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Este modelo se destina aos casos de COMPRA DE PRODUTOS DA LINHA PROMO COMERCIALIZADA

PELA 123 MILHAS em sede de TUTELA DE URGÊNCIA, PARA PASSAGENS COM DATA A PARTIR DE
2024.

Se destina aos casos em que os voos ainda não foram cancelados, mas que já foi realizado o
pagamento integral ou em parcelamento através de cartão de crédito. Primeiramente, você deve
orientar o seu cliente a solicitar o cancelamento das passagens pelo consumidor diretamente a “123
Milhas” com ordenança de imediata restituição da quantia paga com juros e correção monetária, com
o protocolo de atendimento.

Em caso de negativa, poderá ser ajuizada a competente AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA,
RESCISÃO CONTRATUAL C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E ARRESTO CAUTELAR DE BENS E
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA em nome da sociedade empresária 123 Milhas
bem como seus sócios, visando à restituição completa da quantia paga mais perdas e danos;

Nos casos de COMPRAS PARCELADAS NO CARTÃO DE CRÉDITO, o cliente deverá solicitar à operadora
de cartão de crédito a suspensão dos repasses dos valores sob o claro desacordo comercial. Pedir
protocolo de atendimento. Caso ocorra a negativa da operadora de cartão de crédito dos bloqueios,
é possível ajuizar ação contra a operadora de cartão;

Caso seja do interesse do cliente a manutenção dos pagamentos ou mesmo aguardar se serão
emitidas as passagens após janeiro de 2024, fazer a análise da pertinência, ou não, da propositura de
ação cautelar com bloqueio de ativos que garantam o cumprimento da obrigação.

Diz o art. 35 do CDC, que, na hipótese de um cancelamento unilateral do contrato, como no caso em
tela, determina ser direito do consumidor: exigir a realização da viagem; cancelar a compra recebendo
todo o dinheiro de volta com correção monetária e perdas e danos ou aceitar outro serviço
equivalente.

Assim, a lei estabelece claramente que cabe ao consumidor a alternativa da devolução integral. Tal
devolução deveria se dar pelo mesmo meio em que foi realizada a compra, com a devida atualização
monetária dos valores pagos.
O cancelamento unilateral com a consequente imposição de devolução em voucher, mesmo prevista
contratualmente, é considerado nulo de pleno direito, e expressamente vedado pelo CDC, em seu art.
51, incisos I, II, IV, IX, XI, XIII e XV.

Importa ressaltar que é sempre recomendada, antes da propositura da ação, a realização de uma
reclamação administrativa, em busca de uma solução amigável extrajudicial, através dos canais: a)
canais da 123 Milhas disponibilizados aos consumidores como email, SAC, devendo ser anotado
protocolo, nome de atendente, data e horário da ligação; b) Consumidor.gov.br – do qual a 123 Milhas
é participante; c) Reclame Aqui.

Frustradas todas as tentativas de solução extrajudicial, os documentos serão comprobatórios e


deverão instruir a sua inicial.

AO JUÍZO DA ............. VARA CÍVEL OU DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE


............./................

JUÍZO 100% DIGITAL

TUTELA DE URGÊNCIA

NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ....., órgão expedidor e inscrito no
CPF/MF sob o nº ...., residente e domiciliado ...., por sua advogado(a) infra-assinado(a), devidamente
constituído(a) e qualificado(a) em instrumento de mandato procuratório em anexo, com endereço
profissional na ................, e-mail: ..........., onde recebe notificações e intimações (CPC, art.39, I), email
vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA E RESCISÃO CONTRATUAL C/C INDENIZATÓRIA


contra 123 VIAGENS E TURISMO LTDA, nome fantasia 123 MILHAS, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº 26.669.170/0001-57, estabelecida na Rua Paraíba, 330 – Funcionários, CEP
30.130-140, Belo Horizonte/MG, onde deverá ser citada e intimada para os termos da presente ação,
em conformidade com os fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

1. PRELIMINARMENTE

1.1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A priori, se faz necessário ressaltar que a Parte Autora é pessoa juridicamente necessitada, com
insuficiência de recursos financeiros para pagar as custas, as despesas processuais e honorários
advocatícios, conforme é possível verificar em documentos que ora seguem acostados.
Assim, a fim de não prejudicar sua própria subsistência, requer a Autora a concessão da gratuidade de
justiça com fundamento no artigo 98, do CPC.

1.2. DO INTERESSE NA AUTOCOMPOSIÇÃO (art. 334, §5º, CPC)

A parte autora, apesar de já ter buscado a solução amigável de modo extrajudicial, compreende que
é importante a sessão judicial de tentativa de composição.

Por isso, manifesta expressamente seu interesse pela realização da audiência de conciliação ou
mediação.

1.3. DAS PUBLICAÇÕES

Requer-se que todas as publicações relacionadas ao presente processo sejam efetivadas em nome
do(a) procurador(a) do(a) demandante, Dr(a). ADVOGADO(A), inscrito(a) na OAB/UF sob o nº.............,
com escritório profissional no endereço declinado no preâmbulo desta peça, sob pena de nulidade.

2. DOS FATOS
Em ............. o(a) demandante adquiriu, através do sítio eletrônico da demandada um pacote de
viagens, tendo como destino (descrever o local), conforme demonstram os comprovantes de
confirmação de reserva e de pagamento juntados aos autos.

Os documentos ora juntados evidenciam que o(a) demandante dispunha de três datas possíveis para
agendar sua viagem, em conformidade com as regras estabelecidas pela própria demandada, de
acordo com a oferta exibida em sua página na internet, na compra de passagens na categoria
“PROMO” (doc. anexo), com datas flexíveis.

O(A) autor(a), então, selecionou a data ........... e conforme os termo de compra as passagens poderiam
ser emitidas de forma flexível um dia antes ou um dia depois a partir da data selecionada pelo Autor,
já que 123 Milhas emite a passagem aérea com uma flexibilidade de 1 dia a mais ou a menos da data
escolhida.

Assim, foram fixadas as seguintes datas: ..........., ........... e ..........., tendo realizado o respectivo
pagamento por ........... (cartão, boleto bancário, pix etc.).

Entretanto, foi anunciado pela Ré em todos os veículos de informação a suspensão dos pacotes e da
emissão de passagens de sua linha promocional, afetando viagens com embarques previstos de
setembro a dezembro de 2023. E que todas as passagens compradas e canceladas, os valores já pagos
pelo consumidor seriam devolvidos em vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI,
acima da inflação e dos juros de mercado, para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes na
plataforma.

O autor, temendo que o Pacote de Viagens adquirido com a Ré também possa sofrer restrição pela
operadora de turismo com o cancelamento, prontamente, interpelou a Ré formalizando solicitação
perante a ré (protocolo n° ...........), pleiteando informações sobre a situação de sua compra, tendo
sido informado(a) de que esta seria respondida em até 5 (cinco) dias úteis.

A Ré em resposta ao Autor, salientou que o cancelamento abrangia tão somente as compras realizadas
no período de setembro a dezembro de 2023. E que não havia probabilidade de afetação das
aquisições realizadas para o ano de 2024, restando todas em pleno vigor e que a oferta seria
devidamente cumprida (protocolo nº ...................).
Ocorre que, após o anúncio feito pela 123 Milhas, surgiram novas notícias que mexeram com a
tranquilidade do autor e de centenas de consumidores que adquiriram produtos da linha promocional
da Ré, com fortes indícios de que além das passagens canceladas, a Ré não honraria com o ofertado
e, não teria condições reais de cumprir não só as obrigações presentes como as futuras, atingindo
também as aquisições feitas para viagens no ano de 2024.

Os indícios não se resumem a notícias de simples alarde, mas que demonstram risco real e
fundamentado, visto que até para as passagens compradas e canceladas no período de setembro a
dezembro de 2023, a empresa Ré a devolução em vouchers como crédito dos valores já pagos pelo
consumidor estão sendo emitidos de forma parcelada e não de forma integral em um único voucher,
e esse crédito com validade de até 36 meses, só poderá ser utilizado um por vez, ou seja,
provavelmente obrigando o consumidor a ter de despender mais valores para cobrir o pagamento, já
que o valor do voucher não será o bastante para aquisição de novo Pacote e certamente com preços
mais elevados do que no período em que o consumidor realizou a compra.

A empresa satisfaz, assim, unicamente os seus próprios interesses comerciais e lucrativos, obrigando
os consumidores a adquirir novas passagens, hospedagens e pacotes turísticos por preços que não se
pode antever e que serão definidos unilateralmente pela fornecedora, inclusive, sem nenhuma
segurança de que ela vai prestar esse serviço efetivamente.

Diante do exposto, o Autor se sentindo inseguro e sob o iminente risco de ter a sua compra cancelada,
tendo em vista a atitude temerária da Ré em relação aos seus consumidores, inexistindo qualquer
garantia e respaldo quanto à situação financeira da empresa, enviou solicitação à 123 Milhas
(protocolo nº.........) pleiteando a rescisão contratual e que os valores referentes a compra do pacote
de viagens por ele adquiridos fossem imediatamente devolvidos a fim de que pudesse adquirir novas
passagens para o período pretendido em que a viagem foi programada, tendo em vista que, além do
pacote de viagens adquirido, havia gasto com hospedagem, passeios tudo já pago e agendado e que
não poderia de forma alguma ter sua viagem cancelada.

Em resposta, a Ré se negou à proposta do Autor de rescisão contratual e restituição da quantia paga,


reafirmando que o Pacote de Viagens não sofreria qualquer alteração quanto ao seu conteúdo e que
seria cumprido exatamente como foi adquirido.
Além dos canais disponibilizados pela Ré, o autor procedeu à reclamação nos canais de defesa do
consumidor, como o Reclame Aqui e fez uma reclamação direta no site do www.consumidor.gov.br
(conforme docs. .........).

Não dando alternativa ao Autor, diante da conduta temerária da Ré e o rompimento dos princípios da
boa-fé objetiva, da transparência e da confiança que devem reger as tratativas contratuais, o(a)
autor(a) com o risco real e concreto de não só ter frustrada a viagem que planejou, mas ser impedido
de obter os valores gastos e perder todo o investimento que fez para a viagem o que, caso ocorra,
além das perdas materiais interferindo, significativamente, em seu direito fundamental ao descanso
e ao lazer, se viu obrigado a adquirir novas passagens em outra companhia aérea no valor de
R$................. (por extenso).

Resta salientar que trata-se de uma viagem que fora devidamente planejada com quase um ano de
programação com todos os gastos calculados e quitados, resta claro o perigo de lesão ao Autor não
só em sua esfera patrimonial, como lhe foi causado um dano extrapatrimonial, gerando
aborrecimentos que excedem em muito os dissabores corriqueiros, bem como os de natureza
existencial, já que tentou por todas as vias administrativas solucionar a questão que se mostra
urgente, e sem sucesso junto à Ré, fazendo-o recorrer ao Judiciário para fazer valer seus direitos de
consumidor.

3. DO DIREITO

3.1. Da relação de consumo

A relação estabelecida entre as partes é nitidamente de consumo, em que o(a) demandante ocupa a
posição de consumidor(a), como destinatário(a) final do serviço contratado, e a demandada como
fornecedora, respectivamente nos termos dos arts. 2º[1] e 3º[2] do Código de Defesa do Consumidor,
sendo que, no presente caso, o objeto da obrigação é a prestação de um serviço.[3]
Embora a viagem do autor esteja agendada para o período de .............. a ................ de 2024, há
indícios bastantes de que a Ré poderá mais uma vez violar os direitos dos consumidores como a
presente conduta ilícita e abusiva que de forma unilateral e sem brevidade, simplesmente cancelou
todas viagens relativas ao período de setembro a dezembro de 2023, gerando grande insegurança
quanto à sua credibilidade no mercado, sua saúde financeira e a probabilidade de descumprimento
de suas obrigações presentes e futuras.

Firmada essa premissa, observa-se que a conduta da requerida violou as normas consumeristas
aplicáveis ao caso.

Em primeiro lugar, a ré violou os arts. 30[4] e 48[5], que trazem implícito em seus respectivos textos o
princípio da vinculação da oferta.[6] Ao anunciar os pacotes de viagem que comercializa, a ré está
obrigada a cumprir a oferta, nos exatos termos da mensagem publicitária veiculada. Em outras
palavras, obriga-se a executar o contrato celebrado entre as partes.

Se o fornecedor descumpre a oferta veiculada, surge para o consumidor nos termos do art. 35 do
CDC[7], rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, sem prejuízo das perdas e danos porventura sofridos.[8]

Ainda quanto ao dispositivo acima, cumpre destacar que o texto legal prevê, expressamente, que as
opções previstas nos respectivos incisos são de livre escolha do consumidor. Dito de outro modo, não
cabe ao fornecedor eleger a forma mais cômoda e conveniente para se liberar da obrigação assumida.

3.2. Da violação de escolha do direito do consumidor nos casos do art. 35, do


CDC e da Rescisão Contratual por Quebra da Base Objetiva Contratual (CONSIDERAR, SE APLICÁVEL
AO CASO CONCRETO DESTA TEORIA, EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO DE ONEROSIDADE EXCESSIVA DO
CONSUMIDOR POR FATO SUPERVENIENTE)

Conforme narrado, diante do descumprimento da oferta pelo fornecedor, a devolução da quantia


paga é faculdade do consumidor, isto é, uma escolha sua, conforme sua conveniência. Não só. O art.
35 dispõe que:
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre
escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

No presente caso, não interessa ao(à) autor(a) de maneira alguma, a emissão de qualquer voucher
ou a disponibilização de crédito para compras futuras na plataforma da demandada, diante do
manifesto rompimento do consectário do princípio da boa-fé, violando o princípio da confiança, já
que o autor já adquiriu novas passagens conforme documento anexo no valor de R$..............,
restando somente a devolução da quantia paga das passagens adquiridas com a Requerida, bem
como as perdas e danos decorrentes da aquisição de novas passagens, uma vez que o tempo
reservado pelo(a) autor(a) para a viagem tem destinação específica, que é a promoção de seu
descanso e atividades de lazer. Ou seja, interessa ao(à) demandante a concretização da viagem.

Nessa linha de raciocínio, mudando o que precisa ser mudado, para os casos envolvendo o
fornecimento de produtos o STJ firmou entendimento no sentido de que a falta do produto adquirido
pelo consumidor no estoque do fornecedor não gera a conversão da obrigação em perdas e danos, se
o mesmo produto estiver disponível para aquisição nos estabelecimentos de outros fornecedores,
devendo o fornecedor inadimplente providenciar, às suas expensas, para que o produto anunciado e
escolhido pelo consumidor lhe seja efetivamente entregue. Ou seja, a conversão da obrigação em
perdas e danos somente ocorrerá em último caso, quando o produto adquirido pelo consumidor não
estiver disponível no mercado (v.g. deixou de ser fabricado, importado etc.). Veja-se:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


COMÉRCIO ELETRÔNICO. COMPRA E VENDA DE MERCADORIA PELA INTERNET. RECURSA
AO CUMPRIMENTO DA OFERTA. ART. 35 DO CDC. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. AUSÊNCIA
DE PRODUTO EM ESTOQUE. CUMPRIMENTO FORÇADO DA OBRIGAÇÃO. POSSIBILIDADE.
PROVIMENTO.
1. Cuida-se de ação de obrigação de fazer, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada
em razão do descumprimento da entrega de mercadoria adquirida pela internet, fundada
na alegação de ausência de estoque do produto.
2. Recurso especial interposto em: 05/08/2019; conclusos ao gabinete em: 02/03/2020;
aplicação do CPC/15.
3. O propósito recursal consiste em determinar se, diante da vinculação do fornecedor à
oferta, a alegação de ausência de produto em estoque é suficiente para inviabilizar o
pedido do consumidor pelo cumprimento forçado da obrigação, previsto no art. 35, I, do
CDC.
4. No direito contratual clássico, firmado entre pessoas que se presumem em igualdades
de condições, a proposta é uma firme manifestação de vontade, que pode ser dirigida a
uma pessoa específica ou ao público em geral, que somente vincula o proponente na
presença da firmeza da intenção de concreta de contratar e da precisão do conteúdo do
futuro contrato, configurando, caso contrário, mero convite à contratação.
5. Como os processos de publicidade e de oferta ao público possuem importância decisiva
no escoamento da produção em um mercado de consumo em massa, conforme dispõe o
art. 30 do CDC, a informação no contida na própria oferta é essencial à validade do
conteúdo da formação da manifestação de vontade do consumidor e configura proposta,
integrando efetiva e atualmente o contrato posteriormente celebrado com o fornecedor.
6. Como se infere do art. 35 do CDC, a recusa à oferta oferece ao consumidor a
prerrogativa de optar, alternativamente e a sua livre escolha, pelo cumprimento forçado
da obrigação, aceitar outro produto, ou rescindir o contrato, com direito à restituição de
quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, somada a perdas e
danos.
7. O CDC consagrou expressamente, em seus arts. 48 e 84, o princípio da preservação dos
negócios jurídicos, segundo o qual se pode determinar qualquer providência a fim de que
seja assegurado o resultado prático equivalente ao adimplemento da obrigação de fazer,
razão pela qual a solução de extinção do contrato e sua conversão em perdas e danos é
a ultima ratio, o último caminho a ser percorrido.
8. As opções do art. 35 do CDC são intercambiáveis e produzem, para o consumidor,
efeitos práticos equivalentes ao adimplemento, pois guardam relação com a satisfação
da intenção validamente manifestada ao aderir à oferta do fornecedor, por meio da
previsão de resultados práticos equivalentes ao adimplemento da obrigação de fazer
ofertada ao público.
9. A impossibilidade do cumprimento da obrigação de entregar coisa, no contrato de
compra e venda, que é consensual, deve ser restringida exclusivamente à inexistência
absoluta do produto, na hipótese em que não há estoque e não haverá mais, pois aquela
espécie, marca e modelo não é mais fabricada.
10. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido impôs à recorrente a adequação de seu
pedido às hipóteses dos incisos II e III do art. 35 do CDC, por considerar que a falta do
produto no estoque do fornecedor impediria o cumprimento específico da obrigação.
11. Recurso especial provido. (REsp n. 1.872.048/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, julgado em 23/2/2021, DJe de 1/3/2021.)

Observe-se que o caso dos autos difere do caso exposto na ementa acima somente quanto à natureza
do bem de consumo objeto da obrigação (prestação de serviço).

Diante disso, ao presente caso deve ser observado o antigo aforismo no sentido de que onde há a
mesma razão de ser, deve prevalecer a mesma razão de decidir (ubi eadem ratio, ibi eadem juris). Ou
seja, deve a ré ser obrigada devolver o valor pago, já que se trata de faculdade a escolha do
consumidor, pois no mercado de consumo é o fornecedor que suporta o risco da atividade, e não o
consumidor, e diante da provável impossibilidade do cumprimento da obrigação em emitir a
passagem na data pretendida pelo Autor resta, tão somente a devolução de dinheiro e perdas e danos.

Cumpre asseverar que em casos como o dos autos, deve ser observada a regra do art. 84 do CDC, que
determina as providências a serem tomadas pelo juiz quando a ação envolver obrigação de fazer.

Corroborando o conteúdo do julgado citado, o caput do dispositivo acima referido enuncia que “Na
ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente
ao do adimplemento”. Na sequência, o respectivo § 1° dispõe que “A conversão da obrigação em
perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica
ou a obtenção do resultado prático correspondente”. (sem destaque no original).

O regramento acima foi praticamente repetido no texto do CPC/15, dispondo os arts. 497 e 499,
respectivamente:
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

(...)

Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.

Reafirma-se que interessa ao(à) autor(a) a conversão da obrigação em perdas e danos, e não mais o
cumprimento específico da obrigação da Ré, o que atrai a aplicação dos dispositivos legais acima
elencados.

Não se pode olvidar que houve quebra da base objetiva contratual, aplicável às relações de consumo
com base no art. 6º, inc. V, do CDC, que dispõe que:

Art. 6º. são direitos básicos do consumidor:


[...] V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;

De acordo com a teoria referida, são seus requisitos para a sua aplicação: ocorrência de fato
superveniente capaz de alterar, de maneira significativa (ou estrutural), o equilíbrio econômico e
financeiro da avença, dela decorrendo situação de onerosidade excessiva. Portanto, pressupõe a
existência de desequilíbrio econômico e financeiro como requisito central, como é o caso em tela.

Importa salientar que o CDC, em seu art. 6º, V, não traz, como se observa de sua redação, a exigência
de que o fato superveniente seja extraordinário e imprevisível, como também não se exige que haja
vantagem para outra parte.

Sendo possível tanto a revisão quanto a rescisão dos contratos de consumo que se prolongam no
tempo. Nessa medida, presentes os requisitos para tanto, quais sejam:
i) o fato superveniente, que se projeta na conduta temerária da Ré e violação do
princípio da boa-fé objetiva e dos princípios dela decorrentes relativa ao dever de
transparência e confiança que deve se faze presente desde os contratos
preliminares, em sua execução e conclusão, e
ii) Onerosidade excessiva para o consumidor, ora Autor, que se viu sob o iminente
risco de descumprimento da obrigação da Ré em fornecer o serviço adquirido e
ter frustrada a realização de sua viagem e perda dos gastos dela decorrentes.

Requer o Autor que seja declarada a rescisão contratual entre as partes com a devida restituição dos
valores pagos e o retorno ao status quo ante.

Inclusive, deve ser ressaltado que o cancelamento unilateral como se deu na conduta abusiva da Ré e
como pode-se observar nos casos análogos ao presente, mesmo prevista contratualmente, é
considerado nulo de pleno direito, e expressamente vedado pelo CDC, em seu art. 51, incisos I, II, IV,
IX, XI, XIII e XV.

3.3. Da restituição da quantia paga e das perdas e danos

Em razão da nítida má-fé da Ré, conforme amplamente demonstrado nesta exordial, a parte autora
faz jus a receber a devolução, na forma simples, das quantias pagas referente ao ...............
(descrever.........), acrescida de juros e correção monetária no valor de R$ ....... (valor por extenso).

Basta observar que a empresa Ré está visando seu lucro, não se importando se tem condições ou não
de cumprir a oferta, lesando e podendo vir a lesar centenas de consumidores e, especialmente,
expondo a parte Autora à onerosidade excessiva, , e que se situa na categoria do enriquecimento sem
causa, nos termos do Artigo 884 do Código Civil.

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Além disso, no contexto apresentado, tem-se que o autor diante de todo o cenário temerário
apresentado pela Ré, do iminente descumprimento da oferta e da impossibilidade de satisfação do
crédito, bem como o risco de cancelamento das férias do Autor e de seus familiares, este se viu
obrigado a adquirir novas passagens a fim de garantir a sua viagem e não perder todo o investimento
dela decorrente.

O valor da passagem adquirida no valor de R$..................... (por extenso) deve ser ressarcido ao Autor,
na forma simples acrescido de juros e correção monetária em conformidade com o citado no art. 35,
inc. III, CDC.

3.4. Do dano moral

Cabe asseverar que, hodiernamente, o dano moral não mais é entendido somente em sentido estrito,
isto é, como ofensa a atributos da personalidade (honra, imagem, privacidade, intimidade etc.), mas
em sentido amplo, como violação à dignidade humana em seu aspecto mais abrangente. Assim,
sequer é necessária a identificação de sentimentos humanos desagradáveis, conforme verbete do
enunciado nº 445, aprovado na V Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal
em parceria com o Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual “o dano moral indenizável não
pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos desagradáveis como dor ou sofrimento”.[9]

Igualmente, vale registrar que, embora se trate de possível inadimplemento contratual, a depender
do caso, a falha cometida pelo fornecedor é capaz de causar dano moral. Tal se verifica naqueles casos
em que o inadimplemento seja capaz de ofender a dignidade humana. A esse respeito, destaque-se o
enunciado nº 411, também aprovado na V Jornada de Direito Civil, acima mencionada, segundo o qual
“o descumprimento de contrato pode gerar dano moral quando envolver valor fundamental protegido
pela Constituição Federal de 1988”.

Prosseguindo – e já se adiantando que, provavelmente, a requerida poderá argumentar em sua defesa


que o caso dos autos não passa de “mero aborrecimento cotidiano” e que não há qualquer sinal de
que haverá descumprimento de sua parte -, ao contrário do que vem sendo (equivocadamente)
assentado na jurisprudência, registre-se que aborrecimento há quando a expectativa de alguém é
frustrada por acontecimentos imprevisíveis ou inevitáveis ou porque, afinal, a vontade dos envolvidos
em uma tratativa não convergiu, quando a ida a uma festa é impedida porque está chovendo forte,
quando não é conveniente frequentar determinados ambientes porque há alguma epidemia na
cidade, quando o pneu do carro fura a caminho do trabalho; quando ficamos doentes; quando uma
torneira velha pinga insistentemente... Enfim, somente se pode falar em aborrecimento quando sua
causa é atribuída a caso fortuito, força maior ou decorre das próprias ações ou omissões da vítima. E
mais: regra geral, o aborrecimento é algo passageiro, efêmero, de curta duração.

No âmbito das relações de consumo, que são essencialmente contratuais e travadas, em regra, para
suprir necessidades existenciais, não se deve banalizar o argumento do mero aborrecimento,
principalmente se for considerado que o fornecimento de produtos e serviços no mercado de
consumo é realizado por fornecedores que exploram sua atividade na forma de empresa, articulando
os chamados fatores de produção - capital, mão de obra, insumo e tecnologia. Empresários são,
portanto, sujeitos que, por definição legal etiquetada no art. 966 do Código Civil, atuam de forma
profissional e organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Com efeito, a ordem jurídica impõe ao fornecedor deveres jurídicos, isto é, decorrentes de normas
imperativas. O aplicador do direito deve sempre se lembrar que o fornecedor desenvolve sua
atividade no mercado de forma livre, profissional, visando o lucro e assumindo os respectivos riscos.
Quanto a esse último aspecto – do risco – significa que o fornecedor está, ao mesmo tempo, sujeito
ao sucesso e ao fracasso; aos cômodos e aos incômodos, e por isso há uma presunção relativa (juris
tantum) de que está devidamente aparelhado para suportar eventuais prejuízos decorrentes de sua
atividade, dentre os quais, logicamente, está compreendido o de ser eventualmente condenado a
reparar os danos causados ao consumidor.

Bruno Miragem pondera que “o Direito do Consumidor compreende, em si, também uma projeção da
proteção da pessoa humana. Consumir é uma necessidade existencial, ninguém vive sem consumir.
Logo, resguardar a integridade de cada pessoa é fazê-lo também na sua tutela como consumidora”.
[10]

A reforçar esse argumento, Adalberto Pasqualotto chama a atenção para o fato de que o consumidor
não pode ser considerado apenas sob o aspecto econômico (homo economicus), pois, seguindo a
célebre constatação de Kant, as coisas têm valor; as pessoas têm dignidade, jamais devendo ser
confundido com o objeto das relações de consumo. Numa análise crítica do cenário das relações de
consumo na atualidade, o mesmo autor conclui que “o consumidor, em geral, sofre três vezes: a) com
a má prestação do fornecedor, no plano do negócio realizado; b) com a falta de consideração, quando
procura o fornecedor pra reclamar; c) com a deficiência dos serviços institucionais quando procura o
auxílio do Estado”. (PASQUALOTTO, Adalberto. Dignidade do consumidor e dano moral. Revista de
Direito do Consumidor. Vol. 110. ano 26. São Paulo: RT, mar.-abr. 2017).
Numa palavra final, saliente-se que o consumidor é o sujeito vulnerável na relação de consumo e não
o fornecedor. Como dito por Miragem, citado acima, ninguém vive sem consumir. Por outro lado,
lançar-se na atividade empresarial é uma opção de quem deseja empreender; decorre da livre
iniciativa, que, segundo Pasqualotto (op. cit.), exercida em obediência à lei e à dignidade alheia,
cumpre sua função social. Porém, havendo ofensa à dignidade do consumidor, o reequilíbrio se
restabelece com a reparação pecuniária pelo juiz.

3.4.1. Do dano temporal e o desvio produtivo do consumidor

O dano temporal está relacionado com a área do direito do consumidor, derivado do dever de sua
proteção pelo Estado, previsto no art. 5º, XXXII, da Constituição Federal, o qual trata-se de um
verdadeiro bem jurídico do indivíduo brasileiro, permeia todo o sistema jurídico brasileiro, em que
está pautado em prazos.

Se tomado como um tipo de recurso, o tempo é caro e finito; se concebido como uma espécie de
direito, o tempo é componente do próprio direito à vida. Se é questão de direito, o tempo também é
questão de justiça.

O tempo é precificado – integra a remuneração da jornada de trabalho – e é benefício – o tempo de


férias, o tempo livre com a família etc. Por ser limitado e valioso, uma das principais frustrações
cotidianas é a perda de tempo.

O consumidor tem sido constantemente alvo dessa subtração de tempo, especialmente em razão das
longas jornadas a que costuma ser submetido ao se deparar com defeito em um produto ou serviço.

A constatação do tempo do consumidor como recurso produtivo e da conduta abusiva do fornecedor


ao não empregar meios para resolver, em tempo razoável, os problemas originados pelas relações de
consumo é que motivou a chamada teoria do desvio produtivo.

Segundo o doutrinador Marcos Dessaune a atitude do fornecedor ao se esquivar de sua


responsabilidade pelo problema, causando diretamente o desvio produtivo do consumidor, é que gera
a relação de causalidade existente entre a prática abusiva e o dano gerado pela perda do tempo útil.
Segundo Dessaune:
A Teoria do desvio produtivo sustenta que o tempo é o suporte implícito da vida, que dura
certo tempo e nele se desenvolve, e a vida constitui-se das próprias atividades existenciais
que cada um escolhe nela realizar. Logo o tempo é tanto um dos objetos do direito
fundamental à vida – ou seja, um bem jurídico constitucional – quanto um atributo da
personalidade tutelado no rol aberto dos direitos da personalidade.

Junte-se a isso, convém ainda mencionar a tese de Laís Berstein, que trata da teoria relativa ao
MENOSPREZO PLANEJADO presente em sua obra “O tempo do consumidor e o menosprezo
planejado: o tratamento jurídico do tempo perdido e a superação das suas causas”. De acordo com
tal teoria, o dever de reparar o dano temporal deve ser observado através de dois critérios:
menosprezo ao consumidor e o planejamento. Dispõe a autora

O menosprezo ao consumidor é verificado nos casos de fornecedores que ignoram os


pedidos e as reclamações do consumidor ou não lhe prestam informações adequadas,
claras e tempestivas. (BERGSTEIN, 2019, p.113).

Já o segundo critério apontado diz respeito ao planejamento, ao tempo do consumidor que poderia
ter sido poupado pelo fornecedor de produtos ou serviços mediante a implementação de mecanismos
para aumentar a segurança das contratações. (2019, p.117).

Neste contexto, o fornecedor por meio de diversas práticas pode planejar ou induzir ao menosprezo
do tempo do consumidor, controlando a distribuição dos recursos na rede de produção de consumo.
Assim, presente o menosprezo planejado ao tempo do consumidor como podemos observar nesta
demanda, caracteriza-se a responsabilidade civil do fornecedor.

No caso em apreço, o Demandante necessitou se desviar dos seus recursos produtivos[11] para buscar
a solução do caso, quando isso deveria ser feito pela Demandada.

Buscando manter sua função basilar de dar fim aos litígios de forma correta e coerente, o Judiciário
está constantemente se atualizando, tendo em vista que as relações pessoais se tornam cada vez mais
complexas.
Nesse contexto de nova realidade, somada à multiplicidade de serviços oferecidos e prestados, bem
como o alcance da informação à grande maioria das pessoas, verifica-se que o tempo se tornou cada
vez mais escasso, e, portanto, mais importante.

Nas últimas décadas, as atividades realizadas por cada pessoa multiplicaram-se, em que pese o dia
continue a ter “apenas” 24 horas. Nesse sentido, o tempo é cada vez mais valioso, em especial pela
sua irrecuperabilidade.

Assim, o tempo se tornou um bem jurídico a ser tutelado pelo Estado, de modo que seu desperdício
infundado por culpa de outrem é passível de indenização. Consta dizer que a perda de tempo, ainda
que não cause um prejuízo material, constitui um bem irrecuperável, dado que poderia estar sendo
aproveitado para qualquer outra atividade mais relevante, como o convívio familiar, lazer, trabalho
etc.

Deste modo, o tempo, por sua escassez, tornou-se um bem precioso, adquirindo um valor que
extrapola a dimensão econômica. No caso em apreço, por exemplo, em razão da desídia da Ré que
não prestou o serviço de qualidade e adequado para que o problema pudesse ser resolvido de forma
administrativa, sem necessidade de que a parte Autora se visse obrigada a despender seu tempo em
inúmeros contatos telefônicos, e-mails e conversas virtuais infrutíferas para que pudesse tentar
solucionar um problema que não só lhe causou possíveis prejuízos de ordem patrimonial e
extrapatrimonial.

Assim, a perda do tempo do Autor em razão da falha no serviço prestado pela Ré configura fortuito
interno, inerente ao risco das suas atividades, devendo a mesma, portanto, indenizá-los.

O reconhecimento da perda involuntária do tempo como um dano causado pelo mau atendimento
das demandas de consumo por parte dos fornecedores de produtos e serviços revela-se como um
dos mais importantes e atuais avanços na defesa do consumidor.

Ora, se o objetivo da Política Nacional da Relação de Consumo é justamente preservar a dignidade da


pessoa humana e buscar a melhoria da sua qualidade de vida (art. 4º, CDC), não pode ser tolerada a
conduta do fornecedor de se omitir na solução dos problemas gerados na relação de consumo.
A Lei 8.078/90 expressamente prevê como direito básico do consumidor a efetiva reparação dos
patrimoniais e morais (art. 6º, VI), o qual é aferido a partir da análise dos requisitos seguintes: a)
conduta ilícita; b) resultado danoso; c) nexo de causalidade entre ambos.

Isso é uma clara violação contratual da parte Ré, que descumpriu com seus deveres de prestação de
serviço adequado, violando flagrantemente os direitos de inúmeros consumidores, como o do Autor.
(v. Anexos)

Por fim, o nexo é evidente, pois somente houve o prejuízo extrapatrimonial à parte autora diante da
conduta da parte demandada de violar todo o sistema normativo legal e infralegal que fixa o dever de
informações sobre acerca dos seus produtos e serviços, bem como os princípios da boa-fé objetiva e
de seus deveres anexos, em especial o da confiança e lealdade entre as partes.

De outro lado, também se aplica ao presente caso a responsabilidade por desvio produtivo do
consumidor, como já demonstrado.

Há, sem dúvida, um grave problema na relação de consumo (atraso injustificado na solução do defeito
na prestação do serviço) do qual o fornecedor abusivamente se esquiva de resolver. A parte
demandante buscou solucionar a questão pela via extrajudicial, com mais de uma tentativa. No
entanto, a demandada se quedou inerte às solicitações da parte demandante, inclusive negando-se a
dar uma solução à questão e de forma contínua manteve sua conduta abusiva. Muita energia e tempo
foram despendidos para alcançar a solução consensual do caso, o que não é compatível com boa-fé.

Sobre o quantum indenizatório, é imperiosa a fixação do dever de indenizar da parte reclamada, a


fim de prevenir e reprimir a conduta praticada.

Na linha defendida pelo Superior Tribunal de Justiça[12], o valor da indenização deve seguir o critério
bifásico de mensuração dos danos morais.

Para a primeira fase, devem-se considerar o valor fixado para os casos análogos sobre indenização
por danos por falha na prestação do serviço. Em situações idênticas à presente, o Tribunal de Justiça
de ..... tem fixado o valor entre R$ ..... (por extenso) a R$ ...... (por extenso). (incluir jurisprudência do
tribunal sobre casos análogos)
Para a segunda fase, como brilhantemente assentou o Min. Paulo de Tarso Sanseverino [13], é de se
considerar que: a dimensão do dano, como desrespeito ao tempo vital do ser humano; a
culpabilidade é grave, haja vista que a Demandada agiu de má-fé ao não aceitar a solução extrajudicial
do caso, principalmente porque tinha o dever legal de agir para prevenir e remediar o problema;
enfim, a capacidade econômica da parte reclamada é notória, enquanto a do reclamante é a de um
cidadão de classe média. (explicitar de acordo com o caso em concreto)

Com isso, é razoável a fixação da indenização no caso presente em R$ ..... (por extenso), com juros
de mora de 1% ao mês, desde a citação, e correção monetária pelo IGPM desde o arbitramento.

3.5. Da tutela de urgência

Com a tutela de urgência, a parte autora pretende que V. Exa. determine que a demandada devolva
os valores despendidos com a compra do pacote de viagem junto à demandada e, bem como os
prejuízos decorrentes da compra de nova passagem a fim de garantir a viagem do Autor decorrentes
de perdas e danos, na forma simples e corrigido monetariamente conforme disposto supra.

A previsão de medidas liminares, para tutela de direitos ameaçados de dano irreparável ou de difícil
reparação não é mera faculdade do legislador, mas decorrência necessária da garantia constitucional
de ação. Do contrário, submeter tais direitos ao procedimento previsto para as demais ações seria,
portanto, obstar sua efetiva defesa em juízo.

Há que se ressaltar que está implícita na garantia constitucional de acesso ao Judiciário, a tutela efetiva
do direito violado ou ameaçado, com as medidas necessárias à realização dessa tutela, a serem
tomadas em tempo razoável.

No caso em exame, estão presentes os pressupostos para o DEFERIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA.


O fumus boni iuris encontra-se configurado pela demonstração de violação expressa ao art. 30 do
Código de Defesa do Consumidor, em que a ré, de forma absolutamente livre, formulou uma oferta,
mas em momento posterior informou aos consumidores de todo o país que não irá cumpri-la.

Esclareça-se que, de forma alguma, a parte autora pretende antecipar a solução da lide para que seja
satisfeito prematuramente o direito material subjetivo em discussão, mas tão somente garantir,
fundamentalmente, que o reconhecimento desse direito, ao final do desenvolvimento do processo,
não perca a função precípua de realizar efetivamente a pretensão ora deduzida.

O art. 300 do CPC[14] alberga o preceito de que a concessão da tutela de urgência depende da
demonstração da probabilidade do direito, do perigo de dano e do resultado útil do processo.

Entre os autores clássicos, Humberto Theodoro Júnior tem a seguinte lição a respeito da tutela de
urgência no CPC/15:

As tutelas provisórias têm em comum a meta de combater os riscos de injustiça ou de


dano, derivados da espera, sempre longa, pelo desate final do conflito submetido à
solução judicial. Representam provimentos imediatos que, de alguma forma, possam
obviar ou minimizar os inconvenientes suportados pela parte que se acha numa situação
de vantagem aparentemente tutelada pela ordem jurídica material (fumus boni iuris).
Sem embargo de dispor de meios de convencimento para evidenciar, de plano, a
superioridade de seu posicionamento em torno do objeto litigioso, o demandante,
segundo o procedimento comum, teria que se privar de sua usufruição, ou teria de correr
o risco de vê-lo perecer, durante o aguardo da finalização do curso normal do processo
(periculum in mora). (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil:
volume I, 57ª ed. São Paulo: Gen/Forense, 2016, p. 610-611).

Já entre os autores modernos, Daniel Amorim Assumpção Neves assim se posiciona:

Segundo o art. 300, caput, do Novo CPC, tanto para a tutela cautelar quanto para a tutela
antecipada exige-se o convencimento do juiz da existência de elementos que evidenciem
a probabilidade do direito. A norma encerra qualquer dúvida a respeito do tema, sendo a
mesma probabilidade de o direito existir suficiente para a concessão de tutela cautelar e
tutela antecipada. O legislador não especificou que elementos são esses capazes de
convencer o juiz, ainda que mediante uma cognição sumária, a conceder a tutela de
urgência pretendida. É natural que o convencimento do juiz para a concessão da tutela
de urgência passa pela parte fática da demanda, já que o juiz só aplicará o direito ao caso
concreto em favor da parte se estiver convencido, ainda que em um juízo de
probabilidade, da veracidade das alegações de fato da parte. (NEVES, Daniel Amorim
Assumpção. Manual de Direito Processual Civil: volume único. 8ª ed. Salvador: Juspodivn,
2016, p. 430-431)

Analisando-se os documentos que instruem a petição inicial, é possível verificar, em sede de cognição
sumária, que estes já são capazes de demonstrar que o direito ampara o(a) requerente no presente
caso, fazendo com que esteja presente a probabilidade do direito que afirma possuir (probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo).

No presente caso, tem-se o seguinte:

1. A parte autora celebrou contrato com a ré, confiante de que a obrigação


por esta assumida seria efetivamente cumprida (princípio da confiança),
atendendo às suas legítimas expectativas;

2. A Ré apresenta risco real e iminente em descumprir a obrigação de


fornecer a viagem, restando injustamente, prejudicada a parte Autora tendo
em vista a onerosidade excessiva que está sendo exposta;

3. O deferimento da tutela de urgência ao(à) autor(a) não causará,


absolutamente, qualquer dano irreversível ou de difícil reparação à parte ré;
não interferirá na sua atividade, até mesmo porque a demandada já foi
remunerada pelo serviço.

Retomando-se as lições de Humberto Theodoro Júnior, o autor afirma:

Os requisitos, portanto, para alcançar-se uma providência de urgência de natureza


cautelar ou satisfativa são, basicamente, dois:
(a) Um dano potencial, um risco que corre o processo de não ser útil ao interesse
demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser
objetivamente apurável;
(b) A probabilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurança, ou
seja, o fumus boni iuris. (Op. Cit., p.623)
De outro lado, destaca-se o previsto no art. 301 do CPC, que traz a previsão no sentido de que “A
tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento
de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito”. (sem destaque no original).

Pelo exposto, pede-se seja deferida a tutela de urgência, nos termos da fundamentação acima.

4. Da necessária desconsideração da personalidade jurídica da Ré

O relato supra e todos os fatos narrados corroboram que há evidências bastantes do perigo da Ré
em não cumprir com suas obrigações presentes e futuras junto aos consumidores.

Diante do exposto, a aplicação do disposto no art. 28 e §5º do Código de Defesa do Consumidor se


faz salutar, para que seja desconsiderada a personalidade jurídica da empresa, que sustenta o pleito,
devendo ser intimado pessoalmente, por meio de mandado, o presidente do Grupo EMPRESA XXXXX,
o Sr. ......., na sede da empresa situada ......, para que efetue o pagamento do montante líquido de R$
....... (POR EXTENSO) (atualização anexa), nos moldes previstos no art. 523 do CPC, sob pena de
aplicação do §1º do mesmo dispositivo;

5. Requerimentos e pedidos

Ante o exposto, requer-se e pede-se:

a) Seja implantado o JUÍZO 100% DIGITAL neste feito, na forma da Resolução CNJ nº
345/2020;
b) Concessão do benefício da justiça gratuita para as instâncias de 1° e 2° grau, requerido
no instrumento procuratório; nos termos dos arts. 98 e 99, caput e § 3°, CPC, e da Lei Federal
1.060/50;
c) em razão de a parte autora concordar com a solução amigável do litígio, a citação e
intimação da parte demandada, por meio eletrônico (art. 246, CPC c/c art. 2º, parágrafo
único, Resolução CNJ nº 345/2020), ou, caso a empresa não conste no banco de dados, por
Correios, para comparecer à audiência de composição, sob pena de aplicação de multa (§8º
do art. 334, CPC), bem assim para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia;
d) a tramitação prioritária do feito, na forma do art. 1.048, do Código de Processo Civil;
e) Seja deferida, sem ouvir a parte contrária, a tutela de urgência, determinando-se que
a demandada garanta ao(à) demandante sob pena de multa diária a ser arbitrada por V. Exa.:
e.1) efetue a restituição imediata da quantia paga pelo Autor com a compra do Pacote
de Viagem no valor de R$.............. (por extenso);
e.2) que seja realizada a compensação dos valores gastos com aquisição de nova
passagem no total de R$ ..................... em sua forma simples, a título de ressarcimento
por perdas e danos;
e.3) que seja declarada a rescisão contratual com base na quebra da base objetiva do
contrato e violação dos princípios da boa-fé objetiva e seus consectários, referentes aos
princípios da transparência e da confiança;
f) Condenar a Demandada ao pagamento de indenização por danos morais e por desvio
produtivo do consumidor, no valor de R$ ..........., com juros de mora de 1% ao mês desde a
citação e correção monetária pelo IGPM desde o arbitramento; devidamente atualizados até
a data do efetivo pagamento.
g) Subsidiariamente, que seja determinado o arresto cautelar de bens em nome da sociedade
empresária 123 Milhas bem como seus sócios em decorrência da desconsideração da
personalidade jurídica, na forma do art. 28, § 5º do CDC.
h) Seja a demandada condenada ao pagamento das custas processuais e de honorários
advocatícios em valor correspondente a 20% sobre o valor da condenação;

Protesta provar o alegado por todos os meios de Prova em direito admissíveis, especialmente a
documental inclusa e depoimento pessoal do Representante da Demandada sob pena de Confissão,
bem como a apresentação de demais documentos que entender necessários e que forem ordenados,
tudo nos termos do art. 369 do CPC.

Portanto, dá-se à causa, o valor de R$ ...... (valor por extenso).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local, Data.

ADVOGADO
OAB/UF nº.....

[1]
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
[2]
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
[3]
Art. 3º (...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
[4]
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou
meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
[5]
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
nos termos do art. 84 e parágrafos.
[6]
“Observe-se, pois, que, a teor do artigo 30 do CDC, o caráter vinculativo da oferta não apenas obriga
o fornecedor a contratar, mas também a fazê-lo nos termos da informação ou publicidade veiculada.
Neste sentido, é possível identificar em relação aos efeitos da oferta de consumo a origem de dois
deveres jurídicos principais em relação ao fornecedor. Primeiro, é o dever de contratar, ou seja, de
realizar o contrato a que se refira a oferta. Segundo o dever de contratar nos termos da oferta. Isto
porque, ao referir ao final do artigo 30, que a informação ou publicidade suficientemente precisa
integra o contrato que vier a ser celebrado, encaminha o legislador importante solução prática visando
evitar a dissociação entre o prometido e o efetivamente contratado. Neste sentido, em vista do
princípio da boa-fé, o efeito vinculativo da conduta das partes e a rejeição ao comportamento
contraditório, ao estabelecer que a oferta de consumo integra o contrato de consumo, vincula o
fornecedor ao cumprimento do que se comprometeu na fase pré-contratual, na qual o objetivo de
atração do consumidor para contratar pode muitas vezes estimular o oferecimento de vantagens que
posteriormente não estejam contempladas no contrato. A solução do artigo 30 do CDC, evita esta
dissociação. A oferta de consumo e o contrato se identificam pela simples razão de que a primeira
constitui-se, por força de lei, em parte integrante do segundo. E neste sentido, há um nítido privilégio
aos termos da oferta em relação ao que venha a ser posteriormente contratado, sobretudo quando
exista divergência entre estes dois momentos, sem que seja muitas vezes percebido pelo consumidor,
em face da sua vulnerabilidade (que se pode apresentar no tocante á redação e compreensão do
contrato, por exemplo)”. (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor, 6ª ed. São Paulo: RT, p.
271).
[7]
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
[8]
“Como consequência do princípio da vinculação contratual da publicidade disposto no art. 30,
quando o fornecedor não cumprir a oferta ou publicidade, ou se não tiver condições de cumprir o que
prometeu, o consumidor poderá optar pelo cumprimento forçado da obrigação ou aceitar outro
produto ou serviço equivalente, ou ainda, se já tiver acertado o negócio, poderá pedir rescisão do
contrato com a devolução da quantia paga, atualizada monetariamente”. Em todas as hipóteses
previstas no art. 35, o consumidor pode ainda pedir indenização pelos eventuais danos sofridos em
decorrência da quebra de confiança. (GARCIA, Leonardo; GUGLINSKI, Vitor. Código de Defesa do
Consumidor – Doutrina e Jurisprudência para Utilização Profissional. 2ª ed., Salvador: Juspodivn, 2020,
p. 563-564)
[9]
Disponível em: http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/366. Acesso em 19/08/2023.
[10]
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-fev-28/garantias-consumo-direito-consumidor-
ajudou-aperfeicoar-mercado. Acesso em 18/08/2023.
[11]
“[...]o consumidor, sentindo-se prejudicado, gasta o seu tempo vital – que é um recurso produtivo
– e se desvia das suas atividades cotidianas, que geralmente são existenciais.[...]” DESSAUNE, Marcos.
Teoria Aprofundada do Desvio Produtivo do Consumidor: o prejuízo do tempo desperdiçado e a da
vida alterada. 2ª ed, 2017, p. 67-8
[12]
84712627 - RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. [...] QUANTUM
INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS DE ARBITRAMENTO EQUITATIVO PELO JUIZ. MÉTODO BIFÁSICO.
VALORIZAÇÃO DO INTERESSE JURÍDICO LESADO E CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. 1. O método bifásico, como parâmetro para a aferição da indenização por danos morais,
atende às exigências de um arbitramento equitativo, pois, além de minimizar eventuais
arbitrariedades, evitando a adoção de critérios unicamente subjetivos pelo julgador, afasta a tarifação
do dano, trazendo um ponto de equilíbrio pelo qual se consegue alcançar razoável correspondência
entre o valor da indenização e o interesse jurídico lesado, bem como estabelecer montante que
melhor corresponda às peculiaridades do caso. 2. Na primeira fase, o valor básico ou inicial da
indenização é arbitrado tendo-se em conta o interesse jurídico lesado, em conformidade com os
precedentes jurisprudenciais acerca da matéria (grupo de casos). 3. Na segunda fase, ajusta-se o valor
às peculiaridades do caso com base nas suas circunstâncias (gravidade do fato em si, culpabilidade do
agente, culpa concorrente da vítima, condição econômica das partes), procedendo-se à fixação
definitiva da indenização, por meio de arbitramento equitativo pelo juiz. [...] 5. Recurso Especial
provido. (STJ; REsp 1.608.573; Proc. 2016/0046129-2; RJ; Rel. Min. Luis Felipe Salomão; Julg.
13/12/2018; DJE 19/12/2018; Pág. 14838) destacou-se; (vide também REsp 1.152.541/RS e Recurso
Especial 1.473.393/SP)
[13]
Assim, as principais circunstâncias a serem consideradas como elementos objetivos e subjetivos de
concreção são:
a) a gravidade do fato em si e suas consequências para a vítima (dimensão do dano);
b) a intensidade do dolo ou o grau de culpa do agente (culpabilidade do agente);
c) a eventual participação culposa do ofendido (culpa concorrente da vítima);
d) a condição econômica do ofensor;
e) as condições pessoais da vítima (posição política, social e econômica).
(Trecho extraído das fls. 12 de voto vencedor no julgamento do REsp 1.152.541; Proc. 2009/0157076-
0; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino; Julg. 13/09/2011; DJE 21/09/2011)
[14]
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

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