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Módulo 10

Fiscalidade e Finanças
Módulo 10 – Fiscalidade e finanças
Conteúdos programáticos
Sumário:
• 1. Código Geral Tributário
• 1.1. Sistema Fiscal
• 1.2. Conceitos e espécies de tributos
• 1.3. Fontes de Direito Fiscal
• 1.4. Princípios fiscais
• 1.5. Relação jurídica tributária
• 1.6. Direitos e garantias gerais dos contribuintes
• 1.7. Estrutura conceptual dos códigos tributários
• 1.8. Conceitos gerais de procedimento tributário
Módulo 10 – Fiscalidade e finanças
Conteúdos programáticos
Sumário:
• 2. Impostos sobre o rendimento
• 2.1. Imposto Industrial
• 2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”)
• 2.3. Imposto Predial Urbano (“IPU”)
• 2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (“IRT”)

• 3. Impostos sobre o património


• 3.1. Imposto Predial Urbano (“IPU”)
• 3.2. SISA

• 4. Imposto do Selo

• 5. Impostos sobre o consumo


• 5.1. Imposto de Consumo
• 5.2. CEOCIC
• 5.3. IVA
1. Código Geral
Tributário
1.1. Sistema fiscal
1. Código Geral Tributário
1.8. Conceitos gerais de procedimento tributário

Artigo 101.º da Constituição da República de Angola

“O sistema fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas, assegurar
a realização da política económica e social do Estado e proceder a uma justa repartição dos rendimentos e da
riqueza nacional.”

Definição de tributos
• Tributos são as prestações patrimoniais, pecuniárias ou susceptíveis de avaliação
pecuniária, sem carácter de sanção, impostas pelo Estado ou outras entidades de direito público
ou concessionário de serviços públicos, com vista à satisfação das necessidades colectivas e à
prossecução do interesse público.

Fins da tributação
• O sistema tributário visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e demais
entidades públicas, assegurar a realização da política económica e social do Estado e proceder a
uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza nacional.
• A tributação deve promover a estabilidade financeira do Estado, através da diversificação das suas
fontes de receitas.
As receitas fiscais são, portanto, pressuposto material do modelo de Estado e da efectivação do
programa constitucional, sendo os tributos, genericamente, agrupados em:

TAXAS

Tributos IMPOSTOS

CONTRIBUIÇÕES
ESPECIAIS
1.2. Conceitos e
espécies de tributos
Impostos (1/10)

• Tributos com natureza unilateral, em virtude de a sua obrigação não constituir a contrapartida de
qualquer prestação individualizada do Estado e demais entes públicos.

• Características: unilateralidade, coactividade e ausência de objectivo punitivo.

• Matéria da competência relativa da Assembleia TAXAS


Nacional (artigos 102.º, n.º 1 e 165.º, n.º 1
alínea o) da Constituição da República de Angola)

IMPOSTO
S
Artigo 102.º, n.º 1 da Constituição da Artigo 165.º, n.º 1 alínea o) da
República de Angola Constituição da República de Angola
OUTRAS
“Os impostos só podem ser criados por lei, que “À Assembleia Nacional compete legislar com
CONTRIBUIÇ
determina a sua incidência, a taxa, os reserva relativa, salvo autorização concedida
ÕES
benefícios fiscais e as garantias dos ao Executivo, sobre (…) [a] criação de
contribuintes.” impostos e sistema fiscal (…).”
Impostos (2/10)

Directos vs • Estaduais vs Locais


Indirectos

• Periódicos vs de TAXAS • Principais vs


Obrigação única Acessórios

Tipos
IMPOSTO de
• Reais vs S impostos • Rendimento vs
Pessoais Património vs
Despesa
OUTRAS
CONTRIBUIÇ
ÕES
• Gerais vs Especiais • Direitos aduaneiros
Impostos (3/10)

Impostos directos Impostos indirectos

• Incidem directamente sobre o • Não incidem directamente sobre os


rendimento apurado por um rendimentos das pessoas singulares ou
determinado agente económico num colectivas, mas apenas sobre o
determinado período de tempo, consumo.
assumindo este a forma de pessoa
singular ou pessoa colectiva
IMPOSTO (empresa).
S Exemplo: Imposto sobre o Consumo
(“IC”)
Exemplo: Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho (“IRT”) e
Imposto Industrial (“II”)
Impostos (4/10)

Impostos periódicos Impostos de obrigação única

• Relação desencadeada por situações • Relação desencadeada por um facto ou


estáveis, que se prolongam no tempo, acto isolado ou por factos ou actos sem
mantendo-se ano após ano, dando continuidade entre si, isto é, relação de
origem, por conseguinte, a obrigações carácter instantâneo, que dá origem a
periódicas, que se renovam todos os uma obrigação de imposto isolada
anos. IMPOSTO (ainda que o seu pagamento possa ser
S realizado em parcelas ou prestações).
Exemplo: IRT e II
Exemplo: IC
• Prazos de caducidade da liquidação: • Prazos de caducidade da liquidação:
contam-se a partir do termo do ano em contam-se, regra geral, a partir da data
que se verificou o facto tributário. em que ocorreu o facto tributário.
Impostos (5/10)

Impostos reais Impostos pessoais

• A matéria colectável é objectivamente • Na determinação da matéria colectável,


determinada, fazendo-se abstracção da tem-se em consideração a concreta
concreta situação económica e social do situação económica e social do
contribuinte. contribuinte, isto é, o valor da sua
fortuna e dos seus rendimentos, por um
IMPOSTO lado, e o montante dos encargos que
Exemplo: Imposto Predial Urbano
S tem obrigatoriamente de suportar, por
(“IPU”) outro.

Exemplo: IRT e II
Impostos (6/10)

Impostos gerais Impostos especiais

• Previstos na lei de modo a aplicarem-se • Não obstante dizerem respeito a factos


a uma categoria de situações ou situações genericamente abrangidos
homogéneas. nos impostos gerais, são objecto de
uma disciplina jurídica especial.

IMPOSTO
S
Impostos (7/10)

Impostos Estaduais Impostos Locais

• O titular activo da relação jurídica • Os titulares activos da relação jurídica


tributária (o credor do imposto) é o tributária (o credor do imposto) são
Estado ou qualquer órgão da sua municípios, organizações supra-
administração indirecta. municipais ou outros órgãos territoriais
do Estado assim designados por lei.
IMPOSTO
Exemplo: II e IC S
Impostos (8/10)

Impostos principais Impostos acessórios

• Não existem nem dependem, na sua • Seguem as vicissitudes dos impostos


existência ou nos seus elementos, da principais de que dependem.
prévia existência de outros impostos.

Exemplo: IRT e II IMPOSTO


S
Impostos (9/10)

Impostos sobre o Impostos sobre o


Impostos sobre a despesa
rendimento património
• Tributa-se ou o • Tributa-se a titularidade • Tributa-se o rendimento
rendimento-produto, ou a transmissão de ou o património
isto é, o acréscimo em valores pecuniários utilizado no consumo.
bens obtidos durante o líquidos, constituam os Exemplo: IC
correspondente período a mesmos capital
título de contribuição produtivo, capital
para a actividade lucrativo ou bens de
IMPOSTO
produtiva, ou o S consumo duradouro.
rendimento-acréscimo, Exemplo: IPU, no que se
que integra também os refere aos prédios não
acréscimos em bens arrendados e Imposto de
obtidos a outro título e Sisa
sem dano do património
inicial (e.g. mais-valias).
Exemplo: IRT, II e IPU
Impostos (10/10)

Direitos aduaneiros

• Imposto sobre a despesa cuja importância tende a variar em função do grau de


desenvolvimento e de abertura das economias nacionais.

IMPOSTO
S
Contribuições especiais

São consideradas contribuições especiais:

• As contribuições de melhoria e de maior desgaste que assentem na obtenção pelo sujeito


passivo de benefícios ou aumentos de valor dos seus bens em resultado de obras públicas ou da
criação ou ampliação de serviços públicos ou no especial desgaste de bens públicos ocasionado pelo
exercício de uma actividade;

• As contribuições financeiras constituídas por prestações pecuniárias e coactivas de natureza


parafiscal exigidas por uma entidade pública, para compensação de prestações provocadas ou
aproveitadas por determinado grupo e presumivelmente provocadas ou aproveitadas por um sujeito
passivo que nele se integre.
Taxas (1/3)

Consideram-se taxas os tributos que constituem contraprestações pecuniárias ou avaliáveis em


dinheiro, exigidas por entidades públicas, em regime de direito público, em virtude da:

i. Prestação individualizada de uma actividade/serviço público (Exemplo: taxas notariais e registais);

ii. Utilização de bens do domínio público (Exemplo: taxa de superfície sobre as áreas de concessão e
desenvolvimento das actividades petrolíferas);

iii. Remoção de um limite ou obstáculo jurídico ao exercício de uma actividade (Exemplo: taxas de
licença para as empresas, nomeadamente para os investidores estrangeiros).

Artigo 88.º da Constituição da República de Angola

“Todos têm o dever de contribuir para as despesas públicas e da sociedade, em função da capacidade
económica e dos benefícios que aufiram, através de impostos e taxas, com base num sistema
tributário justo e nos termos da lei.”
Taxas (2/3)

Artigo 165.º, n.º 1 alínea o) da Constituição da República de Angola

“À Assembleia Nacional compete legislar com reserva relativa, salvo autorização concedida ao
Executivo, sobre (…) o regime geral das taxas (…).”

Matéria da competência relativa da Assembleia Nacional

• A criação e quantificação de taxas pertence, por norma, às diversas entidades que compõem a
Administração, às entidades a quem cabe a prestação pública de que a contraprestação é a taxa,
ou, em alguns casos, a empresas privadas que materialmente exerçam funções públicas
(exemplo: concessionárias).
• À Assembleia Nacional cabe a criação de uma lei que regule o seu regime jurídico. (cfr. artigo
103.º, n.º 1 da Constituição).
• Os regimes jurídicos de criação, modificação e extinção das taxas constam de leis reguladoras
próprias.
Taxas (2/3)

Existência de Sinalagma Material


• Não basta a existência de um sinalagma formal, é necessário que a mesma seja material, isto é, que
envolva a realização de uma prestação por parte da entidade pública que beneficie o sujeito passivo
de uma forma individualizável e que deverá ser suportado por este e não pelo ente público.

Princípio da equivalência e a cobertura do custo


• Entre a taxa e a prestação pública deve haver uma equivalência de custos e benefícios, i.e., deve
haver uma relação entre o custo da prestação pública, isto é, o serviço, e a quantia a cobrar ao
beneficiário.

• É proibida a desproporção intolerável, manifestamente excessiva, do valor das taxas a cobrar.


Outras contribuições especiais (1/3)

Tributos parafiscais com finalidades específicas, com características idênticas aos impostos, mas
consignados à satisfação de fins concretos/especiais, prosseguidos por certas entidades públicas
(institutos públicos, órgãos de coordenação económica, sistemas de segurança social) por oposição aos
fins gerais do Estado.
Exemplo: Taxa de Circulação e Fiscalização de Trânsito, devida pelos proprietários dos veículos e
motociclos

• Matéria da competência relativa da Assembleia Nacional (artigo 165.º, n.º 1 alínea o) da CRA)
• O respectivo regime jurídico deverá constar de legislação específica.

Artigo 165.º, n.º 1 alínea o) da Constituição da República de Angola

“À Assembleia Nacional compete legislar com reserva relativa, salvo autorização concedida ao
Executivo, sobre (…) demais contribuições financeiras a favor das entidades públicas.”
Outras contribuições especiais (2/3)

Contribuições para a Segurança Social


• Trata-se de contribuições obrigatórias, de natureza sinalagmática, que incidem sobre os
rendimentos do trabalho e que se destinam a financiar o sistema de segurança social.

• Afastam-se do conceito de taxas, pois o benefício ocorrerá apenas no futuro e não dependem de
qualquer acto concreto, mas apenas do recebimento de um rendimento de trabalho.

• Lei de Bases de Protecção Social (Lei n.º 7/2004, de 15 de Outubro, recentemente


revogada pelo Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de Setembro) – Três níveis de
protecção: i) protecção social de base (assegurado pelos impostos), ii) protecção social obrigatória
(contribuições obrigatórias) e iii) protecção social complementar (contribuições facultativas).

O respectivo regime jurídico consta de legislação


específica.
Outras contribuições especiais (3/3)

Casos particulares: Contribuições para a Formação de Quadros Angolanos

• Contribuição devida pelas empresas estrangeiras ou nacionais que operem no sector petrolífero. A
natureza desta contribuição resulta do recorte de incidência subjectiva, isto é, um certo grupo de
empresas aproveita de uma forma especial um dado sector de actividade onde inexiste quadros
Angolanos em número suficiente com a qualificação desejada, com a consignação dessa receita a
ser feita a um Fundo que diminuirá essas assimetrias.
1.3. Fontes do Direito
Fiscal
Constituição da República de Angola

Lei e diplomas de natureza equivalente

“Direito Circulatório”

Contratos Fiscais

Jurisprudência e Doutrina
Constituição da República de Angola
Lei e diplomas de natureza equivalente
Direito “Circulatório”
Contratos Fiscais
Jurisprudência e Doutrina

1. Constituição da República de Angola

• Subordinação do Direito Fiscal ao Direito Constitucional.

• Exigência constitucional de que as leis ordinárias sobre aspectos essenciais das matérias fiscais
sejam criadas pela Assembleia Nacional ou pelo poder executivo com habilitação da Assembleia
Nacional enquanto representante do povo (Princípio da auto-tributação – “no taxation without
representation”).

• Conjunto de princípios que actuam de forma positiva e negativa na elaboração das leis fiscais e nos
seus modos específicos de aplicação.
Constituição da República de Angola
Lei e diplomas de natureza equivalente
Direito “Circulatório”
Contratos Fiscais
Jurisprudência e Doutrina

2. Lei e diplomas de natureza equivalente

• A Lei assume, naturalmente, o papel de principal fonte de direito fiscal, em obediência ao princípio
da legalidade.

• Serão obrigatoriamente determinadas por lei a incidência, isenções e taxa de cada imposto, bem
como as formas processuais de atacar a ilegalidade dos actos tributários.

• Sempre que o contribuinte ou seu representante solicitar informação sobre a sua situação fiscal
concreta e a resposta for confirmada pela Administração Fiscal, não poderão os serviços proceder de
forma diferente em relação ao objecto exacto do pedido, salvo em cumprimento de decisão judicial.
Constituição da República de Angola
Lei e diplomas de natureza equivalente
Direito “Circulatório”
Contratos Fiscais
Jurisprudência e Doutrina

3. “Direito Circulatório”

• A interpretação das leis fiscais constantes de despachos, instruções ou circulares emanada por
qualquer autoridade da administração fiscal obriga apenas os funcionários dela hierarquicamente
dependentes.

• Vantagem de garantir uma uniforme aplicação do Direito pela Administração Fiscal; clarificação de
dúvidas dos contribuintes e da Administração Fiscal e possibilitam (idealmente) a redução dos níveis
de litígio, tornando mais exequíveis as leis (de formulação necessariamente geral e abstracta).
Constituição da República de Angola
Lei e diplomas de natureza equivalente
Direito “Circulatório”
Contratos Fiscais
Jurisprudência e Doutrina

4. Contratos fiscais

• Num ordenamento jurídico como o Angolano, o contrato assume um papel importante, considerando
a fonte de direitos e obrigações tributárias que assume e o montante da receita orçamental que é
habitualmente cobrado ao abrigo desta figura contratual.
Exemplo: Contratos de partilha de produção de petróleo

• Características a reter:
i. Prevalência como estatuto especial sobre uma lei geral que lhe esteja em oposição;
ii. Tutela acrescida das relações criadas no âmbito contratual dada por princípios como a boa fé e a
segurança jurídica.
Constituição da República de Angola
Lei e diplomas de natureza equivalente
Direito “Circulatório”
Contratos Fiscais
Jurisprudência e Doutrina

5. Jurisprudência e Doutrina?

• A jurisprudência e a doutrina não são fonte de direito fiscal em sentido formal.

• Porém, a importância das decisões dos tribunais permite uma prognose sobre o modo como o
direito será aplicado.
1.4. Princípios fiscais
Princípios fiscais

• Nos modelos actuais de tributação, a protecção dos contribuintes é levada a cabo através de um
movimento de ampliação e aprofundamento de garantias, o qual constitui o contraponto
constitucional do aumento da intensidade da intromissão fiscal na esfera dos contribuintes.

• Estes princípios impõem-se aos tribunais, que garantem e asseguram a observância do disposto na
Constituição da República de Angola (cfr. artigo 177.º, n.º 1) e que são independentes e
imparciais.

• Desta forma, os contribuintes ficam protegidos da volatilidade das maiorias legislativas em relação
aos princípios fundamentais de tributação que se encontram ancorados em princípios constitucionais.
Legalidade

Sub-bullet
Dash
Bullet
fiscal

Verificação Igualdade
Princípios fiscais
tributária

• Por este motivo, o ordenamento jurídico-


tributário angolano é regido por diversos Princípios
fiscais
princípios fiscais (cfr. Artigo 4.º CGT) ,
dos quais se destacam, pela sua relevância,
os seguintes: Capacidade
Declaração
contributiva

Retroactividade
Princípio da legalidade fiscal (1/4)

• O princípio da legalidade fiscal determina, tal como o nome indica, que os tributos (em sentido lato,
isto é, incluindo os impostos, taxas e outras contribuições especiais) e o respectivo regime sejam
criados por lei.

• Assim, a lei determina a incidência – objectiva e subjectiva –, as taxas, os benefícios fiscais


(enquanto derrogação do princípio da generalidade tributária) e as garantias dos contribuintes, em
obediência à Constituição (artigo 102.º, n.º 1 da Constituição da República de Angola).

• Nesta medida, a decisão sobre os aspectos essenciais da norma fiscal, maxime a distribuição dos
encargos tributários, deverá caber à Assembleia Nacional, que, mesmo quando delega no Poder
Executivo a competência para criar impostos – uma vez que estamos perante uma reserva relativa e
não perante uma reserva absoluta (vide supra referenciado artigo 165.º, n.º 1 alínea o) da
Constituição da República de Angola) –, deverá fazê-lo mediante autorização legislativa, que pré-
determine, nos termos do artigo 170.º da Constituição da República de Angola, o conteúdo
fundamental do decreto legislativo presidencial autorizado.
Princípio da legalidade fiscal (2/4)

Abrangência do princípio da legalidade fiscal

• Benefícios fiscais

• Decisões sobre a caducidade e prescrição das obrigações Sujeição à reserva de lei

tributárias
Princípio da legalidade fiscal (3/4)

Interpretação das normas fiscais

• O Direito Angolano consagra preceitos específicos sobre a interpretação e aplicação das normas.

• A interpretação das normais fiscais segue, portanto, os cânones gerais da interpretação de lei, com
uma primazia do elemento teleológico.
Princípio da legalidade fiscal (4/4)

Interpretação das normas fiscais

• Os casos não previstos nas leis tributárias são regulados pela norma tributária aplicável aos casos
análogos e, na ausência dela, por normas de outros ramos de direito aplicáveis às relações tributárias.

• É proibida a integração analógica das normas de incidência, benefícios fiscais e taxas dos impostos.

• É proibido o recurso à analogia e à interpretação extensiva para qualificar um facto como crime ou
transgressão.

• No Direito Angolano pode-se extrair uma directriz favorável ao recurso à interpretação extensiva e à
analogia em áreas fundamentais do Direito Fiscal como seja a das garantias dos particulares.
Princípio da igualdade tributária

• Para assegurar a igualdade fiscal, a lei tem de garantir uma generalização efectiva na distribuição dos
encargos tributários, não apenas por via da sua formulação (previsão normativa), mas também
através do seu cumprimento generalizado.

• Não significa isto que a lei deva garantir na sua aplicação um resultado igual para cada um dos
destinatários mas sim que a diferença nos resultados deve corresponder à efectiva diferença existente
entre os destinatários, em função da situação concreta de cada contribuinte, que é, assim, objecto de
tutela específica pela ordem jurídica.
Princípio da capacidade contributiva (1/2)

Justa repartição dos rendimentos

• O sistema fiscal angolano deve ser estruturado em função da justa repartição dos rendimentos e da
riqueza nacional (cfr. artigo 101.º da Constituição da república de Angola).

• De acordo com o disposto no artigo 88.º da Constituição da República de Angola, todos têm o dever
de contribuir para as despesas públicas “em função da sua capacidade económica e dos benefícios que
aufiram”.

O sistema constitucional considera o rendimento como índice da capacidade contributiva dos sujeitos
passivos e medida da respectiva tributação:

Tributadas Progressividade
Pessoas sobre o (as taxas aumentam à medida em que
singulares rendimento aumenta o rendimento)
Princípio da capacidade contributiva (2/2)

Capacidade contributiva e princípio da proporcionalidade

• O princípio da proporcionalidade exige uma cuidadosa ponderação entre os fins prosseguidos e os


sacrifícios efectivamente exigidos aos contribuintes, mesmo aqueles que têm maiores capacidades
contributivas. Com efeito, a distribuição justa implica a oneração mínima dos que têm menores
capacidades de prestação.
Princípio da não retroactividade fiscal

Artigo 102.º, n.º 2 da Constituição da República de Angola

“As normas fiscais não têm efeito retroactivo, salvo as de carácter sancionatório, quando sejam mais
favoráveis aos contribuintes.”

• Não podem ser retroactivamente criados impostos, agravadas as taxas ou, salvo com fundamento em
ilegalidade, revogados os benefícios fiscais concedidos.

• Nesta medida, as normas tributárias só dispõem para o futuro e nos termos regulados pela lei geral,
com excepção das normas tributárias sancionatórias mais favoráveis aos contribuintes.

• As normas sobre o procedimento e processo tributário são de aplicação imediata, sem prejuízo das
garantias, direitos e interesses legítimos anteriormente constituídos dos contribuintes.
Princípio da declaração

• A relação jurídica que o cidadão muitas vezes estabelece com o Estado no processo de cumprimento
das suas obrigações fiscais tem por base a sua declaração.

• A declaração vai fornecer os elementos sobre os quais assenta a definição da sua dívida fiscal e
presume-se verdadeira até prova em contrário.

• Porém, o princípio da declaração tem como pressuposto de aplicação efectiva o princípio da verificação
(vide slide seguinte).
Princípio da verificação

• Assim, o princípio da verificação constitui uma consequência directa do princípio da justiça na


distribuição dos encargos tributários (Exemplo: “A Administração Tributária deve, no procedimento
tributário realizar todas as diligências necessárias à satisfação do interesse público e à descoberta da
verdade material”).

• Se algumas categorias de contribuintes conseguem sistematicamente deixar de cumprir com as suas


obrigações tributárias, tal situação implica uma lesão nos direitos e garantias dos contribuintes
cumpridores, o que não deve ser tolerado.
1.5. Relação jurídica
tributária
Constituição

2 Relação 5
Sujeitos
jurídica Garantias

tributária

3 4

Objecto Extinção
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

3 4
Objecto Extinção

1. Constituição

• Salvo nos casos previsto na lei, a obrigação tributária constitui-se com a verificação dos factos que
definem a incidência do respectivo tributo.

• A verificação do facto tributário conduz ao nascimento da obrigação tributária.

Exemplo: Para os contribuintes do Grupo A de Imposto Industrial, este deve ser pago em função do
lucro real obtido durante o período de um ano e o facto tributário considera-se realizado depois de
decorrido esse ano
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

2. Sujeitos (1/7) 3 4
Objecto Extinção

Personalidade tributária
Consiste na aptidão de ser sujeito activo ou passivo da relação tributária.

Sujeitos

Sujeito activo Sujeito passivo


Entidade que, ao abrigo de normas de direito Pessoas singulares ou colectivas, as
público é titular do direito de exigir o sociedades irregulares, os sócios das
cumprimento da obrigação tributária (i.e., o sociedades civis não constituídas sob a
crédito e dívida tributários). forma comercial e os membros dos
patrimónios autónomos.
Nota: Em Angola, o Estado Angolano é o
sujeito activo dos tributos pagos no país. Nota: Não é sujeito passivo quem procede
à retenção na fonte ou quem suporta por
mera repercussão o encargo económico do
imposto.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

2. Sujeitos (2/7) 3 4
Objecto Extinção

Sociedades civis, sociedades irregulares e patrimónios autónomos

• Nas sociedades civis não constituídas sob a forma comercial, a obrigação do imposto recai
directamente sobre cada sócio, na medida da sua participação nos lucros.

• As sociedades comerciais que não se acharem legalmente constituídas terão os mesmos


direitos e obrigações das constituídas regularmente.

• Nos patrimónios autónomos, a obrigação do imposto é de cada um dos contitulares ou


participantes em função das suas participações, que se presumem iguais quando indeterminadas.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

2. Sujeitos (3/7)
3 4
Objecto Extinção

Capacidade tributária
Tem capacidade tributária quem dispuser de personalidade tributária e de capacidade de exercício de
direitos nos termos da Lei Civil, a qual é também aplicável ao suprimento da incapacidade.

Os contribuintes ou seus representantes legais podem conferir mandado para a prática de actos
tributários, salvo nos casos em que a lei expressamente declare que se trata de acto pessoal.

Formas específicas de representação fiscal:


 Mandato tributário – Artigo 31.º
 Representação dos incapazes - Artigo 32.º
 Representação de não residentes e dos residentes ausentes do país - Artigo 33.º
 Representação dos patrimónios autónomos e organizações de facto - Artigo 34.º
 Gestão de negócios - Artigo 35.º
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária
2. Sujeitos (4/7)
3 4
Extinção
Residentes: Todo o contribuinte tem um domicílio fiscal específico.
Objecto

Pessoas Colectivas
• As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, fundações, associações, fundos autónomos,
empresas públicas e as demais pessoas colectivas de direito público ou privado, com sede ou direcção efectiva em território
angolano.

Entidades sem personalidade jurídica


• As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva em território angolano, cujos
rendimentos não sejam directamente tributáveis em sede de Imposto Industrial, quer estejam na titularidade de pessoas
singulares ou colectivas.

Pessoas singulares
• No caso das pessoas singulares, o domicílio fiscal é o local da sua residência habitual, ao passo que para as pessoas
colectivas é o local da sua sede ou, na falta de designação estatutária, o lugar da sua direcção efectiva.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
2. Sujeitos (5/7) tributária

3 4
Estabelecimento estável Objecto Extinção

• Instalação fixa, através da qual a empresa exerce toda ou parte da sua actividade, compreende,
designadamente:
a) Um local de direcção;
b) Uma sucursal;
c) Um escritório;
d) Uma fábrica;
e) Uma oficina;
f) Um poço de petróleo ou gás, uma pedreira ou qualquer local de extracção de recursos naturais, desde que
situado em território nacional;
g) Um estabelecimento de construção ou de montagem e as actividades de coordenação, fiscalização e
supervisão conexas com o seu funcionamento, se a sua duração ou a duração da obra ou actividade a que
respeita, incluindo os trabalhos preparatórios, tenham uma duração superior a 90 dias em qualquer
período de 12 meses.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária
2. Sujeitos (6/7)
3 4
Objecto Extinção

Estabelecimento estável (cont.)


• Instalação fixa, através da qual a empresa exerce toda ou parte da sua actividade, compreende,
designadamente:
h) O fornecimento de serviços, compreendendo as funções de consulta, por uma empresa actuando por
intermédio de assalariados ou outro pessoal contratado para esse fim, mas unicamente quando actividades
dessa natureza são prosseguidas no país durante um ou vários períodos, representando, no total, mais de
90 dias, em qualquer período de 12 meses.

• Quando uma pessoa (que não seja um agente independente), actue, no país, para uma empresa e tenha e
habitualmente exerça em território nacional poderes para concluir contratos em nome da empresa, será
considerado que esta empresa tem um estabelecimento estável no país relativamente a qualquer
actividade que essa pessoa possa exercer para a empresa, contanto que a referida pessoa:
i. Disponha no país de poderes exercidos habitualmente para concluir contratos em nome da empresa;
ii. Não dispondo desses poderes, conserve habitualmente no país um “stock” de mercadorias para entrega por
conta da empresa.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

2. Sujeitos (7/7)
3 4
Objecto Extinção

Estabelecimento estável (cont.)


• Empresas de seguros - Considerada, salvo em matéria de resseguros, como tendo um estabelecimento estável no
país se no mesmo receber prémios ou segurar riscos que aí existam, por intermédio de pessoa que não seja agente
gozando de um estatuto independente.

• Agentes independentes – Não se considera que uma empresa tenha um estabelecimento estável no país pelo
simples facto de exercer a sua actividade através de um corretor, um comissário geral ou qualquer outro agente
independente, desde que essas pessoas actuem no âmbito normal da sua actividade. Excepção: Quando, no entanto,
as actividades de tal agente forem exercidas exclusivamente ou quase exclusivamente por conta dessa empresa, o
agente independente não é considerado, para esse efeito, como tal.

• O facto de uma sociedade residente em território nacional controlar ou ser controlada por sociedade
residente ou que exerça a sua actividade em qualquer outro Estado, independentemente de ser através de um
estabelecimento estável ou de qualquer outro modo, não é só por si bastante para fazer de qualquer dessas sociedades
estabelecimento estável da outra.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

3 4

3. Objecto (1/6)
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora indemnizatórios restituição do
imposto
Crédito tributário
• Direito de o credor tributário exigir do devedor o cumprimento da obrigação tributária

Dívida tributária
• Obrigação do devedor cumprir a obrigação tributária
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária
3. Objecto (2/6)
3 4
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora indemnizatórios restituição do
imposto
• São devidos juros compensatórios, à taxa de 1% por cada mês ou fracção, sempre que, por facto imputável
ao contribuinte, for retardada a liquidação de parte ou da totalidade do tributo devido ou a entrega do
tributo retido ou a reter no âmbito da substituição tributária, sem prejuízo da multa cominada ao infractor.

• Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo da entrega da declaração ou do termo
do prazo da entrega da prestação tributária a pagar ou a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da
falta que motivou o retardamento da liquidação. A falta considera-se suprida, interrompendo-se a
contagem dos juros compensatórios, conforme o caso, com a apresentação da declaração, a entrega do
imposto a pagar ou a reter e o auto de notícia dessa infracção.

• Os juros compensatórios integram-se na dívida principal do imposto com a qual são conjuntamente
liquidados.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

3. Objecto (3/6) 3 4
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora indemnizatórios restituição do
imposto

• Os juros de mora são devidos, sempre que não forem pagas no mês do seu vencimento qualquer
prestação ou a totalidade das dívidas tributárias ou constituídas no âmbito de relações jurídicas de
direito público.

• Considera-se mês do vencimento, o mês do calendário em que termine o prazo de pagamento


voluntário estabelecido nas leis tributárias, noutras leis, no contrato ou no acto administrativo de
reconhecimento da dívida.

• Nota: Não são devidos juros de mora se estes já tiverem vencido há mais de 5 anos, anteriormente
ao pagamento da prestação tributária principal, nem juros de juros da mesma natureza, mesmo
vencidos.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

4
3. Objecto (4/6) 3
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora (cont.) indemnizatórios restituição do
imposto
• Os juros de mora vencem-se no primeiro dia de cada mês, contando-se por inteiro o mês em que se
efectua a cobrança e incidem sobre a dívida por pagar, líquida de quaisquer descontos em virtude da
antecipação do pagamento ou de reduções resultantes da sua anulação parcial.

• A taxa de juros de mora é fixada em 1% ao mês.

• Os juros de mora são reduzidos para 50% do montante que seria devido, se a dívida for
voluntariamente paga nos primeiros 5 dias úteis posteriores à data do vencimento da obrigação
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

3. Objecto (5/6) 3 4
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora indemnizatórios restituição do
imposto

• São devidos juros indemnizatórios, à taxa de 4% ao ano, sempre que se determine, em reclamação
administrativa, ou recurso hierárquico, que houve erro imputável aos serviços de que tenha
resultado pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente devido.

• Os juros indemnizatórios são contados dia a dia, desde a data do pagamento da prestação tributária
até à data em que seja restituída ou creditada ao contribuinte.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

3. Objecto (6/6) 3 4
Objecto Extinção

Integram a obrigação tributária:

Dedução,
Crédito e dívida Juros Juros Juros reembolso ou
tributários compensatórios de mora indemnizatórios restituição do
imposto

Coeficiente de actualização monetária

• Sempre que ocorra uma circunstância de anormal instabilidade monetária, o valor das quantias a
serem liquidadas ou pagas fora do seu prazo normal, a título de imposto, multas, taxas e outras
importâncias devidas ao Estado, nos termos das Leis Fiscais ou parafiscais, deve ser actualizado por
aplicação do coeficiente de actualização monetária, a definir pelo Titular do Poder Executivo, sob
proposta do Titular do Departamento Ministerial responsável pela Finanças Públicas.

• Nota: O coeficiente de actualização monetária não incide sobre os juros compensatórios,


indemnizatórios e de mora.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária
4. Extinção (1/3)
3 4
Objecto Extinção

A extinção das relações jurídico-tributárias pode ocorrer


nos seguintes termos:
• Por cumprimento
−Por pagamento
−Por pagamento por terceiro
−Por dação em cumprimento
• Por compensação
−Por compensação de créditos e dívidas tributários
−Por compensação de créditos tributários por dívidas não tributárias
• Por confusão
• Por caducidade
• Por prescrição
• Por remissão
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

4. Extinção (2/3) 3
Objecto
4
Extinção

Caducidade vs Prescrição

Caducidade Prescrição

• Prazo: 5 anos
• Contagem:
− nos impostos periódicos: conta-se a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário;
− nos impostos de obrigação única: conta-se a partir da data em que o facto tributário ocorreu.

• O direito de liquidação apenas se considera validamente exercido com a notificação pessoal


desta ao contribuinte, com a expedição, regularmente efectuada nos termos das normas aplicáveis
aos serviços postais, da carta ou de qualquer outro meio de notificação admitido por lei.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária
4. Extinção (3/3)
3 4
Objecto Extinção

Caducidade vs Prescrição

Caducidade Prescrição

• Prazo: 10 anos
• Contagem: a partir da data da notificação da liquidação. A citação do devedor principal suspende
igualmente a
• contagem do prazo de prescrição da obrigação do responsável solidário ou subsidiário
• Causas de suspensão: A contagem do prazo de prescrição suspende-se com a citação, a
reclamação, a impugnação e o recurso contencioso de qualquer acto administrativo de que a
liquidação dependa, bem como a suspensão do processo de execução fiscal por motivo da sua
apensação ao processo de falência ou insolvência.
• Nota: A cessação do efeito suspensivo da contagem do prazo de prescrição implica o recomeço da
contagem a partir da data em que ela ocorrer, a que se soma o tempo decorrido até à instauração
da execução ou à autuação da reclamação ou impugnação.
Exercício

1. No dia 22 de Fevereiro de 2016 a Sociedade Luanda, Lda. fez um pagamento a uma entidade não residente por um serviço
prestado. Contudo, foi aplicada uma taxa de retenção na fonte de II incorrecta, com prejuízo para o Estado Angolano. Até
quando poderá a AT efectuar correcções e liquidar as retenções na fonte de II em falta?
□ 31 de Dezembro de 2020
□ 22 de Fevereiro de 2021
□ 22 de Fevereiro de 2032

2. A Sociedade Lubango, Lda. apurou a matéria colectável em sede de II no dia 31 de Dezembro de 2015. O II a pagar foi
inferior ao efectivamente devido. Até quando poderá a AT efectuar correcções e liquidar o II em falta?
□ 31 de Dezembro de 2019
□ 31 de Dezembro de 2020
□ 1 de Janeiro de 2021
Exercício

1. No dia 22 de Fevereiro de 2016 a Sociedade Luanda, Lda. fez um pagamento a uma entidade não residente por um serviço
prestado. Contudo, foi aplicada uma taxa de retenção na fonte de II incorrecta, com prejuízo para o Estado Angolano. Até
quando poderá a AT efectuar correcções e liquidar as retenções na fonte de II em falta?
□ 31 de Dezembro de 2020

■□ 22 de Fevereiro de 2021
□ 22 de Fevereiro de 2032

2. A Sociedade Lubango, Lda. apurou a matéria colectável em sede de II no dia 31 de Dezembro de 2015. O II a pagar foi
inferior ao efectivamente devido. Até quando poderá a AT efectuar correcções e liquidar o II em falta?
□ 31 de Dezembro de 2019

■□ 31 de Dezembro de 2020
□ 1 de Janeiro de 2021
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

5. Garantias das obrigações tributárias (1/3) 3 4


Objecto Extinção

Salvo determinadas excepções previstas na lei, a


Património do Administração Tributária goza da garantia de
devedor Privilégios
creditórios privilégio mobiliário geral para pagamento de
impostos indirectos e também pelos impostos
Garantias reais directos relativos ao ano corrente, na data da penhora
Garantias do ou acto equivalente e relativamente aos dois anos
credor Penhor
tributário Património dos anteriores.
responsáveis
solidários/ Hipoteca A repartição fiscal ou serviço local equiparado competente
subsidiários legal
pode constituir penhor ou hipoteca legal, em caso de
Providências pagamento a prestações legalmente autorizado ou
cautelares
suspensão da execução fiscal em virtude de reclamação
administrativa, impugnação judicial ou oposição, quando,
perante a insuficiência das garantias inicialmente
prestadas, o risco do devedor o recomende.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

5. Garantias das obrigações tributárias (2/3)


3 4
Objecto Extinção

Suspensão da cobrança da prestação tributária

• A cobrança da prestação tributária e das multas aplicadas em processo de transgressão fiscal


suspende-se mediante a prestação de garantia idónea, em caso de reclamação administrativa,
impugnação judicial dos actos tributários, dos actos administrativos de que a liquidação legalmente
dependa ou de fixação de valores patrimoniais, impugnação judicial das multas aplicadas, oposição à
execução fiscal deduzida por embargos de executado e ainda mediante pagamento a prestações
legalmente autorizado.

• Tipos de garantia: i) garantia bancária em que a instituição financeira bancária se obriga como
principal pagadora, ii) caução, iii) seguro-caução, iv) hipoteca, v) penhor, vi) penhora na execução
fiscal de bens suficientes para assegurar o pagamento da dívida exequenda e respectivos acréscimos
legais.
Constituição

2 5
Sujeitos Relação Garantias
jurídica
tributária

5. Garantias das obrigações tributárias (3/3) 3 4


Objecto Extinção

Suspensão da cobrança da prestação tributária (cont.)

• Dispensa de garantia: quando da sua prestação resultarem graves dificuldades económicas para o
executado e a dispensa da garantia constituir o único meio de o executado obter condições para
futuramente gerar os meios financeiros necessários ao pagamento da dívida exequenda.

• Competência para a dispensa: órgão máximo do escalão superior da Administração Tributária.


1.6. Direitos e garantias
gerais dos contribuintes
Garantias gerais dos contribuintes

De acordo com a Lei, constituem garantias gerais dos contribuintes:

a) Não pagar impostos que não tenham sido estabelecidos de acordo com a Constituição da República de Angola;

b) Não ser a mesma matéria colectável tributada mais de uma vez, em relação ao mesmo imposto;

c) Reclamar administrativamente, nos termos da lei, da fixação da matéria colectável e da liquidação;

d) Recorrer hierarquicamente, nos termos da lei, dos demais actos lesivos de direitos e interesses legalmente protegidos;

e) Impugnar judicialmente a liquidação, com fundamento em qualquer ilegalidade, incluindo o erro na quantificação da

matéria colectável ou no cálculo do imposto;

f) Impugnar judicialmente todos os restantes actos da Administração Tributária lesivos de direitos ou interesses

legalmente protegidos;

g) Obter junto dos tribunais, quando necessário, o reconhecimento dos seus direitos ou interesses legítimos em matéria

tributária;
Garantias gerais dos contribuintes

De acordo com a Lei, constituem garantias gerais dos contribuintes:

h) Obter junto dos tribunais a condenação da Administração Tributária à realização das prestações materiais a que o

contribuinte tiver direito, que resultem directamente da lei;

i) Exercer, nos casos previstos na lei, o direito de acção em virtude do incumprimento das obrigações assumidas pela

Administração Tributária em contratos fiscais;

j) Exercer o direito de acção com vista à concretização da responsabilidade civil extra-contratual da Administração

Tributária;

k) Opor-se e reclamar em processo de execução fiscal;

l) O direito à fundamentação e notificação da liquidação e demais actos que alterem a posição jurídica do

contribuinte;

m) O direito de audição antes da decisão final do procedimento tributário quando a decisão definitiva deste lhe for

previsivelmente desfavorável;
Garantias gerais dos contribuintes

De acordo com a Lei, constituem garantias gerais dos contribuintes:

n) Os direitos, nos termos previstos na lei, à prestação de informações, à consulta de documentos, à extracção de

certidões e ao acesso aos processos individuais devidamente organizados e conservados pela Administração Tributária;

o) A confidencialidade dos actos relativos à sua situação tributária nos termos previstos na Lei;

p) O direito a juros indemnizatórios por pagamento indevido do tributo em virtude de erro imputável à Administração

Tributária na liquidação ou cobrança ou atraso no reembolso dos tributos a que tenha direito;

q) O direito a juros de mora em caso de atraso injustificado no cumprimento das decisões judiciais;

r) O direito à informação vinculativa, nos termos da Lei, sobre factos tributários não concretizados e os pressupostos dos

benefícios fiscais;

s) O direito à informação genérica sobre o conteúdo dos seus deveres acessórios e o meio mais cómodo e seguro de lhes

dar cumprimento, designadamente através da colocação à disposição de um “sítio” permanentemente actualizado

junto do Ministério das Finanças contendo a legislação tributária e as orientações administrativas aplicáveis.
Garantias gerais dos contribuintes

• Sem prejuízo das custas do procedimento ou processo previstas na lei, o exercício das mencionadas garantias,
nomeadamente os direitos de reclamar ou impugnar o apuramento da matéria colectável ou da liquidação
relativamente a qualquer tributo, independentemente da sua natureza, não pode ser objecto de qualquer sanção
ou agravamento automáticos à matéria colectável ou à colecta, com o fundamento de a decisão final ser
desfavorável ao interessado.

• No que diz respeito aos direitos e garantias dos contribuintes em termos concretos, importa referir que, em
sede de cada imposto (e, portanto, à luz de cada código tributário), foram definidas pelo legislador fiscal normas
específicas (e.g. direito à compensação, em sede de Imposto do Selo) com vista à tutela dos interesses e direitos
dos contribuintes.
1.7. Estrutura
conceptual dos códigos
tributários
Em termos genéricos, os códigos tributários (de II, IRT, IC, Imposto do Selo, entre outros) encontram-
se conceptualmente estruturados de forma semelhante entre si, sendo, no fundamental, divididos pelas
seguintes matérias:

Determinação da
Incidência Isenções matéria/valor
tributável
Obrigações
Taxas Liquidação declarativas e Estrutura
acessórias conceptual
dos códigos
Pagamento Garantias Fiscalização tributários

Disposições
Penalidades
diversas
1.8. Conceitos gerais de
procedimento tributário
• Multa por imposto em falta: 30% do imposto em falta, acrescido de juros compensatórios

Relatório
Liquidação
Inspecção fiscal de inspecção e Direito
adicional
externa ou interna Proposta de de audição
de imposto
Correcção

Impugnação Recurso Reclamação


judicial Hierárquico graciosa
2. Impostos sobre o
rendimento
2.1. Imposto Industrial
2. Impostos sobre o rendimento
2.1. Imposto Industrial

X
Legislação aplicável

• Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro – Actual Código do Imposto Industrial (“CII”) – alterado
recentemente pela Lei n.º 4/19, de 18 de Abril

• Lei n.º 8/12, de 18 de Janeiro – Lei do Mecenato

• Decreto Presidencial n.º 195/15, de 7 de Outubro – Regulamento da Lei do Mecenato, alterado recentemente
pelo Decreto Presidencial n.º 53/19, de 18 de Fevereiro

• Decreto Presidencial n.º 207/15, de 5 de Novembro – Estabelece o regime de reintegrações e amortizações dos
bens do activo imobilizado

• Decreto Presidencial n.º 204/15, de 28 de Outubro – Estabelece o regime das provisões

• Decreto Presidencial n.º 149/13, de 1 de Outubro – Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes
(“RJFDE”), alterado recentemente pelo Decreto Presidencial n.º 292/18, de 3 de Dezembro

• Decreto Presidencial n.º 147/13, de 1 de Outubro – Estatuto dos Grandes Contribuintes (“EGC”)
Conceitos

Resultado líquido do exercício

O resultado líquido do exercício (RLE) consiste na diferença entre todos os proveitos ou ganhos
realizados no exercício e os custos ou perdas imputáveis ao mesmo exercício, em obediência aos
princípios de contabilidade, ou seja, o resultado apurado na contabilidade (líquido do Imposto Industrial).
Lucro tributável

O lucro tributável corresponde ao RLE corrigido nos termos previstos no Código do Imposto
Industrial (CII), ou seja, depois de efectuados os ajustamentos previstos neste Código.

Matéria colectável

A matéria colectável corresponde ao lucro tributável deduzido dos prejuízos fiscais reportáveis e dos
benefícios
fiscais de dedução à matéria colectável, como por exemplo, o benefício dos lucros levados a reservas.

Colecta

A colecta corresponde ao produto da matéria colectável pela taxa de imposto aplicável (i.e., matéria
colectável x 30%).
Taxa actual de Imposto Industrial
Incidência pessoal ou subjectiva

O Imposto Industrial incide sobre quem? – Sujeitos passivos

• As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas,


fundações, associações, fundos autónomos, empresas públicas e as demais pessoas
colectivas de direito público ou privado, com sede ou direcção efectiva em território
angolano;
• As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva
Residentes em território angolano, cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em
sede de Imposto Industrial, quer estejam na titularidade de pessoas singulares ou
colectivas – v.g., heranças jacentes, pessoas colectivas em relação às quais seja
declarada a invalidade, associações, sociedades civis sem personalidade jurídica e
sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial previamente ao registo
definitivo.

• Pessoas colectivas que não tenham sede ou direcção efectiva em Angola, mas que
obtenham rendimentos no país através de estabelecimento estável;
Não residentes • Pessoas colectivas que não tenham sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável em Angola, mas que obtenham rendimentos no país através de exercício de
actividades de natureza comercial ou industrial acidentais.
Incidência real ou objectiva

O Imposto Industrial incide sobre o quê? - Noção de rendimento

Residentes • Tributados em imposto industrial pela totalidade dos lucros - obtidos quer no País,
quer no estrangeiro - resultantes de uma actividade de natureza comercial ou
industrial exercida em Angola, de modo ocasional ou permanente

Âmbito do conceito de natureza comercial ou industrial

• Para efeitos do CII, é considerado sempre de natureza comercial ou industrial:

A actividade de exploração agrícola, aquícola, avícola, pecuária, piscatória e silvícola;

A actividade de mediação, agência ou representação na realização de contratos de qualquer natureza;

Oexercício de actividades reguladas pela entidade de supervisão de seguros, de jogos, pelo BNA e pela
Comissão do Mercado de Capitais;

A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de imóveis, participações
sociais ou títulos;

A actividade das fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações de beneficência.


Incidência real
Incidência real ou objectiva
ou objectiva

O Imposto Industrial incide sobre o quê? - Noção de rendimento

• Sujeitos a Imposto Industrial apenas quanto aos rendimentos obtidos no País, ou


Não Residentes
seja, serão colectados em sede de Imposto Industrial:

 Pelos lucros imputáveis ao estabelecimento estável situado no País;

 Pelos lucros imputáveis às vendas em Angola, de mercadorias da mesma


natureza das vendidas pelo estabelecimento estável ou de natureza similar;
Inexistência
de Acordos de  Pelos lucros imputáveis a outras actividades comerciais no País, da mesma
Dupla natureza das exercidas pelo estabelecimento estável ou de natureza similar.
Tributação
• As pessoas colectivas que tenham sede ou direcção efectiva no estrangeiro, mas sem
estabelecimento estável em Angola, são tributados em sede de Imposto Industrial
pelos lucros realizados no País, à taxa liberatória, através do Regime Especial de
Tributação de Serviços Acidentais.
Grupos A e B

As entidades sujeitas a imposto podem ser enquadradas em 2 dos seguintes


grupos de contribuintes:
• Tributação incidente sobre os lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes e
determinados através da sua contabilidade.
‒ São obrigatoriamente tributadas pelo Grupo A:
• As empresas públicas e entes equiparados;
• As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou da
Lei das Sociedades Unipessoais, de capital social igual ou superior a
Grupo A Kz: 2.000.000,00 (dois milhões de kwanzas);
• As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou da
Lei das Sociedades Unipessoais, com proveitos totais anuais de valor igual ou
superior a Kz: 500.000.000,00 (quinhentos milhões de kwanzas);
• As Associações, Fundações e Cooperativas cuja actividade gere proveitos adicionais às
dotações e subsídios recebidos dos seus associados, cooperantes ou mecenas;
• As sucursais de sociedades não residentes no território angolano.

Nota: Os contribuintes que não se enquadrem no Grupo A, podem optar pela sua inclusão no
mesmo – esta opção terá de ser mantida por um período mínimo de 3 anos. Tendo que ser
apresentado à RF um pedido por escrito a mencionar a sua pretensão até ao final do mês de
Fevereiro do ano a que o imposto industrial respeite.
Grupos A e B

As entidades sujeitas a imposto podem ser enquadradas em 2 dos seguintes


grupos de contribuintes:

• Tributação incidente sobre os lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes e determinados


através da sua contabilidade ou sobre os lucros que presumivelmente os contribuintes
Grupo B
obtiveram, quando não directamente apuráveis através dos elementos contabilísticos disponibi-
lizados pelo contribuinte
Isenções

• As isenções resultantes de acordo celebrado pelo Estado Angolano, ou outro ente público legalmente
competente para o efeito, mantêm- se em vigor, nos termos da legislação ao abrigo da qual foram
concedidas, com as devidas adaptações.

• Isenções genéricas:
Isenções
automáticas - Companhias de navegação marítimas ou aéreas, se, no país da sua nacionalidade,
as companhias angolanas de igual objecto social gozarem da mesma prerrogativa.

Isenções que
carecem de
reconhecimento • Período de 5 anos, desde que legalizadas e com estatuto de utilidade pública, sempre
do Ministro das que o interesse público o justifique, as:
Finanças, com
base em parecer - Fundações, Associações e Cooperativas.
da
Administração
Geral Tributária
(“AGT”)
Proveitos Tributáveis (lista de proveitos tributados)

• Da exploração básica, tais como a venda de bens ou serviços, de bónus e abatimentos conseguidos, de
comissões e corretagens;
• De explorações complementares ou acessórias, incluindo as de carácter social e assistencial de que
advenham proveitos ou ganhos;
• De operações de natureza financeira, tais como juros, dividendos, participações em lucros de sociedades,
ágios, transferências, variações cambiais e prémios de emissão de acções ou obrigações, não tributados
noutro imposto;
• De rendimentos da propriedade industrial ou outros análogos;
• Da prestação de serviços de carácter cientifíco ou técnico;
• Os valores de construções, equipamentos, ou outros bens de investimento produzidos e utilizados na
própria empresa;
• As indemnizações que representem compensação por lucro cessante ou dano emergente de quaisquer
tipos;
• As mais-valias realizadas que, para efeitos do Código do Imposto Industrial se consideram os proveitos
ou ganhos realizados, mediante transmissão onerosa, de quaisquer bens ou direitos, qualquer que seja o
título por que se opere a sua transmissão;
Proveitos Tributáveis (lista de proveitos tributados)

• As variações patrimoniais positivas, excluídas as que decorrem de entradas de capital ou coberturas de


prejuízos, efectuados pelos titulares do capital ou créditos de imposto;
• Os perdões de dívidas.

Nota:
Não se consideram proveitos ou ganhos:

• as rendas recebidas pelo exercício de qualquer actividade sujeita a Imposto Predial Urbano
(“IPU”), nem

• os rendimentos sujeitos a Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”).


Custos ou gastos dedutíveis (lista de custos aceites fiscalmente)

São custos ou gastos imputáveis ao exercício aqueles que se revelem, comprovadamente entregues pelo
contribuinte e tomados pela AGT, como indispensáveis à manutenção da fonte produtora ou à realização de
proveitos e ganhos sujeitos a imposto, nomeadamente os seguintes:
• Encargos da actividade básica, acessória ou complementar, relativos à produção ou aquisição de quaisquer
bens ou serviços, tais como os respeitantes aos materiais utilizados, à mão-de- obra, energia e outros
gastos gerais de fabricação, de conservação e reparação;
• Encargos de distribuição e venda, abrangendo os de transporte, seguros de publicidade e colocação de
mercadorias;
• Encargos de natureza financeira, entre os quais juros de capitais alheios aplicados na empresa, descontos,
ágios, transferências, variações cambiais, cobrança de dívidas e emissões de acções e obrigações e
prémios de reembolso;
• Encargos de natureza administrativa, designadamente com remunerações, ajudas de custo, pensões de
reforma, contribuições para fundos de pensões, material de consumo corrente, transportes, comunicações,
rendas e alugueres, segurança, serviços jurídicos e de contencioso, seguros, gastos com benefícios
atribuídos pela cessação de relações laborais;
Custos ou gastos dedutíveis (lista de custos aceites fiscalmente, cont.)

• Encargos com análises, racionalização, investigação, consulta e formação do pessoal;


• Encargos fiscais e parafiscais (excepto aqueles que consubstanciam custos não dedutíveis – ver slides
seguintes);
• Reintegrações e amortizações dos elementos do activo sujeitos a deperecimento – ver slides seguintes;
• Provisões constituídas nos termos da legislação em vigor – ver slides seguintes;
• Indemnizações e prejuízos resultantes de eventos cujo risco não seja segurável.

Custos ou gastos com assistência social

• São custos ou perdas do exercício, os gastos suportados com assistência médica, creches, cantinas,
bibliotecas e escolas, criadas para atender exclusivamente a fins sociais dos trabalhadores da empresa,
cujo benefício seja disponibilizado generalizadamente aos trabalhadores.
• Eventuais proveitos decorrentes da abertura destas instalações a entidades externas concorrerão para
efeitos fiscais.
Custos não aceites fiscalmente

• Custos com impostos sobre o rendimento - Imposto Industrial, IPU, IRT e o IAC;
• As contribuições para a Segurança Social, na parcela que constitui encargo do trabalhador;
• O imposto que inicia sobre transmissões de fonte sucessória, ou sobre transacções gratuitas, que
constituam obrigação tributária de terceiros à sociedades e o imposto que incida sobre as
remunerações de trabalhadores ou pagamentos de prestadores de serviços que tenha sido suportado pela
entidade sujeita a Imposto Industrial;
• As multas e todos os encargos pela prática de infracções de qualquer natureza;
• As indemnizações pagas pela ocorrência de eventos cujo risco seja segurável;
• Os custos de conservação e reparação de imóveis arrendados (1), considerados como custos no
apuramento do IPU;
• Correcções da matéria colectável relativas aos exercícios anteriores, bem como as correcções
extraordinárias do exercício;
• Os seguros dos ramos da vida e saúde, cujo benefício não seja atribuído à generalidade do pessoal da
empresa (2).

(1) De acordo com a AGT, não inclui custos com amortizações de imóveis, que são aceites dentro dos limites das regras de
amortizações.
(2) De acordo com a AGT, os seguros têm que ser atribuídos a todos os colaboradores, independentemente do vínculo laboral, mas
pode haver diferentes níveis de cobertura sem que isso ponha em causa a dedutibilidade fiscal.
Outros custos não aceites fiscalmente

 Donativos que não sejam concedidos em conformidade com a Lei do Mecenato;


 Juros de empréstimos/suprimentos dos sócios/accionistas (1);
 Custos indevidamente documentados (2);
 Custos não documentados (3);
 Despesas confidenciais (4).

(1) De acordo com as novas regras, os juros de suprimentos serão aceites até à taxa média do BNA;
(2) Documentação apenas identifica o nome ou entidade legal e respectivo NIF do beneficiário do seu pagamento;
(3) Não existe documentação válida de suporte da despesa nos termos da lei, mas a sua ocorrência e natureza são
materialmente comprováveis;
(4) Não existe documentação válida de suporte da despesa nos termos da lei, e a sua natureza, função ou origem,
não são materialmente comprováveis.

 Os requisitos referentes à documentação de suporte (v.g. facturas e documentos equivalentes)


encontram-se previstos nos artigos 4.º e 7.º do RJFDE – ver slides seguintes.
 A prática de procedimentos contabilísticos destinados a omitir os custos não aceites são sancionadas
nos termos do CGT.
Outros custos não aceites fiscalmente

 Custos indevidamente documentados (1);


 Custos não documentados (2);
 Despesas confidenciais (3).

A partir do exercício de 2017, os custos em questão estão sujeitos a tributação autónoma, por
acréscimo ao lucro tributável nas seguintes condições:
(1) Em 2% do valor dos custos indevidamente documentados que foram acrescidos ao lucro tributável;
(2) Em 4% do valor dos custos não documentados que foram acrescidos ao lucro tributável;
(3) Em 30% do valor das despesas confidenciais que foram acrescidas ao lucro tributável.

Com as recentes alterações ao CII, manteve-se apenas


a tributação autónoma das despesas confidenciais.
Regime Jurídico de Facturas e Documentos Equivalentes

• É introduzido um diploma legal que visa regular os requisitos para a emissão,


conservação e arquivamento das facturas e documentos equivalentes.

• Considera-se obrigatória a emissão de facturas ou documentos equivalentes


pelas pessoas singulares ou colectivas (com domicílio, sede, direcção efectiva ou
Considerações estabelecimento estável em Angola) em todas as transmissões onerosas de
gerais bens corpóreos, incorpóreos e prestações de serviços.

Recibos, notas de débito, despachos


Documentos aduaneiros e os talões de venda ou
equivalentes? outros documentos que preencham
os requisitos constantes do Diploma
Condições de processamento e emissão das facturas

• As facturas ou documentos equivalentes deverão ser emitidos com recurso a


programas informáticos que garantam a numeração sequencial cronológica.

Através de programas informáticos, que garantam a


Como? numeração sequencial e cronológica

No momento do seu pagamento ou até ao quinto dia


Quando? útil a seguir à data da operação de transmissão do bem
ou prestação do serviço.
Processamento
e emissão de
facturas • Sempre que for emitida a factura, a mesma deverá ser emitida em duplicado,
destinando-se o original ao cliente e a cópia ao arquivo do fornecedor.

• No caso de avaria técnica dos equipamentos ou em situações de


inoperacionalidade, devem os contribuintes emitir facturas ou documentos
equivalentes impressos tipograficamente.

• Quando os contribuintes devam proceder a rectificação ou substituição dos


documentos emitidos, estes devem conter, a expressão “rectificação ou
substituição”, bem como a identificação do documento rectificado ou substituído.
Dispensa de emissão de facturas
• É dispensada a obrigação de emissão de factura, sempre que se verifiquem as
seguintes operações:
 Transmissões de bens feitas através de aparelhos de distribuição automática, ou
de recurso aos sistemas electrónicos;
 Prestações de serviços em que seja habitual a emissão de talão, bilhete de
ingresso ou de transporte, senha, ou outro documento impresso, emitido ao
portador, comprovativo do pagamento;
 Transmissão de bens e prestações de serviços cujo valor seja igual ou inferior a
1.000 AKZ.
Processamento
e emissão de
facturas

A dispensa de emissão de factura não afasta a obrigação da emissão


de talões de venda ou de recibos, em que seja identificável o nome do
vendedor dos bens ou prestador dos serviços, bem como o respectivo
NIF e morada.

De referir, contudo, que a dispensa de emissão de factura é afastada,


sempre que o adquirente dos bens ou dos serviços o solicite,
independentemente do valor das mesmas.
Requisitos obrigatórios
• As facturas devem ser devidamente datadas, sequencialmente numeradas, por via
da utilização de programas informáticos, e conter obrigatoriamente os seguintes
elementos:

 O nome, a firma ou denominação social e a sede ou domicílio do fornecedor de


bens/prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os seus
NIFs;
 A designação “Processado por computador” e a identificação do respectivo
sistema informático;

Requisitos  Numeração sequencial, por anos económicos;


das facturas
 Discriminação dos bens ou serviços prestados com indicação das quantidades;

 O preço final em moeda nacional, com todos os elementos que concorrem para a sua
formação;

 As taxas e o montante de imposto devido, quando aplicável;

 A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os


serviços foram realizados ou em que foram efectuados pagamentos anteriores à
realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura;

 A factura deve estar escrita obrigatoriamente em língua portuguesa.


Transmissões onerosas
de bens corpóreos ou • 20% do valor da factura em falta.
incorpóreos e
Multa • Em caso de prática reiterada, a
transmissões de
serviços sem factura percentagem é elevada para 40%.

Nota: Entende-se por incumprimento reiterado, a não emissão de facturas em mais de quatro
Penalidades transmissões onerosas de bens ou prestações de serviços.
para os
fornecedores
/ prestadores
Transmissões onerosas • 30.000 AKZ por cada factura emitida,
de bens corpóreos ou quando os elementos em causa sejam o
incorpóreos e
preço ou o nome da entidade legal
transmissões de
Multa emitente ou o seu NIF.
serviços com factura
que não contém
todos elementos • 10.000 AKZ por cada factura emitida,
obrigatórios quando estejam em causa os restantes
elementos.
Impacto na esfera dos adquirentes
• Os custos incorridos com qualquer despesas são apenas aceites para efeitos do
apuramento da matéria colectável quando devidamente documentados, nos
termos da legislação em vigor.

A partir do exercício de 2017 Tributação autónoma

Custos em que a documentação de suporte apenas


Custos
Impacto em identifica o nome ou a entidade legal e o número de
indevidamente 2%
sede de identificação fiscal (“NIF”) do beneficiário do
documentados
Imposto rendimento
Industrial
para os Custos em que não existe documentação válida
adquirentes Custos não de suporte nos termos da lei, mas em que a
4%
/ documentados ocorrência e natureza dos mesmos se consideram
beneficiários materialmente comprováveis
dos serviços
Custos em que não existe documentação válida
Despesas de suporte nos termos da lei. Neste caso, a
30%
confidenciais ocorrência e natureza dos mesmos não se
consideram materialmente comprováveis.

Taxa elevada para 50%, nas circunstâncias em que estas despesas originem um custo
ou um proveito na esfera de um sujeito passivo, por qualquer forma, isento, ou não
sujeito, a tributação em sede de Imposto Industrial.
Reintegrações e amortizações

Dedutibilidade fiscal:

 Só são aceites fiscalmente as amortizações que:

 Estiverem contabilizadas como custo;


 Respeitarem a elementos do imobilizado sujeitos a deperecimento;
 Resultarem da aplicação das taxas definidas na Tabela das reintegrações e amortizações, anexa ao Decreto
Executivo sobre Amortizações e Reintegrações do Imobilizado.
 Salvo razões devidamente justificadas e previamente aceites pela AGT, as amortizações dos elementos do activo
imobilizado são consideradas a partir da sua entrada em funcionamento, ou seja, não basta estarem disponíveis
para o efeito.
 Não são aceites amortizações pela aquisição de bens móveis sujeitos a registo (v.g., veículos automóveis), dos
quais o contribuinte não possua, sequer a respectiva declaração de venda, em que seja identificável o transmitente
originário, e elementos identificativos que permitam identificar o bem de forma individualizada.

Nota: As amortizações e reintegrações dos contribuintes sujeitos aos Planos de Contas das Instituições
Financeiras e Seguradoras devem ser realizadas de acordo com os respectivos normativos contabilísticos,
mesmo quando contrários às disposições do CII, podendo, no entanto, os procedimentos de contabilização
serem corrigidos pela AGT quando se entenda que estes não têm aderência aos respectivos normativos
contabilísticos
Reintegrações e amortizações

Desvalorizações excepcionais de elementos do activo imobilizado

 Podem ser considerados integralmente como custo num só exercício as desvalorizações excepcionais de
elementos do activo amortizável provenientes de causas anormais – designadamente as provocadas por
desastres, fenómenos naturais ou obsolescência técnica não prevista –, mediante reconhecimento da AGT
(v.g., abates que não sejam por venda);
 Para o efeito, o contribuinte deverá requerer ao Chefe da Repartição Fiscal a aprovação dessa amortização
extraordinária, através de exposição devidamente fundamentada até fim do mês seguinte ao da
ocorrência do facto que determinou a desvalorização excepcional.

Como é determinado o momento em que ocorre a desvalorização?


 Data do registo contabilístico da desvalorização excepcional;
 Data do acidente.

 Presunção de deferimento do pedido apresentado, caso a Repartição Fiscal não responda no prazo de
45 dias.
Reintegrações e amortizações

Amortizações não aceites

 Não são aceites como gastos as amortizações:

‒ Que não sejam contabilizadas como custo ou perda no exercício a que respeitem;

‒ De elementos do activo não sujeitos a deperecimento;


Excepto se:
Devidamente
‒ Que resultam da aplicação de taxas superiores à taxas permitidas;
justificado
e reconhecido
‒ Praticadas para além do período de vida útil definido – inferiores à taxa permitida; pela AGT

‒ De imóveis na parte correspondente ao valor não sujeito a deperecimento – valor do terreno (1)

Nota: Caso não haja indicação expressa do valor do custo do terreno, deverá ser considerado 20% do valor
global, excepto se for estimado outro valor, com base em cálculos tecnicamente elaborados e fundamentados
por entidade independente e previamente aceites pela AGT.

(1) Excepto se exclusivamente afecto à actividade de exploração, e apenas na parte sujeita a deperecimento.
Reintegrações e amortizações

Amortizações não aceites

 Não são aceites como gastos as amortizações (cont.):

‒ Do aumento das reintegrações resultante de reavaliações não previstas legalmente;

‒ De viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte do valor de aquisição ou reavaliação que


exceda os AKZ 7.000.000,00, de barcos de recreios e aviões ou helicópteros (excepto se estiverem
afectos à exploração de serviços de transporte ou se destinarem a ser alugados no exercício da
actividade normal da empresa);

‒ De desvalorizações excepcionais que não sejam previamente aprovadas pela AGT;

‒ Que não estejam inscritos e devidamente justificados nos mapas de amortizações.


Norma transitória

• Novas regras aplicáveis aos bens do activo imobilizado que entrem em funcionamento após a data de
entrada em vigor das disposições constantes do texto da Lei.

• Os bens cujo início de utilização tenha ocorrido em período anterior à entrada em vigor deste diploma
deverão manter os procedimentos de amortização desses bens, nos termos do regime de amortização
anterior à entrada em vigor deste diploma.
Reintegrações e amortizações

Aspecto temporal

Decreto Presidencial n.º 207/15 Portaria n.º 755/72

Os bens adquiridos ou com entrada em


funcionamento no exercício fiscal de 2015,
A partir
as amortizações e reintegrações devem
de
2015
ser realizadas de acordo com os N/A
respectivos normativos contabilísticos,
mesmo quando contrários ao disposto no
CII. (1)

Os bens adquiridos ou com entrada em


funcionamento até ao exercício fiscal de
Até
2014 N/A 2014, as amortizações e reintegrações
devem ser realizadas de acordo com a
portaria n.º 755/72.

(1) Excepto as entidades reguladas que cumprem com o respectivo plano de contas aprovado pela entidade de
supervisão.
Provisões

Provisões dedutíveis
• Provisões para processos judiciais em curso, por factos que determinariam a inclusão daqueles entre
os custos ou perdas do exercício;

• Provisões para cobertura de créditos de cobrança duvidosa;

• Provisões para depreciação de existências;

• Provisões impostas pelas entidades públicas reguladoras do sector financeiro, segurador e de


jogos, e de outras entidades públicas reguladoras.

Inclui as provisões constituídas de harmonia com a disciplina


imposta pelo Banco Nacional de Angola (BNA)
Provisões

Provisões não dedutíveis


• Provisões não previstas no artigo 45.º CII

• Provisões excessivas

- Provisões para cobertura de créditos de cobrança duvidosa


Provisões que ultrapassem
- Provisões para depreciação de existências as taxas e os limites fixados
legalmente
- Outras provisões aceites fiscalmente

Créditos incobráveis

• Os créditos incobráveis só são de considerar como custos ou perdas do exercício na medida em que
tal resulte de processos de execução, falência ou insolvência, devidamente documentada através de
certidão pública.
Deduções ao lucro tributável

Proveitos sujeitos a IPU decorrentes de rendimentos prediais (rendas de imóveis)

Proveitos sujeitos a IAC

• Títulos de Dívida Pública – “TDP” (Obrigações do Tesouro (“OT”) e Bilhetes do Tesouro (“BT”)

• Títulos de dívida privada

• Aplicações de Depósito a prazo

• REPOs sobre TDP

• Títulos do Banco Central (“TBC”)

• Outros rendimentos sujeitos a IAC (v.g., prestações acessórias remuneradas, dividendos)


Prejuízos fiscais

• Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício são deduzidos à matéria colectável, havendo-os,
de um, ou mais, dos 3 anos posteriores.

• Os prejuízos sofridos em actividade que beneficie de isenção ou redução de taxa do Imposto Industrial
não serão deduzidos dos lucros de outras actividades sujeitas ao regime geral do mesmo imposto.

• Os prejuízos verificados no decorrer de períodos em que foi aplicável isenção ou redução de taxa não
poderão ser deduzidos à matéria colectável, havendo-o, nos exercícios posteriores ao fim do período de
isenção.

Exemplo:

2018 2019 2020 2021

Apuramento de prejuízo fiscal

Período de tempo para dedução do prejuízo fiscal apurado


Taxas

Residentes Não residentes

Rendimentos provenientes de
Rendimentos provenientes actividades exclusivamente
de actividades de natureza agrícolas, aquícolas, avícolas, Com estabelecimento
comercial ou industrial pecuárias, piscatórias e silvícolas estável

30% (*) 15% 30% (*)


Liquidações provisórias

• O Imposto Industrial é autoliquidado provisoriamente até ao final dos meses de Agosto e Julho
(consoante seja um contribuinte do Grupo A ou B), por referência ao próprio exercício fiscal.

• Esta liquidação é efectuada mediante a aplicação da taxa de 2% sobre o volume total de vendas
obtidas nos primeiros 6 meses do exercício.

• Os contribuintes cuja actividade esteja no âmbito dos poderes de supervisão do BNA e da entidade de
Supervisão de Seguros efectuam a respectiva liquidação provisória, mediante a aplicação de uma
taxa de 2% sobre o total do resultado derivado de operações de intermediação financeira/do
total de prémios de seguro e resseguro, apurados nos primeiros 6 (seis) meses do exercício
fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a IAC.

• O pagamento deste imposto é provisório e releva na liquidação definitiva, deduzindo-se à colecta


final do contribuinte.

• Não obstante, o contribuinte poderá deduzir deduzir ao montante de liquidação provisória apurado em
determinado exercício o imposto, comprovadamente, entregue em excesso nas liquidações
provisórias dos exercícios anteriores, até ao limite do prazo de caducidade previsto no Código Geral
Tributário (i.e., 5 anos).

• Em situação de prejuízo fiscal no exercício anterior, o contribuinte está dispensado de


pagamento das liquidações provisórias no exercício seguinte.
• Liquidações provisórias – até final de Agosto de cada
exercício;

Momentos de pagamento do • De cada vez que prestam um serviço sujeito a retenção na


Imposto Industrial fonte;

• Com a entrega da Declaração de rendimentos Modelo 1 de


Imposto Industrial.
Liquidações provisórias – Retenções na fonte por prestações de serviços

Prestações de serviços efectuadas por entidades residentes

• As prestações de serviços efectuadas por sujeitos passivos de Imposto Industrial com sede, direcção
efectiva ou estabelecimento estável em Angola que exerçam actividades de prestação de serviços de
qualquer natureza, estão sujeitos a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%.

• A liquidação e entrega do imposto devido é da responsabilidade da pessoa colectiva pagadora do serviço,


que responde pela totalidade do imposto e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito
de regresso da entidade sujeita a retenção na fonte, mas apenas quanto à dívida principal.

• Neste sentido, caso o contribuinte preste qualquer serviço sujeito a Imposto Industrial, a retenção na fonte
efectuada pela entidade pagadora, a título de pagamento deste imposto, é provisória e releva na
liquidação definitiva, deduzindo-se à colecta final do contribuinte.

• O contribuinte deverá solicitar o documento comprovativo (i.e., DAR) de entrega deste imposto ao Estado
por parte da entidade pagadora do serviço.
• Se na determinação final do Imposto Industrial, for apurado um montante inferior ao imposto pago
provisoriamente no decurso do exercício, esse crédito deverá ser abatido à colecta do exercício seguinte, e
assim sucessivamente nos exercícios seguintes, dentro do prazo geral de caducidade do imposto (i.e., 5
anos).
Declaração Modelo 1 de Imposto Industrial
Quadro 5. RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Acréscimos
Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”)
 Amortizações excessivas ou n
Imposto Industrial
 Provisões excessivas ou não previstas
IPU sobre imóveis de serviço próprio
 Provisões não previstas
Custos de conserv. e rep. de imóveis arrendados (IPU)
 Donativos não enquadráveis nos termos da Lei do Mecenato
Juros de empréstimos / suprimentos
 Outros acréscimos
Deduções Custos com realizações de utilidade social não aceites

 Proveitos sujeitos a IPU/IAC Correcções de exercícios anteriores e extraordinárias

 Provisões dedutíveis Multas de qualquer natureza


 Majoração de donativos Variações patrimoniais positivas
 Outras deduções
Custos indevidamente documentados
= LUCRO TRIBUTÁVEL
Custos não documentados
Deduções à Matéria Colectável
Despesas confidenciais
Quadro 6. - • Prejuízos Fiscais (3 anos)
Seguros de vida e saúde não aceites
• Lucros levados a reservas
Encargos de terceiros
= MATÉRIA COLECTÁVEL
Ajustamentos de preços de transferência
X Taxa Imposto Industrial (30%)
Créditos incobráveis
= COLECTA DE IMPOSTO INDUSTRIAL
Tributações autónomas (mecenato e RJFDE)
Deduções à Colecta
Quadro 7. -
• Liquidações Provisórias
• Retenções na Fonte Reversão de amortizações

•Créditos de imposto (v.g., de exercícios anteriores, reconhecidos pelas AF) Outros proveitos tributados em anos anteriores (v.g.,
excesso de estimativa de Imposto Industrial de exercício
= TOTAL A PAGAR / TOTAL A RECUPERAR anterior)
Preços de transferência

• A AGT pode efectuar as correcções que sejam necessárias para a determinação da matéria colectável
sempre que:
‒ em virtude de relações especiais enfie o contribuinte e outra pessoa, sujeita ou não a Imposto
Industrial, que tenha, ou não, sede ou direcção efectiva em território angolano, tenham sido
estabelecidas condições diferentes das que seriam normalmente acordadas entre pessoas
independentes, conduzindo a que o lucro tributável apurado com base na contabilidade seja
diverso daquele que se apuraria em circunstâncias normais de mercado;

‒ se verifiquem idênticos desvios nas actividade sujeitas e não sujeitas ao imposto industrial exercidas
simultaneamente;

‒ se verifique que a existência de posições de terceiros dominantes no capital ou interferências directas


ou indirectas na gestão, provocam desvios no apuramento dos resultados em prejuízo do cômputo da
matéria colectável.

Há lugar a um ajustamento correlativo, reflexo das correcções feitas na determinação da


matéria colectável pela aplicação das regras de preços de transferência, quando a entidade é
sujeito passivo de imposto industrial ou do imposto sobre os rendimentos de trabalho.
Preços de transferência

• Uma entidade tem poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influência significativa nas
decisões de gestão da outra, nomeadamente:

Quando os administradores ou Quando se encontrem em


gerentes de uma sociedade, bem relações de domínio(1) ou de
como os cônjuges, ascendentes e participações recíprocas, bem
descendentes destes, detenham como vinculadas por via de
directa ou indirectamente uma contrato de subordinação(2), de
participação não inferior a 10% do grupo paritário(3), ou outro efeito
capital ou dos direitos de voto na equivalente nos termos da lei das
outra entidade. sociedades comerciais.
Relações especiais

Quando a maioria dos membros dos


órgãos de administração, direcção Quando entre uma e outra
ou gerência sejam as mesmas entidade existam relações
pessoas ou, sendo pessoas comerciais que representem
diferentes, estejam ligadas entre si Quando uma entidade financie a mais de 80% do seu volume
por casamento, união de facto ou outra, em mais de 80% da sua total de operações.
parentesco na linha recta. carteira de crédito.
(1) Percentagem de detenção, directa e indirectamente, não inferior a 10% (art. 465.º e 469.º da lei das sociedades comerciais);
(2) Contrato mediante o qual a gestão da actividade de uma sociedade é subordinada a outra sociedade (directora) [art. 481.º da lei das sociedades
comerciais];
(3) Contrato de submissão a uma direcção comum celebrado entre sociedades que não estão dependentes entre si (art. 478.º da lei das sociedades

comerciais).
Preços de transferência

Obrigações declarativas

O Estatuto dos Grandes Contribuintes prevê regras mais específicas no domínio dos preços de
transferência, introduzindo maior precisão na definição do conceito de relações especiais e, especialmente,
determinando a obrigatoriedade de ser preparado um dossier fiscal de preços de transferência quando
os proveitos totais excedam cerca de sete mil milhões de AKZ, a entregar até seis meses após a data de
encerramento do exercício fiscal (ou seja, 30 de Junho de cada exercício fiscal).
Na elaboração do dossier de preços de transferência são caracterizadas as relações e preços praticados com
as sociedades com as quais possuam relações especiais.
Deste modo, o dossier de preços de transferência deverá ter a seguinte estrutura e comentário:
 Sumário;
 Envolvente macro-económica;
 Apresentação da entidade;
 Análise funcional da entidade;
 Identificação das operações vinculadas (i.e., operações entre entidades relacionadas);
 Análise económica das operações vinculadas.

Ora, para efeitos da determinação das condições que seriam acordadas nas operações entre entidades
independentes, a AGT apenas aceita os seguintes métodos:
‒ O método do preço comparável de mercado;
‒ O método do preço de revenda minorado;
‒ O método do custo majorado.
2.2. Imposto sobre a
Aplicação de Capitais
(“IAC”)
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Aspectos preliminares
• Código aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14, de 20 de Outubro

• O Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”) incide sobre os rendimentos provenientes da simples
aplicação de capitais e divide-se em duas secções:
 Secção A
 Secção B
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais
SECÇÃO A - Incidência
•A Secção A compreende os seguintes rendimentos:

 Os juros dos capitais mutuados, em dinheiro ou géneros, por qualquer forma;


 Os rendimentos provenientes dos contratos de abertura de crédito;
 Os rendimentos originados pelo diferimento no tempo de uma prestação ou pela mora no pagamento,
ainda que auferidos a titulo de indemnização ou de cláusula penal, estipuladas nos contratos;
 As letras e livranças, enquanto títulos de colocação de capitais.

Excepto: Quando o sacador ou sacado seja comerciante no acto do saque e delas conste que
provêm de transacções comerciais, situação em que são consideradas como meros títulos de pagamento
(a AGT pode exigir sempre a prova desta circunstância);
Todavia, se não forem pagas dentro do prazo, ficam sujeitas a IAC desde a data do vencimento (salvo se
aplicável isenção).
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Incidência
• Os rendimentos anteriormente elencados encontram-se sujeitos a IAC quando obtidos nas seguintes
condições:
 Rendimentos produzidos em Angola, rendimentos que derivem de capitais aplicados em Angola, ou
seja:
• Rendimentos pagos por entidades que aí possuam residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável ao qual o pagamento deva imputar-se;
• Capitais colocados através de actos celebrados em Angola ou cuja restituição tenha sido caucionada com bens
aí existentes (excepto se for apresentada prova em contrário).

 Rendimentos auferidos por pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que


tenham em Angola residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável ao qual os rendimentos
sejam imputáveis.

• São sujeitos passivos do imposto os titulares dos respectivos rendimentos.


2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Isenções
• Estão, no entanto, isentos de IAC, Secção A:
 Os rendimentos das instituições financeiras e das cooperativas, quando sujeitos a Imposto
Industrial, ainda que dele isentos;
 Os juros das vendas a crédito dos comerciantes relativos a produtos ou serviços do seu comércio ou indústria,
bem como o juro ou qualquer compensação da mora no pagamento do respectivo preço;
 Os juros dos empréstimos sobre apólices de seguros de vida, feitos por sociedades de seguros.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Facto gerador do imposto

Atribuição efectiva dos rendimentos


Não haverá, no entanto, lugar a tributação se o credor

Presunção da existência de rendimento provar que, tendo usado todos os meios facultados pela
lei para os receber, não lhe foi possível cobrá-los.

Possibilidade legal de os exigir

•Os rendimentos ficam sujeitos a imposto desde o momento em que começam a vencer-se ou se presume o seu
vencimento.

•As aberturas de crédito consideram-se utilizadas na totalidade sempre que, segundo as cláusulas do contrato,
os levantamentos possam fazer-se independentemente de escritura ou instrumento notarial.

•Tratando-se de créditos em que inicialmente não se verifique qualquer das circunstâncias previstas para a
respectiva sujeição a imposto, esta começa a partir da data em que o credor ou devedor, fixe residência em
Angola.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Matéria colectável, taxa e pagamento


Taxa
• A taxa aplicável aos rendimentos sujeitos e não isentos compreendidos na Secção A corresponde a 15%.

Pagamento do imposto
• O pagamento do imposto é efectuado pelos respectivos titulares dos rendimentos. Contudo, se os titulares
dos rendimentos não possuírem em Angola residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável, será o imposto liquidado pelos devedores.

• O pagamento do imposto devido far-se-á até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeite o
imposto.

Requisito de pagamento do imposto


•Os documentos que titulem actos ou situações que dêem lugar a tributação em imposto sobre a aplicação de
capitais não poderão ser recebidos em juízo ou em qualquer repartição pública sem que se prove ter sido pago
o imposto, quando devido.
•Não poderá ter seguimento em juízo qualquer acção em que se peçam juros, quer desde a mora ou desde a
citação do réu, quer anteriores, sem que do respectivo processo conste que se encontra pago o imposto devido.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Obrigações declarativas
Regra geral
• As pessoas obrigadas à liquidação do IAC têm de apresentar Excepto:
em duplicado, na repartição fiscal da sua área do domicílio, uma Os empréstimos efectuados pelos
declaração de todos os rendimentos recebidos, pagos ou postos organismos corporativos.
Todavia, os mesmos ficam obrigados
à disposição dos seus titulares, até ao final do mês de Janeiro do
a organizar, um livro de registo dos
ano seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou empréstimos concedidos, que deverá
ser apresentado em caso de
colocação à disposição ocorram.
fiscalização.

• Os titulares dos créditos ou seus representantes, são obrigados a declarar, dentro do prazo de trinta dias,
as alterações ocorridas em relação aos elementos constantes da declaração que possam originar
agravamento do imposto, devendo igualmente declarar os recebimentos parciais e quaisquer outras
modificações que importem diminuição de colecta.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

SECÇÃO B - Incidência
Os lucros, seja qual for a sua natureza, espécie ou designação, atribuídos aos sócios das sociedades comerciais ou civis
sob a forma comercial, bem como o repatriamento de lucros imputáveis a EE de não residentes em Angola;
As importâncias ou quaisquer outros valores atribuídos aos sócios das sociedades cooperativas, desde que constituam
remunerações do capital;
Os juros das obrigações emitidas por qualquer sociedade;
Os juros de suprimentos ou de outros abonos feitos pelos sócios às sociedades, bem como os rendimentos dos lucros
que, tendo sido atribuídos aos sócios das sociedades não anónimas nem em comandita por acções, por eles não sejam
levantados até ao fim do ano da respectiva atribuição;
O saldo dos juros apurados em conta corrente, nos termos previstos no artigo 344.º e seguintes do Código
Comercial, e bem assim os juros escriturados em conta corrente, nos demais casos;
As importâncias atribuídas a empresas singulares ou colectivas a titulo de indemnização pela suspensão da sua
actividade;
Os lucros que as pessoas singulares ou colectivas aufiram pelo facto de um comerciante as interessar nos seus
negócios, em regime de conta em participação, nos termos da respectiva legislação;
A emissão de acções em que tenha havido reserva de preferência na subscrição (ou seja, em que as acções sejam
oferecidas aos accionistas por valor mais baixo do que o estabelecido para o público).
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Incidência (cont.)
Royalties;
Os juros dos depósitos à ordem e dos depósitos a prazo constituídos junto das instituições financeiras
regularmente constituídas;
Os juros dos bilhetes do tesouro e das obrigações do tesouro;
Os prémios de amortização ou reembolso e as outras formas de remuneração dos bilhetes do tesouro e das
obrigações do tesouro;
Os juros dos títulos do banco central;
Os prémios de amortização ou reembolso e as outras formas de remuneração dos títulos do Banco Central;
Os juros corridos de títulos de dívida;
QO saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias decorrentes da alienação de participações sociais ou outros
instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC;
Prémios de jogo de fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja a sua natureza ou proveniência;
Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais, não compreendidos na secção A.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Incidência (cont.)
• Os rendimentos anteriormente elencados encontram-se sujeitos a IAC desde que obtidos nas seguintes
condições:
 Sejam pagos por uma pessoa singular ou colectiva com domicílio, sede ou direcção efectiva em
território Angolano;
 Sejam postos à disposição através de um estabelecimento estável em território Angolano;
 Sejam recebidos por pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede ou direcção efectiva em
território Angolano;
 Sejam atribuídos a um estabelecimento estável em território Angolano.

Facto gerador de imposto


Atribuição efectiva dos
rendimentos

Presunção da existência
de rendimento
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Isenções
• Estão, no entanto, isentos de IAC:
 Os lucros distribuídos por uma entidade com sede ou direcção efectiva em território Angolano no caso em
que a entidade beneficiária seja uma pessoa colectiva ou equiparada com sede ou direcção efectiva em
território Angolano sujeita a Imposto Industrial, ainda que dele isenta, que detenha no capital social da
entidade que distribui os lucros uma participação não inferior a 25% por um período superior a um ano
anterior à distribuição dos lucros;

 Os juros de instrumentos que se destinem a fomentar a poupança que sejam devida e previamente
aprovados pelo Ministro das Finanças sob parecer da AGT, ouvido o Banco Nacional de Angola.
Excepto: Quanto aos juros auferidos relativamente a valores de capital superiores a 500.000 AKZ por
pessoa.

 Os juros das conta-poupança habitação criadas pelas instituições financeiras com o objectivo de fomentar
a poupança com vista à aquisição de habitação própria e permanente.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais
Taxas
• A taxa aplicável aos rendimentos sujeitos e não isentos compreendidos na Secção B corresponde a 10%,
excepto para:
 O saldo dos juros apurados em conta corrente, nos termos previstos no artigo 344.º e
seguintes do Código Comercial, e bem assim os juros escriturados em conta corrente,
nos demais casos;
 As importâncias atribuídas a empresas singulares ou colectivas a titulo de
indemnização pela suspensão da sua actividade; Taxa de
 Prémios de jogo de fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja a sua 15%
natureza ou proveniência;
 Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais, não
compreendidos na secção A.

• Os rendimentos de títulos de dívida (obrigações, Bilhetes e Obrigações de Tesouro,


Títulos do BNA, etc), incluindo os juros corridos dos mesmos, quando os títulos a que
dizem respeito se encontrem admitidos à negociação em mercado regulamentado e a
Taxa de
sua emissão apresente uma maturidade igual ou superior a 3 anos;
• Os lucros de participações sociais que se encontrem admitidas à negociação 5%
em mercado regulamentado (sendo esta redução de taxa apenas aplicável durante
5 anos após a entrada em vigor do diploma em apreço).
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Liquidação do imposto
• A liquidação do imposto é efectuada pelas entidades a quem incumbe o pagamento dos rendimentos,
que ficam responsáveis pela totalidade do imposto e acréscimos no caso de não pagamento, sem prejuízo do
direito de regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à dívida principal.

Excepto nos seguintes rendimentos: Liquidação a ser


 Emissão de acções em que tenha havido reserva de preferência na subscrição; efectuada pelos
titulares do
rendimento sujeito
a imposto

• Quando a liquidação do imposto é obrigação da entidade a quem incumbe o pagamento dos rendimentos,
estas ficam obrigadas a efectuar sempre o desconto do imposto devido nos rendimentos que paguem ou
coloquem à disposição.

• No caso de lucro de participações sociais e rendimentos de títulos de dívida, tratando-se de títulos admitidos
à negociação em mercado regulamentado detidos por entidades isentas de IAC, passa a competir às
instituições financeiras através das quais esses títulos sejam detidos instruir os respectivos emitentes no
sentido de não ser efectuada a respectiva retenção na fonte, bem como cumprir com as demais obrigações
previstas no diploma em apreço.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Liquidação do imposto (cont)

• Quando os rendimentos sejam auferidos por uma entidade angolana, em resultado de aplicações
efectuadas no estrangeiro, estes ficam responsáveis pela liquidação do imposto junto dos cofres do
Estado, na medida em que as entidades a quem incumbe o pagamento dos rendimentos não dispõem de
capacidade legal para o fazer.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Entrega do imposto
• O pagamento do imposto não sujeito a retenção na fonte (ou seja, liquidado pelo titular do rendimento)
far-se-á até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeite o imposto.

• A entrega do imposto retido (ou seja, liquidado pelo devedor do rendimento) far-se-á na repartição fiscal da
área do domicílio ou, na falta desta, na do principal estabelecimento da entidade que a ela deva proceder ou
do estabelecimento estável, até ao fim do mês seguinte àquele em que se verifique:
i. A aprovação das contas de gerência, ou a colocação dos rendimentos à disposição dos seus titulares
antes de encerradas as contas ou independentemente da sua aprovação formal, relativamente aos
seguintes rendimentos:
• Os lucros, seja qual for a sua natureza, espécie ou designação, atribuídos ao sócios das sociedades
comerciais ou civis sob a forma comercial;
• As importâncias ou quaisquer outros valores atribuídos aos sócios das sociedades cooperativas, desde que
constituam remunerações do capital;
• Os juros de suprimentos ou de outros abonos feitos pelos sócios às sociedades, bem como os rendimentos
dos lucros que, tendo sido atribuídos aos sócios das sociedades não anónimas nem em comandita por
acções, por eles não sejam levantados até ao fim do ano da respectiva atribuição.
2. Impostos sobre o rendimento
2.2. Imposto sobre a Aplicação de Capitais

Entrega do imposto
ii. O vencimento dos juros nos seguintes casos:
• Os juros das obrigações emitidas por qualquer sociedade;
• Saldo dos juros apurados em conta corrente, nos termos previstos no artigo 344.º e seguintes do
Código Comercial, e bem assim os juros escriturados em conta corrente, nos demais casos;
• Os juros dos depósitos à ordem e dos depósitos a prazo constituídos junto das instituições financeiras
regularmente constituídas;
• Os juros dos bilhetes do tesouro, das obrigações do tesouro e dos títulos do banco central.

iii. A liquidação ou colocação à disposição dos rendimentos nos restantes casos.

• O pagamento do imposto realizar-se-á através do preenchimento e entrega na dependência bancária ou


entidade legalmente indicada para o efeito do Documento de Arrecadação de Receita (DAR) e dos meios de
pagamento adequados, nos termos do Código Geral Tributário.
• Se o pagamento não for efectuado dentro do prazo legal, será extraída certidão de dívida tributária sendo o
processo encaminhado para cobrança coerciva.
2.3. Imposto Predial
Urbano (“IPU”)
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Introdução

• O Código do IPU foi aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 4044/70, de 13 de Outubro.

• O Código do IPU sofreu alterações legislativas efectuadas ao diploma em questão, nomeadamente, as


decorrentes da Lei n.º 18/11, de 21 de Abril, da qual resultaram significativas alterações legislativas,
aprovadas no âmbito da Reforma Tributária actualmente em curso.

Esta lei veio introduzir algumas alterações relevantes ao Código do IPU e ao Código do
Imposto Industrial, tendo como principal objectivo desagravar a carga fiscal incidente
sobre a detenção e rendimento dos imóveis.

• O IPU incide sobre os rendimentos de prédios urbanos situados no território da República de Angola,
quando estejam arrendados ou, quando não o estejam, sob a sua detenção.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano
Principais alterações introduzidas pela da Lei n.º 18/11, de 21 de Abril

• O artigo 16.º do Código do IPU sofreu uma das alterações mais benéficas na esfera dos contribuintes,
uma vez que passou a ser possível deduzir às rendas efectivamente recebidas 40% das despesas
relacionadas com o imóvel, ao invés dos 20% anteriormente previstos, para efeitos do apuramento
do rendimento colectável dos imóveis arrendados, em sede de IPU.

• Por outro lado, a taxa praticada no âmbito do IPU aplicável aos imóveis arrendados foi alterada
para 25% (sofreu, portanto, um decréscimo de 5%), o que poderá implicar uma importante redução
dos custos fiscais, na esfera dos contribuintes.

• A nova redacção do artigo 104.º do Código do IPU prevê que as entidades que devam dispor de
contabilidade organizada a quem caiba o pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis (na
qualidade de arrendatários, nos termos dos respectivos contratos de arrendamento) passam a ser
obrigadas, na altura da sua atribuição ou pagamento, a reter na fonte o IPU devido.

• Assim, a responsabilidade da liquidação e entrega do imposto passa a ser do arrendatário, que


responde pela totalidade do imposto e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do direito
de regresso contra o devedor do imposto (senhorio), mas apenas quanto à dívida principal.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Incidência

• No caso de prédios arrendados, o IPU incide sobre os rendimentos de prédios urbanos (rendas)
situados no território angolano.

Tudo quanto o senhorio receba do arrendatário, ou este satisfaça em sua vez, por
efeito directo da cedência dos prédios e dos serviços que porventura neles tenha
Conceito
estabelecido, quer estes serviços sejam especiais para o arrendatário, quer comuns
de renda
a outros arrendatários do mesmo ou de diversos prédios e ainda que também
aproveitem ao próprio senhorio.

• O imposto é devido pelos titulares do direito aos rendimentos dos prédios (senhorios), presumindo-se
como tais as pessoas em nome de quem os mesmos se encontrem inscritos na matriz.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano
Isenções
• Estão isentas de IPU as seguintes entidades:
 Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade pública;
 Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas representações diplomáticas ou
consulares, quando haja reciprocidade;
 Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao culto.

• Isenções reconhecidas por Despacho do DNI, a requerimento das entidades interessadas e após parecer
favorável do MNE e do INAR.

Determinação da matéria colectável

• A matéria colectável consiste no valor das rendas efectivamente recebidas em cada ano, líquidas de
(presume-se) 40% das despesas relacionadas com o imóvel, tais como:
 Assistência técnica e energia para elevadores, monta-cargas e elevação de água;
 Retribuição de porteiros e pessoal de limpeza;
 Iluminação de vestíbulos e escadas;
 Climatização central;
 Administração da propriedade horizontal;
 Prémio de seguros assistência dos prédios.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Taxa

• A taxa é de 25%, não podendo resultar um montante de imposto a pagar inferior a 1% do valor
patrimonial do imóvel.

• Neste caso, tendo em consideração que a matéria colectável destes imóveis corresponde a apenas
60% do valor das rendas recebidas no ano, é aplicável uma taxa efectiva de 15% (60% das rendas
recebidas x 25% de taxa de IPU).

Liquidação e pagamento do imposto


• A liquidação do IPU opera por retenção na fonte relativamente às rendas pagas por
contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada (nomeadamente,
pessoas colectivas). Cabe ao arrendatário proceder à liquidação e ao pagamento do respectivo
imposto, na qualidade de substituto tributário do titular do direito aos rendimentos dos prédios
(senhorio).
• O arrendatário responde pela totalidade do imposto e acréscimos, no caso de não pagamento,
sem prejuízo do direito de regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto à dívida
principal.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Liquidação e pagamento do imposto (Cont.)

Arrendatário Senhorio

Entidade com contabilidade Sem responsabilidade em sede de


organizada IPU

Pagamento da renda
deduzida do valor do IPU
devido (retenção na
fonte)

Entidade sem contabilidade Responsabilidade de liquidar e


organizada pagar o imposto

Pagamento da totalidade da
renda
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Liquidação e pagamento do imposto (Cont.)

• O sujeito passivo (senhorio), por sua vez, fica obrigado a comprovar o cumprimento da
obrigação de retenção na fonte, por parte do arrendatário, sob pena de ser considerado
responsável pelo pagamento do imposto em falta.

• Para tal, o sujeito passivo deve receber do arrendatário o Documento de Arrecadação de Receitas
(DAR) que comprove a entrega do imposto retido ou, assim não sendo, deve comunicar tal facto (a não
entrega da DAR pelo arrendatário) à repartição fiscal competente, no prazo de 90 dias a contar do
termo do prazo para a entrega daquele imposto.

• O arrendatário fica, portanto, obrigado a comprovar o cumprimento da obrigação de entregar o


IPU retido (pelo envio da DAR ao senhorio). Caso não o faça, tendo o senhorio que comunicar tal
facto à repartição fiscal competente, verifica-se a caducidade automática do contrato de arrendamento
entre as partes.
2. Impostos sobre o rendimento
2.3. Imposto Predial Urbano

Liquidação e pagamento do imposto (Cont.)

• No caso de rendas pagas por contribuintes que não disponham de contabilidade organizada
(nomeadamente, pessoas singulares), não há lugar a retenção na fonte de IPU e a responsabilidade
de liquidar e pagar o imposto recai sobre o titular do direito aos rendimentos e, por conseguinte, o
senhorio).

• Quando o IPU haja sido liquidado por retenção na fonte, por parte dos arrendatários (enquanto
pessoas colectivas), estes deverão proceder à entrega deste imposto até ao dia 30 do mês seguinte
àquele a que respeita a retenção, na repartição fiscal da situação do imóvel, através do
preenchimento do Documento de Liquidação de Imposto (DLI).

• Quando não haja lugar a retenção na fonte de IPU, por parte dos arrendatários (pessoas
singulares), o imposto deverá ser pago em duas prestações iguais, com vencimento,
respectivamente, em Janeiro e Julho.
2.4. Imposto sobre os
Rendimentos do
Trabalho (“IRT”)
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Legislação aplicável

• Lei n.º 18/14, de 22 de Outubro – Actual Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho
(“IRT”)

• Recentes alterações: Lei n.º 9/19, de 24 de Abril


2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Incidência objectiva Incidência subjectiva Âmbito de aplicação


O IRT incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem expressos em dinheiro ou em
espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis,
independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.

Incidência objectiva Incidência subjectiva Âmbito de aplicação


O IRT é, neste sentido, devido pelas pessoas singulares, quer sejam residentes ou não sempre que os
rendimentos derivem de serviços prestados directa ou indirectamente a entiddades singulares ou colectivas
presentes em território nacional.

Incidência objectiva Incidência subjectiva Âmbito de aplicação


O IRT é devido, em regra, quando o pagamento de um serviço seja efectuado em Angola
independentemente da residência do prestador do serviço, desde que prestados a pessoas singulares ou
colectivas com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em território nacional – perspectiva
de tributação do beneficiário do serviço.
Consideram-se, para o efeito, sempre obtidos em Angola os rendimentos derivados de:
 Actividade dos titulares de cargos de gerência, administração e órgãos sociais de sociedades que
tenham a sua sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no território nacional.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Grupos de tributação

O Código do IRT segmenta os rendimentos sujeitos a IRT em diferentes categorias tributárias aos quais passam a
corresponder regras próprias para efeitos de liquidação, entrega e pagamento do IRT devido nos cofres do Estado

Trabalhadores por conta de • Pagas por uma entidade


outrem patronal por força de
vínculo laboral
Grupo A
Trabalhadores do Sector
Público

Cargos de gerência ou
administração
Órgãos sociais de
Imposto sobre os sociedades
Rendimentos do Grupo B
Trabalho
Trabalhadores por conta
• Actividades técnicas,
própria (lista anexa ao cientificas ou artísticas
Código do IRT)

• Actividades industriais e
Trabalhadores por conta
Grupo C comerciais
própria (Tabela dos Lucros
− Enquadráveis no Grupo C
Mínimos) quando não constarem
da lista de profissões
anexa ao CIRT.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

GRUPO A (INCLUI MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS)

Que rendimentos estão sujeitos a IRT?


 Ordenados, vencimentos, salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios,
comissões, senhas de presença, emolumentos, participações em multas, custas, margens, rendimentos
comerciais e industriais bem como outras remunerações acessórias

 Abonos para falhas

 Subsídios diários de representação, de viagens ou deslocações e quaisquer outras importâncias da mesma


natureza

 Remunerações pagas aos detentores de participações sociais pelo desempenho de trabalho nessas
sociedades

 Remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas

 Aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a devida comprovação da origem do


rendimento

 As remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de carácter político ou social
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Que rendimentos estão isentos de IRT?


 Os rendimentos auferidos pelos agentes das missões diplomáticas e consulares estrangeiras sempre que haja
reciprocidade de tratamento

 Os rendimentos auferidos por pessoal dos serviços de organizações internacionais, nos termos estabelecidos em
acordos ratificados pelo órgão competente do Estado

 Os rendimentos auferidos pelo pessoal ao serviço das organizações não governamentais ou similares, nos termos
estabelecidos nos acordos com entidades nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito do Director Nacional de
Impostos

 Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade seja
igual ou superior a 50%, comprovada com a apresentação pelo contribuinte de documentação emitida por autoridade
competente para o efeito

 Os rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais com idade superior a 60 anos derivados do trabalho por conta de
outrem

 Decorrentes do exercício das actividades previstas nos Grupos A e B auferidos pelos antigos combatentes, deficientes
de guerra e familiares de combatente tombado ou perecido, desde que devidamente registados no Departamento
Ministerial de tutela

 Os rendimentos auferidos por pessoas singulares que prestem serviço militar e paramilitar nos órgãos de
Defesa e Ordem Interna, mas apenas aqueles derivados dessa prestação
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal

= Abonos – Descontos

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal


Ponto prévio: Grupo B – membros dos Órgãos Sociais
A determinação da matéria colectável dos rendimentos dos titulares dos cargos de gerência e administração ou
titulares de órgãos sociais de sociedades a matéria colectável deve ser determinada nos mesmos termos
estabelecidos para o Grupo A, sendo-lhes aplicáveis as deduções previstas para esse grupo.

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal


Atendendo à definição previamente exposta, de acordo com n.º 1 do artigo 1.º do CIRT, advém que os abonos são
todas as remunerações expressas em dinheiro ou em espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicas
ou ocasionais, fixas ou variáveis, independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada para o
seu cálculo e pagamento.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal


a) Não constitui matéria colectável e, portanto, não deve ser considerado no cálculo de apuramento da
mesma, excepto se exceder os limites previstos no Código:

 Abono para falhas até ao limite de 5% do ordenado base mensal do colaborador

 Abono de família, atribuído por entidade patronal, até ao limite de 5% do ordenado base mensal do
colaborador

 Subsídios de renda de casa atribuído por entidade empregadora privada até 50% do valor do contrato
de arrendamento

 Compensações pagas por rescisão contratual independentemente de causa objectiva dentro dos
limites legais previstos na Lei Geral do Trabalho (“LGT”)

 Subsídios diários, subsídios de representação, subsídios de viagem e deslocação atribuídos aos


funcionários do Estado dentro dos limites legais aplicáveis

 Subsídios diários de alimentação e transporte atribuídos a trabalhadores dependentes, que não


consubstanciem funcionários do Estado, até valor individual mensal de 30.000 AKZ

 Subsídios de Férias e de Natal até ao limite de 100% do ordenado base mensal do colaborador
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal


 Dedução à retribuição global das contribuições obrigatórias para a Segurança Social (componente que
constitui encargo do trabalhador – 3%);
 Dedução das componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas, nos termos do Código do IRT.

Componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas:

 Prestações sociais pagas pelo Instituto Nacional da Segurança Social, no âmbito da protecção social
obrigatória;
 Gratificações de fim de carreira no âmbito da relação jurídico-laboral;
 Salários e outras remunerações devidas aos trabalhadores eventuais agrícolas e aos trabalhadores domésticos
contratados directamente por pessoas singulares ou agregados familiares;
 Subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiências;
 Reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a Imposto Industrial
ou a outros regimes especiais de tributação, quando deslocados ao serviço da entidade patronal, desde que
estas despesas se encontrem devidamente documentadas nos termos do Código do Imposto Industrial e
legislação complementar.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Matéria colectável Abonos Descontos Encargo fiscal


Não é aceite a transferência do encargo fiscal do trabalhador para a esfera da entidade patronal, não
podendo ser disponibilizado ao trabalhador rendimento líquido disponível superior ao valor constante do seu
contrato de trabalho a título de remuneração. A verificar-se, importará pena de multa, nos termos do Código Geral
Tributário, bem como a liquidação adicional do imposto devido.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho
Taxas – Grupo A Taxa – Grupo B

São aplicáveis as taxas progressivas constantes na tabela do IRT anexa ao Código, conforme detalhe infra:

Rendimentos Taxas
Até 34.450,00 Isento
De 34.451,00 a 35.000,00 excesso de 34.450,00 (1)
De 35.001,00 a 40.000,00 Parcela fixa 550,00 + 7% sobre o excesso 35.000,00
De 40.001,00 a 45.000,00 Parcela fixa 900,00 + 8% sobre o excesso 40.000,00
De 45.001,00 a 50.000,00 Parcela fixa 1.300,00 + 9% sobre o excesso 45.000,00
De 50.001,00 a 70.000,00 Parcela fixa 1.750,00 + 10% sobre o excesso 50.000,00
De 70.001,00 a 90.000,00 Parcela fixa 3.750,00 + 11% sobre o excesso 70.000,00
De 90.001,00 a 110.000,00 Parcela fixa 5.950,00 + 12% sobre o excesso 90.000,00
De 110.001,00 a 140.000,00 Parcela fixa 8.350,00 + 13% sobre o excesso 110.000,00
De 140.001,00 a 170.000,00 Parcela fixa 12.250,00 + 14% sobre o excesso 140.000,00
De 170.001,00 a 200.000,00 Parcela fixa 16.450,00 + 15% sobre o excesso 170.000,00
De 200.001,00 a 230.000,00 Parcela fixa 20.950,00 + 16% sobre o excesso 200.000,00
De 230.001,00 Parcela fixa 25.750,00 + 17% sobre o excesso 230.000,00

(1) Em nosso entender e segundo pudemos confirmar junto das entidades competentes, no que diz respeito ao 2.º escalão, o montante de IRT corresponde ao excesso de AKZ 34.450.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Taxas – Grupo A Taxa – Grupo B

À matéria colectável apurada para os membros dos órgãos sociais aplica-se a taxa única de 15%.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Grupo A Grupo B
A liquidação do imposto devido, e respectivo preenchimento do Documento de Liquidação de Imposto
(DLI), é efectuada:
1. Pela entidade responsável pelo pagamento dos rendimentos;
2. Com periodicidade mensal – na altura da sua atribuição ou pagamento;
3. Pela aplicação da tabela de taxas do IRT em vigor (variáveis de acordo com o nível de rendimento), após
efectuadas as respectivas deduções.

A responsabilidade quanto ao pagamento do imposto devido recai sobre a entidade empregadora, responsável
pela sua retenção, mediante preenchimento e entrega do Documento de Arrecadação de Receita (DAR), até ao
final do mês seguinte ao do pagamento dos rendimentos, na repartição fiscal competente sobre a área em que o
trabalhador se encontra a desempenhar a prestação de trabalho.

Grupo A Grupo B
A liquidação e pagamento do imposto devido é efectuado:
Pela entidade pagadora desses rendimentos quando atribuídos aos titulares de cargos de gerência ou
administração ou titulares de órgãos sociais de sociedades, nos termos estabelecido para o Grupo A.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Obrigações declarativas Obrigações acessórias Penalidades


Grupo A e membros dos órgãos sociais (Grupo B)
As entidades responsáveis pela liquidação e entrega do imposto devido, deverão entregar no mês de Fevereiro
uma declaração anual – Modelo 2 – em que conste a seguinte informação, discriminada por beneficiário,
relativa ao exercício fiscal anterior:
a) Nome completo e morada do(s) beneficiário(s) do(s) rendimentos(s)
b) Número de identificação fiscal do(s) beneficiário(s);
c) Número de Segurança Social do(s) beneficiário(s);
d) Valor global dos rendimentos pagos;
e) Montante total de imposto pago no exercício anterior.

Particularidades do Grupo B
Os titulares de rendimentos do Grupo B, residentes em Angola, deverão entregar, até ao final do mês de
Março, na repartição fiscal da área do seu escritório ou estabelecimento (ou, quando não aplicável, da sua área
do domicílio), a Declaração Modelo 1, em que deverão discriminar todas as remunerações auferidas no
decurso do ano fiscal anterior.

Este modelo poderá ser substituído pela entrega da informação em suporte digital ou mediante submissão
electrónica, nos termos que vierem a ser regulamentados.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Obrigações declarativas Obrigações acessórias Penalidades


Grupo A e membros dos órgãos sociais (Grupo B)
 Os salários devem ser processados em mapas de remunerações mensais, sempre que se trate de mais de
três trabalhadores, nela incluindo os trabalhadores isentos.

 A entidade empregadora terá de proceder à emissão de comprovativos relativos às remunerações pagas e às


deduções efectuadas e entregues por conta do imposto, através de recibos mensais de remunerações,
assinados pela gerência ou administração, ou por um funcionário mandatado para os representar, e
carimbados.

 Os sujeitos passivos e os substitutos tributários do IRT são obrigados a conservar por um prazo de 5 anos a
informação
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

Obrigações declarativas Obrigações acessórias Penalidades


A falta, omissão ou inexactidão e outras infracções tributárias eventualmente praticadas, nos termos do Código do
IRT, são punidas com multa nos termos do CGT.

Pelas omissões, inexactidões e outras infracções tributárias são responsáveis solidariamente entre si e com a
entidade patronal, os gerentes e administradores das pessoas colectivas do direito privado, bem como gestores
das pessoas colectivas de direito público.
Falta de retenção
As entidades obrigadas à retenção na fonte de IRT que não cumpram essa obrigação são punidas com pena de
multa nos termos do CGT, não podendo esta multa ter um valor inferior a AKZ 50.000.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

GRUPO B

A determinação da matéria colectável far-se-á com base na contabilidade ou registos contabilísticos do


sujeito passivo ou com base nos registos disponíveis sobre compras e vendas e serviços prestados, ou com
base nos dados de que a Administração Fiscal disponha.

Aos contribuintes que não possuam contabilidade organizada é aplicável o limite de 30% do rendimento
bruto, para efeitos da determinação das despesas dedutíveis à matéria colectável, ou seja, a matéria
colectável corresponde a 70% do valor pago.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

São deduzidos à matéria colectável os seguintes encargos:


 Renda de instalação;
 Remuneração do pessoal permanente não superior a três;
 Consumo de água e energia eléctrica;
 Comunicações;
 Seguros com o exercício da actividade;
 Trabalhos laboratoriais efectuados em estabelecimentos diferenciados dos que estejam
afectados ao exercício da actividade profissional do contribuinte;
 Outras despesas indispensáveis à formação do rendimento, incluindo as verbas para
reintegração das instalações.

Com o limite de 30% do rendimento bruto


2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

GRUPO C

A determinação do rendimento colectável das actividades exercidas por conta própria


pertencentes ao Grupo C far-se-á nos seguintes termos:

 Volume de facturação do contribuinte é 4 vezes superior ao valor máximo correspondente à sua


actividade previsto na Tabela de Lucros Mínimos, a matéria colectável será determinada pelo volume
de vendas de bens e serviços não sujeitos a retenção na fonte no decorrer do exercício;

 Volume de facturação do contribuinte é inferior a 4 vezes o valor máximo previsto na Tabela de Lucros
Mínimos, a matéria colectável será determinada nos termos da Tabela de Lucros Mínimos em vigor;

 Quanto aos rendimentos pagos por pessoas colectivas ou singulares com contabilidade
organizada sujeitos a retenção na fonte nos termos do Código do Imposto Industrial, a matéria
colectável é constituída pela totalidade do valor do serviço.
2. Impostos sobre o rendimento
2.4. Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho

É aplicável a taxa de 15%

Grupo B - Taxa efectiva de 10,5%, pela consideração, enquanto base tributável, de 70% do
rendimento bruto [15% x 70% = 10,5%];

É aplicável a taxa de 6,5% à matéria colectável referente:


 aos rendimentos que ultrapassem o volume de facturação, em 4 vezes, o valor
máximo previsto na Tabela de Lucros Mínimos;
 aos rendimentos sujeitos a retenção na fonte, isto é, pagos por pessoas
Grupo C
colectivas ou pessoas singulares com contabilidade organizada.

É aplicável a taxa de 30% à matéria colectável referente aos rendimentos pagos por
pessoas singulares e apurada através da Tabela de Lucros Mínimos em vigor.
3. Impostos sobre o
património
3.1. Imposto Predial
Urbano (“IPU”)
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Introdução

• O Código do Imposto Predial Urbano (“IPU”) foi aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 4044/70, de 13
de Outubro.

• O Código do IPU sofreu desde então algumas modificações, nomeadamente, as decorrentes da Lei n.º
18/11, de 21 de Abril, da qual resultaram significativas alterações legislativas, aprovadas no âmbito da
Reforma Tributária.

Esta lei veio introduzir algumas alterações relevantes ao Código do IPU e ao Código
do Imposto Industrial, tendo como principal objectivo desagravar a carga fiscal
incidente sobre a detenção e rendimento dos imóveis.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Incidência

• O IPU incide sobre os rendimentos de prédios urbanos situados no território da República de Angola,
quando estejam arrendados ou, quando não o estejam, sob a sua detenção.

Qual o universo de imóveis próprios a considerar como sujeitos a liquidação de IPU?

 Detenção/posse vs Legalização

 Imobilizado firme e/vs imobilizado em curso


3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Incidência
• No caso de imóveis não arrendados, o IPU incide sobre o valor patrimonial dos mesmos.

 O valor patrimonial a considerar para efeitos de IPU corresponde ao valor que resulte de
avaliação feita pela repartição fiscal da localização do imóvel ou o valor pelo qual o
imóvel tenha sido alienado, conforme o que seja maior.

 A avaliação efectuada pela repartição de finanças competente tem por base as tabelas
publicadas para o efeito, as quais apresentam como referenciais, designadamente, em relação a
cada imóvel:

(i) A respectiva data de aquisição;

(ii) O fim/destino a conceder ao mesmo (habitação/comércio);

(iii) O seu local/localização;

(iv) O tipo de infra-estruturas disponíveis (v.g., água, electricidade, entre outros).

O imposto considera-se devido pelo proprietário, usufrutuário ou beneficiário do direito de


superfície.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Isenções

• Estão isentas de IPU as seguintes entidades:


 Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade pública
 Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas representações diplomáticas ou
consulares, quando haja reciprocidade;
 Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao culto

• Isenções reconhecidas por Despacho da DNI, a requerimento das entidades interessadas e após parecer
favorável do MNE e do INAR.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Determinação da matéria colectácel

• A matéria colectável incide sobre o valor patrimonial dos imóveis. Nos casos em que ainda não tiver sido
determinado o valor patrimonial, através de uma avaliação geral da propriedade, deverá utilizar-se o valor
que estiver inscrito na matriz.

• Não estando registados os imóveis, o proprietário deverá dirigir-se à repartição fiscal da área onde se localiza
o imóvel (imóvel a imóvel), fazendo-se acompanhar de uma Declaração Modelo n.º 5, devidamente
preenchida, do projecto de construção, do certificado de habitabilidade e da licença de ocupação de cada
imóvel, de modo a proceder ao respectivo registo.
• Após o registo destes imóveis, é-lhes atribuída uma matriz e um valor patrimonial tributário (obtido em
função de uma avaliação geral da propriedade realizada pela repartição fiscal em função dos critérios
previamente indicados), o qual servirá de base ao pagamento do correspondente IPU.
• Sempre que houver alguma alteração relativamente a um imóvel na esfera do contribuinte (v.g., realização
de benfeitorias, venda), a RFGC deverá ser informada dessa situação, nos termos do Código do IPU.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Notas:
• Na ausência dos documentos, a inscrição é efectuada com base, unicamente, na Declaração n.º 5,
devendo os restantes documentos ser juntos ao processo assim que obtidos.

• Regra geral, foi admitido que os imóveis localizados em Luanda sejam inscritos na Repartição Fiscal
dos Grandes Contribuintes (apenas para Grandes Contribuintes), devendo os restantes imóveis
localizados nas províncias de Angola ser inscritos na repartição fiscal da respectiva localização,
independentemente de se tratarem de Grandes Contribuintes ou não.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Taxa

• Encontram-se isentos de IPU os imóveis de valor patrimonial até 5.000.000 AKZ.


• Aos imóveis de valor superior a 5.000.000 AKZ é aplicável uma taxa de 0,5% (somente na parte
excedente).

Liquidação e pagamento

• A responsabilidade de liquidar e entregar o imposto é do proprietário ou titular dos direitos de


usufruto e superfície.
• O IPU deve ser pago em duas prestações iguais, com vencimento em Janeiro e Julho, a não ser
que o contribuinte, até Julho do ano anterior, tenha declarado (em impresso conforme ao Modelo n.º
6) a sua intenção de proceder ao pagamento do IPU em quatro prestações iguais, caso em que as
mesmas ocorreriam em Janeiro, Abril, Julho e Outubro.

Nota:
• Caso os contribuintes assim o pretendam, temos conhecimento que as Autoridades Fiscais admitem a
liquidação de IPU numa única prestação, em Janeiro de cada ano.
3. Impostos sobre o património
3.1. Imposto Predial Urbano

Local e pagamento do IPU

• De acordo com o artigo 102.º do Código do IPU, o imposto será liquidado anualmente na repartição de
fazenda em cujas matrizes se encontrem inscritos os prédios que produzam os rendimentos sobre que o
mesmo imposto incide.

• No entanto, de acordo com o Decreto Presidencial n.º 147/13, 1 de Outubro, que estabelece o Estatuto dos
Grandes Contribuintes (“EGC”), constitui direito dos Grandes Contribuintes, entre outros, “Proceder à
liquidação e pagamento do imposto junto da Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes” – artigo 7.º do
referido diploma legal.

“A liquidação, pagamento, e cobrança dos impostos devidos pelos grandes contribuintes classificados
nos termos do presente diploma, bem como a correcção das respectivas declarações de rendimentos,
compete à Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes”.

“O Imposto sobre Rendimento do Trabalho, o Imposto do Selo e o Imposto de


Não exclusão
Consumo devido pelos Grandes Contribuintes, são entregues na Repartição Fiscal
do IPU?
competente, na respectiva área de actividade”.
3.2. SISA
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA

• O Regulamento para a Liquidação e Cobrança de Imposto sobre as Sucessões e Doações e SISA foi
aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 230, de 18 de Maio de 1931.

• O Regulamento sofreu diversas alterações legislativas, nomeadamente, as decorrentes da Lei n.º


15/92, de 3 de Julho, bem como da Lei n.º 16/11, de 21 de Abril, da qual resultaram
significativas alterações legislativas, já no âmbito da Reforma Tributária actualmente em curso.

Esta última Lei n.º 16/11 veio introduzir algumas alterações relevantes ao
Regulamento para a Liquidação e Cobrança de Imposto sobre as Sucessões e Doações e
SISA, tendo também como principal objectivo desagravar a carga fiscal incidente
sobre a detenção e rendimento dos imóveis.
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA
Incidência geral
• O Imposto sobre as Sucessões e Doações e a SISA incidem sobre todos os actos que importem transmissão
perpétua ou temporária de propriedade de qualquer valor, espécie ou natureza, qualquer que seja a
denominação ou forma do título.
• Ambos os impostos distinguem-se, entre outros aspectos, pelo âmbito da sua aplicação/incidência.

Imposto sobre as Sucessões e Doações SISA

É devido pelas transmissões gratuitas de: É devido apenas pelas transmissões onerosas de:
• Propriedade imobiliária; e • Propriedade imobiliária.
• Propriedade mobiliária.

Compreendem-se assim no âmbito de incidência da SISA e do Imposto sobre as Sucessões e Doações,


designadamente:
 Contrato de compra e venda, escambo ou troca, constituição de enfiteuse e censo consignativo;
 Transmissão de propriedade perpétua ou temporária, por título oneroso, das concessões feitas pelo
Governo para a exploração de empresas industriais de qualquer natureza.
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA
Incidência específica:

SISA

 Actos que importam transmissão de benfeitorias em prédios rústicos ou urbanos;


 Remissão de bens nas execuções judiciais;
 As entregas de bens feitas directamente aos credores, com obrigação de lhes pagar;
 A cedência ou trespasse de propriedade;
 Os contratos celebrados entre herdeiros, ou entre estes e terceiros, antes de feitas as partilhas;
 Os contratos de compra e venda, renúncia ou cedência do direito e acção à herança;
 A transmissão da propriedade imobiliária, em tudo o que exceder o valor da cota parte que ao adquirente
pertencer nos bens imobiliários;
 Arrendamento a longo prazo, considerando-se como tais os que forem feitos por vinte ou mais anos;
 Os bens com que os sócios entrarem para o capital social das sociedades, recaindo a SISA sobre o valor total dos
bens;
 A aquisição de partes sociais em qualquer sociedade constituída nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou
Código Civil que possua bens imóveis quando, por via dessa aquisição, amortização ou quaisquer outros factos,
algum dos sócios passe a deter 50% ou mais do capital social e se demonstre que a aquisição das participações
sociais teve como principal objectivo a aquisição dos bens imóveis.
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA

Incidência simultânea:

Imposto sobre as Sucessões e Doações e SISA

 Transmissões de bens imobiliários por meio de doações com entradas ou pensões;


 Transmissão de bens imobiliários por meio de doações, testamento ou sucessão legítima, com o
encargo de pagamento de dívidas ou pensões
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA

Entidades e operações isentas de SISA:

 O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade pública;

 Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas representações diplomáticas ou


consulares, quando haja reciprocidade;

 Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao culto;

 Os imóveis com valor inferior a 78 000 UCF para efeitos de liquidação de Sisa, que sejam afectos à
habitação própria permanente do adquirente porém, somente na primeira transmissão;

As isenções a Estados estrangeiros e a Instituições religiosas legalizadas, conforme acima


referido, estão sujeitas a reconhecimento por parte do Director Nacional de Impostos, a
requerimento das entidades interessadas e após parecer favorável do Ministério das
Relações Exteriores e do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos.
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA

Matéria colectável Taxas (*)

Valor dos bens 2%


transmitidos

Quando a transmissão se operar por meio de:

 Compra e venda, sub-rogação por inscrições ou outros títulos de dívida pública, acções de bancos e companhias
ou sociedades, de quaisquer bens sujeitos à SISA, esta será calculada sobre o preço dos bens transmitidos,
quando este for igual ou superior aos valores que resultem do rendimento colectável inscrito nas matrizes
prediais;

 Permutação de quaisquer bens, a SISA será calculada sobre o maior valor dos bens permutados, pagando cada
um dos permutantes metade da SISA;

 Doação de bens em pagamento de uma dívida, a SISA será calculada sobre a importância da dívida;

 Doação com entradas ou pensões, a contribuição será calculada para efeitos de SISA sobre a importância dessas
entradas;

 Nos arrendamentos e sublocações a longo prazo, a contribuição será calculada sobre o valor de vinte vezes a
renda anual, salvo quando esta seja igual ou superior ao rendimento colectável inscrito na matriz predial.
3. Impostos sobre o património
3.2. SISA

Competência para
Responsabilidade Pagamento
liquidação

A SISA, depois de
Secretário de Fazenda do devidamente liquidado, será O pagamento da SISA será feito nas
concelho onde estiverem paga por inteiro por aqueles transmissões por título oneroso,
situados os bens objecto da para quem passaram os antes de celebrado o acto que as
transmissão. bens sempre que haja opera.
transmissão.
4. Imposto do Selo
4. Imposto do Selo

Legislação aplicável

• Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro – Código do Imposto do Selo


4. Imposto do Selo
Elemento real ou objectivo da incidência

• O IS incide sobre o quê?

actos contratos documentos

previstos na
Tabela Anexa
ao Código do operações e
títulos
IS outros factos
ou em leis
especiais
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
1 Aquisição onerosa ou gratuita do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse
direito sobre imóveis, bem como a resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso, 0,3%
dos respectivos
contratos – sobre o valor
2 Arrendamento e subarrendamento:
2.1. Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de arrendamento e 0,1%
subarrendamento para fins habitacionais.
2.2. Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de arrendamento e 0,4%
subarrendamento destinados a estabelecimento comercial, industrial, exercício de
profissão em regime independente
3 Autos e termos efectuados perante tribunais e serviços, estabelecimentos e organismos
do Estado, ainda que personalizados, incluindo os institutos públicos que compreendem
arrendamento ou licitação de bens imóveis, cessão, conferência de interessados em que 1.000 AKZ
se concorde na adjudicação de bens comuns, confissão de divida, fiança, hipoteca,
penhor, responsabilidade por perdas e danos e transacções – por cada um

4 Cheques de qualquer natureza – por cada dez 100 AKZ

5 Depósito civil, qualquer que seja a sua forma – sobre o respectivo valor 0,1%

6 Depósito, em qualquer serviço público, dos estatutos de associações e outras instituições


cuja constituição dele dependa – por cada 4.400 AKZ
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
7 Actos societários:
7.1 Constituição de uma sociedade – sobre o valor real dos bens de qualquer natureza
0,1%
entregues ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações assumidas e dos
encargos suportados pela sociedade em consequência de cada entrada;
7.2 Transformação em sociedade, associação ou pessoa colectiva que não seja sociedade de
capitais – sobre o valor real dos bens de qualquer natureza pertencentes à sociedade à 0,1%
data da transformação após dedução das obrigações e encargos que a onerem nesse
momento;
7.3 Aumento do capital social de uma sociedade mediante a entrada de bens de qualquer
espécie – sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues ou a entregar pelos
0,1%
sócios após dedução da obrigação assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em
consequência de cada entrada;
7.4 Aumento do activo de uma sociedade mediante a entrada de bens de qualquer espécie
remunerada não por partes representativas do capital social ou do activo mas por direito da
mesma natureza que os dos sócios, tais como direito de voto e participação nos lucros ou
no saldo de liquidação - sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues ou a 0,1%
entregar pelos sócios após dedução das obrigações assumidas e dos encargos suportados
pela sociedade em consequência de cada entrada

8 Outros Contratos não especialmente previstos nesta tabela, incluindo os efectuados perante
1.000
entidades públicas – por cada um
AKZ
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
9 Exploração, pesquisa e prospecção de recursos geológicos integrados no domínio público do
3.000
Estado – por cada contrato administrativo.
AKZ
10 Garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma, designadamente o
aval, a caução, a garantia bancária autónoma, a fiança, a hipoteca, o penhor e o seguro-
caução, salvo quando materialmente acessórias de contratos especialmente tributados na
presente tabela, considerando-se como tal as que sejam constituídas até 90 dias após a
celebração do contrato constitutivo da obrigação garantida ainda que em instrumentos ou
títulos deferentes, ou no caso de penhor de bens futuros desde que o mesmo seja inscrito
no contrato principal – sobre o respectivo valor, em função do prazo, considerando-se
sempre como nova operação a prorrogação do prazo do contrato:
10.1 Garantias de prazo inferior a um ano; 0,3%
10.2 Garantias de prazo igual ou superior a um ano; 0,2%
10.3 Garantias sem prazo ou de prazo igual ou superior a cinco anos 0,1%

11 Cada aposta de jogos, designadamente as representadas por bilhetes, boletins, cartões,


matrizes, rifas ou tômbolas.
11.1 Ingressos em salas de jogo de fortuna ou azar, ou documentos equivalentes, ainda
que não seja devido o respectivo preço pelo cliente e mesmo que o pagamento do acesso 100 AKZ
seja dispensado pelas empresas concessionárias
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
12 Licenças:
12.1 Para a instalação ou exploração de máquinas electrónicas de diversão 1.300 AKZ
12.2 Para quaisquer outros jogos legais – por cada um 1.300 AKZ
12.3 Para funcionamento de estabelecimentos de restauração e bebidas:
12.3.1 Clubes nocturnos e outros estabelecimentos com espaço reservado para dança,
designadamente bares e discotecas:
12.3.1.1 Em Luanda 53.000 AKZ
12.3.1.2 Restantes capitais de província e no Lobito 27.000 AKZ
12.3.1.3 Outras localidades 14.000 AKZ
12.3.2 Restaurantes:
12.3.2.1 Em Luanda 6.000 AKZ
12.3.2.2 Restantes capitais de província e Lobito 3.000 AKZ
12.3.2.3 Outras localidades 1.500 AKZ
12.3.3 Outros estabelecimentos:
12.3.3.1 Em Luanda 1.500 AKZ
12.3.3.2 Restantes capitais de província e no Lobito 1.000 AKZ
12.3.3.3 Outras localidades 500 AKZ
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
12 12.4 Para hotelaria e similares:
12.4.1 1ª Categoria ou luxo (pelo menos 4 ou mais estrelas) 100.000 AKZ
12.4.2 2ª Categoria (3 estrelas) 60.000 AKZ

12.4.3 Restantes:
12.4.3.1 Luanda 53.000 AKZ
12.4.3.2 Restantes capitais de província e no Lobito 30.000 AKZ
12.4.3.3 Outras localidades 15.000 AKZ

12.5 Para as instalações de máquinas automáticas de venda de bens ou serviços em 3.000 AKZ
locais de acesso público – por cada máquina
12.6 Outras licenças não designadas especialmente nesta tabela, concedidas pelo 2.000 AKZ
Estado, pelas Províncias, ou qualquer dos seus serviços, estabelecimentos, organismos
ou institutos – por cada uma

13 Marcas e patentes – sobre o registo unitário 3.000 AKZ


4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
14 Notariado e actos notariais:
14.1 Escrituras, excluindo as que tenham por objecto os actos referidos na verba 8 da 2.000 AKZ
tabela
14.2 Habilitação de herdeiros e de legatários – por cada acto 1.000 AKZ
14.3 Testamento público ou cerrado 1.000 AKZ
14.4 Procurações e outros instrumentos de representação voluntária, incluindo os
mandatos e substabelecimentos:
14.4.1 Procurações e outros instrumentos relativos a atribuição de poderes de
representação
voluntária – por cada um
14.4.1.1Com poderes para gerência comercial 1.000 AKZ
14.4.1.2 Com quaisquer outros poderes 500 AKZ
14.4.1.3 Substabelecimento por cada um 500 AKZ
14.5 Registo de documentos apresentados aos notários para ficarem arquivados - por
cada registo 100 AKZ
14.6 Outros instrumentos notariais avulsos, não especialmente previsto nesta Tabela –
por cada um 100 AKZ
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
15 15.1 Operações Aduaneiras – sobre o valor aduaneiro da importação 1%
15.2 Sobre o valor aduaneiro das exportações:
15.2.2 Exportações de marfins e seus pelos e desperdícios; Marfim, osso, carapaça de
tartaruga, Chipre, coral, madrepérola e outras matérias animais para entalhar, trabalhados
e suas obras (incluindo as obras obtidas por moldagem); De peles com pêlo em bruto;
peles de vison, inteiras mesmo sem cabeça, cauda ou patas; peles de cordeiro
denominados astracã, Breitschwanz, caracul, persianer ou semelhantes, de cordeiros da 0,5%
índia, da China, da Mongólia ou do Tibete, de raposas e de outros animais, inteiras mesmo
sem cabeça, cauda ou patas; Peles com pêlo curtidas ou acabadas (incluindo as cabeças,
caudas patas, e outras partes, desperdícios e aparas), montadas ou não, sem adição de
outras matérias; Vestuário e seus acessórios e outros artefactos de peles com pêlo; peles
com pêlos artificiais e suas obras.
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
16 Operações de financiamento:
16.1 Pela utilização de créditos, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores em
virtude da concessão de crédito a qualquer título, incluindo o crédito documentário, a
cessão de créditos, factoring e as operações de tesouraria quando envolvam qualquer tipo
de financiamento, salvo, em qualquer circunstância, as emissões de títulos de dívida de
organismos admitidos a negociação no mercado regulamentado, considerando-se em caso
de prorrogação do prazo do contrato, que o imposto é recalculado em função da duração
total do contrato e deduzido o montante anteriormente liquidado – sobre o respectivo valor,
em função do prazo:
16.1.1 Crédito de prazo igual ou inferior a um ano 0,5%
16.1.2 Crédito de prazo superior a um ano 0,4%
16.1.3 Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos 0,3%
16.1.4 Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer
outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável, sobre a 0,1%
média mensal obtida através da soma dos saldos em dívida apurados diariamente, durante
o mês dividido por 30
16.1.5 Crédito habitação, sobre o valor 0,1%
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
16 16.2 Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades
financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras
instituições financeiras – sobre o valor cobrado:
16.2.1 Juros por, designadamente, desconto de letras e por empréstimos, por contas de 0,2%
crédito e por créditos sem liquidação
16.2.2 Prémios e juros por letras tomadas, de letras a receber por conta alheia, saque 0,5%
emitidos sobre ou de qualquer transferência
16.2.3 Comissões por garantias prestadas 0,5%
16.2.4 Outras comissões e contraprestações por serviços financeiros, incluindo comissões 0,7%
pela angariação de créditos e garantias intermediadas por entidades não financeiras
16.3 Outras operações:
16.3.1 Saque sobre o estrangeiro, guias emitidas, ouro e fundos públicos ou títulos 1%
negociáveis vendidos, sobre o respectivo valor
16.3.2 Títulos de dívida pública, emitidos por governos estrangeiros, quando sejam postos
0,5%
a venda no País – sobre o valor nominal
16.3.3 Câmbio de notas em moedas estrangeiras, conversão de moeda nacional em moeda
0,1%
estrangeira a favor de pessoas singulares
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
17 Operações de locação financeira:
17.1 Operações de locação financeira de bens imóveis, sobre o montante da 0,3%
contraprestação
17.2 Operações de locação financeira e operacional de bens móveis corpóreos, integrando a 0,4%
manutenção e a assistência técnica, sobre o montante da contraprestação
18 Precatórios ou mandados para levantamento e entrega de dinheiro ou valores existentes:
Sobre a importância a levantar ou a entregar 0,1%

19 Publicidade:
19.1 Cartazes ou anúncios afixados ou expostos em suportes fixos ou móveis na via pública
ou destinados a serem vistos na via pública que façam propaganda de produtos, serviços ou 1.000 AKZ
de qualquer indústria, comerciais ou divertimentos com exclusão dos identificativos do
próprio estabelecimento comercial onde se encontrem afixados – por cada metro quadrado
ou fracção e em cada ano civil
19.2 Publicidade feita em revista, jornais, catálogos, programas radiofónicos ou televisivos, 25.000
reclamos, etiquetas e outros impressos que se destinarem à distribuição pública (por cada AKZ
edição de 1000 exemplares ou fracção)
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa
20 Registos e averbamentos em conservatórias de bens móveis
Sobre a respectiva potência:
20.1 Aeronaves 45.000 AKZ
20.2 Barcos 23.000 AKZ
20.3 Motas de água 18.000 AKZ
20.4 Motociclos, veículos ligeiros e mistos de passageiros e veículos pesados, excepto
ambulâncias e carros funerários:
20.4.1 Novos e até 3 anos 5.000 AKZ
20.4.2 Usados com mais de 3 anos 7.000 AKZ

21 Reporte – sobre o valor do contrato 0,5%


4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa

22 Seguros:
Apólice de seguros, sobre a soma dos prémios do seguro, do custo da apólice e de
quaisquer outras importâncias que constituam receita das empresas seguradoras, cobradas
juntamente com esse prémio ou em documento separado:
22.1.1 Seguro do ramo caução
0,3%
22.1.2 Seguro do ramo marítimo e fluvial que inclui transporte, embarcações e
responsabilidade civil 0,3%
22.1.3 Seguro do ramo aéreo que inclui aeronave, responsabilidade civil mercadorias e 0,2%
pessoas transportadas
22.1.4 Seguro do ramo mercadorias transportadas, não previstas nos ramos marítimos e
fluviais e aéreos 0,1%

22.1.5 Seguros de quaisquer outros ramos 0,3%


22.2 Comissões cobradas pela actividade de mediação, sobre o respectivo valor 0,4%
4. Imposto do Selo
Actos/Documentos/ Contratos/Operações/Títulos Taxa

23 Títulos de crédito e recibos de quitação:


23.1 Letras e livranças – sobre o respectivo valor, com o mínimo de AKZ 100 0,1%
23.2 Ordens e escritos de qualquer natureza, com exclusão dos cheques, nos quais se
determine pagamento ou entrega de dinheiro com cláusulas à ordem ou à disposição, ainda 0,1%
que sob a forma de correspondência – sobre o respectivo valor, com o mínimo de AKZ 100
23.3 Recibos de quitação pelo efectivo recebimento de créditos resultantes do exercício da
1%
actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espécie, com excepção dos
resultantes exclusivamente do arrendamento habitacional feito por pessoas singulares
23.4 Abertura de crédito, por escrito particular ou instrumento público 0,1%

24 Transferências onerosas de actividades ou de exploração de serviços:


24.1 Trespasse ou cessão para exploração de estabelecimento comercial, industrial ou
agrícola – sobre o valor 0,2%
24.2 Subcomissões e trespasses de concessões feitos pelo Estado e pelas províncias para
exploração de empresas ou de serviços de qualquer natureza tenha ou não principiado a
0,2%
exploração – sobre o seu valor
4. Imposto do Selo
Elemento pessoal ou subjectivo da incidência

• O Imposto do Selo (IS) incide sobre quem? – Sujeitos passivos

 Notários, Conservadores dos Registos Civil, Comercial, Predial e de outros bens sujeitos a registo,
bem como outras entidades públicas, incluindo os estabelecimentos e organismos do Estado,
relativamente aos actos, contratos e outros factos em que sejam intervenientes.

Excepto nas seguintes situações:

• os celebrados perante notários relativos a crédito e garantias concedidos por instituições de


crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e por
quaisquer outras instituições financeiras; e

• nas matrículas de veículos sujeitos a registo, no momento da requisição, caso em que o sujeito
passivo do imposto é o titular do rendimento decorrente do acto.

 Entidades concedentes de crédito e de garantias ou credoras de juros, prémios, comissões e


outras contraprestações derivadas de contratos de natureza financeira;
4. Imposto do Selo
Elemento pessoal ou subjectivo da incidência (cont.)

• O IS incide sobre quem? – Sujeitos passivos

 Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas


residentes em território nacional, sem prejuízo da legislação específica sobre sociedades e cooperativas
de micro-crédito, que tenham intermediado operações de crédito, de prestação de garantias ou juros,
comissões e outras contraprestações devidas por residentes no mesmo território a instituições de crédito
ou sociedades financeiras não residentes;

 Entidades mutuárias, beneficiárias de garantias ou devedoras dos juros, comissões e outras


contraprestações no caso das operações acima referidas que não tenham sido intermediadas por
instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, e cujo
credor não exerça a actividade no território nacional;

 Locadores, no âmbito de contratos de locação financeira ou operacional, relativamente às


contraprestações cobradas;

 O locador e sublocador, nos arrendamentos e subarrendamentos;


4. Imposto do Selo
Elemento pessoal ou subjectivo da incidência (cont.)

• O IS incide sobre quem? – Sujeitos passivos

 Empresas seguradoras, relativamente à soma do prémio de seguro, custo da apólice e quaisquer


outras importâncias cobradas em conjunto ou em documento separado, bem como às comissões pagas
a mediadores;

 Entidades emitentes de letras e outros títulos de crédito, entidades emissoras de cheques e livranças
ou, no caso de títulos emitidos no estrangeiro, a primeira entidade que intervenha na negociação ou
pagamento;

 Segurados, relativamente à soma do prémio do seguro, custo da apólice e quaisquer outras


importâncias cobradas em conjunto ou em documento separado, no âmbito de contratos de seguro
celebrados com seguradoras estrangeiras, nos termos da legislação em vigor, ou autorizados pelo
Ministro das Finanças, cujo risco se localize em território nacional;
4. Imposto do Selo
Elemento pessoal ou subjectivo da incidência (cont.)

• O IS incide sobre quem? – Sujeitos passivos

 No trespasse de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, o trespassante;

 Nas subconcessões e trespasses de concessões feitas pelo Estado e Províncias para exploração de
empresas ou de serviços de qualquer natureza, o subconcedente ou o trespassante;

 Outras entidades que intervenham em actos, contratos ou operações;

 Representantes que, para o efeito, sejam nomeados em Angola pelas instituições de crédito ou
sociedades financeiras que, prestando serviços financeiros no estrangeiro a clientes residentes ou
estabelecidos em território nacional não sejam intermediados por instituições de crédito ou sociedades
financeiras domiciliadas em Angola ou, na falta daqueles, o cliente enquanto titular do interesse
económico da operação.
4. Imposto do Selo
Territorialidade

• O IS incide sobre todos os factos e operações previstas na tabela anexa ao Código ocorridos em
território nacional.

• São ainda tributados em território nacional:

 Os documentos, actos ou contratos emitidos ou celebrados fora do território nacional, nos mesmos
termos em que o seriam se neste território fossem emitidos ou celebrados, caso aqui sejam
apresentados para quaisquer efeitos legais;

 As operações de crédito realizadas e as garantias prestadas no estrangeiro por instituições de


crédito, sociedades financeiras ou por quaisquer outras entidades, independentemente da sua
natureza, sedeadas no estrangeiro, por filiais ou sucursais no estrangeiro de instituições de crédito, de
sociedades financeiras, ou quaisquer outras entidades, sedeadas em território nacional, a quaisquer
entidades, independentemente da sua natureza, domiciliadas neste território, considerando-se
domicílio a sede, filial, sucursal ou estabelecimento estável;
 Os juros, as comissões e outras contraprestações cobradas por instituições de crédito ou
sociedades financeiras sedeadas no estrangeiro ou por filiais ou sucursais no estrangeiro de instituições
de crédito ou sociedades financeiras sedeadas no território nacional a quaisquer entidades
domiciliadas neste território, considerando-se domicílio a sede, filial, sucursal ou estabelecimento
estável das entidades que intervenham na realização das operações;

 Os seguros efectuados no estrangeiro cujo risco tenha lugar no território nacional.


4. Imposto do Selo
Exercício

• 1. As seguintes operações estão sujeitas a IS?

Operação Sim Não

Financiamento concedido pelo US Bank (residente nos EUA) à Oil US Sucursal


em Angola para as actividades petrolíferas desenvolvidas em Angola 
Contrato de seguro contra riscos da actividade petrolífera em Angola
contratado nos EUA 
Financiamento concedido pela sucursal do Banco Comercial Angola – Sucursal
na Namíbia à AngoInvest 
Financiamento concedido pelo US Bank à AngolaCar – Sucursal em
Moçambique 
Contrato de financiamento celebrado entre a NoroilExtract (residente na
Noruega) e a sua subsidiária angolana, a AngoilExtract

Contrato de seguro de crédito celebrado na África do Sul pela Angola Retalho
para a venda de produtos para um cliente na África do Sul 
4. Imposto do Selo
Encargo do imposto

• Regra geral: Titulares do interesse económico da operação.


Em caso de interesse económico comum a vários titulares, o encargo do imposto é suportado de forma solidária
por qualquer um dos interessados.

• Regras específicas:

o aquisição de bens a título gratuito ou oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse
direito sobre imóveis  adquirente;

o concessão do crédito  utilizador do mesmo;

o contratos de locação financeira ou operacional  locatário;

o arrendamento e subarrendamento  locador e sublocador;

o apostas de jogo  apostador;

o garantias  entidades obrigadas à sua apresentação;


4. Imposto do Selo

• Regras específicas (cont.):

o juros, comissões e restantes operações financeiras realizadas por ou com intermediação de instituições de
crédito, sociedades ou outras instituições financeiras  cliente;

o seguros  segurado;

o actividade de mediação  mediador, individual ou colectivo;

o outras operações financeiras  cliente da entidade que presta o serviço;

o operações de angariação de crédito ou de garantias  angariador;

o comodato  comodatário;

o publicidade  publicitante;

o cheques  titular da conta;

o letras e livranças  sacado e devedor;

o outros títulos de crédito  credor;


4. Imposto do Selo

• Regras específicas (cont.):

o procurações e substabelecimentos  procurador e substabelecido;

o reporte  primeiro alienante;

o constituição de uma sociedade de capitais  sociedade a constituir;

o aumento de capital de uma sociedade de capitais  sociedade cujo capital é aumentado;

o transferência de sede estatutária ou de direcção efectiva de uma sociedade de capitais, para fora do
território nacional  sociedade cuja sede ou direcção efectiva é transferida;

o matrícula de veículos sujeitos a registo  requerente;

o trespasse de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola e nas subconcessões e trespasses de


concessões feitas pelo Estado e Províncias para exploração de empresas ou de serviços de qualquer
natureza  adquirente;

o quaisquer outros actos, contratos e operações  requerente, os interessados e o beneficiário,


respectivamente.
4. Imposto do Selo
Constituição da obrigação tributária

Aquisições onerosas de bens, do direito de


propriedade ou de figuras parcelares desse • na data em que for celebrada a escritura notarial
direito sobre imóveis
Outros actos e contratos • no momento da assinatura pelos outorgantes

Documentos expedidos ou passados fora do • no momento em que forem apresentados em Angola junto
território nacional de quaisquer entidades

• no momento em que forem realizadas ou, se o crédito for


utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário
Operações de crédito
ou qualquer outro meio em que o prazo não seja
determinado nem determinável, no último dia de cada mês

Operações de locação financeira e no


• no momento da cobrança da renda
arrendamento

• no momento da respectiva constituição ou exibição perante


Garantias
qualquer entidade, pública ou privada

Operações de angariação de crédito ou de • no momento da cobrança da comissão ou da


garantias contraprestação
4. Imposto do Selo

Restantes operações realizadas por ou com • no momento da cobrança dos juros, prémios, comissões e
intermediação de instituições de crédito, outras contraprestações, considerando-se efectivamente
sociedades financeiras ou outras entidades a cobrados os juros e comissões debitados em contas
elas legalmente equiparadas correntes à ordem de quem a eles tiver direito

Cheques editados por instituições de crédito


• no momento da recepção de cada impressão
domiciliadas em território nacional

• no momento em que forem aceites, endossadas ou


Nas letras emitidas no estrangeiro apresentadas em território a pagamento em território
nacional

• no momento em que possam ser preenchidos nos termos da


Nas letras e livranças em branco
respectiva convenção de preenchimento

No saque, na emissão de guias ou na venda


• na data em que as mesmas forem efectuadas
de ouro, fundo públicos ou títulos negociáveis

Nas apólices de seguros • no momento da cobrança dos prémios


4. Imposto do Selo

• no momento em que são efectuados, e nos testamentos


Nos testamentos públicos cerrados ou internacionais no momento da aprovação e
abertura

Nos empréstimos efectuados pelos sócios às


sociedades em que seja estipulado prazo não
• no momento do reembolso
inferior a um ano e sejam reembolsados
antes desse prazo

• na data da emissão dos documentos, títulos ou da


Nos restantes casos
ocorrência dos factos
4. Imposto do Selo

Nos casos de actos, contratos, documentos,


títulos e outros factos previstos na Tabela
anexa ao presente Código em que não
• quando forem apresentados perante qualquer entidade
intervenham a qualquer título pessoas
pública
colectivas ou pessoas singulares no exercício
da actividade de comércio, indústria ou
prestação de serviços

Nos actos relativos a entradas de capital,


conforme descritos na Tabela anexa ao • no momento da celebração da escritura pública
Código

Nas matrículas de veículos sujeitos a registo • no momento da requisição

• na data em que transitar em julgado a sentença de


Nas acções de usucapião justificação judicial ou for celebrada a escritura de
justificação notarial
4. Imposto do Selo
Isenções

• São isentos de Imposto do Selo:


‒ O Estado e quaisquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados,
excepto as empresas públicas;
‒ As instituições públicas de previdência e segurança social;
‒ As associações de utilidade pública reconhecida nos termos da Lei, bem como as instituições
religiosas legalmente constituídas;
‒ Os créditos concedidos até ao prazo máximo de 5 dias, o micro crédito, os créditos, concedidos no âmbito
de “contas jovem” e “contas terceira idade”, e outras com diferente designação mas igual propósito,
cujo montante não ultrapasse, em cada mês, 17.600 Kwanzas;
‒ Os créditos derivados da utilização de cartões de crédito quando o reembolso à entidade emitente do
cartão for efectuado sem pagamento de juros nos termos contratualmente definidos;

‒ Os créditos relacionados com exportações, quando devidamente documentados com os respectivos


Despachos Aduaneiros;
‒ os juros, comissões e contraprestações devidas no âmbito dos contratos de financiamento destinados ao
crédito habitação;
‒ O depósito-caução constituído a favor do Estado e outros organismos públicos, excepto as empresas
públicas;
‒ As garantias inerentes às operações realizadas através de entidade gestora de mercados regulamentados,
que tenham por objecto valores mobiliários, contratos de futuros, taxas de juro, divisas ou índices sobre
valores mobiliários, taxas de juro ou divisas (mercado de capitais);
‒ Os juros e comissões cobrados no âmbito das operações de financiamento provenientes das operações de
créditos concedidos e créditos relacionado com exportações;
4. Imposto do Selo
‒ Os juros provenientes de Bilhetes de Tesouro, Obrigações de Tesouro e Títulos do Banco Central;
‒ As comissões cobradas em virtude da subscrição, depósito ou resgate de unidades de participação em
fundos de investimento, bem como as que constituem encargos de fundos de pensões;
‒ As comissões cobradas na abertura e utilização de quaisquer contas de poupança;
‒ As operações, incluindo os respectivos juros, por prazo não superior a um ano, desde que exclusivamente
destinadas à cobertura de carências de tesouraria, quando realizadas por detentores de capital social a
entidades nas quais detenham directamente uma participação no capital não inferior a 10% e desde que
esta tenha permanecido na sua titularidade durante um ano consecutivo ou desde a constituição da
entidade participada, contanto que, neste último caso, a participação seja mantida durante aquele período;
‒ Os empréstimos com características de suprimentos, incluindo os respectivos juros efectuados por sócios
à sociedade em que seja estipulado um prazo inicial não inferior a um ano e não sejam reembolsados antes
de decorrido esse prazo;

‒ O reporte (contratos de venda e re-compra) de valores mobiliários, direitos equiparados ou outros


instrumentos financeiros negociados em mercado regulamentado;
‒ Os prémios recebidos por resseguros tomados a empresas operando legalmente em Angola;
‒ Os prémios e comissões relativos a seguros do ramo “Vida”, seguros de acidentes de trabalho, seguros
de saúde e seguros agrícolas ou pecuários;
‒ As operações de gestão de tesouraria entre sociedades em relação de grupo;
‒ Os documentos de representação forense nomeadamente procurações forenses ou substabelecimento de
idêntica natureza.
‒ Os títulos negociáveis vendidos, quando transmitidos em mercado regulamentado;
4. Imposto do Selo

‒ A transmissão de imóveis, no âmbito de processos de fusão, cisão ou incorporação, nos termos da Lei
das Sociedades Comerciais, desde que necessários e previamente autorizados pela Direcção Nacional dos
Impostos;
‒ Os contratos de trabalho;
‒ As operações de exportação, excepto as exportações dos bens previstos na Tabela anexa ao presente
Diploma;
‒ As transmissões gratuitas de direito de propriedade que se operam entre pais e filhos;
‒ Outras isenções previstas em diplomas avulsos (v.g., microempresas)

• Averbamento da isenção
• As situações de isenção são averbadas no documento ou título, mediante indicação da disposição legal que a
prevê
4. Imposto do Selo
Valor tributável

Regra geral: O valor tributável do IS é o que resulta da Tabela anexa.

Casos particulares:

• O valor tributável dos negócios jurídicos sobre bens imóveis, prevista na Tabela, é determinado através
das tabelas avaliação de imóveis do Imposto Predial Urbano.

• Contratos de valor indeterminado:


 partes fixam o valor de acordo com critérios estipulados
contratualmente; ou, na sua falta,
 recurso a juízos de equidade.
• Valor representado em espécie:
A Repartição Fiscal pode
A equivalência em unidade monetária nacional faz-se de acordo alterar o valor tributável
com as seguintes regras e pela ordem indicada: declarado sempre que não
 cotação oficial de compra, nos termos da Bolsa de Valores; tiverem sido seguidas as
regras previstas para o
 preços dos bens ou serviços homólogos publicados efeito.
pelo Instituto Nacional de Estatística;
 valor de mercado;
 declaração das partes.

• Sempre que os elementos necessários a determinação do valor tributável não sejam expressos em moeda
nacional, a sua equivalência na moeda nacional é reajustada pela cotação média do trimestre anterior ao da
liquidação.
4. Imposto do Selo
Taxas

As taxas do imposto são as constantes da


Tabela em vigor no momento em que o
imposto é devido.

Não há acumulação de taxas do imposto


relativamente ao mesmo facto ou operação.

Quando mais de uma taxa estiver prevista,


aplica-se a maior.
4. Imposto do Selo
Liquidação

Compete aos sujeitos


Efectua-se por meio da aplicação da
passivos do imposto Liquidação respectiva guia
(incidência subjectiva)

Nos documentos sujeitos a imposto, têm de ser mencionados o valor do imposto e a data da liquidação.

Casos particulares de competência para a liquidação:

 Tratando-se de imposto devido por operações de crédito ou garantias prestadas por um conjunto de
instituições de crédito ou de sociedades financeiras, a liquidação do imposto pode ser efectuada
globalmente por qualquer daquelas entidades, sem prejuízo da responsabilidade, nos termos gerais, de
cada uma delas em caso de incumprimento;

 O imposto devido pelas operações aduaneiras é liquidado pelo Serviço Nacional das Alfândegas, e
depositado na Conta Única do Tesouro, até ao dia 15 do mês seguinte ao da arrecadação, através de
Documento de Arrecadação de Receita (“DAR”);

 As entidades residentes em Angola e que contratem entidades não residentes, devem liquidar e entregar
o imposto devido, nas situações em que compete aqueles o dever de liquidar;
4. Imposto do Selo
Casos particulares de competência para a liquidação (cont.):

• Nos contratos em que o Estado ou os demais organismos públicos, com excepção das empresas
públicas, sejam parte, a liquidação do imposto é feita no momento do pagamento da prestação,
devendo o mesmo ser transferido ou depositado na Conta Única do Tesouro, até ao dia 15 do mês
seguinte ao da arrecadação, através de DAR.
4. Imposto do Selo
Pagamento

Mediante apresentação do Documento


de Liquidação de Impostos (DLI)

Efectuado pelos sujeitos passivos Até final do mês seguinte àquele em


do imposto, responsáveis pela Pagamento que a obrigação tributária se tenha
liquidação do imposto constituído

Para efeitos da contagem dos prazos são aplicáveis as regras


constantes no Código Civil.
5. Impostos sobre o
Consumo (“despesa”)
5.1. Imposto de
Consumo
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo

Legislação aplicável

• Decreto Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro – Código do Imposto de Consumo


5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo
Incidência objectiva

a) A produção e importação de mercadorias, seja qual for a sua origem;


b) A arrematação ou vendas realizadas pelos serviços aduaneiros ou outros quaisquer serviços públicos;
c) A utilização de bens ou matérias-primas fora do processo produtivo e que beneficiam da desoneração do imposto;
d) O consumo de água e energia;
e) Os serviços de comunicações electrónicas e telecomunicações, independentemente da sua natureza;
f) Os serviços de hotelaria e outras actividades a si conexas e similares;
g) Locação de áreas especialmente preparadas para recolha ou estacionamento de veículos;
h) Locação de máquinas ou outros equipamentos, excluindo a locação de máquinas ou outros equipamentos
que, pela sua natureza, dêem lugar ao pagamento de royalties, conforme definido no Código do IAC;
i) Locação de áreas preparadas para conferências, colóquios, exposições, publicidade ou outros eventos;
j) Serviços de consultoria, compreendendo designadamente a consultoria jurídica, fiscal, financeira,
económica, imobiliária, contabilística, informática, de engenharia, arquitectura, serviços de auditoria,
revisão de contas e advocacia;
k) Serviços fotográficos, de revelação de filmes e tratamento de imagens, serviços de informática e
construção de páginas de internet;
l) Serviços de segurança privada;
m)Serviços de turismo e viagens promovidos por agências de viagens ou operadores turísticos equiparados;
n) Serviços de gestão de estabelecimentos comerciais, refeitórios, dormitórios, imóveis e condomínios;
o) Aluguer de viaturas;
p) Acessos a espectáculos ou eventos culturais, de recreação e desporto.
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo
Sujeito passivo

Operações de consumo de água e


energia, serviços de telecomunicações e
Prestador de serviços
de hotelaria e outras actividades conexas
(v.g., restauração)

Novas operações tributáveis introduzidas Prestador de serviços

Encargo do imposto

• O Imposto de Consumo constitui encargo dos adquirentes dos bens ou serviços sujeitos a imposto de
consumo. O prestador de serviço deve colocar o valor do Imposto de Consumo nas facturas, conforme
também decorre do RJFDE.
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo
Determinação da matéria colectável

Operações em moeda estrangeira

• Quando os valores constantes dos documentos que determinam a sujeição a Imposto de Consumo não
sejam expressos em moeda nacional, procede-se à sua conversão através da cotação média do
trimestre anterior ao da liquidação (anteriormente aplicava-se a taxa de câmbio de venda fixada pelo
Banco Nacional de Angola para o dia da liquidação).

Valor tributável

• Incide Imposto de Consumo apenas sobre o valor do serviço, não incluindo materiais, matérias-primas
ou despesas, mas estas componentes deverão estar segregadas nas facturas.
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo

Exigibilidade do imposto

• O Imposto de Consumo aplicável aos serviços passa a ser exigível para efeitos de liquidação e
entrega de imposto ao Estado na data do efectivo pagamento da factura ou documento
equivalente.

Liquidação do imposto

• Competência das entidades que prestem o serviço – no caso das prestações de serviços.

• No acto do processamento das facturas ou documentos equivalentes.

Reverse charge

• Alarga-se a regra de reverse charge na aquisição de serviços sujeitos a Imposto de Consumo a


entidades não residentes, a todas as situações em que a entidade adquirente tenha em Angola o
seu domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável (a anterior redacção aplicava este
mecanismo de reverse charge apenas às entidades residentes em Angola sujeitas a Imposto Industrial).
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo

Taxas
• Pela sua relevância, destacam-se os seguintes casos:

Objecto de tributação Taxa

Consumo de água e energia 5%

Serviços de comunicações electrónicas e telecomunicações, independentemente da sua natureza 5%

Serviços de hotelaria e similares 10%

Consumo de energia 5%

Locação de áreas especialmente preparadas para recolha ou estacionamento colectivo de veículos 5%

Locação de máquinas ou outros equipamentos, excluindo a locação de máquinas ou outros


5%
equipamentos que dêem lugar ao pagamento de royalties nos termos do Código do IAC

Locação de áreas preparadas para conferências, colóquios, exposições, publicidade ou outros


5%
eventos
5. Impostos sobre o consumo
5.1. Imposto de Consumo

Objecto de tributação Taxa

Serviços de consultoria, designadamente, consultoria jurídica, fiscal, financeira, económica,


imobiliária, contabilística, informática, de engenharia, arquitectura, serviços de auditoria, 5%
revisão de contas e advocacia

Serviços fotográficos, de revelação de filmes e tratamento de imagens, serviços de informática


5%
e construção de páginas de internet

Serviços de segurança privada 5%

Serviços de turismo e viagens promovidos por agências de viagens ou operadores turísticos


5%
equiparados
Serviços de gestão de estabelecimentos comerciais, refeitórios, dormitórios, imóveis e
5%
condomínios

Aluguer de viaturas 5%
5.2. CEOCIC
5. Impostos sobre o consumo
5.2. CEOCIC

Contribuição Especial sobre as Operações Cambiais de Invisíveis Correntes

• Decreto Legislativo Presidencial nº. 2/15, de 29 de Junho


• Em vigor desde 30 de Junho de 2015

Incidência

• Incide sobre transferências efectuadas no âmbito dos contratos de prestações de serviços de


assistência técnica estrangeira ou de gestão, regulados pelas disposições do Regulamento sobre a
Contratação de Prestações de Serviços de Assistência Técnica ou de Gestão, aprovado pelo Decreto
Presidencial n.º 273/11, de 27 de Outubro.
• Não estão sujeitas as demais Operações Cambiais de Invisíveis Correntes, reguladas no Decreto n.º 21/98,
de 24 de Julho.

Sujeito passivo

• Pessoas singulares ou colectivas de direito privado ou público, com domícilio ou sede, direcção
efectiva ou estabelecimento estável em Angola, que requeiram junto de uma instituição financeira a
realização de transferências para o pagamento dos contratos referidos acima.
5. Impostos sobre o consumo
5.2. CEOCIC

Constituição da obrigação tributária

• No momento anterior à realização da transferência bancária.

Taxa

• 10%

Valor tributável

• Montante em moeda nacional, objecto de transferência

Função de fiscalização das entidades bancárias

• As instituições financeiras só devem realizar as transferências em apreço mediante certificação prévia do


DAR (Documento de Arrecadação de Receitas), atestando o efectivo pagamento da CEOCIC a que estiver
obrigado o sujeito passivo. Caso não o cumpra, está sujeita à aplicação de uma multa correspondente ao
triplo do valor da CEOCIC devida.
5.3. IVA
5. Impostos sobre o consumo
5.3. IVA

Lei n.º 7/19, de 24 de Abril


A partir de 1 de Outubro de 2019
Impostos IVA: 14%
revogados:

- Imposto de É um imposto plurifásico ou de múltipla incidência,


Consumo; porque é liquidado em todas fases do circuito
económico, desde o produtor ao retalhista, ou seja, é
- Imposto do Selo – fraccionado pelos vários intervenientes do circuito económico.
Verba 15.
Decorre actualmente um grande trabalho de campanhas de
sensibilização para consciencializar a população e as
empresas para a importância do pagamento do imposto, bem
como da importância da emissão de facturas.
Joana Dâmaso

joana.s.damaso@gmail.com
jodamaso@deloitte.pt

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