Guia prático do

IRPJ
 1. Introdução

O Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)

é um tributo brasileiro que incide sobre o lucro obtido
por pessoas jurídicas (empresas) com base em seu
resultado contábil. O IRPJ é regulamentado pela
Receita Federal do Brasil e está previsto na legislação
tributária brasileira.

Ao descumprir essa obrigação fiscal, a empresa

pode receber multas, causando complicações
para o empreendedor.

A elaboração, o valor devido e o envio da declaração

do IRPJ é um dos assuntos que mais trazem dúvidas
ao contribuinte, ainda mais para aquele empreendedor
que está se familiarizando com as questões legais
que a gestão de um negócio envolve.

Neste guia, você conhecerá as principais

informações que envolvem a declaração
do Imposto de Renda Pessoa Jurídica.

Confira!
 2. O que é o IRPJ?

O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) é um tributo federal

que incide sobre o lucro das empresas. Ele é calculado com
base no lucro real, presumido ou arbitrado, e sua alíquota varia
conforme o regime tributário de cada empresa.

O IRPJ é uma das principais fontes de arrecadação do governo

federal e serve para financiar as atividades do Estado, como
saúde, educação, segurança, infraestrutura, entre outras áreas.
 3. Quem deve pagar o IRPJ?

De modo geral, todas as empresas com CNPJ ativo, que

faturam ou lucram, são obrigadas a declarar. Entre elas, estão:

. pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no Brasil,

sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes
no capital;

. filiais, sucursais, agências ou representações no País das

pessoas jurídicas com sede no exterior;

. comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados

das operações realizadas por seus mandatários ou comissários
no Brasil.

Além disso, as empresas individuais também devem pagar

o Imposto de Renda, desde que se enquadrem em:

. empresários individuais constituídos na forma estabelecida

pelo Código Civil;

. pessoas físicas que, individualmente, decidam explorar,

habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica
de natureza civil ou comercial, visando obter lucro, mediante
venda a terceiros de bens ou serviços;

. pessoas físicas que promovem a incorporação de prédios

em condomínio ou loteamento de terrenos.
 4. Quem está isento do IRPJ?

De forma geral, a grande maioria das empresas devem

contribuir com o IRPJ. Entretanto, as organizações sem fins
lucrativos são isentas do tributo, sendo elas:

. os templos de qualquer culto;

. os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades

sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos;

. as instituições de educação e as de assistência social,

sem fins lucrativos.

Quais os modelos
5. de tributação do IRPJ?

A tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica tem quatro

modelos: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e
Lucro Arbitrado. Confira cada um deles abaixo!

SIMPLES NACIONAL

As empresas que se enquadram no Simples Nacional

podem fazer a declaração do Imposto de Renda de forma
simplificada. O pagamento é feito por meio da guia de
impostos municipais, estaduais e federais emitida todo mês,
o do DAS (Documento de Arrecadação Simples).

O objetivo desta modalidade de tributação é facilitar

o recolhimento de contribuições das microempresas (MEI)
e médias empresas.
LUCRO PRESUMIDO

Aqui, a empresa é tributada com base em uma margem de

lucro presumida, que varia conforme a atividade econômica
exercida. É destinado a estabelecimentos com receita
bruta anual de até R$78 milhões, devendo ser pago
trimestralmente.

A tabela no site da Receita Federal pode variar de 1,6% a 32%

do faturamento. A alíquota é aplicada a 15%, podendo haver
um adicional de 10% caso o lucro exceda R$60.000,00 no
trimestre.

LUCRO REAL

Essa modalidade é uma opção para a grande maioria das

empresas, sendo obrigatória para instituições do setor
financeiro.

A alíquota cobrada é de 15% sobre o lucro real total da

empresa. Portanto, se um negócio alimentício lucrar
R$200.000, deverá pagar R$30.000 em Imposto de Re
nda. Lembrando que caso o faturamento mensal ultrapasse
R$20.000, terá um adicional obrigatório de 10% sobre o
valor excedido.

LUCRO ARBITRADO

Todas as empresas que não se enquadram em nenhum dos três

modelos tributários, entram nessa categoria.

Em outras palavras, esse modelo de tributação é utilizado

quando uma pessoa jurídica opta por um dos regimes
tributários, mas não tem documentos como livro diário, livro
inventário, entre outros, que comprovem seu faturamento.

No Lucro Arbitrado, as alíquotas são as mesmas do Lucro Real,

porém o cálculo não é baseado no lucro, mas sim na receita
bruta.
 6. O que é a CSLL?

Além do IRPJ, é importante mencionar também a CSLL, que é a

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A CSLL também
é um tributo federal que incide sobre as pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil e tem, como finalidade, gerar recursos
para a Seguridade Social.

A seguridade social, que engloba áreas como saúde,

previdência e assistência social. A alíquota varia conforme o
tipo de atividade da empresa e pode ser de 9% ou 15%.

Como é feito o cálculo

7. do IRPJ e da CSLL?

O cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é realizado
com base no lucro real, presumido ou arbitrado da empresa.

Cada uma dessas modalidades de tributação tem uma base

de cálculo diferente e alíquotas específicas.
 Qual é o período
8. de apuração do IRPJ e CSLL?

O Imposto de Renda Pessoa Jurídica pode ser apurado

em 4 períodos: trimestralmente, anualmente, mensalmente e
por evento. Entenda cada um deles.

TRIMESTRAL

A apuração trimestral é utilizada pelas empresas que escolhem

pelos regimes tributários Lucro Real, Lucro Presumido e Lucro
Arbitrado. O valor deve ser pago até o último dia útil do mês
seguinte à apuração, de acordo com os vencimentos:

. 1º trimestre: 31 de março;

. 2º trimestre: 30 de junho;

. 3º trimestre: 30 de setembro;

. 4º trimestre: 31 de dezembro.

ANUAL

A apuração anual é feita até 31 de dezembro do

ano-calendário. Essa é uma opção exclusiva para as
organizações optantes pelo Lucro Real.
MENSAL

A apuração mensal do Imposto de Renda Pessoa Jurídica só é

possível a pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real.

Dessa forma, deve ser feita uma estimativa e, a partir desse

valor, realizar o pagamentotodos os meses do tributo, seu
adicional e da CSLL.

EVENTO

Essa opção ocorre quando a pessoa jurídica passa por uma

fusão, cisão ou incorporação. Assim, o IRPJ é apurado na data
do evento societário. Caso a empresa seja extinta, o imposto
também deve ser apurado na data de ocorrência da baixa.

Acontece também com as empresas do Simples Nacional, em

situações que elas apuram um ganho de capital na venda de
algum bem.
 9. Como calcular o IRPJ?

O cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica é baseado

no lucro real, lucro presumido ou no Simples Nacional,
dependendo do regime tributário de cada empresa.

Para calcular o IRPJ pelo regime de lucro real, é preciso seguir

os seguintes passos:

. calcular o lucro líquido da empresa, que é obtido

subtraindo-se as despesas e custos do total das receitas;

. aplicar a alíquota de 15% sobre o lucro líquido, podendo ser

acrescido de adicional de 10% sobre o valor que exceder
R$20.000,00 por mês;

. para empresas com lucro superior a R$48.000,00 por ano, é

necessário calcular também a CSLL, aplicando a alíquota de 9%
sobre o lucro líquido.

Já no caso do regime de lucro presumido, você deverá

multiplicar a receita bruta da empresa pelos percentuais de
presunção de lucro definidos pela legislação conforme a
atividade econômica da empresa (CNAE).

Assim como no regime lucro real, aplicar a alíquota de 15%

sobre o valor resultante, podendo ser acrescido de adicional de
10% sobre o valor que ultrapassar R$20.000,00 mensais. Se o
lucro presumido superar R$48.000,00 por ano, será necessário
calcular também a CSLL, com a aplicação de 9% da alíquota.
No Simples Nacional, o IRPJ é calculado com base na receita
bruta anual do estabelecimento. O cálculo é feito de maneira
simplificada, com alíquotas que variam conforme a faixa de
faturamento da empresa.

Para calcular o IRPJ no Simples Nacional, basta seguir os

seguintes passos:

. estabeleça a alíquota correspondente à sua faixa de

faturamento. Elas variam de 4% a 33%, dependendo do
faturamento anual do empreendimento;

. multiplique a receita bruta anual da empresa pela alíquota

correspondente à sua faixa de faturamento;

. subtraia o valor da parcela a deduzir. Essa parcela é um valor

fixo que varia conforme a faixa de faturamento da empresa.

Consulte a tabela de alíquotas

e parcelas a deduzir no
site da Receita Federal.

O resultado obtido é o valor do Imposto de Renda Pessoa

Jurídica devido pela empresa no Simples Nacional.
 Quais as consequências em
10. atrasar ou não pagar o IRPJ?

Caso o recolhimento do IRPJ seja feito em atraso,

o estabelecimento ficará sujeito a taxas e multas. Isso pode
se manter até que os pagamentos sejam feitos. Essa multa
pode variar de 2% a 20%, a depender do lucro declarado
pelas empresas.

Outra questão importante é o fornecimento dos dados.

Todas as informações devem ser corretas e verdadeiras para
não resultar em multas. A Receita Federal contabiliza cada
erro e gera a multa.

Vale lembrar ainda que, caso a empresa não declare ou atrase

o IRPJ 2023, arrisca ter as atividades encerradas. Por isso,
é fundamental fazer a apuração e a declaração do tributo
com muita atenção. Além de evitar problemas com o Fisco,
contribui com uma gestão 360° do seu negócio alimentício.

Como um contador
11. pode ajudar no IRPJ?

Uma forma altamente eficaz de cumprir as obrigações

do IRPJ dentro do prazo e sem erros é contar com
a assistência de um contador qualificado.

Considerando que o apoio desse profissional

é obrigatório para todas as empresas, com exceção
do MEI (Microempreendedor Individual), não há nada
melhor do que contar com a sua experiência em todas
as questões tributárias do seu negócio.
12. Conclusão

Neste guia para declaração do IRPJ, você entendeu

a importância de seguir as regras que o tributo
exige. Escolher o regime tributário ideal para o seu
negócio é apenas uma das etapas que o contribu-
inte deve ter atenção. Por isso, é indicado contratar
um profissional especializado para ajudar no pro-
cedimento.

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