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Aluna: THAMARA GOMES SOUSA

MAT: 202202207535
ESTAGIO III – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

AO DOUTO JUIZO DA __ VARA DO TRABALHO DE RECIFE-PE

TOSHIOMI ÕYA, brasileiro, desempregado, inscrito no CPF


sob nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº xxx.xxx, residente e domiciliado em Recife-
PE, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de sua
Patrona constituída (procuração em anexo) PROPOR

Reclamação Trabalhista pelo rito ordinário

em face de PIZZARIA YAKUZA LOVERS LTDA., pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº xxxx.xxxx.xxxx, com
endereço comercial em Recife-PE, pelos fundamentos e fatos a seguir
aduzidos:

I. PRELIMINAR DE MÉRITO

1. DA TUTELA ANTECIPADA – ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA

Preliminarmente, requer que o Reclamante seja imediatamente


readmitido a ocupar cargo que exercia na referida empresa. O obreiro,
no mês de Agosto de 2021, sofreu acidente de trabalho ao realizar uma
entrega como motoboy, onde fora assistido pelo INSS com o benefício
previdenciário, onde restou 30 (trinta) dias afastado de suas atividades
laborais. Ao retornar ao trabalho, fora dispensado SEM JUSTA CAUSA.

Como é sabido, o Requerente faz jus a ESTABILIDADE decorrente do


acidente de trabalho que sofreu.

O art. 118 da Lei nº 8.213/91 defende que: “O segurado que sofreu


acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação
do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de
auxílio-acidente”.

Desta feita, é INDUBITÁVEL o direito do Reclamante à estabilidade,


sendo NECESSÁRIO que ele retorne às suas atividades laborais pelo que
fora exposto.

2. DA JUSTIÇA GRATUITA

Ademais, requer que seja concedido o benefício da JUSTIÇA GRATUITA,


na forma da lei, previsto pelo art. 790, § 3º da CLT, declarando estar
desempregado, razão esta ser hipossuficiente e não possuir recursos
para arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo ao seu
sustento e o de sua família.

II. SÍNTESE DO CONTRATO LABORAL

O reclamante fora admitido em 12 de dezembro de 2020, exercendo a


atividade de moto boy, realizando as entregas da Reclamada.

Com a jornada de trabalho 18h às 03:30, com 40 minutos de intervalo


e folgas somente às segundas-feiras e, uma vez ao mês, ao domingo.

O salário compreendia 1 (um) salário-mínimo. Recebia em média R$


260,00 mensais a título de bonificação espontânea dos clientes.

Acontece que, como já mencionado anteriormente, em agosto de 2021 o


obreiro sofreu acidente de trabalho onde fora gravemente atacado por um
cão de guarda enquanto realizava a entrega de um dos clientes que ficara
enfurecido com o sabor incorreto da pizza e, decorrente disso, também
proferiu xingamentos e ameaças ao moto boy. Em razão disso, arcou com
vacina antirrábica, no valor de R$ 50,00 e precisou ficar afastado das suas
atividades laborais e fora assistido por 30 (dias) pelo INSS.

Ao retornar às suas atividades em 20 de setembro de 2021, fora dispensado


SEM JUSTA CAUSA.

III. DO DIREITO

1. DO SALÁRIO

O salário perfazia 1 (um) salário-mínimo, porém, como exposto, o


Reclamante recebia em média R$ 260,00 mensais de gorjetas pelos
clientes.
Sobre o assunto, a súmula 354 do Supremo Tribunal do Trabalho
entende que:

“as gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de


serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes,
integram a remuneração do empregado”.

Sendo assim, o salário, em verdade, deve ser considerado o salário


mínimo + as gorjetas recebidas.

2. DAS HORAS EXTRAS

Como já mencionado, a jornada de trabalho 18h às 03:30, com 40


minutos de intervalo e folgas somente às segundas-feiras e, uma vez
ao mês, ao domingo.

Importa salientar que havia a ocorrência de horas extras porquanto o


trabalhador excedia, diariamente, 30 minutos das 8 horas diárias de
trabalho que são limite pela Legislação Trabalhista.

Sendo assim, o parágrafo 1º do art. 59 da CLT estabelece o pagamento


de 50% sobre a hora normal.

3. DAS HORAS EXTRAS DE INTERVALO

Outrossim, o Requerente gozava de 40 minutos de intervalo, somente.


Eram suprimidos 20 minutos do seu intervalo que, pela legislação, deveria
ser de, no mínimo, 1 (uma) hora.

Assim, dispõe o § 4º, art. 71 da CLT:

§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo


intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor
da remuneração da hora normal de trabalho.

Neste caso, requer que o empregador seja condenado ao pagamento de


50% sobre a hora normal de trabalho pelos 20 minutos suprimidos do
intervalo.

4. DO ADICIONAL NOTURNO

A jornada de trabalho do Requerente era exercida das 18h às 03:30. A


Legislação Trabalhista considera hora noturna das 22h às 6h e, além
disso, prevê um adicional de, no mínimo, 20% sobre o salário.
O art. 73 da CLT dispõe: “Salvo nos casos de revezamento semanal ou
quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e,
para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte
por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.”

Sendo assim, também é requerido que a referida empresa seja


condenada a pagar o adicional noturno.

5. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Outrossim, a atividade exercida pelo obreiro como motoboy o
colocava em situação de perigo constante porquanto pilotava uma
motocicleta para realizar as entregas.
O § 4º, art. 193 da CLT prevê que: “São também consideradas
perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.”
Ademais, o § 1º do mesmo artigo dispõe: “O trabalho em condições
de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30%
(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.”
Desta feita, REQUER que o empregador também seja condenado ao
pagamento de 30% sobre o salário do Requerente visto que a
atividade exercida pelo obreiro se amolda em atividade de perigo.

6. DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL


Como exposto acima, o Requerente sofreu acidente de trabalho
quando fora atacado pelo cão de guarda enquanto realizava a
entrega. Ademais, também passou por situação constrangedora e
vexatória quando a cliente o proferiu xingamentos e ameaças.
Outrossim, além de ter sofrido com tudo isso, fora DESLIGADO SEM
JUSTA CAUSA quando retornou ao trabalho, apesar de ter
estabilidade.
Considerando o exposto, REQUER que seja condenado ao pagamento
de INDENIZAÇÃO por danos morais com fulcro no art. 223-C da
CLT.
Além disso, o autor teve que arcar com o custo da vacina antirrábica
no valor de R$ 50,00 reais. Sendo assim, também REQUER que seja
condenado o requerido a pagar as custas a título de INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS.

7. DOS HONORÁRIOS SUCUBÊNCIAIS

Visto que a parte autora é pobre na forma da lei, REQUER que os


honorários advocatícios sejam pagos com fulcro no art. 791-A da CLT,
no percentual de 15% sobre o valor bruto a ser calculado pelo setor de
cálculos.

IV. DOS PEDIDOS


Diante ao exposto, REQUER à Vossa Excelência que:

1. Preliminarmente, que seja DEFERIDO a tutela


antecipada para que o réu readmita o autor visto a sua
estabilidade acidentária;
2. Que seja concedido o benefício da gratuidade da justiça;
3. O reconhecimento do valor do salário, qual seja: o
salário-mínimo + gorjetas de R$ 260,00/mês;
4. Ao pagamento das horas extras diárias durante todo o
período trabalhando, incidindo as demais verbas
trabalhistas;
5. A condenação ao pagamento de 50% sobre a hora
normal referente ao tempo de intervalo suprimidos
durante todo o contrato de trabalho;
6. Ao pagamento de 20% de adicional noturno sobre o
salário;
7. Ao pagamento de 30% sobre o salário referente a
adicional de periculosidade;
8. Ao pagamento de indenização por danos morais, com
valor a ser arbitrado por este Juízo e ao pagamento de
R$ 50,00 reais a título de danos materiais.
Por fim, ainda requer:

1. Que a empresa ré seja intimida para apresentar defesa, sob pena de


revelia;
2. Que seja encaminhada ao setor de cálculos a fim de apurar valor
total da demanda.

Valor da causa: R$ ...

Termos em que,

Pede deferimento.

Recife, 15 de março de 2023

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