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A pesquisa foi realizada com objetivo da coletas de dados nos municípios Juazeiro e
Petrolina. teve como estratégica geral compreender os procedimentos de registros,
notificações, e acompanhamentos adotados pela Rede: de Proteção à Infância e Adolescência
em casos de suspeita e/ou confirmação de violências contra crianças e adolescentes no polo¹
Petrolina-PE/Juazeiro-BA. O período de realização aconteceu em Novembro de 2019 até
Setembro de 2021.
As organizações participantes da pesquisa são instituições do Poder Público dos segmentos de
Assistência Social, Saúde, Educação, Segurança Pública, Conselho Tutelar, Ministério Público e
Poder Judiciário; e Organizações da Sociedade Civil (inscritas no Conselho Municipal de Defesa
dos Direitos da Criança e do Adolescente CMDDCA) localizadas no polo Petrolina-PE/Juazeiro-
BA.
A princípio o trabalho foi idealizado pela ACARI (Associação civil de articulação para a
Cidadania). O projeto da ACARI visa o enfrentamento à violência doméstica contra crianças e
adolescentes, trabalho este, apoiado pela Kindernothilife (KNH), uma organização social alemã
que financia projetos como este.
Em 2017 a ACARI iniciou o mapeamento de instituições governamentais e não
governamentais que atendem crianças e adolescentes vítimas de violência no polo de
Petrolina/PE e Juazeiro/BA. Com a entrevista de coordenadores para compreender a rede de
proteção, está colaborando com estratégias para ampliá-la. Observou-se que as Organizações
da Sociedade Civil desconhecem acerca das políticas de proteção à infância e adolescência, o
que torna o trabalho mais em uma mera assistência.
Já com relação ao público, a rotatividade de agentes que poderiam auxiliar atrapalha
no vínculo e na cultura organizacional consolidada para os atendimentos. A ausência de
entendimento sobre a importância do registro e notificação contra crianças e adolescentes,
ação fundamental para elaboração de políticas voltadas à prevenção e enfrentamento da
problemática. Além da constatação da não utilização de Sistema de Informação para Infância e
Adolescência (SIPIA-CT WEB) pelos Conselhos Tutelares
Fatos como os acima descritos impulsionaram a realização deste trabalho no sentido
de apreender de forma sistemática o funcionamento dessa rede.
Com a pandemia da COVID-19 decretada pela OMS foi necessário trabalhar novas
estratégias para continuidade das atividades previstas, visto que o distanciamento social
impossibilita o deslocamento das pesquisadoras para coleta dos dados.
Ao discutir sobre o atual contexto, faz-se necessário realizar uma digressão desde o
período de colonização, passando pelos povos europeus com seus costumes, tradições e
crenças, até os indígenas nativos, pois os jesuítas acreditavam que por meio da catequização
poderiam domesticar as crianças, ou seja, educá-las a partir dos costumes advindos de
Portugal. Durante o período do Império (1822 a 1899), considerava-se que a partir de 7 anos
de idade o indivíduo já tinha conhecimento dos seus atos e poderia ser responsabilizado, ainda
que até os 17 anos pudesse desfrutar da atenuação das penas, geralmente executadas de
forma cruel (VILAS-BÔAS, 2012).
Em 1830 foi regulamentado o Código Penal do Império, que inclui o exame de
capacidade de discernimento para determinar as penas. A partir disso, as pessoas de idade
inferior a 14 anos foram consideradas inimputáveis. Porém, se após o exame o indivíduo de 7 a
14 anos fosse comprovado como dotado de discernimento, era encaminhado para as casas de
correção e poderia ficar lá até os 17 anos
Com a instauração de um novo decreto em 1890 as crianças com idades inferiores a 9
anos eram inimputáveis, enquanto as demais acima desta idade poderiam sofrer sanções de
até 1/3 da pena dada a adultos.
Já em 1911 com a adoção da Declaração de Genebra os trabalhos a menores de 14
anos foi proibido em período noturno, mas chegou no Brasil durante a greve de 1917.
Já na América Latina o Brasil foi o primeiro país a ter um juiz de menores, que
estabeleceu por sua vez, em 1927, o Código de Menores Brasileiros, também conhecido como
Código de Mello Mattos, para homenagear o seu criador. A base deste código é que a família,
independente de classe econômica deve suprir as necessidades do menor de 18 anos.
Por volta dos anos 40 viu-se a necessidade de revisar o Código de Mello Mattos, pois
faltava cuidado social, com o início da Ditadura Militar de 1964 a comissão responsável pela
revisão interrompeu o trabalho quando os militares assumiram o governo.
Anos depois com a redemocratização, ao nascer a CF 88 o país teve uma forte
reivindicação dos movimentos populares para centralizar a temática nas ciências sociais e na
legislação sobre crianças e adolescentes.
Fim do Resumo
Espero que esteja do seu agrado, que o ETERNO HASHEM abençoe seu trabalho e
coloque você em posição de excelência.