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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro

PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/03/2024

Número: 0800837-36.2022.8.19.0005
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: Juizado Especial Adjunto Cível da Comarca de Arraial do Cabo
Última distribuição : 13/09/2022
Valor da causa: R$ 1.699,99
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer, Indenização Por Dano Moral - Outros
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JOSE RAIMUNDO DO NASCIMENTO (AUTOR)
IVAN DIAS RAYMUNDO JUNIOR (RÉU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10734 16/03/2024 18:40 Projeto de Sentença Projeto de Sentença
5108
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Comarca de Arraial do Cabo

Juizado Especial Adjunto Cível da Comarca de Arraial do Cabo

Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, s/n, sala 112, Centro, ARRAIAL DO CABO - RJ - CEP: 25

PROJETO DE SENTENÇA

Processo: 0800837-36.2022.8.19.0005

Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)

AUTOR: JOSE RAIMUNDO DO NASCIMENTO

RÉU: IVAN DIAS RAYMUNDO JUNIOR

Visto etc.

Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei n°. 9.099/95.

Considerando o disposto no art. 355, I, do Código de Processo Civil, inicio o julgamento


antecipado da lide.

DA FUNDAMENTAÇÃO

Trata-se de ação ajuizada por JOSE RAIMUNDO DO NASCIMENTO contra IVAN DIAS
RAYMUNDO JUNIOR, pela qual pretende a reparação por danos materiais no valor de R$
1.699,99 (um mil, seiscentos e noventa e nove reais e noventa e nove centavos), e a
compensação por danos morais no valor a ser arbitrado pelo mm. juízo.

Na petição inicial (Id. 29497935), a parte autora narra que adquiriu da parte ré um notebook, no
valor de R$ 1.699,99 (um mil, seiscentos e noventa e nove reais e noventa e nove centavos).

Ocorre que, após receber o produto, percebeu que estava com defeitos, momento em que
comunicou a parte ré, mas não obteve êxito na resolução do problema, conforme Id. 29497941/
29497943/ 29497947/ 29497948.

Assinado eletronicamente por: CAROLINA SEVERO REIS - 16/03/2024 18:40:28 Num. 107345108 - Pág. 1
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Número do documento: 24031618402794100000102155953
A parte ré foi citada/ intimada conforme Id. 59333426, apresentando sua contestação na forma
oral, em audiência de conciliação (Id. 76096567), argumentando disse que “efetuou a venda; que
entregou o produto em perfeitas condições; que mostrou toda a configuração do notebook no
momento da venda e na entrega do produto; que após o comprador, ora autor, contestar a venda,
teve o cancelamento imediato do contrato com a “STONE”, feito pela operadora, de maneira
unilateral; que o valor debitado foi negativado na sua conta da TON, operadora da STONE, até o
presente momento; que teve vários transtornos após esse fato, pois ficou sem efetuar vendas na
maquininha da TON; que foi procurado pelo autor, tendo o mesmo devolvido o produto em
perfeitas condições de quando efetuou a venda; que ficou em débito com a “TON” no valor da
venda; que o presente está negativado no valor da venda pela “TON”; que não teve condições de
fazer um acordo por já estar negativado no valor da venda na conta da “TON”.

Sem preliminares, nem prejudiciais, PASSO AO MÉRITO.

A relação jurídica estabelecida entre as partes é privada, regida pelas normas do Código Civil e
não pelo Código de Defesa do Consumidor.

Compulsando os autos, é possível verificar verossimilhança nas alegações autorais, eis que as
provas juntadas demonstram o contrato firmado entre as partes, e as tentativas de resolver o
problema com a parte ré.

Por outro lado, a parte ré não trouxe, conforme determina o art. 373, II, do Código de Processo
Civil, fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado pela parte autora, limitando-se,
tão somente, a argumentar que, apesar de a parte autora ter devolvido o produto, não pode
devolver os valores devidos por ter sido “negativado” (como sinônimo de bloqueado) na conta
“TON”, em razão de reclamação feita pela própria parte autora, mas sequer apresentou provas
quanto ao alegado.

Sobre a responsabilidade civil, o Código Civil prevê, no seu art. 186, que “Aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” O seu art. 927 completa que: “Aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Nesse contexto fático, e a existência do contrato assinado pela parte ré, impõe-se condenar a
parte ré a pagar à parte autora o valor de R$ 1.699,99 (um mil, seiscentos e noventa e nove reais
e noventa e nove centavos), a título de reparação por danos materiais.

Em relação ao pedido de compensação por danos morais, impõe-se a sua improcedência, eis que
a conduta da ré se enquadrou no mero aborrecimento inerente ao cotidiano, que não ultrapassou

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a esfera patrimonial da parte autora.

Nesse sentido:

SÚMULA Acordam os Juízes que integram a Turma Recursal dos JEC´s,


por unanimidade, em conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento nos
termos do voto do Exmo. Juiz Relator. VOTO (...) Dano moral que não
resulta in re ipsa. Ausência de prova qualquer de sua especial
repercussão. Mero descumprimento contratual de que não se recolhe
primo oculi lesão à direito da personalidade da pessoa, além dos
aborrecimentos que fazem parte da vida de relação. Ônus
sucumbenciais redistribuídos Recurso parcialmente provido. 0066332-
72.2022.8.19.0001 ¿ APELAÇÃO - 1ª Ementa - Des(a). MAURÍCIO
CALDAS LOPES - Julgamento: 23/09/2022 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA
CÍVEL. Assim, voto no sentido de conhecer do recurso, para acolher em
parte suas razões e julgar improcedente o pedido de danos morais,
mantendo-se no mais a sentença, tal como foi lançada. Sem ônus
sucumbenciais porque não verificada a hipótese prevista no artigo 55, caput,
da Lei 9099/95. (TJRJ. RECURSO INOMINADO 0802663-
20.2022.8.19.0063, Relator JDS DES. Guilherme Pedrosa Lopes, 5º
Turma Recursal, Dj 18/05/2023, Dje 25/05/2023)

DO DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS, com


fundamento no art. 487, I, do Código de Processo Civil, para:

CONDENAR a parte ré a pagar à parte autora o valor de R$ 1.699,99 (um mil, seiscentos e
noventa e nove reais e noventa e nove centavos), a título de reparação por danos materiais,
corrigido monetariamente pelo índice do CGJ/TJRJ, a partir da data de desembolso, e juros legais
de 1% (um por cento) ao mês, contados da citação;

E JULGAR improcedentes os demais pedidos autorais.

Sem custas e honorários de advogado, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95.

Caso o devedor não o efetue o pagamento no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado, o
montante da condenação será acrescido de multa no percentual de 10% (dez por cento), na
forma do art. 523, §1º, do Código de Processo Civil.

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Número do documento: 24031618402794100000102155953
Decorridos 90 (noventa) dias do arquivamento, os autos serão eliminados, na forma do art. 1º do
Ato Normativo Conjunto nº 5156/2009.

Anotem-se os nomes dos patronos indicados pela ré para futuras publicações.

Projeto de Sentença a ser submetido à homologação do Juiz Togado, na forma do art. 40 da Lei
9099/95.

ARRAIAL DO CABO, 16 de março de 2024.

CAROLINA SEVERO REIS

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