EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ DE DIREITO DA 1ª

VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LAURO DE FREITAS –

BA.

Processo nº 0510574-21.2018.8.05.0150

CHERMONT PINHEIRO BRAGA, brasileiro, casado,

analista de sistemas, portador do RG: 90013005966, inscrito no CPF sob o nº:
209.031.543-15, residente e domiciliado à Rua Joaquim do Espirito Santo, nº
105 – Qd G, Lote 07, casa 04, Bairro: Centro – Lauro de Freitas/CE, por
intermédio de sua causídica signatária, defensora de seus interesses
devidamente constituído conforme instrumento procuratório anexo,
opor PEDIDO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO com supedâneo no Art. 3º.
do Código de Processo civil, Art. 151, inciso VI do Código Tributário
Nacional pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

I – DOS FATOS

Cumpre salientar que o Embargante é executado no

processo judicial em epígrafe, tendo sido bloqueado via bacenjud, o valor de
R$ 1.384,96 (hum mil trezentos e oitenta e quatro reais e noventa e seis
centavos).

Referido valor foi bloqueado para assim saldar crédito

tributário da fazenda pública, referente a débitos de IPTU.

Entretanto, o Embargante nunca fora citado da presente

execução fiscal, uma vez que o endereço constante na citação não é o de sua
residência.
 Tão logo tomou ciência dos bloqueios em suas contas, de
forma consensual o Embargante procurou a secretaria da fazenda municipal e
parcelou o débito tributário, conforme documento em anexo.

Nesta toada, aludido acordo firmado conforme documento

retro, inviabiliza-se a continuação da execução fiscal, sendo sua suspensão
medida que se impõe, ante a ausência de justa causa.

II - DO DIREITO

II. I DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO

PARCELAMENTO E DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL

Consoante o disposto no Art. 151, inciso VI do CTN, a

suspensão exigibilidade do crédito tributário em uma de suas formas dar-se-á
pelo parcelamento do débito, faz-se imprescindível à transcrição do dispositivo
legal, vejamos:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito

tributário:
VI – o parcelamento.

Junta o Embargante, documento que atesta o

parcelamento do débito, o que, por conseguinte, possui o condão de suspender
a execução fiscal até que seja adimplida referida obrigação tributária, pois, já
se está sendo satisfeito a pretensão ao crédito por vias amigáveis.

É nesse sentido que manifesta a jurisprudência pátria,

materializada no acórdão proferido por nosso respeitável TRF da 1º região,
senão vejamos:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO DE DÉBITOS.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. POSSIBILIDADE. ARTIGO 151 DO CTN.
DESBLOQUEIO DE VALORES PENHORADOS VIA
BACEN JUD. ADIMPLEMENTO DAS PARCELAS.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA BOA-FÉ. 1. O
parcelamento é uma das formas de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do
art. 151, VI, do CTN. 2. A comprovada adesão ao
parcelamento e a adimplência das respectivas
parcelas ensejam o deferimento do desbloqueio de
valores penhorados via sistema BACEN JUD, em
atenção aos princípios da razoabilidade e da boa-fé. 3.
Agravo de instrumento a que se dá provimento. A
Turma, por unanimidade, deu provimento ao agravo
de instrumento.
(ACORDAO 00024029320174010000,
DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA DO CARMO
CARDOSO, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1
DATA:10/11/2017 PÁGINA:.) (Grife-se)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO

FISCAL. PARCELAMENTO DO DÉBITO PELO
EXECUTADO. CAUSA DE SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
IMPOSSIBILIDADE. PRESENÇA DE INTERESSE
PROCESSUAL DA FAZENDA NACIONAL.
ENTENDIMENTO DESTA CORTE E DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Sentença pela extinção do
feito, nos termos do art. 267, IV, do CPC, por ausência
de interesse de agir, por considerar o parcelamento
do débito como causa de extinção da execução. 2. O
parcelamento do débito é causa suspensiva da
exigibilidade do crédito tributário (art. 151, VI,
do CTN) que acarreta a suspensão do curso da
 execução fiscal, até o adimplemento pelo executado
de todas as parcelas integrantes do parcelamento
concedido. Nesse sentido: (RESP 201001198992,
Mauro Campbell Marques, STJ - Segunda Turma, DJE
Data: 30/09/2010 e AC , Desembargadora Federal
Maria do Carmo Cardoso, TRF1 - Oitava Turma, e-DJF1
Data:31/08/2012 Página:1254.) 3. Apelação provida
para determinar o retorno dos autos ao Juízo de
origem, devendo permanecer suspenso o curso da
execução fiscal até integral cumprimento do
parcelamento. A Turma, por unanimidade, deu
provimento à apelação. (ACORDAO
00416911820164019199, DESEMBARGADOR
FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO, TRF1 - SÉTIMA
TURMA, e-DJF1 DATA:07/10/2016 PÁGINA:.) (Grife-se)

Colecionada jurisprudência acertada com o disposto

no CTN, haja vista entender pela suspensão de exigibilidade do crédito
tributário em razão de parcelamento, e ainda o desbloqueio de valores
bloqueados que serviriam para saudar a divida com o fisco, e como resultado
lógico, a suspensão da execução fiscal até que sejam pagas todas as parcelas
ora negociadas junto a secretaria da fazenda municipal.

Logo, em face de sistemática do Código de Processo Civil

que preconiza a cooperação e o acordo entre as partes ante a derradeira
decisão jurisdicional sobre a lide, é mister que Vossa Excelência acolha os
presentes embargos para suspender a presente execução, pois, nos termos do
Art. 3. § 2.;

Art. 3. CPC “Não se excluirá da apreciação

jurisdicional ameaça ou lesão ao direito”
Art.. 3º. § 2º. “O Estado promoverá, sempre que
possível, a solução consensual dos conflitos” (Grife-
se)
 A solução consensual do litígio fora alcançada com êxito
entre as partes, é nesse sentido que satisfeita a pretensão ao recebimento de
crédito tributário, torna-se a prestação jurisdicional não mais necessária no
presente momento.

Portanto, tendo em vista que houve a concessão de

parcelamento fiscal do débito, requer por força do artigo 151, VI, do CTN, a
suspensão do exposto executivo fiscal.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) Que seja acolhido os presentes embargos para que;

b) Seja deferida a suspensão da execução fiscal em razão do parcelamento
junto secretaria da fazenda municipal, até o adimplemento total do acordo, para
por conseguinte extinguir execução fiscal em desfavor do Embargante;
c) Seja imediatamente, no prazo máximo de 24hs determinado o desbloqueio
dos valores bloqueados nas contas do Embargante, conforme consta no doc
de id. 65878097

Termos em que,
Pede deferimento
De Fortaleza/Ce para Lauro de Freitas/Ba, 29 de julho de 2020.

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Lucyanna C. Sampaio Martins
OAB/CE nº 20.290