Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
b) Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)?
De acordo com o art. 178 do C TN, a lei que concede isenção pode ser
revogada, porém nas isenções de Prazo Certo e Onerosa, não cabe a
revogação, pois estaria violando o Princípio da Segurança Jurídica e o
princípio constitucional da anualidade.
Irmãos Souza & Cia. Ltda., grande atacadista de gêneros alimentícios, foi autuada
em novembro/2008 pela fiscalização do ICMS, por recolhimentos insuficientes do
imposto durante os anos de 2005 e 2006, tendo o auto de infração totalizado
créditos tributários (principal, multas, juros e atualização monetária) no valor
de R$ 5 milhões. Impugnado tempestivamente, o lançamento veio a ser mantido,
em fevereiro/2009, pela Junta de Revisão Fiscal. Dessa decisão, recorre
voluntariamente a empresa para o Conselho de Contribuintes, deixando
contudo de efetuar depósito de 30% da quantia em discussão, bem assim de,
alternativamente, oferecer fiança bancária, conforme prevê a legislação de regência,
para “garantia de instância”.
O processo administrativo fiscal é encaminhado ao Presidente do Conselho de
Contribuintes, que detém o juízo preliminar de admissibilidade do recurso; que
se vier a ser admitido, será distribuído a uma das Câmaras, a qual poderá rever a
decisão vestibular de admissibilidade.
Como deve o Presidente do Conselho de contribuintes proceder? Deve exigir
o mencionado depósito prévio administrativo? Responda de acordo com o
entendimento atual do Supremo Tribunal Federal.
O presidente do conselho de contribuintes deve admitir o recurso e remeter a
uma das câmaras para julgamento. É ilegítima a exigência de depósito ou
arrolamento como condição para recorrer. Tal exigência é amparada pela
a Sumula 21 do STF que É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade
de recurso administrativo. Na ADI 1976 de relatoria do então
Ministro Joaquim Barbosa, que entendeu que a exigência
constitui obstáculo sério (e intransponível para consideráveis
parcelas da população) ao exercício do direito de petição, além
de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório, ambos
previstos na CF. Ademais, a exigência converte-se, na prática,
em suspensão do direito de recorrer, constituindo nítida violação
ao princípio da proporcionalidade.
A União, por não ter recursos suficient es para cobrir despesas referentes
a investimento público urgente e de relevante interesse nacional, instituiu,
por meio da Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro de 2014,
empréstimo compulsório. O fato gerador do citado empréstimo compulsório
é a propriedade de imóveis rurais e o tributo somente será devido de maio
a dezembro de 2014. Caio, proprietário de imóvel rural situado no Estado X,
após receber a notificação do lançamento do crédito tributário referente ao
empréstimo compulsório dos meses de maio a dezembro de 2014, realiza o
pagamento do tributo cobrado. Posteriormente, tendo em vista notícias
veiculadas a respeito da possibilidade desse pagamento ter sido indevido,
Caio decide procurá-lo(a) com o objetivo de obter a restituição dos valores
pagos indevidamente.
Para que restitua os valores pagos indevidamente, o advogado que
o representar deverá elaborar a petição inicial de uma Ação objetivando
a Repetição de Indébito, uma vez que se pretende a restituição do
empréstimo compulsório pago indevidamente. A ação declaratória
não satisfaz o interesse do cliente, visto que o objetivo não é evitar
o lançamento do crédito tributário. Na hipótese, não há mais lançamento
a ser realizado, visto que o tributo só seria devido pelo período de maio
a dezembro de 2014. Tampouco é cabível a ação anulatória, visto que não
há lançamento a ser anulado. A ação de repetição de indébito deverá ser
endereçada à Vara Federal da Seção Judiciária do Estado X.
O autor da ação é Caio e a ré, a União. No mérito, deverá demonstrar
que o empréstimo compulsório é inconstitucional, uma vez que
este tributo deve ser instituído por lei complementar, conforme o
Art. 148, caput, da CRFB/88, e não por lei ordinária como na hipótese
do enunciado. Ademais, o advogado deverá indicar a violação ao
princípio da anterioridade, uma vez que o empréstimo compulsório
referente a investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional somente pode ser cobrado no exercício financeiro
seguinte ao da publicação da lei, em 2015, conforme o Art. 148,
inc. II c/c o Art. 150, inc. III , alínea b, ambos da CRFB/88.
Um contribuinte do Município, inconformado com a imposição de um auto
de infração do ISS, decide discutir em juízo a incidência ou não do tributo,
ingressa com a ação judicial que considera oportuna e efetua o depósito
integral e em dinheiro do valor do crédito tributário em discussão. Nesse caso:
D) com a decisão definitiva do processo contrária ao contribuinte, a
quantia depositada deverá ser convertida em renda da Fazenda,
extinguindo o crédito tributário;