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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA

COMARCA DE VALENÇA DO PIAUÍ-PI.


AÇÃO: AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DEBITO COM REPETIÇÃO
DE INDEBITO E DANOS MORAES.

PROCESSO: 0010352-52.2018.818.0117

REQUERENTE: DEOMAR PEREIRA DA CUNHA

REQUERIDO: METROPOLITAN LIFE SEGUROS E PREVIDENCIA


PRIVADA SA - METLIFE

DEOMAR PEREIRA DA CUNHA, já qualificado nos autos


em epígrafe, por um de seus advogados subscritos, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente,
nos termos dos Artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95, considerando
a contagem dos prazos no Juizado Especial em dias úteis, interpor o
presente RECURSO INOMINADO COM PEDIDO DE
RECONSIDERAÇÃO, em face da douta Sentença de 1º grau que
julgou IMPROCEDENTE OS PEDDOS ADUZIDOS PRESENTE AÇÃO,
com as razões anexas, Requerendo que as mesmas sejam remetidas
à TURMA RECURSAL CASO VOSSA EXXELÊNCIS NÃO ENTENDA PELA
RECONSIDERAÇÃO.
Embora a Recorrente tenha em seu pedido inicial
Justiça Gratuita, o requerente reitera a necessidade da
gratuidade, por ser pessoa pobre na forma da lei.
Tendo em vista ainda, que não foi observado o
requerimento de juntada de documento feito em audiência de
instrução e julgamento, não tendo ainda sido observado que na
referida audiência, o requerente declarou que não reconhecia a
assinatura do contrato juntado aos autos junto a contestação, além
de ter sido o contrato assinado em Teresina-PI, cidade distante quase
300km de sua residência que fica situada no interior de Pimenteiras–
PI, comarca agregada a esta. Venho respeitosamente pedir a Vossa
Excelência, pedir a reconsideração, para que sejam observados
os pedidos e impugnações trazidos nas alegações finais orais,
e que ao fim, sejam julgados procedentes todos os pedidos trazidos
na peça inaugural.
Por razão de o requerente residir no interior de
Pimenteiras-PI, em local de difícil acesso, sendo hoje o último
dia de prazo para o presente recurso, limito-me a pedir a
procedência da ação com base nos documentos outrora
juntados aos autos, e também por considerar suficiente a
comparação da assinatura constante no contrato em face da
assinatura presente na carteira de identidade do requerente,
que já se fazem presentes no processo em tela;
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Valença do Piauí-PI, 22 de fevereiro de 2019.
ANTONIO WILLIAM RICARDO DA SILVA

OAB/PI 16456
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
DO ESTADO DO PIAUÍ-PI.
AÇÃO: AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DEBITO COM REPETIÇÃO
DE INDEBITO E DANOS MORAES.
PROCESSO: 0010352-52.2018.818.0117
ORIGEM: JUIZADO ESPECIAL CIVIL DA COMARCA DE VALENÇA DO
PIAUÍ-PI.
REQUERENTE: DEOMAR PEREIRA DA CUNHA
REQUERIDO: METROPOLITAN LIFE SEGUROS E PREVIDENCIA
PRIVADA SA - METLIFE
EGRÉGIA TURMA RECURSAL,
ÍNCLITOS JULGADORES!

RESUMO DA DEMANDA
Trata-se de Recurso Inominado, interposto por DEOMAR
PEREIRA DA CUNHA, por intermédio de seu procurador infra-
assinado, inconformado com a sentença de 1º grau que julgou
improcedente a presente AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DEBITO
COM REPETIÇÃO DE INDEBITO E DANOS MORAES, em que o
recorrente moveu em face de METLIFE.
Com efeito, Eméritos Julgadores, em que pese o saber
jurídico inquestionável saber da eminente Julgadora da Instância
Singular, não primou à decisão atacada pela justa aplicação da lei aos
fatos.
Com fulcro no artigo art. 188, inciso I, do Código Civil, a
Juíza a quo julgou improcedente a ação proposta pela recorrente.
DA TEMPESTIVIDADE
A Requerente foi devidamente intimada no dia 12 de
fevereiro de 2019, evento 32-projudi, O prazo teve início no dia
13.02.2019 na forma do artigo 224, combinado com art. 219, ambos
do Código de Processo Civil c/c art. 12-A da lei 9099/95, o termo final
para oferecimento do Recurso Inominado recaiu em 22.02.2019.
Portanto, o presente Recurso Inominado é tempestivo.
BREVE RESUMO DOS FATOS – FALTA DE
COMPROVAÇÃO DE DANOS
Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cc
Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais, em face de
METLIF, ora recorrida, visando à condenação do pagamento de
indenização no valor de R$ 5.042,60 (cinco mil, quarenta e dois reais
e sessenta centavos), com a alegação de que e inquestionável a
ocorrência do prejuízo material, além de haver sido provocado o
Dano Moral, pelo fato de ter havido descontos indevidos na conta
corrente do requerente, que conta unicamente com um salário
mínimo para sua sobrevivência, tendo em decorrência dos descontos
o recorrente enfrentados dificuldades para honrar com seus
compromissos, assim como alimentação e medicamentos, pois trata-
se de pessoa idosa.
Tendo a referida decisão atacada julgado improcedentes os
pedidos, sob o argumento de que não teria o requerente contestado
as assinaturas no contrato que fora juntado pela requida
acompanhando a contestação.
RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO
A sentença de 1º grau deve ser reformada, para que se
garanta efetiva justiça no processo em análise.
O argumento central da sentença refere-se ao fato de o
recorrente não ter contestado as assinaturas presentes no contrato
apresentado pela parte recorrida; a sentença da R. Juíza relata que a
empresa responsável pelo seguro ao qual se discute a legitimidade,
logrou êxito em comprovar a regular contratação por parte do
requerente.
Ocorre Ínclitos Julgadores, que o recorrente não reconhece
a legitimidade das cobranças, pois nunca conheceu nenhum
representante da empresa, não viajou a Teresina, local da assinatura
do contrato, e nem mesmo possui instrução suficiente para saber do
que se trata um contrato de seguro.
Ademais, a assinatura constante no contrato de seguro
apresentado, não pode ao menos ser comparada com a assinatura do
requerente, pois não apresenta a menor semelhança. Trata-se de
uma rubrica muito bem elaborada, em quanto o requerente é
analfabeto funcional, mal sabendo assinar o próprio nome.
Vejamos uma comparação:

Esta evidente de que a assinatura constante no contrato de


seguro, não pertence ao requerente, sendo que pela discrepância
entre uma e outra, qualquer pessoa comum pode identificar sua
falsidade, sendo assim possível a dispensa do exame grafotécnico.
Vejamos:
CONSUMIDOR. REALIZAÇÃO DE CONTRATO
BANCÁRIO EM NOME DA
CONSUMIDORA/APELADA SEM SEU
CONSENTIMENTO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. FRAUDE BANCÁRIA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 479 DO STJ. DESNECESSIDADE
DE EXAME GRAFOTÉCNICO. FALSIFICAÇÃO
GROSSEIRA OU EVIDENTE. SENTENÇA
PUBLICADA NA VIGÊNCIA DO CPC/2015.
INCIDÊNCIA DA REGRA DO ART. 85, § 11, DO
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO.
MAJORAÇÃO DA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DE 10% (DEZ POR CENTO)
SOBRE O VALOR DA CAUSA PARA 15% (QUINZE
POR CENTO) SOBRE O VALOR DA CAUSA.
CONHECIMENTO E IMPROVIMENTO DO RECURSO.
PRECEDENTES. - As instituições financeiras
respondem objetivamente pelos danos gerados
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias (Súmula 479 do STJ). - Entende a
jurisprudência acerca do tema – fraude em
assinatura de contrato bancário – que a perícia
grafotécnica pode ser dispensada, mesmo na ação
que versa a falsidade de assinatura aposta em
contrato de adesão, quando são razoavelmente
divergentes a assinatura real da autora e aquela
que se apôs no instrumento contratual, havendo
ainda outras disparidades cadastrais indicativas
de fraude. - Assim, se a adulteração de
assinatura for evidente ou grosseira é
desnecessária, segundo a jurisprudência,
realizar perícia grafotécnica para aferir a
fraude bancária ocorrida. - A sentença
recorrida foi publicada já na vigência do Código de
Processo Civil de 2015, de modo que incide o
disposto no art. 85, § 11, ou seja, condenação em
honorários recursais. Em Primeiro Grau de
jurisdição, houve fixação de honorários em 10%
(dez por cento) sobre o valor da causa. Majoro tal
quantia para 15% (quinze por cento) sobre o
valor atribuído à causa.

(TJ-RN - AC: 20160101600 RN, Relator:


Desembargador João Rebouças., Data de
Julgamento: 22/11/2016, 3ª Câmara Cível)

Motivo pelo qual deve ser mantida inclusive a competência


dos Juizados Especiais, e julgada a causa com resolução de mérito,
senão vejamos:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO
SCPC. CONTRATO EVIDENTEMENTE
FRAUDADO. DESNECESSIDADE DE
PRODUÇÃO DE EXAME GRAFOTÉCNICO.
COMPETÊNCIA DO JUIZADO. DANO MORAL
CONFIGURADO. FIXAÇÃO ADEQUADA AO CASO
CONCRETO. RECURSO PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NA PARTE CONHECIDA,
DESPROVIDO. , esta Turma Recursal resolve, por
unanimidade de votos, CONHECER E NEGAR
PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do
vot (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0001162-
42.2015.8.16.0112/0 - Marechal Cândido Rondon
- Rel.: Rafael Luis Brasileiro Kanayama - - J.
16.02.2016)

(TJ-PR - RI: 000116242201581601120 PR


0001162-42.2015.8.16.0112/0 (Acórdão),
Relator: Rafael Luis Brasileiro Kanayama, Data de
Julgamento: 16/02/2016, 2ª Turma Recursal,
Data de Publicação: 18/02/2016);

Por todo o exposto deve a respeitável Sentença ser


reformada.

Sendo ao final declarada a inexistência da relação


jurídica de acordo com o art. 19, I do CPC e condenar a
Requerida a indenizar a Requerente pelos danos morais
injustamente provocados, com a consequente determinação
de repetição do indébito, nos termos do artigo 42, parágrafo
único, da Lei 8.078/90, Código de Defesa do Consumidor,
condenando a requerida a ressarcir em dobro o que cobrou
indevidamente da requerente, além das que vierem a ser debitadas
no curso da presente ação, acrescido de juros de 1% a. M. E
devidamente corrigidos conforme tabela da Corregedoria do TJPI,
tudo aplicado na data de cada desconto.

DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
1. O Recebimento, Conhecimento e Processamento do
presente RECURSO inominado, em razão de ser próprio e tempestivo;

2. No mérito, seja o presente recurso acolhido e provido


para modificar a sentença de primeira instância, julgando
procedentes todos os pedidos da inicial;

3. Seja a Recorrida condenada ao pagamento das custas


processuais e dos honorários advocatícios, fixando estes no máximo
admitido legalmente, no caso de sucumbência.
Nestes Termos em que,
Pede Deferimento.
Valença do Piauí-PI, 22 de fevereiro de 2019.

ANTONIO WILLIAM RICARDO DA SILVA


OAB/PI 16456

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