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MÓDULO IV

Sistema de
Garantia de Direitos
1. Importância da Rede de Proteção e Atendimento
2. Legislação e atribuições dos órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos
3. Eixos do SGD: 1) Promoção; 2) Defesa; 3) Controle
4. Níveis do SGD: 1) Primário; 2) Secundário; 3) Terciário
5. Princípios e Doutrinas do SGD: 1) Proteção Integral; 2) Prioridade
Absoluta; 3) Interesse Superior
6. Os membros do SGD: Conselho Tutelar, Escolas, Equipamentos da
Assistência Social, Saúde, Sistema de Justiça, etc.
7. A "empurroterapia", o encaminhamento, a referência e a
contrarreferência
8. Casos de Suspeita: as interações com crianças ou adolescentes e suas
famílias
1.Importância da Rede de
Proteção e Atendimento
• Pescador -> Profissionais

• Cuidado ao "lançar a rede"

• Integração

• Flexibilidade

• Resistência
• Apoio e acolhimento

• Proteção e cuidado

• Distribui responsabilidades

• Adaptabilidade

• Resistência
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO
Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou
presencie ação ou omissão, praticada em local público ou privado,
que constitua violência contra criança ou adolescente tem o dever
de comunicar o fato imediatamente ao serviço de recebimento e
monitoramento de denúncias, ao conselho tutelar ou à autoridade
policial, os quais, por sua vez, cientificarão imediatamente o
Ministério Público.

Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal


e os Municípios poderão promover, periodicamente, campanhas
de conscientização da sociedade, promovendo a identificação das
violações de direitos e garantias de crianças e adolescentes e a
divulgação dos serviços de proteção e dos fluxos de atendimento,
como forma de evitar a violência institucional.
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO

Art. 14. As políticas implementadas nos


sistemas de justiça, segurança pública,
assistência social, educação e saúde
deverão adotar ações articuladas,
coordenadas e efetivas voltadas ao
acolhimento e ao atendimento integral às
vítimas de violência.
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO

§ 1º As ações de que trata o caput observarão as seguintes


diretrizes:
I - abrangência e integralidade, devendo comportar avaliação e
atenção de todas as necessidades da vítima decorrentes da
ofensa sofrida;
II - capacitação interdisciplinar continuada, preferencialmente
conjunta, dos profissionais;
III - estabelecimento de mecanismos de informação, referência,
contrarreferência e monitoramento;
IV - planejamento coordenado do atendimento e do
acompanhamento, respeitadas as especificidades da vítima ou
testemunha e de suas famílias;
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO

V - celeridade do atendimento, que deve ser realizado


imediatamente - ou tão logo quanto possível - após a
revelação da violência;
VI - priorização do atendimento em razão da idade ou de
eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial,
garantida a intervenção preventiva;
VII - mínima intervenção dos profissionais envolvidos; e
VIII - monitoramento e avaliação periódica das políticas de
atendimento.
§ 2º Nos casos de violência sexual, cabe ao responsável da
rede de proteção garantir a urgência e a celeridade
necessárias ao atendimento de saúde e à produção
probatória, preservada a confidencialidade.
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão criar serviços de atendimento, de
ouvidoria ou de resposta, pelos meios de comunicação
disponíveis, integrados às redes de proteção, para receber
denúncias de violações de direitos de crianças e
adolescentes.
Parágrafo único. As denúncias recebidas serão
encaminhadas:
I - à autoridade policial do local dos fatos, para apuração;
II - ao conselho tutelar, para aplicação de medidas de
proteção; e
III - ao Ministério Público, nos casos que forem de sua
atribuição específica.
Lei nº 13.431/2017
TÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO

Art. 16. O poder público poderá criar programas, serviços


ou equipamentos que proporcionem atenção e atendimento
integral e interinstitucional às crianças e adolescentes vítimas
ou testemunhas de violência, compostos por equipes
multidisciplinares especializadas.

Parágrafo Único. Os programas, serviços ou


equipamentos públicos poderão contar com delegacias
especializadas, serviços de saúde, perícia médico-legal,
serviços socioassistenciais, varas especializadas, Ministério
Público e Defensoria Pública, entre outros possíveis de
integração, e deverão estabelecer parcerias em caso de
indisponibilidade de serviços de atendimento.
Para que uma “rede de proteção”,
de fato, possa ser como tal
considerada (ao menos sob a
ótica da Lei nº 13.431/2017), é
preciso muito mais do que a
existência de “programas e
serviços” (como CRAS, CREAS,
CAPS, dentre outros
correspondentes às “medidas”
relacionadas nos arts. 18-B, 101 e
129 da Lei nº 8.069/1990).
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da
família ampliada, os responsáveis, os
agentes públicos executores de medidas
socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de
adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico
ou tratamento cruel ou degradante como
formas de correção, disciplina, educação
ou qualquer outro pretexto estarão
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, às seguintes medidas, que
serão aplicadas de acordo com a
gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial
ou comunitário de proteção à família;
II - encaminhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou
programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a
tratamento especializado;
V - advertência;
VI - garantia de tratamento de saúde
especializado à vítima;
Parágrafo único. As medidas previstas
neste artigo serão aplicadas pelo
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais
Art. 101. Medidas Específicas de
Proteção.

Art. 129. Das Medidas Pertinentes


aos Pais ou Responsável:
encaminhamento a serviços de
proteção, apoio e promoção da família;
tratamento a alcoolistas e outras
drogas; tratamento
psicológico/psiquiátrico; obrigação de
matrícula escolar; obrigação de
tratamento especializado a criança ou
adolescente; advertência; perda da
guarda; destituição da tutela;
suspensão ou destituição do poder
familiar.
É também fundamental que
tais equipamentos estejam
articulados entre si, reunindo-
se, definindo procedimentos e
ações conjuntas/coordenadas
e trocando informações acerca
dos casos atendidos, sempre
na busca de soluções concretas
para os mesmos.
Incompletude Institucional

SAÚDE

EDUCAÇÃO

ASSISTÊNCIA
SOCIAL JUSTIÇA
Articulação e Intersetorialidade
Articulação e Intersetorialidade

•Construir coletivamente conceitos e visão da


realidade a fim de ultrapassar as práticas isoladas
e assistencialistas;

•Compreender as especificidades de cada serviço


e as normativas que embasam sua oferta;

•Compreender que programas e benefícios estão


sempre ligados à oferta continuada dos serviços.
Articulação e Intersetorialidade
•Respeitar a horizontalidade nas relações entre
os atores das políticas públicas.

•Partilhar o entendimento de que todos são


corresponsáveis pela proteção social enquanto
direito de cidadania.

•Compreender as especificidades e objetivos de


cada política, definindo campo de atuação e
interfaces possíveis.
SAÚDE
Identificação e intervenção em
casos de violência (médico,
psicólogo, enfermeiro,
profissional de educação física,
nutricionista, agente
comunitário de saúde, etc.)
• Proximidade com a Comunidade

• Detecção Precoce

• Educação e Conscientização

• Encaminhamento para Serviços

• Monitoramento e Acompanhamento

• Prevenção

• Cooperação
• Ambiente de Confiança

• Identificação Precoce

• Educação e Conscientização

• Denúncias e Encaminhamentos
EDUCAÇÃO
• Apoio e Aconselhamento

• Prevenção e Educação sobre Direitos

• Intervenções Multidisciplinares

• Ambiente de Apoio e Inclusão

• Parcerias com a Comunidade


• Identificação e Avaliação

• Atendimento e Acompanhamento

• Proteção Legal

• Encaminhamentos a serviços especializados

• Trabalho em Rede
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
• Mediação Familiar

• Prevenção e Educação

• Apoio às Famílias

• Defesa dos Direitos


• Proteção de Direitos

• Responsabilização JUSTIÇA

• Prevenção

• Garantia de Medidas de Proteção

• Garantir interesses das crianças

• Superação de Barreiras Legais e Sociais

• Colaboração com outros Órgãos


Além destas, outras Políticas Públicas...
A violência, como um dos graves
problemas existentes, exige um trabalho
em rede, de forma articulada, baseado na
solidariedade e na cooperação entre
organizações que, por meio da articulação
política, negociam e partilham recursos de
acordo com os interesses e necessidades.
A construção de redes pressupõe que as
decisões sejam adotadas de forma
horizontal nos princípios de igualdade,
democracia, cooperação e solidariedade.
2. Legislação e atribuições dos órgãos
do Sistema de Garantia de Direitos
Legislação sobre o Sistema
de Garantia de Direitos -
SGD
 O SGD pode ser considerado em uma abordagem
abrangente e integrada que visa assegurar e promover os
direitos das crianças e dos adolescentes.

 Engloba um conjunto de políticas, ações, serviços e


mecanismos institucionais que têm como objetivo proteger,
promover e garantir os direitos infanto-juvenis, conforme
estabelecido na legislação nacional e nos tratados
internacionais de Direitos Humanos.
O ECA prevê a participação ativa das crianças e
dos adolescentes na formulação, implementação e
avaliação das políticas e programas que afetam
esse público, assim como a colaboração entre os
diversos setores da sociedade, como o governo,
sociedade civil, família e comunidade.
Objetivo final do SGD

• É criar um ambiente seguro e propício para o


pleno desenvolvimento das crianças e dos
adolescentes, garantindo os seus direitos,
conforme preconizado no ECA e demais
legislações afins.
O QUE COMPETE À SAÚDE?

 Lei nº 13.431, de 4 de Abril de 2017  Sobre o SGD

Art. 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão criar, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), serviços para atenção integral à criança e ao
adolescente em situação de violência, de forma a garantir o
atendimento acolhedor.
O QUE COMPETE À SAÚDE?

Art. 18. A coleta, guarda provisória e preservação de


material com vestígios de violência serão realizadas
pelo Instituto Médico Legal (IML) ou por serviço
credenciado do sistema de saúde mais próximo, que
entregará o material para perícia imediata.
O QUE COMPETE À ASSISTÊNCIA SOCIAL?

Art. 19. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão estabelecer, no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), os seguintes
procedimentos:

I - elaboração de plano individual e familiar de


atendimento, valorizando a participação da criança e do
adolescente e, sempre que possível, a preservação dos
vínculos familiares;
O QUE COMPETE À ASSISTÊNCIA SOCIAL?

II - atenção à vulnerabilidade indireta dos demais


membros da família decorrente da situação de
violência, e solicitação, quando necessário, aos órgãos
competentes, de inclusão da vítima ou testemunha e de
suas famílias nas políticas, programas e serviços
existentes;
O QUE COMPETE À ASSISTÊNCIA SOCIAL?

III - avaliação e atenção às situações de intimidação,


ameaça, constrangimento ou discriminação
decorrentes da vitimização, inclusive durante o trâmite
do processo judicial, as quais deverão ser comunicadas
imediatamente à autoridade judicial para tomada de
providências;
O QUE COMPETE À ASSISTÊNCIA SOCIAL?

IV - representação ao Ministério Público, nos casos de


falta de responsável legal com capacidade protetiva em
razão da situação de violência, para colocação da
criança ou do adolescente sob os cuidados da família
extensa, de família substituta ou de serviço de
acolhimento familiar ou, em sua falta, institucional.
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

Art. 20. O poder público poderá criar delegacias especializadas no


atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência.

§ 1º Na elaboração de suas propostas orçamentárias, as unidades da


Federação alocarão recursos para manutenção de equipes
multidisciplinares destinadas a assessorar as delegacias especializadas.

§ 2º Até a criação do órgão previsto no caput deste artigo, a vítima será


encaminhada prioritariamente a delegacia especializada em temas de
direitos humanos.

§ 3º A tomada de depoimento especial da criança ou do adolescente vítima


ou testemunha de violência observará o disposto no art. 14 desta Lei.
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

Art. 21. Constatado que a criança ou o adolescente está em


risco, a autoridade policial requisitará à autoridade judicial
responsável, em qualquer momento dos procedimentos de
investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de
proteção pertinentes, entre as quais:

I - evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima


ou testemunha de violência com o suposto autor da violência;
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

II - solicitar o afastamento cautelar do investigado da


residência ou local de convivência, em se tratando de
pessoa que tenha contato com a criança ou o
adolescente;

III - requerer a prisão preventiva do investigado,


quando houver suficientes indícios de ameaça à
criança ou adolescente vítima ou testemunha de
violência;
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

IV - solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão


da vítima e de sua família nos atendimentos a que
têm direito;

V - requerer a inclusão da criança ou do adolescente


em programa de proteção a vítimas ou testemunhas
ameaçadas; e
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

VI - representar ao Ministério Público para que proponha ação


cautelar de antecipação de prova, resguardados os
pressupostos legais e as garantias previstas no art. 5º desta
Lei, sempre que a demora possa causar prejuízo ao
desenvolvimento da criança ou do adolescente.

.
O QUE COMPETE À SEGURANÇA PÚBLICA?

Art. 22. Os órgãos policiais envolvidos envidarão


esforços investigativos para que o depoimento
especial não seja o único meio de prova para o
julgamento do réu.
O QUE COMPETE À JUSTIÇA?

Art. 23. Os órgãos responsáveis pela organização judiciária


poderão criar juizados ou varas especializadas em crimes
contra a criança e o adolescente.

Parágrafo único. Até a implementação do disposto no caput deste artigo,


o julgamento e a execução das causas decorrentes das práticas de
violência ficarão, preferencialmente, a cargo dos juizados ou varas
especializadas em violência doméstica e temas afins.
Momento Multimídia

Vídeo: “5 anos da Lei 13.431/2017”. Canal


Proteja (2022) (7:46)

https://www.youtube.com/watch?
v=N0OCmdF4ZG4
3. Eixos do SGD: 1) Promoção; 2)
Defesa;
3) Controle
O SGD é regulamentado a partir da
Resolução nº 113 do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente -
CONANDA, estruturando-se a partir de três
eixos estratégicos
O SGD congrega uma ampla gama de instituições,
serviços, iniciativas e organizações voltadas para o
cuidado e bem-estar das crianças e dos
adolescentes.

Essa proteção abrangente baseia-se na


interligação e colaboração desses diferentes
serviços, possibilitando a efetiva implementação do
ECA.
Art. 86 do ECA

“A política de atendimento dos direitos da criança e


do adolescente far-se-á através de um conjunto
articulado de ações governamentais e não-
governamentais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios”.
O SGD propõe a articulação e consolidação
de uma rede constituída por instâncias
governamentais e não governamentais,
operadores do Sistema de Justiça, dentre
outros que atuarão em conjunto na
promoção, defesa e controle em relação aos
direitos de crianças e adolescentes.
Na visão de compartilhamento de
responsabilidades entre as instâncias
governamentais e a sociedade civil, em um modelo
de operação que se baseia na colaboração e não
na imposição de hierarquias, uma vez que todas as
partes têm relevância em relação às suas esferas
de intervenção (sejam elas locais, municipais,
estaduais ou nacionais.
EIXOS DO SGD
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Transforma o que está previsto em lei em ações


práticas, ou seja, está relacionado à execução das
políticas públicas de defesa de direitos a crianças e
adolescentes.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Tem por principais atores as instâncias governamentais e


da sociedade civil que promovem o atendimento direto,
executando a política de atendimento aos direitos humanos
de crianças e adolescentes.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Áreas, tais como:

 Educação, Saúde, Esporte, Lazer, Cultura,


Profissionalização, Assistência Social,
aplicação de Medidas Socioeducativas,
aplicação de Medidas de Proteção (Medidas
Protetivas).
PROMOÇÃO DOS DIREITOS
Momento Multimídia

Vídeo: “OAB em 5 minutos – Direitos da


Criança e do Adolescente”. Canal Master
OAB (2017) (6:06)

https://www.youtube.com/watch?
v=eGDS1YK2SPQ
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Direitos Fundamentais preconizados pelo ECA.

 Direito à Saúde

 SUS.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Direitos Fundamentais preconizados pelo ECA.

 Direito à Liberdade, ao Respeito


e à Dignidade
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Direitos Fundamentais preconizados pelo ECA.

 Direito à Convivência Familiar e


Comunitário
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Direitos Fundamentais preconizados pelo ECA.

 Direito à Educação, à Cultura,


ao Esporte e ao Lazer
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Direitos Fundamentais preconizados pelo ECA.

 Direito à Profissionalização e à
Proteção ao Trabalho
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Medidas Protetivas (Art. 101 do ECA)

I – Encaminhamento aos pais ou responsável,


mediante termo de responsabilidade;

II – Orientação, apoio e acompanhamento


temporários;

III – Matrícula e frequência obrigatórias em escolas.


PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Medidas Protetivas (Art. 101 do ECA)

IV - Inclusão em serviços e programas oficiais ou


comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;

V – Requisição de tratamento médico, psicológico ou


psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Medidas Protetivas (Art. 101 do ECA)

VI - Inclusão em programa oficial ou comunitário de


auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;

VII - Acolhimento institucional.


PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Medidas Protetivas (Art. 101 do ECA)

VIII - Inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - Colocação em família substituta.


PROMOÇÃO DOS DIREITOS

Medidas Socioeducativas (Art. 112 do ECA)

I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
DEFESA DOS DIREITOS

Instâncias de fiscalização dos direitos humanos.

Produz sanções caso haja descumprimento da


garantia dos direitos.

Assegura a responsabilização pelo não cumprimento


dos direitos fundamentais infanto-juvenis.
Momento Multimídia

Vídeo: “De 0 a 100 em 4 minutos – Defesa


dos Direitos de Crianças e Adolescentes”.
Canal Dickson Cosseti (2021) (4:22)

https://www.youtube.com/watch?v=Dsl-
sWv2c7M
CONTROLE DOS DIREITOS

Organizações governamentais, não-governamentais


e da sociedade civil.

Todos são responsáveis por controle se os direitos


das crianças e adolescentes estão sendo garantidos.
CONTROLE DOS DIREITOS

Conselhos de Direitos

 Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do


Adolescente - CONANDA;

 Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do


Adolescente - CEDCA;

 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente - CMDCA.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS
4. Níveis do SGD: 1) Primário;
2) Secundário; 3) Terciário
Garantia dos direitos de crianças e adolescentes.

POR ONDE COMEÇAR?


Primeiro promove-se os direitos à
criança e ao adolescente?

OU

 Espera-se um direito ser violado para


depois garantir esses direitos?
Podemos pensar em níveis de
atenção e garantia dos direitos de
crianças e adolescentes?
Analogias...

 ...ao se comparar as ações do SGD


aos níveis de atenção de duas
políticas fundamentais para a
garantia dos direitos de crianças e
adolescentes, a saber: o Sistema
Único de Saúde - SUS e o Sistema
Único de Assistência Social – SUAS.
Atenção Primária

“Atendimentos iniciais e de acolhimento nas unidades


básicas de saúde; atuação da medicina da família; tem-
se um foco na prevenção de doenças e seus agravos;
promoção do bem-estar e da qualidade de vida; prestar
serviços e atendimentos seguindo princípios como a
equidade, universalidade e intersetorialidade das ações
de saúde; os casos analisados e trabalhados são
considerados de baixa complexidade”.
Momento Multimídia

Vídeo: “O que é Atenção Primária à


Saúde? Entenda como é a organização da
saúde”. Canal Educação em Saúde – Prof.
Bruno Utzeri (2020) (12:55)

https://www.youtube.com/watch?
v=QIPV_N9DNHw
Atenção Secundária

“São ofertados atendimentos que exigem uma maior


complexidade, tais como intervenções de urgência e
emergência, bem como consultas nas especialidades
médicas; nesse nível de atenção à saúde, geralmente as
doenças são foram identificadas, com isso, muito além de
realizar a promoção da saúde, deve-se operacionalizar o
tratamento de saúde das pessoas ”.
Atenção Terciária

“Casos mais complexos e de reabilitação; são ofertados


atendimentos em hospitais de grande porte, cirurgias,
transplantes, diálises, etc.; ou seja, são serviços e programas
de saúde considerados de alta complexidade ”.
Proteção Social Básica

“Os serviços da Proteção Social Básica, como o Centro


de Referência de Assistência Social - CRAS e os
Centros de Convivência, são os responsáveis por
promover a garantia dos direitos fundamentais das
pessoas; nesses equipamentos sociais são realizadas
atividades voltadas às famílias, possuindo também
ações e intervenções específicas às crianças e
adolescentes, como o Serviço de Convivência e
Fortalecimento dos Vínculos - SCFV, com grupos
operativos de crianças e de adolescentes”.
Proteção Social Básica

“Cabe à Proteção Social Básica o


fortalecimento dos vínculos individuais e
familiares, tendo como principal objetivo
a garantia dos direitos sociais das
coletividades”.
Proteção Social Especial

 Média Complexidade

“Casos nos quais indivíduos e suas famílias


encontram-se com seus vínculos fragilizados e
direitos violados”.
Proteção Social Especial

 Média Complexidade

“Dentre o público prioritário de atendimento,


pode-se destacar crianças e adolescentes,
idosos, mulheres, pessoas com deficiência e
pessoas com transtornos mentais que
sofreram qualquer tipo de violência”.
Proteção Social Especial

 Média Complexidade

“Nesses casos, os vínculos familiares,


por conta das violações de direitos,
estão fragilizados, necessitando da
atuação conjunta da rede intersetorial
para tentativas de retomar esses
vínculos, fortalecendo-os”.
Proteção Social Especial

 Alta Complexidade

“Casos os quais os vínculos familiares foram


rompidos de alguma forma, na maioria das
situações, devem-se a situações sistemáticas
de violência que culminaram nesses
rompimentos”.
Proteção Social Especial

 Alta Complexidade

“Em tratando-se de crianças e adolescentes que foram


violentadas ou negligenciadas, no geral, é preciso que
sejam retiradas do local onde esteja ocorrendo a
violação dos direitos; assim, são colocadas em
unidades de acolhimento institucional, o que eram
chamadas outrora de abrigos para o público infanto-
juvenil”.
Momento Multimídia

Vídeo: “Proteção Especial da Política de


Assistência Social”. Canal Profa. Tiana
Borba (2020) (7:13)

https://www.youtube.com/watch?
v=v_p7eyvJhRc
5. Princípios e Doutrinas do SGD: 1)
Proteção Integral; 2) Prioridade
Absoluta; 3) Interesse Superior
 O Sistema de Garantia de Direitos - SGD é
uma abordagem abrangente e integrada
que visa assegurar os direitos das crianças
e dos adolescentes no Brasil.
 O SGD baseia-se em doutrinas e princípios
fundamentais para proteger, promover e
garantir o bem-estar e o desenvolvimento
saudável das crianças e dos adolescentes.
 O Estatuto da Criança e do
Adolescente, o ECA, foi promulgado
em 1990 para consolidar as
diretrizes da Carta Magna e as
diretrizes dos tratados
internacionais sobre direitos das
crianças e adolescentes
(especialmente a Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos
das Crianças - ratificada pelo Brasil
em 1990)
 O ECA é dividido em:

 Parte Geral: prevê os Direitos


Fundamentais.

 Parte Especial: contém disposições


pertinentes ao atendimento
institucional e o acesso à Justiça.
 Diferenças entre o ECA X Código de
Menores.

 Antes, o Estado intervinha somente


quando se verificava a situação
irregular.

 Situação irregular: quando as crianças e


adolescentes não estavam inseridos
dentro de uma família, ou em situação de
pobreza extrema, deficiências na saúde e
educação; ou quando possuíam “desvio
 Antes do ECA...

 Com a Constituição Federal de


1967, não havia previsão de direitos
para crianças e adolescentes.

 Caráter assistencialista e repressor.


 Não se levava em consideração à
condição peculiar do
desenvolvimento desse público.
 Doutrina da “Situação
Irregular”

 Considerava as crianças e
adolescentes como objetos
de tutela e intervenção do
Estado; e não como
sujeitos de direitos.
Momento Multimídia

Vídeo: “A doutrina da situação irregular e


a doutrina da proteção integral”. Canal
Estratégia OAB (2023) (13:33)

https://www.youtube.com/watch?
v=mSvFqLdhx7U
 Doutrina da Proteção
Integral

 Princípio do melhor
interesse da criança e do
adolescente.

 Princípio da Prioridade
Absoluta.
 Doutrina da Proteção
Integral

 Princípio da
corresponsabilidade.

 Princípio do respeito à
condição peculiar de
pessoa em
 Doutrina da Proteção
Integral

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a


proteção integral à criança e ao
adolescente (ECA/1990).

 Fase peculiar do desenvolvimento.


 Sujeitos de direitos.
 Não são objeto de tutela e
 Doutrina da Proteção
Integral

 Direitos à vida; à liberdade;


à saúde; à segurança; à
educação, etc.
Como garantir esses
direitos?
 Doutrina da Proteção
Integral

Art. 227 (ECA)

“É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de
 Doutrina da Proteção
Integral

 Essa doutrina
garante juridicidade aos direitos
das crianças e adolescentes e
assim.
 Os deveres atribuídos à sociedade,
ao Estado e à família não são uma
obrigação apenas moral, mas sim
 Doutrina da Proteção
Integral

 Para implementar as diretrizes propostas


pela doutrina da Proteção Integral, o ECA
reformula todo o sistema de políticas
públicas e rede de atendimento da
criança e do adolescente, passando a
prevê-los de forma municipalmente
organizada, contemplando diversas
possibilidades de participação da
sociedade civil.
 Doutrina da Proteção
Integral

 Crianças e adolescentes devem ter


prioridade absoluta na formulação e
execução de políticas públicas.
 Princípio da Prioridade
Absoluta

Art. 4º É dever da família, da comunidade,


da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e
Art. 4º Parágrafo único. A garantia de prioridade
compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em


quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços
públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das
políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos
nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.
Momento Multimídia

Vídeo: “A Proteção Integral da criança e do


adolescente – Marco Legal”. Canal
Conselho Federal de Psicologia (2014)
(5:52)

https://www.youtube.com/watch?
v=YYs7VQt7A0A
6. Os membros do SGD: Conselho
Tutelar, Escolas, Equipamentos da
Assistência Social, Saúde, Sistema de
Justiça, etc.
 A fim de garantir a Doutrina da
Proteção Integral aos direitos
das crianças e dos
adolescentes, podemos citar
alguns pontos norteadores de
ação.
 As ações de proteção e garantia de
direitos das crianças e adolescentes é
dever de todos: família, Estado e
sociedade.

 Corresponsabilidade.

 Rede de atenção intersetorial.

 Diversos níveis de complexidade.


 A garantia dos direitos só é possível
pela:

 Articulação da rede.

 Execução sistemática das políticas


públicas de proteção a crianças e
adolescentes.

 Não deve haver “furos” na rede de


atenção; pois podem acontecer
violações de direitos.
 Objetivos a serem alcançados:

 Promoção e garantia dos direitos;


 Fortalecimento dos vínculos familiares
e comunitários;
 Prevenção da fragilização ou violação
dos vínculos familiares e comunitários;
 Intervir em casos de violações de
direitos e de rompimento dos vínculos
familiares.
PROMOÇÃO DOS DIREITOS
Momento Multimídia

Vídeo: “A Rede de Garantia de Direitos das


crianças e adolescentes”. Canal Conselho
Federal de Psicologia (2014) (7:03)

https://www.youtube.com/watch?
v=bSHjKjgES4k
 EDUCAÇÃO

 Educação infantil;

 Alfabetização;

 Socialização;

 Internalização de normas e condutas


sociais.

 Educação formal.
 EDUCAÇÃO

 Desenvolvimento da consciência.

 Desenvolvimento das funções


psicológicas superiores: pensamento,
linguagem, juízo crítico, memória,
atenção, etc.

 Apropriação da cultura e dos


conhecimentos científicos e do senso
comum.
 EDUCAÇÃO

 Ensino fundamental.

 Ensino Médio.  Exame Nacional do


Ensino Médio - Enem.

 Ensino Superior.

 Ensino técnico-profissionalizante.
 EDUCAÇÃO

 Modalidades de ensino para casos de


distorção idade-série:

- Educação de Jovens e Adultos – EJA.;


- Avanço do Jovem na Aprendizagem –
AJA;
- Encceja.
 SAÚDE

 Equidade, Universalidade e
Integralidade nas ações e programas
de saúde.

 Ações descentralizadas.

 Importância da territorialização.
 SAÚDE

 Atenção Primária à Saúde

 Unidade Básica de Saúde da Família –


UBSF;
 Estratégia de Saúde da Família – ESF;
 Núcleos de Apoio à Saúde da Família -
NASF.

- Campanhas de vacinação;
- Acompanhamento de pré-natal.
 SAÚDE

 Atenção Secundária à Saúde

 Especialidades médicas,
odontológicas, etc.

 Unidades de Pronto-Atendimento –
UPA.
 Centro de Atenção Psicossocial –
CAPS. (Saúde Mental)
 SAÚDE

 Atenção Terciária à Saúde

 Casos completos de reabilitação e


tratamento de condições de saúde e
doença.

 Fisioterapia; cirurgias, etc.


 Esporte, Lazer e Cultura

 De suma importância para o


desenvolvimento psicossocial de
crianças e adolescentes.
 Conceituando ESPORTE

 O esporte é caracterizado como


um fenômeno essencialmente
social permeado por uma
multiplicidade de relações
humanas, políticas e econômicas
características do século e da
modernidade que o acolher.
 ESPORTE

 Potencial para a socialização.


 Transmissão de valores.
 Instrumento de educação.
 Fonte de saúde.
 Importância das políticas públicas
para o ESPORTE

Constituição Federal de 1988:

Art. 217: “É dever do Estado


fomentar práticas desportivas
formais e não formais, como direito
de cada um (...)”.
 Importância das políticas públicas
para o ESPORTE

 Saúde;
 Combate ao sedentarismo;
 Lazer;
 Incentivar hábitos saudáveis;
 Socialização;
 Respaldo aos atletas profissionais.
 Fator para a ascensão social.
 Esporte e Adolescência

 Desenvolvimento Humano e formação da


personalidade;
 Psicomotricidade;
 Desempenho acadêmico;
 Aspectos cognitivos;
 Integração social;
 Perseverança;
 Disciplina.
 DEFESA

 Conselho Tutelar;
 Ministério Público;
 Defensoria Pública;
 Poder Judiciário – Varas especializadas de
proteção à infância e juventude.
Momento Multimídia

Vídeo: “Conheça o papel do Conselho


Tutelar”. Canal BandRioInterior (2012)
(2:07)

https://www.youtube.com/watch?
v=O5fSjNazWSI
 CONTROLE: fiscalizar e garantir a
execução das políticas públicas de
defesa de direitos

 Conselhos de Direitos;
- Conselho Nacional de Direitos da
Criança e do Adolescente – CONANDA.
- Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente – CMDCA.
- Conselhos da Assistência Social, do
Esporte, da Juventude, do Trabalho,
etc.
ATIVIDADE 7:

O Sistema de Garantia de Direitos – SGD é composto por vários


órgãos e equipamentos que objetivam a Promoção, Defesa e
Controle dos direitos de crianças e adolescentes.

• Escolha um desses órgãos e descreva as suas funções e


atribuições para o SGD, bem como em qual eixo se enquadra:
Promoção, Defesa ou Controle.
7. A "empurroterapia",
o encaminhamento,
a referência e contrarreferência
"Empurroterapia"
"Empurroterapia"
"Empurroterapia": consequências
1. Quebra de Confiança
2. Sentimento de Abandono
3. Regressão ou Estagnação
4. Impacto nas Condições de Vida
5. Reincidência de Problemas
6. Desconfiança em Relações Futuras
"Empurroterapia": como evitar
1. Coordenação e Integração de Serviços
2. Equipes Multidisciplinares
3. Treinamento e Capacitação
4. Compartilhamento de Informações
5. Abordagem Baseada em Evidências
6. Participação da Comunidade
7. Supervisão e Monitoramento
8. Defesa de Políticas Públicas
Encaminhamento

Uma das maiores virtudes no


acompanhamento e/ou
atendimento sociofamiliar é o
reconhecimento de que você não
consegue fazer tudo sozinho. A
complexidade das situações que as
famílias muitas vezes apresentam,
exigem do profissional uma
completude do seu trabalho em
outros lugares.
Encaminhamento

a. Necessidade de Especialização
b. Falta de Recursos
c. Intervenções Multidisciplinares
d. Complexidade do Caso
e. Prevenção de Conflitos de Interesse
f. Necessidade de tratamento
especializado
g. Aprimoramento da qualidade do
atendimento
h. Consenso com a Família
Referência e Contrarreferência
Referência e Contrarreferência

https://www.youtube.com/watch?v=6P9IVxhTKds&t=925s
ATIVIDADE 8

Ao estudarmos sobre "Empurroteria",


Encaminhamentos, Referência e
Contrarreferência, compreendemos a importância
do trabalho em REDE. Mas sabemos que esse
trabalho não é feito apenas a partir de ofícios.
Qual a melhor maneira de articular a Rede em seu
ponto de vista, a partir do caso fictício que segue:
Maria é uma menina de 10 anos de idade que frequenta a quinta série em uma escola local.
Ela sempre foi uma aluna dedicada e alegre, mas nos últimos meses, seus professores
notaram mudanças preocupantes em seu comportamento. Ela parece triste, retraída e
frequentemente falta à escola. Seu desempenho acadêmico também piorou
significativamente.
A professora de Maria, Sra. Silvia, decidiu conversar com ela em particular para entender o
que estava acontecendo. Maria revelou que em casa, sua mãe e seu padrasto têm brigado
constantemente e que as discussões muitas vezes se tornam violentas. Maria disse que se
sente assustada e impotente quando isso acontece e que tem medo de ficar em casa.
A professora, preocupada com a segurança e o bem-estar de Maria, decide relatar o caso ao
Conselho Tutelar e ao serviço de assistência social. Eles iniciam uma investigação para
avaliar a situação em casa, incluindo entrevistas com Maria, sua mãe, seu padrasto e outros
membros da família.
Durante a investigação, descobre-se que a mãe de Maria está enfrentando problemas de
abuso de substâncias e está sob grande estresse financeiro. O padrasto de Maria tem
histórico de comportamento agressivo. É evidente que a família está passando por uma
situação de vulnerabilidade social.
8. Casos de Suspeita: as interações com
crianças ou adolescentes e suas famílias
Os impactos da violência dependem de alguns fatores:

• Idade
• Grau de desenvolvimento psicológico
• Tipo de violência
• Frequência
• Duração
• Natureza
• Gravidade da agressão
• Vínculo afetivo entre vítima e autor da violência
• Representação do ato violento pela criança ou adolescente
• As medidas em curso para a prevenção de futuras violências
Quanto ao desenvolvimento psicológico
Quanto ao desenvolvimento psicológico
Quanto ao tipo de violência

Violência física Violência sexual

Violência psicológica
Quanto à frequência e duração

Imagine uma criança que cresce


em um ambiente de violência
doméstica, onde seus pais
frequentemente se envolvem em
brigas físicas e emocionais ao
longo de vários anos. Nesse
ambiente, a criança é exposta a
conflitos, gritos, agressões físicas e
ameaças regularmente.
Quanto à frequência e duração

Efeitos Iniciais:
• Inicialmente, a criança pode sentir
medo e ansiedade sempre que
ocorrem episódios de violência.
• Ela pode desenvolver dificuldades
para dormir, pesadelos frequentes e
problemas de concentração na
escola.
• Seus níveis de estresse podem
aumentar, afetando sua saúde física
e emocional.
Quanto à frequência e duração
Efeitos a Longo Prazo:
• Com o tempo, a criança pode se acostumar com
a violência como parte de sua vida cotidiana, o
que pode levar à dessensibilização emocional.
• Pode desenvolver problemas de
comportamento, como agressividade,
comportamento antissocial ou isolamento
social.
• Os danos emocionais podem se agravar, levando
a distúrbios de ansiedade, depressão e traumas
profundos.
• A criança pode ter dificuldade em estabelecer
relacionamentos saudáveis, pois sua experiência
anterior moldou sua visão distorcida de
relacionamentos interpessoais.
Quanto à frequência e duração
Efeitos Duradouros:
• Mesmo após a remoção da criança desse ambiente
violento, os efeitos podem persistir na vida adulta.

• A criança pode ter dificuldade em confiar em outras


pessoas e em formar relacionamentos estáveis.

• Traumas emocionais profundos podem desencadear


problemas de saúde mental crônicos, como
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou
transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

• Pode naturalizar a violência como a única forma de


amor, aceitando estar em relacionamento abusivos
ou sendo a pessoa que praticará violências contra o
(a) parceiro (a).
Violência em relacionamentos

https://www.youtube.com/watch?v=Ugc5S1sJ_sY
Vínculo afetivo entre vítima e autor da violência
Quanto à percepção e à representação do ato violento
Alguns sinais de violência
• Choros sem motivo aparente;
• Irritabilidade frequente sem causa aparente;
• Olhar indiferente e apatia;
• Tristeza constante;
• Demonstrações de desconforto no colo;
• Reações negativas exageradas a estímulos comuns ou imposição de
limites;
• Atraso no desenvolvimento, perdas ou regressão de etapas atingidas;
• Dificuldades na amamentação, podendo chegar à recusa alimentar;
• Vômitos persistentes;
• Distúrbios de alimentação;
• Enurese e encoprese;
• Atraso e dificuldades no desenvolvimento da fala;
• Distúrbios do sono;
Alguns sinais de violência
• Dificuldades de socialização e tendência ao isolamento;
• Aumento da incidência de doenças, injustificável por causas
orgânicas, especialmente as de fundo alérgico;
• Distúrbios de aprendizagem até o fracasso escolar;
• Comportamentos extremos de agressividade ou destrutividade;
• Ansiedade ou medo ligado a determinadas pessoas, sexo, objetos ou
situações;
• Pesadelos frequentes, terror noturno;
• Comportamentos obsessivos ou atitudes compulsivas;
• Baixa autoestima e autoconfiança;
• Automutilação, desejo de morte e tentativa de suicídio;
• Problemas ou déficit de atenção;
• Sintomas de hiperatividade;
• Comportamento de risco, levando a traumas frequentes ou acidente;
• Uso abusivo de drogas.
O que fazer em casos de suspeita?

1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

2. Suspeita gerada por rumores na escola, unidades de


serviços da rede de proteção e redes sociais da internet
O que fazer em casos de suspeita?

1. Suspeita detectada por meio de sinais observados


1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

A partir do diálogo entre profissional e criança/adolescente,


deve-se estar atento a duas possíveis condições:

Blábláblá...

OU
1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

a) Relata possível violência:

???

Blábláblá...
Blábláblá...
1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

b) Não verbaliza, mas apresenta um conjunto de sinais


preocupantes:

Respeitar o silêncio

Tranquilizar a criança

Contatar pessoa de confiança

Colher informações com a Rede


1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

b) Não verbaliza, mas apresenta um conjunto de sinais


preocupantes e opta por contatar uma pessoa de confiança da
criança ou adolescente:

Diálogo de modo aberto;

Sem interrupções;

Pontuar apenas os sinais


observados.
1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

b) Não verbaliza, mas apresenta um conjunto de sinais


preocupantes e opta por contatar uma pessoa de confiança da
criança ou adolescente:

Caso seja relatada a


violência: seguir o
fluxograma.

Caso não seja, mas reste


dúvidas: acionar a rede.
1. Suspeita detectada por meio de sinais observados

b) Não verbaliza, mas apresenta um conjunto de sinais


preocupantes e se opta por acionar a rede de proteção:
2. Suspeita gerada por rumores na escola, unidades de serviços da rede
de proteção e redes sociais da internet
2. Suspeita gerada por rumores na escola, unidades de serviços da rede
de proteção e redes sociais da internet
Procedimentos a serem adotados em casos de suspeitas:

1. Colocar a salvo e proteger;


2. Observar CONJUNTO de sinais;
3. Realizar sondagens, acolhimento, apoio e ajuda: caso haja revelação
espontânea, realizar escuta especializada; caso não, mas restam
dúvidas, acionar a rede de proteção;
4. Identificar pessoas de confiança;
5. Elaborar relatório e encaminhar ao CT;
6. Aplicação de medida de proteção (acompanhamento) para avaliação
sistemática dos sinais para afastar ou manter a suspeita;
7. Comitê para compartilhamento e estudos de casos;
8. Ouvir, como último recurso, a criança ou o(a) adolescente por meio de
depoimento especial policial, caso não se tenha obtido revelação e
continuem existindo fortes evidências de violência.
“É importante lembrar que suspeitas não
verificadas podem levar a consequências
graves, e suspeitas infundadas podem trazer
consequências desastrosas para as pessoas
acusadas.”

(Childhood Brasil, 2023, p. 58)

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