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Unidade II

Unidade II
5 REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL

A palavra rede vem do latim retis e significa “entrelaçamento de fios”. Teixeira (2007, p. 15) aponta que o
termo tem sido utilizado na psicologia social “para definir o universo relacional de um indivíduo, ou seja,
o conjunto de relações e estruturas de apoio socioafetivo de cada um”. Além de o termo rede ser abordado
em diversos campos, ele não tem um conceito único. Há vários conceitos sobre rede, que se dividem em
diferentes tipos, dependendo de sua natureza e objetivos: redes sociais, de políticas, de causalidades, redes
semânticas e linguísticas, informacionais, virtuais etc.

Schlithler (apud Castro, 2007) destaca que uma característica importante das redes é que elas
rompem com o isolamento das pessoas e das organizações, evitam a duplicação de ações e viabilizam a
realização de atividades integradas, porque atuam de maneira sistêmica e sinérgica. O processo das redes
pode ser avaliado por meio da análise da concretização de seus princípios norteadores: horizontalidade,
diversidade, autonomia, processo decisório democrático‑participativo, participação ativa de todos os
integrantes, intercomunicação ampla e transparente (Schlitler apud Castro, 2007, p. 34).

Esse processo não é fácil, Faleiros (2001, p. 131) afirma que a rede é “uma articulação de atores em
torno [...] de uma questão disputada, de uma questão ao mesmo tempo política, social, profundamente
complexa e processualmente dialética”.

Teixeira (2007) assinala que as redes de políticas são uma tentativa de criar novas formas de
coordenação, capazes de atender às necessidades e características do contexto atual em que o poder
se apresenta – plural e diversificado –, constituindo um instrumento fundamental para a gerência das
políticas sociais em contextos democráticos, permitindo a construção de novas formas de coletivização,
socialização, organização solidária e coordenação social.

Tal análise dá subsídios para pensar a rede de proteção a crianças e adolescentes, pois ela denota um
novo arranjo do papel do poder público governamental e da sociedade civil, organizada em torno de
um interesse coletivo, que tem seus limites dentro de um sistema desigual e de fragilização das políticas
públicas. O termo rede sugere a ideia de articulação, conexão, vínculos, ações complementares, relações
horizontais entre parceiros, interdependência de serviços para garantir a integralidade da atenção a
segmentos, que se encontra em situação de risco social e pessoal, como crianças e adolescentes vítimas
de violência.

Pode‑se definir rede de proteção social como uma articulação de pessoas, organizações e instituições
com o objetivo de compartilhar causas e projetos, de modo igualitário, democrático e solidário. É a
forma de organização baseada na cooperação, na conectividade e na divisão de responsabilidades e
competências. Não é algo novo, mas fundamentalmente uma concepção de trabalho, é uma forma de
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trabalho coletivo, que indica a necessidade de ações conjuntas, compartilhadas, na forma de uma “teia
social”, uma malha de múltiplos fios e conexões. É, portanto, antes de tudo, uma articulação política,
uma aliança estratégica entre atores sociais (pessoas) e forças (instituições), não hierárquica, que tem
na horizontalidade das decisões e no exercício do poder os princípios norteadores mais importantes.

A PNAS/2004 descreve a rede socioassistencial como

um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade que


ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe
a articulação entre todas essas unidades de provisão de proteção social,
sob a hierarquia básica e especial e ainda por níveis de complexidade
(Brasil, 2005b, p. 94).

Observação

A rede de proteção faz parte do pacto democrático, de característica


territorial, construído pelo compromisso dos atores e gestores do sistema,
com participação dos sujeitos e da sociedade organizada.

A rede, em seu sentido mais amplo, está prevista pelo ECA, constituindo uma estratégia indispensável
na arquitetura do conceito de proteção integral.

A constituição de uma rede de proteção integral é um processo lento, participativo, democrático,


negociado e não impositivo. Efetiva‑se por meio da elaboração coletiva e adesão consciente a um
projeto de ação em comum.

É uma organização horizontal, isto é, prevê uma ausência de hierarquia entre colaboradores, livre
trânsito de informações, compartilhamento de poder e as ações são executadas por convicção, não
por obrigação. São definidos mecanismos de tomada de decisão e formação de consensos. Também
são elaboradas regras, de forma participativa, que deverão ser respeitadas por todos. A concepção de
rede permite que novos parceiros se agreguem, ampliando o espectro inicial de instituições e, portanto,
de alternativas de intervenção. Por isso, ampliar parceiros, envolver instituições governamentais e não
governamentais e a comunidade são diretrizes que norteiam a rede de proteção. Como partícipe de uma
rede, cada um tem o seu papel. Isso implica mudanças de postura e prática de não envolvimento e de
passar o problema adiante, tanto nos serviços como na própria comunidade.

Assim, a rede tem uma concepção de trabalho que dá ênfase à integralidade e à intersetorialidade,
envolvendo todas as instituições que desenvolvem atividades com crianças e adolescentes e suas
famílias, destacando‑se escolas, creches, unidades de saúde e hospitais.

Quanto à operacionalização, as redes de proteção se estruturam e se organizam a partir de múltiplos


níveis de operacionalização e devem contar com equipes multiprofissionais e interinstitucionais. Em
relação ao alcance, as redes devem atingir a resolutividade.
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O sistema de garantias de direitos só se efetivará com a implementação de políticas públicas


articuladas e transversais, sem isso, de nada adiantaria, por exemplo, um profissional de uma unidade de
saúde notificar um caso de violência contra uma criança ou um adolescente na pretensão de protegê‑los.

A rede de proteção deve estar organizada ou composta em:

Atenções primária, secundária e terciária: os níveis de atenção devem ser


diferenciados, de acordo com o estágio de desenvolvimento da criança
ou do adolescente, da dinâmica familiar e dos níveis de violência (tipo de
violência, duração, pessoas envolvidas etc).

Referência e contrarreferência: atendimento e encaminhamento para outras


organizações que atuam em áreas específicas, de acordo com a necessidade
da criança, do adolescente e da família, do tipo e da complexidade da
violência vivenciada.

Proteção jurídico‑social: defesa dos direitos de crianças e adolescentes em


situação de violência sexual. Buscar organizações que atuam na defesa
de direitos, escritórios modelos de universidades e outras parcerias, se
não houver profissionais da área jurídica no serviço de enfrentamento à
violência sexual.

Atendimento, de qualidade, de todos os casos de violência, sem exceção.


Deve‑se buscar a descentralização e a regionalização do atendimento, de
forma a possibilitar que as crianças e os adolescentes sejam atendidos o
mais próximo possível de suas residências.

Proteção imediata às crianças e aos adolescentes em situação de violência


sexual, bem como de suas famílias.

Imediato afastamento da situação de violência. Como define o art. 130 do


ECA, o agressor deve ser afastado no caso em que a moradia for comum.

Promoção da família: encaminhamento das famílias em situação de violência


para serem atendidas pelas demais políticas sociais públicas, de acordo com o
Plano de Intervenção, elaborado com a plena participação dos usuários, como
protagonistas. O atendimento deve proporcionar autonomia e independência
crescente das famílias nas dimensões econômica, social e cultural.
(Motti; Santos, [s.d.], p. 15).

Ramidoff (2011) analisa que a ideia de rede de proteção na área disciplinar da infância e da juventude
não deve se limitar apenas ao âmbito jurídico, orienta sobre a comunicação entre os segmentos
sociais. Os poderes públicos são a pedra angular para a articulação das ações governamentais e não
governamentais.
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Para a construção das redes de proteção de atendimento direto à criança e ao adolescente, os


sistemas de garantias se direcionam ao atendimento de cada um dos vetores que vão assegurar a
dignidade da pessoa humana.

Já os sistemas de garantias – direitos fundamentais; prevenção; política de atendimento; medidas


de proteção; medidas socioeducativas; e, garantias fundamentais (processuais) – são estabelecidos e
articulados de forma integrada pelo regime jurídico estatutário.

5.1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)

À guisa da doutrina de proteção integral, que deve envolver todas as políticas setoriais (saúde,
assistência social, educação, esporte, cultura, lazer).

A regulamentação dos dispositivos constitucionais promovida pelo ECA fixou uma nova concepção,
organização e gestão das políticas de atenção a esse segmento etário da sociedade, dando origem a um
sistema de garantia de direitos.

A construção de um sistema de direitos objetiva a garantia de direitos nas diversas instâncias


da sociedade e do poder estatal através de efetividade e da eficácia de ações que dependem de
articulação intersetorial, interinstitucional, intersecretarial e até intermunicipal.

O sistema deve ser expandido, e não fechado em si; deve contemplar a ação de vários atores para
atender crianças e adolescentes, sendo, portanto, não uma instituição, mas uma forma de ação em
que se conhece e reconhece o papel dos demais, as articulações, as relações e as complementaridades
desses papéis.

Um dos princípios norteadores da construção de um sistema de garantia de direitos é a sua


transversalidade: diferentes aspectos são mutuamente relacionados, em organizações e conexões
que supõem articulações intersetoriais, com definição clara de papéis dos diversos autores sociais,
situando‑os em eixos estratégicos e inter‑relacionados, conjugando transversal e intersetorialmente as
normativas legais, as políticas e as práticas.

Baptista (2012, p. 188) concluiu o seguinte:

Em síntese, na perspectiva de sistema, a organização das ações


governamentais e da sociedade, em face de determinada questão foco,
precisa ser concebida e articulada como uma totalidade complexa,
composta de uma trama sociopolítica operativa: um sistema agrega
conjuntos de sistema espacial e setorialmente diferenciados.

Portanto, as ações governamentais e da sociedade organizada se articulam, agregando conjuntos de


sistema espacial e setorialmente diferenciados.

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Diante desses aspectos, é preciso tecer redes junto às organizações que compõem o SGDCA,
articulando todos os atores dispostos a atuar pelo bem comum desse segmento.

Para a efetiva garantia dos direitos à criança e ao adolescente, o ECA definiu novas estruturas com
esse objetivo, e os conselhos de direitos ganharam destaque.

Os conselhos de direitos são instrumentos que viabilizam esses direitos na concepção da doutrina
da proteção integral; promovem discussão, formulação e deliberação da política social para crianças e
adolescentes, sendo organizados nas três esferas de governo.

A Resolução n. 113, de 19 de abril de 2006, publicada pelo Conanda, define a configuração,


competência e finalidades do SGDCA.

Art. 1º. O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente


constitui‑se na articulação e integração das instâncias públicas
governamentais e da sociedade civil na aplicação dos instrumentos
normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e
controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente,
nos níveis federal, estadual, distrital e municipal.

§ 1º. Esse sistema articular‑se‑á com todos os sistemas nacionais de


operacionalização de políticas públicas, especialmente nas áreas de saúde,
educação, assistência social, trabalho, segurança pública, planejamento,
orçamentária, relações exteriores e promoção da igualdade e valorização
da diversidade.

Art. 2º. Compete ao Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do


Adolescente promover, defender e controlar a efetivação dos direitos
civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, coletivos e difusos, em sua
integralidade, em favor de todas as crianças e adolescentes, de modo que
sejam reconhecidos e respeitados como sujeitos de direitos e pessoas em
condição peculiar de desenvolvimento, colocando‑os a salvo de ameaças
e violações a quaisquer de seus direitos, além de garantir a apuração e
reparação dessas ameaças e violações (Conanda, 2006).

A articulação e a integração deverão existir no funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa


e controle de direitos, os quais serão explanados e detalhados nos eixos estratégicos ou estruturantes do
SGDCA nos níveis de governos, ou seja, federal, estadual, distrital e municipal.

Importante destacar que o SGDCA, o ECA (art. 86) e a CF (art. 227) identificam os atores responsáveis
para assegurar esses direitos dentro do trinômio respeito (não violação), proteção (impedir a violação
por terceiros) e garantia (ações concretas para realizar os direitos).

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O SGDCA é, portanto, um órgão no qual governo e sociedade, de forma paritária, formulam políticas
públicas e decidem sobre a aplicação dos recursos destinados ao cumprimento do ECA na esfera federal.

Sales (apud Monfredini, 2013, p. 73) registra que o Conanda

é responsável pelo monitoramento nacional das expressões da questão


social da infância e adolescência e pela regulamentação de medidas – por
meio de resoluções, afeitas e esse segmento, bem como dos conselhos de
direitos e conselhos tutelares de todo o país.

No art. 3º são desenhadas as estratégias de atendimento, com as seguintes premissas:

I – efetivação dos instrumentos normativos próprios, especialmente da


Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos da Criança e do
Estatuto da Criança e do Adolescente;

II – implementação e fortalecimento das instâncias públicas responsáveis


por esse fim; e

III – facilitação do acesso aos mecanismos de garantia de direitos, definidos


em lei (Conanda, 2006).

Assim, o art. 24 elenca os mecanismos estratégicos à disposição para a garantia de direitos:

I – judiciais e extrajudiciais de exigibilidade de direitos;

II – financiamento público de atividades de órgãos públicos e entidades


sociais de atendimento de direitos;

III – formação de operadores do sistema;

IV – gerenciamento de dados e informações;

V – monitoramento e avaliação das ações públicas de garantia de direitos;

VI – mobilização social em favor dessa garantia (Conanda, 2006).

Lembrete

Os conselhos de direitos são instrumentos de cidadania, integrando


Estado e sociedade civil na formulação e na execução das políticas públicas
para o atendimento dos direitos de crianças e adolescentes.
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O SGDCA propõe uma gestão descentralizada e participativa, com o dever da União de estruturar
um órgão específico e autônomo que se responsabilizará pela política de atendimento dos direitos
humanos de crianças e adolescentes dentro dos objetivos de articulação e fortalecimento.

O órgão consiste em um núcleo estratégico conceitual, com as seguintes funções: manter o


Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia) articulado nas três esferas de governo;
apoiar técnica e financeiramente os programas de proteção de direitos e medidas socioeducativas;
coordenar o Sinase e o Sistema Nacional de Proteção de Direitos Humanos, em especial os programas
de enfrentamento à violência, de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte, programas e
serviços de convivência familiar e comunitária etc.

No tocante à questão do monitoramento das informações, Rezende (2014, p. 8) esclarece o seguinte:

Ao contrário dos demais sistemas oficializados no Brasil, como o Sistema


Único de Saúde (SUS), ou o Sistema Único da Assistência Social (Suas), o
SGDCA [...] além de não estar sob a gestão de um único organismo (como
os demais sistemas, sob a gestão do governo brasileiro), ele não se refere
aos aspectos operacionais, às regras precisas e detalhadas de operação
dos atendimentos. Ao contrário, estabelece estratégias gerais de ação, que
devem ser seguidas e adaptadas a cada realidade, permitindo que os atores
sociais estabeleçam novas formas de implementá‑las, de acordo com suas
realidades e potencialidades.

Portanto, o sistema é um conjunto articulado de pessoas e instituições que atuam para efetivar os
direitos do segmento infantojuvenil. Pauta‑se em três eixos estratégicos: promoção dos direitos, defesa
dos direitos e controle social.

No eixo da promoção dos direitos, trata‑se da política de atendimento à criança e ao adolescente.


É o eixo situado no campo de formulação e operação de políticas no qual são criadas as condições
materiais para que a liberdade, a integridade e a dignidade de crianças e adolescentes sejam respeitadas
e suas necessidades básicas atendidas. Esse eixo ainda traz a responsabilidade na transformação em
ação dos direitos garantidos na CF e no ECA.

Exemplos de órgãos responsáveis: o governo como um todo, os conselhos de direitos e as organizações


não governamentais.

Em seu art. 14, a Resolução n. 113 (Conanda, 2006) dispõe:

Articulação de políticas públicas: infraestrutura; institucional, econômica


e social.

Satisfação de necessidades básicas: Saúde (SUS), Segurança Pública, Escolas,


Espaços de Lazer, roupa, alimentação.

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Descentralização administrativa.

Políticas Sociais (ex: Bolsa‑Família; Peti – Programa de Erradicação do


Trabalho Infantil).

O eixo de defesa de direitos tem o objetivo de cessar as violações contra a infância e a juventude.
É a via do acesso à justiça, às instâncias públicas e aos mecanismos jurídicos de proteção legal
dos direitos humanos, gerais e especiais. O eixo tem a atribuição de assegurar a sua impositividade
e exigibilidade, sendo formado por órgãos responsáveis por garantir a defesa, a fiscalização e as
sanções quando ocorre o descumprimento de leis, tais como Ministério Público, o juiz de direito, a
Polícia Militar, a Polícia Civil, o Conselho Tutelar.

O eixo do controle social é exercido pelos conselhos de direitos, ou seja, traz a noção de efetivação
da política de fato: acompanhamento, avaliação e monitoramento das ações antes previstas.

Os conselhos são espaços de participação da sociedade civil para a construção democrática de


política públicas. São formados por membros da sociedade civil organizada e são atuantes nas esferas
de governo. Trata‑se de conselhos setoriais de formulação e controle de políticas públicas voltadas a
crianças e adolescentes e têm caráter deliberativo, normativo ou consultivo.

Da perspectiva organizacional, o sistema ancora‑se na integração interdependentemente de um


conjunto de atores, instrumentos e espaços institucionais (formais e informais), que contam com
seus papéis e atribuições definidos no ECA. Em relação à gestão, o sistema funda‑se nos princípios da
descentralização político‑administrativa e da participação social na execução das ações governamentais
e não governamentais de atenção à população infantojuvenil.

A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente operacionaliza‑se por meio de


três tipos de programas, serviços e ações públicas:

• Serviços e programas das políticas públicas, especialmente das políticas sociais, alusivos aos fins
da política de atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

• Serviços e programas de execução de medidas de proteção de direitos humanos.

• Serviços e programas de execução de medidas socioeducativas e assemelhadas.

Em síntese, o sistema traz a ideia de funcionamento articulado. O atendimento fala de condições


socioeconômicas e políticas novas, com capacidade de atendimento universal (promoção). As
garantias remetem aos instrumentos para proteger, assegurar e fazer cumprir os direitos (defesa) e
as ações dependerão da capacidade da sociedade em organizar‑se, fiscalizar, monitorar e subsidiar
(controle social). Portanto, a efetividade do SGDCA resulta da interação entre atores, instrumentos e
espaços institucionais em cada uma das três frentes, bem como da complementaridade e do reforço
mútuo entre elas.

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Figura 8

Um ponto essencial é a articulação das políticas públicas e sociais em prol da atenção à criança e ao
adolescente. A PNAS, em consonância com os preceitos constitucionais e as linhas de ação preconizadas
pelo ECA, garante a responsabilidade estatal, a universalização do acesso de todos os brasileiros aos
direitos sociais e às condições de uma vida digna, em especial crianças e adolescentes.

Para tanto, a política pública é direcionada para a efetivação dos direitos infantojuvenis, tendo
como centralidade a família, na perspectiva de fortalecimento ou resgate dos vínculos familiares,
desenvolvendo ações voltadas à orientação, ao apoio e à promoção social dos pais/responsáveis
(e demais integrantes do núcleo familiar) na prevenção da violação dos direitos no âmbito familiar.

Na efetivação do SGDCA, os atores são desafiados ao cumprimento do aparato legal, ou seja, de


se empoderarem de suas funções e prerrogativas. Um exemplo importante é o empoderamento dos
conselhos de direitos, efetivando processos permanentes, qualificados, participativos e transparentes,
em cada localidade, de diagnóstico e definição de prioridade.

O Conselho Tutelar integra o SGDCA, com funções e atribuições previstas legalmente, com forte
potencial para provocar a implementação de políticas públicas – característica ainda pouco explorada
na atuação da rede de proteção social. A análise e o detalhamento dos aspectos que envolvem
o atendimento da criança e do adolescente sob o paradigma da proteção integral permitem a
contextualização dos desafios à execução e ao fortalecimento do SGDCA consoante às diretrizes e às
prerrogativas normativas e legais.

Segundo o ECA (Brasil, 1990, art. 131), o Conselho Tutelar “é órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta lei”.

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DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

O ECA ainda traz suas atribuições no art. 136:

I – atender a crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,


aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;

II – atender e aconselhar os pais ou o responsável, aplicando as medidas


previstas no art. 129, I a VII;

III – promover a execução de suas decisões, podendo, para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço


social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento


injustificado de suas deliberações.

IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração


administrativa ou penal contra os direitos da criança ou do adolescente;

V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as


previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

VII – expedir notificações;

VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente


quando necessário;

IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta


orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente;

X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos


direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou


suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção
da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei
n. 12.010, de 2009).

XII – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,


ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas
de maus‑tratos em crianças e adolescentes (Incluído pela Lei n. 13.046, de
2014) (Brasil, 1990).

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Unidade II

O Conselho Tutelar tem um papel vital no conhecimento das demandas em relação à criança e ao
adolescente. Quando sua atuação é eficiente, é possível direcionar, encaminhar e monitorar melhor
situações de violação de direitos, ampliando as possibilidades de resolutividade.

Saiba mais

Para aprofundar seu conhecimento, recomenda‑se assistir à


seguinte série:

CONSELHO tutelar. Direção: Rudi Lageman. Brasil: Record, 2014. 45 min.


(15 episódios).

Observação

O Sinase é o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios para


execução de medidas socioeducativas, aplicadas aos adolescentes em
conflito com a lei.

Há ainda o Conselho Municipal da Criança e Adolescente (CMDAC), Conselho Estadual dos Direitos da
Criança e Adolescente (Condeca) e Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda),
além dos demais conselhos de políticas públicas como assistência social, saúde e educação, conselho da
juventude, mulheres e pessoas com deficiências.

Outras ações são importantes, como a participação nas reuniões intersetoriais, em que é definido
um processo de construção compartilhada, integração de ações, saberes e esforços de diferentes
setores, com o objetivo de construir objetos comuns de intervenção entre setores diversos, que implica
o estabelecimento de corresponsabilidade e cogestão pela melhoria da qualidade de vida da população
e enfrentamento mais articulado dos problemas sociais.

6 A INTERSETORIALIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA ATENÇÃO À


CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

Segundo Silva (2022), a intersetorialidade é prevista nas mais variadas legislações, como as leis
que dispõem sobre a criação e implementação do SUS e Suas. Ela ainda é basilar na lei que rege as
ações para a infância e juventude, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n. 8.069/1990
(Brasil,1990). A partir desse marco legal, inaugura‑se a Doutrina da Proteção Integral, que defende a
absoluta prioridade por parte das políticas sociais no atendimento a todas as crianças e adolescentes,
garantindo que estes sejam protegidos de quaisquer violações de direitos e tenham acesso igual aos
serviços e ações necessárias para o seu pleno desenvolvimento.

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DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

Segundo Cifali (2020), o ECA determina que os entes federativos devem atuar de forma articulada
na elaboração de políticas públicas e promover espaços intersetoriais locais para a articulação de
ações, com a participação de profissionais da saúde, da assistência social, da educação e dos órgãos
de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

A Lei n. 13.431/2017, conhecida como Lei da Escuta Especializada, e o Decreto n. 9.603/2018, que
a regulamenta, também destacam tais elementos, apontando a relevância das ações intersetoriais
integradas e articuladas como forma de organizar o atendimento a crianças e adolescentes com a
finalidade de garantir um atendimento integral de suas necessidades, especialmente no que diz respeito
a vítimas ou testemunhas de violência.

Assim, de acordo com Silva (2022), há um consenso na literatura especializada sobre a importância da
intersetorialidade nas políticas sociais e sua tarefa de integrar os distintos setores públicos amenizando
a histórica fragmentação existente nessas políticas. Assim:

Apesar de constituir‑se enquanto polissêmico, o conceito trazido pelas áreas


que se debruçam sobre o estudo da intersetorialidade mira para uma mesma
direção: a superação do isolamento existente entre os setores públicos,
sejam eles estatais ou não (Silva, 2022, p. 1).

Portanto, Silva (2022) orienta mobilizar órgãos e serviços vinculados a diferentes setores das políticas
públicas, como o Conselho Tutelar, Conselhos de Direitos da Criança e Adolescente, sistema de justiça,
rede socioassistencial, de educação e saúde, o que é fundamental para assegurar a proteção integral de
crianças e adolescentes, bem como a de suas famílias.

Entretanto salienta que essa articulação em rede ainda é frágil em grande parte dos municípios
brasileiros, sendo possível observar a ausência de fluxos definidos, a dificuldade de comunicação entre
os órgãos e serviços, o desconhecimento por parte dos atores sobre os demais órgãos e serviços da rede,
a fragmentação das atividades, entre outras questões que dificultam o atendimento integral de crianças
e adolescentes para além das dificuldades orçamentárias.

Por isso, a conjugação de esforços para articulação do SGD é fundamental a fim de evitar a submissão
de crianças e adolescentes aos procedimentos desnecessários, morosos, repetitivos ou invasivos que
podem levar à violência institucional e à revitimização.

Assim, Silva (2022) apresenta nesse contexto que o papel do Ministério Público é fundamental
para a articulação da rede de proteção local como fiscalizador da ordem jurídica, incumbido de apurar
irregularidades e infrações administrativas, a instituição pode e deve realizar a fiscalização de políticas
públicas, mesmo quando não constatado qualquer ato ilícito.

Tal prerrogativa oferece a possibilidade de atuação preventiva, garantindo que o órgão possa
monitorar e auxiliar na regularização e aperfeiçoamento de tais políticas. Como também romper a
fragmentação do atendimento é um avanço a ser comemorado.

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Unidade II

Assim, conclui que, para a proteção integral ser efetiva no campo das políticas públicas, é preciso,
necessariamente, que os diferentes órgãos e serviços voltados ao público infantojuvenil atuem de forma
conjunta e articulada, potencializando suas ações, em consonância, ainda, com a responsabilidade
compartilhada prevista no art. 227 da CF.

Silva (2022) realiza pesquisa sobre a intersetorialidade nas políticas que se dedicam à infância e
adolescência com o objetivo de discutir sobre como tem se efetivado a intersetorialidade no atendimento
a crianças e adolescentes em situação de violência intrafamiliar no Brasil.

Entretanto considera que apesar das modificações após a CF (Brasil, 1988), que visavam a
universalidade das políticas, o desenvolvimento das ações ainda sofre entraves políticos‑administrativos
e históricos, não garantindo, em muitos casos, a integralidade dos direitos.

Mas, embora o ECA fundamente‑se na responsabilização de um conjunto de atores (família, sociedade


e poder público) para a consolidação da intersetorialidade já anunciada nas legislações das políticas
sociais, a conversão da lei em prática passa por distintos percalços:

já que temos como grande desafio a construção de um trabalho que mire a


totalidade por meio de políticas histórica e estruturalmente fragmentadas;
a luta por direitos sociais no seio de uma sociedade que promulga leis para a
sua garantia, contraditoriamente não oferece recursos institucionais e
financeiros para a consolidação daqueles e a edificação de um trabalho
pautado na lógica interdisciplinar por intermédio de políticas que se
instituíram, paradoxalmente, em um cenário de esvaziamento das relações
entre os saberes (Silva, 2022, p. 1).

A intersetorialidade entre os setores públicos ainda se encontra distante daquilo preconizado


pelas diretrizes das políticas sociais, já que o atendimento integral, por meio do trabalho intersetorial,
necessita, primeiramente, partir de uma visão que contemple crianças e adolescentes como um todo
indivisível, e não como sujeitos passíveis de fracionamento.

Assim, para Silva (2022), considerando as condições objetivas em nossos dias, afirma que a
intersetorialidade é aquela que cumpre a sua função, ou seja, aquela preconizada pelas diretrizes,
princípios e objetivos das políticas sociais, executando o previsto por elas, partindo da questão:

Se o Estado democrático em sua tentativa de consolidação dos direitos


promete políticas sociais para a amenização das expressões da questão
social, cabe a ele cumprir os compromissos firmados sobre a lógica da
igualdade jurídica. Contudo, vemos que nem aquilo que foi prometido tem
se efetivado (Silva, 2022, p. 1).

Portanto, salienta que o trabalho em rede se alicerça sobre a realização de atividades que não isolem
crianças, adolescentes e pessoas idosas a um único serviço, apontando todos os núcleos de inserção como
importantes para o enfrentamento às violências, isto é, família, comunidade, sociedade civil e poder público.
128
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

6.1 Política de assistência social

A PNAS/2004, consolidada através do Suas, incorporado à Loas pela Lei n. 12.435, de 2011, tem como
ação estratégica a construção de um sistema de proteção social que verse num direcionamento único.

Conforme a PNAS/2004 (Brasil, 2005b, p. 90), que implementa o art. 6º da Loas, a proteção social

consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios


ofertados pelo Suas para redução e prevenção do impacto das vicissitudes
sociais e naturais ao ciclo da vida, à dignidade humana e à família como
núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional.

Assim, a proteção social implica direitos, sistema de garantias, rede de atores e compromisso.

O Suas definiu e organizou a assistência social em torno de três objetivos: a proteção social, a
vigilância social e a defesa dos direitos socioassistenciais, instaurando em todo o território brasileiro um
mesmo regime geral de gestão e inscrevendo as atenções de assistência social no campo público e no
campo dos direitos humanos e sociais, estruturados pela matricialidade sociofamiliar, descentralização
político‑administrativa e territorialidade.

Observação

A proteção social faz menção às práticas institucionalizadas usadas


pelas sociedades para socorrer os segmentos em vulnerabilidade social.

Compreende‑se como proteção social “[...] formas institucionalizadas que as sociedades constituem
para proteger parte ou conjunto de seus membros” (Brasil, 2004, p. 31). Ou seja, formas previamente
institucionalizadas para atender pessoas que estejam vivenciando situações de vulnerabilidade social.

No caso, os membros ou pessoas que necessitam do sistema de proteção social estão elencados pela
PNAS com a terminologia usuários. Observe o excerto a seguir:

Cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e


riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos
de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades
estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal
resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e/ou no acesso às demais
políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de
violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária
ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e
alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco
pessoal e social (Brasil, 2004, p. 33).

129
Unidade II

Assim, serão essas pessoas as contempladas com as intervenções da assistência social tanto no
âmbito da proteção social básica como da proteção social especial.

Por sua vez, a proteção social é descrita como:

institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger parte ou o


conjunto de seus membros. Tais sistemas decorrem de certas vicissitudes
da vida natural ou social, tais como velhice, doença, infortúnio, privações.
[...] Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de distribuição e
redistribuição de bens materiais (como comida e dinheiro) quanto os bens
culturais (como os saberes) que permitirão a sobrevivência e a integração,
sob várias formas na vida social. Ainda, os princípios reguladores e as
normas que, com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades
(Brasil, 2004, p. 31).

A Tipificação Nacional de serviços socioassistenciais (Brasil, 2009; Brasil, 2014d) surge conforme
art.1o organizada por níveis de complexidade do Suas: proteção social básica e proteção social especial
de média e alta complexidade, de acordo com a disposição seguinte:

I – Serviços de Proteção Social Básica:

a) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família ‑ PAIF;

b) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

c) Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com


deficiência e idosas.

II – Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade:

a) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e


Indivíduos ‑ PAEFI;

b) Serviço Especializado em Abordagem Social;

c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida


Socioeducativa de Liberdade Assistida ‑ LA, e de Prestação de Serviços
à Comunidade ‑ PSC;

d) Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência,


Idosos(as) e suas Famílias;

e) Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

130
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

III – Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade:

a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades:

‑ abrigo institucional;

‑ Casa‑Lar;

‑ Casa de Passagem;

‑ Residência Inclusiva.

b) Serviço de Acolhimento em República;

c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de


Emergências (Brasil, 2014d, p. 5‑6).

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) da proteção social básica é realizado


em grupos, organizados a partir de percursos, de modo a garantir aquisições progressivas aos seus
usuários, de acordo com o seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e
prevenir a ocorrência de situações de risco social. É uma forma de intervenção social planejada que cria
situações desafiadoras, estimula e orienta os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e
vivências individuais e coletivas, na família e no território.

Articula‑se ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) de modo a promover


o atendimento das famílias dos usuários desses serviços, garantindo a matricialidade sociofamiliar da
política de assistência social, com objetivos, atividades, convívio familiar e comunitário, desenvolvimento
da autonomia de acordo com a idade da criança e adolescente:

• Serviço específico para crianças de até 6 anos.

• Serviço específico para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos.

• Serviço específico para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos.

• Serviço específico para jovens e adultos 18 aos 29 anos.

• Serviço específico para jovens e adultos 30 aos 59 anos.

• Serviço para pessoa idosa.

131
Unidade II

Observação

De acordo com a Resolução CIT n. 1/2013 (BRASIL, 2013) e Resolução


CNAS n. 1/2013 (CNAS, 2013), consideram‑se em situação prioritária para
a inclusão no SCFV crianças, adolescentes e pessoas idosas que vivenciam
vulnerabilidades ou riscos, como situação de isolamento; trabalho infantil;
vivência de violência e/ou negligência; vivência de violência (violência
intrafamiliar, violência doméstica, violência psicológica, violência física);
vivência de negligência; abandono (fora da escola ou com defasagem
escolar superior a dois anos); em situação de acolhimento.

Conforme Capitulo I dos princípios e diretrizes das políticas públicas da juventude, em seu art. 1º,
essa lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e as diretrizes
das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve):

§ 1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade
entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade. § 2º Aos adolescentes com
idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica‑se a Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 ‑ Estatuto da Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente,
este Estatuto, quando não conflitar com as normas de proteção integral do
adolescente (Brasil, 2013a).

De acordo com a Tipificação Nacional de Assistência Social (Brasil, 2014d), aprovada no CNAS, o
SCFV abrange a faixa etária de 18 a 59 anos.

O SCFV pode ser ofertado de forma direta pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras)
e Centros de Convivência, que são instituições públicas, e de forma indireta, como em entidades
socioassistenciais parceiras, inscritas no Conselho de Assistência Social dos municípios, e seguir os
devidos trâmites legais para que a parceria seja reconhecida.

São oferecidas atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas, normalmente no contraturno


escolar, e para aqueles que frequentam as escolas no período integral de acordo com o programa Escola
em Tempo Integral (Lei Federal n. 14.640/2023), feito em alguns estados. As atividades são realizadas aos
fins de semana, em outros períodos, ou são ofertadas oportunidades para crianças e adolescentes que
estavam na demanda reprimida e não estudam no período integral.

A prática profissional de assistentes sociais e psicólogos no SCFV requer atendimento das crianças,
adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas e suas famílias, em parceria com o Cras, PAIF, articulação
com a rede de atendimento da criança e adolescente, conselho tutelar, rede socioassistencial, rede
intersetorial, rede de educação e outros.

132
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

A proteção social especial é descrita no art. 6º da Loas, como sendo:

II – proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos


que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares
e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das
situações de violação de direitos (Brasil, 1993).

Os serviços de proteção especial geralmente dão prosseguimento ao atendimento iniciado no Centro


de Referência de Assistência Social (Cras), que presta serviços de proteção social básica, quando os
vínculos ainda não foram esgarçados, ou rompidos, estão fragilizados. Posteriormente encaminhado
para o Centro de Referência da Assistente Social (Creas) e para outros serviços que este venha requerer
de acordo com a sua necessidade e condição de vulnerabilidade social, sob o entendimento de que
a vulnerabilidade social envolve questões para além da insuficiência de renda, e também deve ser
considerado o território em que o sujeito está inserido, seus hábitos, costumes, tradições, valores e
demais peculiaridades.

Assim, destaca‑se a importância dos Serviços de Proteção Especial, de acordo com o Decreto n. 5.085
(Brasil, 2004), que define as ações continuadas de assistência social.

São sujeitos passíveis de atendimento junto ao Creas devido à violação de direitos, ao risco social já
instalado e às diferentes formas de violência. Aplica‑se às famílias, indivíduos que tenham seus direitos
violados, cujos vínculos familiares foram rompidos.

Os serviços de proteção especial existentes são de orientação e apoio sociofamiliar, plantão social,
abordagem de rua, cuidado no domicílio, serviço de habilitação na comunidade, das pessoas com
deficiência, medidas socioeducativas, em meio aberto (prestação de serviços à comunidade, liberdade
assistida), violência física, psicológica, negligência, violência sexual: abuso e/ou exploração.

6.2 Política de educação

O ECA diz que o direito à educação tem como objetivo promover o pleno desenvolvimento da criança
e do adolescente para o exercício da cidadania. Além disso, o acesso ao ensino tem como fundamento
a qualificação dos jovens para o mercado de trabalho.

De acordo com o ECA (Brasil, 1990), todas as crianças e adolescentes devem ter as mesmas
condições para acesso e permanência na escola, considerando que a educação é a base de tudo, a
base da formação do caráter, da formação técnica do jovem. Assim, estabelece em seu art. 4º que
alguns direitos são inerentes à criança, como o direito à educação, que representa justamente a
inclusão desse público na sociedade.

Segundo Rehem e Faleiros (2013), a educação tem a capacidade de transformar não apenas a
vida individual das pessoas, mas toda uma sociedade. Isso porque ela não se resume à passagem de

133
Unidade II

conteúdo, informações e conhecimento, trata‑se de um direito fundamental que possibilita e promove


o desenvolvimento integral de toda e qualquer pessoa.

Assim, analisa que, nesse sentido, a educação infantil tem a sua importância potencializada, visto
que corresponde à primeira etapa da Educação Básica, sendo garantida para todas as crianças, sem
exceção e discriminação.

No âmbito internacional, a educação é um direito das crianças e dos adolescentes garantido pela
Convenção sobre os Direitos das Crianças desde 1990, principal tratado internacional de direitos
humanos sobre crianças e adolescentes da ONU.

Entre as medidas, destaca‑se a implementação do ensino obrigatório e gratuito para crianças, o


estímulo ao seu desenvolvimento, garantia à acessibilidade de informações e orientações educacionais
para todas as crianças, além de ações que reduzam a evasão escolar.

Por meio de pesquisa realizada Rehem e Faleiros (2013), foram analisados documentos nacionais
que reconhecem a educação infantil como direito, assim conclui‑se que se trata de um embate social e
político, e não apenas jurídico‑legal e, apesar de avanços consideráveis, muito há de ser feito para que
a educação da primeira infância se materialize.

A busca pela universalização do direito à educação infantil, capitaneada por lutas sociais dos
movimentos feministas, políticos, populares, tem colocado em pauta a emergência dessa garantia e,
ao mesmo tempo, obtido consideráveis êxitos. Nesse cenário, duas décadas em especial marcaram os
acontecimentos relacionados aos direitos das crianças: os decênios de 1980 e 1990.

Já na Carta Magna, a criança aparece, também pela primeira vez, como sujeito de direitos, conforme
definido no art. 227:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá‑los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão (Brasil, 1988).

No entanto acreditamos que a organização do texto legal estabelece uma ordem de responsáveis
pelos direitos da criança iniciando‑se pela família e colocando posteriormente o Estado no sentido
estrito de Poder Público. Tal ordem por si não qualifica as responsabilidades, mas, olhando no contexto
das reformas orientadas pelas concepções neoliberais, insinua a responsabilidade do Estado e de forma
mínima e posterior à ação da família e/ou sociedade.

Os movimentos pelos direitos da criança e do adolescente tentam colocar em pauta na agenda


pública a efetivação de seus direitos na prática cotidiana do orçamento e das instituições, o que se faz

134
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

com a oposição direta ou contorcida e indireta das forças conservadoras, que priorizam a defesa da
propriedade e da segurança.

Entende‑se, a partir do exposto, a relevância que a infância adquiriu nas políticas públicas no período
em questão; isso como resposta à ação da sociedade organizada e à pressão dos movimentos sociais,
gerando um imperativo por mudanças no entendimento sobre as crianças.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) é a mais importante lei brasileira referente à educação.
Aprovada em dezembro de 1996 com o n. 9.394/1996, foi criada para garantir o direito a toda população
de ter acesso à educação gratuita e de qualidade a fim de valorizar os profissionais da educação e de
estabelecer o dever da União, dos estados e dos municípios com a educação pública.

A LDB em seu art. 1º estabelece que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

Assim, preconiza em seu art. 2º as responsabilidades da educação, sendo dever da família e do


Estado. Inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho. Portanto, conforme art. 3º, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o


pensamento, a arte e o saber;

III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII – valorização do profissional da educação escolar;

VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da


legislação dos respectivos Estados e Municípios e do Distrito Federal;

IX – garantia de padrão de qualidade;

X – valorização da experiência extra‑escolar;

XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;


135
Unidade II

XII – consideração com a diversidade étnico‑racial;

XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida;

XIV – respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das


pessoas surdas, surdo‑cegas e com deficiência auditiva (Brasil,1996).

Já o Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece diretrizes: a erradicação do analfabetismo,


universalização do atendimento escolar; superação das desigualdades educacionais, com ênfase na
promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; melhoria da qualidade
da educação; formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em
que se fundamenta a sociedade; promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país.

Estabelece as metas que deverão ser cumpridas no prazo de vigência desse PNE, desde que não
haja prazo inferior definido para metas e estratégias específicas, essas metas, conforme art. 4º, deverão
ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o censo demográfico e os
censos nacionais da Educação Básica e Superior mais atualizados, disponíveis na data da publicação
dessa Lei, inclui informação detalhada sobre o perfil das populações de 4 a 17 anos com deficiência.

Sendo esse objeto de monitoramento contínuo e com avaliações periódicas, realizadas pelas
seguintes instâncias: I – Ministério da Educação (MEC); II – Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados e Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal; III – Conselho Nacional
de Educação (CNE); IV – Fórum Nacional de Educação, em que compete divulgar os resultados do
monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet; analisar e propor
políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas; analisar
e propor a revisão do percentual de investimento público em educação.

6.3 Política de saúde

Segundo o Ministério de Saúde, nas primeiras décadas do século XX, os programas nacionais eram
direcionados preferencialmente a grupos de risco e mais vulneráveis – gestantes e crianças –, de alcance
limitado e verticalizado.

As primeiras iniciativas mais sistematizadas de programas direcionados à criança ocorreram no


final dos anos 1960 quando foi criado o Programa de Saúde Materno‑Infantil (PSMI), pela Divisão de
Saúde Materno‑Infantil (Dinsami), da Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde (SNPES), do
Ministério da Saúde (MS) e implementado pelas Secretarias de Saúde (Costa apud Brasil, 2018).

O PSMI, tipicamente direcionado ao cuidado de grupo populacional vulnerável, coexistia com outros
programas destinados ao controle de patologias sem a consequente e necessária articulação entre as
suas ações estratégicas.

136
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

No Brasil, nessas duas décadas que antecederam a CF de 1988, foram adotadas importantes iniciativas
para a melhoria da saúde e redução da mortalidade infantil e na infância, entre as quais se destaca o
PNI, instituído em 1973, com a ampliação da cobertura vacinal média da população, em especial das
crianças. Em 1981, foi criado o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (Pniam), para
induzir um conjunto de ações relacionadas à promoção, à proteção e ao apoio ao aleitamento materno.

Na sequência em 1984 foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (Paisc), que
priorizava as crianças pertencentes a grupos de risco, ao mesmo tempo em que buscava qualificar a
assistência, aumentar a cobertura dos serviços de saúde e incentivar as ações de promoção da saúde de
forma integral.

O Ministério da Saúde lançou em 1995 o Projeto de Redução da Mortalidade Infantil (PRMI), que
tinha como objetivo a intensificação dos diversos programas governamentais, promovendo a articulação
intersetorial com instituições internacionais, tais como Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
e Opas, organizações não governamentais, sociedades científicas, conselhos de secretários de saúde e a
sociedade civil.

Por ocasião da Declaração do Milênio das Nações Unidas, a partir do ano 2000, foram intensificadas
algumas ações para a saúde da criança, que tinha por meta a redução de desigualdades nos campos
de educação, igualdade de gênero, meio ambiente, renda e saúde em países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento. O quarto objetivo do milênio, que previa a redução em dois terços da mortalidade de
crianças menores de 5 anos (ano de referência – 1990), foi alcançado pelo Brasil já em 2012 com três
anos de antecedência e com uma das maiores reduções do mundo.

As ações de imunização merecem destaque pela importante contribuição para a redução da


mortalidade infantil e na infância. O PNI, que em 2018 completará 45 anos, vem tendo resultados
expressivos na oferta de vacinas para prevenir doenças prevalentes na infância. O Brasil alcançou a
erradicação da poliomielite e da varíola e a eliminação da circulação do vírus autóctone do sarampo,
desde 2000, e da rubéola, desde 2009. Também foi registrada queda acentuada nos casos e incidência
das doenças imunopreveníveis, como as meningites por meningococos, difteria, tétano neonatal,
entre outras.

Desde 2000, identificou‑se a necessidade de maior investimento e foco na organização e na


qualificação da atenção obstétrica e neonatal, considerando o aumento do impacto do componente
neonatal na mortalidade infantil na última década.

Outro movimento voltado para a organização de serviços e qualificação da atenção e do cuidado da


criança em situação de violências foi a “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças,
Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências” (Brasil, 2018) com diretrizes e orientações para
gestores e profissionais de saúde sobre promoção da saúde e prevenção de violências numa lógica de
continuidade do cuidado que perpassa o acolhimento, o atendimento, a notificação e o seguimento em
rede, buscando integração com profissionais da rede da assistência social, educação, conselho tutelar
entre outros, com o objetivo de assegurar não apenas o cuidado e a atenção em saúde, mas também a
proteção e a defesa dos direitos da criança.
137
Unidade II

Em 2011, foi criada a Rede de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança, denominada Rede Cegonha
(Portaria n. 1.459, de 24 de junho de 2011), com o objetivo de assegurar às mulheres o direito ao
planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e puerpério e, às crianças, o
direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

No âmbito do Programa Bolsa Família, uma ação federal intersetorial, denominada Brasil Carinhoso,
ampliaram‑se os benefícios para a superação da extrema pobreza na primeira infância de famílias, tendo
em sua composição crianças de 0 a 6 anos. Essa iniciativa do governo reuniu um conjunto de ações
articuladas entre os Ministérios da Saúde, Educação e Assistência Social no sentido de fomentar as
ações de Desenvolvimento Integral para a Primeira Infância (Brasil, 2012).

O SUS (Lei n. 8.080 de 1990) trouxe muitos avanços nas políticas públicas sociais do Brasil,
especialmente para a saúde da criança. No entanto, ainda existem demandas de qualificação nessa
linha de cuidado. Nesse sentido, o país tem inovado tanto em aspectos normativos quanto na
implementação de programas e ações específicas.

Os desafios que se descortinam são grandiosos e complexos e requerem, além de compromisso e


determinação, o envolvimento não só do poder público, mas de toda a sociedade.

A atenção integral à saúde da criança se dá por meio do reconhecimento de que ela é prioridade e
se constitui no grupo mais vulnerável da humanidade, dando suporte à importância da atenção integral
à sua saúde pelos impactos potenciais no presente e no futuro.

A opção de atuação em linhas de cuidado contempla uma visão global das dimensões da vida numa
perspectiva de integração de experiências, em que se inclui a articulação do trabalho em rede e das
práticas dos profissionais que compõem uma equipe, também fatores determinantes de saúde.

Ressalta‑se, assim, que o cuidado em saúde demanda um olhar da criança por inteiro, numa postura
acolhedora com escuta atenta e qualificada, com o cuidado singularizado e o estabelecimento de vínculo
de forma implicada. Pressupõe uma visão global das dimensões da vida que possibilitem respostas
também mais globais, fruto de um trabalho em equipe com múltiplos olhares. Da mesma maneira, é
necessário um esforço de integração da rede de cuidado e de proteção, potencializando os recursos
disponíveis para efetivar os direitos da criança e seu grupo familiar.

A Pnaisc incorpora em suas ações a prática de cuidado integral, especialmente na primeira infância
(crianças até completar 6 anos de idade). Isso ocorre pela relevância atribuída por inúmeras áreas do
conhecimento, como a biologia, a psicologia, a psicanálise e as neurociências, entre outras contribuições,
em interação com o saber e as práticas de saúde de que as crianças precisam de um ambiente favorável
ao seu crescimento e amadurecimento, que permita, junto ao seu potencial genético, o desenvolvimento
pleno de suas capacidades e habilidades motoras, cognitivas e socioafetivas.

Os primeiros anos de vida são aqueles em que melhor se pode estimular o desenvolvimento global
do indivíduo, especialmente devido à sua plasticidade cerebral.

138
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

A imaturidade, inclusive imunológica, associada a condições de vida desfavoráveis, relacionadas


à ausência de saneamento básico, de segurança alimentar e nutricional, de situações de violência
intrafamiliar, de baixa escolaridade materna, além de condições específicas das populações vulneráveis,
baixo acesso e qualidade dos serviços de saúde, educação e assistência social, entre outros, são
determinantes não apenas de maior morbidade e mortalidade infantil, mas de riscos ao pleno
desenvolvimento dessas crianças.

A qualificação da vida e o usufruto pleno das potencialidades de brasileirinhas e brasileirinhos é


ponto fundamental dessa política que considera a família, a comunidade, a sociedade em geral e o
Poder Público responsáveis pela efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à educação, ao lazer,
à convivência familiar e comunitária com proteção, à participação, ao respeito e à liberdade.

A determinação social de saúde, incluindo seus aspectos afetivos e emocionais, constituídos e


constituintes de um ambiente facilitador à vida, são as bases para a construção dessa política pública,
que visa ao enfrentamento das iniquidades, indicando linhas de cuidado com seguimento em rede, em
todas as suas dimensões.

É a partir do cuidado que o sujeito se coloca em condição para a existência, ou seja, o orientador
prévio das ações dos seres humanos na missão de cuidadores uns dos outros, do planeta e da vida,
garantindo sua sustentabilidade (Boff, 2012). O cuidado é, então, princípio fundamental para o
desenvolvimento e para a construção dos vínculos entre todos os envolvidos na produção de saúde e
cidadania (Penello, 2013). Essa é a perspectiva com a qual se compreende no âmbito dessa política a
integralidade da atenção à saúde da criança: só o cuidado essencial estabelece com clareza a relação
entre o desenvolvimento sustentável de um país e o desenvolvimento de cada um dos seus cidadãos.

Essa concepção de crescimento e desenvolvimento pessoal implica vinculação estreita de cada


cidadão com seu ambiente familiar e social e traz o desafio para as políticas públicas que almejam a
integralidade da atenção, iniciando na infância.

A Pnaisc reconhece a importância das redes de cuidado e de proteção social e os fatores determinantes
de saúde, vulnerabilidade e riscos que impactam no desenvolvimento e qualidade de vida da criança,
incluindo, portanto, seu cuidador. A escuta atenta e o olhar acolhedor do profissional devem ser dirigidos
a ambos e ao vínculo estabelecido entre eles. Isso significa, também, a observação apurada dos caminhos
de autonomia e busca que a criança vai construindo de diferenciação rumo à independência do meio,
trazendo para si, como um cidadão de direitos, essa nova perspectiva, em que não apenas o adulto que
o acompanha seja ouvido e atendido.

Ela mesma, criança, deve se pronunciar à medida que suas aquisições linguísticas e manifestações
psicomotoras seguirem seu caminho de desenvolvimento pleno, a fim de obter retorno adequado às
suas questões.

A sobrevivência na infância avançou ainda mais no Brasil com a integração intersetorial e a articulação
de políticas públicas universais fundamentais, como a representada pela relação de sinergia entre o
Programa Bolsa Família com a Atenção Básica à Saúde do SUS, que acelerou a redução da mortalidade
139
Unidade II

infantil, principalmente no Nordeste do País, reduzindo as desigualdades regionais na oportunidade de


viver (Rasella et al., 2013).

O investimento nos primeiros anos de vida possibilita a redução das desigualdades em saúde
no espaço de uma geração, com impacto positivo no desenvolvimento físico, socioemocional
e linguístico‑cognitivo, uma vez que favorece a aquisição de competências, a educação e as
oportunidades de trabalho e a melhoria na saúde e qualidade de vida das pessoas (Comissão Nacional
sobre Determinantes Sociais da Saúde apud Brasil, 2018).

Hoje o Brasil está diante de uma oportunidade ímpar ao pactuar, entre as três esferas de gestão
do SUS, uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Criança, dentro desse sistema de saúde,
ainda em consolidação, que se propõe universal, integral e com equidade, em parceria com as políticas
intersetoriais de assistência social, educação e direitos humanos, de se instrumentalizar para garantir
mais que a sobrevivência de suas crianças, o seu desenvolvimento pleno e o respeito às suas diferenças
explicitadas na multiplicidade das infâncias brasileiras.

Nos serviços de saúde, a abordagem da criança e sua família em situação de violência demanda a
humanização do cuidado, com acolhimento e cuidado multiprofissional, para que o problema não seja
reduzido aos aspectos físicos e biológicos.

Valorizam‑se nesse processo, a postura ética, a confidencialidade e o sigilo, com diagnóstico ágil e
seguro, mediante o uso de técnicas que melhor atendam ao superior interesse da criança como pessoa
em condição peculiar de desenvolvimento (Magalhães, 2011).

A efetivação dos direitos da criança acontece no território em que as oportunidades devem ser
potencializadas, na articulação intrassetorial da saúde e intersetorial, com o trabalho em rede e na
aplicação de protocolos terapêuticos e linhas de cuidado que extrapolam as ações e os serviços de
saúde. Envolve o acolhimento, o atendimento, a notificação dos casos suspeitos e confirmados e o
seguimento na rede para a continuidade do cuidado, tanto no âmbito dos serviços de saúde quanto nos
serviços da rede de educação, da assistência social, conselho tutelar, segurança pública, entre outros
dispositivos e/ou equipamentos públicos e privados (Magalhães, 2011).

Os municípios devem organizar sua rede para a atenção integral à saúde de crianças e suas famílias
em situação de violências, envolvendo os serviços da atenção básica, serviços ambulatoriais, serviços de
referência local e regional, independentemente do nível de atenção.

A atenção básica, como coordenadora do cuidado no território, desempenha papel fundamental


para a integralidade do cuidado da criança em situação de violência.

O trabalho integrado na atenção básica, envolvendo a equipe de Saúde da Família (eSF), o Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (Nasf), com serviços de saúde mental e os serviços de referência habilitados
para atendimento a situações de violência sexual, potencializam o cuidado e facilitam abordagem
integral, com mais efetividade e impacto na qualidade de vida das crianças e suas famílias (Brasil, 2010).

140
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

6.3.1 Saúde da criança e do adolescente

6.3.1.1 Na atenção básica

O cuidado da criança demanda visão de integralidade em todos os aspectos, contemplando postura


acolhedora com escuta qualificada, olhar zeloso e estabelecimento de vínculo e responsabilização
(Brasil, 2018). Da mesma maneira, é necessária a visão integral dos demais pontos da Rede de Atenção
à Saúde, potencializando os recursos disponíveis para oferecer a resposta mais adequada, completa e
resolutiva à necessidade da criança.

Assim, o foco dos profissionais deve ser a criança, dentro do contexto da sua família e sociedade.
Cada olhar, de cada profissional da equipe de saúde e de acordo com a sua competência, adiciona
saberes e possibilidades de atuação integral sobre a criança.

Portanto, não se pode perder a oportunidade de atuar e intervir em tempo oportuno, prevenindo,
promovendo e permitindo assistência. Enfim, o cuidado integral e feito com vinculação e responsabilização
sobre a continuidade da atenção.

A PNAB tem na estratégia de saúde da família (ESF) sua âncora prioritária para expansão e consolidação
desse nível de atenção.

6.3.1.2 Programa Saúde na Escola (PSE)

A nova concepção em saúde na escola foi incorporada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
em 1997, consagrando o tema da saúde como transversal às disciplinas e às ações no contexto escolar,
nas dimensões da promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos e de atenção e cuidados à
saúde de crianças e adolescentes.

As Políticas de Saúde e de Educação investiram no Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo
Decreto Presidencial n. 6.286, de 5 de dezembro de 2007 (Brasil, 2007), tendo como principais desafios
o uso de estratégias pedagógicas coerentes com a produção de educação e saúde integral, fundamental
para possibilitar autocuidado, autonomia e participação dos escolares de acordo com a idade em que
se encontram.

Assim, são inúmeras as possibilidades de atuação do PSE no território, no desenvolvimento de


atividades lúdicas de promoção da saúde, na identificação precoce e oportuna de problemas de saúde, no
desenvolvimento e aprendizagem, na construção de estratégias articuladas que evitem a medicalização
das dificuldades escolares, na qualificação dos profissionais, familiares e responsáveis, ampliando a
capacidade de produzir diálogo e vínculos entre as partes envolvidas.

A organização das ações do PSE, por meio das equipes das UBS e das escolas, está estruturada de
forma intersetorial, segundo os seguintes componentes: avaliação das condições de saúde, promoção
da saúde e prevenção de doenças e agravos e formação de profissionais de saúde e educação.

141
Unidade II

A promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos acontece quando se articulam práticas de


educação e saúde, visando garantir a oportunidade a todos os educandos de fazerem escolhas mais
favoráveis à saúde e desenvolverem a autonomia e autocuidado; portanto, serem autores do processo
de produção da própria saúde e a melhoria de sua qualidade de vida.

A proposta é que se construa um projeto comum de cuidado às crianças, integrando a escola, a UBS
e as famílias/responsáveis para a produção de saúde delas, de acordo com a sua fase de crescimento e
desenvolvimento, potencializando os fatores de proteção e minimizando as vulnerabilidades.

6.3.1.3 Saúde da criança na rede de cuidados da pessoa com deficiência – RCPD

A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, promulgada pelo Estado brasileiro por meio
do Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009, resultou numa mudança paradigmática das condutas
oferecidas às pessoas com deficiência, no processo de formulação de políticas públicas, com vistas à
autonomia das pessoas e à ampliação do acesso à saúde, à educação e ao trabalho, entre outros.

Com o lançamento do Plano Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite –
Decreto n. 7.612, de 17 de novembro de 2011, o Ministério da Saúde instituiu a Rede de Cuidados à Saúde
da Pessoa com Deficiência, no âmbito do SUS, Portaria n. 793, de 24 de abril de 2012. Esta estabeleceu
diretrizes para o cuidado às pessoas com deficiência, temporária ou permanente, progressiva, regressiva
ou estável, intermitente ou contínua. O eixo de atenção à saúde tem como foco a organização do
cuidado integral em rede, contemplando as áreas de deficiência auditiva, física, visual, intelectual,
ostomia e transtorno do espectro do autismo.

A Lei Brasileira de Inclusão‑LBI (Brasil, 2015), também conhecida como Estatuto da Pessoa com
Deficiência, que direciona o capítulo III inteiro sobre o direito da saúde, assegura em seu art. 18 a
atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio
do SUS, garantindo acesso universal e igualitário.

6.3.2 Saúde mental

6.3.2.1 Saúde da criança e do adolescente na Rede de Atenção Psicossocial – Raps

As Raps (Rede de Atenção Psicossocial) tem por finalidade promover cuidado em saúde às pessoas
com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de
álcool e outras drogas, mediante a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde no
âmbito SUS (Brasil, 2018). A rede destaca como um dos objetivos essenciais a promoção do cuidado
para grupos mais vulneráveis, especialmente crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de
rua e populações indígenas, com sofrimento ou transtorno mental e crianças que sofreram violências.

Assim, os cuidados com a saúde mental da criança devem ocorrer desde o desenvolvimento intrauterino
ao nascimento saudável, e a estimulação precoce nos primeiros anos de vida exerce uma função importante
no desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. É parte da atenção integral à saúde da
criança estimular o vínculo com sua família e com os serviços de saúde, propiciando oportunidades de
142
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

abordagem para a promoção da saúde, amamentação e alimentação complementar saudável, hábitos de


vida saudáveis, vacinação, prevenção de doenças e agravos, provendo o cuidado em tempo oportuno. É
fundamental fortalecer os vínculos familiares: a relação da mãe com o bebê, os cuidados da família com a
criança, seu percurso escolar desde os primeiros anos, enfim, como essa criança é recebida e “endereçada”
ao mundo, são fatores fundamentais para o pleno desenvolvimento saudável da criança.

A sociedade brasileira vive um processo crescente de medicalização em todas as esferas da vida,


que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes
ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios”, que escamoteiam as grandes
questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas.

A aprendizagem e os modos de ser e agir – campos de grande complexidade e diversidade – têm sido
alvos preferenciais da medicalização. A articulação entre os profissionais de saúde e da educação e os
membros da família, alinhados com órgãos de defesa de direitos, é essencial para o enfrentamento e
a superação do fenômeno da medicalização da aprendizagem e do comportamento, inclusive com
orientação para prevenir a banalização da prescrição de medicamentos.

6.3.2.2 A organização dos pontos de atenção da Raps para o cuidado de crianças

A rede de saúde mental conta com conjunto de dispositivos de atenção psicossocial, denominados
Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Nas modalidades Caps I, II, III, IV; Caps‑AD (álcool e drogas) e
Capsi (infantojuvenil). O Caps III e o Caps‑AD III funcionam 24 horas.

São serviços constituídos por equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, psicólogo, terapeuta
ocupacional, assistente social etc.), que atuam sob a ótica interdisciplinar e realizam, prioritariamente,
atendimento às pessoas com sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aquelas
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas ou outras situações clínicas
que dificultem o estabelecimento de laços sociais e a realização de projetos de vida. Atuam de forma
territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial.

Saiba mais

Sobre o cenário da infância, veja o link:

OBSERVATÓRIO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Cenário da infância.


2022. Disponível em: http://tinyurl.com/p5xh2r7v. Acesso em: 9 jan. 2024.

Sobre as crianças com deficiência, veja o link:

UNICEF. Há, no mundo, quase 240 milhões de crianças com deficiência,


revela análise mais abrangente já realizada pelo UNICEF. 10 nov. 2021.
Disponível em: http://tinyurl.com/3mmryzdn. Acesso em: 9 jan. 2024.

143
Unidade II

7 INTERSETORIALIDADE NAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTOS PARA PESSOA


IDOSA NO BRASIL

Para interpretar a questão da intersetorialidade junto de políticas para o envelhecimento, deve‑se


contemplar as particularidades do segmento atendido e a questão da territorialidade como lócus
privilegiado de vivência e que modifica os modos e os meios de vida.

O território se mostra como um espaço privilegiado de articulação entre as políticas de desenvolvimento


urbano e social, formado por sujeitos que demandam políticas públicas no atendimento aos direitos
sociais exigidos.

Nesse contexto, a intersetorialidade, ao fazer articulação entre as políticas, alcança patamar de


importância, pois as políticas setoriais por si só não solucionam as necessidades da população,
promovendo‑lhes os benefícios de que precisam.

Para Koga (2003, p. 238), a intersetorialidade sobressai enquanto caminho de perspectiva para a
política pública a fim de articular as políticas sociais, urbanas e econômicas para que atuem nos mesmos
territórios prioritários da política da cidade. Isso não significa que suas ações são suficientemente
confrontadas e realizadas em um projeto global, que é, naturalmente, pluridisciplinar e interdisciplinar.
A ausência de uma dinâmica pluridimensional significa que os diferentes operadores públicos e
associados atuem sobre os serviços que lhes são mais diretamente afeitos.

A incorporação da visão interdisciplinar real observa a vida cotidiana, ou seja, é a partir da visão
interdisciplinar que a intersetorialidade que envolve as políticas, principalmente as políticas sociais,
passa a tratar de determinados setores interligando‑os às demais políticas particulares.

A intersetorialidade, portanto, torna‑se uma qualidade necessária ao processo de intervenção.


Programas, projetos e equipes técnicas são desafiados ao diálogo, ao trabalho conjunto com a perspectiva
de inclusão social. Nesse caso, “há de se fazer presente a participação dos membros da comunidade
envolvida, enquanto sujeitos do processo da continuidade da proposta” (Koga, 2003, p. 242).

Dessa forma, segundo Nascimento (2010, p. 100), é necessário

realizar um projeto articulado das políticas sociais e desenvolvimento


urbano, o que demanda a mudança de práticas, padrões, valores, enfim,
da cultura organizacional das instituições públicas gestoras das políticas
públicas, ou ainda a incorporação de organizações autônomas voltadas para
os interesses coletivos capazes de dar maior eficácia à gestão das políticas.

A articulação proposta pela intersetorialidade prima pela articulação de saberes e experiências para o
planejamento, a realização de avaliação de políticas, programas e projetos, cujo fim é alcançar resultados
cooperativos em situações complexas. Assim, uma perspectiva de trabalho intersetorial implica que as
ações e projetos sejam formulados e realizados setorialmente.

144
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

As políticas para pessoas idosas pressupõem a integração de ações integradas entre saúde, assistência
social, seguridade social e educação para que haja mais equilíbrio entre os diferentes tipos de intervenção
de forma a melhorar a qualidade de vida dessa população (Viana, 1998). Ou seja, a integração se faz
necessária, em especial, para tratar do atendimento às pessoas idosas como um modo de melhorar a
qualidade de vida desse grupo.

Entre os aspectos de estudos sobre a velhice, é importante citar que a área da saúde apresenta
um bom exemplo de intersetorialidade justificada pela preocupação em promover o processo de
envelhecimento ativo e saudável.

No art. 2º do Estatuto da Pessoa Idosa, a questão da intersetorialidade é defendida implicitamente.

A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei,
assegurando‑se‑lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para a preservação da saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade
(Brasil, 2003).

Pode‑se identificar que há uma preocupação indireta com a questão da intersetorialidade, pois
pressupõe a necessidade de ações coletivas entre as esferas governamentais.

As legislações aliadas às políticas sociais de atenção à pessoa idosa vislumbram a proteção à pessoa
idosa, trazendo para a discussão a efetivação do direito preconizado em lei e a violação desses direitos.

É preciso voltar nosso olhar para as questões de vulnerabilidade social e de violação de direitos. No
art. 43 do Estatuto, observa‑se o seguinte:

As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis sempre que os direitos


reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade


de atendimento;

III – em razão de sua condição pessoal (Brasil, 2003).

Assim, em caso de omissão, violência, negligência ou violação de direitos, é preciso identificar


políticas de atendimento integradas. Quando não há a atenção necessária, as ações devem ser mais
incisivas, aplicando‑se as denominadas medidas protetivas ou medidas de proteção à pessoa idosa.

145
Unidade II

O cap. II do Estatuto trata das medidas específicas de proteção:

Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nesta lei poderão
ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais
a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério
Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:

I – encaminhamento à família ou ao curador, mediante termo de


responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,


hospitalar ou domiciliar;

IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, à própria
pessoa idosa ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;

V – abrigo em entidade;

VI – abrigo temporário (Brasil, 2003).

As medidas de proteção devem ser aplicadas para garantir a qualidade de vida de pessoas idosas. Tais
ações envolvem observar a vulnerabilidade, por exemplo, a falta de algum cuidado básico de atenção.
Nesse contexto, torna‑se necessário adotar uma medida mais incisiva, como a retirada da pessoa idosa
do núcleo familiar, quando o motivo for grave.

Pensando na política de assistência social e nas ações intersetorializadas, pode‑se contar com
representações de órgãos públicos como o Cras e o Creas.

Lembrete

Entre as políticas de atendimento à pessoa idosa, as atenções e proteções se


configuram em básica e especial. O Creas possui equipe técnica especializada
para atender demandas relacionadas às pessoas idosas, em especial quando
há de fato violação de direito comprovada.

Segundo Nascimento (2010, p. 110), “a intersetorialidade na política de saúde aponta o processo


intersetorial entre as políticas de saúde e as de meio ambiente e saneamento básico”.
146
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

Nesse aspecto, as expressões que apontam para uma atuação intersetorial utilizadas na lei que
regulamenta a política de saúde dão outro sentido à intersetorialidade, o que poderia ser explicado pelo
fato de a Lei n. 8.080 (Brasil, 1990) ter sido formulada quando o debate da intersetorialidade não tinha
tanta expressão, ganhando vulto após esse período.

A intersetorialidade, segundo a Lei n. 8.080/1990, em seu art. 2º, § 1º, menciona que é o dever do
Estado garantir a saúde.

consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que


visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento
de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (Brasil, 1990).

As diretrizes e os princípios da política de saúde presentes no art. 7º do Estatuto apontam para a


intersetorialidade. Portanto, a área da saúde possui um bom exemplo de intersetorialidade, pois existe
preocupação com a questão do envelhecimento ativo dessa população. Palestras e práticas de atividades
físicas estão entre essas ações. Uma atividade de lazer desenvolvida pela Secretaria de Lazer ou Cultura
tem resultados nas ações de saúde desenvolvidas pela Secretaria da Saúde.

Ao fazer valer esses direitos, já se pressupõe uma necessidade de ações coletivas entre os diversos
setores governamentais, ou seja, a criação de uma agenda coletiva que contemple as condições de vida
da pessoa idosa, suas situações específicas de vulnerabilidade etc.

As demais políticas sociais que envolvem o segmento pessoa idosa também se intersetorializam,
como é o caso de desenvolvimento urbano.

Na política de desenvolvimento urbano, a intersetorialidade responde à necessidade de integração


das ações de saneamento ambiental entre si e com as demais políticas públicas, em especial, com as de
saúde, meio ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e rural, habitação e desenvolvimento
regional. Ou seja, adapta‑se à realidade da pessoa idosa no contexto urbano e no rural.

O Estatuto estabelece que a pessoa idosa tem direito à moradia digna junto à sua família de origem,
ou só, quando desejar, ou ainda em entidade pública ou privada.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos


públicos, a pessoa idosa goza de prioridade na aquisição de imóvel para
moradia própria, observado o seguinte:

I – reserva de 3% das unidades residenciais para atendimento às pessoas


idosas;

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados à pessoa


idosa;

147
Unidade II

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de


acessibilidade à pessoa idosa;

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de


aposentadoria e pensão (Brasil, 2003).

No entanto os programas habitacionais voltados para a população idosa são bastante escassos,
apesar de haver um esforço do governo federal para reduzir o déficit habitacional do país.

A partir de 2005, a assistência social no Brasil foi estruturada administrativamente e passou a ser
regida pelo Suas. A gestão proposta para essa política é o pacto federativo e a forma de enfrentar a
questão social foi a descentralização, considerando as desigualdades territoriais e a participação social.

A intersetorialidade passou a ser alvo de discussões no processo de implementação da política de


assistência social, muitas vezes expressa por meio de palavras que têm sentido similar, por exemplo,
interface – conexão –, e os serviços de proteção social têm estreita interface com o sistema de garantia
de direito, exigindo uma gestão compartilhada.

Na área de assistência social, houve mais atenção quanto à proteção social, sobretudo com a
configuração da proteção social básica e da proteção social especial ao segmento de atenção prioritária,
abrangendo a pessoa idosa.

A política social na atenção ao segmento pessoa idosa expressa as inter‑relações com as demais
políticas setoriais e com a rede socioassistencial, integrando as políticas setoriais e buscando garantir a
qualidade de vida da população.

8 INTERDISCIPLINARIDADE PARA ATENÇÃO A CRIANÇA, ADOLESCENTE E


PESSOA IDOSA

8.1 O papel do assistente com a criança, adolescente e a pessoa idosa

O profissional de serviço social é capacitado para analisar criticamente as singularidades da infância


e da juventude, realizando intervenções por meio das mediações sociais em suas peculiaridades.
Para tanto, faz‑se necessário que o assistente social se preocupe com o nível de sua formação profissional
com a intervenção que realizará, desde que a busca esteja pautada nas dimensões teórico‑metodológico,
técnico‑político e ético‑político e na articulação de respostas em sua prática cotidiana.

O assistente social tem atitude crítica diante da realidade e dos atores de violência por dois motivos
fundamentais: não permitir que a violência tenha espaço na ação profissional e criar condições para
elaborar e pôr em prática propostas não violentas.

A ação do trabalho com a criança, o adolescente e a pessoa idosa é apontar não somente à família
como também à comunidade os caminhos de cidadania para que possam exercer seu autogoverno
de acordo com seus direitos de cidadãos – citados na Constituição Federal de 1988 –, levando‑os a
148
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

conhecer a realidade e a alcançar sua autonomia e emancipação, para que ressignifiquem seu viver
diante da sociedade. As ações profissionais devem ser fortalecidas.

Para isso, o profissional de serviço social deve desenvolvê‑las por meio de atendimento interdisciplinar,
desde seu planejamento, articulações em rede e até mesmo na execução de intervenções junto às
crianças, adolescentes e pessoas idosas vítimas de violências, sejam intrafamiliares, sejam estruturais,
bem como aos seus familiares, a partir de discussões e reflexões entre os profissionais para que, por meio
da discussão de casos, resultados significativos sejam alcançados para todos os membros da família,
inclusive para as crianças e os adolescentes.

A atuação e intervenção do assistente social no atendimento voltado à população infantojuvenil,


desenvolvido nas políticas intersetoriais junto à rede de interproteção, devem ter como princípios
compreender e escutar a criança e o adolescente e suas respectivas famílias, buscando possibilitar a
construção do sentido das experiências vividas, mas não processadas, auxiliando‑os. O fenômeno é
bastante complexo, por isso, nesses espaços de ação, o profissional, ou melhor, a equipe psicossocial
deve acolher a criança ou o adolescente em questão, realizando intervenções sociais e psicológicas
individuais e coletivas de forma lúdica para que, ao relatar o fato da violência ocorrida, seja uma
experiência menos dolorosa possível.

Segundo Pacheco e Marques (2009), esses recursos são utilizados na tentativa de representação e
partilha da angústia, dos conteúdos destrutivos, assim como da desorganização psíquica, considerando
o respeito ao tempo da própria criança e do adolescente em expressarem suas vivências dolorosas. Nossa
intervenção mostra que, ao acolher e desenvolver esses sentimentos ao longo dos atendimentos, a vítima
vai aos poucos dando sentidos ao que viveu de maneira mais estruturada e organizada, culminando
também em uma maior organização simbólica.

Significa dizer que uma ação interventiva coerente possibilita que crianças e adolescentes que
tiveram seus direitos violados devido a alguma violência, inclusive pela família, consigam reestruturar‑se
e retomar sua vida, resgatando o que lhes é saudável.

Para tanto, os profissionais que atuam na área social com crianças e adolescentes e pessoas idosas
devem ater‑se para os instrumentos necessários que contribuem para um trabalho bem‑desenvolvido:

• entrevistas lúdicas informais, nas quais os profissionais devem sair de trás de suas mesas com o
intuito de minimizar o sofrimento daquele que relata;

• entrevistas domiciliares, com a finalidade de avaliar a realidade e dinâmica familiar in loco;

• visitas e acompanhamentos escolares, institucionais e em projetos sociais, com o intuito de


estimular positivamente seu público‑alvo, no sentido de aproveitar suas potencialidades;

• reuniões intersetoriais sistemáticas de diversas áreas da proteção social (interproteção), no intuito


de buscar garantias de atendimentos e direitos da população que se encontra em atendimento;

149
Unidade II

• possibilitar grupos socioeducativos com os genitores e/ou responsáveis, favorecendo uma


reflexão conjunta a partir de temas transversais de uma cultura de paz para com a população
infantojuvenil, partindo do eixo das questões familiares, com o intuito de buscar ofertar um espaço
para discussões que favoreçam a constituição da cidadania da família em sua matricialidade;

• a equipe buscar, sistematicamente, capacitações e grupos de estudos que atendam ao tema criança
e adolescente e a temas transversais, para fortalecer suas intervenções, reflexões, ampliando o
conhecimento acerca do trabalho realizado.

8.2 O papel do psicólogo com a criança, adolescente e a pessoa idosa

Segundo CFESS (2007), no final dos anos 1980, começaram novos movimentos de mudança na
atuação profissional e adotou‑se o lema do compromisso social como norteador da atuação psicológica.
Desde então, várias ações foram realizadas pelos psicólogos e entidades da psicologia brasileira no
sentido da construir práticas comprometidas com a sociedade brasileira.

Essa atuação foi acompanhada pela construção, na psicologia, do compromisso social, com a
participação de psicólogos e psicólogas de todo o país. A partir dessa perspectiva, são valorizadas práticas
comprometidas com a transformação social em direção a uma ética voltada para a emancipação humana.

Diferentes experiências apontaram alternativas para o fortalecimento dos indivíduos e grupos para
enfrentar situações de vulnerabilidade. Como resultado dessas experiências, ampliou‑se a concepção
social e governamental acerca das contribuições da psicologia para as políticas públicas, além de gerar
novas referências para o exercício da profissão de psicólogo no interior da sociedade.

Intervindo por meio da política da assistência social, os profissionais da psicologia precisam estar
atentos aos processos de sofrimento instalados nas comunidades, nos territórios onde as famílias
estabelecem seus laços mais significativos. Se essa política, de fato, for co‑construída por meio dos
movimentos populares, da participação plena de seus usuários e do fortalecimento dos espaços e
instâncias de controle social, estará conectada com as necessidades dos sujeitos e articulada com a
defesa da vida.

Tem‑se então o desafio de decodificar o que significam os diferentes níveis de complexidade da


proteção social num cenário de intensas desigualdades sociais. Dentro dos territórios de pertencimento
das camadas excluídas do acesso a bens e serviços, há, ainda, como propósito, a ocupação das situações
que demandam atenção, cuidado, aproximação. Devemos estabelecer muitos olhares, muitas redes e
trabalhar com a vida.

Essas ações serão de desnaturalização da violação dos direitos e de luta pela superação das
desigualdades sociais. Diretamente, na medida em que é necessário apresentar ações concretas, objetivas
e ágeis de monitoramento, definição de indicadores de gestão e de resultados que orientem a eficácia e
eficiência das nossas atividades. Indiretamente, pois o sujeito atendido plenamente por um profissional
comprometido com seu processo de cidadania desenvolve, pela própria experiência, a autonomia e o
empoderamento para fazer valer seus direitos.
150
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

Os psicólogos têm muito a contribuir nesse processo. Trazem como acúmulo as aprendizagens e
convicções forjadas na luta pela afirmação da reforma psiquiátrica, pela desinstitucionalização, em todas
as suas formas, explícitas ou maquiadas, pela defesa dos direitos humanos. Esse é o nosso compromisso
ético‑político, cada vez mais envolvido com a produção de saúde, cada vez mais comprometido com
a promoção da vida. Propor, a partir de suas intervenções, atravessar o cotidiano de desigualdades e
violências dessas populações, visando ao enfrentamento e superação das vulnerabilidades, investindo na
apropriação, por todos, do lugar de protagonista na conquista e afirmação de direitos. Uma psicologia
comprometida com a transformação social toma como foco as necessidades, objetivos e experiências
dos oprimidos. Nesse sentido, as práticas psicológicas não devem categorizar, patologizar e objetificar a
classe trabalhadora, mas buscar compreender os processos estudando as particularidades e circunstâncias
em que ocorrem.

A atuação de psicólogos na assistência social, de acordo com o Código de Ética Profissional do


psicólogo, diz que

toda profissão define‑se a partir de um corpo de práticas que busca atender


demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência
de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional
com seus pares e com a sociedade como um todo (CFP, 2005).

A partir desses compromissos éticos, entende‑se que a atuação dos psicólogos no Suas deve estar
fundamentada na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob diferentes
enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo de problematizar e propor ações no âmbito
social. O psicólogo, nesse campo, pode desenvolver diferentes atividades em espaços institucionais e
comunitários. Seu trabalho envolve proposições de políticas e ações relacionadas à comunidade em
geral e aos movimentos sociais de grupos étnico‑raciais, religiosos, de gênero, geracionais, de orientação
sexual, de classes sociais e de outros segmentos socioculturais, com vistas à realização de projetos da
área social e/ou definição de políticas públicas.

Por meio de atuação interdisciplinar, o psicólogo pode atender a crianças, adolescentes e pessoas idosas
de forma individual e/ou em grupo, priorizando o trabalho coletivo, possibilitando encaminhamentos
psicológicos quando necessário, desenvolvendo métodos e instrumentais para atendimento e pesquisa
com um olhar para o grupo familiar. As ações devem ser integradas com outros profissionais dentro
do serviço, bem como com outros serviços visando o trabalho em rede. Nesse sentido, a formação do
psicólogo deve se nortear pelo compromisso de contribuir com a construção e desenvolvimento
do conhecimento científico em psicologia, pela compreensão dos múltiplos referenciais que buscam
apreender a amplitude do fenômeno psicológico em suas interfaces com os fenômenos biológicos e
sociais, pelo reconhecimento da diversidade de perspectivas necessárias para a compreensão do ser
humano e incentivo à interlocução com campos de conhecimento que permitam a apreensão da
complexidade e multideterminação do fenômeno psicológico.

Além disso, deve se nortear pela compreensão crítica dos fenômenos sociais, econômicos, culturais
e políticos do país, fundamentais ao exercício da cidadania e da profissão, pelo respeito à ética nas

151
Unidade II

relações com clientes e usuários, com colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas,
trabalhos e informações e pelo aprimoramento contínuo (Brasil, 2004).

Assistentes sociais e psicólogos têm uma função estratégica na análise crítica da realidade
no sentido de fomentar o debate sobre o reconhecimento e a defesa do papel da assistência
social e das políticas sociais na garantia dos direitos e melhoria das condições de vida. Isso sem
superestimar suas possibilidades e potencialidades no enfrentamento das desigualdades sociais,
gestadas e cimentadas nas determinações macroeconômicas que impedem a criação de emprego,
redistribuição de renda e ampliação dos direitos.

Da mesma maneira, psicólogos e assistentes sociais têm um papel fundamental na compreensão


e análise crítica da crise econômica e de sociabilidade que assola o Brasil atualmente. Essa crise é
fortemente determinada pela concentração de renda e expressa‑se nos altos índices de desemprego,
violência, degradação urbana e do meio ambiente, ausência de moradias adequadas, dificuldade de
acesso à saúde, educação, lazer e nas diferentes formas de violação dos direitos.

Portanto, não se pode pensar a assistência social isolada do conjunto das políticas públicas e nem
se pode reforçar a perspectiva de que o enfrentamento das desigualdades estruturais pode se dar pela
via da resolução de problemas individualizados e que desconsiderem as determinações objetivas mais
gerais da sociabilidade

Os desafios que se colocam demandam de psicólogos e assistentes sociais uma articulação na


defesa do Suas/SUS/LDB e de todas as políticas sociais a partir de uma leitura crítica da realidade e das
demandas sociais.

Embora serviço social e psicologia tenham acúmulos teórico‑políticos diferentes, o diálogo entre
essas categorias profissionais aliará reflexão crítica, participação política, compreensão dos aspectos
objetivos e subjetivos inerentes ao convívio e à formação do indivíduo, da coletividade e das circunstâncias
que envolvem as diversas situações que se apresentam ao trabalho profissional. É possível construir, a
partir dessa ação interdisciplinar, um cenário de discussão sobre responsabilidades e possibilidades na
construção de uma proposta ético‑política e profissional que não fragmente o sujeito usuário da política
de assistência social. O trabalho em equipe não pode negligenciar a definição de responsabilidades
individuais e competências, e deve buscar identificar papéis, atribuições, de modo a estabelecer
objetivamente quem, dentro da equipe multidisciplinar, encarrega‑se de determinadas tarefas.

O enfoque para a infância, adolescência e pessoa idosa se dá em virtude das características


biopsicossocial da própria população, a de que está em pleno crescimento e desenvolvimento, ao mesmo
tempo que muitos estão vulneráveis às situações de violência que ocorrem tanto na família, na escola
e na comunidade em que vivem. Por isso, dependem da proteção dos adultos, das instituições e das
políticas públicas.

Para efetivar políticas públicas, faz‑se necessário o trabalho de profissionais de vários setores: saúde,
educação, assistência social, sistema de justiça etc. Entre a atuação multiprofissional, a psicologia ocupa
um espaço importante na defesa e garantia de direitos das crianças e adolescentes. O papel do psicólogo
152
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

é de atenção e proteção integral, devendo considerar a criança e os adolescentes sujeitos de sua história,
de direitos, e protagonista desta construção. Portanto, os serviços, programas e benefícios sociais têm
que atuar em rede interdisciplinarmente, para a garantia integral desta proteção (Conselho Federal de
Psicologia apud Cviatkovski; Lorenzeti; Faler, 2014).

Machado et al. (2005) falam que a partir da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em
1990, a psicologia começou a desempenhar mais funções em relação aos direitos humanos, inclusive
em relação aos direitos das crianças e adolescentes.

A psicologia se tornou presente nos tribunais, sendo utilizados para obter maiores informações sobre
os sujeitos envolvidos em um determinado processo. A psicologia jurídica sempre fez parte dos fóruns,
mas a partir do ECA é que ela deixou de ser um fato isolado e passou a fazer parte das intervenções,
possibilitando maiores provas e informações ao juiz, dando‑lhe um outro olhar sobre os casos. Segundo
Mello (1999), o estatuto age em situação de violação dos direitos de crianças e dos adolescentes, apesar
disso, o Brasil está longe de alcançar sua plenitude (apud Cviatkovski; Lorenzeti; Faler, 2014).

Embora uma pequena parcela da sociedade desfrute de todos os seus direitos, a maior parte da
população usufrui apenas de maneira parcial seus direitos, sem contar os que não possuem sequer os
direitos básicos, como o direito a vida, a alimentação e a moradia. A atuação da psicologia especialmente
na área social tem se mostrado importante através do trabalho em equipes multidisciplinares.

Segundo Alberto et al. (apud Cviatkovski; Lorenzeti; Faler, 2014) o psicólogo deixa de ser o profissional
procurado apenas em emergências e passa a ser um profissional que está presente no desenvolvimento
de leis, planejamento de ações e intervenções, visando a proteção integral dos sujeitos. O profissional
que se integra na rede se torna cada dia mais necessário para que ela possa funcionar plenamente, com
isso, o psicólogo se faz presente nas situações concretas da sociedade, podendo analisá‑las, realizar um
diagnóstico, planejando ações.

Atualmente o psicólogo se faz presente nas famílias, nas escolas, nas instituições, nos fóruns e em
qualquer ambiente que necessite da atuação dessa área do conhecimento. Esses profissionais, de acordo
com suas atribuições, buscam atender a subjetividade dos sujeitos, sem desconsiderar suas construções
históricas, culturais e sociais, principalmente se tratando de crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade social.

8.3 A intervenção interdisciplinar

O trabalho do assistente social se inicia no acolhimento do sujeito ou da família, este, que é


imprescindível, será o ponto fundamental para chegar ao processo de desvelamento da realidade posta
para que o assistente social possa criar e recriar condições de atendimentos plausíveis.

Posteriormente se dá a escuta qualificada que permite entender melhor o contexto de violência que
essa família está exposta e tem vivenciado.

153
Unidade II

Na sequência há a identificação de todas as demandas contidas na demanda inicial, ou seja,


aquela se apresenta na imediciaticidade. A partir desse momento, deve acontecer um processo de
identificação para quais serviços essa família deve ser encaminhada, as denúncias cabíveis, bem como
o monitoramento, acompanhamento, dessa criança ou adolescente que sofreu abuso ou qualquer tipo
de exploração sexual.

Será articulada uma série de serviços, desde atendimentos psicológicos para a criança, adolescente,
pessoa idosa e família, também outros no âmbito da saúde, a depender da diversidade apresentada em
cada situação.

Segundo Oliveira e Silva (s.d), o profissional que vai atender as situações de proteção especial deve
se especializar e se qualificar a fim de conseguir prestar um atendimento de qualidade, para, além de
identificar as situações imediatas, conseguir desvelar um contexto de abuso sexual, que pode estar
muito bem “disfarçado e desapercebido” nas relações intrafamiliares dessas crianças e adolescentes.

Assim, o desafio do assistente social e psicólogo é lidar com a complexidade exigida para tratar
de situações tão delicadas quanto é o enfrentamento do abuso e exploração sexual contra crianças
e adolescentes.

Crianças, adolescentes e pessoas idosas são prioridades em muitas leis, agora só precisam ser
cumpridas. Espera‑se da sociedade o rompimento com a conivência da violação de direitos e que se
consiga denunciar situações de violência. Já dos assistentes sociais e psicólogos, um olhar mais atento
para identificar essa demanda e tomar todas as providências cabíveis.

O trabalho do assistente social e psicólogo no serviço de proteção social especial à criança,


adolescente e pessoa idosa é identificar as condições objetivas de vida dos sujeitos e traçar estratégias
para acesso aos direitos humanos e sociais, conhecer a realidade social da família e a identificar sua
condição de vida.

O assistente social realiza a orientação social aos indivíduos e famílias no que tange a direitos
sociais, fazendo os encaminhamentos que sejam pertinentes às demandas apresentadas e elaboração
de relatórios sociais. Além das demandas relacionadas a direitos sociais como a moradia, a alimentação,
a saúde, o trabalho, viabilizando acesso dos usuários aos benefícios previdenciários/socioassistenciais
entre outros.

As ações desenvolvidas pelos assistentes sociais estão direcionadas ao atendimento social, à


identificação da condição socioeconômica das famílias; à elaboração de relatórios qualitativos e
quantitativos para a gestão municipal; ao estabelecimento do plano de acompanhamento familiar;
à realização da articulação com SGD, entre outras. Além de lidar com a presença e/ou ausência de
investimentos do Estado para executar serviços públicos de qualidade, existem ainda os desafios
enfrentados pelos próprios profissionais ao indicar caminhos aos profissionais que nem sempre estão
em consonância com as orientações analíticas, éticas e políticas da profissão.

154
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

O assistente social vai atuar a partir de uma ambiguidade: para a política de assistência social, o
usuário é um beneficiário, portanto, sujeito aos critérios seletivistas previstos para o acesso aos serviços
e benefícios socioassistenciais. Assim o trabalho do assistente social é direcionado à ação direta com o
usuário, reconhecendo sua condição social, identificando as violações de direitos e as possibilidades de
acesso aos serviços de modo a minimizar suas necessidades sociais.

Nos serviços de alta complexidade, são especializados para as situações de violação de


direitos/vínculos rompidos. Assim, o assistente social deve saber quais são os direitos, para reconhecer
sua violação.

As equipes profissionais valorizam a interdisciplinaridade, em que profissionais assistentes sociais,


pedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais atuam na gestão, no planejamento e na execução dos
serviços, visando a qualidade dos serviços prestados aos usuários.

8.3.1 O papel do assistente social na alta complexidade

No momento do acolhimento institucional, o trabalho de uma equipe multiprofissional torna‑se


importante para que se possa acompanhar, analisar e mediar os conflitos existentes na vida dessas
famílias. O assistente social intervém como:

Um profissional que visa realizar a mediação desses conflitos mediante


capacidades e habilidades advindas de sua formação profissional, discorre
sobre o acompanhamento dessas famílias onde crianças e adolescentes
que são destituídos do poder familiar e encaminhadas a adoção
(Prado, 2019 p. 41).

Nesse contexto, o assistente social precisa articular em rede, com outros serviços e instituições, no
qual visa‑se o acesso dos usuários a outras políticas sociais; com profissionais do Cras, Creas, Fórum,
Ministério Público (juiz e promotores), Conselho Tutelar, outras políticas, como as de saúde, educação,
em que os usuários acessam os serviços fora da Instituição.

O início do processo de destituição do poder familiar e encaminhamento para adoção perpassa pelo
trabalho da assistente social na Casa de Acolhida sendo encaminhado posteriormente para o assistente
social do Fórum para realizar o cadastro dos candidatos a adotantes. As aproximações com essas pessoas
acontecem na Casa de Acolhida.

Entretanto, Prado (2009) chama a atenção que, nesse sentido, não se pode compreender as diversas
formas de violência de forma fragmentada, separando relações interpessoais e estruturais, sob pena de
se perder a visão da sociedade como totalidade, assim destaca que:

as expressões da questão social, sejam elas por desigualdades ou por


resistência, constituem‑se objeto de trabalho do assistente social.

155
Unidade II

Com isso o trabalho profissional do(a) assistente social está em conjunto


com a ética profissional comprometida com a viabilização dos direitos aos
sujeitos. Destacando assim que “[...] exige‑se um profissional qualificado, que
reforce e amplie a sua competência crítica; não só executivo, mas que pensa,
analisa, pesquisa e decifra a realidade” (Iamamoto apud Prado, p. 56‑57).

Para desenvolver todo o processo de acompanhamento, torna‑se necessário que o assistente


social e a equipe organizem sua ação de modo que consigam fazer um planejamento para sua
intervenção, com realização de entrevista, elaboração do PIA, amparada pelas linhas teóricas, técnico
e ético‑político da profissão, visita domiciliar (instrumento interventivo). Por meio das demandas
da família, as informações fornecidas são aprofundadas e questionadas, considerando suas
particularidades, vontades, necessidades sociais etc.

Assim, a partir das leituras e análises dos PIAs elaborados pelo assistente social em conjunto com
os demais profissionais da rede de proteção à criança e ao adolescente, de todos os recursos possíveis
para o fortalecimento dos vínculos familiares dos acolhidos, o juiz decreta a medida de suspensão e,
posteriormente, a destituição do poder familiar, e solicita que a criança ou adolescente seja encaminhado
ao Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

Segundo Prisco (2014), falar de alta complexidade na assistência social é um enorme desafio uma
vez que ainda hoje, apesar do avanço incontestável da política de assistência social, é complexo o estudo
dessa política, e quando o assunto é o nível de alta complexidade, o desafio torna‑se ainda maior.

A outra evidência considerada por Prisco (2014) é sobre a terceirização do nível de alta complexidade
na assistência social, uma vez que um número considerável das instituições que executam os serviços é
pertencente ao terceiro setor por meio de convênios, repasse de dinheiro público, mediante o cumprimento
de algumas condicionalidades. Assim, o Estado não tem dado conta de executar os serviços.

O referido autor reforça que é impossível tolerar o silêncio, praticamente inquebrável, em torno da
aparente omissão diante de um assunto de extrema importância para o bem‑estar dos cidadãos que
necessitam usufruir desse nível de atenção.

Assim, Prisco conclui que o ideal seria que a sociedade não carecesse mais de instituições de
acolhimento e que o Estado fosse capaz de assegurar a segurança necessária aos indivíduos e às famílias
por meio de ações protetivas e preventivas, capazes de lhes resguardar dos riscos e vulnerabilidades que
levam à necessidade de acolhimento institucional. Porém essa não é a realidade, em muitos municípios,
se enfileiram os cidadãos de diversas faixas etárias que aguardam vagas para serem acolhidos.

156
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

Resumo

Na segunda unidade dialogamos sobre a importância da ação conjunta


entre as políticas públicas, reconhecida como intersetorialidade.

Foi apresentada a conceituação da intersetorialidade, considerando


a rede de proteção social e como essa se estabelece para a garantia de
direitos fundamentais e sociais de seus usuários, com foco na criança, no
adolescente e na pessoa idosa.

Detalhou-se como se estabelece o Sistema de Garantia de Direitos (SGD),


considerando a rede de relação entre as políticas públicas, o sistema de
justiça e o sistema de defesa e controle social, legalmente instituídos pela
Constituição Federal, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pelo
Estatuto da Pessoa Idosa.

Considerando que a proteção social se estabelece pela materialidade


das políticas públicas e que essas se efetivam a partir de uma rede de
atores, que são os profissionais tanto da gestão pública quanto da gestão
privada (OSC – Organização da Sociedade Civil). Sua intervenção, além
de intersetorial, apresenta-se como interdisciplinar, garantindo diversos
olhares e saberes para a leitura da realidade na qual os sujeitos sociais
– crianças, adolescentes e pessoas idosas – se encontram inseridos, pelos
rebatimentos objetivos e subjetivos de sua vivência e convivência.

Identificaram-se as políticas públicas setoriais da assistência social,


com enfoque na educação e na saúde, apresentando os serviços
essenciais para a proteção social desse universo de usuários; no caso da
assistência social, pelas proteções sociais básica e especial, de média e
alta complexidade. Em relação à educação, é direito universal a educação
básica, que compreende educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio. Quanto à saúde, abordamos as atenções primária, secundária e
terciária, ampliando para situações que envolvem a RAP, Rede Atenção
Psicossocial, e a Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência (RCPD). Os
serviços se dialogam, para a proteção e a intersetorialidade da atenção, de
modo a lograr sua não duplicidade e a otimização do atendimento com
qualidade, de acordo com suas funções, atentando para sua totalidade,
sem fragmentar o sujeito social de direito.

A interdisciplinaridade das várias áreas profissionais, em especial as áreas


profissionais de serviço social e de psicologia, promove a construção de
um olhar de complementariedade de saberes específicos, para uma leitura
ampliada com conexão das áreas. Dessa forma, é efetivada uma atenção
dialogada e continuada para uma intervenção comprometida com a
garantia de direitos e de proteção social.

157
Unidade II

Exercícios

Questão 1. Leia o texto a seguir.

Centro de Referência de Assistência Social (Cras)

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) é um serviço público responsável pela oferta de
serviços, programas, benefícios e projetos sociais.

O Cras atende famílias e indivíduos na comunidade e oferta serviços voltados a crianças, adolescentes,
jovens, pessoas idosas e pessoas com deficiência. O principal serviço do Cras é o trabalho social com
famílias para fortalecer seus vínculos, promover o acesso a direitos e à melhoria de sua qualidade de vida.

Disponível em: https://encurtador.com.br/dgow7.


Acesso em 19 dez. 2023 (com adaptações).

Com base no exposto e nos seus conhecimentos sobre o tema, avalie as afirmativas.

I – As equipes de profissionais que organizam a oferta dos serviços e dos programas disponibilizados
no Cras são multidisciplinares. Ademais, independentemente do porte do município em que o Cras se
situe, haverá um quadro constituído por profissionais técnicos de nível superior e de nível médio.

II – A população pode acessar alguns benefícios por meio do Cras, a exemplo do BPC (Benefício
de Prestação Continuada). No entanto, os municípios e os estados não têm autonomia para realizar
projetos conforme as demandas identificadas localmente.

III – O Cras tem por finalidade oferecer proteção social especial, isto é, um dos focos de seu
atendimento é voltado às pessoas que se encontram em situação de risco pessoal ou social e que
tiveram seus vínculos familiares e comunitários rompidos.

É correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Resposta correta: alternativa A.


158
DIREITOS DA CRIANÇA, DO ADOLESCEMTE E DA PESSOA IDOSA

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: as equipes de profissionais que atuam nos Cras são multidisciplinares e compostas por
técnicos de nível médio e nível superior. O que varia, conforme o porte do município, é a quantidade
desses profissionais.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: os cidadãos podem acessar alguns benefícios por meio do Cras. Além disso, os estados
e os municípios têm autonomia para realizar projetos conforme a identificação de demandas locais.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: o Cras não tem por objetivo atender pessoas que se encontram em situação de risco
pessoal ou social, mas pessoas que ainda preservam os vínculos familiares e comunitários, no sentido de
prevenir as situações de risco. A proteção especial mencionada pela afirmativa é objeto de atendimento
do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

Questão 2. No que diz respeito ao Sistema Único de Assistência Social (Suas), avalie as asserções a
seguir e a relação proposta entre elas.

I – O Sistema Único de Assistência Social (Suas) foi instituído de forma a operar de maneira
descentralizada e participativa por meio da gestão compartilhada e articulada pelos três entes
federativos.

porque

II – É um sistema que atua por meio da assistência social contributiva, que organiza as ações dessa
assistência em um único tipo de proteção, denominada Proteção Social Básica.

É correto afirmar que:

A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.

B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.

C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda asserção é falsa.

D) A primeira asserção é falsa, e a segunda asserção é verdadeira.

E) As duas asserções são falsas.

Resposta correta: alternativa C.


159
Unidade II

Análise da questão

A primeira asserção é verdadeira, pois o Sistema Único de Assistência Social (Suas) foi criado
para organizar as ações de assistência social que empregam a prática de gestão compartilhada, o
cofinanciamento e a cooperação operacional entre os entes da federação, ou seja, a união, os estados,
o Distrito Federal e os municípios.

A segunda asserção é falsa, uma vez que o Suas opera a proteção social de modo não contributivo,
sendo que a assistência é oferecida em dois tipos distintos: a proteção social básica, que se destina à
prevenção de riscos sociais; e a proteção especial, voltada para pessoas que já se encontram em situação
de risco ou de violação de direitos.

160
REFERÊNCIAS

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CONSELHO tutelar. Direção: Rudi Lageman. Brasil: Record, 2014. 45 min. (15 episódios).

O CONTADOR de histórias. Direção: Luiz Vilaça. Brasil: Warner Bros, 2009. 110 min.

GETÚLIO Vargas. Direção: Nei Sroulevich. Brasil: Zoom Cinematográfica, 1974. 76 min.

JANGO. Direção: Silvio Tendler. Brasil: Caliban Produções Cinematográficas; Embrafilme, 1984. 117 min.

O MENINO que não queria nascer. Direção: Estela Renner. Brasil: Maria Farinha Filmes, 2013. 8 min.

RODAS dos expostos. Direção: Maria Emília Azevedo. Brasil: Synapse Produções Ltda, 2001. 20 min.

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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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