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PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 0000987-65.2016.8.27.

2712/TO
AUTOR: VALDINEZ FERREIRA DE MIRANDA
ADVOGADO: VALDINEZ FERREIRA DE MIRANDA (OAB TO500)
ADVOGADO: DAYANA DA SILVA ALVES DE ASSIS (OAB TO6738)
RÉU: MUNICIPIO DE AXIXÁ DO TOCANTINS-TO

SENTENÇA
Relatório (art. 489, I do CPC).

VALDINEZ FERREIRA DE MIRANDA propôs no


dia 30/09/2016 10:17:46 Procedimento Comum Cível em face de MUNICIPIO
DE AXIXÁ DO TOCANTINS-TO pleiteando a quantia de
R$ 271.141,00 (duzentos e setenta e um mil e cento e quarenta e um reais), por
despesas de deslocamentos, alimentação e hospedagem em razão de viagens de
Palmas àquele Município para a prestação de serviços como contador no
quadriênio 2009/2012.

Citada a parte no evento n. 16, apresentou resposta escrita no


evento n. 28 arguindo a falta de licitação para a contratação do referido
profissional, sobre a qual manifestou-se o autor no evento n. 29.

Em reduzida síntese, é o relatório.

Fundamentos (art. 489, II do CPC)

De início, registro que a demanda comporta julgamento no estado


em que se encontra, não vislumbrando necessidade de produção de prova oral ou
pericial, nos termos do art. 355 do Código de Processo Civil, por ser possível
conhecer dos pedidos tão somente quanto a prova documental existente.

Sem juntada de documentos pela Executada e pedido de produção


protocolado, EV....

E também de plano declaro desde já prescritas todas as pretensões


anteriores a cinco anos do ingresso desta ação, ou seja, anteriores a 30.09.2011,
nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32.

Os valores foram apresentados mas não computados nos cálculos


das verbas reclamadas

E no mérito, rejeito a cobrança por ausência de prévia licitação


pública para a contratação do referido profissional, e também pela ausência de
processo administrativo que assim o dispensasse (inciso II do art. 26 da Lei n.
8.666/1993).
A ausência de licitação não justifica o não pagamento...(muitas
decisões neste sentido)

Inclusive soa até estranho o referido contador ter prestado seus


serviços contábeis por quatro anos ao Município sem se preocupar em cumprir
formalidades legais até mesmo para si, o que já se põe em dúvida até mesmo a
qualidade de seus serviços. (os doc existem, são doc púbicos e estão nos arquivos
da Executada, proc que tramitaram no TCE etc – necessidade de provas em
instrução do feito, nunca julgamento antecipado )

Logo, não há como prover sua pretensão de ressarcimentos por


despesas de deslocamentos quando ausente a chamada pública à contratação ou
processo administrativo que a dispensassa por sua suposta especialidade, como
hoje expressamente previsto no §1º do art. 25 do Decreto-Lei n. 9.295/1946,
incluído pelo art. 2º da Lei n. 10.039/2020, vigente a partir da semana passada,
18.08.2020.

Admitir procedente é fragilizar as finanças públicas, valorizar a


informalidade, e autorizar a saída de recursos públicos, pagos por todos os
brasileiros, sem que houvesse sido assim previamente ajustado, ferindo a
probidade administrativa.

Registro concluindo não ser razoável que o contador não estivesse


ciente de tais gastos a partir do momento que aceitou prestar seus serviços em
localidade tão distante de onde exercicia profissionalmente sua atidade (mais de
600 km).

Não há que se falar em ausência de contrato e o respectivo processo


de dispensa da contratação, eis que o mesmo existe e foi reconhecido pelo
Executado, que alegou apenas a ausência de licitação, matéria não discutida
nesta via processual, além do que a dispensa de licitação para a contratação de
advogado e contador é matéria pacificada, tanto a nível de Estatuto da OAB,
quanto pelo CNMP, STJ e STF. Sendo o o Exequente já firmou mais de 400
contratos com os Poderes Públicos, Municipais neste Estado e no Maranhão por
mais de vinte anos, os quais foram analisados aprovados pelos respectivos
Tribunais de Contas. Citar normas e jurisprudencias

Dispositivo (art. 489, III do CPC)

Ante do exposto, declaro prescritas todas as pretensões


anteriores a 30.09.2011 e improcedente as demais.

Fica ainda por VALDINEZ FERREIRA DE MIRANDA o


pagamento das custas processuais, taxa judiciária e honorários advocatícios
sucumbenciais em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa em favor do
defensor do MUNICÍPIO DE AXIXÁ , nos termos do inciso I do §3º do art.
85 do CPC, porém ainda garantida a gratuidade processual.
Providências para serem cumpridas desde já

(daqui pra frente, nada refere-se a este caso)

Desta sentença, intime-se eletronicamente os defensores das partes


com prazo de 15 (quinze) dias úteis, observando a contagem em dobro em favor
da Defensoria Pública, Ministério Público e Advocacia Pública, se presentes, na
forma dos arts. 180, 183 e 186 do CPC.

Dispensada a remessa necessária, na forma do inciso II do §3º do


art. 496 do Código de Processo Civil.

Providências para serem cumpridas havendo recursos

Havendo interposição de recursos, nos termos do §1º do art. 1003


do Código de Processo Civil, observar os seguintes procedimentos:

1- Interposto recurso de embargos de declaração no prazo de até


05 (cinco) dias úteis, certifique-se a análise do respectivo prazo, fazendo
conclusão logo em seguida, não se sujeitando a preparo, nos termos dos arts.
1022 e 1023 do CPC;

2- Caso interposto recurso de apelação no prazo de até 15 (quinze)


dias úteis, observando a contagem em dobro arts. 180, 183, 186 e §5º do art.
1.003 do CPC;

3- Comprovado o recolhimento das custas processuais e taxas


judiciárias, caso não dispensados, intime-se a parte recorrida para em igual prazo
contrarrazoar o recurso interposto (§1º do art. 1010 do CPC);

4- Cumpridos os itens anteriores, remeta-se os autos


eletronicamente ao Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, sem nova
conclusão judicial, nos termos do §3º do art. 1010 do CPC.

Providências para serem cumpridas após o trânsito em julgado

E não havendo recursos interpostos, certifique-se o trânsito em


julgado, com menção expressa da data de sua ocorrência (art. 1.006 do CPC)
procedendo-se na forma abaixo.

Intimar a parte vencedora, por seu patrono, para no prazo de 10


(dez) dias úteis, e nos termos do art. 534 do CPC: apresentar: I - o nome
completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II - o índice de correção monetária
adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o
termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da
capitalização dos juros, se for o caso; e VI - a especificação dos eventuais
descontos obrigatórios realizados, sem a multa prevista no § 1º do art. 523 não se
aplica à Fazenda Pública.

Apresentados os cálculos, e nos termos do art. 535 do Código de


Processo Civil, intime-se eletronicamente a Fazenda Pública, na pessoa de seu
representante judicial, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias úteis e nos
próprios autos, impugnar a execução. Impugnada, intime-se a parte credora para
se manifestar no prazo de 05 (cinco) dias úteis.

Não sendo impugnada ou havendo concordância com os cálculos


apresentados, adote as seguintes rotinas:

1) Expeça-se Precatório, por intermédio do Presidente do Tribunal


de Justiça deste Estado, individualmente para cada credor, inclusive advogado,
fazendo-se o pagamento na ordem de apresentação do Precatório e à conta do
respectivo crédito, se superior a 10 (dez) salários mínimo nacional vigente na
data de sua expedição, se devido pela Fazenda Pública Estadual (art. 3º da
Lei Complementar Estadual n. 69/2010), ou 30 (trinta) salários mínimo
nacional vigente na data de sua expedição, se devido pela Fazenda Pública
Municipal, nos termos do inciso II do art. 87 do ADCT - Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. Tanto o Estado do Tocantins quanto o Município
não podem fixar por lei municipal valor para RPV inferior ao maior benefício do
regime geral de previdência social (§4º do art. 100 da Constituição da
República/1988).

Cadastrado o Precatório, proceda-se a baixa definitiva;

2) Expeça-se Requisitório de Pequeno Valor - RPV, se o crédito


não ultrapassar os valores acima, por mandado de oficial de justiça e dirigido ao
Prefeito Municipal ou ao Secretário de Estado das Finanças, individualmente
para cada credor, inclusive advogado, na forma da Portaria n. 3889 da
Presidência do TJTO, disponível
em http://wwa.tjto.jus.br/elegis/Home/Imprimir/1050, publicada no Diário da
Justiça eletrônico do dia 16.09.2015, encaminhada eletronicamente, para
pagamento no prazo de 02 (dois) meses contado de sua entrega, mediante
depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.

Comprovado o depósito judicial pela parte devedora intime-se a


credora para sobre ele se manifestar no prazo de 10 (dez) dias úteis, e não
havendo oposição, ou decorrido sem manifestação, expeça-se alvará judicial para
fins de liberação do RPV e subsequente baixa definitiva.

E decorrido sem comprovação de pagamento, certificar e


independentemente de novo despacho proceder a bloqueio de ativos financeiros
do devedor pelo sistema BACENJUD.
Comprovado o integral depósito bancário da quantia em execução,
seja de forma voluntária ou por bloqueio judicial, expedir alvará judicial e em
seguida baixar definitivamente o feito.

Itaguatins - TO em 24/08/2020.

LUATOM BEZERRA ADELINO DE LIMA

Juiz de direito

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