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José Manuel contratou um contador para fazer a sua declaração de

imposto de renda. O contador lhe solicitou todos os documentos e


informações necessários e conferiu todos os dados, com base
em possíveis cruzamentos de informações. Como resultado da
declaração apresentada, restou apurado o dever de recolher pouco
mais de três mil reais. O contador entrega a José Manuel a
declaração impressa e em versão digital, acompanhada da guia de
recolhimento da primeira parcela, dentro do prazo legal e orienta ele
a recolher as demais parcelas. José Manuel recebe e paga a primeira
parcela, mas se esquece de fazer qualquer pagamento nos meses
seguintes. José Manuel se habilita em um certame público para prestar
serviços públicos como temporário em virtude de grande evento esportivo
que ocorrerá em sua cidade, conduzido pelas forças armadas. Para isso,
lhe é solicitada a entrega de certidões que comprovem sua regularidade fiscal.
José Manuel solicita este documento à receita federal e recebe a informação
de que em seu nome consta dívida ativa inscrita pelo não pagamento de imposto
de renda declarado. Insurge-se e entra em contato com seu contador que lhe
relembra que deveria pagar as demais parcelas pela declaração feita
recentemente, mas ele reclama pois a RFB inscreveu seu nome sem sequer lhe notificar
antes. 
Indaga-se:
1) o caso concreto trata de que espécie de lançamento? 
Trata-se de lançamento por homologação, conforme o ar tigo 158 do CTN.
2) A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia? 
É regular, conforme entendimento da Súmula 436 do STF, que o fisco não
precisa notificar previamente.

A alíquota do ITR, em 1995, era de 1,5%; em 1996, de 2%; e em 1997, de 1%.


Durante o ano de 1997, o Fisco Federal, verificando que Joaquim de Souza não 
pagara o ITR de 1995, efetuou o lançamento à alíquota de 2% e promoveu a
notificação. Joaquim entende que a alíquota aplicável é de 1%. Na verdade:
d. a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, 1,5%;

Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade, CREMILDO


BULGAR impetra Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspender a
exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta
em R$ 20.000,00. Deferida a liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o
mérito, e, ao fazê- lo, denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação,
acreditando que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar.
A Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do
seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de juros de
mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o contribuinte alega
que a mesma deve ser extinta em face da existência de mandado de segurança a inda
não transitado em julgado. Pergunta -se:
a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito?
b) Não, pois a execução fiscal não deve ser extinta sem resolução do mérito porque
c) apelação em mandado de segurança não é recebida em duplo efeito, sendo
d) assim, o crédito passa a ser exigível, podendo, portanto, ser executado. De
e) acordo com a súmula 405, STJ a apelação não tem efeito suspensivo.

b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança?


Os efeitos da sentença será a exigibilidade do crédito e o acréscimo dos juros
e mora, uma vez a denegação da segurança tem efeitos ex -tunc.

c) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária?


Sim, porque os efeitos da denegatória são ex-tunc, sendo o crédito exigível
desde a data do lançamento do crédito. A forma de impedir os juros seria o depósito
do montante integral.

O depósito do montante integral, previsto no art. 151 , II do Código Tributário Nacional é:


c) direito subjetivo da parte concedido por lei;

João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato gerador ocorrido


em 2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação ao fato gerador
ocorrido em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a maior em 2007
é suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso, pretende requerer
a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para liquidar o imposto
de 2008. Considerando que inexiste l ei específica disciplinando a matéria no Estado,
marque a alternativa correta:
João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a restituição do
IPVA/2007 pago a maior.
Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa
COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS
relativo a fatos geradores ocorridos no período de 01/06/2008 a 31/12/2008.
Este tributo deveria ter sido recolhido, conforme legislação estadual até o dia 10
do mês subsequente à data da ocorrência do fato gerador. A notificada
impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu tempestivamente a o Conselho
de Contribuintes, em 20/06/2010. Em face da sobrecarga de processos na 2a.
instância administrativa, o recurso restou paralisado, sem qualquer despacho
nem petição das partes, até 20/09/2010, vindo a ser julgado, também desfavoravelmente
ao contribuinte, em 10/10/2010. Publicada a decisão (e o aresto unânime) em
15/10/2010, foi a sociedade dela notificada, esgotando-se o prazo para pagar o
débito em 22/10/2010. Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento,
foi o crédito tributário inscrito em dívida ativa, em 22/11/2016, vindo,
contudo, a execução fiscal a ser ajuizada somente em 29/11/2016.
Citada, a executada ofereceu bens suficientes à penhora e, efetuada esta,
ajuizou embargos à execução, alegando haver ocorrido a decadência e,
ad argumentandum, a prescrição. Pergunta-se :

a) Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu?


Não procede a alegação de decadência, pois o fator gerador foi
no período compreendido entre 01/06/2008 a 31/12/2008, sendo
o 1º dia do exercício seguinte o prazo para efetuar o lançamento, o qual,
1/1/2009 . A contagem da decadência é de 5 anos, logo teremos a decadência
em 1/1/2014. No aso em tela a constituição do crédito, ou seja, o
lançamento do crédito que correu de ofício foi em 10/05/2010. Desta
forma não temos que falar em decadência pois está dentro do prazo.

b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido?


A alegação de prescrição procede, visto que o lançamento definitivo ocorreu
em 15/10/2015, que foi quando foi publicada a decisão do recurso, ocorrendo,
então, o trânsito em julgado em 15/10/10. O prazo da prescrição também é de
5 anos, conforme a inteligência do art. 174 do CTN a prescrição é contada 5
anos da data da sua constituição definitiva que seguindo corrente ajoritária,
quando o lançamento não pode ser revisto na esfera administrativa e não
ocorre impugnação no prazo de 30 dias.

c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da


ação de cobrança do crédito tributário? (Mencione os dispositivos legais)
A Interrupção vem no parágrafo único do art. 174, do CTN. São elas:
pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal, pelo
protesto judicial, por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor e por qualquer ato ineq uívoco ainda que extrajudicial, que importe
em reconhecimento do débito pelo devedor. Já a Suspensão está no art. 152
do CTN, nos arts. 2º, §3º da Lei 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais) e
nos §§ 1º;2º;3º;4º;5º do art. 40 e no seu próprio caput todos da Lei 6.830/80
(Lei de Execuções Fiscais).

d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue?


Extingue o crédito tributário, devido o esgotamento do prazo prescricional,
de acordo com o art. 156, V do CTN , que gera direito a repetição de indébito.

e) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo? Respostas fundamentadas.


A prescrição pode ser declarada de ofício, através do art. 40, §4º da Lei 6.830/80 .
Em dezembro de 2015, a pessoa jurídica X efetuou a entrega da declaração
do imposto sobre a renda pessoa jurídica (IRPJ), relativo a fatos geradores
ocorridos no mês de julho de 2015, na qual reconheceu o débito fiscal, na
sua integralidade. No entanto, a pessoa jurídica X não realizou o pagamento
do IRPJ, vencido em dezembro de 2015. Sobre a hipótese, é correto afirmar
que a União Federal deverá
Constituir o crédito, por meio de lançamento, até janeiro de 2021.

Em 2013, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez) anos,


para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele
território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e cinco) empregos diretos.
Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram.
E no ano de 2016, surgiu uma outra norma jurídica revogando essa isenção
do ISSQN. Responda:

a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção?


Refere-se ao prazo certo, onerosa, subjetiva e condicionada.

b) Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)?
De acordo com o art. 178 do C TN, a lei que concede isenção pode ser
revogada, porém nas isenções de Prazo Certo e Onerosa, não cabe a
revogação, pois estaria violando o Princípio da Segurança Jurídica e o
princípio constitucional da anualidade.

c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação


d) da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)?
É possível o ajuizamento nos casos de Mandado de Segurança ou
Ação Declaratória e na Ação de contestação dos efeitos da lei com
pedido de liminar de concessão, já que a matéria não diz respeito à
expectativa de direitos, mas sim de direito adquirido.

O Tribunal de Contas ....


Auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na
apreciação de renúncia de receitas.

Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade


comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas sumariamente,
deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações comerciais e
fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal verificaram
não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos exercícios, tendo
em consequência procedido ao lançamento. Notificada regularmente a
empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender-se
administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e 
culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato
ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu antigo contador, o
sócio-gerente aliena vários bens sociais. Pergunta-se:

a) São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias?


Os atos do sócio-gerente alienando bens sociais são nulos de
pleno direito, a não ser que haja reservado outros bens sociais
bastantes para assegurar a execução, de acordo com o art. 185
do CTN, que estabelece a presunção de fraude à execução dos
atos de alienação e oneração de bens do sujeito passivo da
obrigação tributária, praticados após a inscrição do respectivo
crédito em dívida ativa, salvo se remanescerem bens ou rendas
suficientes para garantir a execução fiscal.

b) Pode a Fazenda Pública requerer a falência da sociedade? 


A Fazenda Pública não tem legitimidade para requerer a falência
de uma empresa com débitos tributários, já que a Fazenda Pública
detém um regime especial de cobrança regulado pela Lei nº 6.830.
Além disso, é sabido que o crédito tributário não se sujeita ao juízo
da falência (art. 187, do CTN), tanto que a execução fiscal sequer é
suspensa em razão da falência (art. 6º, § 7º, da LEF). Por esta razão,
entende-se que não cabe o pedido de falência feito pela Fazenda Pública.
Assim, este é o teor do Enunciado 56 da Jornada de Direito Comercial:
A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para
requerer a falêcia de devedor tributário.

c) É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os


dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar
identificar as irregularidades, independente de autorização judicial? 
É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os
dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para
buscar identificar as irregularidades, independente de autorização
judicial pois o STF decidiu no sentido de que a autoridade fiscal não se
submete a reserva d e jurisdição do § 4 do art. 5º da lei complementar 105/2001.
Em processo de falência, a ordem de preferência do crédito tributário constituído
antes da decretação da falência de determinado contribuinte que deve
também créditos trabalhistas anteriores à quebra, equivalentes a vinte mil reais;
créditos trabalhistas anteriores à quebra, cedidos a terceiros, equivalentes a
quinze mil reais; crédito garantido com hipoteca até o limite do valor do bem
gravado; remuneração devida ao administrador judicial equivalente a cinco mil reais,
corresponderá ao 
D) quarto pagamento.

João Guimarães é sócio da empresa Imobiliária Irmãos Guimarães Ltda. e


recebe uma citação em execução fiscal em razão de ser sócio gerente
desta. O fiscal pediu o redirecionamento da execução fiscal por haver identificado
que o que levou ao não pagamento do tributo foi escrituração fiscal irregular
atribuída ao sócio gerente, responsável por este ato de gestão. João, depois
de garantido o juízo, oferece embargos alegando a indispensabilidade incidente
de desconsideração da personalidade jurídica para redirecionamento da execução
fiscal com fulcro no art. 135 do CTN. É necessário o incidente de desc onsideração
da personalidade jurídica?
O encontro nacional dos juízes de Fazenda Pública entenderam que não. Não
se aplica o incidente de desconsideração do art. 135 do CTN. Neste caso
estamos diante de uma responsabilidade de terceiros a responsabilidade
não é originariamente da sociedade e do sócio. Embora o caso seja
controverso e deve ser considerado o Enunciado 53 da Escola de Formação
e Aperfeiçoamento de Magistrados.

Determinado contribuinte, devedor de tributo, obtém parcelamento e vem efetuado


o pagamento conforme deferido.  Apesar disso, sofre processo de execução
fiscal para a cobrança do referido tributo.  Nos embargos de devedor, o executado
poderá alegar:
d) a carência da execução fiscal, em face da suspensão da exigibilidade do
crédito tributário.

Irmãos Souza & Cia. Ltda., grande atacadista de gêneros alimentícios, foi autuada
em novembro/2008 pela fiscalização do ICMS, por recolhimentos insuficientes do
imposto durante os anos de 2005 e 2006, tendo o auto de infração totalizado
créditos tributários (principal, multas, juros e atualização monetária) no valor
de R$ 5 milhões. Impugnado tempestivamente, o lançamento veio a ser mantido,
em fevereiro/2009, pela Junta de Revisão Fiscal. Dessa decisão, recorre
voluntariamente a empresa para o Conselho de Contribuintes, deixando
contudo de efetuar depósito de 30% da quantia em discussão, bem assim de,
alternativamente, oferecer fiança bancária, conforme prevê a legislação de regência,
para “garantia de instância”.
O processo administrativo fiscal é encaminhado ao Presidente do Conselho de
Contribuintes, que detém o juízo preliminar de admissibilidade do recurso; que
se vier a ser admitido, será distribuído a uma das Câmaras, a qual poderá rever a
decisão vestibular de admissibilidade.
Como deve o Presidente do Conselho de contribuintes proceder? Deve exigir
o mencionado depósito prévio administrativo? Responda de acordo com o
entendimento atual do Supremo Tribunal Federal.
O presidente do conselho de contribuintes deve admitir o recurso e remeter a
uma das câmaras para julgamento. É ilegítima a exigência de depósito ou
arrolamento como condição para recorrer. Tal exigência é amparada pela
a Sumula 21 do STF que É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade
de recurso administrativo. Na ADI 1976 de relatoria do então
Ministro Joaquim Barbosa, que entendeu que a exigência
constitui obstáculo sério (e intransponível para consideráveis
parcelas da população) ao exercício do direito de petição, além
de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório, ambos
previstos na CF. Ademais, a exigência converte-se, na prática,
em suspensão do direito de recorrer, constituindo nítida violação
ao princípio da proporcionalidade.

Pessoa física, contribuinte do Imposto sobre a Renda, apresenta sua


declaração anual de ajuste, entendendo fazer jus à restituição de R$ 10.000,00.
Processada a declaração pela Secretaria da Receita Federal durante quase
três anos, é finalmente intimado o contribuinte, por via postal, de que suas
deduções foram glosadas, ocasionando a expedição de notificação de
lançamento do imposto pela autoridade administrativa, com penalidades e
acréscimos legais, por entender o Fisco que as despesas eram indedutíveis,
sendo, consequentemente, indeferida sua restituição. O contribuinte, dois
dias depois de haver recebido a intimação pelo Correio, busca assistência
profissional de um advogado. Indique a providência INCORRETA e que não
seria tomada pelo advogado:
C) Impugnar a exigência representada pela notificação de lançamento,
60 (sessenta) dias depois da data em que tiver sido feita a
intimação da exigência ao cliente, isto é, da data de recebimento,
pelo cliente, da intimação por via postal
Em março de 2014, o Estado A instituiu, por meio de decreto, taxa de serviço de
segurança devida pelas pessoas jurídicas com sede naquele Estado, com base
de cálculo correspondente a 3% (três por cento) do seu faturamento líquido
mensal. A taxa, devida trimestralmente por seus sujeitos passivos, foi criada
com o objetivo de remunerar o serviço de segurança pública prestado na 
região. A taxa passou a ser exigível a partir da data da publicação do decreto
que a instituiu. Dez dias após a publicação do decreto (antes, portanto, da data
de recolhimento da taxa), a pessoa jurídica PJ Ltda. decide impugnar o novo tributo,
desde que sem o risco de suportar os custos de honorários advocatícios na
eventualidade de insucesso na demanda, tendo em vista que pretende participar
de processo licitatório em data próxima, para o qual é indispensável a apresentação
de certidão de regularidade fiscal, a qual será obstada caso a pessoa jurídica deixe 
de pagar o tributo sem o amparo de uma medida judicial. Considerando a situação
econômica do contribuinte, indique a medida judicial adequada para a impugnação
do novo tributo e a garantia da certidão de regularidade fiscal necessária à
sua participação na licitação, considerando a desnecessidade de dilação probatória
e indicando todos os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.
A peça apropriada é o Mandado de Segurança, uma vez que se trata de
direito líquido e certo e a medida não comporta condenação em honorários
advocatícios (Súmula 512 do STF, Súmula 105, do STJ, e Art. 25, de
Lei nº 12.016/2009). Deve ser a presentado pedido de liminar para
assegurar que o novo tributo não poderá impedir o impetrante de obter
a certidão de regularidade fiscal da pessoa jurídica. Para tanto devem
ser demonstradas a presença dos requisitos essenciais à liminar, quais
sejam o fumus boni iuris (plausibilidade do direito alegado) e o
periculum in mora (risco na demora da prestação jurisdicional, em
decorrência da proximidade da licitação). Quanto ao mérito, deve ser
alegada a inconstitucionalidade da taxa em razão da violação do
princípio da legalidade (Art. 150, I, da Constituição) e ao princípio
da anterioridade (tanto a anterioridade do exercício financeiro quanto
a anterioridade nonagesimal – Art. 150, II I, b e c, da CF). Também deve
ser apontada a inconstitucionalidade do fato gerador da taxa não
corresponder a serviço público específico e divisível, uma vez que
o serviço de segurança pública possui caráter geral e indivisível
(Art. 145, II, da Constituição). Vale destacar, ainda, que a taxa é um
tributo contraprestacional/vinculado e a base de cálculo instituída
pelo decreto não reflete o custo despendido pelo Estado para a
prestação da atividade.

A União, por não ter recursos suficient es para cobrir despesas referentes
a investimento público urgente e de relevante interesse nacional, instituiu,
por meio da Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro de 2014,
empréstimo compulsório. O fato gerador do citado empréstimo compulsório
é a propriedade de imóveis rurais e o tributo somente será devido de maio
a dezembro de 2014. Caio, proprietário de imóvel rural situado no Estado X,
após receber a notificação do lançamento do crédito tributário referente ao
empréstimo compulsório dos meses de maio a dezembro de 2014, realiza o
pagamento do tributo cobrado. Posteriormente, tendo em vista notícias
veiculadas a respeito da possibilidade desse pagamento ter sido indevido,
Caio decide procurá-lo(a) com o objetivo de obter a restituição dos valores
pagos indevidamente.
Para que restitua os valores pagos indevidamente, o advogado que
o representar deverá elaborar a petição inicial de uma Ação objetivando
a Repetição de Indébito, uma vez que se pretende a restituição do
empréstimo compulsório pago indevidamente. A ação declaratória
não satisfaz o interesse do cliente, visto que o objetivo não é evitar
o lançamento do crédito tributário. Na hipótese, não há mais lançamento
a ser realizado, visto que o tributo só seria devido pelo período de maio
a dezembro de 2014. Tampouco é cabível a ação anulatória, visto que não
há lançamento a ser anulado. A ação de repetição de indébito deverá ser
endereçada à Vara Federal da Seção Judiciária do Estado X.
O autor da ação é Caio e a ré, a União. No mérito, deverá demonstrar
que o empréstimo compulsório é inconstitucional, uma vez que
este tributo deve ser instituído por lei complementar, conforme o
Art. 148, caput, da CRFB/88, e não por lei ordinária como na hipótese
do enunciado. Ademais, o advogado deverá indicar a violação ao
princípio da anterioridade, uma vez que o empréstimo compulsório
referente a investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional somente pode ser cobrado no exercício financeiro
seguinte ao da publicação da lei, em 2015, conforme o Art. 148,
inc. II c/c o Art. 150, inc. III , alínea b, ambos da CRFB/88.
Um contribuinte do Município, inconformado com a imposição de um auto
de infração do ISS, decide discutir em juízo a incidência ou não do tributo,
ingressa com a ação judicial que considera oportuna e efetua o depósito
integral e em dinheiro do valor do crédito tributário em discussão. Nesse caso:
D) com a decisão definitiva do processo contrária ao contribuinte, a
quantia depositada deverá ser convertida em renda da Fazenda,
extinguindo o crédito tributário;

O governo federal, com o objetivo de proteger a indústria nacional fabricante


de aço, publicou, em 15 de fevereiro do ano de 2015, um decreto que
aumentava de 15% para 20% a alíquota do imposto sobre a importação
de produtos siderúrgicos, atendidas as condições e os limites estabelecidos
em lei formal. O decreto previu que o aumento já valeria para aquele
mesmo exercício financeiro. Face a essas alterações a Importadora
Siderúrgica Ltda. havia adquirido em janeiro de 2015 alguns produtos
siderúrgicos de uma indústria chinesa. Os produtos tiveram seu registro
de importação realizado em 14 de fevereiro de 2015 e ingressaram no
território nacional em 20 de fevereiro do mesmo ano, tendo sido
desembaraçados no dia 25 de fevereiro. Considerando a hipótese acima,
responda aos itens a seguir.

A) A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por


B) meio de um ato do Poder Executivo?
Sim. O Imposto de Importação é exceção ao princípio da legalidade,
ou seja, sua alíquota pode ser majorada por meio de ato do Poder
Executivo, desde que atendidas às condições e aos limites
estabelecidos em lei, confo rme dispõe o Art. 153, §1º, da CRFB/88.

C) O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do


D) imposto de importação no mesmo exercício financeiro?
Sim. Por ser um imposto que tem como função regular o mercado,
o Imposto de Importação é exceção ao princípio da anterioridade,
podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme o
Art. 150, § 1º, da CRFB/88.

C) Neste caso concreto, qual seria a alíquota aplicável? Indique


D) sempre todos os fundamentos.
A alíquota aplicável no caso em análise é de 15%, pois considera
o momento de apuração do tributo na data do registro no cisconect
que foi em 14 de fevereiro.

Sobre o Imposto de Importação, é incorreto afirmar que:


E) o representante, no País, do transportador estrangeiro é
responsável subsidiário pelo imposto.
Zeta é uma sociedade empresária cujo objeto social é a compra, venda
e montagem de peças metálicas utilizadas em estruturas de shows e
demais eventos. Para o regular exercício de sua atividade, usualmente 
necessita transferir tais bens entre seus estabelecimentos, localizados
entre diferentes municípios do Estado de São Paulo. Apesar de nessas
operações não haver transferência da propriedade dos bens, mas
apenas seu deslocamento físico entre diferentes filiais de Zeta, o
fisco do Estado de São Paulo entende que há incidência de Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS
nesse remanejamento. Diante da falta de recolhimento do imposto,
o fisco já reteve por mais de uma vez, por seus Auditores Fiscais, 
algumas mercadorias que estavam sendo deslocadas entre as
filiais, buscando, assim, forçar o pagamento do imposto pela sociedade
empresária. Considere que, entre a primeira retenção e a sua constituição
como advogado, passaram-se menos de dois meses. Considere, ainda, que
todas as provas necessárias já estão disponíveis e que o efetivo pagamento
do tributo, ou o depósito integral deste, obstaria a continuidade das operações
da empresa que, ademais, não quer se expor ao risco de eventual condenação
em honorários, no caso de insucesso na medida judicial a ser proposta. Com
receio de sofrer outras cobranças do ICMS e novas retenções, e também
pretendendo a rápida liberação das mercadorias já apreendidas, uma vez
que elas são essenciais para a continuidade de suas atividades, a sociedade
empresária Zeta o procura para, na qualidade de advogado, indicar a petição cabível, 
ciente de que, entre a retenção e a constituição do advogado, há período
inferior a 120 (cento e vinte) dias, e que, para a demonstração dos fatos, há a
necessidade, apenas, de prova documental que lhe foi entregue.
O examinando deverá elaborar a petição inicial de um Mandado de Segurança,
diante da existência de prova pré-constituída e ausência do decurso do prazo
de 120 dias desde a primeira apreensão das mercadorias. Não seriam cabíveis
ações como a declaratória ou a anulatória, diante da informação
de que a pessoa jurídica não quer se expor ao risco de
condenação em honorários de sucumbência. No mérito, o
examinando deverá alegar que, nas transferências entre
estabelecimentos do mesmo contribuinte, não incide o ICMS,
conforme Súmula nº 166 do STJ. Deverá o examinando argumentar,
ainda, que não é possível a apreensão de mercadorias como
meio coercitivo para o pagamento de tributos, conforme Súmula
nº 323 do STF. Deverá ser exposta a presença do fumus boni iuris
(plausibilidade do direito alegado pela parte) e do periculum in mora
(risco de demora na concessão do provimento jurisdicional pleiteado),
de modo a justificar o pedido de concessão de medida liminar.
Por fim, deve ser requerida a concessão da segurança, com os
pedidos de confirmação da liminar/ordem de liberação da mercadoria
em definitivo, declaração de que não há incidência de ICMS no caso
e a determinação de abstenção de novas retenções e cobranças futuras.

No último mês de julho, Sernambetiba Indústria de Lâmpadas Ltda., empresa


com sede no município do Rio de Janeiro, auferiu receita de vendas das
mercadorias que produziu no total de R$ 500.000,00. No mesmo mês de
julho/2007, recebeu em seu estabelecimento matérias-primas e novas
máquinas para a produção de lâmpadas, ambas tributadas pelo IPI e
pelo ICMS na etapa anterior. A energia elétrica consumida pela 
empresa no mês de julho de 2007 alcançou o valor de R$ 18.000,00.
Em face da situação hipotética acima e considerando que a concessionária
de energia elétrica seja isenta do ICMS, assinale a opção correta.
A. Não poderá haver compensação do ICMS sobre a energia elétrica
consumida, mas poderá haver creditamento do IPI e do ICMS sobre
as matérias-primas adquiridas;

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