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Ação: CET – Contabilidade e Fiscalidade

UFCD: 7481
Formadora: Sandra Coelho
Imposto de Rendimentos Pessoas Colectivas

Para efeitos de IRC considera-se titular de rendimentos


as pessoas coletivas sujeitas a este imposto que
apresenta rendimentos referentes á atividade
económica desenvolvida.

O IRC tal como o IRS entrou em vigor no dia 1 de


Janeiro de 1989 e tem o seu suporte, legal, no código
do imposto sobre rendimentos das pessoas coletivas
(CIRS), aprovado pelo Decreto-lei nº 442 B/88, a 20 de
novembro.
Características
Um imposto direto Imposto proporcional

01 Incide sobre o rendimentos


das pessoas coletivas
04 É proporcional aos
rendimentos tributados

Imposto periódico
03 É apurado anualmente

Imposto estadual Imposto real

02 É tributado pelo estado 05 Incide sobre a atividade


económica
Em suma..
O IRC pode ser caracterizado como um imposto:

 Sobre o rendimento, dado que tributa o lucro das empresas, ou o rendimento global das demais pessoas coletivas;

 Direto, uma vez que o devedor do imposto e quem o vai suportar são a mesma pessoa;

 Real, porque tributa a matéria coletável objetivamente calculada;

 Principal, considerando que goza de autonomia no plano normativo;

 Periódico, atendendo a que tem na base do facto tributário um elemento temporal que se repete sucessivamente, que
geralmente é de um ano;

 Proporcional, porque a coleta do imposto varia na proporção da matéria coletável, mantendo-se a taxa sempre
constante, excluindo a derrama estadual;

 Estadual, pois o sujeito ativo da relação jurídico-tributária é o Estado;

 Geral, porque incide sobre um conjunto de rendimentos provenientes de diversas fontes.


IRC
Incidência Pessoal
 Sujeitos Passivos residentes com personalidade jurídica
 Sociedades comerciais
 Sociedades civis sob a forma comercial
 Cooperativas
 Empresas públicas
 Outras pessoas coletivas de direito público ou privado
 Sujeitos Passivos sem personalidade jurídica
 Heranças jacentes
 Associações e sociedades civis sem personalidade jurídica
 Sociedades que ainda não tenham o registo definitivo
 Sujeitos Passivos não residentes
 Entidades que obtenham em território português rendimentos não sujeitos a IRS.
Exemplos de tipo de sujeitos passivos de IRC

Sociedade por quotas

Empresa pública

Estabelecimento estável *

Cooperativa

Associação

Autarquia local

Sociedade anónima

*Considera-se estabelecimento estável qualquer instalação fixa através da qual seja exercida uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.
REGISTO PARA PAGAR IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS (IRC)

Para pagar Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) em Portugal a empresa tem de
entregar a declaração de início de atividade no prazo de:

90 dias a partir da inscrição no Registo Nacional de Pessoas Coletivas

15 dias a partir do registo na Conservatória do Registo Comercial.

As empresas sem morada fixa mas que tenham obtidos rendimentos em Portugal têm de entregar a
declaração de início de atividade até ao prazo para
entrega da declaração anual de informação contabilística e fiscal.
Apuramento do lucro Tributável

De harmonia com o disposto no Art. 17.º do CIRC, o Lucro Tributável é constituído pela soma algébrica do
resultado liquído do período das variações positivas e negativas, verificadas no mesmo período e não reflectidas
naquele resultado, eventualmente corrigidos nos termos do código, assim temos:

Lucro tributável = R.L.E.+ V.P.P. – V.P.N. +/- C.F


(Resultado Líquido do Exercício +- Variações Patrimoniais +- Correções Fiscais)
V.P.P – Variações Patrimoniais Positivas
V.P.N – Variações Patrimoniais Negativas
C.F – Correções Fiscais
Diferença entre o património líquido inicial e o património líquido final, depois das correções.(Art.17.º do CIRC)
Ao lucro das empresas com sede em Portugal que
tenham atividade principal comercial, industrial ou
1 agrícola, com dedução dos eventuais prejuízos ou
benefícios fiscais.

Á soma dos rendimentos das empresas com sede em


Portugal que tenham atividade principal que não seja
2 comercial, industrial ou agrícola, com dedução dos
gastos comuns não isentos de impostos e eventuais
benefícios fiscais
RENDIMENTOS A QUE SE
APLICA O IMPOSTO SOBRE
Ao lucro de um estabelecimento situado em Portugal
O RENDIMENTO DAS
3 de uma empresa sem sede em Portugal, com dedução
dos eventuais prejuízos ou benefícios fiscais PESSOAS COLETIVAS (IRC)

Á soma dos rendimentos obtidos em Portugal das


4 empresas sem sede nem estabelecimento situado em
Portugal.
TAXAS DE IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS
COLETIVAS (IRC)
A taxa normal de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) é:

 21% em Portugal continental


 20% na Região Autónoma da Madeira
 16,8% na Região Autónoma dos Açores.

• Ás pequenas ou médias empresas que tenham uma atividade económica agrícola, comercial ou industrial como
atividade principal aplica-se uma taxa de 17% aos primeiros 25 mil euros e a taxa normal sobre o restante.

• Ás empresas sem sede ou estabelecimento estável em Portugal é aplicada uma taxa de 25%, exceto para os seguintes
rendimentos em que a taxa é de 35%:

 Prémios de rifas, totoloto, jogo de loto, ou em quaisquer sorteios e concursos


 Rendimentos que sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas
por conta de terceiros não identificados
 Rendimentos obtidos por empresas que estejam sediadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal
mais favorável.
Estão isentas de pagar Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC):

 As entidades de utilidade pública administrativa


 As instituições particulares de solidariedade social e legalmente equiparadas
 As entidades de utilidade pública que exerçam, exclusiva ou predominantemente, fins científicos
ou culturais, de caridade, assistência, beneficência, solidariedade social, defesa do meio ambiente
e interprofissionalismo agroalimentar

 As associações constituídas para o exercício de atividades culturais, recreativas e desportivas


 As entidades de navegação marítima e aérea não estabelecidas em Portugal, desde que a mesma
isenção seja concedida às empresas estabelecidas em Portugal no seu país de origem.

As isenções não abrangem os rendimentos empresariais derivados do exercício de atividades


comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários das entidades com
direito a isenção
Declaração periódica de rendimentos

Para pagar o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), as empresas têm de entregar a declaração
periódica de rendimentos.

As empresas com sede ou estabelecimento estável em Portugal podem optar por um período anual de impostos
diferente do ano civil. O período escolhido tem de manter-se igual durante pelo menos 5 anos e a declaração
periódica de rendimentos deve ser enviada até ao último dia do 5º mês seguinte ao final do período anual de
impostos. Por exemplo, se o período anual de impostos terminar em março tem de enviar a declaração periódica
de rendimentos até dia 31 de agosto.

Em caso de cessação de atividade a empresa deve enviar a declaração periódica de rendimentos até ao último dia
do terceiro mês seguinte ao da data da cessação.
Obrigações Declarativas

Segundo o CIRC, os contribuintes estão obrigados à apresentação das diferentes declarações:

 Declaração de isenção
 Declaração de alteração ou cessação de atividade
 Declaração periódica de rendimentos
 Declaração de início de actividade
 Declaração anual de informação contabilística fiscal
 Obrigações contabilísticas
Como se calcula o
IRC?
O cálculo do IRC é um processo complexo e compreende vários cálculos
Lucro Tributável Matéria Coletável Taxa de IRC Derrama Taxa Extra
Corresponde ao Corresponde ao Corresponde a Municipal Se o lucro tributável
lucro de um cálculo do valor 21%, à qual, na Corresponde à for superior a
período, do lucro maioria dos receita municipal 1.500.000€, incidem
as seguintes taxas No caso das
determinado de tributável, menos municípios, que incide sobre o adicionais:
acordo com as os benefícios acresce a derrama lucro tributável Pequenas e
• Acima de 1.500 000 Médias Empresas,
regras fiscais e os municipal. das empresas,
euros até 7.500 000 estas beneficiam
estabelecidas prejuízos fiscais com uma taxa euros, a taxa
pelas autoridades passíveis de máxima de 1,5%. de uma taxa
adicional é de 3%;
fiscais, sobre o dedução Esta taxa está reduzida de 17%
• Acima de 7.500 000
qual são pagos regulada pelo sobre os primeiros
euros até 35.000
impostos sobre o Regime Financeiro 000 euros, a taxa 25.000€ de
rendimento das Autarquias adicional é de 5%; matéria coletável.
Locais e das • A partir de 35.000
Entidades 000, a taxa
Intermunicipais. adicional é de 9%.
Determinação da coleta

Numa fase anterior ao cálculo da colecta determina-se a matéria coletável.


Assim, a matéria colectavel obtém-se pela dedução ao lucro tributável dos montantes correspondentes.
Art.º 47.º (prejuízos fiscais); e benefícios e eventualmente existentes que consistem em deduções naquele lucro.

MC = LT – PF – BF

MC- Matéria Coletável


LT – Lucro Tributável
PE – Prejuízos Fiscais
BF- Benefícios Fiscais
Derrama

As câmaras podem lançar anualmente uma derrama até ao limite de 10% sobre a coleta
do imposto do IRC.
Isto significa que, além da taxa de imposto, as empresas poderão ter de suporte a
derrama lançada pelo munícipe.
Derrama = Colecta * Taxa

Isenção de Derrama

 Entidade com volume de negócios menos ou igual 150.000,00 euros não apresenta derrama.
 Entidade com residência fiscal / sede social no concelho.
 Entidade com volume de negócios menor de 20.000,00 euros.
A liquidação do IRC é efetuada:

Pelo próprio sujeito passivo

Como regra geral, os sujeitos passivos são notificados da


liquidação do imposto até ao dia 15 do mês da globalização, por
via eletrónica, de forma automática.

O imposto deve ser pago até ao último dia útil do mês em que foi
notificada a liquidação para introduções no consumo efetuadas por
sujeitos passivos que detenham um dos estatutos previstos no
código dos impostos especiais de consumo, ou até ao 15.º dia após
a notificação da liquidação para os restantes casos.
Fim

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