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CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS - ME - EPP

01.Quanto à Receita Bruta Anual

- Microempresa - ME - Lei 123/06 - Até R$ 240.000,00

- Empresa de Pequeno Porte - EPP - Lei 123/06 - De R$ 240.000,01 até R$


2.400.000,00

01.1 Enquadramento Microempresa Estadual

Obs.: Santa Catarina não aderiu ao Simples Estadual como alguns estados
aderiram. Assim, só está valendo a Lei 123/06 do Simples Nacional para o
enquadramento da ME e EPP.

O Simples Estadual de SC esteve em vigor até 30/06/2007.

Dessa forma, os limites para o enquadramento estadual para ME e EPP


serão os mesmos adotados pela Lei Complementar 123/2006.

- Microempresa - ME - Lei 123/06 - Até R$ 240.000,00

- Empresa de Pequeno Porte - EPP - Lei 123/06 - De R$ 240.000,01 até R$


2.400.000,00

02. Quanto ao número de Empregados

O SEBRAE utiliza o critério por número de empregados do IBGE como


critério de classificação do porte das empresas, para fins bancários, ações
de tecnologia, exportação e outros.

Indústria:

Micro: com até 19 empregados

Pequena: de 20 a 99 empregados

Média: 100 a 499 empregados

Grande: mais de 500 empregados

Comércio e Serviços

Micro : até 9 empregados

Pequena: de 10 a 49 empregados

Média: de 50 a 99 empregados

Grande: mais de 100 empregados


Obs.: - O presente critério não possui fundamentação legal, para fins
legais, vale o previsto na legislação do Simples (Lei 123 de 15 de dezembro
de 2006).

27/10/09

LUCRO REAL, PRESUMIDO OU SIMPLES?

Diante de uma carga tributária altíssima, como é caso do Brasil, devemos


sempre buscar meios para amenizar os seus impactos sobre a atividade da
empresa e uma destas maneiras sem sombra de dúvidas é fazendo uma
análise para verificar qual é o melhor regime tributário para empresa.

Importante decisão tributária deve ser efetivada, anualmente, pelos


administradores empresariais, relativamente às opções: Lucro Real, Lucro
Presumido ou Simples Nacional.

Como a legislação não permite mudança de sistemática no mesmo


exercício, a opção por uma das modalidades será definitiva. Se a decisão
for equivocada, ela terá efeito no ano todo. A opção é definida no primeiro
pagamento do imposto (que normalmente é recolhido em fevereiro de cada
ano), ou, no caso das optantes pelo Simples Nacional, por opção até o
último dia útil de janeiro.

A apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição


Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) pode ser feita de três formas:

1. Lucro Real (apuração anual ou trimestral);

2. Lucro Presumido e

3. Simples Nacional (opção exclusiva para Microempresas e Empresas de


Pequeno Porte).

LUCRO REAL ANUAL

No lucro real anual por estimativa, a empresa pode recolher os tributos


mensalmente calculados com base no faturamento, de acordo com
percentuais sobre as atividades, aplicando-se a alíquota do IRPJ e da CSLL,
de forma semelhante ao Lucro Presumido. Nesta opção, a vantagem é a
possibilidade de levantar balanços ou balancetes mensais, reduzindo ou
suspendendo-se o valor do recolhimento, caso o lucro real apurado for
efetivamente menor que a base presumida.
No final do ano, a empresa levanta o balanço anual e apura o lucro real no
exercício, ajustando o valor dos tributos ao seu resultado real.

LUCRO REAL TRIMESTRAL

No Lucro Real trimestral, o IRPJ e a CSLL são calculados com base no


balanço apurado no final de cada trimestre civil.

Nesta modalidade, o lucro real do trimestre não se soma ao prejuízo fiscal


de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário. O
prejuízo fiscal de um trimestre só poderá deduzir até o limite de 30% do
lucro real dos trimestres seguintes.

Essa pode ser uma boa opção para empresas com lucros lineares.

Mas para as empresas com picos de faturamento, durante o exercício, a


opção pelo Lucro Real anual pode ser mais vantajosa porque poderá
suspender ou reduzir o pagamento do IRPJ e da CSLL, quando os
balancetes apontarem lucro real menor que o estimado. Outra vantagem é
que o prejuízo apurado no próprio ano pode ser compensado integralmente
com lucros do exercício.

LUCRO PRESUMIDO

O IRPJ e CSLL pelo Lucro Presumido são apurados trimestralmente.

A alíquota de cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% da CSLL) incide


sobre receitas com base em percentual de presunção variável (1,6% a
32% do faturamento, dependendo da atividade).

Há alguns tipos de receita que entram direto no resultado tributável, como


ganhos de capital. Mas nem todas empresas podem optar pelo lucro
presumido, pois há restrições relativas ao objeto social e o faturamento.

O limite da receita bruta para poder optar pelo lucro presumido é de até R$
48 milhões da receita bruta total, no ano-calendário anterior.

Esta modalidade de tributação pode ser vantajosa para empresas com


margens de lucratividade superior a presumida. Outra analise a ser feita é
que as empresas tributadas pelo lucro presumido não podem aproveitar os
créditos do PIS e COFINS no sistema não cumulativo, apesar de pagarem o
PIS e COFINS nas alíquotas mais baixas.

SIMPLES NACIONAL
.

A aparente simplicidade do regime do Simples Nacional e as alíquotas


relativamente baixas são os grandes atrativos deste regime. Entretanto, há
inúmeras restrições legais para opção (além do limite de receita bruta, que
é de R$ 2.400.000,00 no ano).

Há questões que exigem análise detalhada, como a ausência de créditos do


ICMS e IPI e sublimites estaduais para recolhimento do ICMS. Outro
detalhe do Simples é que as alíquotas são progressivas, podendo
inviabilizar o fluxo de caixa, para as faixas superiores de receita,
especialmente para empresas de serviços.

Observe-se, também, que determinadas atividades exigem o pagamento,


além do percentual sobre a receita, do INSS sobre a folha.

Diante destes fatos, o melhor é comparar as opções do Lucro Real e


Presumido, antes de optar pelo Simples Nacional.

CONCLUSÃO

Recomenda-se que os administradores realizem cálculos, visando subsídios


para tomada de decisão pela forma de tributação, estimando-se receitas e
custos, com base em orçamento anual ou valores contábeis históricos,
devidamente ajustados em expectativas realistas.

A opção deve recair para aquela modalidade em que o pagamento de


tributos, compreendendo não só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS,
COFINS, IPI, ISS, ICMS e INSS se dê de forma mais econômica, atendendo
também às limitações legais de opção a cada regime.

LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO

Para as empresas que não se enquadram no Super Simples, ou não desejarem


optar pelo por esse regime, há também o regime de tributação pelo “Lucro Real” ou
pelo regime “Lucro Presumido” No Lucro Real , os impostos são calculados com
base na realidade dos negócios da empresa, considerando-se todas as receitas,
menos todos os custos e despesas da empresa, observando as leis comerciais e
fiscais. Estão obrigadas a optar por esse regime, as empresas com receita anual
superior R$ 48 milhões, como Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos,
empresas que que tiveram lucro, rendimentos, investimentos ou ganhos de capital
oriundos do exterior, ou ainda empresas que autorizadas pela legislação tributária,
esufruam de benefícios e isenções fiscais. Quando analisado somente o Imposto de
Renda (IR) e a Contribuição Sobre o Lucro (CSLL), na maioria dos casos é a melhor
opção, porque a empresa somente paga os referidos tributos quando obtém lucro.
Já no Lucro Presumido, os impostos são calculados com base em um percentual
estabelecido sobre o valor das vendas realizadas, independentemente se a empresa
teve lucro ou não. Nesse regime, o Fisco calcula o Imposto de Renda sobre um
lucro estimado em 32% da receita bruta para o setor de serviços e 8% para a
industria e quase todos os estabelecimentos comerciais. Quanto a apuração da
CSLL, o percentual é de 12% para as industrias e comércios e os mesmos 32%
para prestação de serviços. Pode optar por esse regime as empresas que tiverem
receita bruta até R$ 48 milhões e que não estajam obrigadas a tributação do
regime do lucro real em função da atividade exercida. Antes de fazer a escolha, é
essencial considerar toda cesta de tributos, não só o peso do Imposto de Renda
(IR) e da Contribuição Social. (CSLL). Dessa forma toda empresa deve anualmente
fazer uma avaliação de qual a melhor forma de tributar seu resultado.

EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

LUCRO PRESUMIDO ou LUCRO REAL ?

 (*) João Aleixo Pereira

Além dos tributos previstos na legislação tributária que incidem sobre o seu
faturamento, como PIS, COFINS e ISS, que são comuns a todas empresas
prestadoras de serviços, essas empresas ainda pagam impostos e contribuições
sobre o Lucro. Para esse fim, as empresas podem optar por umas das duas
modalidades previstas na Lei, ou seja, Lucro Presumido ou Lucro Real.

Lucro Presumido

A expressão Lucro Presumido representa uma modalidade de apuração de


apenas 2 tributos: Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), pagos trimestralmente.

As alíquotas dos tributos são aplicadas sobre um lucro que se presume, que
constitui a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Para as empresas de prestação de
serviços, de modo geral, a base de cálculo do Lucro Presumido é de 32% do
faturamento mensal.

Essas alíquotas são:

         IRPJ: 15% para faturamento trimestral até R$ 187.500,00;

         IRPJ: 25% sobre a parcela do faturamento trimestral superior a R$


187.500,00;

         CSLL: 9% sobre qualquer valor de faturamento.

Tais alíquotas são aplicáveis sobre a base de cálculo presumida de 32%. Portanto,
15% X 32% é igual a 4,8% do Faturamento mensal. E 25% X 32% é igual a
8% do valor acima de R$ 187.500,00.

A opção pelo Lucro Presumido é vantajosa para as empresas cujo Lucro (Receitas
(-) Despesas) é igual ou superior a 32%. Quando a margem de lucro é inferior a
32% é mais vantajoso optar pelo pagamento dos tributos acima com base no
Lucro Real.

Exemplos:

1)     Faturamento trimestral: R$ 150.000,00                                  (100%)

TRIBUTO VALOR % S/ FAT


COFINS 4.500,00 3%
PIS 975,00 0,65%
IRPJ 7.200,00 4,8%
CSLL 4.320,00 2,88%
Total 16.995,00 11,33%

2)     Faturamento trimestral: R$ 200.000,00                             (100%)

TRIBUTO VALOR % S/ FAT


COFINS 6.000,00 3%
PIS 1.300,00 0,65%
IRPJ (Parcela até R$ 187.500,00) 9.000,00 4,8%
IRPJ (Sobre o excedente de R$ 12.500,00) 1.000,00 0,5%
CSLL 5.760,00 2,88%
Total 23.060,00 11,83

3)     Faturamento trimestral: R$ 300.000,00                             (100%)

TRIBUTO VALOR % S/ FAT


COFINS 9.000,00 3%
PIS 1.950,00 0,65%
IRPJ (Parcela até R$ 187.500,00 X 4,8%) 9.000,00 3%
IRPJ (Sobre o excedente de R$ 112.500,00 X 8%) 9.000,00 3%
CSLL 8.640,00 2,88%
Total 37.950,00 12,53

Lucro Real

Essa opção deve ser adotada quando o Lucro efetivo (Receitas menos Despesas
efetivamente comprovadas) é inferior a 32% do Faturamento do período e pode
ser apurado trimestral ou anualmente.

As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:

         IRPJ: 15% para Lucro até R$ 20.000,00/mês;

         IRPJ: 25% para Lucro acima de R$ 20.000,00/mês;

         CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado.

Em resumo, no Lucro Real os dois tributos variam de 24% (9% + 15%) a 34%
(9% + 25%), aplicados sobre o Lucro e não sobre o faturamento.

A apuração pelo Lucro Real pode ser trimestral ou anual.


A apuração pelo Lucro Real trimestral só é recomendada quando a empresa
apresenta resultados relativamente uniformes durante o ano. Quando há
sazonalidade em suas operações, em que num mês ocorre Lucro e em outro
Prejuízo, este Prejuízo só é compensado no limite de 30% do lucro do período.

Já na apuração pelo Lucro Real Anual a empresa pode levantar balanços mensais
acumulados, cujos resultados positivos (lucros) e negativos (prejuízos) são
compensados automaticamente no período de apuração, sem limitação.

Apurando-se o Lucro Real, aplicam-se as alíquotas do IRPJ e da CSLL acima


descritas.

No caso de opção pelo Lucro Real, a alíquota do PIS muda: passa de 0,65% para
1,65%. Já a alíquota da COFINS passa de 3% para 7,6% da Receita. Só que,neste
caso, podem ser feitas deduções da base de cálculo da Receita sobre alguns
pagamentos feitos a outras pessoas jurídicas,diretamente ligados à produção dos
serviços,  com o que a alíquota efetiva passa a ser inferior a 1,65% ou a 7,6%.
Essas deduções ou recuperações do chamado PIS não cumulativo e COFINS não
cumulativa na área de prestação de serviços acabam representando um percentual
igual ou menor a 1,65% ou 7,6%, dependendo dos custos de cada empresa.

Exemplos

1) Faturamento trimestral: R$ 200.000,00                                       (100%)

    Lucro Real Apurado:       R$  40.000,00                                         (20%)

TRIBUTO VALOR % S/ FAT


COFINS (7,6% X R$ 100.000,00) 7.600,00     3,8% (1)
PIS (1,65% X R$ 100.000,00) 1.650,00   0,82% (1)
IRPJ (15% X R$ 40.000,00) 6.000,00    3%
CSLL (9% X R$ 40.000,00) 3.600,00 1,8%
Totais 18.850,00 9,42

(1) Considerando deduções do PIS e COFINS não cumulativos de 50%.

2) Faturamento trimestral: R$ 300.000,00                                        (100%)

    Lucro Real Apurado:       R$  75.000,00                                          (25%)

TRIBUTO VALOR % S/ FAT


COFINS (7,6% X R$ 150.000,00) 11.400,00     3,8% (1)
PIS (1,65% X R$ 150.000,00) 2.475,00   0,82% (1)
IRPJ (15% X R$ 60.000,00) 9.000,00 3,00%
IRPJ (25% X R$ 15.000,00) 3.750,00 1,25%
CSLL (9% X R$ 75.000,00 6.750,00 2,25%
Totais   11,12%

 (1) Considerando deduções do PIS e COFINS não cumulativos de 50%.

Quando optar
A opção pelo pagamento do IRPJ e da CSLL com base no Lucro Presumido ou
no Lucro Real é feita com o pagamento do DARF da 1ª parcela do IRPJ
trimestral (Lucro Presumido) ou mensal ou trimestral (Lucro Real) e é válida para
todo o Ano Calendário, não podendo, pois, ser alterada em qualquer mês do ano.
Isso significa que o empresário deve consultar sua “bola de cristal” no início do ano
para poder planejar o resultado (Lucro ou Prejuízo) do ano para seu negócio e fazer
a melhor opção.

(*) João Aleixo Pereira, é Sócio-Diretor da Aleixo & Associados Contabilidade e Assessoria
Ltda. (e-mail: aleixo@aleixo.com.br)

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