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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NO SISTEMA

FISCAL ANGOLANO PELA:

- LEI Nº 28/20 DE 22 DE JULHO –LEI QUE ALTERA O


CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO
TRABALHO
ELABORADO POR :
EMANUEL AGOSTINHO
CONTABILISTA,AUDITOR E FORMADOR
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES A LEI 18/14 DE
22 DE OUTUBRO INTRODUZIDAS PELA LEI
Nº 28/20 DE 22 DE JULHO – LEI QUE
ALTERA O CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTOS DO TRABALHO
A Administração Geral Tributária angolana, em
comunicado enviado no dia 27 de Julho sobre a Lei
n.º28/20 de 22 de Julho, que aprovou a nova tabela de
IRT, fixou uma nova data de aplicação desta lei. Assim,
as novas regras previstas (nova tabela de IRT e
revogação de não sujeições anteriormente comunicadas)
só terão aplicação a partir do dia 1 de Setembro de
2020.
ARTIGO 2.º
( Não sujeição)

➢ Os salários e outras remunerações até ao limite de kz


100 000,00 pagas aos trabalhadores eventuais agrícolas
nacionais e aos trabalhadores domésticos angolanos por
pessoas singulares não estão sujeitas a IRT.
➢ Os subsídios diários de alimentação e transporte
atribuídos aos trabalhadores dependentes até ao limite
de Akz 30 000,00 respectivamente.

As gratificações de fim de carreira, a totalidade dos


abonos para falhas e dos subsídios de férias e natal,
a totalidade dos subsídios de renda de casa, as
compensações pagas a trabalhadores por rescisão
contratual passam a estar sujeitas a IRT.
ARTIGO 3.º
( Grupos de tributação)

Os rendimentos do IRT continuam a dividir-se em


três grupos de tributação , A,B e C,

Grupo A (trabalhadores por conta de outrem regidas pela lei


geral do trabalho, trabalhadores da função pública, órgão
socias das pessoas colectivas).
Grupo B (trabalhadores por conta própria que
desempenhem actividades independentes).
Grupo C (trabalhadores independentes que desempenham
actividades actividades comercias e industriais constantes da
tabela de lucros mínimos em vigor).
ARTIGO 6.º
( Isenções especificas)

ESTE ARTIGO FOI REVOGADO PELA LEI Nº 28/20


estipulava:
são isentos de impostos os rendimentos auferidos por
pessoas singulares que prestem serviço militar e paramilitar
nos órgãos de defesa e ordem de interna, mas apenas
aqueles derivados dessa prestação.

Nota: com a revogação deste artigo os militares e policias


passam a pagar IRT .
ARTIGO 8.º
( Determinação da matéria colectável dos rendimentos do
Grupo B)

Quando o rendimento for pago por uma pessoa singular


ou colectiva com contabilidade organizada ou modelo de
contabilidade simplificada a matéria colectável (MC)
corresponde a 100% do valor do serviço.
Exemplo: Emanuel Gaspar trabalhador independente prestou
serviço de canalização a empresa GASPCONTAS,LDA no
valor de Kz 200 000,00. MC = 200 000,00
IRT Conta Própria = Valor Total do serviço * taxa
= 200 000* 6,5%
Anteriormente ,a matéria colectável correspondia a 70%
= 13 000,00 do valor do serviço e a taxa era de 25% o produto das
duas taxa dava origina a famosa taxa de 10.5%.

A GASPCONTAS,LDA deverá reter 13 000,00.


ARTIGO 8.º
( Determinação da matéria colectável dos rendimentos do
Grupo B)

Quando os rendimentos são pagos por entidades sem contabilidade , a


matéria colectável é apurada pelo próprio sujeito passivo com base na
sua contabilidade, modelo de contabilidade simplificada, registos
Os trabalhadores independentes que possuam
disponíveis de compra e venda ou serviços prestados. contabilidade organizada aplicam as mesmas regras de
apuramento da matéria colectável que os contribuintes
do regime geral do imposto industrial.

Exemplo 1 : Trabalhador independente com contabilidade


organizada e declara seus rendimentos
A Rendimentos anuais(não retidos na fonte) 6 000 000,00
B Custos anuais 4 000 000,00
C= A-B Matéria colectável 2 000 000,00 OS RENDIMENTOS QUE MERECERAM A
D Taxa de imposto 25% RETENÇÃO NA FONTE A TAXA DE 6,5% NÃO
CONCORREM PARA A DETERMINAÇÃO DA
E=D*C Colecta 500 000,00 MÁTERIA COLECTAVEL (Nº 7 DO ARTIGO 8.º)
F IRT a Pagar 500 000,00
ARTIGO 8.º
( Determinação da matéria colectável dos rendimentos do
Grupo B)

Quando os rendimentos são pagos por entidades sem contabilidade , a


matéria colectável é apurada pelo próprio sujeito passivo com base na
sua contabilidade, modelo de contabilidade simplificada, registos
disponíveis de compra e venda ou serviços prestados. Osdetrabalhadores independentes que possuam modelo
contabilidade simplificada, ou livro de registo de
compra e venda e serviço prestado têm direito a
deduzir até 30% dos custos incorridos,

Exemplo 2 : Trabalhador independente com modelo de


contabilidade simplificada
Código Descrição Valores AKZ

A Rendimentos anuais(não retidos na fonte) 6 000 000,00


B Custos anuais 4 000 000,00
C 30% dos Custos incorridos 1 200 000,00 OS RENDIMENTOS QUE MERECERAM A
D= A-C Matéria colectável 4 800 000,00 RETENÇÃO NA FONTE A TAXA DE 6,5% NÃO
E Taxa de imposto 25% CONCORREM PARA A DETERMINAÇÃO DA
F=D*E Colecta 1 200 000,00 MÁTERIA COLECTAVEL (Nº 7 DO ARTIGO 8.º)
G IRT a Pagar 1 200 000,00
ARTIGO 9.º
( Determinação da matéria colectável dos rendimentos do
Grupo C)
A matéria colectável dos contribuintes do Grupo C é o que
corresponde à sua actividade na Tabela dos Lucros Mínimos
anexa na Lei n.º 28/20.
Os contribuintes deste grupo que possuam contabilidade
organizada aplicam as mesmas regras de apuramento da
matéria colectável que os contribuintes do regime geral do
imposto industrial.
Os trabalhadores independentes que possuam modelo de
contabilidade simplificada, ou livro de registo de compra e venda
e serviços prestados têm direito a deduzir até 30% dos custos
incorridos. Quando o volume de facturação do contribuinte é igual ou superior a 4 vezes o valor
máximo previsto na tabela dos lucros mínimos, a matéria colectável corresponde ao
volume de vendas de bens e serviços não sujeitos a retenção na fonte, no decorrer do
exercício.
ARTIGO 10 e 11.º
(Liquidação e Pagamento)

GRUPO A
A Liquidação do imposto continua a ser da responsabilidade da
entidade empregadora e é feita com base a nova tabela do IRT.
TABELAS REFERENCIA PARA DESCONTOS - GRUPO A
Nº Limite Inferior Limite Superior Valor Fixo Excesso %IRT
1 - 70 000,00 - - 0%
2 70 001,00 100 000,00 3 000,00 70 000,00 10%
3 100 001,00 150 000,00 6 000,00 100 000,00 13%
4 150 001,00 200 000,00 12 500,00 150 000,00 16%
5 200 001,00 300 000,00 31 250,00 200 000,00 18%
6 300 001,00 500 000,00 49 250,00 300 000,00 19%
7 500 001,00 1 000 000,00 87 250,00 500 000,00 20%
8 1 000 001,00 1 500 000,00 187 250,00 1 000 000,00 21%
9 1 500 001,00 2 000 000,00 292 250,00 1 500 000,00 22%
10 2 000 001,00 2 500 000,00 402 250,00 2 000 000,00 23%
11 2 500 001,00 5 000 000,00 517 250,00 2 500 000,00 24%
12 5 000 001,00 10 000 000,00 1 117 250,00 5 000 000,00 24,5%
13 10 000 001,00 2 342 250,00 10 000 000,00 25%
ARTIGO 10.º e 11.º
( Liquidação e Pagamento)

Grupo Responsável Forma de Liquidação Prazo

A Entidade empregadora Retenção na fonte

Entidade pagadora dos Até ao fim do mês


rendimentos quando se trate de seguinte ao do
Retenção na fonte pagamento
pessoa colectiva ou pessoa
singular com contabilidade
organizada;
B

Até ao fim do mês


Titular do rendimento, nos
Autoliquidação de Março do ano
restantes casos
seguinte
ARTIGO 10 e 11.º
( Liquidação e Pagamento)

Grupo Responsável Forma de Liquidação Prazo


Entidade pagadora dos
rendimentos (se trate de
pessoa colectiva ou pessoa Até ao fim do mês
singular com contabilidade Retenção na fonte seguinte ao do
organizada) no caso de pagamento.
rendimentos sujeitos a
C retenção na fonte
Até ao fim do mês
de Março do ano
Titular do rendimento, nos
Autoliquidação; seguinte àquele a
restantes casos
que respeitam os
rendimentos.
ARTIGO 16.º
( Taxas)

Grupos de Tributação Taxa


Rendimentos do Grupo A Tabela anexa
Rendimentos do Grupo B
6,5%
- Sujeitos a retenção na fonte
Rendimentos do Grupo B
25%
- Não sujeitos a retenção na fonte
Rendimentos do Grupo C
6,5%
- sujeitos a retenção na fonte
Rendimentos do Grupo C
25%
- Não sujeitos a retenção na fonte

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