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Curso de Fiscalidade Angolana

Módulo: Tributação do Rendimento

O Imposto sobre o Rendimento do Trabalho

CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO (CIRT)


Lei n.º 18/14, de 22 de Outubro
Lei n.º 28/20, de 22 de Julho-Lei Que Altera o CIRT
20 de Dezembro de 2022

Wilson Salvador
Sumário
1 ENQUADRAMENTO E INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

2 DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL

3 TAXAS

4 LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTOS

5 OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

6 PENALIDADES

7 CASO PRÁTICO

Título do Documento 2
ENQUADRAMENTO-1

•INCIDÊNCIA SUBJECTIVA/OBJECTIVA

INCIDÊNCIA
SUBJECTIVA
SOBRE QUEM INCIDE O IMPOSTO? ARTIGO 4.º

O Imposto é devido pelas pessoas singulares, quer residam, quer não, em território nacional, cujos
rendimentos sejam obtidos por serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou
colectivas com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no pais.
SOBRE QUE RENDIMENTOS INCIDE O IMPOSTO? ARTIGO 1.º
O Imposto incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, expressos em dinheiro,
ainda que auferidos em espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou INCIDÊNCIA
variáveis, independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu calculo e OBJECTIVA
pagamento.
2…
a) São ainda consideradas remunerações acessórias todos o direitos. As regalias ou os benefícios
patrimoniais ou financeiros não incluídos na remuneração principal, que sejam auferidos pelos trabalhadores
ou prestadores de serviços, em função da sua prestação de trabalho ou em conexão e que representem uma
vantagem económica para o beneficiário. (Lei n.º 28/20, de 22 de Julho)

n.º 3…
3
ENQUADRAMENTO-6
•ISENÇÂO (ARTIGO 5.º) ALTERAÇÕES
•Os rendimentos auferidos pelos agentes das missões diplomáticas e consulares estrangeiras sempre que haja reciprocidade de
tratamento;

•Os rendimentos auferidos pelo pessoal ao serviço das organizações internacionais, nos termos estabelecidos em acordos
ratificados pelo órgão competente do Estado;
ISENÇÃO

•Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço das organizações não-governamentais, nos termos estabelecidos nos
acordos com entidades nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito da Administração Geral Tributária;

•Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade seja, igual ou
superior a 50%, comprovada com a apresentação pelo contribuinte de documentação emitida por autoridade competente;

•Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos grupos de Tributação A, B e C auferidos pelos antigos
combatentes, veteranos da pátria e deficientes de guerra, desde que devidamente registados no Departamento Ministerial deTutela.

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ENQUADRAMENTO-4
•NÃO SUJEIÇÃO (ARTIGO 2.º) – ALTERAÇÕES

Não constitui matéria colectável do IRT:


•As prestações sociais pagas pelo INSS, no âmbito da protecção social obrigatória, nos termos da lei;

•Os abonos de família, pago pela entidade empregadora, em montante que não ultrapasse o limite máximo de 5% do ordenado base
mensal do trabalhador, excluídos os trabalhadores sujeitos ao regime remuneratório da função pública;
NÃO SUJEIÇÃO

•As contribuições para segurança social;

•Os salários e outras remunerações devidas até ao limite de AKZ 100 000,00, aos trabalhadores eventuais agrícolas nacionais e os
trabalhadores domésticos, contratados directamente por pessoas singulares ou agregados familiares e inscritos na Segurança Social;

•Os subsídios diários atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiência motoras, sensoriais e mentais;

•Os subsídios diários, os subsídios de representação, os subsídios de viagem e deslocação atribuídos aos funcionários do Estado, que não
ultrapassem os limites estabelecidos na legislação específica;

•Os subsídios diários de alimentação, atribuídos a trabalhadores dependentes não incluídos no ponto anterior, até ao limite mensal de
30.000,00 Kwanzas;

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ENQUADRAMENTO-5
•NÃO SUJEIÇÃO (ARTIGO 2.º) – ALTERAÇÕES

Não constitui matéria colectável do IRT:


•Os subsídios diários de transporte, atribuídos a trabalhadores dependentes não incluídos no ponto anterior, até ao limite mensal de
30.000,00 Kwanzas;

O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a Imposto Industrial ou a outros regimes
especiais de tributação, quando deslocados ao serviço da entidade patronal, desde que estas despesas se encontre devidamente
NÃO SUJEIÇÃO

documentadas nos termos do Código do Imposto Industrial e legislação complementar

6
ENQUADRAMENTO-2
•GRUPOS DE TRIBUTAÇÃO ( ARTIGO 3.º)
•O CIRT segmenta os rendimentos de trabalho em grupos de tributação, nomeadamente, Grupo A, B e C ( Artigo 3.º)

Todas as remunerações pagas pela entidade patronal aos trabalhadores por conta de outrem, incluindo
GRUPO A
funcionários públicos;
Rendimentos auferidos por titulares dos órgãos sociais das pessoas colectivas

Todas as remunerações percebidas pelos trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma
GRUPO B independente, actividades constantes da Lista de profissões anexa à presente Lei. (Lei n.º 28/20, de 22 de
Julho)

GRUPO C Todos os rendimentos recebidos pelo desempenho de actividades industriais e comerciais, que se
presumem todas as constantes na tabela de lucros mínimos em vigor.

7
DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL-ARTIGOS 7.º Grupo A
•A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo A faz – se, pela
seguinte ordem:

• Dedução à retribuição global das contribuições obrigatórias para a Segurança Social;


• Dedução das componentes remuneratórias não sujeitos ou isentas, nos termos do presente Código.

OBS
• A entidade empregadora não pode assumir os encargos fiscais do trabalhador, sob pena de multa nos termos do CGT e liquidação
adicional do imposto devido.

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TAXAS – ARTIGOS 16.º (Lei n.º 28/20, de 22 de Julho-Lei que altera o Código do Imposto
sobre Os Rendimentos do Trabalho.)

Kz

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DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL – ARTIGOS 8.º Grupo B

•A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo B faz – se, pela


seguinte ordem:

•Com base na contabilidade: sujeitam – se, com as devidas adaptações às regras aplicáveis ao apuramento da matéria
coletável dos contribuintes do regime geral do Imposto Industrial.

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos - Custos

IRT= Matéria Coletável (Lucro Tributável) * Taxa (25%) = Colecta (Imposto apurado)

IRT (Imposto a pagar) = Colecta - Retenções na fonte.

Com base no Modelo de Contabilidade Simplificada ou Registos de compra e vendas e serviços prestados:
tem direito a deduzir 30% dos custos incorridos

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos - (30% dos Custos Totais)

IRT = Proveitos - (30% dos Custos Totais) * Taxa (25%)

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DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL – ARTIGOS 8.º Grupo B
•A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo B faz – se, pela
seguinte ordem:

OBS• Os contribuintes deste grupo que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e
venda e serviços prestados não têm direito à dedução de custo, devendo a taxa do imposto incidir sobre todo rendimento.

Neste sentido a matéria colectável será igual ao seus proveitos(faturação/vendas)

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos ( Facturação/Vendas)

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ENQUADRAMENTO-3
•Inclusão de Novas Profissões e actividades a lista no nº 3 do art.º 3º

 11. Cabeleireiro;

 12. Massagista;
 13. Disco-Jóquei (DJ) ou Disc Jockey»;
 14. Correctores e mediadores;
GRUPO B

 15. Árbitros desportivos;

 16. Treinadores desportivo;


 17. Preparadores Físicos;
 18. Comentaristas, Colunistas e Articulistas;
 19. Árbitros, mediadores, conciliadores e outros intervenientes nos processos de resolução extra-judicial de
conflitos.

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DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL – ARTIGOS 9.º Grupo C

•A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo C faz – se, pela


seguinte ordem:

•O Rendimento colectável dos Contribuintes do Grupo C é o que corresponde à sua actividade na Tabela dos Lucros Mínimos.

Sempre que o contribuinte verifique, com base em quaisquer meios que o seu volume d efaturação é 4 vezes superior ao valor
máximo corresponde, à sua actividade na Tabela dos Lucros Mínimos, a matéria colectável corresponde ao volume d evendas de
bens e serviços não sujeitos à retenção na fonte, no decorrer do exercício.

Com base na contabilidade: sujeitam – se, com as devidas adaptações às regras aplicáveis ao apuramento da matéria coletável
dos contribuintes do regime geral do Imposto Industrial.

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos - Custos

IRT= Matéria Coletável (Lucro Tributável) * Taxa (25%) = Colecta (Imposto apurado)

IRT (Imposto a pagar) = Colecta - Retenções na fonte.

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DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA COLECTÁVEL – ARTIGOS 9.º Grupo C
•A determinação da matéria colectável dos rendimentos do Grupo B faz – se, pela
seguinte ordem:

• Com base no Modelo de Contabilidade Simplificada ou Registos de compra e vendas e serviços prestados: tem
direito a deduzir 30% dos custos incorridos

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos - (30% dos Custos Totais)

IRT = Proveitos - (30% dos Custos Totais) * Taxa (25%)

OBS• Os contribuintes deste grupo que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e
venda e serviços prestados não têm direito à dedução de custo, devendo a taxa do imposto incidir sobre todo rendimento.

Neste sentido a matéria colectável será igual ao seus proveitos(faturação/vendas)

Matéria Coletável (Lucro Tributável) = Proveitos ( Facturação/Vendas)

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TAXAS – ARTIGOS 16.º (Lei n.º 28/20, de 22 de Julho-Lei que altera o Código do Imposto
sobre Os Rendimentos do Trabalho.)

25%

6, 5 %
Grupo B Trabalhadores por conta própria (Lista Anexa) Retenção
fonte

25%
Grupo C Actividades constantes da Tabela dos Lucros Mínimos 6, 5 % Kz

Retenção
fonte

4. Aos serviços acidentais contratados nos termos dos artigos 71.º e 73.º 15 %
do Código do Imposto Industrial aplica-se a taxa nele previsto. Retenção
fonte

15
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTOS – ARTIGOS 10.º E 11.º
•LIQUIDAÇÃO

A liquidação do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A é efectuada pela entidade responsável pelo
pagamento destes rendimentos (entidade empregadora), mensalmente, após efectuar as deduções legais, aplicando ao
GRUPO A valor apurado o disposto na tabela de taxa sobre o IRT anexa ao Código e preenchimento do Documento de Liquidação de
Imposto (retenção na fonte)

É efectuada pela entidade pagadora desses rendimentos, quando se trate de pessoa colectiva ou pessoa singular com
contabilidade organizada até ao final do mês seguinte ao do pagamento (retenção na fonte)
GRUPO B É efectuada pelo contribuinte que auferiu o rendimento até ao final do mês de entrega da declaração anual de
rendimentos (Março), podendo deduzir a colecta do imposto, as retenções na fonte feitas pela entidade pagadora
(autoliquidação)

É efectuada pela entidade pagadora desses rendimentos quanto se tratar de pessoa colectiva ou singular que disponha de
contabilidade organizada até ao final do mês seguinte ao do pagamento (retenção na fonte)

GRUPO C É efectuada pelo contribuinte através da aplicação da Tabela de Lucros Mínimos ou com base nos rendimentos obtidos,
quando excedam quatro vezes o limite mínimo da actividade, de acordo com Tabela dos Lucros Mínimos, que se
presumem auferidos pela prática de actos comerciais ou industriais (autoliquidação)

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LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTOS – ARTIGOS 10.º E 11.º
•PAGAMENTOS – ENTREGA DO IMPOSTO

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A deverá ser entregue, até ao final do mês
GRUPO A
seguinte ao do pagamento, na repartição fiscal competente sobre a área em que o trabalhador se encontra
a desempenhar a prestação de trabalho, pela entidade empregadora.

Quanto aos rendimentos pagos por pessoas colectivas ou pessoas singulares com contabilidade
organizada, por estas, até ao final do mês seguinte ao do pagamento;
GRUPO B
Pelo titular do rendimento, até ao final do mês em que deve ser entregue a declaração anual (Março) de
rendimentos, relativamente aos rendimentos respeitantes ao ano anterior.

Quanto aos rendimentos pagos por pessoas colectivas ou singulares com contabilidade organizada, por
estas, até ao final do mês seguinte ao do pagamento;
GRUPO C

Pelo titular desses rendimentos, até ao final do mês de Março.

17
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – ARTIGOS 12.º
•As entidades responsáveis pela atribuição de rendimentos do Grupo A, B e C deverão preencher, no mês de
Fevereiro, uma declaração de rendimentos anual (Modelo 2) em que discrimina os rendimentos atribuídos, estando
os beneficiários devidamente identificados;

Os titulares de rendimentos do Grupo B (trabalhadores independentes nos termos da tabela de profissões anexa ao
Código) deverão entregar, até o final do mês de Março, na repartição fiscal da área do escritório ou estabelecimento,
a Modelo 1, em que deverão descriminar todas as remunerações auferidas no ano anterior;

Os titulares de rendimentos do Grupo C (actividade comercial) deverão entregar, até o final do mês de Março, na
repartição fiscal da área do escritório ou estabelecimento, a Declaração Modelo Oficial, descriminando as vendas e
os serviços não sujeitos à retenção na fonte, auferidas no ano anterior;

Os Contribuintes do Grupo B e C, sempre que cessarem a sua actividade no decorrer do ano fiscal, deverão entregar
uma declaração Modelo n.º 3, na qual participam a Repartição Fiscal competente a respectiva cessação de
actividade.

OBS
• Os respectivos modelos podem ser substituído por informação em suporte digitar ou mediante submissão electrónica nos termos em
que vier ser regulamentado

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PENALIDADES – ARTIGOS 27.º E 35.º
 A falta, inexactidão das várias declarações previstas no CIRT, bem como as omissões nelas praticadas são punidas com multa nos termos do Código
Geral Tributário;
 Os atrasos superiores a 30 dias na escrituração dos registos, são punidos com multa a apurar nos termos do Código Geral Tributário no valor mínimo
de 50.000 Kz;
 Verificado o atraso, e independentemente do procedimento para a aplicação da multa, a Repartição Fiscal manda notificar o transgressor para
regularizar a sua escrita dentro do prazo de 30 dias, com a cominação de que não o fazendo ficará ainda sujeito a multa de 100.000 Kz;
 As entidades responsáveis pela entrega da declarações Modelo 2, quando não apresentarem, nos prazos definidos no código, são punidos com a pena
de multa 4.000 Kz, por cada nome;
 As entidades obrigadas à retenção de imposto na fonte que não cumpram essa obrigação são punidas com multa nos termos do Código Geral
Tributário, não podendo ser inferior a 50.000 Kz;
 A falta de entrega do imposto, ou a entrega de quantia inferior à descontada é punida com multa igual ao dobro do quantitativo do imposto em falta,
sem prejuízo de procedimento criminal se se presumir a existência de crime (normalmente trata-se de crime de “abuso de confiança”, sem prejuízo de
poder preencher também os elementos da “fraude fiscal”).

OBS
• As multas constantes no CIRT são sempre reduzidas a metade, quando o cumprimento da obrigação fiscal se efectuar voluntariamente,
dentro dos 30 dias subsequentes àquele em que devesse sê-lo feito

19
Título de Assunto 2

QUESTÕES

?
20
OBRIGADO!

21

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