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Em desfavor do BANCO BRADESCO S.A, pessoa jurídica de direito privado, regularmente inscrito
no CNPJ sob o nº 60.746.948/4013-70, com agência filial localizada sito a Rua Regino Rodrigues de
Paula, nº58, Centro, Anajatuba/MA, 65.490-000, na pessoa de seu representante legal, pelas razões
de fato e de direito que passa a expor.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA_______________________________________________________
A parte autora é hipossuficiente nos termos da lei, conforme comprovasse com a declaração
de hipossuficiência em anexo, e não pode arcar com as custas e despesas sem o prejuízo de seu
sustento próprio e o de sua família.
A autora é titular da Conta Corrente pessoa física nº 0515687-4, Agência 5219, junto ao
Banco Bradesco. No dia 01/06/2023 a mesma recebeu uma mensagem de determinado número, como
se do Bradesco fosse informando que uma compra nas lojas RENNER no valor de R$4777,00 havia
sido aprovada e que para efetuar o cancelamento do suposto investimento seria necessário entrar em
contato com o número 0800 111 0021.
Ao entrar em contato com a falsa central de atendimento, lhe informaram que o seu aparelho
celular estava com vírus, ao passo que foi feito o pedido para a retirada do referido vírus. Tendo
concedido a respectiva permissão, a cliente verificou que tinha sido hackeada e que o aplicativo do
Banco Bradesco fora invadido ao constatar um saque realizado no valor de R$2.095,00 (dois mil e
noventa e cinco reais) correspondente ao cheque especial. Adicionado a isso foi feita imediatamente a
cobrança da taxa de serviços ENC LIM CRÉDITO no valor de R$120,05 (cento e vinte reais e cinco
centavos).
O valor correspondente ao cheque especial foi logo após transferido via pix para a conta Nubank de
titularidade da cliente, muito provavelmente para que a transação não fosse para a análise antes do
fim do golpe. Em seguida o valor recebido na conta Nubank foi novamente transferido, desta vez
para a chave pix: cancelamento1345@gmail.com a qual não consta titular e tendo como única
informação de destino o Banco CORA SDC S.A detentor do CNPJ 45.353.918/0001-52.
A cliente dirigiu-se à agência do Banco Bradesco do seu município para entender o que possa ter
ocorrido para que a segurança do banco e consequentemente a segurança dos seus respectivos dados
tenha sido violada, principalmente porque a mesma não detinha chave pix cadastrada no Banco
Bradesco e nem mesmo fazia uso do aplicativo pois não possui biometria cadastrada, requisito
indispensável para uso do referido instrumento. No entanto, como resposta da instituição requerida a
cliente obteve a alegação de que nada poderia ser feito para a resolução do problema e que esta
deveria entrar em contato com a Nubank para a responsabilização do ocorrido.
Por esta razão, a requerente recorre ao juízo desta comarca a fim de assegurar o seu direito enquanto
consumidora conforme fundamentação a seguir exposta.
DO
DIREITO____________________________________________________________________
____________________
Entende-se que a requerente tem o direito à inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso
VIII do art.6º do Código de Defesa do Consumidor, de forma que a narrativa dos fatos
encontra respaldo nos documentos anexados, comprovando a verossimilhança da alegação
conforme disposição legal:
[...]
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência.
Art. 927. Aquele que por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Portanto, caberá ao requerido a apresentação de provas que venham de encontro ao exposto pela
requerente.
2. DO DANO MATERIAL
Conforme já exposto, a requerente sofreu um prejuízo no valor de R$2.095,00 (dois mil e noventa e
cinco reais) correspondente ao saque do cheque especial, este somado à quantia de R$120,05 (cento e
vinte reais e cinco centavos), referente à cobrança da taxa de serviços ENC LIM CRÉDITO,
totalizando um déficit significativo de R$ 2.215,05 (dois mil duzentos e quinze reais e cinco
centavos).
O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) assegura que a responsabilidade pelos danos
morais e materiais advindos do serviço defeituoso será do fornecedor e que este deverá reparar os
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços.
A autora entende que a atitude do requerido incorre nas assertivas dispostas no caput do artigo 14,
bem como no inciso II do parágrafo 1º do mesmo dispositivo do CDC. Sobre o qual versa:
Além disso, o prestador de serviço deve responder pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo, conforme estabelece o art. 20 do CDC:
Art. 20. O fornecedor responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios
para consumo ou lhes diminuam o valor; [...].
Pelos motivos acima destacados, a autora desta ação requer que seja efetuada a responsabilização
civil nos moldes do Código de Defesa do Consumidor do requerido e de forma solidária a
responsabilização do banco Nubank S.A, confirmando o litisconsórcio passivo.
O simples fato de a parte ter sofrido descontos injustificáveis em seu salário, culminando na
necessidade de ajuizamento de ação, a fim de obter tutela jurisdicional, causa inegável prejuízo,
sendo o suficiente para dar azo à condenação do réu ao pagamento de danos morais, como forma de
coibir condutas semelhantes.
Anteriormente descrito, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor ratifica a
responsabilidade do fornecedor do serviço pelos danos causados pela má prestação do mesmo no que
tange à falta de segurança. Por isso podemos inferir que os danos morais provenientes dessa má
prestação também são dignos de reparação.
O Código de Defesa do Consumidor ampara o consumidor que foi vitimado em sua relação de
consumo, com a justa reparação dos danos morais e patrimoniais causados pela má prestação de
serviço, como se pode constatar em seu artigo 6º, inciso VI:
Não restam dúvidas quanto à necessária responsabilização da requerida. Por isso, para que
seja atendido o direito à devida reparação dos danos morais que lhe foram causados, buscando como
efeito principal a prevenção e o desestímulo de forma que não aconteça com os demais clientes o que
ocorreu com a autora, busca-se indenização justa e razoável sob o valor de R$4.000,00 (quatro mil
reais).
DOS PEDIDOS-
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A citação da requerida para que tome ciência da presente ação e assim se manifeste nos autos, sob
pena de revelia;
A citação do requerido para que na pessoa do seu representante compareça a audiência de conciliação
a ser marcada, podendo esta ser convolada em audiência de instrução e julgamento nos termos da Lei
9.099/95, sob pena de revelia e confissão;
Seja julgada totalmente a presente ação, determinando-se o pagamento pelo requerido, da obrigação
de fazer no que tange à reparação pelos DANOS MORAIS sofridos pela requerente no valor justo e
razoável de 4.000,00 (quatro mil reais) em face da falta de segurança bancária.
A condenação do réu ao pagamento a título de DANOS MATERIAIS no valor de 2.095,00 (Dois mil
e noventa e cinco reais) referente ao montante correspondente ao valor usurpado do cheque especial
somado à cobrança da taxa de serviços ENC LIM CRÉDITO no valor de R$120,05 (cento e vinte
reais e cinco centavos).
Dar-se á o valor de R$6.215,05 (seis mil, duzentos e quinze reais e cinco centavos)
Diante do exposto,
Pede e aguarda deferimento.
TAYRONY SANTANA
Advogado – OAB/MA nº 23.717-A