Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A questão aqui trazida já se tornou por demais corriqueira nas lides que
chegam ao Poder Judiciário, certamente, o mesmo ocorrendo com as demais. Servem elas para
demonstrar que o serviço público concedido a empresa Ré não tem sido prestado com a
necessária eficiência e segurança que dele se deveria esperar. Cabe, na ocasião, a menção ao
princípio da boa-fé objetiva, a qual nortea as relações de consumo (art. 4º, III CDC), a partir do
qual incumbe à prestadora de serviço tratar seus clientes consumidores de forma eficiente,
adequada e regular.
Em caso como o sub examine,a Requerida deveria ter se utilizado de todas as
precauções cabíveis para, por ocasião da inclusão do nome do mesmo no SPC, ter detectado o
erro, evitando assim danos indevidos ao Autor. Em não assim procedendo, faz exsurgir a
responsabilidade do fornecedor em indenizar os prejuízos àquele causados.
Desta forma, tendo o comportamento negligente da empresa Ré ensejado o
lançamento do nome da parte Autora na SPC, restam comprovados o dano moral e a obrigação
de indenizar os prejuízos experimentados pelo Autor, o que se requer na presente lide.
DO DIREITO
“Art. 5º (omissis):
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
Daí, o dano moral está configurado. Pois, o fato da parte Autora ter sido
submetido a uma situação de constrangimento e de desrespeito que já perdura por mais de 16
(dezesseis) meses, configura sem sombra de dúvidas em abalo a ordem psíquica e moral do
promovente.
"... O dano moral existe in reipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal
modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma
presunção hominis ou facti, que decorre das regras da experiência comum. ..." (Programa de responsabilidade civil.
2.ª ed. Malheiros: 2000, p. 80).
Vejamos a jurisprudência pátria acerca de casos semelhantes:
4 – DO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO.
“Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima(...)
“Por tais razões, dada a amplitude do espectro casuístico e o relativo noviciado da matéria
nos tribunais, os exemplos da jurisprudência variam da mesquinhez à prodigalidade. Nem sempre o valor fixado na
sentença revelará a justa recompensa ou o justo lenitivo para a dor ou para a perda psíquica. Por vezes, danos
ínfimos são recompesados exageradamente ou vice-versa. A jurisprudência é rica de exemplos, nos quais ora o
valor do dano moral guarda uma relatividade com o interesse em jogo, ora não guarda qualquer relação. Na
verdade, a reparação do dano moral deve guiar-se especialmente pela índole dos sofrimentos ou mal-estar de
quem os padece, não estando sujeita a padrões predeterminados ou matemáticos.”(Sílvio Salvo Venosa, Direito
Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 39/40).
Daí, o valor da condenação deve ter por finalidade dissuadir o réu infrator de
reincidir em sua conduta, consoante tem decidido a jurisprudência pátria:
5. DA TUTELA ANTECIPADA
O bom direito milita a favor da parte Autora , eis que não desconhece a
dívida, o que torna o débito que esta sendo cobrado inexistente, portanto, nada está a dever a
Requerida, no entanto, seu nome foi lançado no rol dos maus pagadores. A tutela jurisdicional
constitui-se em dever estatal, a fim de garantir e consagrar os padrões de convívio social e do
próprio Estado de Direito.
O risco a que está sujeito a Requerente agrava-se com o passar dos dias,
eis que toda solicitação de crédito receberá negativa, o que provocará maiores e constantes
prejuízos, além de aumentar o número de pessoas (físicas e jurídicas) que passarão a ter uma
idéia errônea do comportamento da parte Autora , que sequer pode desfrutar de direito de
obter empréstimo para aprimorar sua relação comercial, bem como obter talão de cheque para
atender as suas necessidades.
Mais do que provado o dano irreparável e, maior ainda será caso persista o
nome da Requerida no órgão SPC, motivos que justificam plenamente a concessão da
antecipação assecuratória, diante do risco que é concreto.
DO PEDIDO.
Diante de todo o exposto, requer a parte Autora que Vossa Excelência digne-
se de:
c) Conceder, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC, a inversão do ônus da
prova em favor da demandante;
e1) declarar nula a dívida que está sendo cobrada, vez que foi gerada
unilateralmente e indevidamente pela empresa Ré, fato este que vem causando grande
transtorno na vida da parte Autora .
e.2) CONDENAR A DEMANDADA, nos termos dos art. 5º, inc. V da CF/88 c/c
art. 186 e art. 927 do CC/2002 e art. 6º, inc. VI da Lei. 8.078/90 A PAGAR A PARTE AUTORA A
QUANTIA JUSTA E RAZOÁVEL DE R$ 10.000,00 (dez mil reais) A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS.
Dá-se à causa, nos termos do art. 259, inc. II do CPC, o valor de R$ 10.199,87
(dez mil, cento e noventa e nove reais e oitenta e sete centavos).
Nestes Termos,
Pede e aguarda deferimento.
DATA
ADVOGADO
OAB N.º