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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 22.

ª VARA FEDERAL DE CURITIBA –


SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Autos eletrônicos sob n. º XXXXX.XXXX.XXXX-XX/PR


Benefício Assistencial

Nome do recorrente, vem por intermédio de sua procuradora ora signatária, ambos
já devidamente qualificados nos autos supra, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
base no artigo art.º42 da Lei n.º 9.099/1995 e no artigo art.º 5 da Lei n.º 10.259/2001,
interpor:

RECURSO INOMINADO

Contra a r. sentença proferida em evento n.28 que julgou improcedente os pedidos


ventilados na exordial, requerendo o recebimento do mesmo, pelos fatos e fundamentos
jurídicos anexos, com a consequente remessa ao Colegiado Recursal competente.

Outrossim, informa a parte recorrente que deixa de efetuar o preparo do presente


recurso por ser beneficiária da Assistência Judiciária Gratuita, (vide evento n. 28).

Nestes termos,
Pede deferimento.
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.
COLENDA TURMA RECURSAL DO ESTADO DO PARANÁ

Autos eletrônicos sob n. º xxxxx.xxxx.xxxx-xx /PR

RECORRENTE: NOME DO RECORRENTE

EMÉRITOS JULGADORES

1. Da tempestividade

De início, verifica-se a tempestividade do presente recurso, pois a parte recorrente


fora intimada do teor da r. sentença em 17/01/2017, inaugurando, portanto, o prazo recursal
em 25/01/2017 e tendo como termo final a data de 07/02/2017, de acordo com a nova regra
de contagem de prazo trazida pelo art. º 219 da lei 13.105/2015.

2. Da síntese processual

A parte autora ajuizou a presente ação com o fito de que fosse concedido ao autor o
benefício de prestação continuada ao deficiente físico com pagamento das parcelas vencidas
desde a data do requerimento administrativo referente ao NB 87/577.000.000-0 ; DER
01/01/2015.

Contudo, a r. sentença de mérito, deixou de reconhecer o direito do autor em ter


concedido benefício de prestação continuada, alegando que não restou comprovado que o
autor sobrevive em situação de miserabilidade, julgando improcedente a ação, com o que não
se pode concordar, merecendo reforma o julgado.

Destarte, conforme fundamentos fático-jurídicos adiante delineados, por intermédio


do presente recurso, devolve-se a matéria a essa Colenda Corte, onde se espera seja o decisum
reformado.

3. Das razões recursais

A r. sentença julgou improcedente a demanda, fundamentado a decisão de


indeferimento no parecer socioeconômico que foi anexado nos autos em evento n. 15.
Contudo, não deve prosperar o entendimento fixado na r. sentença monocrática,
tendo em vista que o recorrente logrou demonstrar o estado de miserabilidade no qual se
encontra.

Com efeito, a r. sentença apenas não concedeu o benefício de prestação continuada


de assistência social (LOAS) ao recorrente tendo em vista que não considerou que o pai do
autor, único membro da família com percepção de renda, decorrente do benefício
previdenciário de aposentadoria, possui empréstimos consignados descontados direto de sua
folha de pagamento:

>>> detalhamento de crédito retirado do site do INSS]<<<

Estes empréstimos, foram realizados, conforme declaração do pai do autor, para


terminar de construir sua casa e proporcionar uma moradia digna a sua família, inclusive para
adquirir um veículo devido a necessidade de precisar transportar seu filho para consultas
médicas.

Posto isto, cabe esclarecer que ainda que conste que o salário bruto do pai do autor
ser de R$ 1.986,84, seu salário líquido é de R$ 1.297,18.

Desta forma, como o grupo familiar do autor é composto por 6 membros, o autor, seu
pai, sua mãe, sua irmã e duas sobrinhas, a renda per capita do grupo família é de R$ 216,20,
valor este inferior a ¼ do salário-mínimo. Desta forma, é evidente que o autor se encaixa no
quesito objetivo da miserabilidade.

Vale destacar que o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), quando
declarou a inconstitucionalidade do critério da renda no julgamento do Recurso Extraordinário
n.º 567.985/MT e da Reclamação Constitucional n.º 4.374/PE, o fez por entender que o
legislador deixou de incluir no conteúdo da norma possíveis situações de miserabilidade acima
do limite de ¼ do salário mínimo per capita (por isso a inconstitucionalidade por omissão
parcial do legislador).

Todavia, o Tribunal não pronunciou a nulidade do dispositivo, de forma que não


houve produção de efeitos ex tunc, ou mesmo erga omnes, visto que também não foi
encaminhada mensagem ao Senado para o fim aludido no artigo 52, inciso X, da Constituição
Federal, tampouco se fixou prazo para que o Legislativo supra as omissões declaradas
inconstitucionais.

Ou seja, é evidente que a intenção do Supremo foi a de flexibilizar a regra de ¼ do


salário mínimo per capita, e não de utilizar a declaração de inconstitucionalidade para limitar a
interpretação concessiva já amplamente difundida na jurisprudência.

Portanto, como o autor preencheu o requisito objetivo da miserabilidade lhe é devida


a concessão do benefício assistencial ora pleiteado.

Além disso, deve-se levar em consideração que parte da renda da família é gasta com
fraldas e medicamentos, tanto para o autor que consome calmantes quanto para seus pais que
precisam de remédios para o coração e para a pressão. Ainda, a mãe do autor, também toma
remédios para coluna pois sente fortes dores devido a necessidade carregar seu filho que não
se locomove sozinho, para tomar banho de sol, trocar fraldas, fazer sua higiene etc.
Da mesma forma, deve-se considerar as sobrinhas do autor, uma de 8 anos e outra de
2 anos e meio, que moram na mesma residência dependendo exclusivamente de seu avô, pai
do autor, para se alimentarem, se vestirem, frequentar escola, remédios etc.

Assim, não resta dúvida quanto às necessidades que a família enfrenta e


naturalmente a idade avançada de seus pais repercutem no orçamento familiar, promovendo
elevações das despesas, não suportando o pai do autor arcar com tudo sozinho.

Ademais, pode-se notar no laudo de constatação (evento n.15, LAUDO1) a lastimável


situação do autor que necessita de cuidador em período integral para todas as suas
necessidades, sendo que, desde seu nascimento sua mãe ficou à sua disposição não podendo
trabalhar fora de casa para ajudar no sustento da família.

No evento n.15, FOTO2, a residência do autor foi reproduzida através de fotografias,


onde observa-se sua realidade e de sua família. É uma casa humilde construída com grande
esforço pelo genitor do autor.

Nessa situação negar o benefício ao autor é o mesmo que consentir com um estado
de ofensa à dignidade de vida do autor e de sua família.

Frisa-se o entendimento de que o valor de um salário-mínimo não pode integrar a


composição da renda da família porque tem destinação específica, aplicando-se
subsidiariamente o artigo 34, parágrafo único da Lei 10.741/03 (Estatuto do idoso), in verbis:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. SOBRESTAMENTO DO


JULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL. INAPLICABILIDADE, NESTA
INSTÂNCIA, DO ART. 543-C DO CPC. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.
CÁLCULO DA RENDA FAMILIAR PER CAPITA. EXCLUSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO DE VALOR MÍNIMO, RECEBIDO POR OUTRO
MEMBRO DO GRUPO FAMILIAR. CONDIÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA.
CARACTERIZAÇÃO POR OUTROS MEIOS DE PROVA. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Descabe
o pedido sobrestamento, nesta Corte, do julgamento do Recurso
Especial, pois o art. 543-C do Código de Processo Civil destina-se à
suspensão dos feitos, na instância ordinária. Precedentes. II.
Conforme entendimento uniforme do STJ, para fins de concessão de
benefício assistencial, o benefício previdenciário de valor mínimo,
recebido por pessoa acima de 65 anos, não deve ser considerado na
composição da renda familiar per capita, aplicando-se,
analogicamente, o disposto no parágrafo único do art. 34 do
Estatuto do Idoso, pois não se pode permitir que o segurado, após
longos anos de contribuição, seja obrigado a compartilhar seu
benefício com os demais membros do grupo familiar. III. O critério
da renda familiar per capita, para fins de concessão do benefício
assistencial, não impede o magistrado de, mediante as demais provas
dos autos, concluir pela caracterização da condição de miserabilidade
da parte e de sua família (STJ, REsp 1.112.557/MG, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de
20/11/2009). IV. Agravo Regimental improvido.
Nesse diapasão, visa-se o artigo 1º da Lei 10.741/03 (Estatuto do idoso), que assegura
ser “instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Salienta-se que a Constituição Federal, ao fixar o objeto da assistência social e a


garantia do benefício assistencial ao idoso, deixou para lei infraconstitucional a definição da
pessoa idosa. O critério utilizado pela Lei 10.741/03 fixou em seu artigo 1º a faixa etária a partir
de 60 anos.

No caso em questão, o pai do autor, possui 61 anos de idade, considerado idoso e,


não devendo ser computado um salário-mínimo no cálculo da renda familiar, objetivando a
proteção ao idoso.

Neste segmento, ainda que a renda do pai do autor fosse considerada em sua
integralidade, veja-se que é claramente possível, como é o caso em questão, comprovar a
miserabilidade de outras maneiras, vide súmula 11 da TNU:

A renda mensal, per capita, familiar, superior a ¼ (um quarto) do


salário mínimo não impede a concessão do benefício assistencial
previsto no art. 20, § 3º da Lei nº. 8.742 de 1993, desde que
comprovada, por outros meios, a miserabilidade do postulante.

Corroborando quanto o exposto, a jurisprudência dos nossos tribunais têm partilhado


do mesmo entendimento:

(...) a carência econômica da parte-autora deve ser presumida,


porquanto a norma que estabelece o critério da renda, ínsita ao
artigo 20, § 3º, da Lei n.º 8.742/93, permanece vigente em nosso
ordenamento jurídico, e o critério que traz em si constitui
pressuposto para a sua incidência. Observo que o Tribunal Pleno do
Supremo Tribunal Federal (STF), quando declarou a
inconstitucionalidade do critério da renda no julgamento do
Recurso Extraordinário n.º 567.985/MT e da Reclamação
Constitucional n.º 4.374/PE, o fez por entender que o legislador
deixou de incluir no conteúdo da norma possíveis situações de
miserabilidade acima do limite de ¼ do salário mínimo per capita
(por isso a inconstitucionalidade por omissão parcial do legislador).
(...). No mais, observo que a intenção do Supremo foi a de flexibilizar
a regra de ¼ do salário mínimo per capita, e não de utilizar a
declaração de inconstitucionalidade para limitar a interpretação
concessiva já amplamente difundida na jurisprudência. (...). Assim,
não há dúvida de que o critério objetivo deve ser afastado nos casos
em que a prova dos autos retratar à evidência o estado de
fragilidade social, do que resulta a necessidade de, em cada caso,
analisar-se meticulosamente o conjunto probatório. Entretanto, não
se justifica a elisão do critério quando favorável ao beneficiário,
porque se trata de ficção legal instituída como pressuposto para a
incidência da norma, cuja determinação deve partir do legislador, e
não do Poder Judiciário. (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições
de Direito Processual Civil, v. III. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p.
118). RECURSO CÍVEL Nº 5007687-27.2011.404.7204/SC. A 2ª TURMA
RECURSAL, POR UNANIMIDADE, DECIDIU DAR PROVIMENTO AO
RECURSO. Relator: Juíza Federal ERIKA GIOVANINI REUPKE.
08/08/2016.

Conquanto, é pacificado que o critério da renda familiar per capta inferior a ¼ do


salário mínimo é apenas uns dos elementos de aferição da hipossuficiência econômica da
família, que dependerá da análise do julgador no caso concreto, conforme decidiu o e. STF:

Benefício assistencial de prestação continuada ao idoso e ao


deficiente. Art. 203, V, da Constituição. A Lei de Organização da
Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da
Constituição da República, estabeleceu os critérios para que o
benefício mensal de um salário mínimo seja concedido aos
portadores de deficiência e aos idosos que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família. 2. Art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 e a declaração de
constitucionalidade da norma pelo Supremo Tribunal Federal na ADI
1.232. Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que “considera-se
incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência
ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um
quarto) do salário mínimo”. O requisito financeiro estabelecido pela
lei teve sua constitucionalidade contestada, ao fundamento de que
permitiria que situações de patente miserabilidade social fossem
consideradas fora do alcance do benefício assistencial previsto
constitucionalmente. Ao apreciar a Ação Direta de
Inconstitucionalidade 1.232-1/DF, o Supremo Tribunal Federal
declarou a constitucionalidade do art. 20, § 3º, da LOAS. 3. Decisões
judiciais contrárias aos critérios objetivos preestabelecidos e Processo
de inconstitucionalização dos critérios definidos pela Lei 8.742/1993.
A decisão do Supremo Tribunal Federal, entretanto, não pôs termo à
controvérsia quanto à aplicação em concreto do critério da renda
familiar per capita estabelecido pela LOAS. Como a lei permaneceu
inalterada, elaboraram-se maneiras de se contornar o critério
objetivo e único estipulado pela LOAS e de se avaliar o real estado de
miserabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes.
Paralelamente, foram editadas leis que estabeleceram critérios mais
elásticos para a concessão de outros benefícios assistenciais, tais
como: a Lei 10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a Lei
10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de Acesso a
Alimentação; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei
9.533/97, que autoriza o Poder Executivo a conceder apoio financeiro
a Municípios que instituírem programas de garantia de renda mínima
associados a ações socioeducativas. O Supremo Tribunal Federal, em
decisões monocráticas, passou a rever anteriores posicionamentos
acerca da intransponibilidade dos critérios objetivos. Verificou-se a
ocorrência do processo de inconstitucionalização decorrente de
notórias mudanças fáticas (políticas, econômicas e sociais) e jurídicas
(sucessivas modificações legislativas dos patamares econômicos
utilizados como critérios de concessão de outros benefícios
assistenciais por parte do Estado brasileiro). 4. Declaração de
inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, do art. 20,
§ 3º, da Lei 8.742/1993. 5. Recurso extraordinário a que se nega
provimento. (STF - RE: 567985 MT , Relator: Min. MARCO AURÉLIO,
Data de Julgamento: 18/04/2013, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 02-10-2013 PUBLIC
03-10-2013).

Igualmente, decidiu a TNU:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. MENOR DEFICIENTE.


RENDA FAMILIAR PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO
SALÁRIO-MÍNIMO. MISERABILIDADE AFERIDA NO CASO CONCRETO.
ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE 576.985/MT,
RE 580.963/PR E RECL 4.374/PE. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 3º
DO ART. 20 DA LEI 8.742/93 E DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 34 DO
ESTATUTO DO IDOSO. ENTENDIMENTO DO STJ EM PROCESSO
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (RESP N. 1.112.557/MG).
INCIDENTE PROVIDO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
RESTABELECIDA. 1. O autor, ora recorrente, pretende a modificação
do acórdão que, reformando os termos da sentença, julgou
improcedente o pedido de benefício assistencial, sob o fundamento
de não ter sido demonstrada a condição de miserabilidade do autor e
de sua família. Sustenta o recorrente, em suma, que a decisão
combatida divergiria da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
e do acórdão proferido pela 1ª Turma Recursal de Mato Grosso.
Segundo estes, o fato de a renda familiar per capita ser superior a ¼
(um quarto) do salário-mínimo não impede a concessão do benefício
assistencial, já que outros fatores podem ser considerados para
constatação da hipossuficiência do requerente. O incidente foi
admitido pelo Presidente desta Turma. 2. Com razão o autor. A 3ª
Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de recurso
especial repetitivo (REsp 1.112.557/MG, DJ 20-11-2009), uniformizou
o entendimento de que é possível a aferição da condição de
hipossuficiência econômica do idoso ou do portador de deficiência,
por outros meios que não apenas a comprovação da renda familiar
mensal per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Assim, é permitido
ao julgador, dada as peculiaridades de cada caso, fazer uso de
outros fatores que tenham o condão de comprovar a
hipossuficiência da parte autora e de sua família. 3. Ademais, o
Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da
Reclamação 4.374/PE e dos Recursos Extraordinários 567.985/MT e
580.963/PR, concluído em 18-4-2013, declarou a
inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 e do
parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso. Dessa forma, não
havendo mais critério legal para aferir a incapacidade econômica do
assistido, a miserabilidade deverá ser analisada em cada caso
concreto. 4. No caso em exame, é de se constatar que o acórdão
recorrido, ao reformar os termos da sentença, divergiu do
posicionamento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça, já que
desconsiderou a condição de miserabilidade do autor, negando, por
conseguinte, o pagamento do benefício assistencial, simplesmente
em razão de a renda familiar ter superado o limite estabelecido no
art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93. Frisa-se que o aresto impugnado, ao
contrário do que fez a sentença monocrática, ignorou a presença de
outros fatores caracterizadores da condição de hipossuficiência. 5.
Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95. 6. Incidente
conhecido e provido para reformar o acórdão recorrido,
restabelecendo a sentença de procedência da demanda. Condenação
do INSS ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo em vinte
por cento sobre o valor da condenação, nos termos da Questão de
Ordem n. 2, observada a Súmula 111 do STJ.Vistos, relatados e
discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide
a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados
Especiais Federais dar provimento ao pedido de uniformização, nos
termos do voto-ementa do Relator. (PEDILEF
05023602120114058201, JUIZ FEDERAL GLÁUCIO FERREIRA MACIEL
GONÇALVES, TNU, DOU 21/06/2013 pág. 105/162.) - grifei.

Ante o exposto, a parte autora requer que a reforma da r. sentença a quo para que
seja determinada a concessão do benefício de prestação continuada ao deficiente físico desde
a data do requerimento administrativo referente ao NB 87/000.000.000-0 ; DER 01/01/2015.

De forma sucessiva, a parte autora requer a conversão do feito em diligência para que
seja designada oitiva de testemunhas com o fito de se comprovar a situação de miserabilidade
na qual se encontra o autor.

4. DO PEDIDO

Ante todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido a fim de
reformar a r. sentença monocrática, julgando totalmente procedente a pretensão inicial, para
que seja devidamente concedido o benefício de amparo assistencial, nos termos da inicial, com
o pagamento das parcelas devidas desde a DER (01/01/2015), com a incidência de consectários
legais: juros de mora à razão de 1% ao mês a contar da data da citação até a data da
elaboração da conta final, com base na Súmula n. 75 do TRF4 e no entendimento firmado pela
TNU, e correção monetária pelo INPC ou IPCA qual seja o mais favorável, por ser questão de
JUSTIÇA!

Ademais, a parte recorrente requer que o INSS seja condenado a pagar honorários
sucumbenciais fixados em 20% do valor da condenação ou sobre valor atualizado da causa.

De forma sucessiva, a parte autora requer a conversão do feito em diligência para que
seja designada oitiva de testemunhas com o fito de se comprovar a situação de miserabilidade
na qual se encontra o autor.
Todavia, se o presente recurso restar improvido a parte recorrente requer que sejam
prequestionados todos os dispositivos legais utilizados na fundamentação, a fim de oportunizar
ao recorrente o acesso às instâncias superiores.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.

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