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ireito Tributário II Casos Concretos Corrigidos

Fonte: Universidade Estácio de Sá e Revisão de Guilherme Cruz

CASO CONCRETO 1: José Manuel contratou um contador para fazer a sua


declaração de imposto de renda. O contador lhe solicitou todos os
documentos e informações necessários e conferiu todos os dados, com base
em possíveis cruzamentos de informações. Como resultado da declaração
apresentada, restou apurado o dever de recolher pouco mais de três mil reais.
O contador entrega a José Manuel a declaração impressa e em versão digital,
acompanhada da guia de recolhimento da primeira parcela, dentro do prazo
legal e orienta ele a recolher as demais parcelas. José Manuel recebe e paga a
primeira parcela, mas se esquece de fazer qualquer pagamento nos meses
seguintes.
José Manuel se habilita em um certame público para prestar serviços públicos
como temporário em virtude de grande evento esportivo que ocorrerá em sua
cidade, conduzido pelas forças armadas. Para isso, lhe é solicitada a entrega de
certidões que comprovem sua regularidade fiscal. José Manuel solicita este
documento à receita federal e recebe a informação de que em seu nome
consta dívida ativa inscrita pelo não pagamento de imposto de renda
declarado.
Insurge-se e entra em contato com seu contador que lhe relembra que deveria
pagar as demais parcelas pela declaração feita recentemente, mas ele reclama
pois a RFB inscreveu seu nome sem sequer lhe notificar antes.
Indaga-se: 1) O caso concreto trata de que espécie de lançamento? Resposta:
Lançamento por homologação, conforme o artigo 158 do CTN.

2) A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia? Resposta: É


regular, conforme entendimento da Sumula 436 do STF, que o fisco não
precisa notificar previamente.

Questão objetiva: A alíquota do ITR, em 1995, era de 1,5%; em 1996, de 2%; e


em 1997, de 1%. Durante o ano de 1997, o Fisco Federal, verificando que
Joaquim de Souza não pagara o ITR de 1995, efetuou o lançamento à alíquota
de 2% e promoveu a notificação. Joaquim entende que a alíquota aplicável é de
1%. Na verdade:
( ) a. Joaquim está com o entendimento correto, pois 1% era a alíquota do
exercício em que ocorreram o lançamento e a notificação;
( ) b. o entendimento do Fisco é correto, pois, no caso, deve prevalecer a
alíquota maior;
( ) c. a alíquota aplicável é a de 1%, por consequência do princípio in dubio pro
reo;
(X) d. a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja,
1,5%;art. 144 do CTN.
( ) e. a alíquota correta é a de 1,5%, por representar a média das três alíquotas,
em face do princípio da razoabilidade.

CASO CONCRETO 2: Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado


de ilegalidade, CREMILDO BULGAR impetra Mandado de Segurança com
pedido de liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário
referente ao imposto de renda, que monta em R$ 20.000,00. Deferida a
liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o mérito, e, ao fazê-lo,
denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação, acreditando
que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar. A
Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do
seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de
juros de mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o
contribuinte alega que a mesma deve ser extinta em face da existência de
mandado de segurança ainda não transitado em julgado. Pergunta-se:
a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem
resolução de mérito? Resposta: Não. A execução fiscal não deve ser extinta
sem resolução do mérito porque apelação em mandado de segurança não é
recebida em duplo efeito, sendo assim, o crédito passa a ser exigível, podendo,
portanto, ser executado. De acordo com a súmula 405, STJ a apelação não tem
efeito suspensivo.

b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança? Resposta: 1º –


Poderá ocorrer a exigibilidade do crédito;
2º – O acréscimo dos juros e mora uma vez que a denegação da segurança tem
efeitos ex-tunc.

c) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária?


Resposta: Sim. Porque os efeitos da denegatória são ex-tunc, sendo o crédito
exigível desde a data do lançamento do crédito. A forma de impedir os juros
seria o depósito do montante integral.

Questão objetiva: O depósito do montante integral, previsto no art. 151, II do


Código Tributário Nacional é:
a) concedido pelo Julgador desde que o interessado preencha os requisitos
legais;
b) condição de procedibilidade para o processamento da Ação Anulatória de
Lançamento;
correta ⇒ c) direito subjetivo da parte concedido por lei; art. 64 da Lei 9.430/96
d) causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário desde que,
concomitantemente seja deferida liminar.

Caso Concreto 3: Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através


do extinto DAC (Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das
passagens aéreas que as empresas cobrariam dos passageiros, e na
composição daquele preço o ICMS não foi incluído. Não obstante, os Estados
cobravam das Cias aéreas uma vultosa quantia a título de ICMS.
Posteriormente, aquele ICMS veio a ser considerado inconstitucional, sendo
possível, em tese, o pedido de restituição. Imediatamente a CIA AÉREA VOE
BEM – tempestivamente – pleiteou a restituição, via ação de repetição de
indébito, em dobro, do ICMS indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no
entanto, contestou o pedido alegando, em preliminar, a ilegitimidade da CIA
AÉREA, por descumprimento do art. 166 do CTN, uma vez que o ICMS é
imposto indireto, no qual ocorre a transferência do encargo financeiro, bem
como ocorreu a prescrição. No mérito, sustenta a impossibilidade de
devolução do valor pago em dobro.
Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com
fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são procedentes
ou improcedentes as alegações apresentadas. Resposta: Terá direito a
repetição de indébito de acordo com o art. 166 do CTN. Tem como uma das
exigências que a companhia não repassou o valor do ICMS, a empresa não tem
direito a repetição de indébito em dobro por causa do previsto no art. 167, a
prescrição ocorre de acordo com o art. 168, II do CTN.

Questão objetiva: João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato


gerador ocorrido em 2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação
ao fato gerador ocorrido em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a
maior em 2007 é suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso,
pretende requerer a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para
liquidar o imposto de 2008. Considerando que inexiste lei específica
disciplinando a matéria no Estado, marque a alternativa correta:
a. (X) João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a
restituição do IPVA/2007 pago a maior. Art. 170 CTN.
b. ( ) João poderá compensar o IPVA/2007 com o IPVA devido em 2008.
c. ( ) O pedido de compensação deverá ficar sobrestado até que sobrevenha lei
estadual específica.
d. ( ) O pedido de compensação será indeferido porque o IPVA/2007 pago a
maior só pode ser utilizado na compensação de débitos de exercícios
anteriores.

Caso Concreto 4 : Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de


infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC
LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de
01/06/2008 a 31/12/2008. Este tributo deveria ter sido recolhido, conforme
legislação estadual até o dia 10 do mês subsequente à data da ocorrência do
fato gerador. A notificada impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu
tempestivamente ao Conselho de Contribuintes, em 20/06/2010. Em face da
sobrecarga de processos na 2a. instância administrativa, o recurso restou
paralisado, sem qualquer despacho nem petição das partes, até 20/09/2010,
vindo a ser julgado, também desfavoravelmente ao contribuinte, em
10/10/2010. Publicada a decisão (e o aresto unânime) em 15/10/2010, foi a
sociedade dela notificada, esgotando-se o prazo para pagar o débito em
22/10/2010.
Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento, foi o crédito tributário
inscrito em dívida ativa, em 22/11/2016, vindo, contudo, a execução fiscal a ser
ajuizada somente em 29/11/2016. Citada, a executada ofereceu bens
suficientes à penhora e, efetuada esta, ajuizou embargos à execução, alegando
haver ocorrido a decadência e, ad argumentandum, a prescrição. Pergunta-se:
a) Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu? Resposta:
Não. Pois o fator gerador foi no período compreendido entre 01/06/2008 a
31/12/2008, sendo o 1º dia do exercício seguinte o prazo para efetuar o
lançamento, o qual, 1/1/2009. A contagem da decadência é de 5 anos, logo
teremos a decadência em 1/1/2014. No caso em tela a constituição do crédito,
ou seja, o lançamento do crédito que ocorreu de ofício foi em 10/05/2010.
Desta forma não temos que falar em decadência pois está dentro do prazo.

b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido?


Resposta: Sim. Pois o lançamento definitivo ocorreu em 15/10/2015, que foi
quando foi publicada a decisão do recurso, ocorrendo, então, o trânsito em
julgado em 15/10/10. O prazo da prescrição também é de 5 anos, conforme a
inteligência do art. 174 do CTN a prescrição é contada 5 anos da data da sua
constituição definitiva que seguindo corrente majoritária, quando o
lançamento não pode ser revisto na esfera administrativa e não ocorre
impugnação no prazo de 30 dias.

c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da


ação de cobrança do crédito tributário? (Mencione os dispositivos legais)
Resposta: INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO, A Interrupção vem no bojo do
parágrafo único art. 174, do CTN. Já a Suspensão está no art. 152 do CTN, nos
arts. 2º, §3º da Lei 6.830/80( Lei de Execuções Fiscais) e nos §§ 1º;2º;3º;4º;5º do
art. 40 e no seu próprio caput todos da Lei 6.830/80( Lei de Execuções Fiscais).

d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue? Resposta: O


pagamento de crédito prescrito, gera direito a repetição de indébito, embasada
no art. 156, V do CTN, que enuncia que a prescrição extingue o crédito
tributário.

e) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo? Resposta: A


prescrição pode ser declarada de ofício , através do art. 40, §4º da Lei 6.830/80.

Questão objetiva: (FGV-2016) Em dezembro de 2015, a pessoa jurídica X


efetuou a entrega da declaração do imposto sobre a renda pessoa jurídica
(IRPJ), relativo a fatos geradores ocorridos no mês de julho de 2015, na qual
reconheceu o débito fiscal, na sua integralidade.
No entanto, a pessoa jurídica X não realizou o pagamento do IRPJ, vencido em
dezembro de 2015.
Sobre a hipótese, é correto afirmar que a União Federal deverá
A ( ) constituir o crédito, por meio de lançamento, até julho de 2020.
B (X) constituir o crédito, por meio de lançamento, até janeiro de 2021.
C ( ) inscrever o crédito em dívida ativa, até julho de 2020.
D ( ) ajuizar execução fiscal, até julho de 2020.
E ( ) ajuizar execução fiscal, até dezembro de 2020.
A entrega da declaração pela pessoa jurídica, reconhecendo o débito fiscal
relativo ao IRPJ, constitui o crédito tributário, independentemente de qualquer
providência do fisco. Trata-se da Súmula 436, do STJ. Portanto, na referida
situação, devem ser descartadas as alternativas que se referem à constituição
do crédito tributário.
O prazo para a União ajuizar a ação de execução fiscal é contado a partir da
data da constituição definitiva do crédito tributário. Como a entrega da
declaração ocorreu em dezembro e o vencimento, também em dezembro, o
termo inicial do prazo prescricional é dezembro de 2015. Consequentemente,
a União poderá ajuizar a ação de execução fiscal até dezembro de 2020.
Quanto à inscrição em dívida ativa, ela pode ocorre até os dias que antecedem
a prescrição do crédito tributário. Não há restrições nesse sentido.

Caso Concreto 5 : Em 2013, determinado Município concedeu isenção do


ISSQN, por 10 (dez) anos, para as empresas prestadoras de serviços que
viessem se instalar naquele território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e
cinco) empregos diretos.
Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram. E
no ano de 2016, surgiu uma outra norma jurídica revogando essa isenção do
ISSQN.Responda:
a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção? Resposta: Prazo
Certo, Onerosa, Subjetiva e Condicionada

b) Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser


observado(s)? Resposta: De acordo com o art. 178 do CTN, a lei que concede
isenção pode ser revogada, porém nas isenções de Prazo Certo e Onerosa, não
cabe a revogação, pois estaria violando o Princípio da Segurança Jurídica e o
princípio constitucional da anualidade (§ 29 do art. 153 da Constituição Federal
de 1967).

c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção


mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)? Resposta: Sim. Mandado
de Segurança ou Ação Declaratória. Ação de contestação dos efeitos da lei com
pedido de liminar de concessão, já que a matéria não diz respeito à expectativa
de direitos, mas sim de direito adquirido. Ver súmula 544 STF(Isenções
tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente
suprimidas).
Questão objetiva: O Tribunal de Contas
(X) a. auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na
apreciação de renúncia de receitas.
( ) b. é subordinado ao Poder Legislativo, ao qual auxilia no exercício do
Controle Externo.
( ) c. integra o Poder Legislativo, por força de disposição constitucional.
( ) d. não integra nenhum dos Poderes, condição assegurada por cláusula
pétrea constitucional.
( ) e. tem a titularidade do exercício do controle externo e suas decisões de que
resultem multa ou imputação de débito tem a natureza de título executivo.

Caso Concreto 6 : Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários,


a sociedade comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas
sumariamente, deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações
comerciais e fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal
verificaram não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos
exercícios, tendo em consequência procedido ao lançamento. Notificada
regularmente a empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender-
se administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e
culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato
ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu antigo contador, o sócio-
gerente aliena vários bens sociais. Pergunta-se:
a) São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias? Resposta: No
que tange à letra a, a resposta deverá fundar-se no art. 185 e seu parágrafo do
CTN, que estabelece a presunção de fraude à execução dos atos de alienação e
oneração de bens do sujeito passivo da obrigação tributária, praticados após a
inscrição do respectivo crédito em dívida ativa, salvo se remanescerem bens ou
rendas suficientes para garantir a execução fiscal. Assim, os atos do sócio-
gerente alienando bens sociais são nulos de pleno direito, a não ser que haja
reservado outros bens sociais bastantes para assegurar a execução.

b) Pode a Fazenda Pública requerer a falência da sociedade? Resposta: O


entendimento do STJ é no sentido de que a Fazenda Pública NÃO tem
legitimidade para requerer a falência de uma empresa com débitos tributários,
já que a Fazenda Pública detém um regime especial de cobrança regulado pela
Lei n. 6.830/80 – a execução fiscal.
Além disso, é sabido que o crédito tributário não se sujeita ao juízo da falência
(art. 187, do CTN), tanto que a execução fiscal sequer é suspensa em razão da
falência (art. 6º, § 7º, da LEF). Por esta razão, entende-se que não cabe o pedido
de falência feito pela Fazenda Pública. De resto, este é o teor do Enunciado 56
da Jornada de Direito Comercial: A Fazenda Pública não possui legitimidade ou
interesse de agir para requerer a falência de devedor tributário.

c) É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os


dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar
identificar as irregularidades, independente de autorização judicial? Resposta:
Sim. É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os
dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar
identificar as irregularidades, independente de autorização judicial pois o STF
decidiu no sentido de que a autoridade fiscal não se submete a reserva de
jurisdição do § 4 do art. 5º da lei complementar 105/2001.

Questão objetiva : Em processo de falência, a ordem de preferência do crédito


tributário constituído antes da decretação da falência de determinado
contribuinte que deve também créditos trabalhistas anteriores à quebra,
equivalentes a vinte mil reais; créditos trabalhistas anteriores à quebra,
cedidos a terceiros, equivalentes a quinze mil reais; crédito garantido com
hipoteca até o limite do valor do bem gravado; remuneração devida ao
administrador judicial equivalente a cinco mil reais, corresponderá ao
A ( ) primeiro pagamento.
B ( ) segundo pagamento.
C ( ) terceiro pagamento.
D (X) quarto pagamento.
E ( ) quinto pagamento

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