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DE SANTIAGO / RS
1 – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A presente demanda versa justamente sobre atrasos e parcelamentos salariais impetrados
pela ré, o que afeta em demasia a situaçã o financeira da obreira.
Por este fato e por enquadrar-se nos termos do art. 790 § 3º da CLT, a Reclamante requer a
concessã o da Gratuidade de Justiça, uma vez que a sua situaçã o econô mica nã o lhe permite
pagar as custas processuais sem prejuízo de seu pró prio sustento.
Para a comprovaçã o de sua necessidade, a mesmo traz para aná lise de Vossa Excelência,
comprovante de rendimentos, discriminando os ganhos de sua ú nica fonte de renda, bem
como, junta có pia de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
2 – DO CONTRATO DE TRABALHO
O contrato de trabalho entabulado entre as partes teve seu início em xxxxxxxx, inicialmente
a reclamante fora contratada como auxiliar de creche, posteriormente, em xxxxxx, fora
deslocada de funçã o, passando a exercer a funçã o de professora de educaçã o infantil.
O ú ltimo salá rio da reclamante foi de R$ 1.279,56 (um mil e duzentos e setenta e nove
reais e cinquenta e seis centavos).
As funçõ es exercidas pela reclamante eram as seguintes:
- Cuidados bá sicos com segurança, higiene, aprendizado das crianças, acompanhamento
das atividades na sala de aula e fora da mesma, troca de roupa dos alunos, atendimento à s
necessidades, monitorar a alimentaçã o, etc...
3 - DOS FATOS
4 - DO DIREITO
A reclamante mira a sua pretensã o com base no que prevê a Consolidaçã o das Leis do
Trabalho em seu Art. 483:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenizaçã o quando:
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
No caso em tela Excelência, estã o presentes diversas circunstâ ncias que se enquadram
perfeitamente na alínea acima mencionada.
Primeiramente, cite-se o descumprimento impetrado pela ré no tocante ao salário
da obreira, o mesmo vem sendo há muitos meses parcelado, pago como deseja a
reclamada, deixando a empregada jogada à pró pria sorte.
Nã o bastasse, nos últimos dois meses, sequer a reclamante recebe salário. As contas se
acumulam, as cobranças aumentam, os gastos com suas filhas sã o muitos, urgentes e
inadiá veis, precisa a autora buscar socorro de familiares para poder manter as suas filhas,
mesmo sempre tendo sido uma exemplar empregada.
Ainda, no caso de demissã o da autora, sequer esta teria amparo dos valores
depositados na conta vinculada do FGTS, pois os mesmos estão incompletos,
deixaram de ser pagos há meses, ou seja, além de nã o receber salá rio a reclamada nã o se
preocupa nem com a ú nica garantia da sua empregada no caso de demissã o.
Concluindo o leque de desrespeitos cometidos pela reclamada, cite-se a comunicação e
atual gozo de férias usufruído pela reclamante. Esta fora comunicada pela ré, que teria
seu início de férias em 11/04/2018, com término em 10/05/2018, fora comunicada que
os valores referentes a tal benefício, juntamente com 1/3 constitucional, seriam
depositados em sua conta bancária, porém, como já referido, a autora goza de férias
sem dispor do mínimo possível para sua subsistência, haja vista nada ter recebido.
Como pode se observar, inconteste é a impossibilidade de manutençã o do contrato de
trabalho, a reclamante, como sempre fez, cumpre com as suas funçõ es de forma
profissional, pontual, dedicada, e recebe em troca a recusa, por parte da reclamada, do
cumprimento dos mais bá sicos direitos inerentes ao contrato de trabalho.
Amparada está a pretensão autoral, seja pela lei, pelos entendimentos desta Justiça
especializada ou por questão de Justiça.
Cediço que, com a nova redaçã o da CLT, em razã o da Reforma Trabalhista, passou-se a
prever em seu artigo 791-A a possibilidade de honorá rios advocatícios em favor dos
advogados de ambas as partes.
Assim, em razã o do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessá rio que, diante os
aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidaçã o
da sentença, do proveito econô mico obtido ou, nã o sendo possível mensurá -lo, sobre o
valor atualizado da causa.
8. DOS PEDIDOS
Isso posto, requer:
I) O recebimento da presente reclamató ria, determinando a notificaçã o da Reclamada para
que querendo compareça na audiência de conciliaçã o, apresentando a defesa que tiver,
bem como o depoimento pessoal do seu representante legal, sob pena de revelia e
confissã o;
II – Que lhe sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, em consonâ ncia com artigo
2º, da lei 1060/50 e art. 790 § 3º da CLT;
III – A declaraçã o da rescisã o indireta do contrato de trabalho, com fulcro na alínea D do
artigo 483 da CLT;
IV – A condenaçã o da reclamada no pagamento de todas as verbas rescisó rias, tais como
saldo de salá rio, 13º salá rio proporcional, aviso prévio de 39 dias, férias proporcionais +
abono de férias de 1/3 proporcional, ainda, pagamento de multa correspondente a 40% de
todo o valor que deveria ter sido depositado na conta vinculada do FGTS da reclamante;
V – A condenaçã o da reclamada ao pagamento de indenizaçã o por danos extrapatrimoniais
de natureza média, com montante de até cinco vezes limite má ximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, (5 x R$ 5.645,80) totalizando R$ 28.229,00 (vinte e
oito mil e duzentos e vinte e nove reais).
Dá-se à presente o valor de R$ 43.211,18 (quarenta e três mil e duzentos e onze reais
e dezoito centavos)
Nestes termos,
pede deferimento.
Santiago 18 de Abril de 2018.
MAICON ALVES
OAB RS 102/906