Você está na página 1de 10

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PRIVADO NÃO


ESPECIFICADO. AÇÃO DECLARATÓRIA
NEGATIVA DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ENDOSSO-TRANSLATIVO. PROTESTO INDEVIDO.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO.
É parte legítima para figurar no polo passivo da relação
jurídico-processual o banco que recebe o título por endosso-
translativo. Apesar de alegado, sequer veio aos autos a
demonstração da transmissão do título por endosso mandato.
DO PROTESTO INDEVIDO.
Provado o protesto indevido da duplicata, correta se mostra a
sentença que declarou a inexistência do débito com o
cancelamento definitivo do protesto. Há comprovação de
que o título protestado foi pago em data anterior ao
vencimento.
DO DANO MORAL.
O protesto sem causa gera dano moral indenizável. O dano
moral é presumido, decorre do próprio fato ilícito (in re
ipsa), caracterizado no protesto cambial.
Quantum a título de danos morais majorado.
JUROS DE MORA. Em casos de responsabilidade
extracontratual, como em exame, os juros moratórios são
devidos desde a data do evento danoso, em conformidade
com a súmula nº 54, do Superior Tribunal de Justiça.
Sentença mantida, no ponto.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. É descabida porquanto não
houve qualquer pagamento indevido a justificar a pretensa
repetição em dobro.
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. MAJORAÇÃO.
Tratando-se de sentença condenatória, os honorários
advocatícios devem ser fixados entre 10 e 20% sobre o valor
da condenação nos termos do art. 85, § 2º, do CPC/2015,
observadas as normas dos seus incisos.

NEGARAM PROVIMENTO AO PRMEIRO APELO E


DERAM PARCIAL PROVIMENTO A SEGUNDA
APELAÇÃO. UNÂNIME.

APELAÇÃO CÍVEL VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721- COMARCA DE NOVO HAMBURGO


92.2019.8.21.7000)

BRADESCO S.A. APELANTE/APELADO


1
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

VANER CORDOLINO DA SILVA APELANTE/APELADO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes da Vigésima Câmara Cível do


Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao primeiro apelo e dar
parcial provimento ao segundo apelo.
Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores


DES.ª WALDA MARIA MELO PIERRO E DES. DILSO DOMINGOS PEREIRA.

Porto Alegre, 10 de março de 2020.

DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN,


Relator.

RELATÓRIO
DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN (RELATOR)

Trata-se de recursos interpostos contra sentença das fls. 47/50, que julgou
parcialmente procedente os pedidos formulados por VANER CORDOLINO DA SILVA
contra BANCO BRADESCO S/A e INSTITUTO EDUCACIONAL OBJETIVO NH LTDA.
O dispositivo da sentença está assim redigido:

“(...)

ISSO POSTO, com fulcro no artigo 487, inciso I, do NCPC,


JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos
formulados por VÂNER CORDOLINO DA SILVA contra
BRADESCO S.A., declarando a inexistência do débito de
2
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

R$554,65, objeto do edital de intimação de protesto da fl. 15


e condenado o réu ao pagamento de indenização por danos
morais ao autor no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais),
corrigidos monetariamente pelo IGP-M, a contar desta
sentença e acrescidos de juros de mora de 12% (doze por
cento) ao ano, a contar do protesto.

Diante da sucumbência recíproca, com fundamento no


artigo 86 do NCPC, condeno a parte autora ao pagamento
de 50% das despesas processuais, incluídas as despesas que
foram antecipadas (art. 82, §2º, do CPC), e a ré ao
pagamento dos 50% restantes, na mesma forma explicitada.

Ainda, condeno o autor ao pagamento de honorários


advocatícios ao procurador da ré, no montante 10% sobre o
valor da causa e o réu ao pagamento de honorários ao
procurador do autor no percentual de 10% sobre o valor da
condenação, diante do grau de zelo dos profissionais, da
natureza da ação e especialmente pelo tempo exigido para
os seus serviços, uma vez que o processo tramitou por
aproximadamente três anos e houve o julgamento
antecipado, com fundamento no artigo 85, §2º do NCPC.

Fica vedada a compensação dos honorários advocatícios,


consoante art. 85, §14, do NCPC.

Outrossim, resta suspensa a exigibilidade da sucumbência,


em relação ao autor por ser beneficiário da AJG (artigo 98,
§3º, do CPC).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.


Novo Hamburgo, 11 de setembro de 2018.

Joseline Mirele Pinson de Vargas,


Juíza de Direito.

(...)”.

3
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

Em suas razões de apelo (fls. 52/64), BANCO BRADESCO S/A alega a


ilegitimidade passiva, pois afirma que se trata de recebimento do título por meio do endosso-
mandato, para a finalidade de cobrança. Sustenta que se trata de simples mandatário da corré,
credora das duplicatas em debate. Afirma que no endosso mandato não ocorre a transferência
dos direitos de crédito, mas apenas a posse do título, sendo o mandatário contratado para
realizar a cobrança. Quanto ao mérito, sustenta que figura como mero cobrador da carteira de
títulos apresentados pela empresa INSTITUTO EDUCACIONAL OBJETIVO NH LTDA,
credora da duplicata mercantil sacada contra a apelada. Afirma que apenas realizou o
procedimento determinado pelo mandante, efetuando a cobrança simples do título por ele
apresentado, não assumindo qualquer responsabilidade relativamente à cártula. Diz que deve
ser afastada a condenação ao pagamento de indenização a título de danos morais, uma vez
que não comprovados pela apelada, ou sucessivamente, adequado o quantum indenizatório,
observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. No tocante aos juros de
mora, sustenta que estese devem incidir a partir da fixação do quantum indenizatório. Requer
a reforma da sentença para fins de julgar improcedente a ação e, sucessivamente, afastar o
dano moral e/ou reduzir o quantum indenizatório; alterar o termo inicial da incidência dos
juros moratórios para a data do arbitramento da indenização.

VANER CORDOLINO DA SILVA, em suas razões do apelo (fls. 6873),


alega que deve ser majorado o quantum indenizatório, bem como aduz que a instituição
bancária deve ser condenada ao pagamento em dobro, em conformidade com o art. 42, §
único do CDC. Ainda, postula a majoração dos ônus da sucumbência, nos moldes do art. 85,
§ 2º, I, II, III e IV do CPC.
Após as contrarrazões, os autos foram remetidos a esta Corte.

Realizada audiência de conciliação, esta não houve entendimento (fl. 86).


Registro, por fim, que tendo em vista a adoção do sistema informatizado, os
procedimentos para observância dos ditames dos arts. 549, 551 e 552 do CPC foram
simplificados, mas observados na sua integralidade.

É o relatório.

VOTOS

DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN (RELATOR)

4
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

Eminentes colegas:

Recebo os apelos interpostos contra a sentença procedência parcial da ação


declaratória negativa de débito cumulada com indenizatória por danos morais.

Preliminar de legitimidade passiva do Banco réu.


A duplicata protestada, objeto da lide, foi registrada sob o número
003916487-0, no valor de R$ 554,65, conforme fl. 15.
A instituição bancária está legitimada a responder à ação que visa à
declaração de nulidade de título, porquanto recebeu a duplicata mediante operação de
desconto, o que implica endosso translativo dos direitos e da propriedade das duplicatas.

A instituição bancária tinha o dever de pesquisar a legitimidade de eventual


endosso, bem como toda a “vida pregressa” de determinada cártula, não sendo viável que se
exima de qualquer responsabilidade com a justificativa de ser mera apresentante do título.
Cumpria à instituição financeira, pois, averiguar a presença de todos os
requisitos aptos a caracterizar a validade da duplicata, diligenciando acerca da real existência
de todas as garantias necessárias antes de colocar a cártula em cobrança.

No caso, cabia ao banco demonstrar que não se trata de endosso translativo,


o que não foi feito.

Daí porque inequívoca a legitimidade passiva do banco réu, devendo ser


mantido no polo passivo desta ação.

A respeito, quanto à legitimidade passiva, cito julgado de relatoria da


Desembargadora Walda Maria Pierro Mello, integrante desta Câmara:

APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PRIVADO NÃO


ESPECIFICADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, CUMULADA COM
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DUPLICATA
SEM ACEITE. ENDOSSO TRANSLATIVO. TITULO
5
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

PROTESTADO SEM COMPROVAÇÃO DA CAUSA


SUBJACENTE. Tratando-se
de endosso translativo, responde a instituição financeira
pelos vícios do negócio, pois passou a ser a credora da
cártula, de forma que competia a ela as devidas precauções
quanto à regularidade do pacto que originou a emissão do
título. Legitimidade passiva caracterizada. Cumpria, assim, à
instituição financeira averiguar a presença de todos os
requisitos aptos a caracterizar a validade da duplicata,
diligenciando acerca da real existência de todas as garantias
necessárias antes de colocar a cártula em cobrança. No caso,
não restou comprovado que a instituição financeira tenha
assim agido, razão pela qual é parte legitimada a responder
por eventuais prejuízos. Precedentes desta Corte. Não
comprovada a relação jurídica existente entre as partes,
exsurge a necessidade de declaração de inexistência da
dívida, bem como de indenização por dano moral, até porque
não se tem dúvida quanto ao agir ilícito dos réus, haja vista
que levaram a protesto título sem a comprovação de negócio
jurídico havido com o autor. O protesto indevido, por si só,
causa dano extrapatrimonial. O dano moral, nestes casos, é
in re ipsa, prescindindo de prova quanto à ocorrência de
prejuízo concreto. O quantum indenizatório decorrente de
dano moral deve ser fixado levando-se em consideração as
condições pessoais do autor e do réu, sopesadas pelo
prudente arbítrio do julgador, com a observância da teoria do
desestímulo, isto é, o valor não deve enriquecer ilicitamente
o ofendido, mas há de ser suficientemente elevado para
desencorajar novas agressões à honra alheia. Majoração do
valor da indenização que se impõe. Honorários advocatícios
devidos aos procuradores do autor majorados.
AFASTARAM A PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE
PASSIVA DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA, DERAM
PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO DO AUTOR E
NEGARAM PROVIMENTO ÀS APELAÇÕES DOS
RÉUS. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº 70082352253,
Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Walda Maria Melo Pierro,

PROTESTO INDEVIDO.

6
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

Quanto ao mérito, compulsados os autos, observa-se que o autor comprovou


o pagamento do valor de R$ 554,65, em data anterior ao vencimento do título (dia
05/10/2013). O protesto foi feito em 22/10/2013 (fl. 15).

Não há, de outro lado, qualquer indicativo (ou mesmo alegação) da


existência de outro negócio entre as partes apto a gerar dívida diversa daquela cujo
pagamento foi demonstrado.
Registro que cabia à parte ré comprovar o efetivo inadimplemento do débito,
nos termos do disposto no art. 373, II, do NCPC, afastando o fato constitutivo do direito
alegado pela parte autora.

Assim, não tendo se desincumbido de tal ônus, necessário determinar o


cancelamento definitivo do protesto.

Nesse passo, encontram-se positivados os pressupostos ensejadores da


responsabilidade civil, pois há conduta culposa (efetivação do protesto da duplicata), nexo
causal e ocorrência de dano, o que gera o dever de indenizar.

DOS DANOS MORAIS. PEDIDO DE MAJORAÇÃO.


Conforme entendimento pacificado na jurisprudência, o dano
extrapatrimonial nesses casos de protesto indevido decorre do próprio fato, ou seja, a
ocorrência do dano é ipso facto. Por esse motivo, a prova do alegado dano moral é
dispensável. A ocorrência dos fatos narrados e comprovados (protesto efetivado) é suficiente
para a configuração de dano a ser indenizado.

No que diz respeito ao quantum dos danos morais, importa destacar que o
montante é baseado no prudente arbítrio judicial. Não existe um critério matemático ou uma
tabela para a recompensa do dano sofrido, mas o montante deve representar para a vítima
uma satisfação, capaz de amenizar ou suavizar o mal sofrido.

Deste modo, o valor não pode ser excessivo a ponto de ensejar o


enriquecimento sem causa, mas também inexpressivo a ponto de ser insignificante.

Diante desses critérios, tenho que o valor de R$ 5.000,00 fixados pela Juíza
de origem deve ser majorado para a importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acolhendo-
se o pedido de majoração feito pela parte autora/apelante.

7
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

JUROS DE MORA.

No tocante ao termo inicial dos juros de mora, a instituição bancária requer


que os juros sejam fixados desde a data do arbitramento da indenização (data da prolação da
sentença).
A sentença, por sua vez, fixou desde a data do protesto indevido.

Os juros de mora são devidos pelo réu desde a citação, nos casos de
responsabilidade contratual (artigo 405, do Código Civil), ou desde a data do evento danoso,
em casos de responsabilidade extracontratual (Súmula 54, do Superior Tribunal de Justiça).
No caso dos autos, uma vez que se trata de relação extracontratual, os juros
são devidos desde a data do evento danoso, conforme determinou a sentença.
Nesse sentido, cito julgado em relação ao termo inicial dos juros de mora:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO


ESPECIFICADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. CANCELAMENTO
DE PROTESTO. DANOS MORAIS. DUPLICATA SEM
ACEITE. TITULO PROTESTADO SEM COMPROVAÇÃO
DA CAUSA SUBJACENTE. Revendo posicionamento
anteriormente adotado, no caso de endosso-mandato o
endossatário só responde por danos materiais e morais se
ao levar o título a protesto, extrapolar os poderes de
mandatário, ou em razão de ato culposo próprio, como
apontamento depois da ciência acerca do pagamento ou da
falta de higidez do título. No caso, a instituição
financeira protestou título sem causa subjacente, motivo
pelo qual tem legitimidade para figurar no polo passivo da
demanda, ainda que tenha ocorrido o chamado endosso-
mandato. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e
desta Corte. O quantum indenizatório decorrente de dano
moral deve ser fixado levando-se em consideração as
condições pessoais do autor e do réu, sopesadas pelo
prudente arbítrio do julgador, com a observância da teoria
do desestímulo, isto é, o valor não deve enriquecer
ilicitamente o ofendido, mas há de ser suficientemente
elevado para desencorajar novas agressões à honra alheia.
Redução do valor fixado na sentença. Envolvendo a relação
8
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

jurídica responsabilidade extracontratual, o termo inicial


dos juros de mora devem incidir a contar do evento
danoso, nos termos da Súmula 54 do STJ. JULGARAM
PREJUDICADO O AGRAVO RETIDO E DERAM PARCIAL
PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME.(Apelação Cível,
Nº 70071827703, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo Pierro, Julgado
em: 15-03-2017)

Nego provimento, portanto, no aspecto.

REPETIÇÃO DO INDÉBITO. DO APELO DA PARTE AUTORA.

Relativamente ao pedido de repetição de indébito, é descabido porquanto


não houve qualquer pagamento indevido a justificar a pretensa repetição em dobro.

Na realidade, apenas houve o pagamento do valor que era efetivamente


devido.

Assim, não há falar em repetição de indébito.

HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.
Assiste razão ao apelo da parte autora em relação ao pedido de majoração
dos honorários sucumbenciais.
Considerando o trabalho adicional realizado em grau recursal pelo
advogado, o grau de zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço e a natureza e
importância da causa e o tempo exigido para o seu serviço (art. 85, §2º, incisos I, II, III e IV,
do CPC/2015), impõe-se a MAJORAÇÃO dos honorários advocatícios em favor do patrono
do autor para a monta de 20% sobre o valor do proveito econômico obtido.

Mantenho a verba honorária fixada pela sentença em relação ao procurador


da ré em 10% sobre o valor da causa.

9
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GJWH
Nº 70081068124 (Nº CNJ: 0078721-92.2019.8.21.7000)
2019/CÍVEL

Vedada a compensação dos honorários advocatícios, consoante art. 85, § 14,


do CPC.
Suspensa a exigibilidade da sucumbência, em relação ao autor por ser
beneficiário da AJG.

Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO AO APELO DO


BANCO BRADESCO S/A e DOU PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DA PARTE
AUTORA para majorar o valor da indenização por dano moral para R$ 10.000,00 (dez mil
reais) e majorar os honorários sucumbenciais em favor do patrono do autor.

DES.ª WALDA MARIA MELO PIERRO - De acordo com o(a) Relator(a).


DES. DILSO DOMINGOS PEREIRA - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. CARLOS CINI MARCHIONATTI - Presidente - Apelação Cível nº 70081068124,


Comarca de Novo Hamburgo: "NEGARAM PROVIMENTO AO PRIMEIRO APELO E
DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO SEGUNDO APELO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: JOSELINE MIRELE PINSON DE VARGAS

10

Você também pode gostar