Você está na página 1de 14

Tribunal de Justiça do Piauí

PJe - Processo Judicial Eletrônico

15/09/2020

Número: 0814716-28.2019.8.18.0140
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 10ª Vara Cível da Comarca de Teresina
Última distribuição : 21/06/2019
Valor da causa: R$ 60.689,89
Assuntos: Correção Monetária
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EDIVALDO LIMA DA ROCHA (AUTOR) HENRY WALL GOMES FREITAS (ADVOGADO)
BANCO DO BRASIL SA (REU) NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
57262 22/07/2019 19:15 INTEIRO TEOR -TJ ALAGOAS-CONDENAÇÃO DO Documentos
32 BANCO DO BRASIL-FRAUDE NOS SAQUES DO
PASEP. DJ MACEIÓ, 16 DE
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

Apelação n. 0714532-50.2013.8.02.0001
Indenização por Dano Material
3ª Câmara Cível
Relator: Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly
Apelante: Banco do Brasil S/A
Advogado: Sérvio Túlio de Barcelos (OAB: 12855AA/L) e outro
Apelada: MARGARIDA MARIA DORVILLÉ DE MOURA GUERRA MOTTA
Advogado: Fernando Guerra Filho (OAB: 7809/AL)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL.


AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. RELAÇÃO DE CONSUMO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. SAQUE
INDEVIDO DE SALDO DO PASEP. FRAUDE. ALEGAÇÃO DO BANCO DE QUE
A AUTORA EFETUOU OS SAQUES, TENDO EM VISTA A NECESSIDADE DE USO
DE SENHA PESSOAL E INTRANSFERÍVEL. INSTITUIÇÃO BANCÁRIA QUE NÃO
SE DESINCUMBIU DE PROVAR A REGULARIDADE DO SAQUE. INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA RESPONDE INDEPENDENTE DE CULPA, PELAS FRAUDES E
DELITOS PRATICADOS NO ÂMBITO DAS OPERAÇÕES BANCÁRIAS. SÚMULA
479 DO STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO DE FORMA EXCESSIVA.
REDUÇÃO. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE.
PRECEDENTES DO ÓRGÃO FRACIONÁRIO. DANO MATERIAL MANTIDO.
RESTITUIÇÃO NA FORMA SIMPLES. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
REVISÃO DOS CONSECTÁRIOS LÓGICOS DA CONDENAÇÃO.
POSSIBILIDADE. MATÉRIA COGNOSCÍVEL DE OFÍCIO. FIXAÇÃO DOS
TERMOS INICIAIS DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA NO DANO
MATERIAL E NO DANO MORAL. SUBSTITUIÇÃO DA APLICAÇÃO
SIMULTÂNEA PELA TAXA SELIC. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM
PARTE.

Nos autos de n. 0714532-50.2013.8.02.0001 em que figuram como parte


recorrente Banco do Brasil S/A e como parte recorrida MARGARIDA
MARIA DORVILLÉ DE MOURA GUERRA MOTTA, ACORDAM os membros da
3ª Câmara Cível, á unanimidade de votos, em CONHECER do presente
recurso para, no mérito, e por idêntica votação, DAR-LHE PARCIAL
PROVIMENTO, nos termos do voto do relato.

Participaram deste julgamento os Excelentíssimos Senhores


Desembargadores mencionados na certidão retro.
Tribunal de Justiça

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 1
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

Maceió, 16 de novembro de 2017.

Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly


Relator
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

Apelação n. 0714532-50.2013.8.02.0001
Indenização por Dano Material
3ª Câmara Cível
Relator: Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly
Apelante: Banco do Brasil S/A
Advogado: Sérvio Túlio de Barcelos (OAB: 12855AA/L) e outro
Apelada: MARGARIDA MARIA DORVILLÉ DE MOURA GUERRA MOTTA
Advogado: Fernando Guerra Filho (OAB: 7809/AL)

RELATÓRIO

1. Cuida-se de apelação cível interposta pelo Banco do Brasil S/A , em


face de sentença (fls. 54/62) proferida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara
Cível da Capital, nos autos da ação de reparação de danos em
epígrafe, que julgou procedente os pedidos formulados por Margarida
Maria Dorvillé de Moura Guerra Motta , nos seguintes termos:
"Em face dos fundamentos acima expostos, JULGO PROCEDENTES os
pedidos, para condenar o banco réu, BANCO DO BRASIL S/A, ao
pagamento da quantia de R$ 4.825,00 (quatro mil oitocentos e vinte e
cinco reais), a título de reparação do dano material, valores que
deverão ser devidamente corrigidos até a data do efetivo pagamento,
tendo como termo inicial a data do evento danoso (Súm. 43 do STJ).

Condeno ainda na compensação do dano moral causado ao autor,


numa reparação compensatória, ao pagamento do valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais), valores que deverão ser devidamente
corrigidos até a data do efetivo pagamento, tendo como termo inicial
a data do arbitramento, conforme entendimento da Súmula 362 do
Superior Tribunal de Justiça e juros de mora legais, na base de 1% ao
mês, (art. 406 do Código Civil), a partir da ocorrência do evento
danoso.

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 2
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
Condeno, ainda o banco réu ao pagamento das despesas processuais
e dos honorários advocatícios, os quais fixo em 20% sobre o valor da
condenação, nos termos do § 3º, do art. 20, do CPC em vigor, a ser
atualizado até o efetivo adimplemento."

2. Irresignado, o apelante manejou o recurso em espeque sustentando


a inexistência do dever de indenizar, uma vez que não cometeu
nenhum ato ilícito. Nesse ponto, assegurou que o saque do saldo
referente ao PASEP da apelada fora realizado pela própria, devido ao
uso de senhas pessoais e intransferíveis.

3. Nessa linha de intelecção, o banco recorrente segue sustentando


que, ao
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

efetuar a entrega do valor referente ao PASEP, mediante solicitação de


saque com apresentação de senha, apenas agiu no exercício regular
de um direito seu.

4. Ademais, segue asseverando que a recorrida não comprovou o fato


constitutivo do seu direito, em desatenção às normas processuais civis,
de modo a não restar caracterizado o dano moral, e tampouco o dano
material, defendendo, no caso deste último, a imperiosa necessidade
de sua comprovação.

5. De mais a mais, o apelante segue argumentando que o valor


atribuído à reparação extrapatrimonial, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), é
excessivo e desproporcional, de modo a gerar o enriquecimento
indevido da apelada em seu detrimento.

6. Por essa razão, postulou, sucessivamente, a redução do quantum


atribuído ao dano moral, posto que excessivo e desproporcional.

7. Sem contrarrazões de apelação.

8. Intimadas as partes para ponderarem sobre os consectários da


condenação, apenas a apelada se manifestou (fls. 100).

É o relatório. Passo a expor o voto.


Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

VOTO

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 3
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
9. Presentes os requisitos de admissibilidade, passo à análise das razões
de mérito.

10. Conforme oportunamente relatado, na origem, tratou-se de ação


de reparação de danos, em razão de saque indevida na conta corrente
da apelada.

11. Em sua defesa, o banco recorrente sustenta que a apelada foi


responsável pelo saque discutido, porquanto tal operação demanda o
uso de senhas pessoais e intransferíveis.

12. Ademais, defende ainda que a apelada, ao postular a citada


reparação, não logrou êxito em comprovar o fato constitutivo do seu
direito, na medida em que não consegue se esquivar da afirmativa que
fora ela a responsável pela operação em discussão.

13. A controvérsia recursal cinge-se, portanto, a verificar se restou


comprovado, na hipótese dos autos, que a operação discutida fora
realizada mediante fraude, fazendo, assim, jus à respectiva
indenização.

14. Percorrendo o caderno processual, verifico que, ao propor a


demanda originária, a apelada instruiu a sua pretensão com extrato de
movimentação da conta relacionada ao PASEP (fls. 08/09), donde se
extrai que, de fato, em 28/04/2011 fora efetuado pagamento referente
ao valor de R$ 4.551,90 (quatro mil, quinhentos e cinquenta e um reais e
noventa centavos), mediante operação realizada na agência 1233-5,
situada no bairro do Farol.

15. No citado documento, há informações pessoais da apelada, a


exemplo da data de nascimento e do número de inscrição no CPF/MF,
constando ainda o informe de que a mesma seria aposentada, quando,
em verdade, à época, a apelada não se encontrava na inatividade.

16. Nesse ponto, registro que a informação equivocada de que a


apelada encontrava-se aposentada dá verossimilhança à alegação de
que o saque foi realizado mediante fraude. Isto porque, tal condição,
de inatividade, é uma das hipóteses autorizadoras do saque do saldo
do PASEP.

17. A apelada instruiu, ainda, a exordial com cópia de requerimento


Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 4
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
direcionado ao banco apelante, onde solicitou a abertura de
procedimento administrativo para apurar a situação em espeque.

18. Na contramão, o recorrente, quando da instrução processual, não


trouxe qualquer documento capaz de infirmar as alegações da
apelada, limitando-se a juntar à peça contestatória apenas os seus atos
constitutivos e o instrumento de procuração, vide documentos fls.
35/43).

19. Ademais, sobreleva registrar que o magistrado singular, por ocasião


do pronunciamento de fls. 15/16, reconheceu a aplicação do Código
de Defesa do Consumidor, tendo deferido a inversão do ônus da prova,
nos termos do art. 6, VIII da citada legislação.

20. Desta forma, resta evidenciado que o dever de provar que a


operação discutida pela apelada foi realizada regularmente, não
tendo sido realizada mediante fraude, era ônus que incumbia ao
apelante e que não foi atendido por ele.

21. De mais a mais, não pairando dúvidas acerca da aplicabilidade


do CDC à hipótese dos autos, posso a verificar a espécie de
responsabilidade atribuída ao apelante.

22. O Código de Defesa do Consumidor, ao disciplinar a


responsabilidade sobre o fato do produto ou serviço, assim dispôs:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu
fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.

23. Analisando o excerto acima destacado, extrai-se que a


responsabilidade do fornecedor de serviços pela reparação dos danos
causados em virtude de defeitos relativos à prestação do serviço
independe da existência de culpa, sendo, portanto, objetiva.

24. Através de rasa leitura do referido dispositivo observa-se, ainda, que


o legislador cuidou de elucidar o conceito de serviço defeituoso, qual
seja, aquele que não

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 5
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

oferece a segurança que dele se pode esperar, considerando-se


elementos como: o modo de seu fornecimento; o resultado e os riscos
que razoavelmente dele se esperam e à época em que o serviço foi
prestado.

25. Importa destacar que o parágrafo terceiro da norma em estudo


cuidou de relacionar as hipóteses de excludente de responsabilidade
do fornecedor de serviços, a saber: quando restar comprovado que,
tendo prestado o serviço, o fato inexiste; e quando a culpa for exclusiva
do consumidor, ou de terceiro.

26. Pois bem. Da subsunção do fato à norma, conclui-se que, em sendo


a responsabilidade do apelante objetiva, ou seja, prescindindo de
culpa, persiste o seu dever de indenizar.

27. Nessa linha, colaciono ementa de julgado do Superior Tribunal de


Justiça, em caso semelhante à dos autos, reconhecendo a
responsabilidade civil objetiva de instituição bancária em caso de
contratação fraudulenta:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CONSUMIDOR.


NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. INVESTIMENTO FICTÍCIO.
ESTELIONATO PRATICADO POR GERENTE DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
APLICAÇÃO DO CDC. DEFEITO DO SERVIÇO. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. Controvérsia acerca da prescrição da
pretensão indenizatória originada de fraude praticada por gerente de
instituição financeira contra seus clientes. 2. "As instituições bancárias
respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos
praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-
corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização
de documentos falsos -, porquantotal responsabilidade decorre do risco
do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno" (REsp
1.197.929/PR, rito do art. 543-C do CPC). 3. Ocorrência de defeito do
serviço, fazendo incidir a prescrição quinquenal do art. 27 do Código
de Defesa do Consumidor, quanto à pretensão dirigida contra a
instituição financeira. 4. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.(AgRg no
REsp 1391627 / RJ; Relator: Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO;Órgão
Julgador:T3 -TERCEIRA TURMA; Data do Julgamento: 04/02/2016; Data
da Publicação/ Fonte: DJe 12/02/2016) [original sem grifos]

28. Aliás, nesse sentido, impõe registrar que o Superior Tribunal de Justiça
perfilou entendimento, através da súmula de n.º 479, acerca da
responsabilidade objetiva das instituições financeiras, senão vejamos:

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 6
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos
gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias. (Súmula 479; Órgão
Julgador:S2 - SEGUNDA SEÇÃO; Data do Julgamento: 27/06/2012; DJe
01/08/2012 RSTJ vol. 227 p. 937) [original sem grifos]
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

29. Do excerto acima destacado tem-se que, na reparação de danos


por fortuito interno relativo a fraude e delitos praticados por terceiros, as
instituições bancárias respondem objetivamente.

30. Por outro lado, convém registrar que mesmo dispondo de meios para
comprovar a suposta celebração do negócio jurídico, o apelante
quedou-se inerte em fazê-lo. Isto porque, quando da contestação,
restringiu-se a fazer ilações, deixando de trazer aos autos documentos
capazes do consubstanciar suas alegações.

31. Com base no exposto, e considerando que, mesmo dispondo de


meios para comprovar a sua versão, o apelante não se desincumbiu de
fazê-lo, concluo pela sua responsabilização objetiva em ressarcir a
apelada pelos danos suportados.

32. Assim, não tendo o apelante se desincumbido de provar a


legalidade dos descontos que efetuou nos proventos de aposentadoria
da apelada, cumpre, neste momento, analisar o dano moral
decorrentes de tal ilícito.

33. O apelante afirma que na situação dos autos inexiste dano moral,
posto que a apelada, ao ingressar com a demanda originária deste
recurso, não cuidou de instruir os autos com elementos que indicassem
a existência dos fortes abalos por essa suportados, em decorrência dos
descontos indevidos em seu benefício previdenciário.

34. Mais uma vez, penso que não assiste razão ao apelante.

35. Isto porque a mera efetuação, por parte do apelante, de saques


indevidos em conta da apelada autoriza a presunção do dano moral.

36. Nessa senda, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no


sentido de que, em casos de fraude bancária, o dano moral é in re ipsa,
ou, presumido.

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 7
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. FRAUDE BANCÁRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO
MORAL IN RE IPSA. NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. INOVAÇÃO EM SEDE DE AGRAVO
REGIMENTAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECLUSÃO. RECURSO MANIFESTAMENTE
IMPROCEDENTE. IMPOSIÇÃO DE MULTA. ART. 557, § 2º, DO CPC. [...]
(AgRg no AREsp 92579 / SP; Relator: Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA;
Órgão Julgador: T4 - QUARTA TURMA; Data do Julgamento: 04/09/2012 ;
Data da Publicação/ Fonte: DJe 12/09/2012) [original sem grifos]

37. Na mesma linha do entendimento adotado pelo STJ, o Tribunal de


Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

Justiça do Estado de Alagoas, posicionou-se pelo reconhecimento do


dano moral. Senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOSMATERIAIS E


MORAIS C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO . PRELIMINAR EX OFFICIO: FALTA DE
INTERESSE RECURSAL QUANTO À ALEGAÇÃO DE RESTITUIÇÃO EM DOBRO.
SENTENÇA QUE CONDENOU O APELANTE À RESTITUIÇÃO SIMPLES DOS
VALORES INDEVIDAMENTE DESCONTADOS. NÃO CONHECIMENTO DO
APELO NESSE ASPECTO. MÉRITO: AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
REGULARIDADE DA CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
SUPRESSÃO REITERADA DE PARTE DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
DO AUTOR/APELADO. PARTE HIPOSSUFICIENTE. INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA NOS TERMOS DO ART. 373, II, NCPC E DO ART. 6º, VIII, LEI 8.078/90.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INTELIGÊNCIA DO ART. 14, DA LEI
CONSUMERISTA. DANO MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS.
RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJ/AL;
Apelação Cível 0700659-50.2015.8.02.0053; Relator (a): Des. Alcides
Gusmão da Silva; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento:
31/08/2017; Data de registro: 01/09/2017) [grifos aditados]

CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO


INDENIZATÓRIA COM PEDIDO LIMINAR. SENTENÇA QUE JULGOU
PROCEDENTE A PRETENSÃO AUTORAL, CONDENANDO O BANCO RÉU AO
RESSARCIMENTO, NA FORMA SIMPLES, DA QUANTIA INDEVIDAMENTE
SACADA DA CONTA BANCÁRIA DA AUTORA, EQUIVALENTE A R$
900,00 (NOVECENTOS REAIS), E AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS NO IMPORTE DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS). CARTÃO
CLONADO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA PELOS DANOS CAUSADOS POR FRAUDES PRATICADAS
POR TERCEIROS. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 479 DO STJ. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. PEDIDO DE MINORAÇÃO DA INDENIZAÇÃO
FORMULADO NO APELO PRINCIPAL. NÃO ACOLHIDO. PLEITO DE

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 8
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO ADUZIDO NA APELAÇÃO
ADESIVA. INDEFERIDO. CONDENAÇÃO FIXADA EM VALOR RAZOÁVEL.
TESE DE QUE A INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS DEVE SER
AFASTADA. NÃO ACATADA. PREJUÍZO MATERIAL DEMONSTRADO.
ARGUMENTO DE QUE O TERMO INICIAL DOS JUROS MORATÓRIOS
CORRESPONDE À DATA DO ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO.
REJEITADO. INTELIGÊNCIA
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

DA SÚMULA 54 DO STJ, A QUAL DETERMINA QUE OS JUROS MORATÓRIOS,


NO CASO DE RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL, FLUEM A
PARTIR DO EVENTO DANOSO. RETIFICAÇÃO DA SENTENÇA QUANTO AOS
ÍNDICES APLICÁVEIS ÀS INDENIZAÇÕES. OBSERVÂNCIA DOS ARTS. 322, §
1º, E 491, CAPUT E § 2º, DO CPC/15. RECURSOS CONHECIDOS E NÃO
PROVIDOS. DECISÃO UNÂNIME.(TJ/AL; Apelação Cível 0703060-
52.2013.8.02.0001; Relator (a): Des. Fábio José Bittencourt Araújo; Órgão
julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 13/09/2017; Data de
registro: 13/09/2017) [grifos aditados]

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOSMATERIAIS E


MORAIS. VALORES RETIRADOS INDEVIDAMENTE DE CONTAS-CORRENTES
DOS AUTORES/APELANTES.MONTANTE RESTITUÍDO
ADMINISTRATIVAMENTE. DANO MATERIAL REPARADO NO LIMITE DA
EXTENSÃO COMPROVADA. PLEITO DE ARBITRAMENTO DE REPARAÇÃO
MATERIAL ALÉM DA RECOMPOSIÇÃO PATRIMONIAL JÁ REALIZADA PELA
DEVOLUÇÃO DO MONTANTE. INDEVIDO. INDENIZAÇÃO MATERIAL QUE
NÃO COMPORTA PRESUNÇÃO. PLEITO DE APLICAÇÃO DE JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA AO QUANTUM REEMBOLSADO. ACOLHIDO.
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA A CONTAR DOS EFETIVOS DESCONTOS.
APLICAÇÃO UNICAMENTE DA TAXA SELIC. REPARAÇÃO MORAL. PEDIDO
DE MAJORAÇÃO DO QUANTUM FIXADO NA ORIGEM. NÃO ACOLHIDO. O
MONTANTE DE R$15.000,00 (QUINZE MIL REAIS) REALIZA O PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE ERAZOABILIDADE SOBRETUDO PORQUE NÃO
RESTOUCOMPROVADO ABALO À HONRA DA PESSOA JURÍDICA MAS TÃO
SOMENTE TRANSTORNO AO AUTOR/APELANTE PESSOA FÍSICA.
INDENIZAÇÃO MANTIDA NOS TERMOS FIXADOS NA SENTENÇA.JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA ALTERADOS EX OFFICIO. JUROS DE 1% (UM POR
CENTO) AO MÊS A PARTIR DO EVENTO DANOSO E CORREÇÃO
MONETÁRIA DO ARBITRAMENTO MOMENTO EM QUE SE DEVE APLICAR
UNICAMENTE A TAXA SELIC. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE
PROVIDO. (TJ/AL; Apelação cível 0500209-20.2007.8.02.0038; Relator (a):
Des. Alcides Gusmão da Silva; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data
do julgamento: 18/08/2017; Data de registro: 24/08/2017) [grifos
aditados]

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 9
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
38. É possível concluir, dos excertos acima destacados, que, em
situações idênticas, a subtração indevida de valores da conta corrente,
enseja a reparação por danos morais.
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

39. Dito isso, passo à análise do quantum fixado a título de reparação


pelos aludidos danos.

40. O magistrado a quo, ao quantificar os danos imateriais suportados


pela apelada, concluiu pelo pagamento de indenização no importe de
R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor esse que, a exemplo do apelante,
reputo excessivo.

41. É que cediço que a fixação do quantum indenizatório do dano


moral deve considerar aspectos tais quais: a gravidade da lesão; a
repercussão do dano; condição sócio-econômica dos envolvidos; o
caráter punitivo da medida e o efeito punitivo da medida.

42. Por outro lado, há que se destacar que a estipulação do quantum


não deve ser tão irrisória, a ponto de estimular a reincidência na prática
do ato lesivo; nem tão excessiva, a ponto de provocar o desequilíbrio
econômico das partes, com um eventual enriquecimento sem causa de
um, em detrimento do outro.

43. Pois bem. Tendo em mente tais ponderações, e considerando os


parâmetros adotados pelo órgão fracionário que componho, é que
reduzo o quantum indenizatório à ordem de R$ 6.000,00 (seis mil reais),
por entender que tal valor mostrase satisfatório à reparar a apelada
pelos danos suportados sem, contudo, causar um enriquecimento a que
não deu causa.

44. No que se refere aos prejuízos de natureza patrimonial, o apelante


insurge-se com relação à respectiva condenação, porquanto entende
que aqueles não restam efetivamente comprovados.

45. A despeito de tal alegação, todavia, entendo que o dano material


está devidamente comprovado através do extrato de fls. 8/9, de sorte
que a condenação patrimonial resta mantida.

46. Por fim, passo a verificar a fixação dos consectários lógicos da


condenação, os quais se tratam de matéria de ordem pública, sendo,
portanto, cognoscíveis de ofício. Para tanto, imperioso que registre que
na hipótese em discussão, os danos são contratuais, porquanto

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 10
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
decorreram do descumprimento contratual do apelante de administrar
com segurança o dinheiro da apelada.

47. Inicialmente, porém, destaco que, a partir da vigência do Código


Civil de 2002, passou-se a aplicar a taxa SELIC para os juros moratórios,
na forma do art.
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

406 do referido diploma legal, a qual excluiu a aplicação cumulativa de


correção monetária, em razão de esta já se encontrar embutida no
referido indexador.

48. Nesse sentido, segue julgado do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO DO


ARTIGO 186DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA. PLEITO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS . MORTE EM PRESÍDIO.
ESGANADURA. CABIMENTO DA INDENIZAÇÃO. ONUS PROBANDI DO
ESTADO. RESPONSABILIDADE CONFIGURADA. INDENIZAÇÃO FIXADA
NA SENTENÇA A QUO. JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
[...]
16. Nada obstante, o Eg. Superior Tribunal de Justiça invade a seara da
fixação do dano moral para ajustá-lo à sua ratio essendi, qual a da
exemplariedade e da solidariedade, considerando os consectários
econômicos, as potencialidades da vítima, etc, para que a indenização
não resulte em soma desproporcional.
[...]
20. A partir da vigência do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001) os
juros moratórios deverão observar a taxa que estiver em vigor para a
mora do pagamento de impostos devidos à FazendaNacional (artigo
406). Taxa esta que, como de sabença, é a SELIC, nos expressos termos
da Lei nº 9.250/95 . Precedentes: REsp 688536/PA, DJ 18.12.2006; REsp
830189/PR, DJ 07.12.2006; REsp 813.056/PE, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 16.10.2007, DJ 29.10.2007; REsp 947.523/PE,
DJ 17.09.2007;REsp 856296/SP DJ 04.12.2006; AgRg no Ag 766853/MG, DJ
16.10.2006.
21. Deveras, é cediço na Corte que o fato gerador do direito a juros
moratórios não é o ajuizamento da ação, tampouco a condenação
judicial, mas, sim, o inadimplemento da obrigação.
[...]
23. Consectariamente, aplica-se à mora relativa ao período anterior à
vigência do novo Código Civil as disposições insertas no

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 11
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
revogado Código Civil de 1916, regendo-se o período posterior pelo
diploma civil superveniente (REsp 745825/RS, DJ 20.02.2006).
[...]
28. A Tabela Única adotada na Corte (que agrega o Manual de
Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ), indica os
seguintes índices de correção monetária aplicáveis nas ações
condenatórias em geral (in casu, cuida-se de ação de indenização): (i)
ORTN, de 1964 a fevereiro de 1986; (ii) OTN, de março de 1986 a janeiro
de 1989; (iii) IPC/IBGE, em janeiro de 1989, no percentual de 42,72%
(expurgo, em substituição ao BTN); (iv) IPC/IBGE, em fevereiro de 1989,
no percentual de 10,14%
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

(expurgo, em substituição ao BTN); (v) BTN, de março de 1989 a março


de 1990; (vi) IPC/IBGE, de março de 1990 a fevereiro de 1991 (expurgo,
em substituição ao BTN e ao INPC de fevereiro de 1991); (vii) INPC, de
março de 1991 a novembro de 1991; (viii) IPCA série especial, em
dezembro de 1991; (ix) UFIR, de janeiro de 1992 a dezembro de 2000; (x)
IPCA-E, de janeiro de 2001 a dezembro de 2002; e (xi) SELIC, a partir de
janeiro de 2003 .
29. A inclusão da SELIC a partir de janeiro de 2003, a título de correção
monetária nas ações condenatórias em geral, consoante determinado
na aludida Tabela corrobora o entendimento daaplicação exclusiva do
referido índice a título de juros de mora, ex vi do artigo 406, do Código
Civil de 2002, uma vez que, em virtude da natureza da Taxa referida,
revela-se impossível sua cumulação com qualquer outro índice, seja de
juros, seja de atualização monetária .
[...]
31.Recurso especial provido (REsp 944.884/RS, Rel. Ministro FRANCISCO
FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/10/2007, DJe 17/04/2008).

49. A SELIC, portanto, substituirá a aplicação simultânea da correção


monetária e dos juros, no intuito de evitar que ocorra bis in idem, já que
o referido indexador engloba ambos.

50. Fixada essa premissa, passo a definir os índices e seus termos iniciais.

51. Sobre o dano moral contratual, deve ele ser acrescido de juros de
mora de 1% (um por cento) ao mês, desde a citação da apelante, nos
termos do art. 405, do Código Civil, ao passo que a correção monetária,
cujo índice deve ser o do INPC, incidirá a partir do arbitramento do valor
indenizatório, ou seja, da sentença, haja vista que somente com ela foi

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 12
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269
imposta a condenação, nos termos da Súmula/STJ nº 362: "A correção
monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data
do arbitramento".

52. No entanto, considerando que haverá cumulação, a taxa SELIC


deverá ser utilizada em substituição aos juros e correção monetária a
partir da data da sentença, de acordo com o art. 406, do Código Civil,
ficando determinado o seguinte: dano moral mantido com incidência
de juros de 1% (um por cento) ao mês desde a citação da apelante,
até a data do arbitramento do valor da condenação; a correção
monetária pelo INPC, contada do arbitramento da indenização,
momento a partir do qual passará a incidir unicamente a taxa SELIC,
que engloba tanto os juros quanto a correção monetária, a fim de evitar
o bis in idem.
Tribunal de Justiça
Gabinete do Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly

53. Sobre o dano material contratual, deve incidir, tão somente, a taxa
SELIC, haja vista que coincidentes os termos iniciais dos juros moratórios
(evento danoso) e da correção monetária (data do efetivo prejuízo),
consoante dispõem, respectivamente, as Súmulas 54 e 43.

54. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso de


apelação interposto para, no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO,
reduzindo o valor da indenização por danos morais para R$ 6.000,00 (seis
mil reais), bem como para, de ofício, fixar os juros e correção monetária
do valor da indenização da seguinte forma: danos materiais, aplicação
exclusiva da taxa SELIC, haja vista que coincidentes os termos iniciais
dos juros moratórios e da correção monetária; e danos morais, juros de
1% (um por cento) ao mês, desde a citação, e correção monetária pelo
INPC, contada do arbitramento da indenização, momento a partir do
qual passará a incidir unicamente a taxa SELIC, em atenção à regra do
art. 406, do Código Civil.

55. É como voto.

Maceió, 16 de novembro de 2017.

Des. Celyrio Adamastor Tenório Accioly


Relator

Assinado eletronicamente por: HENRY WALL GOMES FREITAS - 22/07/2019 19:15:20 Num. 5726232 - Pág. 13
http://tjpi.pje.jus.br:80/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19072219152031000000005483269
Número do documento: 19072219152031000000005483269

Você também pode gostar