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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ANEXO FISCAL DA

COMARCA DO ESTADO X

Distribuição por Dependência Execução


Fiscal n.º ...

ABC, pessoa jurídica do direito privado, devidamente inscrita no


CNPJ sob n.º ..., com sede no endereço.., endereço eletrônico... , por meio de seu
advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), com escritório na ...,
bairro, cidade, Estado, onde receberá as devidas intimações, nos termos do art. 103
do Código de Processo Civil de 2015, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no art. 16 da Lei 6.830/1980 , opor os presentes

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

nº..., com pedido de efeito suspensivo, movida pela União (Fazenda


Nacional), pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob o
nº..., com sede no endereço..., o que faz com base nas razões de fato e direito a
seguir expostas.

I – DOS FATOS

Em 1º de janeiro de 2014, a União publicou lei ordinária


instituindo Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) incidente
sobre as receitas decorrentes de exportações de café, conforme o Estado em que o
contribuinte for domiciliado.

De acordo com a lei, a nova contribuição servirá como


instrumento de atuação na área da educação, sendo os recursos arrecadados
destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.

Ocorre que em virtude de flagrante de inconstitucionalidade a ser


demonstrada a seguir esta embargante nada recolheu no exercício de 2014, fazendo
com que a União, sentindo-se supostamente lesada, ajuizasse Execução Fiscal
exigindo o pagamento do tributo, que assim passa a ser combatido com as
seguintes razões.
II – DOS FUNDAMENTOS

A) TEMPESTIVIDADE

Conforme os documentos anexos vê-se que esta embargante foi


intimada da penhora há 15 dias. Portanto, tempestivo estes embargos nos moldes do
art. 16, I da Lei 6.830/80.

B) GARANTIA DO JUÍZO

A Lei de Execução Fiscal impõe no art. 16, parágrafo 1º a garantia


de execução como requisito de admissibilidade dos embargos.

Portanto, esta embargante garante o juízo nos termos do depósito


judicial conforme comprovantes anexos.

C) INCONSTITUCIONALIDADE DA CIDE

Inicialmente, nota-se que o tributo exigido padece de


inconstitucionalidade material, uma vez que a Carta Magna em seu art. 149,
parágrafo 2º, inciso I, determina que as CIDE’s não incidam sobre as receita
decorrentes de exportação, constituindo uma verdadeira imunidade tributária.

Desta forma, é incogitável qualquer exigência por parte da embargada


da embargada do tributo sobre as exportações de café desta embargante.

D) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA TRIBUTÇÃO

Além de inconstitucionalidade acima, verifica-se outra violação ao


Texto Maior por parte da embargada. A Constituição Federal institui no art. 151,
inciso I, que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional, ou que implique em preferências a alguns Estados em detrimento
de outros.

Deste modo, observa-se que de fato a embargada com a instituição


dessa CIDE viola o Princípio da Uniformidade da Tributação, criando distinções
discriminatórias de vedadas pela própria CF/88.

E) DESTINAÇÃO IRREGULAR

Por último, destaca-se ainda que a embargada por meio da CIDE


questionada também confronta a Constituição ao destinar a arrecadação do tributo
para fins que não se relacionam com os instrumentos de atuação de sua área.
Ao ser exigida a CIDE sobre a exportação do café, ainda que
inconstitucional, tal valor deveria ser aplicado nesta área da economia ou do
agronegócio, não no desenvolvimento do ensino fundamental que não guarda
qualquer relação com a exportação.

Portanto, diante dos argumentos expostos e à luz da ordem jurídica pátria


resta evidenciado que a exigência fiscal é válida.

III – DA CONCESSÃO DO DIREITO SUSPENSIVO

Conforme estabelece o art. 919, § 1.º, do CPC/2015, o juízo poderá, a


requerimento do Embargante, atribuir o efeito suspensivo aos Embargos quando se
comprovar a relevância de seus fundamentos e o prosseguimento da execução
acarretar um dano de difícil ou incerta reparação ao executado, uma vez que a
execução já esteja garantida.

Os relevantes fundamentos mostram-se evidentes pela afronta direta ao


princípio da legalidade, pela inobservância do art. 32, § 1.º, do Código Tributário
Nacional, bem como pela invasão de competência da Embargada, de acordo com os
preceitos constitucionais.

Ademais, os bens do Embargante já estão em iminência de penhora, o


que pode acarretar-lhe indevidamente a perda de propriedades, sendo tal situação tão
grave a ponto de não ter como aguardar o julgamento final da presente ação.

Destarte, pelos motivos apresentados, requer a concessão do efeito


suspensivo até a decisão final, uma vez que os presentes Embargos encontram-se
garantidos, nos termos do art. 9.º da Lei 6830/80

IV – DO PEDIDO Ante o exposto, requer:

a) que os presentes Embargos sejam recebidos e


processados por dependência à Execução
Fiscal, concedendo-lhe o efeito suspensivo
imediato, nos termos do art. 919, § 1.º, do
Código de Processo Civil até a decisão final;
b) sejam acolhidos e julgados procedentes, para
os fins de desconstituição do título executivo e
a consequente extinção da Execução Fiscal, nos
termos do art. 32, § 1º, do CTN;
c) a exclusão do Executado do polo passivo,
bem como o levantamento da penhora do
imóvel, por medida de justiça;
d) a intimação da Embargada, na pessoa de seu
procurador, para manifestar-se sobre os
presentes Embargos;
e) condenação da Embargada nas custas
processuais e honorários advocatícios;
f) dispensa da audiência de conciliação e
mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito

Dá-se à causa o valor... (valor por extenso)

Cidade, 1º de Fevereiro de 2022

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OAB/X nº XXX.XXX

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