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I
DOS FATOS
Ocorre que, ao verificar suas faturas o autor deparou-se com à cobrança de um seguro cuja
qual nunca solicitou ou contratou, sob à nomenclatura “SEG CARTÃO PROTEGIDO”, no valor de 7,90,
sendo descontado esse valor mensalmente, desde o mês 06 de 2022, conforme é possível verificar nos
extratos bancário anexos aos autos [Anx. 01].
Reitera-se que, à parte autora jamais contratou e/ou anuiu ou autorizou os descontos,
sendo os serviços de seguro prestados pela ré, totalmente desconhecidos pelo autor.
Logo, os descontos são indevidos, impostos por má fé, e devem ser restituídos em DOBRO
à autora, sendo aplicado o prazo quinquenal conforme previsto no art. 27 do CDC, bem como ser à ré
condenada ao pagamento de indenização por DANOS MORAIS.
Cabe ressaltar que o autor se classifica com consumidor, logicamente fragilizado perante a
grande empresa ré, desse modo, informa o mesmo o desconhecimento da contratação do referido
seguro haja vista sua vulnerabilidade consumerista e boa-fé presumida de suas alegações (fumaça do
bom direito).
Nesse sentido, levando-se em consideração que o seguro jamais foi solicitado pelo autor e o
fato de que ele, obviamente, minora diretamente seus recursos econômicos de tal forma que,
considerando que dentro de sua renda mensal só há a escassa quantia de um salário mínimo, o
prosseguimento dessas cobranças afetará a qualidade de vida do autor (perigo da demora).
III
DO MÉRITO
DO VICIO DE CONSENTIMENTO
É essencial que qualquer efetuação de negociação jurídica realizada pela ré, especialmente no
que concerne a contrato de adesão como nesse caso, necessita que a elaboração contratual seja redigida
de maneira a permitir total compreensão dos elementos prévios do contrato pelo autor sem a
existência de qualquer entrave que dificulte o entendimento do significado e alcance das cláusulas
contratuais.
Deste modo, é necessário expor, primordialmente, que em decorrência dos fatos narrados,
tais quais a efetuação da cobrança de um artigo não requisitado pelo autor, isto é, o seguro, bem como
a carência de informações para a fruição plena do serviço prestado pela ré, fez com que, em
consequência deles, a prestação de serviço disponibilizada pela requerida fosse caracterizada como
falhosa. Basta, para confirmar esse fato, analisar o art. 14, §1 do CDC, perceba:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
Fica claro, dessa forma, que a requerida foi incapaz de garantir a segurança de consumo do
autor e, em consequência, acometeu a reclamante de danos devido à falha na prestação de serviços
que devem ser respondidos pela empresa ré responsável por esse prejuízo. Ademais, visto que os
fracassos da empresa ré incidiram diretamente em danos materiais ao autor já que a cobrança
repetitiva dos seguros lhe afetou economicamente e psicologicamente, faz-se fundamental a
reparação não só do dano moral futuramente exposto nessa petição, mas desse também, devendo ser
à autora restituída de todo valor descontado indebitamente.
Outrossim, pode-se aferir que a dívida cobrada em relação ao seguro questioando foi
totalmente impositiva, ou seja, tendo em consideração que o autor não foi conscientizada dessas
cobranças, muito menos, a partir disso, pôde usufruir plenamente do serviço, foi submetida a pagar
um valor indébito, que não foi pedido, fora de suas requisições e distante de sua consciência.
Com isso, solicita-se a restituição de todos os custos em dobro infligidos pela ré à autora por
meio do serviço “SEG CARTÃO PROTEGIDO”, à 03 meses, no valor de R$ 7,90 conforme extrato anexo,
totalizando R$ 23,70 até o momento que em dobro resulta em R$ 47,40 valor este devido à autora
até o momento, acrescido das respectivas atualizações monetária e de mora.
Por fim, para dar pertinência a esse direito, basta analisar o artigo 940 do Código Civil:
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.”
IV
DO DANO MORAL
A Lei Consumerista garante, ainda, no inc. VI, do art. 6º, do CDC, que é direito básico do
consumidor a reparação por danos morais e, no caso em tela, evidente que ocorreram danos
extrapatrimoniais ao autor, pois a ré tanto cobrou uma fatura indevida sob vício de consentimento,
quanto não resguardou ao autor das informações plenas do produto de tal forma que lhe foram
causados transtornos. Ora, levando-se em consideração a situação de fragilidade da ré, esses seviços
invedidos acometem-na diretamente a uma situação de ignorância criada por uma cobrança
inadequada. Nesse sentido, a reiteração de cobrança indevidamente imposta, tendo em vista,
também, que o autor não requisitou, muito menos estava usufruindo do que lhe foi cobrado, fez com
que essas efetuações se constituíssem em verdadeiras desconsiderações para com o consumidor,
caracterizando, desse modo, a ofensa à esfera íntima.
Em suma, a Empresa Ré incidiu de plano em conduta ilegal que merece ser coibida por meio
da adequada reparação, pois, nos termos do art. 927 do Código Civil Brasileiro (CCB/02), aquele que,
por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Nesse sentido, no caso em exposição, tem-se um dano moral, porquanto uma cobrança de
seguro indevido foi concebida sendo dirigida, como já dito, não só sobre a fragilidade cognitiva do
autor, mas de sua ignorância, de forma que a ré se empenhou em preservar o autor numa relação
inaceitável. Ora, Exa., verifica-se que o débito indevido causou embaraços que desbordaram os limites
do mero aborrecimento, a causar, devido a essa circunstância, sensível ofensa à dignidade do autor,
infringimento fortemente consolidado visto que em momento algum houve aviso prévio nem explicação
coerente para a consolidação das faturas provenientesdo seguro. Com isso, o desleixo repetitivo da ré
gerou afetações diretas na saúde psíquica do autor, causando nela um padecimento moral. Resta
necessário, então, as reparações imediatas desses infringimentos.
Agrava-se ainda o fatidico de que a autora buscou a ré para fins de resolver à demanda na
via administrativa, sendo negligenciada todas as requisições que restaram infrutiferas, atacando
assim diretamente ao tempo útil do autor, devendo cumulativamente, à ré ser responsabilizada pela
perda do tempo útil do consumidor.
Nesse viés, diante de todo o exposto, se faz necessário a condenação da parte adversa em
Danos morais à Autora no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
V
DOS REQUERIMENTOS
Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos
documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos
documentos que se mostrarem necessários.
Dá-se a causa do valor de R$ 10.047,40 (dez mil, quarenta e sete reais e quarenta centavos)
Manifesta interesse em conciliação/acordo.