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AO JUIZO DA VARA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS DA COMARCA DE

CONCEIÇÃO DO COITÉ – BAHIA.

FELIPE SILVA DE JESUS,


brasileiro, solteiro, Eng. Civil, portador do RG n° 2097773893 SSP BA e CPF n° 06887107511,
residente e domiciliada na rua Felipe Nery Pastor, 145, Conceição do coité/BA, CEP: 48730000,
vem, por intermédio do seu advogado infrafirmado apresentar:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADO COM INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS
Em face de BANCO ITAUCARD S.A,
pessoa jurídica de direito privada inscrita no CNPJ n° 17.192.451/0001-70, PC ALFREDO EGYDIO
DE SOUZA ARANHA, 100, TORRE OLAVO SETUBAL 7 ANDAR, Bairro: PARQUE JABAQUARA,
CEP: 04.344-902, SAO PAULO – SP, pelos fatos e fundamentos que seguem:

I
DOS FATOS

A Parte autora é pessoa honesta, possuidora de cartão de crédito na instituição financeira


Itaú.

Ocorre que, ao verificar suas faturas o autor deparou-se com à cobrança de um seguro cuja
qual nunca solicitou ou contratou, sob à nomenclatura “SEG CARTÃO PROTEGIDO”, no valor de 7,90,
sendo descontado esse valor mensalmente, desde o mês 06 de 2022, conforme é possível verificar nos
extratos bancário anexos aos autos [Anx. 01].

Ressalta-se que o autor buscou à ré administrativamente para fins de resolver à demanda,


mas todas as tentativas foram negligenciadas pela ré – protocolo: 922681509

De imediato o autor ficou muito angustiado, revoltado e se sentindo lesado, rompendo


totalmente à confiança que havia depositado na ré, bem como, imensamente indignado com os
descasos nas buscas administrativas infrutíferas.

Reitera-se que, à parte autora jamais contratou e/ou anuiu ou autorizou os descontos,
sendo os serviços de seguro prestados pela ré, totalmente desconhecidos pelo autor.

Logo, os descontos são indevidos, impostos por má fé, e devem ser restituídos em DOBRO
à autora, sendo aplicado o prazo quinquenal conforme previsto no art. 27 do CDC, bem como ser à ré
condenada ao pagamento de indenização por DANOS MORAIS.

Assinado eletronicamente por: ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JUNIOR;


Código de validação do documento: 8792c494 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
II
DA MEDIDA LIMINAR

Cabe ressaltar que o autor se classifica com consumidor, logicamente fragilizado perante a
grande empresa ré, desse modo, informa o mesmo o desconhecimento da contratação do referido
seguro haja vista sua vulnerabilidade consumerista e boa-fé presumida de suas alegações (fumaça do
bom direito).

Nesse sentido, levando-se em consideração que o seguro jamais foi solicitado pelo autor e o
fato de que ele, obviamente, minora diretamente seus recursos econômicos de tal forma que,
considerando que dentro de sua renda mensal só há a escassa quantia de um salário mínimo, o
prosseguimento dessas cobranças afetará a qualidade de vida do autor (perigo da demora).

Por conseguinte, demanda-se em sede de liminar a suspensão do seguro, devendo a ré se


abster de novas cobranças sob pena de multa fixa de R$ 5.000,00. (cinco mil reais), tudo nos exatos
conformes normativos do art. 300 do CPC.

III
DO MÉRITO

DO VICIO DE CONSENTIMENTO

É essencial que qualquer efetuação de negociação jurídica realizada pela ré, especialmente no
que concerne a contrato de adesão como nesse caso, necessita que a elaboração contratual seja redigida
de maneira a permitir total compreensão dos elementos prévios do contrato pelo autor sem a
existência de qualquer entrave que dificulte o entendimento do significado e alcance das cláusulas
contratuais.

Deste modo, é necessário expor, primordialmente, que em decorrência dos fatos narrados,
tais quais a efetuação da cobrança de um artigo não requisitado pelo autor, isto é, o seguro, bem como
a carência de informações para a fruição plena do serviço prestado pela ré, fez com que, em
consequência deles, a prestação de serviço disponibilizada pela requerida fosse caracterizada como
falhosa. Basta, para confirmar esse fato, analisar o art. 14, §1 do CDC, perceba:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

“§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o


consumidor dele pode esperar.”

Fica claro, dessa forma, que a requerida foi incapaz de garantir a segurança de consumo do
autor e, em consequência, acometeu a reclamante de danos devido à falha na prestação de serviços
que devem ser respondidos pela empresa ré responsável por esse prejuízo. Ademais, visto que os
fracassos da empresa ré incidiram diretamente em danos materiais ao autor já que a cobrança
repetitiva dos seguros lhe afetou economicamente e psicologicamente, faz-se fundamental a
reparação não só do dano moral futuramente exposto nessa petição, mas desse também, devendo ser
à autora restituída de todo valor descontado indebitamente.

Assinado eletronicamente por: ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JUNIOR;


Código de validação do documento: 8792c494 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
DA DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO INDEBITO

Outrossim, pode-se aferir que a dívida cobrada em relação ao seguro questioando foi
totalmente impositiva, ou seja, tendo em consideração que o autor não foi conscientizada dessas
cobranças, muito menos, a partir disso, pôde usufruir plenamente do serviço, foi submetida a pagar
um valor indébito, que não foi pedido, fora de suas requisições e distante de sua consciência.

Com isso, solicita-se a restituição de todos os custos em dobro infligidos pela ré à autora por
meio do serviço “SEG CARTÃO PROTEGIDO”, à 03 meses, no valor de R$ 7,90 conforme extrato anexo,
totalizando R$ 23,70 até o momento que em dobro resulta em R$ 47,40 valor este devido à autora
até o momento, acrescido das respectivas atualizações monetária e de mora.

Por fim, para dar pertinência a esse direito, basta analisar o artigo 940 do Código Civil:

Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.”

IV
DO DANO MORAL

A Lei Consumerista garante, ainda, no inc. VI, do art. 6º, do CDC, que é direito básico do
consumidor a reparação por danos morais e, no caso em tela, evidente que ocorreram danos
extrapatrimoniais ao autor, pois a ré tanto cobrou uma fatura indevida sob vício de consentimento,
quanto não resguardou ao autor das informações plenas do produto de tal forma que lhe foram
causados transtornos. Ora, levando-se em consideração a situação de fragilidade da ré, esses seviços
invedidos acometem-na diretamente a uma situação de ignorância criada por uma cobrança
inadequada. Nesse sentido, a reiteração de cobrança indevidamente imposta, tendo em vista,
também, que o autor não requisitou, muito menos estava usufruindo do que lhe foi cobrado, fez com
que essas efetuações se constituíssem em verdadeiras desconsiderações para com o consumidor,
caracterizando, desse modo, a ofensa à esfera íntima.

Em suma, a Empresa Ré incidiu de plano em conduta ilegal que merece ser coibida por meio
da adequada reparação, pois, nos termos do art. 927 do Código Civil Brasileiro (CCB/02), aquele que,
por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Nesse sentido, no caso em exposição, tem-se um dano moral, porquanto uma cobrança de
seguro indevido foi concebida sendo dirigida, como já dito, não só sobre a fragilidade cognitiva do
autor, mas de sua ignorância, de forma que a ré se empenhou em preservar o autor numa relação
inaceitável. Ora, Exa., verifica-se que o débito indevido causou embaraços que desbordaram os limites
do mero aborrecimento, a causar, devido a essa circunstância, sensível ofensa à dignidade do autor,
infringimento fortemente consolidado visto que em momento algum houve aviso prévio nem explicação
coerente para a consolidação das faturas provenientesdo seguro. Com isso, o desleixo repetitivo da ré
gerou afetações diretas na saúde psíquica do autor, causando nela um padecimento moral. Resta
necessário, então, as reparações imediatas desses infringimentos.

Assinado eletronicamente por: ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JUNIOR;


Código de validação do documento: 8792c494 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Diante de todo o exposto, pode-se aferir, especialmente devido a não garantia do pleno
consumo do artigo distribuído pela ré ao levar em conta a carência de informações para o consumo
seguro do produto, bem como o surgimento dum debito indevido e desconexo, a comprovação da
negligência da empresa ré na conservação do usufruto de seu produto para com a autora. Assim, a
imprudência da requerida presente em toda a mediação da adversidade criada por ela mesma incidiu
diretamente na afetação da saúde psíquica da reclamante, portanto, não restam dúvidas de que a
situação reclama a necessária reparação moral.

Agrava-se ainda o fatidico de que a autora buscou a ré para fins de resolver à demanda na
via administrativa, sendo negligenciada todas as requisições que restaram infrutiferas, atacando
assim diretamente ao tempo útil do autor, devendo cumulativamente, à ré ser responsabilizada pela
perda do tempo útil do consumidor.

Nesse viés, diante de todo o exposto, se faz necessário a condenação da parte adversa em
Danos morais à Autora no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

V
DOS REQUERIMENTOS

Por todo o exposto supra, requer-se:

a. A Concessão da benesse da Justiça Gratuita.


b. A Citação da parte adversa e a apresentação de defesa, sob pena de revelia.

c. Inversão do Ônus Probatório – visto a hipossuficiência consumerista da autora.

d. A concessão da medida liminar supra pleiteada, haja vista a presença dos


pressupostos do perigo da demora e da fumaça do bom direito conforme já
demonstrado, determinando a parte adversa que suspenda o seguro objeto da
presente lide, abstendo-se de futuras cobranças, sob pena de multa fixa de R$
5.000,00. (cinco mil reais).

e. A Inversão do ônus da prova.

f. Restituição do indébito que perfaz o valor de R$ 47,40 já em dobro em razão da


ilegalidade dos descontos haja vista a ausência de pactuação.

g. No mérito, que seja a ação julgada totalmente procedente confirmando a medida


liminar já pleiteada, excluindo em definitivo as cobranças indevidas sob a
nomenclatura SEG CARTÃO PROTEGIDO, bem como a parte adversa ser
condenada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em virtude do ato arbitrário e ilegal já amplamente demonstrado no
decorrer do petitório exordial.

Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos
documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos
documentos que se mostrarem necessários.

Dá-se a causa do valor de R$ 10.047,40 (dez mil, quarenta e sete reais e quarenta centavos)
Manifesta interesse em conciliação/acordo.

Conceição do coité – Bahia, aos 07 de setembro de 2022.

Assinado eletronicamente por: ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JUNIOR;


Código de validação do documento: 8792c494 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Nestes termos,
Pede deferimento.

ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JÚNIOR


OAB BA 67 841

Assinado eletronicamente por: ALDEMIR LIMA DOS SANTOS JUNIOR;


Código de validação do documento: 8792c494 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

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