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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO

DE SANTIAGO / RS

xxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, professora de educaçã o infantil, portador da CTPS


nº xxxxxxxxxxxx série xxxxx, CPF nº xxxxxxxxxxxxxx, cédula de identidade nº xxxxxxxxx,
expedida pela SSP/RS, sem endereço eletrô nico, residente e domiciliada à Rua
xxxxxxxxxxxxx, Bairro xxxxxxxxxxxxx, na cidade de Santiago - RS, CEP 97700-000, por seus
advogados infra assinados, vem perante Vossa Excelência propor a presente:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face de


xxxxxxxxxxxxx, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nú mero
xxxxxxxxxxxxxx, endereço eletrô nico desconhecido, com sede à Rua xxxxxxxxxxxx nº xxxx,
Centro, Santiago – RS, CEP 97700-000.
Com o fim de postular a Rescisão Indireta de seu contrato de trabalho, nos termos
das alíneas d do artigo 483 da CLT, tudo conforme se expõe:

1 – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A presente demanda versa justamente sobre atrasos e parcelamentos salariais impetrados
pela ré, o que afeta em demasia a situaçã o financeira da obreira.
Por este fato e por enquadrar-se nos termos do art. 790 § 3º da CLT, a Reclamante requer a
concessã o da Gratuidade de Justiça, uma vez que a sua situaçã o econô mica nã o lhe permite
pagar as custas processuais sem prejuízo de seu pró prio sustento.
Para a comprovaçã o de sua necessidade, a mesmo traz para aná lise de Vossa Excelência,
comprovante de rendimentos, discriminando os ganhos de sua ú nica fonte de renda, bem
como, junta có pia de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.

2 – DO CONTRATO DE TRABALHO

O contrato de trabalho entabulado entre as partes teve seu início em xxxxxxxx, inicialmente
a reclamante fora contratada como auxiliar de creche, posteriormente, em xxxxxx, fora
deslocada de funçã o, passando a exercer a funçã o de professora de educaçã o infantil.
O ú ltimo salá rio da reclamante foi de R$ 1.279,56 (um mil e duzentos e setenta e nove
reais e cinquenta e seis centavos).
As funçõ es exercidas pela reclamante eram as seguintes:
- Cuidados bá sicos com segurança, higiene, aprendizado das crianças, acompanhamento
das atividades na sala de aula e fora da mesma, troca de roupa dos alunos, atendimento à s
necessidades, monitorar a alimentaçã o, etc...

3 - DOS FATOS

3.1. DOS ATRASOS SALARIAIS

Alguns desrespeitos contratuais e legais impetrados pela reclamada vêm trazendo


considerá veis prejuízos à vida da reclamante.
Como se observa em documentos juntados aos autos da presente reclamató ria, os atrasos
salariais são uma constante na vida da obreira, ademais, diversos são os
parcelamentos de salário, bem como, por aproximadamente 7 (sete) meses, nada é
depositado na conta vinculada do seu FGTS.

A CLT regula o assunto da remuneraçã o do trabalhador empregado nos artigos 457 e


seguintes e define salá rio como a contraprestaçã o do serviço efetuado pelo empregado no
decorrer do mês.
O período estipulado para o pagamento do salá rio nã o pode ser superior a um mês para
todos os diferentes tipos de trabalho, com exceçã o de comissõ es, gratificaçõ es e
percentagens. O dia do mês para pagamento do salário não deve ultrapassar o quinto
dia útil subsequente ao vencido ( CLT, art. 459 “caput” e § 1º).
A Constituiçã o Federal de 1988 contempla no artigo 7º, incisos IV, VI e X, princípios de
proteçã o salarial, garantindo ao trabalhador a remuneraçã o devida e os descontos
previstos em Lei, constituindo crime sua retençã o dolosa.
Assim dispõ em os incisos IV, VI e X da CF/88:
"Art. 7º - Sã o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condiçã o social:
.....
IV - salá rio mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas
necessidades vitais bá sicas e à s de sua família com moradia, alimentaçã o, educaçã o, saú de,
lazer, vestuá rio, higiene, transporte e previdência social, com reajustes perió dicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculaçã o para qualquer fim;
.....
VI - irredutibilidade do salá rio, salvo o disposto em convençã o ou acordo coletivo;
.....
X - proteçã o do salá rio na forma da lei, constituindo crime sua retençã o dolosa."
Excelência, a reclamante, nã o recebe seu salá rio corretamente desde, aproximadamente, o
mês de Julho de 2017, observa-se nos comprovantes juntados aos autos que sã o diversos os
depó sitos em sua conta poupança (forma escolhida pela empregadora para pagar o
salá rio).
· No mês de junho de 2017 percebe-se a realização de depósitos de R$681,00 –
R$454,00 –
· No mês de julho de 2017 pagamentos de R$ 700,00 – 361,00
· No mês de agosto de 2017 pagamentos de R$ 403,59
· No mês de setembro de 2017 pagamentos de R$500,63 – R$541,00
· No mês de outubro pagamentos de R$340,94 – R$340,00
E assim seguindo nos próximos meses conforme se observa nos documentos
juntados

É de suma importância citar Excelência, que além dos parcelamentos realizados, os


atrasos eram a regra, os parcelamentos quase que na totalidade eram efetuados em
data consideravelmente posterior ao 5º dia útil.
É fato sabido que o empregado vende a sua força de trabalho, seu tempo, dedica-se
exclusivamente a um empregador por um motivo, receber salá rio, pois precisa sobreviver.
Condutas como a adotada pela reclamada são das mais reprováveis, pois deixam o
empregado em total desamparo, jogado à própria sorte, tendo que se socorrer da
ajuda de terceiros para ao menos tentar cumprir com as obrigações assumidas em
sua vida pessoal.
A reclamante é mã e, possui incontá veis despesas em virtude da maternidade, tem gastos
sabidos, como taxa de á gua, luz, alimentaçã o, vestuá rio, saú de transporte. O
comportamento da reclamada afeta na totalidade a vida da obreira, que cumpre com
o seu dever e ao final recebe seu salário “às gotas” e em atrasos reiterados.
Importante ressaltar que a atitude da reclamada acarretou sérios prejuízos à reclamante,
além da vergonha de nã o conseguir cumprir com as suas obrigaçõ es e as cobranças
realizadas por terceiros, a mesma perdeu completamente o estímulo ao trabalho, nã o
possui mais condiçõ es, por culpa da reclamada e pela inobservâ ncia do contrato por parte
desta, de dar continuidade em seu contrato de trabalho, sente-se impotente, incapaz, sem
vontade, envergonhada. Não há logica em manter um vínculo contratual onde somente
uma parte cumpre com o seu dever.
3.1.1. DO NÃO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS DOS MESES DE FEVEREIRO E MARÇO DE
2018
Ainda, se nã o bastasse o longo período em que a reclamante vê seu salá rio ser parcelado,
experimenta, nos últimos meses, da sensação de completo desamparo e desrespeito
por parte da reclamada que não paga seus salários, ou seja, simplesmente deixou de
cumprir com a sua obrigaçã o legal por livre escolha.
A obreira encontrava-se em afastamento, em virtude do nascimento de sua filha,
comunicou a sua empregadora que adotou as medidas cabíveis, porém, dentre os salá rios
que deveriam ter sido pagos pela reclamada, quais sejam, os meses de fevereiro e março
de 2018, os únicos valores depositados foram R$300,00 e R$120,00, ou seja, R$
420,00, valor muito aquém daquele devido.

Sendo assim, sã o devidos à reclamante, até o momento, o pagamento de duas


remuneraçõ es integrais. Com abatimento do já adimplido a importâ ncia totaliza o valor de
R$ 2.138,00 (dois mil e cento e trinta e oito reais). Requer-se assim a condenaçã o da
reclamada ao pagamento dos valores citados, sem prejuízo dos referentes aos meses que
vencerem no decorrer da presente demanda.
3.2. DA FALTA DE DEPOSITOS NA CONTA VINCULADA DO FGTS
Nã o obstante o descumprimento da principal obrigaçã o patronal, a reclamada ainda é
inadimplente em outros encargos legais.
Junto à presente, observa-se cópia do extrato da conta do FGTS da reclamante. Como
se verifica, desde o mês de agosto de 2017 não são realizados depósitos na referida
conta.
O comportamento adotado pela empregadora é completamente contrá rio ao que é
ordenado pela CLT e Lei 8.036/90.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, criado pela Lei nº 5.107, de 13 de
setembro de 1966 e vigente a partir de 01 de janeiro de 1967, serve para proteger o
trabalhador demitido sem justa causa. O saldo da conta vinculada é formado pelos
depó sitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes a 8,0% do salá rio pago ao
empregado, acrescido de atualizaçã o monetá ria e juros.
O fundo de garantia é para o trabalhador uma certeza de que quando do rompimento
do contrato de trabalho, esteja este amparado por um valor que lhe preserve a
subsistência até, novamente, estar inserido no mercado de trabalho. A importâ ncia
vai além de uma obrigaçã o legal, o mesmo reflete na dignidade do trabalhador, que vendeu
a sua força de trabalho, cumpriu com o seu contrato e em algum momento necessitará do
montante ali depositado.
Por se tratar de uma garantia prevista no art. 7º, III da Constituiçã o Federal do Brasil, traz
ao empregador a obrigaçã o de efetuar seu correto e tempestivo recolhimento, de modo a
possibilitar ao empregado, em caso de necessidade, o recebimento dos valores lá
depositados.
Ainda cite-se o Art. 15 da Lei Nº 8.036 in verbis:
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar,
até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancá ria vinculada, a importâ ncia correspondente
a 8 (oito) por cento da remuneraçã o paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneraçã o as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificaçã o de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as
modificaçõ es da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015).
Sendo assim, conforme acima exposto, a reclamada deixou de efetuar os depó sitos mensais
do FGTS desde o mês de setembro de 2017, ou seja, de outra maneira prejudica a
reclamante, nã o dando a mínima garantia para esta no caso de rescisã o contratual ou
necessidade prevista legalmente para o saque.
Dessa forma, busca a reclamante a condenaçã o da reclamada para que a mesma seja
compelida a efetuar os depó sitos do FGTS ainda nã o realizados, ou seja, dos meses de 2017
(setembro, outubro, novembro, dezembro) dos meses de 2018 (janeiro, fevereiro,
março, abril), ainda, os depó sitos que se vencerem até a data da rescisã o contratual.
Levando em consideraçã o o salá rio da reclamante, qual seja, R$ 1.279,56 (um mil e
duzentos e setenta e nove reais e cinquenta e seis centavos), o depó sito de 8% mensais
(R$102,00), totalizam, até o momento, a importância de R$ 816,00 (oitocentos e
dezesseis reais). Ainda requer sejam os referidos depó sitos acrescidos de juros e correçã o
monetá ria.

3.3. DO NÃO PAGAMENTO DAS FÉRIAS


Atualmente a reclamante encontra-se em gozo de férias, fora comunicada pela reclamada
da data do início e do término destas, porém, sequer as mesmas foram anotadas em sua
CTPS.
A reclamante está gozando de férias desde o dia 11/04/2018, tendo estas término em
10/05/2018, porém, até o momento, nada fora pago, nem as férias, nem o adicional de
1/3, ou seja, além de nã o receber seus salá rios corretamente, a reclamada oferece férias
à reclamante sem pagar os valores devidos a este título.
De acordo com a Consolidaçã o das Leis do Trabalho - CLT o empregador que nã o conceder
as férias para o empregado ou que o fizer fora do período concessivo, é obrigado a pagar o
valor equivalente em dobro, conforme o disposto nos artigos 134 e 137, podendo ainda
sofrer sançõ es administrativas impostas pelo Ministério do Trabalho quando da
fiscalizaçã o.
Art. 134. As férias serã o concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12
(doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas apó s o prazo de que trata o artigo 134, o
empregador pagará em dobro a respectiva remuneraçã o.
Não obstante, o Tribunal Superior do Trabalho publicou a Resolução nº 194, de 19 de
maio de 2014, convertendo diversas orientaçõ es jurisprudenciais em sú mulas.
A Orientaçã o Jurisprudencial 386 da SBDI-1 foi convertida na sú mula 450 do TST, com a
seguinte redaçã o:
SÚMULA Nº 450.FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO.
DOBRA DEVIDA. ARTS. conversã o da Orientaçã o 137 E 145 DA CLT. (Jurisprudencial nº
386 da SBDI-1) (grifei)
Assim sendo, é devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na
época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do
mesmo diploma legal.
Dessa forma, requer-se que seja a reclamada condenada ao pagamento em dobro das férias
relativas ao período 2016 -2017, totalizando as mesmas (acrescidas de 1/3) a importâ ncia
de R$ 3.398,82 (três mil e trezentos e noventa e oito reais e oitenta e dois centavos)

4 - DO DIREITO

4.1. DA CARACTERIZAÇÃO DA RESCISÃO INDIRETA

A reclamante mira a sua pretensã o com base no que prevê a Consolidaçã o das Leis do
Trabalho em seu Art. 483:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenizaçã o quando:
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
No caso em tela Excelência, estã o presentes diversas circunstâ ncias que se enquadram
perfeitamente na alínea acima mencionada.
Primeiramente, cite-se o descumprimento impetrado pela ré no tocante ao salário
da obreira, o mesmo vem sendo há muitos meses parcelado, pago como deseja a
reclamada, deixando a empregada jogada à pró pria sorte.
Nã o bastasse, nos últimos dois meses, sequer a reclamante recebe salário. As contas se
acumulam, as cobranças aumentam, os gastos com suas filhas sã o muitos, urgentes e
inadiá veis, precisa a autora buscar socorro de familiares para poder manter as suas filhas,
mesmo sempre tendo sido uma exemplar empregada.
Ainda, no caso de demissã o da autora, sequer esta teria amparo dos valores
depositados na conta vinculada do FGTS, pois os mesmos estão incompletos,
deixaram de ser pagos há meses, ou seja, além de nã o receber salá rio a reclamada nã o se
preocupa nem com a ú nica garantia da sua empregada no caso de demissã o.
Concluindo o leque de desrespeitos cometidos pela reclamada, cite-se a comunicação e
atual gozo de férias usufruído pela reclamante. Esta fora comunicada pela ré, que teria
seu início de férias em 11/04/2018, com término em 10/05/2018, fora comunicada que
os valores referentes a tal benefício, juntamente com 1/3 constitucional, seriam
depositados em sua conta bancária, porém, como já referido, a autora goza de férias
sem dispor do mínimo possível para sua subsistência, haja vista nada ter recebido.
Como pode se observar, inconteste é a impossibilidade de manutençã o do contrato de
trabalho, a reclamante, como sempre fez, cumpre com as suas funçõ es de forma
profissional, pontual, dedicada, e recebe em troca a recusa, por parte da reclamada, do
cumprimento dos mais bá sicos direitos inerentes ao contrato de trabalho.
Amparada está a pretensão autoral, seja pela lei, pelos entendimentos desta Justiça
especializada ou por questão de Justiça.

Importante citar entendimento jurisprudencial do Tribunal Regional do Trabalho da 4º


Regiã o in verbis:
RESCISÃO INDIRETA. O atraso reiterado no pagamento dos salários, principal
obrigação do empregador e fonte de subsistência do trabalhador, aliado à
irregularidade na realização dos depósitos ao FGTS, são faltas suficientes a
inviabilizar a continuidade do contrato de trabalho e justificar a declaração da
rescisão indireta, nos termos do art. 483, d, da CLT. Acó rdao do processo 0020082-
30.2016.5.04.0204 (RO). Data: 08/03/2018.Ó rgã o julgador: 4ª Turma. (grifei).
RESCISÃO INDIRETA. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. A mora da
empregadora no pagamento dos salários do autor durante a contratualidade
caracteriza descumprimento das obrigações básicas decorrentes do contrato de
trabalho, incidindo a previsão da alínea d do art. 483 da CLT. Acó rdao do processo
0020461-35.2016.5.04.0021 (RO). Data: 15/12/2017. Ó rgã o julgador: 2ª Turma. (grifei).
RESCISÃO INDIRETA. ATRASOS REITERADOS NO PAGAMENTO DE SALÁRIO. É grave a
falta cometida pela empregadora, porquanto o trabalhador depende do salário para
suprir as suas necessidades vitais básicas. A alegaçã o de inexistência de recursos nã o
exime a reclamada da observâ ncia da lei. A empresa deve cumprir sua principal obrigaçã o
em relaçã o aos empregados, realizando o pagamento de salá rios pelo serviço prestado, o
que nã o se verifica no caso dos autos, em que a reclamada atrasou de forma reiterada a
contraprestaçã o devida à reclamante. Recurso da reclamada desprovido no aspecto.
Acó rdao do processo 0020648-73.2016.5.04.0011 (RO) Data: 26/10/2017. Ó rgã o julgador:
4ª Turma. (grifei).
RECURSO ORDINÁRIO. SANATÓ RIO BELEM. DESPEDIDA INDIRETA. ATRASO DE
SALÁ RIOS. O reiterado atraso e fracionamento no pagamento dos salários caracteriza
infração grave do empregador, pelo descumprimento à sua obrigação principal,
caracterizando conduta que autoriza a denúncia contratual cheia por parte dos
empregados, com base na alínea d do art. 483 da CLT. Recurso desprovido no aspecto.
Acó rdao do processo 0021215-93.2015.5.04.0026 (RO). Data: 26/10/2017. Ó rgã o julgador:
7ª Turma. (grifei).
RESCISÃO INDIRETA. ATRASO NO PAGAMENTO DO FGTS. O inadimplemento
contumaz dos depósitos do FGTS é circunstância suficiente para a rescisão indireta
do contrato de trabalho por justa causa do empregador, atraindo a incidência do
artigo 483, d, da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso do reclamante provido.
Acó rdao do processo 0020345-83.2015.5.04.0661 (RO). Data: 20/04/2017. Ó rgã o julgador:
4ª Turma. (grifei).
Nesse mesmo sentido, é o entendimento do E. Tribunal Superior do Trabalho in verbis:
RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO -
AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS. A ausência de recolhimento do FGTS constitui
motivo para a rescisã o indireta do contrato de trabalho, de acordo com o artigo 483 , alínea
d, da Consolidaçã o das Leis do Trabalho . Recurso de revista conhecido e desprovido. TST -
RECURSO DE REVISTA RR 14069620105030131 1406-96.2010.5.03.0131 (TST).
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. MORA SALARIAL.
CONFIGURAÇÃ O. Nã o é necessá rio que o atraso no pagamento dos salá rios se dê por
período igual ou superior a três meses, para que se configure a mora salarial justificadora
da rescisã o indireta do contrato de trabalho (DL 368/1968, art. 2º, § 1º). O atraso no
pagamento de salários por dois meses já autoriza a rescisão indireta do contrato de
trabalho por culpa do empregador, fundado no art. 483, alínea d da CLT. Recurso de
Revista de que se conhece e a que se dá provimento. Vistos, relatados e discutidos estes
autos de Recurso de Revista nº TST-RR-13000-94.2007.5.06.0401, em que é Recorrente
EVANDRO MODESTO SOBRINHO e Recorrida GIPSOCAR LTDA. (grifei).
RECURSO DE REVISTA. 1. RESCISÃ O INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. MORA
SALARIAL. Para fins de rescisão indireta do contrato de trabalho, ante a natureza
alimentar do salário, não é necessário que ocorra atraso igual ou superior a três
meses, para que seja caracterizada a mora salarial contumaz. Recurso de revista
conhecido e desprovido- (RR-123000-19.2006.5.17.0005, Ac. 3ª Turma, Rel. Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 9/10/2009). (grifei).
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. MORA SALARIAL. Entende-se que
o conceito de mora contumaz, previsto no art. 2º, § 1º, do decreto-lei nº 368/68, destina-se
apenas a nortear procedimentos de natureza fiscal, nã o interferindo nos regramentos
atinentes à rescisã o do contrato de trabalho. Assim, desnecessário que, apenas após o
decurso de três meses de inadimplência salarial, configure-se a mora salarial capaz
de ensejar rescisão indireta. Recurso de Revista conhecido e nã o provido- (RR-172400-
29.2007.5.18.0008, Ac. 2ª Turma, Rel. Ministro José Simpliciano Fontes de F. Fernandes,
DEJT 25/9/2009).
RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. MORA
SALARIAL. O quadro fá tico delineado no acó rdã o recorrido revela que, à época do
ajuizamento da presente açã o, o reclamado devia ao reclamante dois meses de salá rio e
uma parcela da gratificaçã o natalina. O Tribunal Regional considerou que o atraso salarial
inferior a três meses nã o caracteriza falta grave do empregador, apta a ensejar a rescisã o
indireta do contrato de trabalho. Tal decisã o ofende o artigo 483, d , da CLT, pois restou
evidente o descumprimento de importante obrigaçã o contratual por parte do empregador.
Considerando-se que o salário tem natureza alimentar, não é razoável exigir do
empregado que suporte três meses de trabalho sem a competente paga, para, só
depois, pleitear em juízo a rescisão do contrato, por justa causa do empregador. O
atraso salarial de apenas um mês já é suficiente para causar grandes transtornos ao
trabalhador, que se vê privado de sua única ou principal fonte de renda e,
consequentemente, fica impedido de prover o sustento próprio e de seus familiares,
bem como de honrar seus compromissos financeiros. O conceito de mora contumaz,
estabelecido no § 1º do artigo 2º do Decreto-Lei nº 368/1968, destina-se apenas a nortear
procedimentos de natureza fiscal e penal, nã o interferindo nos regramentos atinentes à
rescisã o do contrato de trabalho- (RR-771212/2001, Ac. 7ª Turma, Rel. Ministro Pedro
Paulo Teixeira Manus, DJ 5/9/2008). (grifei)
Dessa forma Excelência, conforme se demonstra, a reclamante por vá rios meses recebe seu
salá rio atrasado e parcelado, nã o tem os corretos depó sitos na conta vinculada do FGTS,
nã o recebeu salá rio nos ú ltimos dois meses, ainda, goza de férias sem ter recebido os
valores referentes a tal benefício, cristalino está o enquadramento da atitude da
reclamada no inciso d do Art. 483 da CLT.
Nã o há mais condiçõ es para a continuidade do vínculo empregatício, ainda, importante
frisar que tal situação não se deu por culpa da reclamante, mas sim, por vontade
exclusiva da própria reclamada.
Dessa forma se faz necessá rio a proteçã o da obreira, que nã o suporta mais trabalhar sem
receber seus salá rios em dia, vivenciando dias de incertezas, medos e dú vidas sobre seu
pró prio sustento e sobre o cumprimento das obrigaçõ es assumidas.
Requer através do provimento Judicial a condenaçã o da reclamada para que rescinda o
contrato de trabalho com a reclamante, adimplindo o pagamento de todas as verbas
rescisó rias devidas pela demissã o sem justa causa.
5. DO DANO MORAL
Sã o de fá cil percepçã o os danos sofridos pela autora, salá rios por meses vêm sendo
parcelados, bem como, atrasados, ocasionando verdadeiro tormento na vida da obreira,
que vende a sua força de trabalho sem receber sequer seu salá rio.
É de se imaginar que no momento em que o empregador deixar de pagar salá rio, atrasa ou
parcela, prejudica em demasia a vida particular e social do trabalhador.
A reclamante é mã e de duas crianças, uma de três anos e outra de três meses, as despesas
sã o muitas, trabalha todo o dia para se sustentar e dar amparo à s filhas, porém com a
negligencia da ré, precisa buscar socorro de familiares para cumprir as suas obrigaçõ es
como mã e.
Enquanto a ré deixa de pagar salá rio, atrasa, parcela, as contas da autora vã o se
acumulando, taxa de á gua, luz, alimentaçã o, vestuá rio, medicamentos, transporte, são
despesas permanentes e que não podem esperar a vontade da reclamada em
cumprir com a sua obrigação.
Comportamento adotado pela reclamada fere em demasia a honra e a personalidade da
reclamante, que se vê em uma situaçã o humilhante, de desamparo, de baixa autoestima,
pois recebe cobranças, atrasa contas, nã o tem condiçõ es de adquirir o que deseja, bem
como priva as suas filhas de uma criaçã o digna, mesmo sendo uma pessoa batalhadora e
cumpridora de seus deveres.
Excelência, a obreira cumpre com o seu horá rio de trabalho, labora durante todo o dia,
chega em casa cansada, porém sequer tem condiçõ es de manter uma vida digna, tudo por
culpa exclusiva da reclamada.
É pacífico na Justiça laboral que a falta de condiçõ es financeiras/crise financeira do
empregador nã o é motivo e nã o autoriza sob nenhuma hipó tese o atraso, parcelamento e
suspensã o do pagamento dos salá rios, porém, diga-se de passagem, sequer isso acontece
no caso em tela, pois os rendimentos da reclamada continuam os mesmos, ou
melhores, haja visto o grande número de alunos matriculados e a constante
efetivação de novas matrículas na escola.
Ou seja, o comportamento da reclamada é injustificado, ilegal, fere a personalidade da
empregada, que se vê “sem saída”, desamparada e humilhada, pois o salá rio, fruto de seu
trabalho, deixou de ser pago corretamente há tempos, bem como, nã o foi pago, nos ú ltimos
meses.
A Lei 13.467/2017 passou a prever o dano extrapatrimonial decorrente da relaçã o de
trabalho (art. 223-A), sendo que o que causa este dano é a açã o ou omissã o que ofenda a
esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica (art. 223-B), sendo cediço que um
dos bens tutelados inerentes a pessoa natural é a sua saú de nos termos do art. 223-C da
CLT, sabendo-se que a indenizaçã o extrapatrimonial aqui requerida nã o exclui a material
(art. 223-F).
Conforme tal dispositivo, para aferiçã o dos danos extrapatrimoniais, o juiz considerará :
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
I - a natureza do bem jurídico tutelado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhaçã o; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a possibilidade de superaçã o física ou psicoló gica; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VI - as condiçõ es em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
VII - o grau de dolo ou culpa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VIII - a ocorrência de retrataçã o espontâ nea; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
X - o perdã o, tá cito ou expresso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XI - a situaçã o social e econô mica das partes envolvidas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
XII - o grau de publicidade da ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Sendo que ao analisar os elementos acima citados, deverá o juiz atribuir grau de ofensa e
com isso, atribuir limite para a condenaçã o, senã o vejamos:
§ 1º Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparaçã o a ser paga, a cada um dos
ofendidos, em um dos seguintes parâ metros, vedada a acumulaçã o: (Redaçã o dada pela
Medida Provisó ria nº 808, de 2017)
I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite má ximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social; (Redaçã o dada pela Medida Provisó ria nº 808, de
2017)
II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017). (grifei).
III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite má ximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social; ou (Redaçã o dada pela Medida Provisó ria nº 808, de
2017)
IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes o valor do limite má ximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Redaçã o dada pela Medida
Importante citar corpo da Sú mula 104 do Tribunal Regional do Trabalho desta Regiã o:
Súmula nº 104 - ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DE SALÁ RIOS. DANO MORAL.
INDENIZAÇÃ O DEVIDA.
O atraso reiterado no pagamento dos salários gera presunção de dano moral
indenizável ao empregado. (grifei)
Em relaçã o a todo o exposto, importante citar entendimento uníssono do Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da 4º Regiã o in verbis:
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INADIMPLEMENTO DE SALÁRIOS. Demonstrado o
inadimplemento de salários, o dano moral existe in re ipsa, sendo inegável a angústia
gerada ao empregado, que, por omissão ilícita da empregadora, se viu incapaz de
satisfazer as suas presumidas obrigações. Acordã o do processo 0000884-
09.2013.5.04.0205 (RO). Data: 01/09/2016. Órgão julgador: 2a. Turma. (grifei).
DANOS MORAIS. MORA SALARIAL. Hipótese em que se adota o entendimento
predominante no Tribunal Superior do Trabalho, no sentido de que a mora
contumaz ou atraso reiterado no pagamento dos salários devidos ao obreiro,
compreendendo-se como tal, em média, o atraso por três meses ou mais, gera dano
moral in re ipsa. Entendimento também expresso na Sú mula 104 deste Tribunal. Acó rdao
do processo 0020606-10.2015.5.04.0027 (RO) Data: 19/10/2016
Órgão julgador: 8ª Turma (grifei).
ATRASO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DANO
IN RE IPSA. O atraso reiterado no pagamento de salários enseja o pagamento de
indenização por dano moral, independentemente da comprovação da existência e
extensão do dano, uma vez que este é presumido, em virtude do caráter alimentar do
salário. Acó rdao do processo 0021739-72.2014.5.04.0205 (RO)
Data: 08/08/2016. Órgão julgador: 9ª Turma. (grifei).

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ATRASO


DE SALÁRIOS. Por força da Lei 13.015/2014, que exige a uniformizaçã o da jurisprudência
no â mbito de cada tribunal regional, este TRT firmou o entendimento de que a mora
salarial reiterada presume a caracterização do dano moral, sem que haja
necessidade de prova de algum abalo ou transtorno específico vivenciado pelo
trabalhador, justamente por ser o salário fonte básica de subsistência do empregado
e de sua família. Adoçã o da Sú mula 104 deste TRT. Recurso ordiná rio do reclamante
provido. Acó rdao do processo 0020953-39.2016.5.04.0211 (RO). Data: 19/05/2017. Órgão
julgador: 7ª Turma.
Ante o exposto, merece acolhimento o pleito do reclamante, a fim de que seja condenada a
reclamada ao pagamento de indenizaçã o por danos extrapatrimoniais de natureza média,
com montante de até cinco vezes limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, (5 x R$ 5.645,80) totalizando R$ 28.229,00 (vinte e oito mil e
duzentos e vinte e nove reais).
6. VERBAS RESCISÓRIAS
Deverá a reclamada pagar os haveres rescisó rios face à rescisã o indireta que ora se pleiteia.
Desta forma, sã o devidas todas as verbas rescisó rias, a saber:
- aviso prévio de 39 dias – R$ 1.663, 62 (um mil e seiscentos e sessenta e três reais e
sessenta e dois centavos);
- férias proporcionais do período 01/08/17 a 31/08/2018 (8 meses) totalizando o
valor de R$ 853,04 (oitocentos e cinquenta e três reais e quatro centavos) + 1/3 - R$
284,34 (duzentos e oitenta e quatro reais e trinta e quatro centavos); Sem prejuízo do
pagamento das férias em dobro conforme narrado no item 3.3 da presente;
- 13º salário proporcional totalizando R$ 533, 15 (quinhentos e trinta e três reais e
quinze centavos) (com projeçã o do aviso prévio);
- multa de 40% sobre os depósitos do FGTS correspondentes a todo o período laborado,
totalizando os mesmos a importâ ncia de R$ 1.456,57 (um mil e quatrocentos e cinquenta e
seis reais e cinquenta e sete centavos)
Ainda por estar a reclamante em estabilidade provisó ria em virtude do nascimento de sua
filha, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento dos salários referentes aos
meses em que aquela ainda estaria amparada pela estabilidade, quais sejam, abril,
maio e junho de 2018, totalizando estes, R$ 3.838,68 (três mil e oitocentos e trinta e oito
reais e sessenta e oito centavos).
Assim, requer-se o pagamento de todas as verbas rescisó rias, devidamente corrigidas à
época do efetivo pagamento, devendo o período de aviso prévio integrar o tempo de
serviço da obreira para todos os fins de direito.
7. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Cediço que, com a nova redaçã o da CLT, em razã o da Reforma Trabalhista, passou-se a
prever em seu artigo 791-A a possibilidade de honorá rios advocatícios em favor dos
advogados de ambas as partes.
Assim, em razã o do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessá rio que, diante os
aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidaçã o
da sentença, do proveito econô mico obtido ou, nã o sendo possível mensurá -lo, sobre o
valor atualizado da causa.
8. DOS PEDIDOS
Isso posto, requer:
I) O recebimento da presente reclamató ria, determinando a notificaçã o da Reclamada para
que querendo compareça na audiência de conciliaçã o, apresentando a defesa que tiver,
bem como o depoimento pessoal do seu representante legal, sob pena de revelia e
confissã o;
II – Que lhe sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, em consonâ ncia com artigo
2º, da lei 1060/50 e art. 790 § 3º da CLT;
III – A declaraçã o da rescisã o indireta do contrato de trabalho, com fulcro na alínea D do
artigo 483 da CLT;
IV – A condenaçã o da reclamada no pagamento de todas as verbas rescisó rias, tais como
saldo de salá rio, 13º salá rio proporcional, aviso prévio de 39 dias, férias proporcionais +
abono de férias de 1/3 proporcional, ainda, pagamento de multa correspondente a 40% de
todo o valor que deveria ter sido depositado na conta vinculada do FGTS da reclamante;
V – A condenaçã o da reclamada ao pagamento de indenizaçã o por danos extrapatrimoniais
de natureza média, com montante de até cinco vezes limite má ximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, (5 x R$ 5.645,80) totalizando R$ 28.229,00 (vinte e
oito mil e duzentos e vinte e nove reais).

VI - A condenaçã o da reclamada ao pagamento de, até o momento, duas remuneraçõ es


integrais que nã o foram adimplidas (fevereiro e março de 2018). Com abatimento do já
pago a importâ ncia totaliza o valor de R$ 2.138,00 (dois mil e cento e trinta e oito
reais).
VI – A condenaçã o da reclamada para que efetue os depó sitos em atraso na conta vinculada
do FGTS da reclamante ou pague indenizaçã o substitutiva na importância de R$ 816,00
(oitocentos e dezesseis reais). Ainda que sejam os referidos depó sitos acrescidos de
juros e correçã o monetá ria;
VII - Seja a reclamada condenada ao pagamento em dobro das férias relativas ao período
2016 -2017, totalizando as mesmas a importância de R$ 3.398,82 (três mil e trezentos
e noventa e oito reais e oitenta e dois centavos;
VIII – Seja reconhecida a estabilidade da gestante no presente caso, e a condenaçã o da
reclamada ao pagamento dos salá rios referentes aos meses em que a autora ainda estaria
amparada pela estabilidade, quais sejam, abril, maio e junho de 2018, totalizando estes,
R$ 3.838,68 (três mil e oitocentos e trinta e oito reais e sessenta e oito centavos).
IX- A condenaçã o da reclamada em obrigaçã o de fazer, determinando que a mesma
formalize a Rescisã o da Reclamante com baixa em sua CTPS;
X- Que seja determinado à reclamada que efetue a liberaçã o das guias decorrentes da
rescisã o imotivada do contrato de trabalho, tais como, as guias de Comunicado de Dispensa
e Seguro Desemprego (CD/SD), sob pena de condenaçã o ao pagamento de indenizaçã o
substitutiva no valor equivalente;
XI- Seja a reclamada condenada ao pagamento de custas processuais e honorá rios
advocatícios, nã o sendo os mesmos inferiores a 15% do valor da condenaçã o;
XII - A total procedência da demanda, nos termos em que foi proposta, para a final
condenar a Reclamada ao pagamento de todo o postulado, acrescidos de juros e correçã o
monetá ria.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sobretudo,
oitiva de testemunhas e depoimento do preposto da Reclamada, ainda, mediante produçã o
de prova documental e pericial se necessá ria.

Dá-se à presente o valor de R$ 43.211,18 (quarenta e três mil e duzentos e onze reais
e dezoito centavos)

Nestes termos,
pede deferimento.
Santiago 18 de Abril de 2018.

MAICON ALVES
OAB RS 102/906

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