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Cf. Art.1346.º do Código Civil.
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Vide PIRES DE LIMA e ANTUNES VARELA, 178; MENEZES CORDEIRO, 425; e JOSE ALBERTO C. VIEIRA, 341,
para quem “qualquer prédio que possa ser atingido nos termos do artigo 1346.º pelas emissões de outro prédio pode
considerar-se um prédio vizinho, ainda que seja considerável a distância espacial que os separa”.
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Por isso, o proprietário de uma clínica poderá opor-se aos ruídos que emanem de outro prédio se resultarem
inconvenientes graves para os doentes. Mas já não poderá opor-se “o dono duma casa de habitação se tais ruídos não
prejudicarem substancialmente o uso do prédio e apenas tiverem essa consequência no caso concreto, pelo facto de o
proprietário se encontrar doente”, observa HENRIQUE MESQUITA, 125-126. Também PIRES DE LIMA e ANTUNES
VARELA (178-179) referem que “o prejuízo deve ser apreciado objectivamente, atendendo à natureza e finalidade do
prédio e não segundo a sensibilidade do dono”, por isso, “o que não produz danos a uma fábrica, pode prejudicar uma
habitação (e) o que é lícito em relação à uma vivenda, pode não o ser em relação a um hospital”.
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Por isso, PIRES DE LIMA e ANTUNES VARELA (179), observam que “numa localidade onde são correntes as
indústrias caseiras, não pode o ruído provocado pelo trabalho fundamentar, sem mais, a oposição”.