçom, portador de CPF nº 243.068.721-40 e


RG nº 02040819, residente e domiciliado à Travessa 12 de Dezembro, 95, bairro Ingleses
do Rio Vermelho, CEP 88.058-115, Florianópolis/SC, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada, adiante assinado, procuração anexa,
com escritório profissional situado à Rua Abelardo Luz, 599, bairro Balneário, CEP
88075-542, Florianópolis/SC, onde recebe intimações e/ou notificações, com fulcro no
artigo 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário,

em face de HEART ATTACK GRILL LTDA., empresa de direito privado, inscrita


regularmente no CNPJ nº 12.383.336/0001-45, situada à Rua Adílio Maria Firmino, 232,
bairro Carianos, CEP 88047-632, Florianópolis/SC, pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas.

I - DO MÉRITO

1. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

O reclamante foi contratado no mesmo dia em que Juan para exercer a mesma
função, na mesma filial, com a mesma produtividade e perfeição técnica, porém enquanto
recebia R$ 1.500,00 e ajuda de custo de R$ 1.000,00, o seu colega recebia salário fixo de
R$ 2.500,00 por mês e ajuda de custo de R$ 1.000,00.
Nos termos do artigo 461, caput e §1º, da CLT, é devido o mesmo salário aos
empregados que exerçam a mesma função, para o mesmo empregador, no mesmo
estabelecimento comercial, com a mesma produtividade e perfeição técnica, entre pessoas
cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro
anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das
diferenças salariais, bem como de seus reflexos nas verbas contratuais e resilitórias.

2. DO DESCONTO SALARIAL

A reclamada descontou do salário do reclamante um dia de trabalho no mês


de janeiro do ano da extinção do contrato, em razão de o reclamante ter faltado ao trabalho
para comparecer a juízo como parte no processo em que estava litigando contra seu antigo
empregador, embora tivesse apresentado certidão da Justiça do Trabalho, confirmando
suas alegações.
Com base no artigo 473, VIII, da CLT, o empregado poderá deixar de
comparecer ao serviço sem prejuízo do salário pelo tempo que se fizer necessário, quando
tiver de comparecer a juízo. Interpretando tal artigo, o TST consolidou na Súmula nº 155
o entendimento de que as horas em que o empregado falta ao serviço para
comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho, não serão descontadas de
seu salário.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada à devolução do dia de
trabalho descontado de seu salário.

3. DO INTERVALO INTRAJORNADA

O reclamante trabalhava de segunda a sexta feira, por 8 (oito) horas diárias.


Ocorre que não usufruía do intervalo de 1 (uma) hora para repouso e refeição,
possuindo apenas 30 (trinta) minutos para alimentar-se durante o expediente.
Assim, pelo descrito, observa-se que o disposto no artigo 71 da CLT foi
descumprido, havendo, portanto, incidência do estabelecido no § 4º do mesmo artigo.
A reclamada, contudo, jamais efetuou pagamento da indenização devida.
Diante do exposto, requer que a reclamada seja condenada ao pagamento de
indenização intrajornada correspondente a 30 (trinta) minutos diários, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho ao
longo de todo o contrato de trabalho, conforme § 4º do artigo 71 da CLT.

4. DAS DIFERENÇAS DO FGTS

A reclamada, durante todo o contrato de trabalho, deve depositar o FGTS do


reclamante, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, sendo a
importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida no
mês anterior, segundo o disposto na lei nº8.036 de 11 de maio de 1990.
Ocorre que, apenas eram depositados 4% (quatro por cento), metade do valor
devido, sendo alegado pela reclamada a ocorrência de um acordo coletivo de trabalho, o
qual autorizava o recolhimento desse valor.
A reclamada, contudo, se vale de objeto ilícito de acordo coletivo de trabalho,
pois, segundo o artigo 611-B, III da CLT, se configura ilegal a redução do valor dos
depósitos mensais de FGTS.
Diante do exposto, requer da reclamada a regularização das diferenças no
pagamento do FGTS, que deverão ser adimplidos diretamente ao reclamante.

5. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios,


no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, à luz do artigo 791-A da
CLT.

DIANTE DO EXPOSTO, requer:

a) O pagamento pela reclamada das diferenças salariais, bem como de seus reflexos
nas verbas contratuais e rescisórias;
b) A devolução pela reclamada, do dia de trabalho descontado do reclamente;
c) Pagamento de indenização intrajornada ao reclamante pela reclamada;
d) Regularização pela reclamada, das diferenças no pagamento do FGTS ao
reclamante;
e) Pagamento pela reclamada dos honorários advocatícios.
Atribui-se à causa o valor de R$ 23.550,00 (vinte e três mil quinhentos e
cinquenta reais), correspondente à somatória dos valores de todos os pedidos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Florianópolis/SC, 14 de novembro de 2019.

___________________________________________________
Rosely Rocha Brandão Frota
OAB/SC nº14.565

Você também pode gostar