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MODELO DE AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO

CONTINUADA (LOAS) – IDOSO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO <VERIFICAR SE É
INTERESSANTE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO NA VARA ESTADUAL MEDIANTE A UTILIZAÇÃO
DA COMPETÊNCIA delegada, mas adequando à nova limitação de 70 km entre a sede da JF e a sede da
Comarca. SE SIM, ADEQUAR PARA A NOMENCLATURA ESTADUAL>

Beneficiário(a), nacionalidade, estado civil, residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro, Cidade,


Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º, endereço eletrônico, vem à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seus procuradores constituídos, propor a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – IDOSO contra o INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal com
endereço à... <ENDEREÇO PARA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO A SER VERIFICADO DE ACORDO COM
A CIDADE E ESTADO QUE SE INGRESSA COM A AÇÃO>, pelos fatos e fundamentos que a seguir
aduz:

1. BREVE RESENHA FÁTICA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

A Parte Autora é maior de 65 anos, conforme comprova o documento de identidade anexo a essa
inicial.
No tocante ao núcleo familiar, cabe ressaltar que residem com a Parte Autora seu cônjuge, que é
aposentado por idade e recebe um salário mínimo, e mais 3 (três) filhos.
Por não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, a Parte
Autora requereu ao INSS, em 00.00.0000, o Benefício de Proteção Continuada, tendo o mesmo sido
indeferido pela Autarquia-Ré, sob a alegação de que a renda per capita da família é superior a 1/4 do
salário mínimo vigente. Cabe destacar que o/a requerente está inscrita no Cadastro Único de Programas
Sociais do Governo Federal – CadÚnico.
Buscando a correção de tamanha injustiça, recorre, a Parte Autora, à via judicial competente.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

O benefício assistencial, na forma de prestação continuada, está previsto no art. 203, inc. V, da
Constituição Federal de 1988, in verbis:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a
seguridade social, e tem por objetivos:

[...]

V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.

Sua regulamentação se deu por meio da Lei n. 8.742, de 07.12.1993 (Lei Orgânica da Assistência
Social), que exige, além da comprovação da idade ou da deficiência, que a renda familiar mensal per capita
seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (redação dada pela Lei n. 14.176/2021).
Assim, por possuir mais de 65 anos, a Parte Autora cumpre o primeiro requisito para a concessão do
benefício pretendido.
Quanto ao segundo requisito, ou seja, a renda familiar per capita igual ou inferior a 1/4 de SM, cabe-
nos ressaltar que a Parte também o cumpre, posto que a única renda proveniente do núcleo familiar é
auferida pelo cônjuge ou companheiro(a), pessoa idosa e cujo benefício de aposentadoria é de 1 (um)
salário mínimo.
Já é pacífico na jurisprudência que a renda mínima auferida por outro membro familiar não será
considerada para efeito do cálculo da renda familiar per capita.
Vejamos os ditames da Lei n. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso:
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência nem de tê-la
provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário mínimo, nos termos da Lei
Orgânica da Assistência Social – LOAS.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

O legislador, ao estabelecer a exceção para o cálculo da renda per capita, teve como objetivo
preservar a renda mínima auferida pelo idoso, ou seja, assegurar que o minguado benefício (de um
salário mínimo) não fosse considerado para efeito do cálculo da renda familiar per capita.
Desse modo, é possível estender, por analogia, tal raciocínio aos demais benefícios de renda mínima,
como é o caso do benefício recebido pelo esposo da Parte Autora, ainda que não fosse aquele previsto na
LOAS, na medida em que ambos se destinam à manutenção e à sobrevivência de pessoa idosa, porquanto
seria ilógico fazer a distinção apenas porque concedidos com base em suportes fáticos distintos.
Não pode, portanto, o valor recebido mensalmente pelo cônjuge ou companheiro(a) da Parte, maior de
65 anos, entrar no cálculo do benefício assistencial requerido, como entende a jurisprudência pátria:
STJ – REPETITIVO TEMA 640: “Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n.
10.741/03), por analogia, a pedido de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que
benefício previdenciário recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo
da renda per capita prevista no artigo 20, § 3.º, da Lei n. 8.742/93.”

Assim, uma vez excluída a renda no valor de um salário mínimo, não resta ao grupo familiar qualquer
rendimento que possa prover a subsistência do mesmo, sendo indispensável o deferimento do benefício
assistencial ora requerido para que se garanta a subsistência mínima, tanto da segurada, como de seus
filhos, ambos menores.
Vale lembrar que o STF, em julgamento da Repercussão Geral – Tema 27, fixou a seguinte tese: “É
inconstitucional o § 3.º, do art. 20, da Lei 8.742/1993, que estabelece a renda familiar mensal per capita
inferior a um quarto do salário mínimo como requisito obrigatório para concessão do benefício assistencial
de prestação continuada previsto no artigo 203, V, da Constituição” (Leading Case: RE 567985, Tribunal
Pleno, DJe 03.10.2013).
O STF, também, reputou inconstitucional o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso por
violar o princípio da isonomia, ao abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de
idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de idoso com o de deficiente ou de qualquer
outro previdenciário. A tese fixada em Repercussão Geral Tema n. 312, foi a seguinte: “É
inconstitucional, por omissão parcial, o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do
Idoso)” (Leading Case: RE 580963, Tribunal Pleno, DJe 14.11.2013).
Por último e com base em precedentes jurisprudenciais mencionados, houve avanço legislativo com a
Lei n. 13.982/2020, que introduziu o § 14 no art. 20 da LOAS, para estabelecer que:

§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário
mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será
computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com
deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo.
Essa inclusão soluciona importante questão, reduzindo-se a judicialização desnecessária de novas
demandas para exclusão de renda de idosos e de deficientes de um mesmo grupo familiar.
Dessa forma, não resta dúvida de que a Parte Autora faz jus à concessão do Benefício Assistencial, em
razão da mesma preencher todos os requisitos legais que ensejam tal concessão.

3. DO PREQUESTIONAMENTO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, <ADEQUAR AO CASO
CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL TAMBÉM, MESMO PARA
AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE
IRDR>.

4. REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:


a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, responder à presente
demanda, no prazo legal;
b) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos,
apresente cópia do Processo Administrativo relacionado ao requerimento do benefício em análise,,
conforme determinado pelo art. 11 da Lei n. 10.259/2001, sob pena de cominação de multa diária, nos
termos do art. 139, IV, do CPC, a ser fixada por esse Juízo;
c) a procedência da pretensão aduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a
conceder o Benefício de Prestação Continuada – LOAS IDOSO, nos termos do art. 20 da Lei n.
8.742/1993, a contar da data do requerimento administrativo;
d) a condenação do INSS ao pagamento dos valores acumulados, aplicando-se o índice da taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente, para para
fins de atualização monetária e de compensação da mora (art. 3º da EC n. 113/2021), respeitada a
prescrição quinquenal;
e) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de
20% (vinte por cento) sobre a condenação, conforme dispõem o art. 85, § 3.º, do CPC;
f) a concessão da Gratuidade da Justiça, por ser a Parte Autora pessoa hipossuficiente, na acepção
jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a concessão da Gratuidade da Justiça, na
forma do art. 98 e ss do CPC. <RECOMENDA-SE A COLETA, PELO ADVOGADO, DE
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA DO CLIENTE, CASO SEJA REQUERIDA A GRATUIDADE
DA JUSTIÇA. DEVE-SE, TAMBÉM, DE PREFERÊNCIA, FAZER A JUNTADA DE TAL
DECLARAÇÃO NOS AUTOS, JÁ NA INICIAL>.
Cumprindo a previsão do art. 319, VII, do CPC, a parte autora declara que opta pela realização <OU
NÃO REALIZAÇÃO, ADEQUAR CONFORME O INTERESSE EM CADA CASO> de audiência de
conciliação no presente caso.
Requer-se, ainda, com base no § 4.º, do art. 22, da Lei n. 8.906/1994, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor da Parte Autora, quando da expedição da RPV ou do
precatório, os valores referentes aos honorários contratuais e sucumbenciais sejam expedidos em nome da
sociedade de advogados contratada pela parte Autora, sendo os honorários contratuais devidos no
percentual constante no contrato em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). <ADEQUAR CONFORME O CASO>
Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.
Cidade e data.
Nome do Advogado e OAB

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